TENDÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS

O ambiente de investimentos está mais desafiador, fazendo com que a alocação internacional passe a ter um papel mais relevante numa carteira de investimentos diversificada. As recentes alterações na legislação facilitaram o acesso a esses investimentos, ao mesmo tempo em que elevaram a importância na seleção e acompanhamento das diversas opções disponíveis no mercado. Conhecer tendências e casos de outros pares internacionais pode ser interessante para entender como enfrentar esse desafio.

Jorge Sierra, Diretor do Allfunds Bank Brasil

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❑ Um novo ambiente de negócios

❑ Indústria brasileira de fundos de pensão

❑ Mercado global de fundos de pensão

❑ Internacionalização de Investimentos

❑ O “case” chileno

❑ Conclusões

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Um cenário desafiador

Taxa Selic atual é a menor desde a adoção, em 1999, do regime de metas para a inflação e também de toda a série histórica do BC, que teve início em 1986.

Fonte: Banco Central do Brasil

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Evolução da taxa Selicem % ao ano

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Consolidado da Indústria de Fundos de Pensão brasileira

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A indústria brasileira de Fundos de Pensão

Atingiu a marca de R$ 859 bilhões em março de 2018, representando 13% do PIB.

Renda Fixa73,2%

Renda Variável18,3%

Invest. Estrut.1,7%

Imóveis3,8%

Oper. Particip.2,5%

Outros0,5%

Fonte: Abrapp

Elevada concentração em instrumentos de renda fixa e renda variável que somam mais do que 90% do total.

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Evolução acompanhou o ritmo de elevação da taxa de juros.

A evolução da indústria brasileira

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Renda Fixa Renda Variável

Fonte: Abrapp

Renda variável que chegou a representar quase 30%, hoje responde por pouco mais de 18% da carteira.

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• Grande concentração em investimentos tradicionais.

• Chegamos a ensaiar um aumento em ativos de maior risco (RV) mas esse movimento foi interrompido pela elevação da taxa de juros…

• Investimento no exterior (dentro da categoria outros) não representam nem 0,5% do total (de um limite de 10%)...

• E qual o exemplo que podemos tirar dos fundos de pensão mundiais?

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Panorama global

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Estudo* que analisou os 22 principais mercados do mundo (incluindo o Brasil), estimou o mercado global de fundos de pensão em torno de USD 41,3 trilhões em 2017.

- Destes, os 3 principais mercados são: EUA (61,4% do total); Reino Unido (7,5%) e Japão (7,4%).

- Os ativos dos fundos de pensão representam em média 67% do PIB dessas economias (ex: EUA 131%; Chile 78% e Brasil 13%).

- O desempenho da carteira de referência (60% Ações Globais / 40% Bonds Globais) foi de 16,4% em 2017.

Mercado Global de Fundos de Pensão

*Estudo da Willis Towers Watson de fevereiro de 2018.

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• Os 7 maiores mercados – Austrália, Canada, Japão, Holanda, Suíça, Reino Unido e EUA – representam USD 38 trilhões, ou 91% do volume dos 22 principais mercados analisados.

• A alocação consolidada dessas 7 economias teve a seguinte composição:

Renda Variável46,00%

Renda Fixa (Bonds)27,00%

Outros25,00%

Caixa 2,00%

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• Ao final de 2017, essa era a alocação desses mercados:

• A categoria Outros (alternativos) inclui ativos imobiliários, Private Equity e Infraestrutura.

• Ao longo dos anos, os investimentos alternativos vem se tornando mais atrativos, em detrimento dos investimentos tradicionais.

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EUA

Renda Variável Renda Fixa (Bonds) Outros Caixa

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Relatório* anual da OCDE traz uma análise sobre os principais destinos de investimentos dos fundos de pensão em 2016.

- Volume investido no exterior pelas 25 jurisdições analisadas somou USD 767 bilhões.

- Grandes mercados como EUA, Austrália, Canada e Japão ficaram de fora por não haver informações disponíveis sobre a distribuição geográfica do investimento no exterior.

- A Europa aparece como o principal destino para investimentos (52% do volume), seguido pela América do Norte com 30% do total.

Internacionalização de investimentos

*Pension Markets in Focus 2017 - OECD.

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• Distribuição geográfica dos investimentos (USD Bi):

• Viés local: fundos de pensão europeus tendem a investir em outros países europeus. Asiáticos idem.

• Países latino americanos tem a América do Norte como o principal destino de seus investimentos no exterior.

Uniao Européia402

América do Norte 230

América Latina e Caribe 31

Outros países europeus e Russia 29

Ásia (Japao, Coreia,

Australia, Nova

Zelandia) 38

Outros países

asiáticos 31

Outros (Oriente Médio e África)

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• Investimentos no exterior foram primordialmente direcionados para economias desenvolvidas, tendo os EUA como o principal destino.

• França aparece em segundo, seguido por Alemanha, Luxemburgo e Irlanda.

• Maioria investe primordialmente em ativos diretos (ações e bonds), mas estruturas de investimento coletivas são também utilizadas.

• Tendência de investimento local pode ser explicada pelos riscos cambial e político e também pela necessidade de obter habilidade e conhecimento ao investir em mercados externos.

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O exemplo chileno

O mercado de fundos de pensão chileno* atingiu a marca de USD 203 bilhões em junho de 2018.

- Deste total, USD 114,6 bilhões estavam investidos no mercado local, enquanto que os investimentos no exterior representavam USD 88,4 bilhões, ou 43,5% do total.

- O principal componente do investimento no exterior continua sendo a renda variável, com uma participação equivalente a 67%.

- Geograficamente, os mercados desenvolvidos respondiam por 51,4% da alocação, enquanto que os emergentes somavam 44,2%. A América do Norte representava 18,3% do total.

*Reporte trimestral da Superintendencia de Pensiones do Chile.

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• Alocação diversificada geograficamente:

• Os EUA é o principal destino para investimento, respondendo por 17,9% de toda alocação no exterior.

• Os 6 principais destinos de investimento (EUA, China, Japão, Brasil, Alemanha e México) respondem por 54% do investimento no exterior.

América do Norte18,3%

Europa 19,8%

Ásia Pacífico 13,3%

Ásia Emergente21,6%

América Latina18,1%

Europa Emergente

3,5%

Oriente Médio / África 1,0%Outros 4,4%

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• Investimento no exterior é realizado, em sua grande maioria, via compra de cotas de fundos mútuos no exterior.

• Fundos mútuos e ETFs respondem por mais de 94% da alocação em renda variável no exterior.

• O principal veiculo de RV utilizado foi um fundo de ações Ásia ex-Japão que recebeu investimentos de USD 3,6 bilhões, ou 4,1% de toda alocação no exterior.

• 120 fundos de renda fixa representaram a principal alocação em renda fixa no exterior (80% do total).

• O principal fundo de RF foi um fundo em títulos globais de mercados emergentes que recebeu 3,2% do investimento no exterior (USD 2,8 bilhões).

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Conclusões

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• Portfolios diversificados permitem ao investidor diminuir o risco, sem reduzir o retorno esperado da carteira.

• A diversificação pode ocorrer de diversas formas. Diferentes tipos de instrumentos, diferentes setores ou em ativos emitidos por emissores localizados em diferentes países ou em diferentes moedas.

• A alocação no exterior permite o acesso a inúmeras possibilidades de investimentos, auxiliando na construção de um portfolio diversificado.

• Entretanto, os fundos de pensão ainda investem menos em ativos no exterior do que a proporção que esses ativos representam nos mercados financeiros globais.

• Riscos cambial e político parecem dificultar o investimento no exterior, mas também, a falta de conhecimento sobre os mercados internacionais parece ser um limitador.

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13 CUSTODIAN-

TES

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TENDÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS

Jorge E. Sierra Rojasjorge.sierra@allfundsbank.com

Country Manager do Allfunds Bank Brasil. Possui mais de 20 anos de experiência nos mercados financeiro e de capitais brasileiros, tendo atuado neste período em instituições como Banco Matrix, Itaú, Citibank, Mirae Asset e Claritas. É formado em Comunicação Social e Marketing pela ESPM e pós-graduado em Finanças e Administração de Empresas pela FGV.