Teologia Em Foco

12
TEOLOGIA EM FOCO TEOLOGIA EM FOCO quinta-feira, 26 de janeiro de 2012 O QUE REALMENTE É VAIDADE Em primeiro lugar vamos ver o que significa vaidade na nossa língua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade daquilo que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção. A vaidade é definida, entre outras coisas, como o excessivo desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio). Os dicionários dizem ainda que o vaidoso é presunçoso (convencido), orgulho excessivo, arrogância e fútil (sem seriedade). A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação esnobe da própria identidade. Para alguns, a vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa. Jesus sempre nos deu uma grande dica sobre como tratar a vaidade: “Aquele que quiser ser o maior, que seja o menor”. Isso em tese deveria servir de orientação e alerta para nos guiar a por um caminho sem percalços, quando o assunto é vaidade. “Precisamos estudar a palavra “vaidade” no original hebraico e grego, compararmos as várias vezes em que ela é usada na Escritura e qual o verdadeiro sentido que esse vocábulo possuía nos tempos antigos. Vaidade no hebraico advém de duas palavras. Habel, shav, que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento estava

description

teologia

Transcript of Teologia Em Foco

TEOLOGIA EM FOCO

TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O QUE REALMENTE VAIDADE

Em primeiro lugar vamos ver o que significa vaidade na nossa lngua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionrio Aurlio, a qualidade daquilo que vo (ftil, insignificante, que s existe na fantasia, falso, ilusrio e intil), pode ser tambm um desejo imoderado de atrair a admirao; presuno.

A vaidade definida, entre outras coisas, como o excessivo desejo por merecer a admirao dos outros (Aurlio). Os dicionrios dizem ainda que o vaidoso presunoso (convencido), orgulho excessivo, arrogncia e ftil (sem seriedade).

A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmao esnobe da prpria identidade. Para alguns, a vaidade mais utilizada hoje para esttica, visual e aparncia da prpria pessoa.

Jesus sempre nos deu uma grande dica sobre como tratar a vaidade: Aquele que quiser ser o maior, que seja o menor. Isso em tese deveria servir de orientao e alerta para nos guiar a por um caminho sem percalos, quando o assunto vaidade.

Precisamos estudar a palavra vaidade no original hebraico e grego, compararmos as vrias vezes em que ela usada na Escritura e qual o verdadeiro sentido que esse vocbulo possua nos tempos antigos.

Vaidade no hebraico advm de duas palavras. Habel, shav, que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento estava relacionado ao abandono do nico Deus verdadeiro e busca de dolos que no podiam satisfazer s necessidade de Israel pelo simples fato de no existirem. A adorao a dolos, ento, tornou-se sinnimo de vaidade, pois era como se o povo israelita estivesse buscando ajuda no vazio.

Rejeitaram os estatutos e a aliana que fizera com seus pais, como as suas advertncias com que protestaram contra eles; seguiram os dolos e se tornaram vos... (2 Rs 17.15).

No grego, vaidade representada pelo substantivo mataiotes e tambm significa vazio. No h qualquer relao entre vaidade e o uso dejoia roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro lugar, refere-se ao mundo criado que, no pecado e sem preencher o propsito inicial para qual foi criado, tornou-se vazio.

Porque a criao ficou sujeita vaidade, no por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou (Rm 8.20).

Vaidade no gr. mataiotes tambm usado por Paulo para expor a forma de pensar e o estilo de vida dos gentios que no agradam a Deus:

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que no mais andeis como tambm andam os gentios, na vaidade dos seus prprios pensamentos (Ef 4.17).

Vaidade no gr. mataiotes, tambm podia denotar as palavras impressionantes, mas vazia, de falsos mestres que muito falam, mas no possuem contedo nenhum:

Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixes carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro(2 Pe 2.18).[....] As igrejas evanglicas brasileiras tm grande dificuldade de compreender o termo vaidade que, no linguajar dos crentes, carrega toda conotao pejorativa. Gostar de vestir-se com esmero, adornar-se com qualquer jia ou cuidar do cabelo, tingindo ou penteando-o de uma forma esttica, considerado pecado na maioria das igrejas pentecostais. O texto apresentado como base bblica para tal concluso o Salmo 24.3-4.Quem subir ao monte do Senhor, ou que estar no seu santo lugar? Aquele que limpo de mos e puro de corao, que no entrega a sua alma vaidade, nem jura enganosamente.

... que no entrega a sua alma vaidade... Vaidade no hebraico awv - shav significa: falsidade; vazio de fala, mentira; inutilidade.

A Bblia tambm a palavra vaidade quando refere-se ao sopro (vida), a enfermidade, algo vazio.

Desde aos meus dias o comprimento de alguns palmos; tua presena o prazo da minha vida nada. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, pura vaidade (Sl 39.5).

Salomo tambm usa a palavra vaidade nesse sentido de algo vazio, oco. Vaidade de vaidade! Diz o pregador; vaidade de vaidade! Tudo vaidade (Ec 1.2).

Observe que na lgica do apstolo Paulo, vaidade colocar esperana naquilo que vo, passageiro, perecvel. Ele ento fala em ver sua vida luz da eternidade. Neste mundo tudo passageiro e ningum leva nada daqui. Por isto Salomo diz: tudo vaidade. A vida s deixa de ser vaidade quando entregamos a nossa vida a Deus e o servimos de todo corao. Tudo que o homem faz sem dedicar a Deus ou no um alvo que Cristo vaidade, ou seja, vazio [GONDIM - proibido P. 67-70].I. VAIDADE EXTERIOR E INTERIOR

As normas de conduta do cristianismo neotestamentrio parecem mais interessadas no interior do que no exterior dos homens. A palavra vaidade no um termo que descreve uma pessoa cuidadosa vestida ou de adornos no corpo; pelo contrrio, esse vocbulo valoriza-se ao modo de viver de tudo o que Deus criou bom e agradvel.

Todas as coisas so puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada puro. Porque tanto a mente como a conscincia deles esto corrompidas (Tt 1.15).

Paulo vivia sob o postulado de que as coisas importantes so aquelas que no vem, pois tudo o que os nossos olhos contemplam um dia passar. Sendo assim, para o apstolo o que finito deveria ser considerado vaidade: No atentando ns nas coisas que se vem, mas nas que se no vem so temporais, e as que se no se vem (2 Co 4.8).1. Faz-nos juzes da lei.

Fazendo uma avaliao sobre alguns costumes do ser humano constatamos de que tudo que bom, considerado errado, ou pecado. Notamos que as pessoas julgam as outras e no olham pra dentro de si. Avaliam um comportamento e julgam-no achando que este est errado, mas fazem isso, sem base nenhuma. Se algum no gosta e no quer tal costume, ento fala mal e cria uma regra como se fosse uma doutrina bblica. Muitas vezes, quando estamos julgando nossos irmos por causa da sua postura exterior, podemos estar julgando mal e condenando a si mesma (Rm 2.1-3). O ser humano no tem condies de conhecer o corao das pessoas. Uma pessoa pode aparentar santa, mas seu corao pode estar longe de Deus. Voc pode julgar e desqualificar uma pessoa pelo seu porte e aparncia exterior, mas so plenamente aceitas por Deus.

Quando Jesus entrou na casa de Simo, o fariseu (Lc 7.36-38), uma mulher aproximou-se por detrs do Senhor, chorando, regando-lhe os ps com suas lgrimas, enxugando-os com seus cabelos e ungindo-os comunguento Ao ver isso, o fariseu logo julgou a pobre mulher pela sua aparncia exterior ( os que os fariseus fazem), e pela sua reputao (que tambm um juzo meramente exterior); como se no bastasse, disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem essa mulher que tocou, porque pecadora. Jesus ento confrontou o fariseu Simo, afirmando que este, mesmo tendo toda aparncia religiosa, estava seco por dentro (sepulcro caiado). Aquela mulher, todavia, ainda que possuidora de uma baixa reputao era rica interiormente. A aplicao prtica daquele evento foi tremendo: perdoados lhe so os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele h quem pouco se perdoa, pouco ama (v. 7).

um exerccio intil julgar uma pessoa pela sua maneira de vestir, porquanto o profeta Jeremias nos afirma que Enganoso o corao, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem conhecer? (Jr 17.9).

Julgar sobre quais vestimentas so ou no vaidosas leva-nos a um nvel de legalismo sufocante e criminoso. O lder deve se preocupar com as vestes sensuais e que venham desonrar a quem usa, mas julgar algum e dizer que mundano pelas vestes, camos da graa do Senhor. Irmos, no faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do seu irmo, ou julga a seu irmo, fala mal da lei, e julga a lei; ora se julgas a lei, no s observador da lei, mas Juiz. Um s Legislador e juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porm, quem , que julga ao prximo? (Tg 4.11-12; Cl 2.16, 18).

Estipular que um tipo de ornamento no corpo das mulheres vaidade, mas um ministro com prendedor de gravata, ou um dente de ouro no pode ser vaidade? Ou um quadro que colocamos para enfeitar una casa, os lustres que usamos para decorar as luzes que iluminam nossas casas, uma banheira de hidromassagem, uma torneira coberta de ouro no banheiro no seria tambm uma espcie de vaidade? Uma camionete dublada e importada tambm no seria vaidade. No seria o uso da gravata uma vaidade? A gravata surgiu em culturas de clima frio como uma espcie de cachecol que esquentava o pescoo. Entretanto, ao ser estilizada e aperfeioada a ponto de perder sua funo inicial, foi lanada na moda masculina e tornou-se mero adorno no pescoo dos homens. Principalmente dos polticos autoridades e dos pastores. No Brasil, a gravata no possui utilidade nenhuma se no adornar. Se vaidade uma mulher usar brinco, tambm vaidade o homem usar uma gravata.

Se vaidade fosse pecado, porque os templos evanglicos so to bonitos, porque os pastores s vo de terno e gravata, as pessoas quefrequentamsempre esto com a melhor roupa? Se for assim, so todos pecadores.

Quando os pastores vo h uma reunio convencional, procuram se apresentar da melhor forma possvel. Usam os melhores ternos, camisas e gravatas prendedores de gravata de ouro e bons sapatos. Tudo isso bom e agradvel. Mas, nas suas igrejas eles agem diferentes principalmente com as mulheres. Usam um jugo de proibies colocando um cabresto e ainda chamam de Jezabel e as tratam muitas vezes como se fossem umas pobres jumentas. Esquecem dos ensinos bblicos que a mulher umaadjutorae ambos tornam uma s carne. No seria uma descriminao? Tambm podemos chamar de hipocrisia?

Para muitos pastores, ver uma mulher adornada smbolo de mundanismo, mas um homem de gravata de seda e um prendedor de ouro no so! No estamos sendo incoerentes? No estamos usando dois pesos e duas medidas? Dizer que uma mulher que usajoia vaidosa, mas comprar uma camionete do ano e cheio de frisos niquelados e de cores berrantes no vaidade? Teramos de arbitrar sobre os enfeites que deveramos fazer parte dos nossos culos, quais cores seriam permitidas nas nossas roupas, ou seja, estaramos presos a um sistema de fiscalizao de nossa conduta. Seriamos, em ultima anlise, roubados da liberdade em Cristo. Qualquer julgamento temerrio que fizermos podemos estar julgando mal. o que muitos fazem nas igrejas.

Deus no v como ns vemos e no condena a nossa cultura, mas condena sim o pecado e o pecador no arrependido. Se tivermos condies de nos vestir bem e nos adornarmos, para louvor de sua glria, estamos sendo abenoados por Ele e isto no vaidade porque para Ele. [RICARDO GONDIM. proibido. P. 71-78].

Conceito popular de vaidade declarado na Bblia pela expresso composta de vanglria:

Nada faais por partidarismo, ou vanglria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmos (Fp 2.3). No nos deixemos possuir de vanglria, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros (Gl 5.26).

Assim, aprendemos que vaidade objetivamente descrita como sentido de vazio, inutilidade e falta de consistncia. Todas as vezes que buscarmos nossa identidade no que for irreal, estamos sendo vaidosos (adorao de outros deuses, falsa adorao dos fariseus, egocentrismo do homem, ao exagero e desmedido desejo da carne e dos olhos). Quando a Bblia fala de vaidade no est se referindo a roupa, adornos ou bens materiais. Se pensarmos assim estamos correndo em direo ao vento, que no sabe de onde vem e para onde vai.

A vaidade no contexto pseudocrsto muito crucial, porm na verdade no destingimos a vaidade no sentido de pecado. Por exemplo:

Apreciar aplauso.

Apreciar elogios demasiados.

Gostam de ser elogiados e sentem-se orgulhosos.

Se for cantor ou pregador gostam de ver o povo vibrar enquanto o faz, porm no se sentem bem quando seu colega apreciado.

2. Usar leis e proibies de roupas e adornos intil e pode levar a um conceito de salvao pelas obras.

Nos dias do apstolo Paulo, a igreja de Glatas foi a que sofreu pelo legalismo. E ainda hoje muitas igrejas esto sofrendo. A igreja da galxia estava impregnada de fariseus convertidos, as heresias deles eram sutis, pois Paulo precisou escrever uma das suas mais duras cartas. Eles ensinavam que alm da cruz era necessrio a circunciso. Paulo, veemente, contradiz essa heresia asseverando que se, alguma coisa for acrescentada cruz, ser anulado todo o poder que dela procede (Gl 4.9-10).

Somos criados para as boas obras, e no pelas boas obras. E por meio da f em Cristo. Paulo, em 2 Co 5.17, declara que nos tornamos novas criaturas. Portanto, devemos abandonar as prticas ms e nos voltarmos para a prtica do bem, pois estamos em Cristo Jesus. As boas obras devem ser apenas a manifestao externa do amor que temos com Deus.

3. Gerar confuso na verdade mundanismo.

Usar a questo de usos e costumes e dizer que as pessoas que usam adornos e roupas da moda amam o mundo significa confundir a real acepo que a Bblia atribui ao vocbulo mundo.

No ameis o mundo nem as cousas que h no mundo. Se algum amar o mundo o amor do Pai no est nele; porque tudo que h no mundo, a concupiscncia da carne, a concupiscncia dos olhos e a soberba da vida, no procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como sua concupiscncia; aquele, porm, que faz a vontade de Deus permanece eternamente (1 Jo 2.15-17).

A palavra mundo que Joo refere-se no se trata do mundo natural (fsico), pois o mundo criado por Deus muito bom. Embora cado e sofrendo os efeitos da queda, (Rm 8.20-22). O mundo descrito na Bblia como a sociedade incrdula e rebelde, sob a orientao do diabo que se ope ao Reino de Deus. Paulo chega a dizer que este mundo manifesta-se atravs dos sistemas de pensamento que rejeitam a verdade (2 Co 10.4-5). O mundo todo o sistema humano e egocntrico que se desenvolve na cultura e que leva o homem ao exagero e desmedido desejo da carne, dos olhos e a soberba da vida (1 Jo 2.16). o adoecimento de toda a produo humana e a manifestao do desejo doentio de poder e pelo dinheiro.

De acordo com 1 Joo 2.15, a falta de amor para com Deus abre espao para que se desenvolva amor pelo mundo, que deixa o crente especialmente vulnerveis a reas de ataque do inimigo. Se caminhar com f e firmeza na Palavra, no sentir inseguro, conseguir evitar as armadilhas do pecado sexual, da cobia, e do orgulho. Estas trs reas de pecados acontecem quando h insegurana, falta de f e confiana no Senhor.

Em l Ts 2.5 e em 2 Pe 2.3 descreve o pecado do homem que usa sua posio para vantagem prpria; para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, ele v seus irmos como criaturas a serem explodidas e no como filhos de Deus que devem ser servidos.

Estes pecados entristecem e afastam o Esprito Santo do ser humano. Onde h concupiscncia e soberba no corao, no h lugar para o amor do Pai. O homem ter de escolher um ou outro. A mensagem de Joo : se algum ama o mundo, o amor do pai no est nele (Jo 2.15).

Quando Jesus esteve neste mundo ensinou os Seus discpulos acerca do amor dizendo: Amars o Senhor, teu Deus, de todo o teu corao, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, : Amars o teu prximo como a ti mesmo (Mt 22.37-39).

De que forma devo amar a mim mesmo? Todos tm um amor prprio. Este sentimento de valorizao nos foi dado por Deus. Quando nos vestimos bem e quando cuidamos bem do nosso corpo. Sabemos que ningum gosta de estar perto de uma pessoa com roupas sujas, fedorenta, que no escovou os dentes pela manh ou que no cuida bem da higiene de seus ps. Nos trajamos bem, porque entendemos que nossa cultura aquela indumentria ser mais bem aceita. Quando vamos a uma festa de casamento nos enfeitamos porque consideramos que aquela data requer que estejamos o mais bonito possvel. E aqueles que pintam o cabelo o fazem para se auto-valorizarem. Se isso vaidade, ela aceita e estimulada por Deus. No h qualquer relao desta busca com aquele sentimento pernicioso de querer apoiar nossa existncia no que vazio.

Se para alguns vesti-se bem vaidade adotar uma viso muito reduzida daquilo que o vocbulo representa em toda a Escritura. confundir o certo com o errado.

Para Jesus vaidade tambm sinnimo do que vo. Ele considerava vaidade a piedade dos fariseus: E em vo (com vaidade) me adoram, ensinando doutrinas que so preceitos de homens. E, tendo convocado a multido, lhes disse: Ouvi e entendei: No o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai pela boca, isto, sim contamina o homem. (Mt 15.9-11).

Os fariseus julgam as pessoas pelo aparente, por seus usos e costumes, pela roupa que usa, cor ou tamanho do cabelo, pelas palavras, atitudes, etc.... bem verdade que muitas vezes o nosso exterior reflete o nosso interior, mas precisamos entender que acima de toda aparncia Deus julga o corao! Ele est olhando para a real motivao do corao. Por isso muitos tm sido rejeitados, por sua aparncia, pois certos religiosos acham que adorador precisa ter cara (formato) de crente, quando na verdade o cristo no tem que ter cara, tem que ter vida e vida de Deus! Crentes no tem que parecer, tem que ser!

Isso claramente manifesto na Escritura. O Senhor explicou ao profeta Ezequiel com as palavras do povo de Israel no expressamente o que havia em seu corao: Eles vm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas no as pem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o corao s ambiciona lucro (Ez 33.31).

O Senhor tambm manifestou o mesmo princpio por intermdio do profeta Isaias: O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lbios me honra, mas o seu corao est longe de mim, e o seu temor para comigo consiste s em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu (Is 29.13).

Outro dia ouvi uma frase aparentemente medocre, mas que na verdade expressa o que muitos cristos tem sido: por fora bela viola, mas por dentro po bolorento, ou seja, por fora h boa aparncia, parece que tudo est bem, mas na verdade por dentro no h vida, mas podrido, pecado, presuno e orgulho. O ser humano est mais preocupado com o aparente, com a sua imagem e reputao sempre mostrando uma atitude hipcrita e orgulhosa diante das pessoas, e acabam julgando os outros por aquilo que eles mesmos so. A vida de pecado dos mpios se v no olhar orgulhoso e no corao arrogante (Pv 21.4).

A Bblia diz que Deus no despreza o corao quebrantado (Sl 51.17), mas tambm diz que Ele resiste, se ope, frustra e derrota o corao soberbo (1 Pe 5.5b). A primeira coisa que Deus mais aborrece est no livro de provrbios 6.16-17: Seis coisas o Senhor aborrece, e a stima sua alma abomina: OLHOS ALTIVOS (orgulho) ...... Mas quem o orgulhoso? o soberbo, o insolente, arrogante, desdenhoso, presunoso, presumido e auto-suficiente. Deus no recebe adorao de um corao orgulhoso!

Mas o que vai realmente impression-lo quando Ele encontra em ns um corao quebrantado! Basta Ele ver este corao e logo se aproxima de ns (Is 57.5; 66.2). Ter um corao quebrantado significa ter um corao arrependido, um corao humilde, submisso e dependente do Senhor. No mesmo captulo que lemos de 1 Pedro e no mesmo versculo 5b, diz que Deus resiste aos soberbos, mas aos humildes concede graa. Quando houver corao quebrantado haver favor do Senhor, graa e beno!

Para sermos pessoas quebrantadas a mudana externa no ser a mais importante, mas sim a interna, a que vem de dentro, que vem do corao e esta a verdadeira circunciso. O que Deus precisa moldar e trabalhar o que est dentro da cada um de ns, nossa vida, nossos pensamentos, nossas motivaes, nosso corao! Ele sempre trata conosco na raiz do problema e no no externo, no aparente.

Ser quebrantado e humilde no significa ter um semblante triste, melanclico, abatido; nunca sorrir e s chorar. O quebrantamento no um sentimento, mas uma deciso; no uma experincia nica, mas um processo, um contnuo modo de viver. O quebrantamento a destruio da nossa vontade, a fim de que a vida e o Esprito do Senhor operem em ns e atravs de ns.

Lembre-se, no h nada que podemos esconder de Deus, Ele sonda e conhece o nosso corao (Sl 139). Que o Senhor nos de a cada dia um corao humilde e quebrantado, totalmente submisso a Sua Vontade!

Como sabemos que estamos adorando de todo o nosso corao? A Bblia nos diz como determinar a medida desta adorao: Pois, onde est o teu tesouro, a estar tambm o teu corao (Mt 6.21). Seu tesouro reflete-se pelo que ocupa sua mente, sua vontade e suas emoes. Se voc quer saber onde est seu corao, examine sua mente, sua vontade e suas emoes enquanto adora.

Tudo o que sou e tudo o que falo e penso brotam do meu corao. O que sai da minha boca reflete como meu corao.

O homem bom do bom tesouro do corao tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que est cheio o corao (Lc 6.45).

No gostamos de admitir, mas o que dizemos o que somos por dentro. O fato que o que dizemos sempre revelar o que h em nosso corao.

Assim como a gua reflete o rosto da gente, o corao mostra o que a pessoa (Pv 27.19 NTLH).

Se de sua boca saem palavras que no glorificam a Deus nem edificam as pessoas que o cercam, ento h algo errado com seu corao. Entre na presena de Deus e pea que Ele lhe revele qual o problema e o purifique. Permita que o Esprito Santo o transforme imagem de Deus. Quando voc entrega o seu corao a Deus, permite que Sua Palavra comece a agir em sua vida:

Porque a palavra de Deus viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de dividir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propsitos do corao (Hb 4.12).

Imagine a eficcia da Palavra de Deus que viva e mais poderosa e afiada do que a espada. Sua Palavra no apenas divide alma e esprito e juntas e medulas, mas julga os pensamentos e as intenes do corao. Atravessa o natural e atinge diretamente o esprito.

Depois que Deus operar em seu corao com Sua Palavra, o Esprito Santo vir e comear a obra de transformar seu corao e torn-lo semelhante ao dEle. Ele interceder por ns e ministrar s reas que causam as impurezas que mancham nosso corao.

Tambm o Esprito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque no sabemos orar como convm, mas o mesmo Esprito intercede por ns sobremaneira, com gemidos inexprimveis. E aquele que sonda os coraes sabe qual a mente do Esprito, porque segundo a vontade de Deus que ele intercede pelos santos (Rm 8.26-27).