Teoria Da Subversão Da Sociedade Em Tomas Schuman

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Teoria da Subversão da Sociedade em Tomas Schuman Muitas são as teorias sobre a organização da sociedade e basicamente todas relacionam o “sujeito individual” com o meio social ao qual pertence, porém cada cientista social ou sociólogo apresenta esta relação apontando perspectivas e maneiras diferentes. Esta relação constitui-se por si só como o elo organizacional necessário para manutenção de uma convivência pacífica entre todos. Para o francês Émile Durkheim (1858 – 1917), fundador da escola francesa de Sociologia, “a sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo de certas regras, normas, costumes e leis que asseguram sua perpetuação. Essas regras e leis independem do indivíduo e pairam acima de todos, formando uma consciência coletiva que dá o sentido de integração entre os membros da sociedade. Elas se solidificam em instituições, que são a base da sociedade e que correspondem, nas palavras de Durkheim, a toda crença e todo comportamento instituído pela sociedade”.<!--[if ! supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--> Numa definição simplista do termo, Sociedade significa grupo de pessoas que dividem o mesmo espaço geográfico e compartilham características culturais, costumes, filosofias religiosas, moeda, idioma, tradições, hábitos, classe social, normas e leis. Sendo organizada pelas instituições, cada qual responsável por um determinado setor, a sociedade segue seu caminho sem muitas vezes perceber o verdadeiro interesse destas instituições e qual realmente é a organização que estas procuram incentivar e aplicar. Segundo Yuri A. Bezmenov (1939 – 1997), conhecido como Tomas Schuman, ex-agente da KGB, em português CSE, Comitê de Segurança do Estado, principal organização de serviços secretos da União Soviética entre 1954 e 1991 e que tinha como interesse maior a implantação do comunismo a nível planetário, a sociedade vem ao longo do tempo passando por um grave processo de desmoralização por meio da prática da subversão justamente para que adira à implantação de um sistema político unificador, que grosso modo soa como algo bom, porém numa análise mais apurada percebe-se o quão prejudicial seria se a humanidade estivesse sob o comando de um único governo e de uma única

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Teoria da Subverso da Sociedade em Tomas Schuman

Muitas so as teorias sobre a organizao da sociedade e basicamente todas relacionam o sujeito individual com o meio social ao qual pertence, porm cada cientista social ou socilogo apresenta esta relao apontando perspectivas e maneiras diferentes. Esta relao constitui-se por si s como o elo organizacional necessrio para manuteno de uma convivncia pacfica entre todos. Para o francs mile Durkheim (1858 1917), fundador da escola francesa de Sociologia, a sociedade sempre prevalece sobre o indivduo, dispondo de certas regras, normas, costumes e leis que asseguram sua perpetuao. Essas regras e leis independem do indivduo e pairam acima de todos, formando uma conscincia coletiva que d o sentido de integrao entre os membros da sociedade. Elas se solidificam em instituies, que so a base da sociedade e que correspondem, nas palavras de Durkheim, a toda crena e todo comportamento institudo pela sociedade.[1] Numa definio simplista do termo, Sociedade significa grupo de pessoas que dividem o mesmo espao geogrfico e compartilham caractersticas culturais, costumes, filosofias religiosas, moeda, idioma, tradies, hbitos, classe social, normas e leis. Sendo organizada pelas instituies, cada qual responsvel por um determinado setor, a sociedade segue seu caminho sem muitas vezes perceber o verdadeiro interesse destas instituies e qual realmente a organizao que estas procuram incentivar e aplicar. Segundo Yuri A. Bezmenov (1939 1997), conhecido como Tomas Schuman, ex-agente da KGB, em portugus CSE, Comit de Segurana do Estado, principal organizao de servios secretos da Unio Sovitica entre 1954 e 1991 e que tinha como interesse maior a implantao do comunismo a nvel planetrio, a sociedade vem ao longo do tempo passando por um grave processo de desmoralizao por meio da prtica da subverso justamente para que adira implantao de um sistema poltico unificador, que grosso modo soa como algo bom, porm numa anlise mais apurada percebe-se o quo prejudicial seria se a humanidade estivesse sob o comando de um nico governo e de uma nica forma de pensar e fazer poltica. O absolutismo poltico traria consequncias diversas sociedade e uma delas seria a relativizao de valores e princpios, algo j utilizado por meio da prtica subversiva. Os prprios russos sofreram durante dcadas com uma forma de governo absolutista, contrria ao comunismo, exercida pelos czares, detentores do poder e opressores da sociedade. Foi justamente este absolutismo poltico, escravista e opressor, que foi o grande estopim originador da grande Revoluo Russa que teve seu auge em 1917. Os russos empobrecidos pela m industrializao do pas e pela obrigatoriedade do pagamento de altas taxas aos czares encontravam na agricultura uma das nicas possibilidades de sobrevivncia. Considerando que a Rssia boa parte do ano fica submersa em neve percebe-se que a prtica agrcola, sem meios mecanizados eficientes, no seja talvez to abundante e considerando tambm que os homens foram recrutados para o combate despreparado na guerra russo-japonesa visando a conquista territorial da Coria e da Manchria em 1904 e 1905, o pas tenha empobrecido ainda mais devido aos altos investimentos financeiros exigidos por uma guerra, alm do enfraquecimento da mo de obra no campo. Numa palestra concedida aos acadmicos da Summit University, em Los Angeles, EUA, em 1983, Schuman relata as estratgias e tticas aplicadas pela Unio Sovitica em pases alvo visando a implantao comunista. Mesmo sendo datados de aproximados 30 anos desde sua palestra, Schuman e seu relato so atuais e para constatar a veracidade disto basta que seja feita uma detalhada leitura dos fatos que permeiam a sociedade. De acordo com Schuman a real prtica subversiva sovitica est longe de se resumir ao conceito de subverso mencionado nos dicionrios ou nos filmes de Hollywood que sempre envolvem romantismo e mega produes com efeitos especiais na destruio de gigantescas pontes e prdios. Na verdade a prtica da subverso no dicionrio sovitico significa sempre uma atitude agressiva visando destruir o pas, a nao e o espao geogrfico do inimigo manipulando termos que definem certos atos, o que possibilita a estes atos a proteo da lei causando a prtica indiscriminada de algumas atitudes. Schuman afirma: ns achamos que o subversor uma pessoa que explodir nossas lindas pontes. Na verdade o subversor um estudante que vem para intercambio, um diplomata, um ator, um jornalista, um artista. Subverso uma via de duas mos. Schuman afirma isto justificando que a prtica subversiva precisa do consentimento do pas a ser subvertido. Tem-se o Japo como exemplo de uma impossibilidade de subverso, justamente porque o agente subversivo, ou seja, outra nao defendendo seus interesses no encontrou no pas japons um alvo que respondesse s suas tentativas. Durante anos, sendo antes do sculo XX uma sociedade fechada, o Japo no permitiu a entronizao de outras culturas em seu territrio com o objetivo de preservar sua identidade, isto , sua cultura, ideologia, tradio e valores.O que se pode perceber at aqui que a prtica subversiva defendida pelos soviticos muito mais intelectual do que corporal, mesmo porque Schuman afirma que a subverso sovitica tem como principio a filosofia de Sun Tsu que apresenta a batalha em campo na tentativa de implantao de uma poltica estatal, ou melhor, numa guerra, ser a coisa mais ineficiente e contraprodutiva a se fazer. Segundo Sun Tsu a mais alta arte da guerra no chegar a lutar, mas sim subverter qualquer coisa de valor no pas do seu inimigo at o ponto em que este no o interprete mais como inimigo e que o seu sistema, civilizao e ambies se tornem para ele uma alternativa, se no desejvel, mas ao menos factvel, ou seja, se no for dele por vontade, deve ser pelo menos por esta se constituir em sua nica opo. Com isso conclui-se que o objetivo principal da subverso a dominao do inimigo sem a necessidade de se disparar se quer um tiro.A prtica da subverso se resume basicamente em infiltrar por meios legais e a longo prazo uma determinada cultura como meio de dominao e manipulao de uma determinada sociedade. O primeiro passo dado pela prtica subversiva o processo de desmoralizao social que demora de 15 a 20 anos para ser concludo, por ser este o perodo necessrio para se educar uma gerao, ou seja, formar sua mente, ideologia e personalidade por meio da infiltrao de propagandas, materiais didticos elaborados de acordo com o pensamento a ser implantado, entre outros. E tudo isto levado at s pessoas por meio de instituies principais como sistema educacional e mdia, componentes do grande balaio de instituies que nada mais so que os espaos onde a opinio pblica formada. A subverso assim como o jud, afirma Schuman, se utiliza do movimento contrrio do adversrio como ttica de defesa. Quando serei atingido por algum ser muito contraprodutivo, diz Schuman, tentar parar o seu golpe. O mais adequado e sensato que se tire o rosto da frente e agarre o brao do agressor puxando-o com mais fora na direo em que estava indo. Desta maneira tambm age a subverso, utilizando-se dos integrantes de uma determinada sociedade, opositores, por exemplo, a sua forma de estratificao, os subversores conseguem impulsionar esta desconformidade e insatisfao, a seu favor, implantando suas ideias e angariando um grande nmero de adeptos facilitando consideravelmente a total subverso social.Alm da Educao, que deve manipular o processo de ensino aprendizagem conduzindo os alunos a aprenderem algo que no seja produtivo e eficiente, ou seja, que distraia os estudantes e no os faa pensar sobre a realidade, existem tambm outras reas submetidas prtica da subverso. Uma delas a Religio que segundo os subversores deve ser manipulada, fragmentada e at mesmo destruda, o que explica a quantidade de igrejas que se dividem dentro de uma nica filosofia religiosa e tambm a existncia de uma enorme quantidade de seitas que acumulam milhares de seguires. A fragmentao faz com que as pessoas desviem o olhar de um foco comum fazendo com que a sociedade tambm se divida tornando mais fcil o processo de manipulao que consiste em manter as pessoas crentes numa f infundada conduzindo-as a um distanciamento do sentido real da religio que basicamente consiste em manter as pessoas ligadas ao transcendente o que consequentemente as fazem permanecer ligadas realidade que as circunda. Schuman afirma em sua palestra: a prtica da subverso pede que as organizaes religiosas, aceitas, respeitadas, sejam substitudas por organizaes fajutas. Distraia a ateno das pessoas da f real e atraia-as a muitas fs diferentes.Outra rea manipulada pelas tticas subversivas a vida social na qual o processo consiste na substituio de organizaes tradicionalmente estabelecidas e na eliminao do relacionamento entre as pessoas. Aqui se criam as leis que permitem a resoluo de um problema entre vizinhos apenas por meios legais representados por rgos artificial e burocraticamente controlados eliminando a necessidade de um dilogo entre ambos. Ao invs de uma relao entre vizinhos passou-se a formalizar instituies que prestam assistncia social. Completando o quadro de alvos da subverso, tm-se a administrao pblica que age em favor dos senhores da sociedade defendendo seus interesses e cumprindo bem o seu dever de manter a todos divididos em classes, alm de outras reas de atuao. Este artigo se limita a apresentar apenas cinco dessas grandes reas.Todo este processo de desmoralizao conduz a sociedade a uma verdadeira desestabilizao, ou seja, colapso de todas as relaes, valores, tradies, instituies, e principalmente econmica. Um dos fatores que contribuem para a comprovao disto, segundo Schuman, a implantao da ideia absurda de igualdade entre as pessoas. O palestrante afirma veementemente que a igualdade social um mundo hipottico e que esta seria injusta por classificar pessoas diferentes como iguais. Justifica sua declarao afirmando que uma pessoa que no paga seus impostos ou que cometa crimes horrveis no pode ser igualada a pessoas que contribuem com a receita de seu pas e prezem pela paz. Com o pas desmoralizado e desestabilizado, isto , sem valores que impulsionam as pessoas a lutarem por sua ptria e sem condies, principalmente financeiras, de lutarem por um objetivo comum, o processo de dominao se completa sem ao menos precisar de um sistema administrativo para colonizao ou algo assim. Esta realidade pode ser contemplada ao redor do mundo e para quem pensa que os Estados Unidos da Amrica so os grandes subversores, lamento informar que esto enganados, afirma Schuman. Os EUA (USA) um dos pases mais receptivos s prticas subversivas devido a infindvel entronizao e permanncia de diversas culturas em seu territrio. O povo estadunidense vai aos poucos enfraquecendo seu bairrismo deixando-se influenciar. Mas esta realidade est longe de significar uma grave desestabilizao cultural ou financeira do pas, que mesmo infestado por outras formas de expresso popular se mantm etnocntrico e aparentemente indestrutvel. Ao passo que os EUA (USA) so alvo fcil para a prtica subversiva tambm grande subversor da humanidade. No Brasil deram inicio prtica subversiva implantando sua cultura nas escolas por meio da disciplina de lngua inglesa e tambm em festas populares como o famoso halloween. Alm de fazer com que a populao brasileira aprenda desde pequena que produtos bons vm do exterior. As marcas nacionais so fajutas, assim como o cinema, outro grande meio utilizado para difuso de pensamentos, hbitos, costumes, entre outros. preciso que as pessoas do Brasil aprendam a valorizar o que de sua casa. No precisa ser uma cultura fechada como fora o Japo, mas preciso que preserve sua cultura, sua identidade