Tendencias Pedagogicas
-
Upload
adriana-dias -
Category
Documents
-
view
2 -
download
0
description
Transcript of Tendencias Pedagogicas
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo Compreender a concepção de educação
nas tendências liberais e progressistas. Diversos autores discutem a temática, no
entanto, serão abordadas as concepções pedagógicas segundo a visão do teórico
José Carlos Libâneo, em seu livro “Democratização da Escola Pública; A Pedagogia
crítico – Social dos conteúdos”.
As tendências pedagógicas surgiram a partir dos movimentos sociais e
filosóficos, em contextos históricos particulares para atender às expectativas da
sociedade, de forma a favorecer o conhecimento, seja das classes dominantes ou
dos trabalhadores, que propiciaram a união das práticas didático-pedagógicas, sem,
contudo, querer ser uma verdade única e absoluta.
Seu conhecimento tem foco especial para a importância que professor deseja
construir em sua prática. É a partir desses conhecimentos que podemos propor
mudanças que promova o desenvolvimento do fazer, representar e exprimir.
DESENVOLVIMENTO
Conforme José Carlos Libâneo, as tendências pedagógicas se classificam
em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão contidas a
tendência “tradicional”, a “renovada progressista”, a “renovada não-diretiva” e a
“tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social
dos conteúdos”.
A Tendência Liberal marcou a Educação no Brasil nos últimos 50 anos,
manifestar-se ora conservadora, ora renovada. A Pedagogia Liberal enfatiza: o
preparo do indivíduo para a função de papeis sociais, de acordo com as
competências individuais. Os indivíduos precisam aprender a adaptarem-se aos
valores e à normas existentes na sociedade de classes e, apesar difundir-se a ideia
de igualdade de oportunidades, não considera a desigualdade de condições.
Já a Tendência Progressista, parte da análise crítica das realidades
sociais que sustentam as finalidades sócio-políticas da educação. A Pedagogia
Progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista, por isso
se constitui num instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas
sociais.
Na Tendência Liberal Tradicional, o papel da Escola seria Preparar o
intelectual do aluno, este tem o papel de Receptor passivo. Inserido em um mundo
que irá conhecer pelo repasse de informações, o professor é apenas a autoridade e
quem disciplina, o conhecimento é Dedutivo, apresentados apenas os resultados,
para que sejam armazenados, o método das aulas expositivas, comparações,
exercícios, lições e deveres de casa, os conteúdos são passados como verdades
absolutas, separadas das experiências, a avaliação é centrada no produto do
trabalho.
A Tendência Liberal Renovada Progressivista procura adequar
necessidades individuais ao meio, através das experiências, cujo centro é o aluno,
que deve buscar, conhecer e experimentar. Na Relação professor-aluno, o Clima
democrático, o professor é um auxiliar na realização das experiências e o
conhecimento é algo inacabado, a ser descoberto e reinventado, baseado em
experiências cognitivas de modo progressivo em consideração aos interesses,
aprendem-se experimentando, os conteúdos são Estabelecidos pela experiência, e
seu foco está na qualidade e não na quantidade, no processo e não no produto.
Já a Tendência Liberal Renovada Não-diretiva, se preocupa com a
formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais absorvida com os problemas
psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Aprender é modificar suas
próprias percepções, a retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao
“eu”, privilegiando-se a auto-avaliação. O ensino é centrado no aluno e o professor
apenas um facilitador.
A Tendência Liberal Tecnicista procura produzir indivíduos competentes
para o mercado de trabalho, o aluno deve copiar bem, reproduzir o que foi instruído
fielmente, o Professor é apenas técnico e responsável pela eficiência do ensino e o
aluno é o treinando, o conhecimento se dá pelo resultado da experiência planejada.
Excessivo uso da técnica para atingir objetivos instrucionais, aprender-fazendo,
cópia, repetição, treino, os conteúdos são baseado nos princípios científicos,
manuais e módulos de autoinstrução, vistos como verdades inquestionáveis, a
avaliação se dá através do uso de vários instrumentos de medição mais pouco
fundamentada.
Dentro do segundo grupo, a Tendência Progressista Libertador tem
ênfase no não-formal. É uma escola crítica, que questiona as relações do homem no
seu meio, o aluno deve refletir sobre sua realidade, sobre a opressão e suas causas,
resultando daí o engajamento do homem na luta por sua libertação, a relação
professor-aluno é horizontal, posicionamento como sujeitos do ato de conhecer, o
conhecimento parte da cultura na medida em que, integrando-se nas condições de
seu contexto de vida, reflete sobre ela e dá respostas aos desafios que encontra. A
metodologia é participativa, constante busca pela construção do conhecimento, os
Conteúdos, são temas geradores extraídos da vida dos alunos, saber do próprio
aluno, a avaliação mútua ou Auto-avaliação.
Assim a Tendência Progressista Libertária busca transformar o aluno no
sentido libertário e autogestionário, como forma de resistência ao Estado e aos seus
aparelhos ideológicos, o aluno deve refletir sobre sua realidade, sobre a opressão e
suas causas, resultando daí o engajamento do homem na luta por sua libertação, o
professor é o conselheiro, uma espécie de monitor à disposição do aluno, através da
reflexão sobre a cultura e busca de respostas aos desafios que encontra é que se dá
o conhecimento. Existe a Livre-expressão, o contexto cultural e a educação estética,
os conteúdos são colocados para o aluno, mas não são exigidos. São resultantes
das necessidades do grupo, por isso a auto-avaliação, sem caráter punitivo.
Por fim a Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos, a escola
é parte integrante do todo social. Prepara o aluno para participação ativa na
sociedade, o aluno é sujeito no mundo e situado como ser social, ativo, o professor é
autoridade competente que direciona o processo ensino-aprendizagem, mediador
entre conteúdos e alunos. O conhecimento é construído pela experiência pessoal e
subjetiva, centrado no contexto cultural e social. Os conteúdos são culturais,
universais, sempre reavaliados frente à realidade social. A experiência só pode ser
julgada a partir de critérios internos do organismo, os externos podem levar ao
desajustamento.
CONCLUSÃO
Analisando o quadro teórico de José Carlos Libâneo, conclui-se que as
tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por
se declararem neutras, nunca admitiu compromisso com as transformações da
sociedade, embora, na prática, buscassem regularizar a ordem econômica e social
do sistema capitalista.
Já as tendências pedagógicas progressistas, contrária às liberais, têm em
comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista e marxista, com
Paulo Freire e Gramsci, essas tendências, no ensino da língua, valorizam o texto
produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a
possibilidade de negociação de sentido na leitura.
Após a LDB 9.394/96, e principalmente com as propagações das ideias
de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias
procuram uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que
consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou
seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade essencial.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública; A Pedagogia crítico –
Social dos conteúdos. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/0B3GQrRvm4KXONjhCUDNsd3gweXM/view?pli=1.
Acesso em 20 de setembro de 2015.
SANTOS, Nilva de Oliveira Brito dos. GASPARIN, João Luiz. O Trabalho
Educativo: Contribuições da Teoria Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-
Crítica. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/
619/83. Acesso em 20 de setembro de 2015.