Tempo Presente de 02-06-2014
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OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 2/6/2014A2
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITORLadeiras do Calabar
Não é de hoje que as ladeiras que cruzam ecortam os dois mundos, Calabar e Jardim Api-pema (ladeiras das ruas Nita Costa e RanulfoOliveira/Manoel Espinheira), precisam deuma intervenção eficiente da engenharia detrânsito. Acontece que, hoje, com a explosãocompletamente acéfala do mercado imobi-liário, tais intervenções são absolutamenteurgentes e essenciais para que os seres hu-manos que ali habitam possam continuartransitando. E não me refiro aos seres hu-manos montados em seus carros imensos ecelulares em punho, pois esses passam porcima e nem veem. Me refiro aos seres hu-manos que andam a pé, os moradores doCalabar, que diariamente são expostos aimensos riscos, já que não existe calçada emambas as ladeiras e as pessoas são literal-mente jogadas e imprensadas no muro decontenção pelos carros a subir e descer in-cessantemente. MARIA BEATRIZ, [email protected]
Ciclovia X sinaleira em PiatãPróximoàsinaleiraemfrenteaoHabbibs,estálocalizada a transição da ciclovia (passeio-as-falto) onde têm acontecido várias colisões deveículos com a proteção da mesma. Sugirodeslocar o trecho da ciclovia sobre o passeioaté a barraca de coco, onde seria localizada atransição com a devida proteção, e aumen-tando-se a faixa sinalizada em mais 60 me-tros. NEWTON SOUZA, [email protected]
Meios-fiosEstão sendo colocados meios-fios no trechoque vai do Centro de Treinamento de Líderesaté a entrada do hotel Catussaba, em uma ruade mão dupla, em Stella Maris, mas não dei-xam acostamento. Não seria bom prever esteespaço para alguma eventualidade? PAULOCRUZ, [email protected]
Projeto politicoDiz o ex-presidente Lula que o projeto degoverno do PT é de vinte anos. Agora entendoo porquê! Saquear os cofres públicos por vinteanos é mais do que o bastante para que ospetistas se tornem as novas elites ou "zelites"do Brasil. Mas por que vinte anos? Agora en-tendo. Se o PT ficar mais quatro anos, com-plementa os vinte anos precisos para tal. Por-que o PT vai nomear mais cinco ministros doSTF. A lógica petista é nomear ministros novosem idade e fiéis ao petismo. Ficaremos maisou menos trinta anos com a maior corte dajustiça nacional totalmente dominada. Eles játêm um representante com esse perfil lá. So-mando-se aos mais cinco, formam-se seis.Resultado: maioria. Ou seja, todos os mal-feitos petistas jamais serão apurados e con-denados. É a garantia da impunidade. Garantea segurança de seus filhos, netos, bisnetose por outras gerações. CARLOS ALBERTO RI-BEIRO, [email protected]
GreveA greve é o momento agudo da relação capitalX trabalho, onde a classe trabalhadora usadeste método para rever o valor da sua forçade trabalho. Usada na transformação da ma-téria-prima caracterizada no meio de pro-dução, lembrando que historicamente o tra-balhador não é proprietário do resultado finalda produção. Já o capital pertence em todocaso a um determinado grupo que investe naaquisição de matéria-prima e pagamento dosalário como forma de comprar o tempo e aforça de trabalho do operário . EDMILSONSALES SANTOS, [email protected]
Brasil em perigoReferente à nota constante na edição de25-05-14, o tema levantado pelo Sr. RicardoPereira de Miranda (em 1.989, a 76ª Confe-rência Internacional do Trabalho adotou aConvenção nº 169, que altera a denominaçãode população indígena para a de povos in-dígenas) é realmente de muita importânciapara o pais. Portanto, é necessário que osgovernantes tomem conhecimento. Sugereele, ainda mais, que seja tomada uma posiçãopelo Congresso Nacional ou Judiciário, antesdo prazo de 24 de julho próximo. FRANCISCOCELSO, [email protected]
Vergonha nacionalSe os políticos se envergonhassem para nãoenvergonhar o país, certamente teríamos umajustiça com mais equidade, sendo eles os pri-meiros a apurar os delitos praticados por seuspares, o pessoal do colarinho branco e a gamade espertalhões instalados por este Brasil afora.Instalaram uma Comissão Parlamentar de In-quérito que está provocando um espetáculo(circense), convocando para depor, em um ple-nário vazio, presumíveis responsáveis que sedesdizem desavergonhadamente, para nadaapurar, nada esclarecer, tampouco condenar,seguindo à risca os ditames do Executivo e seuspróprios interesses. A indiferença e o desapreçocontaminam outros poderes, onde ministroslibertam delinquentes perigosos que maculama justiça e causam danos à sociedade. Gover-nador que não se intimida e não se sente cons-trangido ao ser preso; outro em escolha espúriapara cargos importantes e vitalícios, despre-zando requisitos essenciais: contábeis, econô-micos, financeiros, jurídicos ou de adminis-tração pública, em prol de políticos em marchaacelerada para o ostracismo. Pobre República!Completamente contaminada. JOSÉ HOLLYMENDES VIEIRA [email protected]
Emiliano JoséJornalista e escritor
H á campos de conhecimento quese estranham, como se o diálogoentre eles fosse impossível. A As-
sociação de Psicanálise da Bahia parecedisposta a quebrar essas barreiras ima-ginárias, e por isso acabei convidado afazer uma palestra sobre “Psicanálise epolítica”. Meu amigo, o psicanalista Cláu-dio Carvalho, um dos dirigentes da en-tidade, presidida pela psicanalista e psi-copedagoga Anabel Guillén, foi o autorprimeiro do convite, referendado pelaassociação. O encontro aconteceu no dia26 de maio, à noite, e foi uma expe-riência única.
Era muito escassa a possibilidade de queeu pudesse fazer uma discussão teórica emtorno do enlace entre psicanálise e política.Reclamaria um conhecimento especializa-do, do que obviamen-te me ressinto, espe-cialmente quanto àpsicanálise. Adianteium ponto de vista:não há ninguém nomundo sem posiçãopolítica. Parece umaobviedade, e é, masnecessária de ser lem-brada, sempre. Nin-guém escapa da con-dição de ser político,em sentido amplo,mesmo o psicanalista,embora aqui e ali ouçaque este não deva terposição política.
Lembro-me de psicanalistas argentinosobrigados a sair da Argentina às pressasquando a ditadura se abateu sobre o país.Certamente, isso não ocorreu apenas pelaestrita prática psicanalítica deles, mas por-que tinham posições políticas claras, o quenão os impedia de tratar da singularidadede cada um de seus pacientes, das dores daalma de cada um, tivessem tais pacientesa posição política que tivessem. Não foi issoprincipalmente que norteou a minha falae o debate naquela noite. Meu lugar de falaera o da política, e política nas condiçõesconcretas do Brasil.
Recordei minha condição de sobrevi-vente. De quem não pode desconhecer asdores de uma experiência-limite da exis-tência, aquela em que o ser humano écolocado diante de torturas brutais. Nãoescondi, não escondo: as feridas persis-tem abertas, que uma ditadura deixamarcas para sempre, não apenas no cor-
po, já desaparecidas, mas, sobretudo, naalma. Mas, disse: a política me mantémde pé, me mantém cheio de esperança,me mantém na luta para mudar o mun-do. A ditadura me feriu. Não me destruiu.E o bálsamo para seguir de pé foi e é apolítica.
E passei a falar de nossas contradições.Evidenciei o que a política foi capaz defazer nestes últimos quase 12 anos, ine-gavelmente a maior transformação so-cial que o Brasil já experimentou. Mi-lhões de pessoas, antes na invisibilidadequase completa, coisa de 50 milhões quevivem hoje do Bolsa Família, tornaram-sevisíveis, ganharam a condição cidadã.Houve um conjunto de políticas que fa-voreceu, sobretudo, os mais pobres. Opaís tem a oportunidade de fazer umgrande encontro entre classes sociais di-versas, sem que isso elimine os conflitosentre elas, mediados pela política, sem-pre civilizatória.
O assustador, simultaneamente a essemilagre da política, e Hannah Arendt falano milagre da ação humana através dapolítica, é assistir ao afloramento osten-sivo, pelas redes sociais e pela prática nasruas, de um impressionante ódio aos po-
bres, aos negros, àsmulheres, aos ho-mossexuais, aos imi-grantes. Lembrei dePepe Mujica, presi-dente do Uruguai, di-zendo que o essen-cial nesta fase de lutapor mudanças nomundo é a luta cul-tural, e cada vez maiscreio nessa sabedo-ria, nessa visão tipi-camente gramsciana.Não basta a modifi-cação nas condiçõesmateriais de existên-cia, embora isso seja
ponto de partida.De onde vem tanto ódio? Uma boa
pista seriam os nossos quase 400 anos deescravidão. Ainda são poderosas as mar-cas daqueles quatro séculos. Ainda há ossaudosos da Casa-Grande, há os que cul-tivam o espírito senhorial. Os que ado-rariam ter pobres à disposição, perma-necer na zona de conforto em que sem-pre estiveram. Não ter que dividir espaçocom intrusos, como recentemente temocorrido em aviões, shoppings, restau-rantes, antes espaços reservados a al-guns. Ter empregadas domésticas comose escravas fossem. Esse tempo não voltamais. Mas o ódio, com sua carga explo-siva, às vezes assassina, perigosamentetem mostrado a cara. Resta contê-lo. Pelapolítica, pelo encontro fraterno de di-ferentes.
EMILIANO JOSÉ ESCREVE 2ª-FEIRA, QUINZENALMENTE
A política memantém de pé,me mantém cheiode esperança,me mantémna luta paramudar o mundo.A ditadura me feriu.Não me destruiu
Comprou mas não levouO projeto de construção de uma nova sedepara o Sebrae, que deixaria o prédio na Ave-nida Carlos Gomes e mudaria para a AvenidaTancredo Neves, vai ter que esperar pelasolução de problemas relacionados ao ter-reno.
A área comprada por R$ 10 milhões deveriamedir 2,5 mil metros, porém mede apenas 1,8mil.
O restante é área pública.Segundo o presidente do Sebrae, Edival Pas-
sos, o problema existe e está sendo traba-lhado.
– Nós estamos finalizando o projeto e bus-cando que o proprietário complemente de umterreno vizinho a área que falta – diz.
O processo está na justiça desde o ano pas-sado.
Definição no SolidariedadeHoje é dia de definição na executiva estadualdo Solidariedade, que está dividido entre oapoio ao pré-candidato governista Rui Costa(PT), defendido pelo deputado Marcos Me-drado, ou ao oposicionista Paulo Souto (DEM),que conta com o apoio do deputado ArthurMaia.
Na quarta é a vez da executiva nacionalbater o martelo.
Já que os dois lados acreditam ter o controledo partido na Bahia, o jeito será esperar paraver em que direção a balança vai pender.
Resposta sensataInteressante a posição do petista Carlos Mar-tins, coordenador da campanha de Rui Costa(PT) ao governo do estado em relação à pes-quisa do Ibope na semana passada.
Ele parece ter sido o único na primeira linhaa tratar do assunto sem questionar a seriedadeda pesquisa.
Martins resistiu à resposta rápida, dada porRui no twitter, e à insinuação do vice-go-vernador Otto Alencar em relação à contra-tação do levantamento pelo grupo de comu-nicação que tem ligações com o prefeito ACMNeto (DEM).
– Reflete apenas um momento – disse.
LembreteDurante a cerimônia de entrega de cisternase barreiros em Serrinha, um dos agricultoresdiscursou e agradeceu emocionado o bene-fício.
O governador Jaques Wagner, que ouviaatentamente as palavras, correu e cochichoualgo no ouvido do orador, que em seguidaretomou o discurso:
– Eu ia esquecendo, mas o governador meajudou a lembrar. Não posso deixar de agra-decer à presidente Dilma, que fez isso pelagente.
Herança malditaA Prefeitura de Amargosa foi acionada peloMinistério Público do Trabalho para pagaruma conta de quase R$ 10 milhões por su-postas irregularidades em contratos e pelaausência de prestação de contas em convê-nios.
De acordo com as denúncias ao MPT, feitaspor um grupo de vereadores, os problemasteriam acontecido na gestão do ex-prefeitoValmir Sampaio (PT), que chegou a ter ascontas de 2011 reprovadas pelo Tribunal deContas dos Municípios e outras aprovadascom ressalvas.
Entre as denúncias estão de trabalhadoressem processos seletivos e de serviços semlicitação. O ex-prefeito não foi localizado paracomentar o assunto.
Vai para o chãoA Ebal decidiu mesmo demolir a loja da Cestado Povo de Cajazeiras X, uma das que foramsaqueadas e depredadas durante a última pa-ralisação da Polícia Militar.
O serviço será tocado pela Infinity Cons-trutora, que foi contratada por R$ 148 mil, comdispensa de licitação, para colocar o prédio nochão e limpar a área.
SurpresaPelo menos para alguns trabalhadores da Bar-ramaroanúnciodeproblemasfinanceiroseranovidade.
Na última sexta-feira, um cobrador dizia apassageiros que os salários estavam em dia eque a garagem da empresa recebeu na últimasemana 12 veículos novos.
. O Instituto Brasiliense de Direito Público(IDP), em parceria com a Multipla Difusão doConhecimento, realiza hoje, das 8 às 19 ho-ras, no Bahia Othon Palace, o seminárioFundamentos Jurídicos do IPTU. A aberturado evento será feita pelo ministro do Su-premo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Oprefeito ACM Neto (DEM) participa de umpainel.
COLABORARAM ADILSON BORGES E FERNANDO DUARTE
Donaldson GomesJornalista
TEMPO PRESENTE Psicanálisee política
EditorJary Cardoso
www.atarde.com.br/politica/noticias
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