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0 O USO DE DOCUMENTOS E ARQUIVOS EM SALA DE AULA NOÊMIA DE CARVALHO GARRIDO TEMA: PATRIMÔNIO HISTÓRICO TÍTULO: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE CAMPINAS: Vila Industrial entre Memórias e riqueza patrimonial 2º SEMESTRE /2013

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O USO DE DOCUMENTOS E ARQUIVOS EM SALA DE AULA

NOÊMIA DE CARVALHO GARRIDO

TEMA: PATRIMÔNIO HISTÓRICO

TÍTULO: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE CAMPINAS: Vila

Industrial entre Memórias e riqueza patrimonial

2º SEMESTRE /2013

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE CAMPINAS: Vila Industrial entre

Memórias e riquezas patrimonial

Noêmia de Carvalho Garrido

Doutoranda em Ciências da Cultura Professora de EJA – Fumec/Campinas

2. Justificativa

Conhecer Campinas em especial a história da Vila Industrial no Município de

Campinas, Estado de São Paulo, tem como relevância a riqueza memorial acumulada no

tempo e interligada aos fatos marcados no cenário social brasileiro. Campinas possui mais

de um milhão de habitante e pelo seu desenvolvimento sócio econômico e cultural se

tornou uma cidade Metropolitana. A partir da metade do século XIX, (1842) com a

economia voltada para agricultura do café que demandou em grandes lucros, foram

instaladas aqui as primeiras ferrovias intensificando o processo imigratório para o cultivo

da lavoura e inicio da industrialização. Esses fatos fizeram de Campinas um padrão de

ocupação urbana alterando seu perfil de pequena cidade paulista. Com um perfil de cidade

em desenvolvimento e com a implantação de indústrias e fábricas ao redor das ferrovias

foram surgindo os primeiros bairros e vila dos operários. Assim surge a Vila Industrial.

O surto da Febre Amarela que atingiu um contingente significante no país, fez de

Campinas um local de redução da população. Foi construído na Vila Industrial um

cemitério para atender o sepultamento dos corpos especificamente dos escravos.

A importância do tema na Sequência Didática é uma estratégia para poder trabalhar

a organização do conhecimento partindo do local que os alunos escolheram para viver,

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estudar e encontrar trabalho. Diante do conhecimento restrito desses alunos, da cidade

escolhida, torna-se primordial desenvolver os estudos desse tema como ponto de interesse

e de algo que se interliga com outros temas, aprofundando o conhecimento relacionado a

história do Brasil. Dessa forma podemos ir dando sequencia no conteúdo explorando

outras áreas de maneira que o aluno vá ampliando seus estudos e construindo novos

saberes sistematizados e problematizados no contexto da sala de aula.

3. Objetivos

- Explorar através de diferentes atividades os patrimônios históricos de Campinas

em especial a Vila Industrial por possuir notável acervo monumental tombado pela

CONDEPACC;

- Problematizar a demolição dos patrimônios históricos em Campinas;

- Proporcionar o desenvolvimento do estudo de maneira interdisciplinar de forma

que o conhecimento seja construído integralmente como um todo;

- Desenvolver através da SD, as competências e habilidades para que o aluno tenha

compreensão dos conteúdos específicos e seja capaz de aplicá-los em qualquer

situação problema.

4. Componente Curricular

A partir da disciplina de História, a SD é uma estratégia metodológica para

interligar seguintes áreas:

- Geografia, localização em relação ao Brasil, Estado e Município;

- Ciências, a epidemia que atingiu Campinas, tipos de doenças

- Matemática no trabalho com os gráficos no mapa, situação problema envolvendo

condições econômicas da classe operária

- Português com leituras e escritas elementos importantes na tarefa da alfabetização do

Jovem e Adulto.

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5. Ano (série)

A Sequência Didática será elaborada para ser desenvolvida com alunos Jovens e

Adultos em uma sala multiciclada, ciclos I e II, equivalente as séries de 1º ao 5º ano do

ensino fundamental.

6. Tempo previsto

O curso da EJAI, em alfabetização na FUMEC de Campinas é semanal, e tem um

tempo de aula diária de 2H:30’. Na Sequencia Didática proposta o conteúdo será

trabalhado uma vez por semana abordando a disciplina de história e sequencialmente nos

outros dias da semana interligando as demais áreas do conhecimento no tempo disponível

para o primeiro semestre de 2014.

7. Desenvolvimento e conteúdo das atividades

Hoje é comum realizar um trabalho de pesquisa em qualquer nível do aprendizado

utilizando como recurso didático o uso de documentos históricos. Determinadas fontes

pode desencadear um valor histórico dimensional no processo de ensino e aprendizagem,

sobretudo pela ressignificação do passado remetido à reflexão teórica no presente. Segundo

Raquel França dos S. Ferreira, (1982) Documentos históricos são reproduções de fontes

primárias utilizadas pelo pesquisador. Para autora, hoje em dia há um consenso entre os

historiadores de que essas fontes podem ser escritas ou não, mas de diversas naturezas

como: cartas registradas em cartórios, diários, também testemunhos orais.

O uso do jornal em sala de aula,especialmente no trabalho de pesquisa no ensino

de história é um documento muito valioso nos dias atuais.

1º Momento

Foi selecionado para esse trabalho o Jornal “Correio Popular de Campinas, de 14 de

julho de 1999, trazendo em suas páginas todo um apanhado da história de Campinas desde

1838. Através dos dados históricos contido no jornal foi organizado um planejamento para

desenvolver a SD em sala de aula. O matéria apresenta um arquivo riquissímo para o

estudo da história de Campinas através de uma sequencia de datas e acontecimentos de

diferentes épocas.

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Atividades para a o espaço de tempo de 2h:30’

1- Leitura do jornal;

2- Produzir a linha do tempo e dados históricos de cada época em Campinas;

3- Fazer um relatório com:

a) Tipo de carro da época

b) Tipo de moradia;

c) Tipo de roupas;

d) Movimentos culturais

Jornal: Correio Popular de Campinas: 14/07/1999 – p. 4 e 5

Na Sequencia Didática Problematizada em sala de aula foi selecionado outros

instrumentos como ferramenta para materialização da aprendizagem dos alunos jovens e

adultos em fase de alfabetização. A abordagem do conteúdo tendo como eixo temático a

disciplina de história, apresenta como perspectiva a interdisciplnaridade das àreas do

conhecimento, sobretudo na visão de que o ser humano se caracteriza pela sua formação

integral, ou seja, a forma de como aprende as coisas do mundo se integra independente da

classificação de divisão das àreas do conhecimento proposto pela escola. Assim apresentar

o mapa na abordagem do conhecimento de história tem como fundamento teórico e crítico

de que homem que estamos falando? de qual época? de que sociedade e de que cultura?

Não se esquecendo de que para compreender o homem contemporâneo é preciso buscar na

história suas relações e seus modos de vida do passado.

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2º Momento

Apresentação do mapa do Estado de São Paulo Focalizando onde fica a cidade Campinas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:SaoPaulo_Municip_Campinas.svg

A cartográfica na Sequencia Didática torna-se uma ferramenta teórica muito bem

utilizada no desenvolvimento dos conteúdos e atividades proposto em sala de aula.

Problematizar a história de uma cidade através da representação gráfica do mapa remete

para um campo de pesquisa interligado as diferentes àres de aprendizagem produzindo uma

compreensão de dados geograficos, situações políticas, economicas, social e cultural.

Nessa perspectiva problematizar a história urbana de Campinas é uma maneirra de analisar

as mudanças o modo de vida e as transformações ocorridas ao longo dos tempos. Para

Daniela Marzola Fialho, (2010) [...] os mapas produzem as identidades e as mudanças do

espaço urbano ao longo do tempo, dando visibilidades significativas até então invisíveis,

ainda que não ocultos, possibilitando, assim, outras práticas e políticas de intervenção

urbanas.

Atividade com 2h:30’

Aula expositiva e interativa:

– Propor que os alunos manuseem o mapa expôsto na frente da sala e localizem demais

cidades próximas a Campinas (limites regionais);

- Escrever no caderno os nomes das cidades localizadas no mapa.

3º Momento- Filme: Campinas um Olhar

Na Sequência Didática com o filme; “Campinas um Olhar”, por se tratar de um

documentário que abrange a história de Campinas desde o início de sua fundação nos mais

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variados pontos: social, cultural e econômico, seu desenvolvimento nos referidos aspectos

até os dias atuais. O filme foi uma iniciativa inédita da Câmara Municipal de Campinas,

com intenção de recuperar a história da cidade enfatizando os acontecimentos das gerações

passadas. A historiografia escravocrata, a economia alicerçada pelo cultivo cafeeiro que

fez de Campinas o apogeu nos anos dourados, os imigrantes que aqui chegaram para

trabalhar na lavoura retratam a história de Campinas. O filme tem como trilha sonora uma

versão da ópera “O Guarani”, do compositor campineiro Carlos Gomes.

Atividades: Filme: Campinas um Olhar: 30’

a) 1- Levantamento oral dos pontos destacados abaixo, em grupo: 2h:00

b) Patrimônios históricos destacados no filme;

c) Que tipo de economia movimentava a sociedade campineira na época;

d) De onde são os trabalhadores que compunha e compõe nos dias atuais o cenário

social campineiro;

2- Responder as questões individuais: 2h:30’

a) Qual o órgão e em que ano foi produzido o filme?

b) Sobre a trilha sonora do filme: Quem compôs, e que representou o personagem da

música para o Brasil e mundo?

c) Quantos anos tem Campinas?

4º Momento – A riqueza patrimonial da Vila Industrial

A Vila Industrial é um dos bairros mais antigo de Campinas, denominada Vila dos

operários. Situada próximo a antiga Estação Fepasa e as Industrias que foram formando ao

redor da Estação, tornou-se um patrimônio histórico de Campinas. Podemos conhecer um

pouco desta história através da reportagem abaixo de Carolina Cantarino:

Reportagem Vilas operárias: patrimônio ameaçado

Projeto de moradias populares tenta reverter situação de abandono em que se encontram as históricas vilas operárias de Campinas

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Carolina Cantarino

Os lucros da economia cafeeira; a instalação das primeiras ferrovias; a intensificação da imigração; o início da industrialização. Todos esses fatores históricos que caracterizam a segunda metade do século XIX provocaram um padrão de ocupação urbana que alterou o perfil de pequenas e grandes cidades paulistas.

Regiões pouco povoadas ou mesmo com perfil ainda rural começaram a ser ocupadas, guiadas pela implantação de fábricas e indústrias ao longo da faixa da ferrovia. Próximas aos conjuntos industriais e às estações de trem surgiram as primeiras vilas e bairros operários.

A Vila Manoel Dias, por exemplo, que integra a Vila Industrial de Campinas (SP), começou a ser construída por volta de 1908, para os funcionários da Mogiana. A construção da estrada de ferro trouxe imigrantes para trabalhar nas oficinas dessa e de outras companhias ferroviárias como a Paulista. Outras fábricas – como as de equipamentos agrícolas e os curtumes – também se instalaram na região. Enquanto os grandes fazendeiros de café e suas famílias residiam em regiões da cidade consideradas nobres - como o bairro Cambuí ou mesmo o “centro histórico” da cidade - os ferroviários e operários habitavam as vilas e bairros localizados, então, na periferia da cidade.

Depois de quatro anos de discussões, o Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc), em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), iniciou intervenções para salvar, em caráter de urgência, casas da Vila Industrial. Por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) da CEF, 34 casas da Vila Manoel Freire, que intega a Vila Industrial, serão restauradas. A previsão é que as obras durem oito meses e que o programa seja depois estendido a outras vilas do bairro.

A Vila Industrial é composta por várias casas e vilas, dentre elas a Manoel Freire, que é tombada pelo Condepacc desde 1994. O tombamento não impediu que suas casas fossem totalmente degradadas. Desde o ano passado, cerca de 12 famílias ocuparam a vila e vivem em condições precárias, ameaçadas pelo risco de desabamento das casas.

“A opção inicial do projeto de recuperação da vila é o morador. Não existe nenhuma intenção de se refazer o perfil da população local”, garante Daisy Serra Ribeiro, responsável pela Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural, órgão ligado ao Condepacc e à Secretaria Municipal de Cultura de Campinas. “Há três semanas, houve uma reunião com as famílias que ocuparam a vila. São trabalhadores que, se quiserem permanecer no local após a restauração, poderão participar, através do arrendamento, da compra das casas”, afirma a historiadora.

O Programa de Arrendamento Residencial da CEF possui uma linha especificamente voltada para a recuperação de imóveis privados reconhecidos como patrimônio histórico. A Vila Manoel Freire foi comprada pela HM Construtora, empresa que será responsável pelas obras de recuperação. Depois de restauradas, as casas deverão ser vendidas, através da CEF, a preços considerados populares. “O arrendamento da CEF é voltado para a população de baixa renda, que poderá comprar a casa através de prestações que não deverão ultrapassar meio salário mínimo”, conta Daisy Ribeiro que ainda lembra que, segundo as regras do PAR, um proprietário não poderá adquirir mais de uma casa.

Memória

Formadas por pequenas casas geminadas, as vilas operárias costumavam ser regidas por rígidas regras de comportamento impostas por seus proprietários que nem sempre eram os donos das fábricas: muitas vilas pertenciam a imigrantes mais abastados que alugavam suas casas aos operários. O imigrante português Manoel Freire obrigava as moradoras de sua vila a freqüentar diariamente a missa na capelinha – já demolida. Costumava, também, “vigiar” os seus moradores

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através de uma abertura feita no telhado de sua casa.

Essas e outras histórias estão presente no livro Além do túnel, uma vila - Histórias e personagens do primeiro bairro operário de Campinas de Larissa Velasco. Através de depoimentos de 13 moradores antigos do local, a jornalista registrou fatos, lugares, pessoas, ruas e eventos que marcaram sua história. “Com a ajuda de uma antropóloga e uma historiadora, relacionei todos esses elementos com a história do surgimento do bairro e com o próprio conceito de bairro operário”, afirma Velasco. Parte de sua família reside na Vila Industrial, o que facilitou a descoberta e o contato com os personagens mais significativos do bairro.

Carnaval, futebol, igreja, infância e escola foram os temas mais abordados pelos entrevistados. Mas num bairro considerado “operário” não se fala sobre o passado na fábrica, as relações entre patrões e empregados ou a dura rotina de trabalho? “Todos os moradores com quem conversei disseram que gostavam dos seus respectivos trabalhos” lembra Larissa Velasco. “A proximidade das fábricas e estações ferroviárias com as vilas de moradia também foi interpretada de modo positivo. Existia a possibilidade de se almoçar em casa, com a família e de se conviver mais intensamente com os colegas de trabalho que também eram seus vizinhos”. A segregação do bairro operário pelo restante da cidade também fazia com que os seus moradores permanecessem isolados nos limites postos pela linha do trem.

Segregação

Além do túnel, uma vila é uma referência ao extenso túnel subterrâneo, inaugurado em 1915 e que faz a ligação entre a Vila Industrial e o centro da cidade de Campinas. Para Larissa Velasco, o título do livro também é “uma reposta àqueles moradores da cidade que costumam comentar: ‘a Vila Industrial é ‘distante’”. Mais do que uma distância física ou geográfica, o comentário expressa a desvalorização simbólica e material de um patrimônio histórico da cidade. A “distância” vira descaso e resulta em degradação.

Para a jornalista, a verdadeira revitalização da Vila Industrial depende, assim, de um trabalho de conscientização sobre sua importância junto à população de Campinas que, ainda hoje, a estigmatiza. “Desde sua criação, as vilas operárias de Campinas sofreram a discriminação dos moradores da cidade, por ser um lugar de pobres e operários e também pelo tipo de estabelecimentos que lá existiam como o matadouro municipal, curtumes e lazaretos. A Vila Industrial, hoje, está esquecida e é desvalorizada por uma grande parcela da população que nem sequer sabe da sua importância histórica e arquitetônica”, afirma a jornalista.

No dia 7 de dezembro de 2005 houve o lançamento dos 200 exemplares do livro e uma das casas mais representativas do conjunto da Vila Manoel Dias - conhecida como Castelinho - foi demolida devido ao risco de desabamento. “Agora a casa só existe na foto estampada na capa do meu livro”, lembra Velasco.

http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=170 Atividade 2h:30’

1- Fazer a leitura da reportagem oral;

a) Produzir um texto sobre a importância do tombamento monumental para a preservação histórica de um lugar.

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5º Momento

Material Fotográfico

Bairro Vila Industrial este local ficava atrás do antigo cemitério que existia

http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2008/04/memria-fotogrfica-bairro-vila.html

Túnel subterrâneo que liga a vila industrial ao centro do Campinas, inaugurado em 1915

https://www.google.com.br/?gws_rd=cr&ei=N1aSUvT9BovNsQTg94D4Bg#q=Vila+Industrial+tunel Praça- local atual de onde era o antigo Teatro Castro Mendes, monumento cemitério atual

Fotografado pela autora do texto - GARRIDO

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As fotos apresentadas acima são do mesmo espaço onde era o antigo cemitério da Vila Industrial.

Atividade em 2h:30’

1- Observar as fotos e responder: a) Que visão se tem da Vila Industrial apresentada na primeira foto? Quem era

enterrado neste cemitério?

b) Observar as fotos e responder: O que você vê no lugar do cemitério?

c) O que aconteceu com os restos mortais?

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA: ESTAÇÃO DA CIA. PAULISTA

Foto do começo do século XX.

http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2008/04/memria-fotogrfica-estao-da-cia-

paulista.htm

LOCOMOTIVA Nº. 302 DA CIA. MOGIANA

http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2008/04/memria-fotogrfica-estao-da-cia-

paulista.html

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MEMÓRIA FOTOGRÁFICA: MATADOURO MUNICIPAL

Edíficio que existiu na região do

bairro Vila Industrial e que hoje

somente está na memória de quem

vivenciou aquela época. A foto faz

parte da coleção do fotógrafo

Austéro Penteado.

http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=170

A análise documental através da fotografia é de certa forma uma abordagem que

requer um novo olhar ao instrumento aplicado pelos pesquisadores e investigadores e

requer um modo todo especial pelos dados observados. Todavia esse universo de fonte

historiográfica pode aproximar das diferentes áreas do conhecimento especialmente das

ciências sociais fundamentando um repertório histórico que abrange todo um cenário da

sociedade passada, temporalizada no presente. Segundo Ana Maria Mauad:

A tradição oral, os diários íntimos, a iconografia e a literatura apresentaram-se como fontes históricas da excelência das anteriores, mas que demandavam do historiador uma habilidade de interpretação com a qual não estava aparelhado. Tornava-se imprescindível que as antigas fronteiras e os limites tradicionais fossem superados. Exigiu-se do historiador que ele fosse também antropólogo, sociólogo, semiólogo e um excelente detetive, para aprender a relativizar, desvendar redes sociais, compreender linguagens, decodificar sistemas de signos e decifrar vestígios, sem perder, jamais, a visão do conjunto. (1996)

Para essa Sequencia Didática a proposta é de observar o matérial fotográfico e

programar uma visita para conhecendo os locais de patrimônios históricos de Campinas, na

Vila Industrial

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Atividade para essa sequencia será preciso de uma semana de aula de 2h:30’

1- Levar máquina fotográfica na visita a Vila;

2- Fotografar os lugares observados anteriormente na matéria estudada;

3- Agrupar todo o material coletado através das fotografias em sala de aula;

4- Fazer uma análise comparativa das mudanças nos espaços dos monumentos

históricos

5- Expor o material para a escola.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância do trabalho com projetos em sala de aula através da Sequencia

Didática Problematizada tem como implicação um aprendizado com possibilidades de

assegurar a construção do conhecimento integral. O conjunto de disciplinas interligadas as

diferentes áreas do conhecimento, a interdisciplinaridade da proposta, compõem

significativamente o entrelaçamento e a organização do conjunto das funções mentais para

que o aluno possa adquirir competência e habilidade no que se refere a autonomia em

desenvolver suas atividades ao longo da vida.

O curso proporcionou um olhar diferenciado partindo da disciplina de História

oferecendo diferentes ferramentas, ou seja, materiais didáticos provocando uma

tempestade de idéias que contribuíram para o planejamento do trabalho em sala de aula.

Dessa forma as interpretações intertextuais através da imagem fotográfica, a iconografia, a

utilização do jornal, monumentos históricos e documentais, acercados da maneira de ser e

de agir de um determinado contexto compreendem fontes históricas e de análise social,

cultural e política de uma determinada sociedade. As mudanças temporais apresentam

recortes espaciais e comportamentais de um tempo para outro.

Considerando que nas salas de aula com a educação de jovens e adultos o

aprendizado da escrita é um fato que requer o desenvolvimento específico do letramento,

visto que ler e escrever são elementos pelos quais os alunos procuram a escola. Assim a

leitura e escrita da história está relacionada a compreensão da demais áreas do

conhecimento e de mundo se aproximando da cultura universal e construção de cidadania.

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BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2002.

BARROS, José D’Assunção. O projeto de pesquisa – aspectos introdutórios. Travessias, v. 02, n. 01, 2008. Disponível em:

CERRI, L. F. Didática da História: uma leitura teórica sobre a História na prática. Revista de História Regional, v. 15, p. 264-278, 2010.

FONSECA, T. N. L. História & ensino de História. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

Imagens fotográficas. Disponível em: http http://www.abpfsp.com.br/ ouhttp://trem_campinas.vilabol.uol.com.br/

JORNAL, CORREIRO POPULAR DE CAMPINAS. Quarta-feira, 14 de julho, 1999

Mauad Ana Maria. Através da Imagem: Fotográfica e História Interfaces, vol.1, nº2, p.

73 - 98, 1996,

Pesquisa no Ensino de História. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2009.

ROCHA, Helenice Aparecida Bastos. Problematizando a organização do ensino de História. I Seminário de Pesquisa e Prática Educativa: os desafios da

http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/2917.