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  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Jose Carlos Fogo

    Marco, 2008

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    1 Conceitos Iniciais

    1.1 Vetores

    Definicao:

    Na Fsica: e uma forma de se representar matematicamentegrandezas fsicas que pos-

    suam mais de um aspecto para ser definida.

    Exemplo: a forca, necessita da magnitude, direcao e sentido em que e aplicada;

    Na Matematica: e uma tripla constituda de uma direcao, um sentido e um numeronao negatico (modulo), Venturini, J.J.

    Obs: Usando a teoria de matrizes, pode-se definir um vetor como qalquer matriz coluna,

    ou matriz linha.

    Na Wikipedia: e um conceito caracterizado por uma magnitude (modulo) e uma ori-

    entacao (direcao e sentido).

    Notacao: v,x,a (letras minusculas).

    Na disciplina, vamos adotar a notacao usual em publicacoes, ou seja, com letras mnus-

    culas, em negrito: v, x, a.

    x=

    x1

    x2...

    xp

    , e um vetor de dimensao p.

    Exemplo:

    x=

    1

    2

    3

    4

    , e um vetor de dimensao 4.

    2

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    1.1.1 Representacao grafica no2

    Exemplo: Sejam

    x= 2

    5

    e y=

    30.5

    ,

    0 1 2 3 4

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Representao grfica de vetores no plano

    dim 1

    dim2

    x

    y

    Figura 1: Vetores no plano

    1.1.2 Propriedades algebricas

    i) u + v = v+ u;

    ii) (u+ v) + w= u + (v+ w);

    iii) c(u + v) =c v +c u, c = escalar;

    iv) (c+d) u = c u + d u, c, d = escalares.

    3

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    1.1.3 Vetores especiais

    i) vetor nulo:

    0=

    0

    0...

    0

    ;

    ii) vetor de 1s:

    1= 1

    1...

    1

    ;

    iii) vetor transposto:

    v =

    v1, v2, , vp

    .

    1.1.4 Produto entre vetores

    A multiplicacao de vetores pode ser feita basicamente de duas maneiras: o produto

    vetorial, ou produto externo e o produto escalar, ou produto interno. De qualquer forma,

    nos dois casos os vetores devem ter mesmas dimensoes.

    Alem dos dois tipos de produtos acima, pode-se, ainda, realizar o produto elemento-a-

    elemento entre dois vetores.

    Nota: Na disciplina estaremos interessados apenas nos produtos interno e

    elemento-a-elemento.

    Considere os vetores

    v=

    v1

    v2...

    vp

    e x=

    x1

    x2...

    xp

    .

    4

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    a) Produto elemento-a-elemento1:

    x v= x1 v1x1 v2

    ...

    xp vp

    .

    b) Produto interno:

    x v= xv =pi=1

    xi vi

    Exemplo:

    Sejam x=

    251

    e v= 32

    3

    ,

    de (a):

    x v=

    (2) (3)(5) (2)(1) (3)

    = 610

    3

    ;

    de (b):

    xv= (2) (3) + (5) (2) + (1) (3) = 1.

    Nota: Existe, ainda, o produto Kronecker, ou produto direto, representado por xv, que

    nao sera abordado por ora.

    1Como nao temos uma notacao para um operador elemento-a-elemento, vamos utilizar o asterisco (*)

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    1.1.5 Propriedades algebricas do produto interno entre vetores

    i) uv = vu;

    ii) (u + v)w= uw+ vw;

    iii) (c v)u=c(vu) = v(c u), c= escalar;

    iv) uu0 e, uu= 0u = 0.

    1.1.6 Modulo ou comprimenro de um vetor

    O comprimento, modulo ou norma de um vetor v e definido por

    Lv= vv= v21+ v22+. . .+v2p.Exemplo: Dados os vetores v = (2, -5, -1), x = (3, 2, -3) e u = (0.8, 0.6), entao

    Lv =

    4 + 25 + 9 =

    30;

    Lx =

    9 + 4 + 9 =

    22;

    Lu =

    0.64 + 0.36 =

    1 = 1.

    O vetor u = (0.64, 0.36, tem comprimento 1, por ieeo e chamado de vetor unitario.

    Outros resultados

    i) Angulo entre vetores:

    u

    v

    Figura 2: Angulo entre vetores.

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    cos() = uvLuLv

    = uvuu

    vv

    ,

    se = 90, cos() = 0, portanto: uv uv= 0.

    ii) Projecao de um vetor sobre outro:

    Considere os vetores u e v. Entao, a projecao de u sobre v e obtida por:

    Pu/v=

    uvvv

    v=

    uvL2v

    v.

    O modulo da projecao, por sua vez, e dado por:

    Pu/v = uvvvvv= uvL2

    v

    Lv= uvLvLuLu

    Pu/v = |cos()| Lu.Exemplo: Dados os vetores u = (1, 2), v = (2, 1), encontar a projecao de u sobre v e

    calcular o seu modulo.

    0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2

    .5

    dim1

    dim2

    u

    v

    Pu v

    Figura 3: Projecao de um vetor u sobre um vetor v.

    Calculos:

    Lu=

    11 + 22 =

    5

    Lv=Lu=

    5

    uv= 2 1 + 1 2 = 4

    cos() = uvLuLv

    = 45

    5= 0.8 =36.9

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    Projecao de usobre v:

    Pu/v= uv

    vvv= 45 2

    1 = 1.6

    0.8 .Comprimento da projecao:Pu/v= |cos()| Lu= 0.85 = 3.2De fato

    Pu/v

    2

    =

    1.6 0.8

    1.6

    0.8

    = 3.2,

    logo,Pu/v = 3.2.1.2 Matrizes

    Definicao:

    Matriz e uma colecao retangular n

    pde valores reais, representada por

    Anp =

    a11 a12 a1pa21 a22 a2p

    ... ...

    . . . ...

    ap1 ap2 app

    ,

    onde: n e o numero de linhas e p e o numero de colunas da matriz.

    1.2.1 Casos Especiais

    i) Matriz Transposta: denotada por A, e obtida trocando-se as linhas de A pelas

    colunas.

    Exemplo:

    A23=

    3 2 11 5 4

    A32 =

    3 15 24 1

    .

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    ii) Matriz Quadrada: ocorre quando o numero de linhas e igual ao de colunas.

    Exemplo: A33 = a11 a12 a13a21 a22 a23

    a31 a32 a33

    .iii) Matriz Diagonal: matriz quadrada na qual apenas os elementos da diagonal sao

    diferentes de zero.

    Exemplo: App =

    a11 0

    0

    0 a22 0...

    ... . . .

    ...

    0 0 app

    .

    Nota: A matriz identidade e um caso particular da matriz diagonal. Denotada por

    Ipp, seus elementos da diagonal sao todos iguais a 1, ou seja,

    a11 = a22=. . .= app= 1.

    Exemplo: A33=

    1 0 00 1 00 0 1

    .iv) Matriz Simetrica: matriz quadrada em que A = A, ou seja, quando aij = aji,

    i, j = 1, 2, . . . , p.

    Exemplo: A33=

    1 2 32 4 53 5 6

    .1.2.2 Operacoes

    i) Multiplicacao por um escalar:

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    Exemplo:

    c Anp= c a11 c a12 c a1pc a21 c a22 c a2p

    ... ...

    . . . ...

    c ap1 c ap2 c app

    .

    ii) Adicao de matrizes de mesmas dimensoes:

    Exemplo:

    Anp+ Bnp = a11+b11 a12+b12 a1p+b1pa21+b21 a22+b22

    a2p+b2p

    ... ...

    . . . ...

    an1+bn1 an2+bn2 anp+bnp

    .

    Resultados

    a) A+ B= B+ A e) (c d) A=c(dA)b) (A+ B) + C= A+ (B+ C) f) (A+ B) = A + B

    c) c(A+ B) = c A+ c B g) (A B) = BA

    d) (c+d) A=c A+ d A h) (c A) = c A

    iii) Multiplicacao de matrizes:

    Para a multiplicacao de matrizes o numero de colunas da primeira (A) deve ser igual

    ao numero de linhas da segunda (B)

    AnkBkp =A Bnp,

    em que A B tem elementos formados pelo produto interno das linhas de A pelas colunas

    de B.

    Exemplo:

    A23 =

    3 1 21 5 4

    B32=

    2 17 09 3

    ,

    A B=

    (6 7 + 18) (3 6)(2 + 35 36) (1 + 12)

    =

    5 33 13

    .

    Nota: A matriz identidade e o elemento neutro da multiplicacao de matrizes, ou seja,

    A I= A.

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    Resultados

    (as matrizes A, Be Csao de dimensoes tais que os produtos abaixo sejam definidos)

    a) c(A B) = (c A) B

    b) A (B+ C) = A B+ A C)c) A (B C) = (A B) C)

    Notas:

    1) Em geral nao vale a propriedade comutativa, ou seja, A B=B A,2) Se A B = 0, nao implica que A = 0 ou que B= 0.

    1.2.3 A Matriz Inversa

    Denotada por A1, e tal que: A A1 = I.

    Caso especial: a inversa de uma matriz 22 e dada por

    A=

    a11 a12

    a21 a22

    , A1 =

    1

    |A|

    a22 a11a11 a11

    .

    em que|A| e o determinante da matriz A.Exemplo:

    A=

    2 3

    1 4

    , A1 =

    1

    5

    4 31 2

    .

    Resultados

    (as matrizes A, Be Csao tais que as inversas existam e os produtos sejam definidos)

    a) (A1) = (A)1

    b) (A B)1 = A1 +B1

    c) Se a inversa de uma matriz Aexiste, entao|

    A|

    = 0.

    1.2.4 Matriz Nao Singular

    Uma matriz quadrada Akk e nao singular se:

    A x= 0 = x= 0.

    Notas:

    1) Note que A x= a1x1+a2x2+. . .+akxk, onde ai e a i-esima coluna de A,i= 1, 2, . . . , k. Portanto, uma matriz e nao singular se as suas colunas forem linearmente

    independentes,

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    2) Uma matriz quadrada e nao singular se o seu rank for igual ao seu numero de linhas (ou

    colunas),

    3) Se A e nao singular, entao existe uma unica matriz inversa A1.

    1.2.5 Matriz Ortogonal

    Uma matriz quadrada e dita ser ortogonal se suas linhas, consideradas como vetores, sao

    mutuamente perpendiculares e de comprimento 1, o que equivale a dizer que A A=I.

    Exemplo:

    A=

    1/2 1/2 1/2 1/21/2 1/2 1/2 1/21/2 1/2 1/2 1/21/2 1/2 1/2 1/2

    , entaoA A = I.

    Nota: Uma matriz A e ortogonal, se e somente se, A =A1.

    1.2.6 Medidas Relacionadas

    i) Determinante: Seja uma matriz quadrada A, entao, seu determinante e um escalar

    denotado por|A| e e definido por:

    |A| =k

    j=1

    (1)j+1 a1j|A1j| , k >1.

    em que a1j e o j-esimo elemento da primeira linha de A e A1j e a matriz obtida

    eliminando-se a primeira linha e a j-esima coluna de A.

    O resultado tambem e valido quando exclumos qualquer uma das outras linhas, ou

    seja

    |A| =k

    j=1

    (1)j+1 aij|Aij| , k >1, i= 1, 2, . . . , k .

    Exemplo: A=

    2 1 3 0

    1 1 2 22 0 3 3

    4 1

    1 2

    .

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    Eliminando-se a primeira linha:

    |A| = (1)1+1

    (2) 1 2 2

    0 3 31 1 2

    + (1)1+2 (1) 1 2 2

    2 3 34 1 2

    +(1)1+3 (3)

    1 1 2

    2 0 34 1 2

    + (1)1+4 (0)

    1 1 32 0 3

    4 1 1

    |A| = (1)2 (2) (9) + (1)3 (1) (21) + (1)4 (3) (23) + (1)5 (0) (17)

    |A| = 18 21 69 = 108.

    Eliminando-se a terceira linha:

    |A| = (1)2 (2) (18) + (1)3 (0) (30) + (1)4 (3) (2) + (1)5 (3) (22)

    |A| = 36 6 66 = 108.

    Casos especiais:a) k = 2:

    A =

    a11 a12

    a21 a22

    , |A| =a11a22 a12a21.

    Exemplo:

    A=

    1 3

    6 4

    , |A| = 1 4 3 6 = 14.

    b) k = 3:

    A =

    a11 a12 a13a21 a22 a23a31 a32 a33

    ,|A| = a21a32a13+a11a22a33+a12a23a31 a12a21a33 a13a22a31 a11a23a32.

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    Exemplo:

    A = 3 1 6

    7 4 52 7 1

    ,|A| = 10 + 12 294 7 48 + 105 = 222.

    Resultados

    (as matrizes A, Bsao tais que as inversas existam e os produtos sejam definidos)

    a)|A|=|A|,b) Se os elementos de uma linha (ou coluna) sao iguais a zero, entao,|A| = 0,c) Se duas linhas (ou colunas) sao iguais, entao,|A| = 0,d) Se A e nao singular, entao|A|= 1/|A1|, isto e|A||A1 = 1,e)|A B| =|A| |B|,

    f) c |A| = ck|A|,em que k e o numero de linhas (ou de colunas) de A,g)|I| = 1.

    Observacao: Para uma matriz Akk os resultados a seguir sao equivalentes

    i) A x= 0 x = 0,ii)|A| = 0,iii) Existe A1 tal que, A1A= I.

    ii) Rank: O rank de uma matrizAkk e dado pelo numero maximo de linhas (ou colunas)

    linearmente independentes (LI).

    Exemplos:

    A= 3 0 11 3 1

    4 3 4

    , rank(A) = 3,todas as colunas, ou linhas, de Asao LI.

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    B= 4 1 3

    1 4 5

    2 2 0 , rank(B) = 2,a primeira coluna de B e combinacao linear das demais.

    Notas:

    1) Uma matriz quadrada Akk e dita ser de posto completo se o seu rank for igual ao

    numero de colunas (nesse caso k),

    2) Uma matriz quadrada e de posto completo se, e so se, ela e nao singular,

    3) Nos exemplos acima, a matriz A e de posto completo, enquanto que, a matriz B

    nao e de posto completo.

    iii) Traco: Seja uma matriz quadrada Akk, entao o traco de A, denotado por tr(A), e

    dado pela soma dos elementos de sua diagonal principal

    tr(A=k

    i=1

    aii.

    Exemplos:

    A =

    3 0 11 3 14 3 4

    , tr(A) = 3 + 3 + 4 = 10.

    B = 4 1 3

    1 4 5

    2 2 0 , tr(B) = 8.Resultados

    a) tr(c A) = c tr(A),

    b) tr(A B) = tr(A)tr(B),c) tr(A B) = tr(B A),

    d) tr(B1 A B) = tr(A)

    e) tr(A A) =ki=1

    kj=1a

    2ij

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    1.2.7 Autovalores e Autovetores

    Considere a matriz A e os vetores u e v:

    A= 3 2

    1 0

    u=

    11

    v=

    21

    Entao, as transformacoes operadas por Aresultam em

    A u =

    3 21 0

    1

    1

    =

    51

    A v = 3 2

    1 0 2

    1 = 4

    2 = 2 v

    Representando as transformacoes graficamente temos:

    5 1 2 4

    x1

    1

    1

    2

    x2

    uv

    Au

    Av

    Figura 4: Transformacoes do tipo Ax.

    Tomando como foco as transformacoes lineares do tipo

    A x= x, com constante,

    temos transformacoes nas quais o vetor xtem seu tamanho expandido ou diminuido.

    Nota: Toda transformacao linear de Rn em Rm pode ser representada por uma matriz

    m n.

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    Por exemplo, A = 1 1

    1 2

    1 1 aplicada no vetor x= x1

    x2 resulta em A x =

    x1+x2

    x1+ 2x2

    x1 x2

    Definicoes:

    i) Autovetor: um autovetor de uma matriz Ak

    k e um vetor x, nao nulo, tal que

    A x= x, para algum escalar .

    ii) Autovalor: um escalar e chamado de autovalor de A se existe solucao nao trivialx

    paraA x= x.

    Notas:

    1) Os valorese x e sao chamados autovalor e autovetor asociado,

    2) Normamente, os autovetores sao dados na forma padronizada e, tal que ee=1, em que

    ee= x

    |x| = x

    xx .

    Considere a transformacao A x= x, entao temos

    A x x= (A I) x= 0.

    Calculando o deteminante, temos

    |A I| x= 0,

    que equivale a

    |A I| = 0.

    Nota: A equacao polinomial|A x I| = 0 e chamada funcao caracterstica. Destaforma, devemos obter os valores de que sao razes da funcao caracterstica.

    Resultado: Seja Akk uma matriz quadrada, entao existemk autovalores1, 2, . . . , k

    que satisfazem a equacao polinomial|A x I| = 0. Assim sendo, existem k autovetorese1, e2, . . . , ek associados.

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    Exemplos:

    i) Seja a matriz:

    A= 1 0

    1 3

    , entao

    |A I| = (1 ) 01 (3 )

    = (1 ) (3 ) = 03 4+2 = 0

    1=4 +

    16

    12

    2 = 3

    2=4 16 12

    2 = 1

    Portanto, os autovalores de Asao 1 = 3 e 2= 1.

    Para encontrar os autovetores associados devemos fazer:

    Autovetor e1 associado ao autovalor 1 = 3:A x1 = 1x1

    1 0

    1 3

    x11

    x12

    = 3

    x11

    x12

    x11= 3x11

    x11+ 3x12 = 3x12

    Do sistema acima temos que x11 = 0 e x12 pode ser um valor arbitrario, o qual

    sera considerado igual a 1. O primeiro autovetor e, portanto,x1= (0, 1).

    Padronizando o autovetor x1 temos

    e1= x1

    x1x1=

    0

    1

    .

    18

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    19/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Autovetor e2 associado ao autovalor 2 = 1:

    A x2=2x2

    1 0

    1 3

    x21

    x22

    =

    x21

    x22

    x21 = x21

    x21+ 3x22 = x22

    Da segunda equacao temosx21= 2x22. Tomandox22= 1, entao x21 fica igual ax21 = 2 e o segundo autovetor e, portanto, x 2= (2, 1).Padronizando o autovetor x2 temos

    e2= x2

    x2x2=

    15

    2

    1

    =

    2/5

    1/

    5

    .

    ii) Outro exemplo:

    A=

    3 4

    1 6

    , entao

    (3 ) 41 (6 )

    = 14 9+2 = 0

    1= 7

    2= 2

    Autovetor e1 associado ao autovalor 1 = 7: 3x11+ 4x12 = 7x11

    x11+ 6x12 = 7x12

    Do sistema acima temos que x11 = x12, portando, x1 = (1, 1) e,

    e1 =

    1/

    2

    1/

    2

    .

    Autovetor e2 associado ao autovalor 2 = 2: 3x21+ 4x22 = 2x21

    x21+ 6x22 = 2x22

    19

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Do sistema acima temos que x21 = 4x22, portando, x2 = (1, 1/4) e,

    e2= 4/

    17

    1/17 .1.2.8 Decomposicao Espectral

    Seja a matriz Akk, simetrica, entao Apode escrita por:

    A=k

    i=1

    ieiei.

    Exemplo:

    A=

    2.2 0.4

    0.4 2.8

    , entao

    1= 3, e1=

    1

    525

    ;

    2= 2, e2=

    2

    515

    .

    Logo,

    A = 3

    1/

    5

    2/

    5

    1

    5,

    25

    + 2

    2/

    5

    1/5

    2

    5, 1

    5

    =

    =

    3/5 6/5

    6/5 12/5

    +

    8/5 4/54/5 1/5

    =

    2.2 0.4

    0.4 2.8

    .

    Vamos definir uma matrizU, ortogonal, cujas colunas sao formadas pelos autovetorese1,

    e2, . . ., ek e, da mesma forma, uma matriz ortogonal V, tal que V= V, ou seja

    U =

    e1| e2| . . .| ek

    , e

    V = U =

    e1e2...

    ek

    .

    20

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    21/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Definindo, ainda, uma matriz diagonal formada pelos autovalores 1, 2, . . ., k, ou seja,

    = 1 0 00 2 0...

    ... . . .

    ...

    0 0 k

    ,

    podemos escrever

    A= U V ou A= U U.

    No caso 22, temos

    U=

    e1| e2

    e =

    1 0

    0 2

    .

    Desta forma, uma matriz A22 pode ser representada por

    A =

    e1| e2 1 0

    0 2

    e1e2

    = 1e1e1+2e2e

    2.

    Exemplo: No exemplo anterior temos

    A=

    2.2 0.4

    0.4 2.8

    , U=

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    e =

    3 0

    0 2

    .

    1.2.9 Matriz Definida Positiva

    Considere o produtoxAx. Como temos apenas termos quadraticosx2i e termos cruzados

    xixj, xA xrecebe o nome de forma quadratica.

    Se uma matriz Akk, simetrica, e tal que

    xA x> 0, x nao nulo,

    entao, dizemos que A e uma matriz definida positiva.

    Nota: Se uma matriz Akk e definida positiva, entao os seus autovalores sao todospositivos, isto e i > 0, i= 1, 2, . . . , k.

    21

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    22/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Exemplo: Considere a forma quadratica 6x21+ 4x1x2+ 3x22, entao

    xA x= x1 x2 6 22 3 x1x2 .Como 6x21+ 4x1x2+ 3x

    22>0, x = 0, entao, A=

    6 2

    2 3

    e definida positiva.

    Notas:

    1) Se xA x 0, x nao nulo, entao A e semi-definida positiva,2) Se xA x< 0, x nao nulo, entao A e definida negativa,

    3) Se xA x 0, x nao nulo, entao A e semi-definida negativa.Casos especiais:

    a) Matriz inversa: a inversa de uma matriz Akk, simetrica, pode ser obtida fazendo

    A1 =k

    i=1

    1

    ieie

    i,

    ou ainda,

    A1 =U 1U.

    b) Matriz raiz quadrada: a matriz raiz quadrada de uma matriz Akk, definida posi-

    tiva, e uma matriz tal que A1/2A1/2 = A, podendo ser obtida de

    A1/2 =k

    i=1

    ieie

    i,

    ou, equivalentemente,

    A1/2 =U1/2U,

    em que 1/2 e dada por

    1/2 =

    1 0 00

    2 0

    ... ...

    . . . ...

    0 0 k

    .

    22

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    23/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Outras relacoes envolvendo a matriz raiz quadrada sao apresentadas a seguir:

    A1/2 = (A1/2)1 =U1/2U;

    A1/2A1/2 =A1.

    Exemplo: Considere a matriz A=

    2.2 0.4

    0.4 2.8

    ,

    entao, U=

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    e =

    3 0

    0 2

    .

    Desta forma, fazendo 1/2

    =

    3 0

    0 2 , temosA1/2 =

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    3 0

    0

    2

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    A1/2 =

    (3+4

    2)

    5(2322)5

    (2322)5

    (43+

    2)

    5

    .

    A matriz A1/2 e a matriz raiz quadrada de Asendo que, de fato

    A1/2 A1/2 =

    (3+4

    2)

    5(2322)5

    (2322)5

    (43+

    2)

    5

    (3+4

    2)

    5(2322)5

    (2322)5

    (43+

    2)

    5

    =

    2.2 0.4

    0.4 2.8

    = A.

    Agora, fazendo 1/2 =

    1/

    3 0

    0 1/

    2

    , temos

    A1/2 =

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    1/

    3 0

    0 1/

    2

    1/

    5 2/

    5

    2/

    5 1/5

    A1/2 =

    153 + 452 253 252 253 2

    52

    453

    + 152

    ,sendo assim, teremos

    A1/2 A1/2 =16 2.8 0.20.2 2.2 = A1.

    23

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    24/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    1.2.10 Decomposicao em Valores Singulares

    Seja a matriz Amk uma matriz de valores reais. Existem matrizes Umm e Vkk,

    ortogonais, tais que

    A= UV,

    em que e uma matriz do tipo

    =

    Drr 0

    0 0

    mk

    , comr = posto de A,

    e D e uma matriz diagonal com os r valores singulares de A.

    A decomposicao em valores singulares pode ser expressa numa relacao matricial que

    depende do rankda matriz.

    Considerando m > k, entao, existem r constantes positivas, 1, 2, . . . , r, rautovetores

    u1, u2, . . . , ur, de dimensao m 1 e rautovetores v1, v2, . . . , vr, de dimensao k 1, tal que

    A=k

    i=1

    iuie

    i = UrrV

    r,

    em que Ur = [u1

    |u2

    | |ur] e Vr = [v1

    |v2

    | |vr], sao matrizes ortogonais e r e

    uma matriz diagonal do tipo

    r =

    1 0 00

    2 0

    ... ...

    . . . ...

    0 0 r

    .

    Nessa situacao, 1, 2, . . . , r e u1, u2, . . . , ur, sao pares de autovalores e autovetores de

    A A, obtidos de

    A Aui=iui,

    em que 1 > 2 > . . . > r >0, sao valores estritamente positivos.

    Os vetores vi, por sua vez, estao relacionados aos autovetores ui, i = 1, 2, . . . , r, pela

    relacao

    vi= 1

    iAiui.

    Alternativamente,vi, i= 1, 2, . . . , r, sao autovetores associados aos mesmos autovalores

    positivos 1 > 2 > . . . > r >0 de AA.

    24

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    25/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Desta forma, a decomposicao em valores singulares pode ser escrita pela expressao

    A= U V,

    com U, Ve dadas pelas relacoes acima.

    Exemplo: Seja A=

    4 8 8

    3 6 9

    , entao, A A e dada por

    A A =

    4 8 8

    3 6 9

    4 3

    8 6

    8 9

    =

    144 1212 126

    .

    Os autovalores de A A sao 1 = 150 e 2= 120 com autovetores associados,

    u1=

    2/5

    1/

    5

    e u2=

    1/

    5

    2/

    5

    ,

    respectivamente.

    Os vetores v1 e v2, por sua vez, sao obtidos de

    v1 = 1150

    4 38 68 9

    2/51/

    5= 1/

    30

    2/305/30

    v2= 1

    120

    4 38 68 9

    1/52/

    5

    =

    1/

    6

    2/

    6

    1/6

    .

    Assim sendo, a matriz Apode ser escrita como

    A = U V, ou seja,

    =

    2/5 1/5

    1/

    5 2/

    5

    150 0

    0

    120

    1/30 2/30 5/30

    1/

    6 2/

    6 1/6

    .

    = 4 8 8

    3 6 9

    25

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    26/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    2 Vetores aleatorios

    Aplicacoes das tecnicas multivariadas

    Alguns exemplos em Johnson & Wichern, 3a ed. medicina e saude; meio ambiente; sociologia; meteorologia; economia e negocios; geologia; educacao; psicologia; biologia; esportes.

    2.1 Vetores aleatorios

    Definicao:

    Um vetor X, dado por:

    X=

    X1

    X2..

    .Xp

    ,

    e um vetor aleatorio se X1, X2, . . . , X p forem variaveis aleatorias (vas).

    Nota: Da mesma maneira, uma matriz aleatoria e uma matriz cujos elementos sao

    variaveis aleatorias.

    Como um vetor aleatorio X e uma representacao generalizada para uma variavel aleatoria,

    aqui tambem iremos representa-lo por va.

    2.2 Valor esperado de um vetor aleatorio

    O valor esperado de um vetor aleatorio e dado por:

    E(X) =

    E(X1)

    E(X2)...

    E(Xp)

    ,

    em que E(Xi), i= 1, 2, . . . , p, e o valor esperado da i -esima va.

    26

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    27/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Propriedades:

    i) Sejam um va X e a um vetor de coeficientes lineares, entao a combinacao linear aX

    tem valor esparado

    E(aX) =aE(X).

    Se temos k combinacoes lineares com coeficientes dados pelas linhas da matriz Akp,

    entao:

    E(AX) =AE(X).

    Exemplos:a) Sejam X=(X1, X2, X3) e E(X)=(2, -1, 1). Se a=(4, 3, 3), entao

    E(aX) =

    4, 3, 3 21

    1

    = 8 3 + 3 = 8.b) Se temos k = 4 combinacoes lineares com coeficientes dados pela matriz

    A=

    2 1 1

    0.5 0 1

    1 2 1

    1 1 2

    entao E(AX) =

    2 1 10.5 0 1

    1 2 1

    1 1 2

    2

    11

    =

    4 + 1 + 1

    1 + 0 + 1

    2 2 + 12 1 + 2

    =

    6

    2

    1

    1

    .

    ii) Se Xe Ysao vetores alatorios com mesmas dimensoes, entao

    E(X + Y) =E(X) +E(Y).

    Ainda, seae bsao vetores de coeficientes lineares, entao a combinacao linearaX+bY

    tem valor esparado

    E(aX + bY) =aE(X) + bE(Y).

    27

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    28/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Nota: Normalmente o vetor de medias e denotado por , isto e,

    = E(X1)

    E(X2)...

    E(Xp)

    = 1

    2...

    p

    ,em que

    i=

    xi

    xifi(xi)dxi, sexi e contnua,

    xi

    xipi(xi), sexi e discreta,

    i= 1, 2, . . . , p.

    2.3 Matriz de variancias e covariancias de um va

    Pela definicao a matriz de variancias e covariancias de um va X, e dada por

    = Cov(X) =E[(X )(X )] =

    = E

    (X1

    1)

    (X2 2)...

    (Xp p)

    (X1 1), (X2 2), , (Xp p) =

    = E

    (X1 1)2 (X1 1)(X2 2) (X1 1)(Xp p)(X2 2)(X1 1) (X2 2)2 (X2 2)(Xp p)

    ... ...

    . . . ...

    (Xp p)(X1 1) (Xp p)(X2 2) (Xp p)2

    .

    Como podemos ver, cada termo de e da forma

    ij =E[(Xi i)(Xj j)] , i, j = 1, 2, . . . , p ,

    em que, ij =C ov(Xi, Xj) e, ii=V ar(Xi), logo,

    =

    11 12 1p21 22

    2p

    ... ... . . . ...

    p1 p2 pp

    .

    28

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    29/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Exemplo: Considere doisvasX1e X2 com a funcao de probabilidade conjunta represen-

    tada pela tabela (Johnson & Wichern, 3a ed., p. 71)

    x2x1 0 1 p1(x1)-1 0.24 0.06 0.300 0.16 0.14 0.301 0.40 0.00 0.40

    p2(x2) 0.80 0.20 1.00

    Calculando dos valores esperados:

    1 = x1

    x1p1(x1) = (1)(0.30) + (0)(0.30) + (1)(0.40) = 0.10

    2 =x2

    x2p2(x2) = (0)(0.80) + (1)(0.20) = 0.20

    Calculando as variancias e covariancias:

    11 = E

    (X1 1)2

    =x1

    (x1 0.1)2 p1(x1) =

    = (1 0.1)2(0.30) + (0 0.1)2(0.30) + (1 0.1)2(0.40) = 0.69

    22 = E

    (X2 2)2

    =x2

    (x2 0.2)2 p2(x2) =

    = (0 0.2)2(0.80) + (1 0.2)2(0.20) = 0.16

    12 = E[(X1 1)(X2 2)] =x1,x2

    (x1 0.1)(x2 0.2)p12(x12) =

    = (1 0.1)(0 0.2)(0.24) + (0 0.1)(0 0.2)(0.16) + (1 0.1)(0 0.2)(0.40) ++(1 0.1)(1 0.2)(0.06) + (0 0.1)(1 0.2)(0.14) + (1 0.1)(1 0.2)(0.00)

    = 0.08

    21 = E[(X2 2)(X1 1)] =12

    Desta forma, temos:

    = 0.10

    0.20 , = 0.69 0.08

    0.08 0.16 .

    29

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    30/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    2.4 Matriz de correlacoes de um va

    A correlacao entre duas vas Xi e Xj, i, j = 1, 2, . . . , p, e definida por

    Corr(Xi, Xj) =ij = ij

    ii

    jj.

    Assim sendo, a matriz de correlacoes do va e, portanto,

    =

    1 12 1p21 1 2p

    ... ...

    . . . ...

    p1 p2 1

    .

    Fazendo

    V= diag() =

    11 0 0

    0 22 0...

    ... . . .

    ...

    0 0 pp

    ,

    entao,

    V1/2 =

    11 0 0

    0

    22 0...

    ... . . .

    ...

    0 0 pp

    .

    Desta forma, podemos escrever:

    = (V1/2)1 (V1/2)1,

    ou ainda,

    = V1/2 V1/2.

    A matriz de covariancias, portanto, e dada pela seguinte relacao:

    = V1/2 V1/2.

    30

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    31/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Exemplos:

    a) Considerando o exemplo anterior, temos que

    V= diag() = 0.69 00 0.16

    ,e, portanto, a matriz de correlacao e dada por

    =

    1/

    0.69 0

    0 1/

    0.16

    0.69 0.080.08 0.16

    1/

    0.69 0

    0 1/

    0.16

    = 1 0.2408

    0.2408 1

    b) Considere um vetor aleatorio com matriz de covariancias

    =

    4 1 21 9 32 3 25

    .A matriz de variancias diagonal e dada por

    V= 4 0 00 9 0

    0 0 25

    ,e a matriz de correlacao, obtida de

    =

    1/2 0 00 1/3 00 0 1/5

    4 1 21 9 3

    2 3 25

    1/2 0 00 1/3 0

    0 0 1/5

    = 1 1/6 1/51/6 1 1/5

    1/5 1/5 1

    .Propriedades:

    a) Seja um vaXp1, com matriz de covariancias ppe sejaap1 um vetor de coeficientes

    lineares, entao a combinacao linear aXtem variancia dada por

    V ar(aX) = aCov(X)a

    = aa.

    31

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Se temos k combinacoes lineares com coeficientes dados pelas linhas da matriz Akp,

    entao, a matriz de covariancias dessas combinacoes lineares e calculada por

    Cov(AX) = ACov(X)A

    = AA.

    Exemplos:

    c) Conforme exemplo anterior, seja X=(X1, X2, X3) com

    Cov(X) =

    4 1 2

    1 9 32

    3 25

    .

    Se a=(4, 3, 3), entao

    Cov(aX) =

    4, 3, 3 4 1 21 9 3

    2 3 25

    43

    3

    = 388.d) Se temosk= 4 combinacoes lineares com coeficientes dados pela matriz

    A=

    2 1 1

    0.5 0 1

    1 2 1

    1 1 2

    entao:

    Cov(AX) =

    2 1 10.5 0 1

    1 2 11 1 2

    4 1 2

    1 9 32 3 25 2 0.5 1 1

    1 0 2 11 1 1 2

    Cov(AX) =

    60.0 36.5 21.0 45.0

    36.5 28.0 25.0 45.5

    21.0 25.0 61.0 50.0

    45.0 45.5 50.0 91.0

    .

    32

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Nesse caso, a matriz de correlacoes e dada por

    = 1.000 0.891 0.347 0.609

    0.891 1.000 0.605 0.9010.347 0.605 1.000 0.671

    0.609 0.901 0.671 1.000

    .

    Nota: Seja o va Xp1 e um vetor de constantes bp1, entao,

    Cov(X + b) =C ov(X) = .

    Ainda, se A e uma matriz de coeficientes k

    p e b um vetores de constantes k

    1,

    entao, as combinacoes lineares AX + b tem matriz de covariancias

    Cov(AX + b) =ACov(X)A=AA.

    2.4.1 Particionando um va

    O vetor aleatorio X pode ser particionado em grupos de variaveis de acordo com as suas

    naturezas. Por exemplo:

    i) Estudo do efeito da estrutura organizacional sobre a satisfacao no trabalho.

    X=

    X(1)

    X(2)

    =

    X(1)1X

    (1)2

    X(1)3

    X(1)4X

    (1)5

    X(2)1X

    (2)2

    X(2)

    3

    X(2)4X

    (2)5

    X(2)6X

    (2)7

    =

    feedback/retorno

    siginificancia das tarefas

    variedades das tarefas

    identificacao com as tarefas

    autonomia

    satisfacao com a supervisao

    satisfacao com o futuro da carreira

    satisfacao financeirasatisfacao com a carga de trabalho

    identificacao com a companhia

    satisfacao com o tipo de trabalho

    satisfacao geral

    No exemplo acima, sao dois os grupos de variaveis: X(1): caractersticas do trabalho e

    X(2): medidas da satisfacao do funcionario.

    33

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    34/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    ii) Medidas de ossos de frangos num estudo antropometrico das aves.

    X=

    X(1)

    X(2)

    X(3)

    =

    X1 = X(1)1

    X2 = X(1)2X3 = X

    (2)1

    X4 = X(2)2

    X5 = X(3)1

    X6 = X(3)2

    =

    extensao do cranio

    largura do craniocomprimento do femur

    comprimento da tbia

    comprimento do umero

    comprimento da ulna

    Nesse outro exemplo, temos tres grupos de variaveis: X(1): medidas da cabeca; X(2):

    medidas das patas; X(3): medidas das asas.

    Particao do vetor de medias:

    Seja o vetor aleatorio particionado em dois grupos X(1) e X(2) com qe (p q) variaveis,respectivamente

    X=

    X(1)

    X(2)

    Entao, o vetor de medias deve acompanhar a particao,

    E(X) = E(X(1))

    E(X(2))

    =

    (1)

    (2)

    ,

    em que,

    (1) =

    (1)1

    (1)2...

    (1)q

    e (2) =

    (2)1

    (2)2...

    (2)pq

    .

    Particao da matriz de covariancias:

    Considere, ainda, a mesma particao X(1) e X(2) do vetor aleatorio X, entao a matriz de

    covariancias pode ser escrita na forma

    =

    11 12

    21 22

    34

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    em que ij = (X(i) (i))(X(j) (j)), i, j = 1, 2.

    Notas: Assim sendo, temos

    i) 11 = cov(X(1));

    ii) 22 = cov(X(2));

    iii) 12 = cov(X(1), X(2)), e a matriz de covariancias entre os componentes de X(1) e X(2),

    sendo que 12 nao e necessariamente simetrica, nem quadrada;

    iv) 21 = 21.

    De fato, pode ser calculada por:

    = E[(X )(X )] =

    = E

    (X(1) (1))(X(2) (2))

    (X(1) (1)) (X(2) (2))

    =

    = E (X(1) (1))(X(1) (1)) (X(1) (1))(X(2) (2))(X(2) (2))(X(1) (1)) (X(2) (2))(X(2) (2))

    .

    Calculando a matriz de correlacoes:

    A matriz decorrelacoes deve ser calculada da mesma forma como no caso anterior levando

    em conta, agora, a particao de X.

    Definindo:

    V11 = diag(11)

    e

    V22 = diag(22)

    temos que a matriz variancias-diagonal e particionada por

    V=

    V11 0

    0 V22

    .

    35

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    As correlacoes dos grupos X(1) e X(2) sao calculadas pelas expressoes

    11 = V1/211 11V

    1/211

    22 = V1/222 22V

    1/222 .

    A correlacao entre os grupos, dada pela matriz 12, por sua vez, e dada por

    12 = V1/211 12V

    1/222 .

    Essas expressoes podem obtidas diretamente do produto das matrizes e V particiona-

    das, isto e,

    = V1/2 V1/2 = V1/211 00 V

    1/222

    11 1221 22

    V1/211 00 V

    1/222

    =

    V

    1/211 11 V

    1/211 12

    V1/222 21 V

    1/222 22

    V

    1/211 0

    0 V1/211

    = V1/211 11V

    1/211 V

    1/211 12V

    1/222

    V1/222 21V1/211 V1/222 22V1/222 =

    11 12

    21 22

    Exemplo: Sejam as vasX1, X2, X3, X4, X5 tal que

    X(1)

    = X1

    X2X3

    e X(2) = X4X5 .Conhecendo

    =

    25 1 2 4 11 9 3 2 02 3 4 1 14 2 1 9 6

    1 0

    1 6 16

    ,

    36

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    temos que as matrizes de covariancias sao

    11 = 25 1 2

    1 9 32 3 4

    , 22= 9 66 16 e 12 = 4 1

    2 01 1

    .

    Desta forma, as matrizes de correlacoes dos grupos e entre grupos sao

    11 =

    1/5 0 0

    0 1/3 0

    0 0 1/2

    25 1 2

    1 9 3

    2 3 4

    1/5 0 0

    0 1/3 0

    0 0 1/2

    =

    1 1/15 2/10

    1/15 1 1/2

    2/10 1/2 1

    ,

    22 =

    1/3 0

    0 1/4

    9 6

    6 16

    1/3 0

    0 1/4

    =

    1 1/2

    1/2 1

    ,

    12 =

    1/5 0 0

    0 1/3 0

    0 0 1/2

    4 1

    2 01 1

    1/3 0

    0 1/4

    =

    4/15 1/202/9 0

    1/6 1/16

    .

    A matriz de correlacoes global, e, portanto, dada por:

    =

    1 1/15 1/5 4/15 1/201/15 1 1/2 1/9 0

    1/5 1/2 1 1/12 1/16

    4/15 1/9 1/12 1 1/2

    1/20 0 1/16 1/2 1

    .

    37

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    3 Distribuicoes Multivariadas

    3.1 Distribuicao Exponencial Bivariada (ACBVE)

    Definicao:

    Um vetor X = (X1, X2) tem distribuicao exponencial bivariada absolutamente contnua

    (ACBVE) de Block & Basu (1974), se sua densidade conjunta for:

    f(x1, x2) =

    1(2+12)

    1+2exp {1x1 (2+12)x2} , 0< x1 < x2,

    2(1+12)1+2

    exp {(1+12)x1 2x2} , x1 > x2>0,

    em que = 1+2+12.

    Notacao: (X1, X2) ACBV E(1, 2, 12).Considerando =

    1 0

    12 2 , x= x1

    x2 e 1= 1

    1 , temosx 1=

    x1 x2

    1 012 2

    1

    1

    = 1x1+ (2+12)x2 e

    x1 = (1+12)x1+2x2.

    Logo, na notacao matricial,

    f(x1, x2) =

    1(2+12)

    1+2exp {x 1} , x1 < x2,

    2(1+12)

    1+2exp {x1} , x1 > x2,

    38

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Notas:

    1) Existem expressoes paraE(X1), E(X2), V ar(X1), V ar(X2) eCov(X1, X2). Por exemplo

    E(X1) = 1(1+12)

    + 212(1+2) (1+12)

    ,

    Cov(X1, X2) = (11+

    22)12+12

    212

    2 (1+2) (1+12) (2+12).

    2) min(X1, X2) Exponencial(), com = 1+2+12.Exemplo: Assumindo que 1 = 1/2, 2 = 1/4 e 12 = 1/20, temos

    f(x1, x2) =

    425

    exp1

    2x1 310x2

    , 0< x1< x2,

    1175

    exp11

    20x1 14x2

    , x1> x2>0.

    Ainda, E(X1) =245

    132= 1.856 e Cov(X1, X2) =

    1025

    6336= 0.1618.

    3.2 Distribuicao Normal Multivariada

    Caso univariado:

    f(x) = 1

    2exp

    (x )

    2

    22

    , < x < , < < e >0.

    em que, e a media da distribuicao e 2 a sua variancia.

    Notacao: X N(, 2).Algumas probabilidades associadas com o modelo normal univariado:

    P( X +) = 0.68,P( 2 X + 2) = 0.95.

    Podemos escrever o expoente

    x

    2da seguinte forma

    x

    2 = (x )(2)1(x ).39

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Se Xp1 e um va, esse termo pode ser generalizado pela notacao matricial

    (x )1 (x ),

    em que x e o vetor de observacoes multivariado, e o vetor de medias e e a matriz de

    covariancias.

    Figura 5: Grafico da normal univariada com media e desvio padrao .

    Assim sendo, a fdp de um va Xcom distribuicao normal multivariada e dada por

    f(x) = 1

    (2)p/2 ||1/2 exp

    1

    2(x )1 (x )

    , < xi< , i= 1, 2, . . . , p .

    Notacao: X Np(, ).Exemplo: Normal bivariada X N2(, ),

    =

    1

    2

    =

    11 12

    12 22

    .

    40

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Desta forma, temos

    |

    |=1122

    212 e

    1 = 1

    (1122 212) 22 1212 11 .

    Como = 12= 12

    1122, entao, 12 =

    1122, logo

    1 = 1

    1122(1 2)

    22 1122

    1122 11

    .

    Resultado:

    O produto xA x, com Asimetrica, e conhecido como forma quadratica. No caso 2 2temos

    xA x =

    x1 x2

    a bb c

    x1

    x2

    = (a x1+b x2) (b x1+c x2) x1

    x2 = a x21+ 2b x1x2+c x

    22.

    Desta forma

    (x )1 (x ) =

    = (x1 1) (x2 2) 1

    x1 1x2 2

    = 22(x1 1)2 +11(x2 2)2 21122(x1 1)(x2 2)

    1122(1 2)

    = 1

    (1 2)

    x1 1

    11

    2+

    x2 2

    22

    2 2

    x1 1

    11

    x2 2

    22

    .

    41

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    42/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Portanto, a densidade normal bivariada conjunta de X1 e X2 e dada por

    f(x1, x2) = 1

    (2)1122(1 2) exp 1

    2(1 2) x1 111

    2

    + x2 222 2

    2

    x1 111

    x2 2

    22

    .

    Se X1 e X2 foram independentes, entao = 0 e

    f(x1, x2) = 1

    (2)

    1122exp

    1

    2

    x1 1

    11

    2+

    x2 2

    22

    2.

    Exemplo: Considere uma distribuicao normal bivariada centrada no 0= (0,0) e com

    =

    2 1

    1 8

    , entao = 1/4,|| = 15 e

    f(x1, x2) = 1

    (2)

    15exp

    1

    2(15/16)

    x1

    2

    2+

    x2

    8

    2 21

    4

    x1

    2

    x2

    8

    f(x1, x2) = 1

    (2)

    15exp

    815

    x212

    +x22

    8 x1x2

    8

    .

    Ainda, se X1 e X2 foram independentes, com =

    2 0

    0 8

    , entao = 0 e a densidade

    conjunta e dada por

    f(x1, x2) =

    1

    (8) expx214 x2216f(x1, x2) =

    12

    2

    exp

    x

    21

    4

    12

    8

    exp

    x

    22

    16

    f(x1, x2) = f(x1)f(x2).

    Como podemos perceber, X1

    N(0, 2) e X2

    N(0, 8).

    42

  • 7/22/2019 Teoria_Matrizes Apostila

    43/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    3.2.1 Contornos da Normal Bivariada

    Considere a densidade normal bivariada

    f(x) = 1

    (2)||1/2 exp1

    2(x )1 (x ) , < xi< , i= 1, 2, . . . , p .

    Fazendo f(x) constante igual a h, temos que

    2 ||1/2 h = exp

    12

    (x )1 (x )

    ,

    2log(2 ||1/2 h) = (x )1 (x ).

    Com c2 = 2 log(2 ||1/2 h), entao

    (x )1 (x ) =c2,

    ou seja, os contornos dados por f(x) =h, sao elipses.

    Exemplo: Seja o vetor (X, Y) com distribuicao normal bivariada com vetor de medias

    = 5

    2 e matriz de covariancias = 2.5 2.0

    2.0 3.2 .

    Figura 6: fdp

    conjunta de X e Y, na presenca de correlacao

    Entao,|| = 2.5 3.2 (2.0)2 = 4 e a correlacao entreX e Y e = 22.5 3.2 =

    0.5.

    43

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    44/53

    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Portanto, a f dpconjnunta de X e Y e da forma

    f(x, y) =

    1

    4 exp(x 5)22.5 (y 2)23.2 +(x 5)(y 2)2 Considerando, agora, a situacao de independencia, a matriz de covariancias e dada por

    =

    2.5 0

    0 3.2

    . Desta forma, = 0,|| = 8 e a f(x, y) e dada por

    f(x, y) = 1

    4

    2exp

    (x 5)

    2

    5 (y 2)

    2

    6.4

    A seguir apresentamos os contornos nas duas situacoes, nas quais podemos verificar a

    diferenca de comportamento dasf dps. No primeiro caso, com uma alta correlacao, verifica-

    mos uma inclinacao dos eixos das elipses em relacao aos eixos das coordenadas. No segundo

    caso, entretanto, os eixos das elipses sao paralelos aos eixos das coordenadas.

    Figura 7: Contornos da distribuicao normal bivariada para = 0.5 e = 0, respectiva-mente

    Notas:

    1) Os valores de xtais que (x )1 (x ) =c2 sao elipsoidescentrados em ;2) Os eixos dos elipsoides estao nas direcoes dos autovetores de 1 e os seus

    comprimentos sao proporcionais aos autovalores de 1;

    3) Os elipsoides podem, ainda, serem determinados pela decomposicao espectral de : se

    e definida positiva, 1

    existe e

    e= e = 1e= 1

    e,

    44

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    ou seja, o par (,e) de autovalor e autovetor de , corresponde ao par (1/,e) de 1.

    Exemplo: No exemplo acima, com =

    2.5 2.0

    2.0 3.2

    , tem-se:

    1= 4.880, e1 = (0.6432, 0.7656) e 2= 0.819, e2 = (-0.7656, 0.6432).

    Desta forma, assumindo c2 = 1, o eixo principal da elipse formada tem comprimento

    c

    1 = 2.209 e o eixo secundario tem comprimento c

    2 = 0.905.

    Figura 8: Contorno da normal bivariada

    45

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    3.2.2 Propriedades

    Seja Xum v.a. com distribuicao normal Np(; ), entao

    i) combinacoes lineares de Xsao normalmente distribudos;

    ii) subconjuntos de componentes deXtem distribuicoes marginais normais, multivariadas

    quando for o caso;

    iii) as distribuicoes condicionais dos componentes de Xsao normais, multivariadas quando

    for o caso;

    iv) se a covariancias de componentes de Xfor igual a zero, entao, os componentes corres-

    pondentes sao independentes.

    Exemplo: Considere a combinacao linear Y = a X = a1X1+ a2X2+ . . .+apXp. Como

    E(Y) = aE(X) e V ar(Y) =aV ar(X) a, entao

    Y N(a ; a a).Se a= (1, 0, 0, ..., 0), entao

    Y =aX=

    1 0 0

    X1X2

    ...

    Xp

    =X1,

    desta forma, temos que

    E(Y) = a = 1 0 0

    1

    2

    ...p

    =1,

    V ar(Y) = aa =

    1 0 0

    11 12 1p12 22 2p

    ... ...

    . . . ...

    1p 2p pp

    1

    0...

    0

    =

    = 11 12 1p 1

    0...

    0

    =11.46

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Do resultado acima, segue-se que as distribuicoes marginais de Xi, i = 1, 2, . . . , p, sao

    normais, ou seja

    Xi N(i;ii).No caso em que se temk combinacoes lineares dadas pelas linhas da matriz Akp, entao

    Y= A Xtem distribuicao normal

    Y Nk(A ; A A).Notas:

    1) Y= A X+ c, entao Y

    Nk(A + c; A A

    );

    2) As marginais de Ytambem sao normais.

    Exemplos:

    a) Seja X N3(; ) e seja a matriz de combinacoes lineares A, dada porA =

    1 1 00 1 1

    ,

    Y = A X=

    X1 X2X2

    X3

    .

    O valor esperado e a matriz de covariancias de Ysao

    E(Y) =

    1 22 3

    e

    V ar(Y) =

    11+22 212 12+23 22 1312+23 22 13 22+33 223

    .

    b) Considere a particao de X

    X=

    X

    (1)q1

    X(2)(pq)1

    , com =

    1

    2

    e =

    11 12

    21 22

    .

    Entao:

    X(1)

    Nq(1; 11) e

    X(2) N(pq)(2; 22)No 1 grupo, fazendo A= Iqq 0q(pq) qp

    , da o resultado segue direto.

    47

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    Portanto, podemos selecionar componentes de X, ou combinacoes lineares de compo-

    nentes, escolhendo convenientemente a matriz de coeficientes A.

    Se X N5(; ) e se X(1) = (X2, X4), entao:X(1) N2 24

    ;

    22 24

    24 44

    .

    Nesse caso, a matriz de coeficientes A e da forma

    A=

    0 1 0 0 0

    0 0 0 1 0

    .

    Considere um vetor aleatorio X com distribuicao normal multivariada. Os resultados

    a seguir definem as condicoes, segundo as quais, variaveis com correlacao nula equivale a

    independencia estatstica.

    i) Se os vetores (X1)q11 e (X2)q21 sao independentes, entao Cov(X1, X2) = 0q1q2;

    ii) Se

    X1

    X2

    Nq1+q2

    X1

    X2

    ;

    11 12

    12 22

    ,

    entao X1 e X2 sao independentes se, e somente se, 12 = 0.

    iii) Se X1 e X2 sao independentes e normalmente distribudos, com densidades conjuntas

    X1 Nq1(1; 11) e X2 Nq2(2; 22), entao X1

    X2

    Nq1+q2

    X1

    X2

    ;

    11 0

    0 22

    .

    Exemplos:

    a) Seja X N3(; ) com = 4 1 01 3 0

    0 0 2

    .De conclui-se que:

    - X1 e X2 nao sao independentes;

    - X1 = X1

    X2 e X3 sao independentes, pois 12 = 0

    0 , o que implica que X3e independente de X1 e tambem de X2;

    48

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    b) Seja X

    N3(; ) com =

    3

    11

    e =

    3 1 1

    1 1 01 0 2

    .

    i) Sea = (1, 1, 1), a combinacao linearY =aX= X1+X2+X3tem media e variancia

    a= 3 e a a= 6, ou seja, Y N(3; 6).ii) As variaveisX2 e X3 sao independentes.

    iii) Se A=

    1 1 10 1 10 1/2 1/2

    , entao

    A = 310

    , A A= 6 3 3/23 3 1/23/2 1/2 3/4

    eA X N(A ; A A).

    c) Seja X= (X1, X2, X3, X4, X5), com matriz de covariancias

    =

    2 1 0 0 4

    1 9 0 0 10 0 4 2 00 0 2 8 0

    4 1 0 0 3

    , indicar quais os grupos de variaveis independentes:

    i) Reordenando a 5a coluna de imediatamente apos a 2a, temos

    =

    2 1 4 0 0

    1 9 1 0 00 0 0 4 2

    0 0 0 2 8

    4 1 3 0 0

    ,

    ii) Fazendo o mesmo com a 5a linha, o resultado final e

    =

    2 1 4 0 0

    1 9 1 0 04 1 3 0 00 0 0 4 2

    0 0 0 2 8

    .

    Desta forma, verifica-se que os grupos de variaveisX1 = (X1, X2, X5) e X2= (X3, X4)

    sao independentes.

    49

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    3.2.3 Distribuicao normal condicional

    Seja X

    Np(; ), em que

    =

    1

    2

    e =

    11 12

    21 22

    , com |22| >0,

    entao, a distribuicao condicional de X1|X2 = x2 e normal com vetor de medias e matriz decovariancias dados por

    E(X1|X2) = 1|2 = 1+ 12122 (x2 2) ,

    V ar (X1|X2) = 11|2 = 11 12122 21.

    O caso bivariado:

    X=

    X1

    X2

    N2(; ) em que = 12

    e =

    11 12

    21 22

    ,

    entao: X1|X2=x2

    N(1|2 ; 11|2), em que

    1|2=1+ 12

    22(x2 2) e 11|2 = 11 212

    22.

    Prova: Da teoria de probabilidades, temos que a densidade condicional de X1|X2 e dadapor f(x1|x2) =f(x1, x2)/f(x2), nesse caso, temos que

    f(x1|x2) =(2)1 ||1/2 exp

    1

    2(12)(x )1 (x )

    (2)1/2 (22)1/2 exp12

    x2222

    2

    =

    (2)1/2 ||1/2 exp

    12(12)

    x11

    11

    2+

    x2222

    2 2

    x11

    11

    x22

    22

    (22)1/2 exp

    1

    2

    x22

    22

    2

    50

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    = (2)1/2 ||1/2

    (22)1/2 exp

    1

    2(1 2)

    x1 1

    11

    2+

    x2 2

    22

    2

    2

    x1 111

    x2 2

    22

    +

    1

    2

    x2 2

    22

    2

    Completando o quadrado dex1 1

    11

    2 2

    x1 1

    11

    x2 2

    22

    com 2

    x2 222

    2, temos

    (x1 1)

    11 (x2 2)

    22

    2 2

    x2 2

    22

    2=

    =

    1

    11 x1 1 1122 (x2 2)2

    2x2 222

    2

    .

    Como = 12

    1122, entao

    1122

    =1222

    , que, substitudo na expressao anterior resulta

    1

    11

    x1

    1+

    1222

    (x2 2)2

    2

    x2 222

    2,

    e, segundo a notacao adotada, a expressao acima pode ser escrita por

    1

    11

    x1 1|2

    2 2x2 222

    2.

    Retornando ao exponente da expressao inicial, temos que

    12(1 2)

    x1 1|2

    211

    2

    x2 222

    2+

    x2 2

    22

    2+

    1

    2

    x2 2

    22

    2=

    51

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    = 12(1 2)

    x1 1|2

    211

    +

    1 2x2 222

    2+

    1

    2

    x2 2

    22

    2

    = 12

    x1 1|2

    2(1 2)11 .

    E facil verificar-se que (1 2) 11 = 11 212

    22=1|2, logo, a expressao inicial e escrita por

    f(x1|x2) = 1

    (2)||1/2 (22)1/2

    exp

    x1 1|22

    21|2

    .

    Mostra-se, finalmente, que||1/2 (22)1/2 = (1122 212)1/2 (22)1/2 = 11 21222

    ,

    portanto

    f(x1|x2) = 1(2)

    1|2

    exp

    x1 1|22

    21|2

    ,

    o que conclui a prova.

    Exemplos:

    i) Seja o vetor aleatorio X = (X1, X2, X3, X4), particionado por X1 = (X1, X2) e

    X2 = (X3, X4), com distribuicao normal

    X

    N4

    1

    11

    1

    ;

    4 2 1 1

    2 9 0 4

    1 0 3 2

    1 4 2 4

    .

    Encontrar a distribuicao de X1|X2 =

    1

    1

    .

    Temos que 22=

    3 2

    2 4

    , logo 122 =

    1/2 1/41/4 3/8

    , assim

    1|2= 11 + 1 10 4 1/2 1/41/4 3/8 11 11

    52

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    Teoria de Matrizes para Estatstica

    1|2 =

    1

    1

    +

    1/2

    2

    2

    0

    =

    1.5

    3.0

    11|2 =

    4 2

    2 9

    1 1

    0 4

    1/2 1/41/4 3/8

    1 0

    1 4

    =

    4 2

    2 9

    3/8 1/2

    1/2 6

    =

    3.625 1.5

    1.5 3.0

    PortantoX1|X2=

    1

    1

    N2 1.53.0

    ;

    3.625 1.5

    1.5 3.0

    .

    ii) Seja X=

    X1

    X2

    N2

    1

    1

    ;

    4 2

    2 6

    ,

    encontrar as distribuicoes de X1|X2= 2 e X2|X1 = 0.

    a) 1|2= 1 +2

    6(2 + 1) = 2,

    11|2 = 4 22

    6 =

    10

    3,

    logo, X1|X2= 2 N[ 2 ; 10/3 ]b) 2|1= 1 +

    2

    4(0 1) =1

    2,

    22|1 = 6 22

    4 = 5,

    logo, X2|X1= 0 N[ 0.5 ; 5 ]