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ConteúdoConteúdo........................................................................................................2

A MAÇONARIA X IGREJA CATÓLICA - HOSTILIDADE SEM MÁSCARAS!!!...........3A MAÇONARIA...............................................................................................11

POR QUE UM CATÓLICO NÃO PODE SER MAÇOM?........................................15

AUTORIDADE CATÓLICA DIZ: " NADA MUDOU NA POSIÇÃO DA IGREJAQUANTO A MAÇONARIA!".............................................................................19

MAÇONARIA - LAICISMO – CATOLICISMO......................................................21

PODE UM CATÓLICO EXERCER A MAÇONARIA?............................................26

DALL'ALTO DELL'APOSTOLICO SEGGIO........................................................30

EXORTAE IN ISTA..........................................................................................42

HUMANUM GENUS........................................................................................45

A MAÇONARIA - UM POUCO DE HISTÓRIA!...................................................61

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA............................................................66

CARTAS SOBRE A MAÇONARIA.....................................................................67

IRRECONCIABILIDADE ENTRE A FÉ CRISTÃ E A MAÇONARIA!.......................70

A MAÇONARIA REALIZA CULTO SATÂNICO COM A EUCARISTIA?...................74

A MAIS NOVA ACUSAÇÃO! PAPA PIO XII UM MAÇON?..................................81

MAÇONARIA: ORIGEM, SIMBOLISMO E TEMPLÁRIOS!....................................82

PERGUNTA SOBRE ORTODOXOS, PROTESTANTES, MAÇONS E ROSACRUZES!.....................................................................................................................87

MAÇONARIA: SEITA RELIGIOSA OU GRUPO SECRETO?.................................92

MONSENHOR ENSINA: "AS CONSEQUÊNCIAS DA PARTICIPAÇÃO DECATÓLICOS NA MAÇONARIA!"......................................................................99

SER CATÓLICO OU SER "DEMOLAY"?..........................................................101

SOBRE O OBELISCO, EXISTENTE NO MEIO DA PRAÇA DE SÃO PEDRO ÉPAGÃO?......................................................................................................105

EX - MAÇON, ESCREVE LIVRO: "EU FUI MAÇOM" ONDE REVELA POSIÇÕES DA

MAÇONARIA!..............................................................................................107

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A MAÇONARIA X IGREJA CATÓLICA -HOSTILIDADE SEM MÁSCARAS!!!

Autor: --Apostolado Veritatis Splendor: Dom Vital Maria Gonçalves e a Maçonaria.Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/1762. Desde 25/4/2005.

Dom Vital Maria Gonçalves e a Maçonaria

D. Vital, bispo de Olinda

A infiltração maçônica no Brasil e suas atividades contra a Igreja sempre deram aosobservadores a impressão de que os maçons daqui seriam menos rancorosos que

os da Europa. De fato, os maçons do Brasil são, como os brasileiros em geral,menos enérgicos, mas não menos rancorosos que os da França. Nem por issodeixam de odiar a Igreja e trabalhar contra ela. O episódio de D. Vital é prova disso.

D. Vital parece ter sido realmente um homem de valor e é uma beleza contemplar oolha que mostra o retrato de capa do livro abaixo referido em que colhemos osdados aqui apresentados. Seus olhos mostram uma tal mansidão e uma tal força,que ninguém pode deixar de se impressionar.

D. Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira nasceu em Pernambuco, num engenho deaçúcar, a 27 de novembro de 1844. Seu nome civil foi Antônio Júnior.

Estudou no Seminário de Olinda, primeiro, e depois em S. Sulpice em Paris, onderesolveu ser capuchinho (ramo franciscano) sendo recebido no Seminário deVersalhes onde os seus superiores, procurando prová-lo, trataram-no com talaspereza e tanta falta de atenção que ele pegou uma doença de garganta de quenunca mais se pode curar completamente e da qual provavelmente morreu.

No dia em que os religiosos da comunidade franciscana decidiram aceitar (contra aoposição do Pe. Mestre) a sua profissão definitiva, este Padre Mestre disse-lhe:"Você nunca prestará para coisa alguma.

Não poderá ser sacerdote e terá muito que sofrer". Tirando a última parte, que semostrou verdadeira (mas parece que para o bem de D. Vital), no mais não apenasfalhou na sua "profecia" como mostrou uma dureza de coração incrível contra umpobre seminarista franciscano que nunca teve nenhuma rebeldia, nenhuma mávontade, nenhuma queixa.

Àquela palavra dura do seu Padre Mestre, ele respondeu: "Não pedi a entrada emreligião para me tornar notável em trabalhos além dos que Deus me destina. Nemmesmo a glória do sacerdócio procurei. Vim para glória de Deus e salvação deminha alma.

Se não puder ser bom padre, pedirei para ficar como simples leigo e que NossoSenhor tenha pena de mim até o fim". Apesar de tudo, quando a comunidade

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indagou o Pe. Mestre qual o conceito que fazia do candidato à profissão definitiva,ele declarou que o comportamento de D. Vital tinha sido sempre irrepreensível.

D. Vital foi depois para o convento franciscano de Perpignan e mais tarde para oSeminário de Toulouse onde foi ordenado em 2 de Agosto de 1868. No fim destemesmo ano de 1868 voltou para o Brasil onde foi mandado para ensinar noConvento dos franciscanos em São Paulo.

Em março de 1872 foi sagrado bispo por indicação do Governo do Império do Brasil(que então tinha tais privilégios) e aceitação do Papa Pio IX que hesitou muitoporque D. Vital tinha apenas 26 anos! Mas como, em face da demora de Roma emaprovar seu nome, D. Vital, a conselho do Núncio, escrevera a Pio IX pedindo paraser dispensado do cargo (o que realmente desejava para manter-se como umsimples religioso), o Papa percebeu todo o seu desprendimento e resolveu nomeá-lo. Foi nomeado bispo de Olinda e Recife e tomou posse de seu cargo em 24 de

Maio de 1872.

A luta entre a Igreja e a Maçonaria no Brasil tornou-se acesa pouco depois, emvirtude de um incidente ocorrido no Rio de Janeiro. Naquela época e apesar dasdiversas condenações da maçonaria pelos Papas, havia muitos padres quepertenciam a lojas maçônicas.

 Também muitos homens notáveis da época eram maçons, alguns por simplesignorância, outros, embora tendo seus nomes ligados à história do Brasil, porconvicções maçônicas e mau espírito contra a Igreja.

Em março de 1872, pouco antes de D. Vital ser eleito bispo, houve uma festa damaçonaria que comemorava a Lei do Ventre Livre, obtida pelo então principalMinistro do Imperador, Presidente do Conselho (chefe de governo), o Visconde deRio Branco, pai do Barão do Rio Branco, homem realmente capaz, de notávelinteligência e também grau 33 da loja maçônica da Rua do Lavradio. Um dosoradores da festa foi um padre, chamado Almeida Martins.

O bispo do Rio, D. Pedro Maria de Lacerda, escandalizado, chamou o Padre Martinsem particular para ponderar-lhe que ele não podia ser padre e maçom ao mesmotempo. O Padre recusou atender a qualquer ponderação. O Bispo suspendeu-o deordens.

A maçonaria considerou-se atingida e fez uma grande assembléia que foi presididapelo Chefe do governo, o Visconde do Rio Branco. Decidiram então iniciar umagrande campanha contra a Igreja e a essa campanha uniram-se os maçons de umaala dissidente. Coletaram fundos e começaram os ataques.

Fundaram inúmeros jornais para a campanha: no Rio, o jornal "A Família"; em SãoPaulo, o "Correio Paulistano"; em Porto Alegre, "O Maçom"; no Pará, o "Pelicano"; noCeará, "A Fraternidade"; no Rio Grande do Norte, "A Luz"; em Alagoas, "O Labarum"e em Recife, dois, "A Família Universal" e "A Verdade".

Assim, quando D. Vital chegou ao Recife, já encontrou em atividade os jornais

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maçons que todos os dias procuravam atingi-lo com sarcasmos e injúrias. O bisponão respondia, é claro. A 27 de Julho começaram a provocá-lo.

Primeiro anunciaram que iria haver umamissa em ação de graças numa loja. Diante da proibição sigilosa do bispo, nenhumpadre ousou celebrá-la. Depois, pediram missas por maçons falecidos semarrependimento e, é claro, nenhum padre aceitou.

Finalmente, diante do silêncio do bispo que não respondia as provocações, nos dias22,23,24,25 e 26 de Outubro, o jornal "A Verdade" publicou uma série de artigos

contra a Santíssima Eucaristia, a Virgindade e a Maternidade divina de NossaSenhora e a Imaculada Conceição.

E para atingir melhor o alvo, uma Irmandade religiosa (várias estavam infiltradas demaçons) elegeu o autor daqueles artigos como seu presidente. Finalmente, a 21 deNovembro, o bispo D. Vital publica um protesto contra os ataques aos nossosdogmas exortando a população a protestar também. Mais tarde fez um sermãopúblico na catedral, repetindo o protesto e acusando a maçonaria.

O jornal, para zombar dele, publica uma lista de padres e cônegos filiados àmaçonaria local. O bispo chama-os um por um, em particular, e obtém de todos que

se retratem publicamente e se desliguem das lojas, exceto dois. O jornal publicaentão os nomes de presidentes, secretários e tesoureiros de irmandades quetambém pertenciam às lojas.

O bispo faz o mesmo, mas aqui esbarra na obstinação de várias irmandades que serecusam a acatá-lo. Só duas aceitaram e as demais ou recusaram ou nem foram àentrevista. D. Vital procurou obter com amigos comuns que elas, as Irmandades, sesubmetessem à sua autoridade. Não conseguiu nada.

Resolveu então mandar um primeiro aviso canônico aos vigários assistentes dasirmandades para que exortassem os irmãos maçons a renunciarem à maçonaria ou

se demitirem. As irmandades recusaram aceitar isso.

Mais dois avisos se seguem e são recusados. O bispo lança então um interdito sobreas irmandades Santo Antônio e Espírito Santo, impedindo a realização de missas ouquaisquer religiosos nas suas capelas. Os maçons começaram a promover tumultosde rua.

Primeiro fecharam capelas e igrejas, roubando chaves de sacrários ou de arquivos.D. Vital publica uma "Carta Pastoral contra as ciladas da Maçonaria". Nela, além dehistoriar as atividades perniciosas da organização, assinala que não há diferençaentre a maçonaria no Brasil e na Europa, que todas obedecem aos mesmos planos.

Proíbe a leitura do jornal "A Verdade" e excomunga os maçons que não abjurarem.

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Enquanto isso, também o bispo de Belém do Pará, D. Antônio Macedo Costa,combate a maçonaria. As notícias a respeito, chegando ao Rio, provocaram enormeabalo.

O Governo reuniu-se, ao saber que irmandades haviam sido interditadas e tambémpor causa da Carta Pastoral.

O próprio Governo, isto é, certamente o seu Chefe, Visconde do Rio Branco, e seusajudantes maçons, mandaram dizer às irmandades que deviam apelar para oGoverno Central com um, então igente, "recurso à Coroa", apesar de a lei brasileirade então dizer que em causas estritamente religiosas os bispos estavamsubmetidos ao Papa e só ao Papa podiam ser apresentados recursos contra suadecisões.

Não obstante, uma das irmandades interditadas apresentou o recurso ao governo.

O próprio Imperador D. Pedro II, cuja mentalidade era liberal, não gostou da atitudedo bispo que, em carta a um Conselheiro de Estado, apontou a ilegalidade dorecurso à Coroa e declarou com simplicidade que havia cumprido seu dever debispo e só estava submetido ao Papa em matéria religiosa.

Os historiadores acham que, sem apoio do Imperador, o Visconde do Rio Brancoteria recuado. mas, com esse apoio, foi em frente. Antes de publicar sua CartaPastoral, Dom Vital havia escrito ao Papa indagando o que devia fazer diante dasituação que descrevia.

O Papa respondeu-lhe com um "Breve" datado de 29 de maio, aprovando os atos deD. Vital e dando-lhe amplas faculdades para enfrentar a situação. Diante do"recurso à Coroa" da Irmandade, o Governo mandou a D. Vital um aviso com ordemde levantar o interdito sob pena de ser processado.

O bispo responde com toda a calma e, depois de apresentar sua homenagens aoImperador e seu respeito pelo Governo, acrescenta que se deve obedecer antes aDeus que aos homens e que recebia, no mesmo dia, do Governo, o aviso parasuspender o interdito, e, do Papa, seu Breve aprovando seus atos. Assim, comobispo, não podia atender ao aviso. Isso, explicou, não era desobediência, mas dever

de consciência. Em seguida o bispo suspendeu de ordens o Deão do cabido dadiocese que era maçom e se recusava a deixar a maçonaria.

Os maçons então fizeram uma manifestação pública de apoio ao Deão. Depoissaíram para invadir, depredar e saquear a capela do Colégio dos Jesuítas, queestava cheia de fiéis que comemoravam o mês de Maio. Quebraram o púlpito, osconfessionários, os quadros, imagens, espancando os fiéis, roubando objetos devalor. Empastelaram em seguida os jornais católicos, "O Católico" e "A União"agredindo os empregados.

Agrediram os jesuítas, alguns dos quais foram apunhalados e um dos quais morreu

mais tarde. Depois arrombaram o Colégio Santa Dorotéia e em seguida foram parao palácio do Bispo.

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O Bispo, avisado, mandou iluminar todo opalácio e se apresentou diante da quadrilha que estava no portão. Eles nãoousaram invadir o palácio e acabaram se retirando. Só então chegou a polícia. D.Vital publicou um Breve, "Quamquam dolores" comunicando aos demais bispos doBrasil o que ocorria e recebendo deles todos integral apoio, sobretudo do bispo do

Rio de janeiro e do bispo de Belém do Pará.

O Governo manda um aviso à Irmandade que havia feito seu recurso e declara ele,o Governo, levantado o interdito, o que é evidentemente ridículo, já que nenhumpadre aceitaria isso. O Governou suspendeu o pagamento dos ordenados dospadres, que, naquele tempo, eram sustentados com recursos públicos e tambémdos padres professores do Seminário.

Finalmente o Governo mandou processar D. Vital por desobediência e desacato.Veio a ordem de prender o bispo e mandá-lo para o Rio de Janeiro para ser julgadopelo Supremo Tribunal.

Foram prendê-lo no palácio, em Recife, um Juiz, o Chefe de Polícia e um Coronel dapolícia. Quando o Juiz entrou no palácio e bateu na porta do quarto do bispo, estesaiu totalmente paramentado, com mitra e báculo, e assim foi preso.

Mas quando chegaram à rua, os policiais viram que a multidão engrossava dandovivas ao bispo e ficaram com medo.

Meteram-se num carro e levaram-no para o Arsenal de Marinha onde ficou preso àespera do navio que devia levá-lo ao Rio. Em Salvador, trocaram-no de navio paraque chegasse ao Rio sem ser esperado. E no Rio foi logo encarcerado no Arsenal,embora com todo o respeito e conforto.

Deve-se dizer que, em toda parte, no Recife, em Salvador, no Rio, multiplicavam-seas demonstrações de apreço, homenagem e protestos de outros bispos, do clero, dopovo. Aí o Governo encarregou o embaixador do Brasil em Londres, Marquês dePenedo, de tentar obter do Papa um pronunciamento contra o bispo.

O embaixador, hábil e insinuante, contou à sua maneira os fatos e conseguiu que oSecretário de Estado, Cardeal Antonelli (cujo comportamento futuro iria mostrar-semuito estranho) escrevesse com autorização do Papa uma carta a Dom Vital, "Gestatua non laudantur", em que, embora louvando o bispo, censura-o como tendopressa em executar, com excesso de zelo, o que o Papa havia escrito antes, emanda que ele levante o interdito para "depois" procurar eliminar os maçons dasirmandades.

O Barão e o Governo ficaram satisfeitíssimos com o resultado da missão e logonoticiaram o fato, mas D. Vital, perplexo, guardou a carta no bolso e escreveu aoPapa pedindo explicações, apresentando os fatos e mostrando os inconvenientes doque lhe estava ordenado, especialmente mandando dizer ao Papa (que até entãonão sabia) que ele, D. Vital, estava preso.

E, de fato, logo veio a resposta do Papa mandando destruir a carta do CardealAntonelli. Enquanto isso, o Governo frustrou-se porque queria que D. Vital

publicasse a carta recebida antes e este, que não era bobo, guardou-a, é claro.Afinal, veio o processo.

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Intimado a se defender em oito dias, o bispo respondeu apenas com esta frase:"'Jesus autem tacebat'. Assinado em minha prisão no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Frei Vital." Foi julgado em sessão solene do Supremo Tribunal, cheias asgalerias.

Dois Senadores católicos o defenderam, Zacarias de Goes e Candido Mendes deAlmeida (bisavô desta triste figura de mesmo nome).

Mas toda a defesa foi inútil, já que a maçonaria governava. D. Vital foi condenado a4 anos de prisão com trabalhos forçados. Há uma nota interessante: com basenaquela lei que falava em "recurso à Coroa", D. Vital foi a 163a. pessoa processada,um dos dois únicos condenados e o único que cumpriu pena.

 Também o bispo de Belém foi condenado à pena de prisão. O bispo foi levado àFortaleza de S. João (na Urca) onde entrou em 21 de Março de 1874 para cumprir a

pena que, antes de começar, já o Imperador havia convertido em prisão simples,sem os trabalhos forçados, por instâncias da Princesa Isabel, que admirava DomVital.

D. Macedo Costa, por sua vez, foi encarcerado na Ilha das Cobras. Enquantocumpriam suas penas, o Governo perseguia os dirigentes católicos do Recife,encarcerando vários outros e expulsando de Pernambuco os Jesuítas.

Mesmo preso, D. Vital escreveu e mandoupublicar uma carta, "A Maçonaria e os Jesuítas", com 139 páginas, em que defendiaa estes e atacava aquela. Na fortaleza, sucediam-se as visitas de multidões de fiéise clero, inclusive bispos estrangeiros. Inúmeras petições ao Imperador, com

milhares de assinaturas, pedindo a libertação dos bispos. A própria Princesa Isabelvai à fortaleza visitá-lo e, com a ajuda dela, D. Vital pôde chamar à fortaleza osseminaristas de Recife que já estavam prontos para ordená-los ali mesmo. O Papacomeçou a protestar e escreveu ao Imperador do Brasil pedindo que libertasse osbispos, sem deixar de afirmar que eles se conduziram como deviam fazê-lo.

O Imperador parece que não ligou muita importância à carta do Papa, mas o Duquede Caxias propôs ao Imperador uma anistia. O Imperador hesitava. Por razõespolíticas, caiu o gabinete do Visconde do Rio Branco e o Duque de Caxias foichamado para sucedê-lo.

Ele aceitou com a condição de conceder anistia aos bispos. Finalmente, o Imperadorteve que aceitar e, em 17 de Setembro de 1875, decreta a anistia que liberta D.Vital e os demais presos.

Logo em Outubro D. Vital vai a Roma onde é recebido paternalmente e com alegriapor Pio IX (o Papa, comovido, só o chamava de "Mio Caro Olinda", "Mio CaroOlinda") mas, ao visitar o Cardeal Antonelli, em seguida, foi recebido com asseguintes palavras: "Eu não havia escrito a V. Excia. mandando levantar o interditoe publicar minha carta?..." D. Macedo Soares, aliás, dá notícia de que a presença deD. Vital em Roma causara sinais de contrariedade em "certas rodas".

D. Vital respondeu pedindo as instruções precisas e Antonelli as deu. No novoencontro do dia seguinte com Pio IX, D. Vital mostrou ao Papa o que o Cardeal

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Antonelli lhe havia dado e o assombro do Papa foi enorme.

Pio IX pede um relatório a D. Vital e este lho entrega dias depois, mostrando que acarta de D. Antonelli representava desdizer os Breves anteriores. Pio IX reúne umacomissão de Cardeais e teólogos aos quais D. Vital fez uma exposição escrita e

outra oral. Pelo jeito, comparecera gente hostil.

A impressão que nos fica é a de que o Cardeal Antonelli, se não era maçom, erapelo menos liberal e antipatizava com D. Vital.

Finalmente o Papa beija Dom Vital, manifesta-lhe apoio e publica a Encíclica"Exortae" em que condenava mais uma vez a Maçonaria e apoiava os bisposbrasileiros mas, ao mesmo tempo, o Cardeal Antonelli, autorizado pelo Papa,telegrafou ao Núncio no Brasil mandando suspender os interditos das Irmandadessem a exigência de prévia eliminação dos maçons.

São dessas coisas... Em todo caso, houve a reiteração da condenação dos maçons.Bem... Há que se conviver com isso, pelo menos naquele tempo... Afinal, hoje seriapior.

D. Vital visita diversos lugares e amigos em França e na Itália. Volta a Recife, ondeprocura recompor as instituições fechadas, especialmente o Seminário e recuperaros recursos negados pelo Governo. Afinal, consegue os recursos e reabre oSeminário.

Faz visitas pastorais, mas sua saúde, sempre precária, abate-o e ele tem de voltar àEuropa para tratar-se, ajudado pela Princesa Isabel. Da França escreve ao Papa,pedindo que aceitasse sua renúncia.

O Papa pede-lhe que espere e se trate. No Brasil subia ao Governo um dos maisrancorosos maçons, Saldanha Marinho. Pio IX morre em fevereiro de 1878 e poucodepois morre D. Vital, aos 33 anos de idade, em Paris.

Seu corpo foi enterrado na cripta dos franciscanos em Versalhes, de onde, maistarde, foi trasladado para o Recife. Está enterrado na Basílica de N. Sra. da Penha,em Recife.

 Termina um pouco melancolicamente estabela página de nossa história católica, mas não é culpa dele, D. Vital, e nem sequerdos católicos brasileiros, o que há de melancolia nela.

Exceto num ponto: falta dizer que hoje, para infinita vergonha dos católicosbrasileiros, mancha a diocese de Olinda e Recife um indivíduo (será ainda bispo?),Dom Helder Camara, exemplar bem representativo daqueles eclesiásticosbrasileiros cujo vazio interior Gustavo Corção havia notado, conforme artigo quepublicamos em nosso número 148-149.

Estes eclesiásticos, como pretexto do que chamam "opção pelos pobres", não

escondem e todos os dias, ao contrário, publicam suas afinidades e simpatias com opior, mais grotesco e estúpido subproduto da maçonaria, que é o comunismo,intrinsecamente perverso, assim condenado explicitamente por Pio XI.

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Encontraram no comunismo, parece, uma terrível solução para o vazio espiritual emque viviam. Ali, na simpatia pelos agitadores e subversivos, no ativismo temporalque não tem tempo para os "moralismos" puderam, finalmente, achar sentido parasuas vidas. E se isto que dizemos parece excessivo, lembro que são eles mesmos

que no-lo dizem todos os dias.

(Permanência, Novembro/Dezembro de 1981)

Um Grande Brasileiro.

Seu autor é Frei Felix de Olivola O.F.M. -- Edição da Imprensa Universitária, Recife,1967.

Nota do Veritatis Splendor

O nosso apostolado repudia duramente as expressões usadas pelo autor , Frei Felixde Olivola O.F.M , em relação ao ex-Arcebispo de Olinda e Recife - Dom HelderCâmara .

Dom Helder foi um legítimo bispo da Igreja Católica . Igreja à qual serviu comgrande dedicação e empenho , ao longo de toda a sua vida. Fato comprovado pelasmanifestações de pesar de toda a Igreja do Brasil e do mundo , incluindo a dopróprio Romano Pontífce , quando de sua morte.

Dom Helder foi um clérigo respeitado e reconhecido em todo o mundo por sua obragrandiosa em favor dos pobres e marginalizados.

A Igreja sente-se muito honrada de ter tido D Helder entre seus filhos mais ilustres.

O Santo Papa quando de sua primeira viagem ao Brasil disse em alto e bom som aotérmino de um discurso : " Dom Helder , irmão dos pobres , meu irmão" , abraçandoo prelado nordestino , afetuosamente , logo em seguida.

O mesmo ocorreu em 1997 , na terceita visita do Papa ao Brasil , quando apóscelebrar a santa missa na Catedral metropolitana do Rio de Janeiro , o Pontíficedirigiu-se especialmente ao já enfermo e provecto D Helder , para saudá-lo com umósculo santo.

O texto foi publicado por conter informações históricas relevantes e não poropiniões como as expostas pelo autor em relação ao saudoso purpurado .

Nosso país atravessou um período histórico no qual vigorou um estado autoritário ,e no qual as opiniões e os posicionamentos de D Helder Câmara foram muito malinterpretados.

Podemos divergir de algumas de suas opiniões no plano político , mas não podemosnegar a veracidade dos fatos inscritos em sua biografia e em seu ministério.

As críticas a Dom Helder inserem-se no campo de interesse histórico e

historiográfico , para os estudiosos do período.

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O apostolado Veritatis Splendor não assume como suas todas as opiniões presentesnos seus milhares de artigos , admite essas opiniões como elementos deinformação para os estudiosos dos assuntos eclesiásticos e dos temas históricos.

A MAÇONARIA

Autor: Dom Eugênio Sales

Fonte: http://www.veritatis.com.br

Análise do Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro , Dom Eugênio de Araújo

Sales sobre o estado atual do relacionamento entre as sociedades secretas e a

Igreja Católica Apostólica Romana.

Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica "In eminenti", de 28 de

abril de 1738, até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria

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ou associações maçônicas. Após o Concílio Vaticano II, houve quem levantasse a

possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria.

Igualmente, se questionou a qual entidade se aplicava o interdito, pois há várias

correntes: se à anglo-saxônica ou à franco-maçonaria, a atéia e a deísta, anti-

clerical ou de tendência católica.

Para superar essa interrogação, o Documento da Congregação para a Doutrina da

Fé, com data de 26 de novembro de 1983, e que trata da atitude oficial da Igreja

frente à Maçonaria, utiliza a expressão "associações maçônicas", sem distinguir

uma das outras. É vedado a todos nós, eclesiásticos ou leigos, ingressar nessa

organização e quem o fizer, está "em estado de pecado grave e não pode

aproximar-se da Sagrada Comunhão". Entretanto, quem a elas se associar de boa fé

e ignorando penalidades, não pecou gravemente. Permanecer após tomar

conhecimento da posição da Igreja, seria formalizar o ato de desobediência em

matéria grave.

A Congregação, no mesmo Documento de 26 de novembro de 1983, declara que

"não compete às autoridades eclesiásticas locais (Conferência Episcopal, Bispos,

párocos, sacerdotes, religiosos) pronunciarem-se sobre a natureza das associações

maçônicas, com um juízo que implique derrogação do quanto acima estabelecido".

O texto faz referência à Declaração de 17 de fevereiro de 1981, que reservava à SéApostólica qualquer pronunciamento que implicasse em derrogação da lei canônica

em vigor. Tratava-se do cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917, que

previa excomunhão "ipso facto" a quem ingressasse na Maçonaria.

Reconhecer uma incompatibilidade doutrinária não implica fomentar um clima de

hostilidade. Preservar a própria identidade e defendê-la, não significa incentivar

atritos. Aliás, somente o respeito à Verdade facilita a paz e a busca da concórdia

entre os indivíduos. O novo Código de Direito Canônico assim se expressa: "Quemse inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com

 justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com

interdito" (cânon 1374).

No dia seguinte à entrada em vigor do novo Código, isto é, 26 de novembro, é

publicada a citada Declaração com a aprovação do Santo Padre. Diz o documento

que a Maçonaria não vem expressamente citada por um critério redacional, e

acrescenta: "Permanece, portanto, inalterado o parecer negativo da Igreja, a

respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempreconsiderados inconciliáveis com a Doutrina da Igreja e, por isso, permanece

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proibida a inscrição nelas".

Em 1997, a Livraria do Vaticano editou uma obra intitulada "A Maçonaria nas

disposições do Código de Direito Canônico de 1917 e de 1983", de autoria de

Zbigniew Suchecki. O sucesso levou à tradução para o italiano de outro livro do

mesmo autor. Eu fazia parte da Comissão do novo Código, na parte final da

elaboração. Recordo-me bem. Houve uma emenda para fazer permanecer, de modo

explícito, a condenação à Maçonaria, como foi obtido para o aborto, com

excomunhão "latae sententiae". A votação, no caso do abortamento, alcançou os

dois terços requeridos e foi incluído o termo. No que se refere à Maçonaria, houve

maioria em favor da explicitação da mesma associação, mas não com o índice

requerido. Nos debates prévios foi alegado não ser necessário, pois o texto já

continha uma proibição implícita.

Dom Boaventura Kloppenburg, em sua obra "Igreja e Maçonaria: conciliação

possível?" recentemente reeditado em 4ª edição pela Vozes, trata profusamente

deste assunto, no capítulo "Dos princípios do liberalismo religioso à maçonaria

brasileira". E, no capítulo XI, "O Maçom perante a Igreja católica - As razões da

condenação da Maçonaria - Frontal oposição de doutrinas". Outra obra recém-

publicada pela Editora Santuário é "Maçonaria e Igreja Católica", de Dom João

Evangelista Martins Terra. Permanecendo a proibição no ensinamento da Igreja,houve nesse período pós-conciliar uma profunda modificação no relacionamento

entre pessoas, entre católicos e maçons. Embora permanecendo separadas, existe

um clima de respeito mútuo que permite um diálogo. O exemplo foi o aparecimento

de reuniões entre católicos e maçons para estudo, como o de uma Comissão das

Grandes Lojas reunidas da Alemanha e a Conferência Episcopal Alemã, de 1974 a

1980.

A Declaração final do Episcopado alemão evidencia a incompatibilidade, pois amaçonaria não mudou em sua essência. A pesquisa acurada sobre rituais e os

fundamentos dessa instituição demonstram a existência de doutrinas que se

excluem. Entre as causas dessa separação, enumero: a ideologia dos maçons, o

conceito de Verdade, de Religião, de Deus, a Revelação, sobre a tolerância, os ritos,

a perfeição do homem e a espiritualidade. De outro lado, a realidade alemã vê a

possibilidade de colaboração pastoral na área da Justiça Social e Direitos Humanos.

O fato de existirem eclesiásticos na maçonaria prova que há falhas na disciplina.

São dadas explicações, não justificativas, baseadas em situações históricas, como

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no caso da Independência do Brasil. Dom Boaventura Kloppenburg em sua obra

examina o assunto e o reduz a dimensões reais.

O respeito mútuo e a fidelidade aos ensinamentos da Igreja nos possibilitam uma

convivência pacífica com os irmãos maçons.

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POR QUE UM CATÓLICO NÃO PODE SER MAÇOM?

Autor: ....................

Fonte: http://www.acidigital.com/controversia/catolicomacom.htm

Ao longo de sua história a Igreja Católica condenou e desaconselhou seus fiéis à

pertença a associações que se declaravam atéias e contra a religião, ou que

poderiam colocar em perigo a fé. Entre essas associações encontra-se a maçonaria.

Atualmente, a legislação se rege pelo Código de Direito Canônico promulgado pelo

Papa João Paulo II em 25 de janeiro de 1983, que em seu cânon 1374, afirma:

"Quem ingressa em uma associação que maquina contra a Igreja deve ser

castigado com uma pena justa; quem promove ou dirige essa associação deve ser

castigado com entredito".

Esta nova redação, entretanto, apresenta duas novidades em relação ao Código de

1917: a pena não é automática e não é mencionado expressamente a maçonaria

como associação que conspire contra a Igreja.

Prevendo possíveis confusões, um dia antes de entrar em vigor a nova lei

eclesiástica no ano de 1983, foi publicada uma declaração assinada pelo Cardeal

 Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Nela se apresenta

que o critério da Igreja não sofreu variação em relação às anteriores declarações, e

a nominação expressa da maçonaria foi omitida para assim incluir outras

associações.

É indicado, juntamente, que os princípios da maçonaria seguem sendo

incompatíveis com a doutrina da Igreja, e que os fiéis que pertençam a associações

maçônicas não podem ter aceder à Sagrada Comunhão.

Neste sentido, a Igreja condenou sempre a maçonaria. No século XVIII, os Papas o

fizeram com muito mais força, e no XIX persistira nisto. No Código de Direito

Canônico de 1917 eram excomungados os católicos que fizessem parte damaçonaria, e no de 1983 o cânon da excomunhão desaparece, junto com a menção

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explícita da maçonaria, o que pôde criar em alguns a falsa opinião de que a Igreja

por pouco aprovaria a maçonaria.

É dificil encontrar um tema - explica Federico R. Aznar Gil, em seu ensaio La

pertenencia de los católicos a las agrupaciones masónicas según la legislación

canónica actual (1995) - sobre o qual as autoridades da Igreja Católica tenham se

pronunciado tão reiteradamente com no caso da maçonaria: desde 1738 a 1980

conservam-se não menos de 371 documentos, aos quais deve-se acrescentar

abundantes intervenções dos dicastérios da Cúria romana e, a partir sobretudo doConcílio Vaticano II, as não menos numerosas declarações das Conferencias

Episcopais e dos bispos de todo o mundo.

 Tudo isto está indicando que nos encontramos frente a uma questão vivamente

debatida, fortemente sentida e cuja discussão não pode se considerar fechadas.

Quase desde a sua aparição, a maçonaria gerou preocupações na Igreja. Clemente

XII, "In eminenti", havia condenado a maçonaria. Mais tarde, Leão XIII, em sua

encíclica "Humanum genus", de 20 de abril de 1884, a qualificava de organizaçãosecreta, inimigo astuto e calculista, negadora dos princípios fundamentais da

doutrina da Igreja.

No cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917 estabelecia-se que "aqueles

que dão seu nome à seita maçônica, ou a outras associações do mesmo gênero,

que maquinam contra a Igreja ou contra as potestades civis legítimas, incorrem ipso

facto em excomunhão simplesmente reservada à Sede Apostólica".

O delito - segundo Federico R. Aznar Gil - consistia em primeiro lugar em dar o

nome ou inscrever-se em determinadas associações. (...) Em segundo lugar, a

inscrição devia se realizar em alguma associação que maquinasse contra a Igreja:

se entendia por maquinar "aquela sociedade que, em seu próprio fim, exerce uma

atividade rebelde e subversiva ou as favorecesse, quer pela própria ação dos

membros, quer pela propagação da doutrina subversiva; que de forma oral ou por

escrito, atua para destruir a Igreja, isto é, sua doutrina, autoridades em quanto tais,

direitos, ou a legítima potestade civil". (...)

Em terceiro lugar, as sociedades penalizadas eram a maçonaria e outras do mesmo

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gênero, com o qual o Código de Direito Canônico estabelecia uma clara distinção:

enquanto o ingresso na maçonaria era castigado automaticamente com a pena de

excomunhão, a pertença a outras associações tinha que ser explicitamente

declarada como delitiva pela autoridade eclesiática em cada caso.

Os motivos que argumentava a Igreja católica para sua condenação à maçonaria

eram fundamentalmente: o caráter secreto da organização, o juramento que

garantia esse caráter oculto de suas atividades e os pertubadores complôs que a

maçonaria empreendia contra a Igreja e os legítimos poderes civis.

A pena estabelecia diretamente a excomunhão, estabelecendo-se também uma

pena especial para os clérigos e os religiosos no cânon 2336.

 Também recordavam as condições estabelecidas para proceder à absolvição desta

excomunhão, que consistiam no afastamento e a separação da maçonaria,

reparação do escândalo do melhor modo possível, e cumprimento da penitência

imposta. As conseqüências da excomunhão incluiam, por exemplo, a privação de

sepultura eclesiática e de qualquer missa exequial, de ser padrinho de batismo, de

confirmação, de não ser admitidos no noviciado, e o conselho - no caso das

mulheres - de não contrair matrimônio com maçons, assim como a proibição ao

pároco de assistir núpcias sem consultar o Ordinário.

A partir da celebração do Concílio Vaticano II, um incipiente diálogo entre maçons e

católicos fez com que a situação começasse a mudar.

Alguns Episcopados (França, Países Escandinavos, Inglaterra, Brasil ou Estados

Unidos) começaram a revisar a atitude frente a maçonaria; por um lado revendo na

história os motivos que levaram a Igreja a adotar essa atitude condenadora, tais

como sua moral racionalista maçônica, o sincretismo, as medidas anticlericaispromovidas e defendidas pelos maçons; e por outro lado, foi questionado que se

pudesse entender a maçonaria como um bloco único, sem levar em conta a cisão

entre a maçonaria regular, ortodoxa e tradicional, religiosa e aparentemente

apolítica, e a segunda, a irregular, irreligiosa, política, heterodoxa.

Estes motivos e as mais ou menos constantes petições chegadas de várias partes

do mundo a Roma, diálogos e debates, fizeram com que, entre 1974 e 1983, a

Congregação para a Doutrina da Fé retomasse os estudos sobre a maçonaria epublicasse três documentos que supuseram uma nova interpretação do cânon

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2335. Neste ambiente de mudanças, não é de se estranhar que o cardeal J. Krol,

arcebispo de Filadélfia, perguntasse à Congregação para a Doutrina da Fé se a

excomunhão para os católicos que se afiliavam à maçonaria seguia estando em

vigor.

A resposta a sua pergunta foi dada por seu Prefeito, em uma carta de 19 de julho

de 1974. Nela é explicado que, durante um amplo exame da situação, tinha-se dado

uma grande divergência nas opiniões, segundo os países.

A Sede Apostólica acreditava oporutno, conseqüentemente, elaborar uma

modificação da legislação vigente até que se promulgasse o novo Código de Direito

Canônico. Advertia-se, entretanto, na carta, que existiam casos particulares, mas

que continuava a mesma pena para aqueles católicos que dessem seu nome a

associações que realmente maquinassem contra a Igreja.

Enquanto que para os clérigos, religiosos e membros de institutos seculares a

proibição seguia sendo expressa para a sua afiliação em qualquer associação

maçônica.

A novidade nesta carta residia na admissão, por parte da Igreja católica, de que

poderiam existir associações maçônicas que não conspirassem em nenhum sentidocontra a Igreja nem contra a fé de seus membros.

As dúvidas não tardaram em surgir: qual era o critério para verificar se uma

associação maçônica conspirava ou não contra a Igreja?; e que sentido e extensão

devia se dar a expressão conspirar contra a Igreja?

O clima generalizado de aproximação entre as teses de alguns católicos e maçons

foi quebrado pela declaração de 28 de abril de 1980 Conferência Episcopal Alemã

sobre a pertença dos católicos à maçonaria.

Como aponta Federico R. Aznar Gil, a declaração explicava que, durante os anos de

1974 e 1980, foram se mantendo numerosos colóquios oficiais entre católicos e

maçons; que por parte católica tinham sido examinados os rituais maçônicos dos

três primeiros graus; e que os bispos católicos tinham chegado à conclusão de que

havia oposições fundamentais e insuperáveis entre ambas as partes: "A maçonaria -

diziam os bispos alemães - não mudou em sua essência.

A pertença à mesmas questiona os fundamentos da existência cristã.

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(…) As principais razões alegadas para isso foram as seguintes: a cosmologia ou

visão de mundo dos maçons não é unitária, mas relativa, subjetiva, e não pode se

armonizar com a fé cristã; o conceito de verdade é, também, relativista, negando a

possibilidade de um conhecimento objetivo da verdade, o que não é compatível

com o conceito católico;

 Também o conceito de religião é relativista (…) e não coincide com a convicção

fundamental do cristão, o conceito de Deus simbolizado através do "Grande

Arquiteto do Universo" é de tipo deístico e não há nenhum conhecimento objetivo

de Deus no sentido do conceito pessoal de Deus do teísmo, e está impregnado de

relativismo, o qual mina os fundamentos da concepção de Deus dos católicos (…).

Em 17 de fevereiro de 1981, a Congregação para a Doutrina da Fé publicava uma

declaração que afirmava de novo a ex-comunhão para os caltólicos que dessem seu

nome à seita maçônica e a outras associações do mesmo gênero, com o qual a

atitude da Igreja permanece invariável, e invariável permanece ainda em nossos

dias.

AUTORIDADE CATÓLICA DIZ: " NADA MUDOU NAPOSIÇÃO DA IGREJA QUANTO A MAÇONARIA!"

Autor: Bispo Gianfranco Girotti O.F.M. Conv., regente do Tribunal da Penitência

Apostólica

Fonte: http://www.zenit.org/article-14269?l=portuguese

Não há novidades por parte da Igreja sobre pertença à maçonaria

Declara o regente da Penitenciaria Apostólica

ROMA, sexta-feira, 2 de março de 2007 (ZENIT.org).- Pode um católico entrar na

maçonaria? A esta pergunta respondeu negativamente o congresso celebrado nesta

quinta-feira na Faculdade Pontifícia Teológica São Boaventura.

O encontro, celebrado em colaboração com o Grupo de Pesquisa e Informação

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Sócio-religiosa da Itália (GRIS), foi presidido pelo bispo Gianfranco Girotti O.F.M.

Conv., regente do Tribunal da Penitência Apostólica, que declarou que o juízo da

Igreja sobre esta matéria não mudou.

A Igreja, recordou, sempre criticou as concepções e a filosofia da maçonaria,

considerando-as incompatíveis com a fé católica.

O último documento oficial de referência é a «Declaração sobre a Maçonaria»,

assinado pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph

Ratzinger, em 26 de novembro de 1983.

O texto afirma que os princípios da maçonaria «sempre foram considerados

inconciliáveis com a doutrina da Igreja; em conseqüência, a afiliação à mesma

continua proibida pela Igreja».

«Os fiéis que pertençam a associações maçônicas se encontram em estado de

pecado grave e não podem acudir à santa comunhão», acrescenta a declaração

assinada pelo atual Papa.

O sacerdote Zbigniew Suchecki O.F.M. Conv., especialista na matéria, recordou o

número 1374 do Código de Direito Canônico, que diz que quem se inscreve em umaassociação que maquina contra a Igreja deve ser castigado com uma pena justa;

quem promove ou dirige essa associação, deve ser castigado com proibição.

«As tentativas de expressar as verdades divinas da maçonaria se fundamentam no

relativismo e não coincidem com os fundamentos da fé cristã», afirmou o

especialista na matéria.

No encontro, participaram expoentes das associações maçônicas e grandes

professores.

Dom Girotti fez referência às declarações de alguns sacerdotes que publicamente

se declaram membros da maçonaria, e pediu a intervenção de «seus diretores

superiores», sem excluir que «da Santa Sé possam vir medidas de caráter

canônico».

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MAÇONARIA - LAICISMO – CATOLICISMO

Autor: Manoel GuerraFonte: http://www.zenit.org/article-14605?l=portuguese

Maçonaria, laicismo e catolicismo

Entrevista a Manuel Guerra, autor de «A trama maçônica»

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BURGOS, terça-feira, 3 de abril de 2007 (ZENIT.org).- É verdade que existe umaconspiração maçônica? Católico e maçom, compatível? O Parlamento Europeu estádominado por maçons? São perguntas que o professor Manuel Guerra, autor devinte e cinco livros sobre seitas e outras questões, se formulou e tenta respondernas 444 páginas de «A trama maçônica», de Styria Edições.

Manuel Guerra Gómez (Villamartín de Sotoscueva, 1931) é doutor em filosofiaclássica e em teologia patrística e membro da Real Academia de Doutores daEspanha.

O professor Guerra foi presidente da Faculdade de Teologia do Norte da Espanha,sedes de Burgos e Vitória.

«O método maçônico, intimamente unido ao laicismo, reflete o relativismohistoricista e conduz ao relativismo sócio-cultural promovendo-o», afirma à agênciaZenit.

--A famosa conspiração maçônica com o poder é uma realidade?

--Guerra: É preciso distinguir entre maçonaria e maçons. A maçonaria enquanto tale em teoria não aspira a possuir o poder ou, ao menos, a tê-lo ao serviço de seusprincípios e interesses.

Mas, de fato, os maçons estão presentes em quase todos os organismosinternacionais decisórios e nas multinacionais de poder econômico e político.

É lógico que tentem fazer presentes seus princípios ideológicos (relativismo,laicismo, gnose) onde quer que se encontrem e desde seus lugares para fora, porirradiação.

 Também, no mundo anglo-saxão e nos países nórdicos, na Turquia, etc., não é queaspirem a ter o poder, é que eles são o poder.

Assim ocorre quando o rei é o Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra(GLUI) e das mais de 150 Grandes Lojas (uma em cada nação, nos EUA uma emcada Estado). No ano 1995, a GLUI contava com 750.000 membros em 8.000 lojasde todo o mundo.

 Também, como impera o segredo, não há modo de precisar onde atuam e até ondechega seu influxo direto, muito menos o indireto.O governo de Tony Blair impulsionou um movimento que reclama a obrigação dosmaçons a declarar sua pertença à maçonaria, sobretudo se são funcionários doEstado, especialmente na judicatura e na polícia. É incomensurável a resposta demais de 1.400 juízes ingleses que declararam voluntariamente sua afiliação àmaçonaria. Evidentemente, são muitos mais.

Após o affaire da loja encoberta P2 (Licio Gelli), os funcionários italianos emdeterminados âmbitos da administração pública, se são maçons, estão obrigados adeclará-lo ou, em caso contrário, eles se expõem a perder seu posto (lei do ano1983 da região de Toscana com Florença como capital).

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O famoso 60% de maçons no Parlamento Europeu, é um dado certo?

--Guerra: Esta porcentagem ou uma similar é a designada por Josep Corominas,Grão-Mestre da Grande Loja da Espanha (GLE) até março de 2006. Em 9 defevereiro de 2007, ele abandonou a GLE ainda que afirme continuar sendo maçom e

deseje ser considerado como tal.

Uma nova cisão e obediência maçônica ou sua incorporação a outra das jáexistentes? De fato, todas as propostas familiares, bioéticas, em dissenso com adoutrina da Igreja e inclusive com a lei natural, foram aprovadas pelo ParlamentoEuropeu. Recorda-se também o caso do italiano Rocco Buttiglione, rejeitado pelamaioria laicista.

--Em Roma se acaba de celebrar um congresso no qual se recorda aincompatibilidade entre catolicismo e maçonaria, mas se convida a dialogar com osmaçons em assuntos sócio-culturais. Como se faz isso?

--Guerra: Apesar da incompatibilidade objetiva entre a maçonaria e o catolicismo,os católicos podem dialogar com os maçons em vários planos, não no que a SantaSé, consciente dos riscos, reservou como competência exclusiva sua: «Não competeàs autoridades eclesiásticas locais pronunciar-se sobre a natureza das associaçõesmaçônicas com um juízo que implique a derrogação do que foi estabelecido acima»(Declaração sobre as associações maçônicas, 26. XI. AAS 76, 1984, pág. 100).

 Também convém levar em conta a realidade e as conseqüências do segredomaçônico. Como dialogar com alguém que está mascarado? Não obstante, podedialogar-se em assuntos sócio-culturais. As religiões e as ideologias terminam porformar e conformar sua respectiva cultura, ainda que há uma base comum.

O cultural, ao menos na teoria, é um setor mais fácil para o diálogo que oespecificamente religioso e ideológico. É mais cômodo estabelecer o diálogointercultural (sobre a fome, a alfabetização, a ecologia, a saúde, a globalização,etc.) que o inter-religioso.

Mas, até neste campo, o diálogo com a maçonaria encontra sérias dificuldades, poiso laicismo maçônico, aberto ou não, pretende desprezar o especificamentereligioso, o que não for comum a todas as religiões e éticas, fechando-o como em«prisão domiciliar» no foro da consciência individual e dentro dos templos.

Por isso, procura apagar os traços sócio-culturais cristãos nos paísestradicionalmente cristãos, por exemplo, os «presépios» ou representações domistério natalino e sua simbologia (estrelas com ou sem figuras dos Magos,incensários nas ruas durante o Natal, etc).

--A maçonaria é um substituto da religião?

--Guerra: A maçonaria, em sintonia com um de seus produtos, a Nova Era, prefereusar «espiritualidade», termo de ressonâncias mais subjetivas, em vez de

«religião».

Os maçons, além disso, declaram-se cristãos, negam que a maçonaria seja religião.

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Se o afirmassem, reconheceriam sua pertença a duas religiões: a católica e amaçônica.

Mas, de fato, ao menos para muitos, especialmente para os maçons agnósticos,deístas, é um substituto da religião. Mais ainda, a maçonaria é chamada «religião»

e inclusive «a religião» em escritos maçônicos e dos maçons.

--Como você se aproximou deste mundo, se é secreto?

--Guerra: Dediquei muitas horas a estudar as constituições, os regulamentos e osrituais das diferentes Obediências ou federações de lojas maçônicas, assim como aconversar com maçons e ex-maçons na Espanha e no México, também a ler livrossobre maçonaria, escritos por maçons e por não-maçons.

No México, há uns dez anos, permaneci dois verões falando diariamente sobremaçonaria com professores de suas universidades, maçons e não maçons.

Dedicava as tardes a visitar centros de diferentes seitas, algumas para-maçônicas,que costumavam encontrar-se na periferia urbana.

--A maçonaria é mais um método que um conteúdo?

--Guerra: O homem, além de pensar, sente e imagina. Os sentimentos e asimaginações podem provocar interferências perturbadoras da lucidez mental. Nãoobstante, as idéias e crenças orientam o homem, os princípios e as instituiçõeshumanas, ao mesmo tempo que as conformam. Mas para alcançar a meta, énecessário utilizar o «método» adequado.

Precisamente a etimologia grega desta palavra designa o «caminho» (g. odós) quedeve percorrer-se para chegar «mais além» (gr. Met), ou seja, à meta. Namaçonaria, seu método alcança a máxima categoria e eficácia, pois, de fato,converteu-se em um de seus «princípios», talvez o básico e configurador dosoutros.

Precisamente o método maçônico é um dos motivos pelo qual a maçonaria éincompatível com a doutrina cristã.

O método maçônico, intimamente unido ao laicismo, reflete o relativismohistoricista e conduz ao relativismo sócio-cultural, promovendo-o.

Alain Gérard, um dos dirigentes do Grande Oriente da França, reconhece que «amaçonaria é somente um método». Segundo ele, um maçom pode ter «opiniões»,ou seja, crenças próprias de uma religião determinada, mas o método maçônico oobriga a «questionar» suas opiniões e a aceitar a possibilidade de que sejamdeclaradas falsas se forem superadas em uma síntese de razões mais sólidas e como apoio da maioria.

Não existe uma verdadeira posta em discussão se previamente se declara que, sejaqual for o resultado da discussão, há pontos nos quais um estará sempreconvencido de ter razão», afirma.

Daí a alergia maçônica aos dogmas e às religiões qualificadas de dogmáticas,reveladas, especialmente a cristã.

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Daí também que os maçons tendam a considerar a democracia como uma obra damaçonaria e o método democrático (aprovação por maioria de votos) como algo co-natural ao maçônico, que o estende a todas as realidades, também à verdade, aobem, etc.

Precisamente o atual Grão-Mestre do Grande Oriente da França, Jean MichelQuilardet, em declarações a «La Voz de Asturias» (20 de janeiro de 2007,Oviedo/Espanha) reconhece: «Pode-se pensar que existe uma democracia não leiga(= não laicista, não maçônica), mas a minha forma de ver e segundo meupensamento, o laicismo é um avanço na democracia». Conseguintemente, osdemocratas, que não são laicistas ou maçons, se são democratas, são como desegunda categoria.

--Os maçons são uma minoria criativa. Os cristãos também?

--Guerra: Evidentemente, os maçons não monopolizam a criatividade. Ainda que dediferente forma, corresponde também, em não menor grau, aos cristãos com aajuda da graça divina e o influxo do Espírito Santo.

Para comprová-lo, basta repassar a história da Igreja e sua adaptaçãoevangelizadora às circunstâncias sócio-culturais tão mutáveis nos dois mil anos desua existência. «A mão ou o poder de Deus não se recortou» (Is 59, 1) em nossosdias.

Quando, há poucos anos, João Paulo II chamava os Movimentos eclesiais de«florescimento primaveral», «novo Pentecostes», «dom particular do Espírito Santoà Igreja em nosso momento histórico», inicialmente o atribuía à sua grandebondade.

O bom, o santo, não vê senão bondade em tudo, como o avarento descobre lucro eo luxurioso, prazer sexual.

Quando tive de realizar um estudo, «Os movimentos eclesiais na Espanha» (RealAcademia de Doutores da Espanha, «O estado da Espanha», 2005, páginas. 80-94)e descobri a realidade, fiquei impressionado. Que criatividade a dos filhos da Igreja,movidos e inspirados pelo Espírito Santo, em nossos dias!

Como ficariam a Igreja e o mundo se os Movimentos eclesiais, as obras docentes eassistenciais, etc., desaparecessem como por arte mágica, deixando uma espéciede gigantesco «buraco negro» na galáxia eclesial e na sócio-cultural?

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PODE UM CATÓLICO EXERCER A MAÇONARIA?

Autor: Carlos Martins Nabeto

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/4956

PODE UM CATÓLICO EXERCER A MAÇONARIA?

Por Carlos Martins Nabeto

Um leitor nos pede informações acerca da possibilidade de um católico exercer a

Maçonaria. Os questionamentos do leitor estão em preto; nossas respostas seguem

em azul.

Caríssimo J.,

Paz de Cristo para todos vocês!

Pax Christi!

Um amigo (João) me disse ter feito uma consulta a respeito de maçons a esse site e

não houve resposta.

Pelo contrário, J.! Este site já publicou diversos artigos tratando sobre a Maçonaria,

direta e indiretamente também. Eis apenas alguns, bem diretos (inclusive alguns

documentos OFICIAIS da Igreja, que não foram revogados, conservando toda a sua

força):

- A MAÇONARIA - http://www.veritatis.com.br/article/591

- DALL'ALTO DELL'APOSTOLICO SEGGIO - http://www.veritatis.com.br/article/1238

- DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA - http://www.veritatis.com.br/article/1777

- DOM EUGENIO FALA SOBRE A MAÇONARIA - http://www.veritatis.com.br/article/793

- DOM VITAL MARIA GONÇALVES E A MAÇONARIA -

http://www.veritatis.com.br/article/1762

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- EXORTAE IN ISTA - http://www.veritatis.com.br/article/4497

- HUMANUM GENUS - http://www.veritatis.com.br/article/1239

- MAÇONARIA , SEUS CONCEITOS E CRENÇAS -

http://www.veritatis.com.br/article/1501

- MAÇONARIA E IGREJA CATÓLICA - http://www.veritatis.com.br/article/2510

A pergunta básica é a seguinte: Pode um católico exercer a maçonaria?

Pela simples leitura dos artigos acima é fácil de concluir: NÃO É POSSÍVEL SER

CATÓLICO E SER MAÇON AO MESMO TEMPO. Vale aqui as palavras do Senhor:

"Ninguém pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou se

devotará a um e desprezará o outro" (Mateus 6,24).

Ademais, a "Declaração sobre a Maçonaria", de 26.11.1983 - aprovada e mandada

publicar pelo papa João Paulo II - é categórica quanto à situação dos católicos que

se afiliam à Maçonaria: estão em PECADO GRAVE e NÃO PODEM se aproximar da

Sagrada Comunhão!

Referido estado é tão grave que torna possível até mesmo ao cônjuge do "católico-

maçon" pleitear perante a Igreja a separação com permanência do vínculo

matrimonial (isto é, sem a possibilidade, porém, do divórcio), para a proteção da fé

do cônjuge e dos eventuais filhos, como podemos ler abaixo:

"Trata dessa separação com permanência do vínculo o Código de 1983, mas

enumerando as causas de modo muito mais genérico em relação ao diploma de

1917. Uma das causas que autorizam essa separação imperfeita é o 'adultério

verdadeiro, formal, certo, não consentido, nem perdoado, nem compensado pelocônjuge inocente.'[20] Outras causas: grave perigo para a alma do cônjuge ou dos

filhos (educá-los de forma acatólica, dar o nome a uma seita acatólica, à maçonaria

ou ao partido comunista, levar vida devassa ou criminosa), grave perigo para o

corpo do cônjuge ou dos filhos (ameaças sérias, surras), dispensa da Santa Sé para

ingresso em instituto de vida consagrada (religioso ou secular) ou para recebimento

da Ordem no grau de presbítero, no rito latino[21] (quando não houver também

dispensa do celibato[22])". (cf. HIPÓTESES DE NULIDADE E DE DISSOLUÇÃO DO

VÍNCULO MATRIMONIAL - http://www.veritatis.com.br/article/3188).

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Não há dúvida, portanto, que existe TOTAL INCOMPATIBILIDADE entre a doutrina

católica e os princípios da Maçonaria, ainda que esta última ou algum de seus

membros digam o contrário. Ora, o verdadeiro católico deve seguir o parecer da

Igreja! Desta forma, o simples fato de a Igreja Católica afirmar que o católico filiado

à maçonaria está em estado de PECADO GRAVE demonstra que ele incorre em

delito contra a virtude teologal da Fé Cristã, além de constituir para si mesmo um

grave problema moral de consciência.

Conhecemos maçons católicos, inclusive exercendo o cargo de Ministro da

Eucaristia.

Não há qualquer dúvida de que a Igreja condena OFICIALMENTE a Maçonaria desde

1738 e até hoje não mudou o seu parecer negativo. A Declaração de 1983 - que

CONTINUA EM PLENO VIGOR - é categórica e fulmina:

"Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das

associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados

inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição

nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de

pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão" (grifamos o

parágrafo inteiro, porque nenhuma palavra pode ser deixada de lado!).

Ora, se o católico mais simples não pode ser filiado à maçonaria, é evidente que

também não pode ser Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, até porque

está FORMALMENTE proibido de "aproximar-se da Sagrada Comunhão" (logo, não

pode receber, nem tocar nas hóstias consagradas).

Você pode encontrar, em português, no nosso site, algumas reflexões a mais acerca

da incompatibilidade entre Igreja e Maçonaria, neste documento de 1985 da

Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé:

http://www.veritatis.com.br/article/4944/

É verdade que há padres e bispos maçons (ou houve)?

Sim, HOUVE diversos padres e bispos que se filiaram à maçonaria, em especial

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durante o início do século XIX, quando predominava muito a idéia (política) de

independência do Brasil e, mais tarde, a idéia (também política) da proclamação da

república. A posição anticatólica da Maçonaria, aliás, está claramente manifestada

na chamada "Questão Religiosa". Leia sobre isto em: DOM VITAL MARIA

GONÇALVES E A MAÇONARIA - http://www.veritatis.com.br/article/1762

. Outras informações ponderadas e importantes você pode encontrar no livro "Igreja

& Maçonaria: conciliação possível?", de d. Boaventura Kloppenburg, ed. Vozes

(2000).

Se existirem hoje bispos e padres filiados à maçonaria, incorrem na mesma

condenação e proibição acima mencionada, pois também fazem parte do Povo de

Deus. O que vale para nós, leigos, a esse respeito, vale também e sobretudo para

eles, clérigos e religiosos.

Que dizer a este respeito de João XXIII e Paulo VI?

Não tiveram qualquer ligação com a Maçonaria, nem publicaram ou mandaram

publicar documentos indicando que a Igreja teria mudado seu parecer negativo.

 Tal lenda urbana parece ser decorrência direta da aprovação das Declarações

"Dignitatis Humanae" (sobre a Liberdade Religiosa) e "Nostra Aetate" (sobre as

relações da Igreja com as religiões não-cristãs) pelo Concílio Vaticano II, o qual foi

convocado pelo papa João XXIII e encerrado pelo papa Paulo VI. Com base nesses

documentos, estabeleceram-se em certas dioceses, um "diálogo" entre Igreja Local

e Maçonaria e, em algumas delas, o bispo diocesano, não percebendo a imensa

quantidade de incompatibilidades ou influenciado por terceiros, chegou a "liberar a

inscrição". Daí surgiu muito possivelmente a lenda de esses papas seriam "maçons"

(quer da parte de católicos exaltados, mas conscientes da incompatibilidade entre

Catolicismo e Maçonaria; quer da parte de maçons visando fomentar a inscrição decatólicos na Maçonaria, mediante a confusão e desinformação).

No aguardo de uma resposta, agradecemos.

[]s

Que Deus te abençoe!

Carlos Nabeto

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Para citar este artigo:

NABETO, Carlos Martins. Apostolado Veritatis Splendor: PODE UM CATÓLICO

EXERCER A MAÇONARIA?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4956. 

Desde 7/4/2008.

DALL'ALTO DELL'APOSTOLICO SEGGIO

Por Papa Leão XIII 

Fonte: Vaticano

ENCÍCLICADALL'ALTO DELL'APOSTOLICO SEGGIO

DO PAPA LEÃO XIIISOBRE A MAÇONARIA NA ITÁLIA

  Aos Bispos, ao Clero, e ao Povo da Itália.Veneráveis Irmãos e Amados Filhos, Saúde e Bênção Apostólica.

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1. Do alto do Trono Apostólico, aonde a Providência Divina Nos colocou para vigiarpela salvação de todas as nações, Nós olhamos sobre a Itália em cujo seio, por umato de singular predileção, Deus estabeleceu a Sede de Seu Vigário, e da qual Nos

vem no tempo presente muitas e amarguíssimas tristezas.

Não é nenhuma ofensa pessoal que Nos entristece, nem as privações e sacrifíciosimpostos a Nós pela atual condição das coisas, nem os ultrajes e escárnios que umaimprensa insolente tem todo o poder para atirar todos os dias contra Nós. Sesomente a Nossa pessoa estivesse envolvida, e não a ruína à qual a Itáliaameaçada em sua fé está se atirando, Nós suportaríamos estas ofensas semreclamar, alegrando-Nos até por repetir o que um de Nossos mais ilustresPredecessores disse de si mesmo: "Se o aprisionamento do meu país nãoaumentasse a cada momento e a cada dia, quanto ao desprezo e escárnio de mimmesmo eu alegremente silenciaria."[1]

Mas, além da independência e dignidade da Santa Sé, a própria religião e asalvação de toda uma nação estão envolvidas, de uma nação que desde osprimeiros tempos abriu o seu seio à Fé Católica e sempre a tem zelosamentepreservado. Por incrível que pareça, é verdade; a tal ponto chegamos, que devemostemer que esta nossa Itália perca até a fé.

Muitas vezes Nós soamos o alarme, para advertir do perigo; mas por este motivoNós não pensamos que tenhamos feito o suficiente. Em face aos continuados eainda mais furiosos assaltos que são feitos, Nós ouvimos a voz do dever chamando-Nos mais poderosamente do que antes para falar-vos novamente, Veneráveis

Irmãos, aos seus Clérigos, e a todo o povo italiano.

Uma vez que o inimigo não dá trégua, então nem vós nem Nós podemospermanecer calados ou inertes. Pela Divina misericórdia Nós fomos constituídosguardiões e defensores da religião do povo confiado ao Nosso cuidado, Pastores evigilantes sentinelas do rebanho de Cristo; e por este rebanho Nós devemos estarprontos, se necessário, a sacrificar tudo, até a própria vida.

2. Nós não diremos nada de novo; pois os fatos não mudaram daquilo que eleseram, e Nós em outros tempos falamos sobre eles quando a oportunidade surgiu.Mas Nós agora pretendemos recapitular estes fatos de algum modo, e agrupá-losem uma única imagem, de modo a deduzir para instrução geral as conseqüênciasque seguem deles. Os fatos são incontestáveis e aconteceram à clara luz do dia;não separados uns dos outros, mas tão conectados entre si em uma série de modoa revelar com a mais completa evidência um sistema do qual eles são a verdadeiraoperação e desenvolvimento. O sistema não é novo; mas a audácia, a fúria, e arapidezcom as quais ele está sendo levado adiante agora, são novas. É o plano das seitas

que está agora se desenrolando na Itália, especialmente no que se refere à religiãoCatólica e à Igreja, com o propósito final e jurado, se isso fosse possível, de reduzi-

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la a nada.

Agora é desnecessário colocar as seitas Maçônicas em julgamento. Elas já estão julgadas; seus fins, seus meios, suas doutrinas, e sua ação, são todos conhecidoscom indisputável certeza. Possuídos pelo espírito de Satanás, cujos instrumentos

eles são, eles ardem como ele com um ódio mortal e implacável a Jesus Cristo e Suaobra; e eles se esforçam por todos os meios para derrubá-la e acorrentá-la. Estaguerra no momento presente se desenrola mais do que em qualquer outro lugar naItália, na qual a religião Católica se enraizou mais profundamente; e acima de tudoem Roma, o centro da unidade Católica, e a Sede do Pastor Universal e Mestre daIgreja.

3. É bom traçar desde o início as diferentes fases deste combate.

4. A guerra começou pela derrubada do poder civil dos Papas, cuja queda, deacordo com as intenções secretas dos verdadeiros líderes, mais tarde abertamente

declarada, era, sob um pretexto político, para ser o meio de pelo menos escravizar,se não destruir, o supremo poder espiritual dos Pontífices Romanos.

Para que nenhuma dúvida restasse quanto ao verdadeiro objetivo desta guerra,seguiu-se rapidamente a supressão das Ordens Religiosas; e portanto uma granderedução no número de operários evangélicos para a propagação da fé entre ospagãos, e para o ministério sagrado e serviço religioso nos países Católicos.

Mais tarde, a obrigação do serviço militar foi estendida aos clérigos, com onecessário resultado de que muitos e graves obstáculos foram colocados norecrutamento e devida formação até do Clero secular. Lançaram mãos das

propriedades eclesiásticas, em parte por absoluto confisco, e em parte taxando-ascom enormes cargas, de modo a empobrecer o Clero e a Igreja, e privar a Igreja doque é necessário para seu suporte temporal e para levar adiante instituições eobras auxiliares aoseu divino apostolado. Isto os próprios sectários abertamente declararam. Paradiminuir a influência do Clero e de corpos clericais, apenas um meio eficaz precisaser usado: tirar deles todos os seus bens, e reduzi-los à absoluta pobreza. Assimtambém a ação do Estado é em si mesma toda dirigida para erradicar da nação seucaráter religioso e Cristão. Das leis, e de toda a vida oficial, toda inspiração e idéiareligiosa é sistematicamente banida, quando não diretamente atacada. Cadamanifestação pública de fé e de piedade Católica é ou proibida ou, sob pretextos

vãos, de mil maneiras impedida.

Da família são tiradas sua fundação e constituição religiosa pela proclamação docasamento civil, como ele é chamado; e também pela educação inteiramente leigaque agora é exigida, dos primeiros elementos até o mais alto ensino dasuniversidades, de modo que as gerações em crescimento, tanto quanto isto possaser afetado pelo Estado, devem crescer sem qualquer idéia de religião, e sem asprimeiras noções essenciais de seus deveres para com Deus.

Isto é colocar o machado naraiz. Nenhum meio mais universal e eficaz poderia ser imaginado de retirar a

sociedade, as famílias, e os indivíduos, da influência da Igreja e da fé. Demolir oClericalismo (ou Catolicismo) até os seus fundamentos e em suas próprias fontes de

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vida, especificamente, na escola e na família: esta é a autêntica declaração dosescritores Maçons.

5. Será dito que isto não acontece somente na Itália, mas é um sistema de governoque os Estados seguem de modo geral. Nós respondemos, que isto não refuta, mas

confirma o que Nós estamos dizendo sobre os desígnios e ação da Maçonaria naItália. Sim, este sistema é adotado e levado adiante aonde quer que a Maçonariause sua ação ímpia e pervertida; e, como a sua ação é largamente difundida, domesmo modo este sistema anti-Cristão é largamente aplicado. Mas a aplicação setorna mais veloz e geral, e é levada a maiores extremos, em países aonde ogoverno está mais sob o controle da seita e melhor promove os seus interesses.Infelizmente, no momento presente a nova Itália está entre estes países. Nãoapenas hoje ela está sujeita à pervertida e maligna influência das seitas; mas já poralgum tempo eles a têm tiranizado como quiseram, com absolutodomínio e poder. Agora a direção dos assuntos públicos, no que diz respeito àreligião, está totalmente em conformidade com as aspirações das seitas; e para

atingir as suas aspirações, eles encontram auxiliadores declarados e instrumentosde prontidão naqueles que detém o poder público. Leis adversas à Igreja e medidashostis a ela são primeiro propostas, decididas, e resolvidas, nos encontros secretosda seita; e se algo apresenta até a mínima aparência de hostilidade ou prejuízo àIgreja, é imediatamente recebido favoravelmente e levado adiante.

Entre os fatos mais recentes Nós podemos mencionar a aprovação do novo códigopenal, no qual o que era mais obstinadamente exigido, a despeito de todas asrazões em contrário, eram os artigos contra o Clero, que forma para eles uma leiexcepcional, e até condenam como criminosas certas ações que são deveressagrados de seus ministros.

A lei quanto às obras de piedade, pela qual qualquer propriedade de caridade,acumulada pela piedade e religião de nossos ancestrais sob a proteção e a guardada Igreja, foi retirada completamente da ação e controle da Igreja, foi por algunsanos levada adiante nos encontros da seita, precisamente porque iria infligir umnovo ultraje à Igreja, diminuir sua influência social, esuprimir imediatamente um grande número de doações feitas para o culto divino.

Então veio aquela obra eminentemente sectária, a ereção do monumento aorenomado apóstata de Nola, o qual, com a ajuda e favor do governo, foi promovido,determinado, e levado adiante pela Maçonaria, cujo mais autorizado porta-voz não

se envergonhou de reconhecer o seu propósito e declarar seu significado. Seupropósito era insultar o Papado; seu significado que, ao invés da Fé Católica, deveagora haver em substituição a mais absoluta liberdade de examinação, de crítica,depensamento, e de consciência: e o que é entendido por tal linguagem na boca dasseitas é bem conhecido.

O selo foi colocado pelas mais explícitas declarações feitas pelo chefe de governo,que eram no seguinte sentido: - Que o verdadeiro e real conflito, que o governo temo mérito de entender, é o conflito entre a fé e a Igreja de um lado e a livreexaminação e a razão do outro. Que a Igreja tente fazer como ela fez antes,

acorrentar novamente a razão e o livre-pensar, e prevalecer; mas o governo nesteconflito declara-se abertamente a favor da razão como contrária à fé, e toma sobre

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si mesmo a tarefa de fazer do Estado Italiano a expressão evidente desta razão eliberdade: uma triste tarefa, que agora há pouco foi enfaticamente reafirmada emuma ocasião semelhante.

6. À luz de tais fatos e tais declarações como estas, é mais do que nunca claro quea idéia dominante que, em tudo que diz respeito à religião, controla o curso dosassuntos públicos na Itália, é a realização do programa Maçônico. Nós vemosquanto já foi realizado; nós sabemos quanto ainda resta a ser feito; e nós podemosprever com certeza que, enquanto os destinos da Itália estiverem nas mãos degovernantes sectários ou de homens sujeitos às seitas, a realização do programaserá forçada adiante, mais ou menos rapidamente de acordo com as circunstâncias,até o seu completo desenvolvimento.

A ação das seitas é no presente dirigida para atingir os seguintes objetivos, de

acordo com os votos e resoluções passadas em suas mais importantes assembléias,- votos e resoluções inspirados por um ódio mortal à Igreja. A abolição nas escolasde qualquer tipo da instrução religiosa, e a fundação de instituições nas quais atéas moças devem ser retiradas de toda influência clerical, qualquer que ela possaser; porque o Estado, que deve ser absolutamente ateu, tem o inalienável direito edever de formar o coração e os espíritos de seus cidadãos, e nenhuma escoladeveria existir fora de sua inspiração e controle.

A aplicação rigorosa de todas as leis agora vigorando, que visam assegurar aabsoluta independência da sociedade civil da influência clerical. A estritaobservância de leis suprimindo corporações religiosas, e o emprego de meios para

fazê-las efetivas. O controle de todas propriedades eclesiásticas, partindo doprincípio que a sua propriedade pertence ao Estado, e a suaadministração ao poder civil.

A exclusão de todo elemento Católico ou clerical de todas administrações públicas,de obras de caridade, hospitais, e escolas, dos conselhos que governam os destinosdo país, de uniões acadêmicas e semelhantes, de companhias, comitês, e famílias, -uma exclusão de tudo, em qualquer lugar, e para sempre. Ao invés, a influênciaMaçônica deve ser sentida em todas ascircunstâncias da vida social, e se tornar mestra e controladora de tudo.

Por meio disto o caminho vai ser aplainado em direção à abolição do Papado; aItália irá deste modo ser livre de seu implacável e mortal inimigo; e Roma, que nopassado foi o centro da Teocracia universal no futuro será o centro da secularizaçãouniversal, do qual a Carta Magna da liberdade humana deve ser proclamada à facedo mundo inteiro. Estas são as autênticas declarações, aspirações, e resoluções,dos Maçons ou de suas assembléias.

7. Sem exagero, esta é a presente condição e a futura perspectiva da religião naItália. Encolher-se para não ver a gravidade disto seria um erro fatal. Reconheceristo como é, confrontar isto com a prudência e fortaleza evangélicas, inferir osdeveres que isto impõe sobre todos os Católicos, e sobre nós especialmente que

como Pastores temos que vigiar sobre eles e guiá-los à salvação, é entrar nosolhares da Providência, fazer uma obra de sabedoria e zelo pastoral.

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 Tanto quanto diz respeito a Nós, o ofício Apostólico põe sobre Nós o dever deprotestar em alta voz mais uma vez contra tudo que tem sido feito, está sendofeito, ou está sendo tentado na Itália para prejudicar a religião. Defendendo eguardando os direitos sagrados da Igreja e do Pontificado, Nós abertamente

repelimos e denunciamos a todo o mundo Católico os ultrajes que a Igreja e oPontificado estão continuamente recebendo, especialmente em Roma, e que nosatrapalham no governo da Igreja Católica, e adicionam dificuldade e indignidade àNossa condição. Nós estamos determinados a não omitir nada de Nossa parte quepossa servir para manter a fé viva e vigorosa entre o povo italiano, e para protegê-lo contra os assaltos de seus inimigos. Nós, portanto, fazemos um apelo, VeneráveisIrmãos, ao vosso zelo e vosso grande amor pelas almas, de modo que, possuídoscom um sentido da gravidade e do perigo no qual elas incorrem, vós possais aplicaros remédios adequados e fazer tudo o que puderdes para dispersar este perigo.

8. Nenhum meio que esteja em vosso poder deve ser neglicenciado. Todos os

recursos da palavra, todo expediente na ação, todos os imensos tesouros desocorro e graça que a Igreja coloca em vossas mãos, devem ser usados, para aformação de um Clero instruído e cheio do espírito de Jesus Cristo, para a educaçãocristã dos jovens, para a extirpação de doutrinas malignas, para a defesa dasverdades Católicas, e para a manutenção do caráter Cristão e do espírito de vidafamiliar.

9. Quanto ao povo Católico, antes de mais nada é necessário que eles sejaminstruídos quanto ao verdadeiro estado de coisas na Itália no que diz respeito àreligião, o caráter essencialmente religioso do conflito na Itália contra o Pontífice, eos objetivos reais constantemente visados, para que eles possam ver pela evidência

dos fatos os muitos modos pelos quais se conspira contra a sua religião, e possamse convencer do risco que eles correm de serem roubados e despojados doinestimável tesouro da fé.

Com esta convicção em suas mentes, e tendo ao mesmo tempo a certeza de quesem fé é impossível agradar a Deus e ser salvo, eles irão entender que o que agoraestá em jogo é o maior, para não dizer o único interesse, o qual cada um na terraestá obrigado antes de todas as coisas, ao custo de qualquer sacrifício, a colocarfora de perigo, sob pena de miséria eterna.Eles irão, ainda mais, facilmente entender que, neste tempo de aberto e furiosoconflito, seria desgraçante para eles desertarem do campo e se esconderem. Seu

dever é permanecer em seus postos, e abertamente mostrar serem verdadeiroscatólicos por suas crenças e ações, em conformidade com a sua fé. Isto eles devemfazer pela honra de sua fé, e a glória do Soberano Lídercuja bandeira eles seguem; e para que eles possam escapar do grande infortúnio deserem repudiados no último dia, e de não serem reconhecidos como Seus peloSupremo Juiz que declarou que qualquer um que não está com Ele está contra Ele.

Sem ostentação ou timidez, que eles dêem prova daquela verdadeira coragem quevem da consciência de cumprir um dever sagrado perante Deus e os homens. Aesta franca profissão de fé os Católicos devem unir uma perfeita docilidade e amorfilial para com a Igreja, um respeito sincero por seus Bispos, e uma absoluta

devoção e obediência ao Pontífice Romano. Em uma palavra, eles irão reconhecerquão necessário é largar tudo que seja obra das seitas, ou que receba impulso ou

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favor da parte deles, como sendo sem dúvida alguma infectado pelo espírito anti-Cristão; e eles irão, ao contrário, devotar-se com atividade, coragem e constância, aobras Católicas, e às associações e instituições que a Igreja abençoou, e que osBispos e o Pontífice Romano encorajam e mantêm.

Além disso, vendo que o principal instrumento empregado por nossos inimigos é aimprensa, que em grande parte recebe deles sua inspiração e suporte, é importanteque os Católicos se oponham à imprensa maligna por uma imprensa que seja boa,para a defesa da verdade, nascida do amor à religião, e para sustentar os direitosda Igreja. Enquanto a imprensa Católica estiver ocupada em deixar nus os desígniospérfidos das seitas, em ajudar e defender as ações dos sagrados Pastores, e emdefender a promover as obras Católicas, é dever os fiéis suportar eficazmente estaimprensa, - recusando ou cessando de favorecer de qualquer modo a imprensamaligna; e também diretamente, concorrendo, tanto quanto cada um possa, paraajudá-la a viver e florescer: e neste assunto Nós pensamos que até agora não foifeito o suficiente na Itália.

Finalmente, o ensinamento dirigido por Nós a todos os Católicos, especialmente nasencíclicas "Humanum genus" e "Sapientiae Christianae", deveria serparticularmente aplicado aos Católicos da Itália, e ser imprimido sobre eles. Se elestêm algo a sofrer ou a sacrificar para permanecer fiéis aos seus deveres, que elestomem coragem no pensamento de que o Reino dos Céus sofre violência e éganhado somente fazendo violência a nós mesmos; e que aquele que ama a simesmo e o que é seu mais do que Jesus Cristo, não é digno dEle.

O exemplo dos muitos campeões invencíveis que, em todos os tempos,generosamente sacrificaram tudo pela fé, e os especiais auxílios da graça que

fazem o jugo de Jesus Cristo suave e Seu fardo leve, devem animar poderosamentea sua coragem e sustentá-los no glorioso combate.

10. Até agora Nós temos considerado apenas o lado religioso do presente estado decoisas na Itália, uma vez que este é para Nós o mais essencial, e o assunto queeminentemente diz respeito a Nós em razão do ofício Apostólico que Nós temos.Mas é valioso considerar também o lado social e político, para que os italianospossam ver que não apenas o amor pela religião, mas também o mais nobre esincero amor à pátria deveria incitá-los a resistir às ímpias tentativas das seitas. -Como uma prova convincente disto, é suficiente notar o tipo de futuro, na ordemsocial e política, que está sendo preparado para a Itália por homens cujo objetivo é -

e eles não fazem segredo disto - combater uma guerra sem trégua contra oCatolicismo e o Papado.

11. Já o teste do passado fala eloqüentemente por si mesmo. O que a Itália setornou neste primeiro Período de sua nova vida, quanto à moralidade pública eprivada, segurança interna, ordem e paz, riqueza nacional e prosperidade, tudo istoé conhecido por vós pelos fatos, Veneráveis Irmãos, melhor do que Nós poderíamosdescrever em palavras. Os próprios homens cujo interesse seria esconder tudo isto,são constrangidos pela verdade a admiti-lo. Nós apenas diremos que, sob aspresentes condições, uma necessidade triste mas real, as coisas não poderiam serde outro modo: a seita Maçônica, com toda a sua jactância de um espírito de

beneficência e filantropia, pode apenas exercer uma influência maligna - umainfluência que é maligna porque ataca e esforça-se por destruir a religião de Cristo,

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a verdadeira benfeitora da humanidade.

12. Todos sabem com que efeito salutar e em quantos modos a influência dareligião penetra a sociedade. Está além de disputa que a sólida moralidade públicae privada dá honra e força aos Estados. Mas é igualmente certo que, sem religião

não há verdadeira moralidade, pública ou privada.

Da família, solidamente baseada em seus fundamentos naturais, vem a vida, ocrescimento, e a energia da sociedade. Mas sem religião, e sem moralidade, aparceria doméstica não tem estabilidade, e os laços familiares se tornam maisfracos e se rompem.

A prosperidade dos povos e das nações vem de Deus e de Suas bênçãos. Se umpovo não atribui a sua prosperidade a Ele, mas se levanta contra Ele, e no orgulhode seu coração tacitamente diz a Ele que não tem necessidade dEle, suaprosperidade é apenas uma imagem, certa a desaparecer tão logo agrade ao

Senhor confundir a orgulhosa insolência de Seus inimigos.

É a religião que, penetrando no fundo da consciência de cada um, faz com que elesinta a força do dever e incita-o a cumpri-lo. É a religião que dá aos governantessentimentos de justiça e amor para com seus súditos; que faz os súditos fiéis esinceramente devotados aos seus governantes; que faz legisladores retos e bons,magistrados justos e incorruptíveis, soldados bravos e heróicos, administradoresconscienciosos e diligentes. É a religião que produz concórdia e afeição entremarido e esposa, amor e reverência entre os pais e seus filhos; que faz os pobresrespeitarem as propriedades dos outros, e faz com que os ricos façam um uso justo

de sua riqueza. Desta fidelidade ao dever, e deste respeito pelos direitos dos outrosvem a ordem, a tranqüilidade, e a paz, que formam uma parte tão importante daprosperidade de um povo e de um Estado. Tire a religião, ecom ela todos estes benefícios imensamente preciosos desaparecerão dasociedade.

13. Para a Itália, além disso, a perda seria sensível. Todas as suas glórias e

grandezas, que por um longo tempo deram a ela o primeiro lugar entre as maiscultas nações, são inseparáveis da religião, que ou as produziu ou as inspirou, oucertamente as favoreceu, ajudou, e aumentou. Suas comunasnos falam de suas liberdades públicas: de suas glórias militares nós lemos em suasmuitas memoráveis empresas contra os inimigos do nome Cristão. Suas ciênciassão vistas em suas universidades que, fundadas, mantidas, e privilegiadas pelaIgreja, têm sido sua casa e teatro. Suas artes são mostradas nos inumeráveismonumentos de todo tipo com os quais a Itália está profusamente coberta. De suasinstituições para auxílio dos sofredores, para os miseráveis e as classestrabalhadoras nós temos evidência em suas muitas fundações de caridade Cristã,nos muitos asilos estabelecidos para todo tipo de necessidade e infortúnio, e nas

associações e corporações que cresceram sob a proteção da religião. A virtude e aforça da religião são imortais porque a religião é de Deus. Ela tem tesouros de

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auxílio e eficacíssimos remédios, que podem ser maravilhosamente adaptados àsnecessidades de cada tempo e época. O que a religião tem sabido como fazer e temfeito em tempos passados,ela pode fazer também agora com uma virtude sempre fresca e vigorosa. Retirar areligião da Itália, é secar imediatamente a mais abundante fonte de inestimável

auxílio e benefícios.

14. Além disso, um dos maiores e mais formidáveis perigos da sociedade de hoje, éa agitação dos Socialistas, que ameaçam levantá-la de seus fundamentos. Destegrande perigo a Itália não está livre; e embora outras nações possam estar maisinfestadas do que a Itália por este espírito de subversão e desordem, não éentretanto menos verdadeiro que até aqui este espírito está se espalhandolargamente e aumentando a cada dia em força. Tão criminosa é sua natureza, tãogrande o poderde sua organização e a audácia de seus desígnios, que é necessário unir todas asforças conservadoras, se quisermos impedir seu progresso e evitar com sucesso o

seu triunfo. Destas forças a principal, e sobre todas a chefe, é aquela que pode serfornecida pela religião e a Igreja: sem isto, as mais estritas leis, os mais severostribunais, e até a força das armas, vão seprovar sem utilidade e insuficiente. Como, em tempos antigos, a força material nãoadiantou contra as hordas dos bárbaros, mas somente o poder da religião Cristã,que entrando em suas almas apagou sua ferocidade, civilizou suas maneiras, e osfez dóceis à voz da verdade e à lei do evangelho; do mesmo modo contra a fúriadas multidões sem lei não haverá defesa efetiva sem o salutar poder da religião. Ésomente este poder que, derramando sobre suas mentes a luz da verdade, einstilando em seus corações os sagrados preceitos morais de Jesus Cristo, podefazê-los ouvir a voz da consciência e do dever, e, antes de restringir suas mãos,

restringir suas mentes e acalmar a violência da paixão.

Atacar a religião, é portanto privar a Itália de seu mais poderoso aliado contra uminimigo que se torna a cada dia mais formidável.

15. Mas isto não é tudo. Como, na ordem social, a guerra contra a religião está setornando mais desastrosa e destrutiva para a Itália, do mesmo modo, na ordempolítica, a inimizade contra a Santa Sé e o Pontífice Romano é para a Itália umafonte dos maiores males. Mesmo quanto a isto, a demonstração não é necessária; ésuficiente, para a completa expressão de Nosso pensamento, declarar em poucaspalavras as suas conclusões. A guerra contra o Papa é para a Itália, internamente,

uma causa de profunda divisão entra a Itália oficial e a grande parte dos italianosque são verdadeiramente Católicos: e toda divisão é uma fraqueza. Esta guerrapriva nossa terra do suporte e da cooperação do partido que é mais francamenteconservador; ela mantém no seio da nação um conflito religioso que nunca trouxeaté agora qualquer bem público, mas até mesmo traz dentro de si os germes fataisdo mal e do mais pesado castigo.

Externamente, o conflito com a Santa Sé, além de privar a Itália do prestígio eesplendor que ela com certeza teria vivendo em paz com o Pontificado, atrai sobre

ela a hostilidade dos Católicos de todo o mundo, é uma causa de imensossacrifícios, e pode em qualquer ocasião fornecer aos seus inimigos uma arma para

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ser usada contra ela.

16. Este é o assim chamado bem-estar e grandeza preparado para a Itália poraqueles que, tendo seus destinos em suas mãos, fazem tudo que podem, de acordocom as ímpias aspirações das seitas, para derrubar a religião Católica e o Papado.

17. Suponhamos, ao invés disto, que todas as ligações e conspirações com as seitasfossem deixadas de lado; que à religião e à Igreja, como o maior poder social, fossepermitida verdadeira liberdade e completo exercício de seus direitos.

Que feliz mudança viria sobre os destinos da Itália! Os males e os perigos que nóstemos lamentado, como o resultado da guerra contra a religião e a Igreja,cessariam com o término do conflito; e ainda mais, nós veríamos mais uma vezflorescer no solo escolhido da Itália Católica a grandeza e glória que a religião e aIgreja tem sempre abundantemente produzido. De seus poderes divinos nasceriaespontaneamente uma reforma da moralidade pública e privada; os laços familiares

seriam fortalecidos; e sob as influências religiosas, o sentido de dever e defidelidade em seu cumprimento seria despertado em todos os níveis do povo parauma nova vida.

As questões sociais que agora ocupam tanto as mentes dos homens encontrariamseu caminho para a melhor e mais completa solução, pela aplicação prática dospreceitos evangélicos de caridade e justiça. A liberdade popular, não permitida adegenerar em licenciosidade, seria dirigida somente para bons fins, e se tornariaverdadeiramente digna do homem. As ciências, através daquela verdade da qual aIgreja é senhora, se levantariam rapidamente para uma mais alta excelência; e domesmo modo as artes, através da poderosa inspiração que a religião deriva do alto,

e que ela sabe como transfundir às mentes dos homens.

A paz sendo feita com a Igreja, a unidade religiosa e a concórdia civil seriamgrandemente fortalecidas; a separação entre a Itália e os Católicos fiéis à Igrejacessaria, e a Itália iria deste modo adquirir um poderoso elemento de ordem eestabilidade. As justas demandas do Pontífice Romano sendo satisfeitas, e seusdireitos soberanos reconhecidos, ele seria restaurado a uma condição de verdadeirae efetiva independência; e Católicos de outras partes do mundo, que, não atravésda influência exterior da ignorância do que desejam, mas através de um sentimentode fé e sentido do dever, levantam suas vozes em defesa da dignidade e liberdadedo supremo Pastor de suas almas, não teriam mais razão para considerar a Itália

como inimiga do Pontífice.

Ao contrário, a Itália ganharia um maior respeito e estima das outras nações porviver em harmonia com a Sé Apostólica; pois não somente tem esta Sé conferidoespeciais benefícios aos italianos por sua presença em meio a eles, mas também,pela constante difusão dos tesouros da fé deste centro de bênção e salvação, elafez o nome italiano grande e respeitado entre todas as nações. A Itália reconciliadacom o Pontífice, e fiel à sua religião, seria capaz de dignamente emular a glória deseusantigos tempos; e de qualquer progresso real que haja na época atual ela receberiaum novo impulso para avançar em seu glorioso caminho. Roma, preeminentemente

a cidade Católica, destinada por Deus para ser o centro da religião de Cristo e a

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Sede de Seu Vigário, tem tido nisso a causa de sua estabilidade e grandeza atravésdas momentosas mudanças das muitas épocas que passaram.

Colocada novamente sob o pacífico e paternal cetro do Pontífice Romano, ela setornaria novamente o que a Providência e o curso das épocas a fizeram - nãoencolhida à condição de capital de um reino, nem dividida entre dois poderessoberanos diferentes em um dualismo contrário à toda sua história; mas a dignacapital do mundo Católico, grande com toda a majestade da Religião e do supremoSacerdócio, uma mestra e um exemplo para todas as nações da moralidade e dacivilização.

18 Estas não são vãs ilusões, Veneráveis Irmãos, mas esperanças repousando sobreo mais sólido e verdadeiro fundamento. A sentença que tem sido por algum tempocomumente repetida, que os Católicos e o Pontífice são os inimigos da Itália, e

aliados, por assim dizer, daqueles que derrubariam tudo, é um insulto gratuito euma desavergonhada calúnia, ardilosamente espalhada por todos os lugares pelasseitas para disfarçar seus desígnios perversos, e para capacitá-los a continuar semobstáculo sua odiosa obra de desnudar a Itália de seu caráter Católico. A verdadeque é vista da maneira mais clara daquilo que nós dissemos até agora, é que osCatólicos são os melhores amigos da Itália. Mantendo-se completamente distantesdas seitas, renunciando ao seu espírito e às suas obras, lutando de todos os modospara que a Itália não perca a sua fé, mas a preserve em todo seu vigor - para quenão lute contra a Igreja, mas seja sua fiel filha, - para que não ataque o Pontificado,mas se reconcilie com ele, - os Católicos dão prova por tudo isto de seu amor fortee verdadeiro pela religião de seus ancestrais e por sua terra.

Fazei tudo que puderdes, Veneráveis Irmãos, para difundir a luz da verdade entre opovo para que eles possam chegar finalmente ao entendimento de onde seu bem-estar e seu verdadeiro interesse se encontram; e para que se convençam quesomente da fidelidade à religião e da paz com a Igreja e com o Pontífice Romano,eles podem esperar obter para a Itália um futuro digno de seu glorioso passado.

Para isto Nós chamaríamos a atenção, não daqueles afiliados às seitas, cujopropósito deliberado é estabelecer a nova edificação da Península Italiana sobre asruínas da Religião Católica; mas de outros que, sem acolherem tais desígniosmalévolos, ajudam estes homens em suas obras dando suporte à sua política; e

especialmente dos jovens rapazes, que estão tão sujeitos a se extraviarem pelainexperiência e predominância do mero sentimento. Nós desejaríamos que todos seconvencessem que o curso que agora é seguido não pode ser senão fatal para aItália; e, em fazer este perigo mais uma vez conhecido, Nós somos movidossomente por uma consciência de dever e pelo amor à nossa terra.

19. Mas, para a iluminação das mentes dos homens, nós devemos acima de tudopedir pelo especial auxílio do céu. Portanto, à nossa unida ação, Veneráveis Irmãos,nós precisamos juntar a oração; e que seja uma oração geral, constante, efervorosa: uma oração que irá oferecer gentil violência ao coração de Deus e fazê-lO misericordioso à Itália nosso país, para que Ele desvie dela toda calamidade,

especialmente aquela que seria a mais terrível - a perda da fé. - Tomemos comonossa

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medianeira junto a Deus a gloriosíssima VIRGEM MARIA, a invencível Rainha doRosário, que tem tão grande poder sobre as forças do inferno, e por tantas vezesfez a Itália sentir os efeitos de Seu amor maternal.

Recorramos também com confiança aos santos Apóstolos PEDRO e PAULO, que

sujeitaram esta terra abençoada à fé, santificaram-na por seus trabalhos, e abanharam em seu sangue.

20. Como uma garantia enquanto isso do auxílio que Nós pedimos, e como símbolode Nossa mais especial afeição, recebei a Bênção Apostólica, que do fundo deNosso coração Nós vos concedemos, Veneráveis Irmãos, ao vosso Clero, e ao povoitaliano.

Dado em Roma, junto de São Pedro, a 15 de outubro de 1890, o décimo terceiro

ano de Nosso Pontificado.

Referências:

[1] S. Gregório o Grande: Carta ao Imperador Maurício, Reg. 5.

Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que

sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

PAPA, Leão XIII. Apostolado Veritatis Splendor: DALL'ALTO DELL'APOSTOLICO

SEGGIO. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/1238. Desde 05/09/1999.

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EXORTAE IN ISTA

Por Papa Pio IX 

Fonte: gentilmente enviado por Marcus Pimenta

Carta Exortae in ista

do Papa Pio IX

aos bispos do Brasil sobre A Maçonaria.

 1. As desordens originadas nesta jurisdição

nos anos passados por parte de pessoas que, não obstante fossem adeptas da seitamaçônica, infiltraram-se nas comunidades dos pios cristãos, trouxeram a vós,veneráveis irmãos, sobretudo nas dioceses de Olinda e Belém do Pará, um pesadotormento, bem como a nós uma grande inquietação. Afinal, não podíamospermanecer indiferentes ao fato de que a peste letal daquela seita se haviadifundido até conseguir corromper as mencionadas comunidades, e,conseqüentemente, as instituições dispostas a reforçar o espírito sincero da fé e da

piedade, depois que havia sido espalhada a funesta cizânia, precipitaram numamísera condição. Nós, por isso, tendo presente nosso dever apostólico e sob oestímulo da paterna caridade, com a qual acompanhamos esta parte do rebanho deDeus, consideramos dever enfrentar sem hesitação esse mal e com a carta de 29de maio de 1873 fazemos chegar a ti, venerável irmão de Olinda, a nossa vozcontra esta deplorável perversão infiltrada nas comunidades cristãs, observando,todavia, um critério de indulgência e clemência em relação a quantos haviamaderido à seita maçônica por terem sido enganados ou iludidos, ou seja, suspendertemporariamente as restrições das censuras nas quais eles estavam enquadrados,querendo que se valessem da nossa benignidade para execrar seus erros eabandonar - condenando-as - as associações nas quais haviam ingressado.

Encarregamos-te, venerável irmão de Olinda, para suprimir e declarar suprimidas asmencionadas comunidades se, transcorrido aquele período de tempo, não se

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tivessem revisto e para reconstituí-las integralmente com as modalidades quetinham na origem, inserindo novos membros imunes de toda contaminação com amaçonaria. Nós, por outro lado, desejando pôr em alerta - como é nosso dever -todos os fiéis contra as astúcias e as insídias dos membros das seitas, na cartaencíclica de 21 de novembro de 1873, endereçada aos bispos de toda a

catolicidade, convocamos com clareza naquela ocasião à memória dos fiéis asdisposições pontifícias emanadas contra as sociedades corruptas dos que aderemàs seitas e proclamamos que nas constituições eram atingidas não só asassociações maçônicas constituídas na Europa, mas também todas as que estão naAmérica e nas outras regiões do mundo.

 2. Não podemos, então, não nos admirar

vivamente pelo fato que, tendo sido suspensos, com a nossa autoridade e comdecisões apontando para a salvação dos pecadores, os interditos nos quais nestasregiões haviam sido submetidas algumas Igrejas e comunidades, compostas emgrande parte de seguidores da maçonaria, foi retirada daí motivação para difundir

por entre as pessoas a convicção que a sociedade maçônica presente nessasregiões estava excluída das condenações das regiões apostólicas e, portanto, queas pessoas que aderissem à seita podiam tranqüilamente fazer parte dacomunidade dos cristãos piedosos.

  Todavia, quanto essas opiniões estejamdistantes da verdade e do nosso modo de sentir é demonstrado com clareza sejapelos atos que recordamos antes, seja pela carta escrita ao sereníssimo imperadordessas regiões no dia 9 de fevereiro de 1875, na qual, enquanto garantíamos queseria revogada a interdição imposta sobre algumas Igrejas dessas dioceses, se vós,

veneráveis irmãos, mantidos injustamente no cárcere no Pará e Olinda, fôsseispostos em liberdade; acrescentamos, no entanto, uma reserva e uma precisacondição, isto é, que os seguidores da maçonaria fossem removidos dos encargosque ocupavam nas comunidades. E essa conduta sugerida por prudência nossa nãoteve nem teria podido ter outro propósito senão o de, deferidos de nossa parte osdesejos do imperador e restabelecida a tranqüilidade dos ânimos, oferecer aogovernador imperial a oportunidade de restituir à antiga condição as piascomunidades, retirando-lhe a desorientação trazida pela maçonaria e, ao mesmotempo, fazer com que os homens da seita condenada, movidos pela nossaclemência em relação a eles, procurassem subtrair-se do caminho da perdição. Paraque numa questão assim tão grave não paire nenhuma dúvida, nem qualquer

possibilidade de engano, não descuidamos de declarar novamente nesta ocasiãoque todas as sociedades maçônicas - seja destas regiões, seja de outras, das quaispor parte de muitos, enganados ou induzidos ao engano, se diz que olham apenaspara a utilidade e o progresso social e para a prática da ajuda recíproca - sãoproscritas e golpeadas pelas constituições e pelas condenações apostólicas, e quequantos desgraçadamente se inscreveram nas mesmas seitas incorrem por isso namais grave excomunhão - providência reservada ao romano pontífice. Não commenos solicitude recomendamos ao vosso zelo que, nessas regiões, a doutrinareligiosa seja transmitida diligentemente ao povo cristão com o anúncio da palavrade Deus e os oportunos ensinamentos. Sabeis, afinal, quanta utilidade deriva aorebanho de Cristo se o ministério é bem exercido, e quais gravíssimos danos se é

transcurado. 

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3. Mas, além dos argumentos tratados aqui,somos constrangidos a deplorar o abuso do poder da parte dos que presidem as jámencionadas comunidades, os quais, como nos foi referido, revogando todas ascoisas segundo seu próprio arbítrio, pretendem atribuir-se legítima autoridade sobreos bens e as pessoas sagradas e sobre as coisas espirituais, de modo tal que os

eclesiásticos e os próprios párocos estão completamente sujeitos aos poderesdaqueles, no cumprimento dos deveres de seu ministério. Esse comportamento écontrário não somente às leis eclesiásticas, mas também à ordem constituída porCristo Senhor na sua Igreja. Afinal, os leigos não foram postos como cabeça dogoverno eclesiástico, mas para sua utilidade e salvação devem estar submissos aoslegítimos pastores, sendo sua função oferecer-se como ajudantes do clero para assituações particulares, não devendo se intrometer naquelas coisas confiadas porCristo aos sagrados pastores. Por isso achamos urgente que os estatutos dasmencionadas comunidades sejam redigidos segundo a correta ordem, e tudo o queneles estiver fora da norma e incongruente por qualquer aspecto sejaperfeitamente conformado às regras da Igreja e da disciplina canônica. Para

alcançar essa meta, veneráveis irmãos, considerados os intercâmbios que ocorrementre as comunidades e o poder civil, naquilo que concerne à sua constituição eordenamento nas coisas temporais, já concedemos ao nosso cardeal secretário deEstado os devidos mandatos para agir com governo imperial, buscando reunir comele os esforços úteis para obter os resultados desejados. Confiamos que aautoridade civil unirá o seu solícito interesse ao nosso; por isso pedimos com todasas nossas forças a Deus, do qual provêm todas as coisas boas, para que se digneacompanhar e sustentar com a sua graça esta iniciativa de tranqüilizar a religião ea sociedade civil. Também vós, veneráveis irmãos, uni as vossas orações às nossas,para que esses desejos se realizem e como penhor do nosso sincero amor, recebeia bênção apostólica, que concedemos, de coração no Senhor, a vós, ao clero e aos

fiéis confiados aos cuidados de cada um de vós. Roma, dado em São Pedro, no dia 29 de

abril de 1876, XXX do nosso pontificado.

PAPA PIO IX

Todos os artigos disponíveis neste sítio são

de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

PAPA, Pio IX. Apostolado VeritatisSplendor: EXORTAE IN ISTA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4497.Desde 29/08/2007.

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HUMANUM GENUS

Por Papa Leão XIII 

Fonte: Vaticano

ENCÍCLICAHUMANUM GENUS 

DO PAPA LEÃO XIIISOBRE A MAÇONARIA

   Aos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, e

Bispos do Mundo Católico em Graça e Comunhão com a Sé Apostólica.

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1. O Gênero Humano, após sua miserávelqueda de Deus, o Criador e Doador dos dons celestes, "pela inveja do demônio,"separou-se em duas partes diferentes e opostas, das quais uma resolutamente lutapela verdade e virtude, e a outra por aquelas coisas que são contrárias à virtude e àverdade. Uma é o reino de Deus na terra, especificamente, a verdadeira Igreja de

 Jesus Cristo; e aqueles que desejam em seus corações estar unidos a ela, de modoa receber a salvação, devem necessariamente servir a Deus e Seu único Filho comtoda a sua mente e com um desejo completo. A outra é o reino de Satanás, em cujapossessão e controle estão todos e quaisquer que sigam o exemplo fatal de seulíder e de nossos primeiros pais, aqueles que se recusam a obedecer à lei divina eeterna, e que têm muitos objetivos próprios em desprezo a Deus, e também muitosobjetivos contra Deus.

2. Este reino dividido Sto. Agostinhopenetrantemente discerniu e descreveu ao modo de duas cidades, contrárias emsuas leis porque lutando por objetivos contrários; e com sutil brevidade ele

expressou a causa eficiente de cada uma nessas palavras: "Dois amores formaramduas cidades: o amor de si mesmo, atingindo até o desprezo de Deus, uma cidadeterrena; e o amor de Deus, atingindo até o desprezo de si mesmo, uma cidadecelestial."[1] Em cada período do tempo uma tem estado em conflito com a outra,com uma variedade e multiplicidade de armas e de batalhas, embora nem semprecom igual ardor e assalto. Nesta época, entretanto, os partisans (guerrilheiros) domal parecem estar se reunindo, e estar combatendo com veemência unida,liderados ou auxiliados por aquela sociedade fortemente organizada e difundidachamada os Maçons. Não mais fazendo qualquer segredo de seus propósitos, elesestão agora abruptamente levantando-se contra o próprio Deus. Eles estãoplanejando a destruição da santa Igreja publicamente e abertamente, e isso com o

propósito estabelecido de despojar completamente as nações da Cristandade, seisso fosse possível, das bênçãos obtidas para nós através de Jesus Cristo nossoSalvador. Lamentando estes males, Nós somos constrangidos pela caridade queurge Nosso coração a clamar freqüentemente a Deus: "Ó Deus, eis que Teusinimigos se agitam; e os que Te odeiam levantaram as suas cabeças. Eles tramamum plano contra Teu povo, e conspiram contra Teus santos. Eles disseram: 'vinde,destruamo-nos, de modo que eles não sejam uma nação'."[2]

3. Em uma crise tão urgente, quando tãoferoz e tão forte assalto é feito sobre o nome Cristão, é Nosso ofício apontar operigo, marcar quem são os adversários, e no máximo de Nosso poder fazer umabarreira contra seus planos e procedimentos, para que não pereçam aqueles cujasalvação está confiada a Nós, e para que o reino de Jesus Cristo confiado a Nossoencargo possa não só permanecer de pé e inteiro, mas possa ser alargado por umcrescimento cada vez maior através do mundo.

4. Os Pontífices Romanos nossospredecessores, em sua incessante vigilância pela segurança do povo Cristão, foram

rápidos em detectar a presença e o propósito desse inimigo capital tão logo elesaltou para a luz ao invés de esconder-se como uma tenebrosa conspiração; e, além

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disso, eles aproveitaram e tomaram providências, pois a eles isso competia, e nãopermitiram a si mesmos serem tomados pelos estratagemas e armadilhas armadaspara enganá-los.

5. A primeira advertência do perigo foi dada

por Clemente XII no ano de 1738[3], e sua constituição foi confirmada e renovadapor Bento XIV[4]. Pio VII seguiu o mesmo caminho[5]; e Leão XII, por suaconstituição apostólica, Quo Graviora[6], juntou os atos e decretos dos Pontíficesanteriores sobre o assunto, e os ratificou e confirmou para sempre. No mesmosentido pronunciou-se Pio VIII[7], Gregório XVI[8], e, muitas vezes, Pio IX[9].

6. Tão logo a constituição e o espírito daseita maçônica foram claramente descobertos por manifestos sinais de suas ações,pela investigação de suas causas, pela publicação de suas leis, e de seus ritos ecomentários, com a freqüente adição do testemunho pessoal daqueles queestiveram no segredo, esta sé apostólica denunciou a seita dos Maçons, e

publicamente declarou sua constituição, como contrária à lei e ao direito, perniciosatanto à Cristandade como ao Estado; e proibiu qualquer um de entrar na sociedade,sob as penas que a Igreja costuma infligir sobre as pessoas excepcionalmenteculpadas. Os sectários, indignados por isto, pensando em eludir ou diminuir a forçadestes decretos, parcialmente por desprezo, e parcialmente por calúnia, acusaramos soberanos Pontífices que os passaram ou de exceder os limites da moderaçãoem seus decretos ou de decretar o que não era justo. Este foi o modo pelo qual elesesforçaram-se para eludir a autoridade e o peso das constituições apostólicas deClemente XII e Bento XIV, e também de Pio VII e Pio IX[10]. Entretanto, na própriasociedade, encontraram-se homens que relutantemente concordaram que osPontífices Romanos tinham agido dentro de seu direito, de acordo com a doutrina e

disciplina Católicas. Os Pontífices receberam a mesma concordância, em termosfortes, de muitos príncipes e chefes de governo, que tomaram como um dever oudelatar a sociedade maçônica à sé apostólica, ou por seu próprio acordo por leisespecíficas declará-la perniciosa, como, por exemplo, na Holanda, Áustria, Suíça,Espanha, Bavária, Savóia, e outras partes da Itália.

7. Mas, o que é da maior importância, ocurso dos eventos demonstrou a prudência dos Nossos predecessores. Pois a suaprovidente e paternal solicitude não conseguiu sempre e em todo lugar o resultadodesejado; e isto, ou por causa do fingimento e astúcia de alguns que eram agentesativos na maldade, ou então da irrefletida leviandade do resto que deveria, em seu

próprio interesse, ter dado ao assunto sua diligente atenção. Em conseqüência, aseita dos Maçons cresceu com uma velocidade inconcebível no curso de um séculoe meio, até que se tornou capaz, através de fraude ou audácia, de obter tal acessoem cada nível do Estado de modo a parecer quase a sua força governante. Esteveloz e formidável avanço trouxe sobre a Igreja, sobre o poder dos príncipes, sobreo bem estar público, precisamente aquele grave dano que Nossos predecessorestinham previsto muito antes. Tal condição foi atingida que de agora de diantehaverá grave razão para temer, não realmente pela Igreja - porque sua fundação éfirme demais para ser derrubada pelos esforços dos homens - mas por aquelesEstados em que prevalece o poder, ou da seita da qual estamos falando ou deoutras seitas não diferentes que curvam-se a ela como discípulas e subordinadas.

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8. Por estas razões Nós, tão logo chegamosao timão da Igreja, claramente vimos e sentimos ser Nosso dever usar Nossaautoridade em sua máxima extensão contra um mal tão vasto. Nós já por muitasvezes, conforme as ocasiões surgiram, atacamos alguns pontos principais dosensinamentos que demonstraram de uma maneira especial a perversa influência

das opiniões Maçônicas. Assim, em nossa carta encíclica, Quod Apostolici Muneris,Nós Nos esforçamos por refutar as monstruosas doutrinas dos socialistas ecomunistas; depois, em outra começando com "Arcanum", Nós penosamentedefendemos e explicamos a verdadeira e genuína idéia da vida doméstica, da qualo matrimônio é o ponto de partida e a origem; e novamente, naquela que começacom "Diuturnum"[11], Nós descrevemos a idéia de governo político conforme osprincípios da sabedoria Cristã, que é maravilhosa em harmonia, por um lado, com aordem natural das coisas, e, por outro lado, com o bem-estar tanto dos príncipessoberanos quanto das nações. É agora Nossa intenção, seguindo o exemplo deNossos predecessores, tratar diretamente a própria sociedade maçônica, todo o seuensinamento, seus objetivos, e a sua maneira de pensar e agir, de modo a trazer

mais e mais à luz seu poder para o mal, e fazer o que Nós pudermos para deter ocontágio desta peste fatal.

9. Há vários corpos organizados os quais,embora diferindo em nome, em cerimonial, em forma e origem, são contudo tãounidos por comunhão de propósito e pela similaridade de suas principais opiniões,de modo a formar de fato uma só coisa com a seita dos Maçons, a qual é um tipo decentro ao qual todos eles se dirigem, e do qual todos eles retornam. Agora, estesnão mais mostram um desejo de permanecer escondidos; pois eles realizam seusencontros à luz do dia e à vista do povo, e publicam seus próprios jornais; econtudo, quando completamente compreendidos, descobre-se que eles ainda retêm

a natureza e os hábitos de sociedades secretas. Há muitas coisas como mistériosque é regra fixa esconder com extremo cuidado, não somente de estranhos, mas demuitos e muitos membros, também; tais como seus desígnios secretos e últimos, osnomes de seus maiores líderes, e certos segredos e encontros privados, assimcomo suas decisões, e os caminhos e meios de executá-las. Este é, sem dúvida, oobjetivo das múltiplas diferenças entre os membros quanto a direito, cargo eprivilégio, das distinções recebidas de ordens e graus, e da severa disciplina que émantida.

Os candidatos são geralmente ordenados aprometer - e mais, com um especial juramento, a jurar - que eles não irão nunca, a

nenhuma pessoa, em qualquer tempo ou de qualquer modo, dar a conhecer osmembros, as senhas, ou os assuntos discutidos. Assim, com uma aparência externafraudulenta, e com um estilo de fingimento que é sempre o mesmo, os Maçons,como os Maniqueístas de antigamente, esforçam-se, tanto quanto possível, paraencobrir a si mesmos, e para não admitir testemunhas exceto seus própriosmembros. Como uma maneira conveniente de disfarce, eles assumem o caráter dehomens de letras e acadêmicos associados com o objetivo de aprender. Eles falamde seu zelo por um maior refinamento cultural, e de seu amor pelos pobres; e elesdeclaram que seu único desejo é a melhoria da condição das massas, e ocompartilhamento com o maior número possível de pessoas de todos os benefíciosda vida civil. Mesmo que estes propósitos fossem visados verdadeiramente, eles

não são de modo algum o todo de seu objetivo. Ainda mais, para ser alistado, énecessário que os candidatos prometam e assumam ser daí em diante estritamente

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obedientes aos seus líderes e mestres com a mais completa submissão e fidelidade,e estar de prontidão para cumprir suas ordens à mais leve expressão de seu desejo;ou, se desobedientes, submeter-se aos mais penosos castigos e à própria morte. Defato, se algum é julgado ter traído as obras da seita ou ter resistido à ordens dadas,a punição é infligida neles não infreqüentemente, e com tanta audácia e destreza

que o assassino muito freqüentemente escapa à detecção e punição de seu crime.

10. Mas fingir e desejar permanecerescondido; atar homens como escravos com as mais fortes correntes, e sem darqualquer razão suficiente; usar homens escravizados aos desejos de outro paraqualquer ato arbitrário; armar as mãos direitas de homens para o massacre apósassegurar a impunidade pelo crime - tudo isso é uma enormidade diante qual anatureza recua. Por este motivo, a razão e a própria verdade tornam claro que asociedade da qual nós estamos falando está em antagonismo com a justiça e a

retidão natural. E isto se torna ainda mais claro, uma vez que outros argumentos,também, e muito evidentes, provam que ela é essencialmente oposta à virtudenatural. Pois, não importando quão grande possa ser a inteligência do homem emdisfarçar e a sua experiência em mentir, é impossível evitar os efeitos de qualquercausa de mostrarem, de algum modo, a natureza intrínseca da causa da qual elesvêm. "Uma boa árvore não pode produzir mau fruto, nem uma árvore ruim produzirbom fruto."[12] Agora, a seita maçônica produz frutos que são perniciosos e domais amargo sabor. Pois, daquilo que Nós acima mostramos da maneira mais clara,aquele que é o seu propósito último força-a a se tornar visível - especificamente, acompleta derrubada de toda a ordem religiosa e política do mundo que oensinamento Cristão produziu, e a substituição por um novo estado de coisas de

acordo com as suas idéias, das quais as fundações e leis devem ser obtidas domero naturalismo.

11. O que Nós dissemos, e estamos paradizer, deve ser entendido com respeito à seita dos Maçons tomada genericamente,e tanto quanto ela compreende as associações aparentadas a ela e confederadascom ela, mas não dos seus membros individuais. Pode haver pessoas entre eles, enão poucos que, embora não livres da culpa de terem se enleado em taisassociações, ainda assim não são eles mesmos parceiros em seus atos criminososnem conscientes do objetivo último que eles estão se esforçando por alcançar. Domesmo modo, algumas das sociedades afiliadas, talvez, de modo algum aprovem

as conclusões extremas que eles iriam, se consistentes, abraçar comoconseqüências necessárias de seus princípios comuns, se a sua própria maldadenão os enchesse de horror. Alguns deles, novamente, são levados pelascircunstâncias dos tempos e lugares ou a visar coisas menores do que os outrosnormalmente tentam ou do que eles mesmos desejariam tentar. Eles não devem,entretanto, por esta razão, ser considerados como estranhos à federação maçônica;porque a federação maçônica deve ser julgada não tanto pelas coisas que ela temfeito, ou concluído, quanto pela soma de suas opiniões pronunciadas.

12. Agora, a doutrina fundamental dosnaturalistas, que eles tornam suficientemente conhecida em seu próprio nome, é

que a natureza humana e a razão humana deveria em todas as coisas ser senhora eguia. Eles ligam muito pouco para os deveres para com Deus, ou os pervertem por

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opiniões errôneas e vagas. Pois eles negam que qualquer coisa tenha sido ensinadapor Deus; eles não permitem qualquer dogma de religião ou verdade que não possaser entendida pela inteligência humana, nem qualquer mestre que deva seracreditado por causa de sua autoridade. E desde que é o dever especial e exclusivoda Igreja Católica estabelecer completamente em palavras as verdades

divinamente recebidas, ensinar, além de outros auxílios divinos à salvação, aautoridade de seu ofício, e defender a mesma com perfeita pureza, é contra a Igrejaque o ódio e o ataque dos inimigos é principalmente dirigido.

13. Nos assuntos a respeito de religião quese veja como a seita dos Maçons age, especialmente aonde ela é mais livre paraagir sem barreiras, e então que qualquer um julgue se realmente ela não desejaexecutar a política dos naturalistas. Por um longo e perseverante labor, elesesforçam-se para alcançar este resultado - especificamente, que o ofício de ensinare a autoridade da Igreja tornem-se sem valor no Estado civil; e por esta mesmarazão eles declaram ao povo e argumentam que a Igreja e o Estado devem ser

completamente desunidos. Por este meio eles rejeitam das leis e da nação asaudável influência da religião Católica; e eles conseqüentemente imaginam que osEstados devem ser constituídos sem qualquer consideração pelas leis e preceitos daIgreja.

14. Nem eles pensam ser suficientedesconsiderar a Igreja - a melhor das guias - mas eles também a ferem por suahostilidade. Realmente, para eles está dentro da lei atacar com impunidade aspróprias fundações da religião Católica, em palavra, em escritos e emensinamentos; e até os direitos da Igreja não são poupados, e os ofícios com osquais ela é divinamente investida não estão seguros. A mínima liberdade possível

para administrar os assuntos é deixada à Igreja; e isto é feito por leisaparentemente não muito hostis, mas na realidade armadas e ajustadas paradificultar a liberdade de ação. Ainda mais, Nós vemos leis excepcionais e opressivasimpostas sobre o clero, a fim de que eles possam ser continuamente diminuídos emnúmero e meios necessários. Nós também vemos os remanescentes daspossessões da Igreja restringidos pelas mais estritas condições, a sujeitados aopoder e ao desejo arbitrário dos administradores do Estado, e as ordens religiosasreviradas e espalhadas.

15. Mas contra a sé apostólica e o PontíficeRomano a contenda destes inimigos tem sido por um longo tempo dirigida. O

Pontífice foi primeiro, por razões sem substância, atirado para fora da proteção desua liberdade e de seu direito, o principado civil; logo, ele foi injustamente forçadoem uma condição que era insuportável por causa das dificuldades levantadas detodos os lados; e agora o tempo chegou em que os partisans (guerrilheiros) da seitaabertamente declaram, o que em segredo entre eles mesmos eles têm por umlongo tempo planejado, que o poder sagrado dos Pontífices deve ser abolido, e queo próprio papado, fundado por direito divino, deve ser totalmente destruído. Seoutras provas fossem desejadas, este fato seria suficientemente revelado pelotestemunho de homens informados, dos quais alguns em outros tempos, e outrosrecentemente, declararam ser verdadeiro a respeito dos Maçons que eles desejamespecialmente atacar violentamente a igreja com irreconciliável hostilidade, e que

eles nunca descansarão até que eles tenham destruído o que quer que os supremosPontífices tenham estabelecido como religião.

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16. Se aqueles que são admitidos comomembros não são ordenados a abjurar por quaisquer palavras as doutrinasCatólicas, esta omissão, muito longe de ser adversa aos desígnios dos Maçons émais útil para os seus propósitos. Primeiro, deste modo eles facilmente enganam osingênuos e os incautos, e podem induzir um número muito maior a se tornarem

membros. Novamente, como todos que se oferecem são recebidos qualquer quepossa ser sua forma de religião, eles deste modo ensinam o grande erro destaépoca - que uma consideração por religião deveria ser tida como assuntoindiferente, e que todas as religiões são semelhantes. Este modo de raciocinar écalculado para trazer a ruína de todas as formas de religião, e especialmente dareligião Católica, que, como é a única que é verdadeira, não pode, sem grandeinjustiça, ser considerada como meramente igual às outras religiões.

17. Mas os naturalistas vão muito maislonge; pois, tendo, nas mais altas coisas, entrado em um curso completamenteerrôneo, eles são levados impetuosamente a extremos, ou por causa da fraqueza

da natureza humana, ou porque Deus inflige sobre eles a justa punição do seuorgulho. Assim acontece que eles não mais consideram como certas e permanentesaquelas coisas que são totalmente entendidas pela luz natural da razão, tais comocertamente são - a existência de Deus, a natureza imaterial da alma humana, e suaimortalidade. A seita dos Maçons, por uma similar trilha de erro, é exposta a estesmesmos perigos; pois, embora de um modo geral eles possam professar aexistência de Deus, eles mesmos são testemunhas que eles não mantém todos estaverdade com total concordância da mente e com uma firme convicção.

Nem eles escondem que esta questão sobreDeus é a maior fonte e causa de discórdias entre eles; de fato, é certo que umadiscussão considerável sobre este mesmo assunto existiu entre eles muitorecentemente. Mas, realmente, a seita permite grande liberdade aos seus membros juramentados por voto, de modo que para cada lado é dado o direito de defender asua própria opinião, ou de que há um Deus, ou de que não há nenhum; e aquelesque obstinadamente argumentam que não há nenhum Deus são tão facilmenteiniciados como aqueles que argumentam que Deus existe, embora, como ospanteístas, eles tenham falsas noções acerca dEle: tudo que não é nada mais do

que retirar a realidade, retendo algumas absurdas representações da naturezadivina.

18. Quando esta maior e fundamentalverdade foi derrubada ou enfraquecida, segue que aquelas verdades, também, quesão conhecidas pelo ensinamento da natureza devem começar a cair -especificamente, que todas as coisas foram feitas pelo livre desejo de Deus oCriador; que o mundo é governado pela Providência; que as almas não morrem; quea esta vida dos homens sobre a terra sucederá outra em uma vida eterna.

19. Quando estas verdades foram

eliminadas, as quais são os princípios da natureza e importantes para oconhecimento e para o uso prático, é fácil de ver o que irá ser da moralidade

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pública e privada. Nós não dizemos nada daquelas virtudes mais celestiais, as quaisninguém pode exercer ou mesmo adquirir sem um especial dom e graça de Deus;das quais necessariamente nenhum traço pode ser encontrado naqueles querejeitam como desconhecida a redenção da humanidade, a graça de Deus, ossacramentos, e a felicidade a ser obtida no céu. Nós falamos agora dos deveres que

têm a sua origem na retidão natural. Que Deus é o Criador do mundo e seuprovidente Governador; que a lei eterna exige que a ordem natural seja mantida, eproíbe que ela seja perturbada; que o fim último do homem é um destino muitoacima das coisas humanas e além desta parada sobre a terra: estas são as fontes eestes são os princípios de toda justiça e moralidade.

Se eles forem removidos, como osnaturalistas e Maçons desejam, imediatamente não haverá nenhum conhecimentoquanto ao que constitui justiça e injustiça, ou sobre qual princípio a moralidade éfundada. E, em verdade, o ensinamento de moralidade que exclusivamenteencontra o favor da seita dos Maçons, e em que eles argumentam que os jovens

deveriam ser instruídos, é o que eles chamam "civil", e "independente", e "livre",especificamente, aquele que não contém qualquer crença religiosa. Mas, quãoinsuficiente tal ensinamento é, quanto deixa a desejar em firmeza, e quãofacilmente movido por cada impulso da paixão, é suficientemente provado por seustristes frutos, que já começaram a aparecer. Pois, aonde quer que, removendo aeducação Cristã, este ensinamento começou a reinar mais completamente, aí abondade e integridade da moral começou rapidamente a perecer, monstruosas evergonhosas opiniões têm crescido, e a audácia dos atos malignos tem se elevado aum alto grau. Tudo isso é comumente lamentado e deplorado; e não poucosdaqueles que de modo algum desejam fazê-lo são compelidos pela abundância deprovas a dar não infreqüentemente o mesmo testemunho.

20. Ainda mais, a natureza humana foimanchada pelo pecado original, e é portanto mais disposta ao vício do que àvirtude. Pois uma vida virtuosa é absolutamente necessária para restringir osmovimentos desordenados da alma, e para fazer as paixões obedientes à razão.Neste conflito as coisas humanas devem freqüentemente ser desprezadas, e osmaiores trabalhos e durezas devem ser executados, de modo que a razão possasempre manter o seu domínio. Mas os naturalistas e Maçons, não tendo fé naquelascoisas que nós aprendemos pela revelação de Deus, negam que nossos primeirospais tenham pecado, e conseqüentemente pensam que o livre desejo não é demodo algum enfraquecido e inclinado ao mal[13].

Pelo contrário, exagerando bastante o podere a excelência da natureza, e colocando somente ali o princípio e regra da justiça,eles não podem nem mesmo imaginar que haja qualquer necessidade de umaconstante luta e uma perfeita firmeza para dominar a violência e governo de nossaspaixões.

Por isso nós vemos que homens sãopublicamente tentados pelos muitos encantamentos do prazer; que há jornais epanfletos sem moderação nem vergonha; que peças de teatro são notáveis pelalicenciosidade; que desenhos para obras de arte são de uma maneira

desavergonhada buscados nas leis de um assim chamado realismo; que os planosde uma vida fácil e delicada são cuidadosamente elaborados; que todas as

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seduções do prazer são diligentemente buscadas pelas quais a virtude possa serninada até adormecer. Depravadamente, também, mas ao mesmo tempo de ummodo bastante consistente, fazem aqueles atos que eliminam a expectativa dasalegrias do céu, e trazem para baixo toda a felicidade para o nível da mortalidade,e, de fato, a afundam na terra. Do que Nós dissemos o seguinte fato, estarrecedor

não tanto por si mesmo quanto em sua aberta expressão, pode servir comoconfirmação. Pois, uma vez que geralmente ninguém está acostumado a obedecerhomens hábeis e inteligentes tão submissamente como aqueles cuja alma estáenfraquecida e quebrada pelo domínio das paixões, tem havido na seita dos Maçonsalguns que têm simplesmente determinado e proposto que, engenhosamente e depropósito estabelecido, a multidão deveria ser saciada com uma licença sem limitepara o vício, pois, quando isso tivesse sido feito, ela iria facilmente cair sob o seupoder e autoridade para quaisquer atos de audácia.

21. Quanto ao que se refere à vidadoméstica nos ensinamentos dos naturalistas é quase tudo contido nas seguintes

declarações: que o casamento pertence ao gênero dos contratos humanos, quepode ser legalmente revogado pelo desejo daqueles que o fizeram, que osgovernadores civis do Estado têm poder sobre o laço matrimonial; que na educaçãodos jovens nada deve ser ensinado em matéria de religião como opinião certa efixada; e cada um deve ser deixado livre para seguir, quando chegar à idade,qualquer que ele preferir. Os Maçons concordam completamente com estas coisas;e não somente concordam, mas têm longamente esforçado-se para transformá-lasem lei e instituição. Pois em muitos países, e aqueles nominalmente Católicos, éestabelecido que nenhum casamento deve ser considerado legal a não ser aquelescontraídos pelo rito civil; em outros lugares a lei permite o divórcio; e em outrostodos os esforços são feitos para torná-lo legal tão logo quanto possível. Portanto, o

tempo está rapidamente se aproximando em que os casamentos vão ser tornadosem outro tipo de contrato - ou seja em uniões mutáveis e incertas que um caprichopode unir, e que do mesmo modo quando se modificar pode desunir.

Com a maior unanimidade a seita dosMaçons também esforça-se para tomar a si mesma a educação da juventude. Elespensam que eles podem facilmente moldar às suas opiniões aquela idade macia emaleável, e torcê-la no que quer que eles desejem; e que nada pode ser maisadequado do que isto para permitir a eles levar a juventude do Estado a seguir seupróprio plano. Portanto, na educação e instrução de crianças eles não permitemqualquer participação, quer no ensinamento ou na disciplina, aos ministros da

Igreja; e em muitos lugares eles têm procurado obter que a educação dos jovensesteja exclusivamente nas mãos de leigos, e que nada que trate dos maisimportantes e mais sagrados deveres dos homens para com Deus deva serintroduzido na instrução sobre moral.

22. E ainda há as suas doutrinas sobrepolítica, em que os naturalistas decretam que todos os homens tem o mesmodireito, e são em todos os aspectos da mesma e igual condição; que cada um énaturalmente livre; que nenhum tem o direito de comandar a outrem; que é um atode violência requerer que homens obedeçam qualquer autoridade outra que aquelaque é obtida deles mesmos.

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De acordo com isto, portanto, todas ascoisas pertencem ao povo livre; o poder é exercido pela ordem ou permissão dopovo, de modo que, quando o desejo do povo muda, os governantes podem serlegalmente depostos e a fonte de todos os direitos e deveres civis está ou namultidão ou na autoridade governante quando esta é constituída de acordo com as

últimas doutrinas. É sustentado também que o Estado deve ser sem Deus; que nasvárias formas de religião não há razão pela qual uma devesse ter precedência sobreoutra; e que todas elas devem ocupar o mesmo lugar.

23. Que estas doutrinas são igualmenteaceitáveis aos Maçons, e que eles desejariam constituir Estados de acordo com esteexemplo e modelo, é excessivamente bem conhecido para requerer prova. Poralgum tempo eles tem abertamente esforçado-se para tornar isto realidade comtoda a sua força e recursos; e deste modo eles preparam o caminho para nãopoucos homens audaciosos que estão se apressando a fazer até as piores coisas,em seu esforço para obter igualdade e comunhão de todos os bens pela destruição

de todas as distinções de título e propriedade.

24. O que, portanto, a seita dos Maçons é, eque trilha ela persegue, aparece suficientemente do sumário que Nósresumidamente demos. Seus dogmas principais estão tão grandemente emanifestamente apartados da razão que nada pode ser mais perverso. Desejardestruir a religião e a Igreja que o próprio Deus estabeleceu, e cuja perpetuidadeEle assegura por Sua proteção, e trazer após um lapso de dezoito séculos asmaneiras e costumes dos pagãos, é notável insensatez e audaciosa impiedade.Nem é menos horrível nem mais tolerável que eles repudiem os benefícios que Jesus Cristo tão misericordiosamente obteve, não somente para os indivíduos, mas

também para as famílias e a sociedade civil, benefícios os quais, mesmo de acordocom o julgamento e testemunho de inimigos da Cristandade, são muito grandes.Nesta empreitada insana e pervertida nós quase podemos ver o ódio implacável e oespírito de vingança com o qual o próprio Satanás está inflamado contra JesusCristo. - Do mesmo modo o estudado esforço dos Maçons para destruir as principaisfundações da justiça e honestidade, e para cooperar com aqueles que desejarem,como se fossem meros animais, fazer o que eles quiserem, tende somente para aignominiosa e desgraçada ruína do gênero humano.

O mal, também, é agravado pelos perigosque ameaçam a sociedade doméstica e civil. Como Nós demonstramos, no

matrimônio, de acordo com a crença de quase todas nações, há algo sagrado ereligioso; e a lei de Deus determinou que os matrimônios não devam serdissolvidos. Se eles forem desprovidos do seu caráter sagrado, e feitos dissolúveis,problemas e confusão na família serão o resultado, a esposa sendo despojada desua dignidade e as crianças deixadas sem proteção quanto aos seus interesses ebem-estar. - Não ter nos assuntos públicos qualquer cuidado pela religião, e nosarranjos e administração dos assuntos civis não ter maior consideração para comDeus do que se Ele não existisse, é uma imprudência desconhecida dos própriospagãos; pois em seus corações e almas a noção de uma divindade e a necessidadede uma religião pública estavam tão firmemente estabelecidas que eles teriampensado ser mais fácil ter uma cidade sem fundamentos do que uma cidade sem

Deus. A sociedade humana, para a qual nós verdadeiramente por natureza somosformados, foi constituída por Deus, o Autor da natureza; e dEle, como de seu

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princípio e fonte, fluem em toda a sua força e permanência os incontáveisbenefícios com os quais a sociedade abunda. Como todos e cada um de nós somosadmoestados pela própria voz da natureza para cultuar a Deus em piedade esantidade, como o Doador da vida e de tudo que é bom nela, do mesmo modo epela mesma razão, nações e Estados estão obrigado a cultuá-lO; e portanto é claro

que aqueles que querem absolver a sociedade de todos os deveres religiosos agemnão só injustamente mas também com ignorância e insensatez.

25. Como os homens são pela vontade deDeus nascidos para a união civil e sociedade, e como o poder de governar é um elode união tão necessário à sociedade que, se ele é retirado, a sociedadenecessariamente e imediatamente se desfaz, segue que dEle que é o Autor dasociedade veio também a autoridade de governar; assim quem quer que governe, éministro de Deus. Portanto, como o fim e a natureza da sociedade humanarequerem, é correto obedecer às justas ordens da autoridade legal, como é corretoobedecer a Deus que governa todas as coisas; e é extremamente falso que o povo

tenha como um poder jogar de lado sua obediência quando quer que lhe agrade.

26. De maneira semelhante, ninguémduvida que todos os homens são iguais uns aos outros, tanto quanto se refere à suaorigem e natureza comuns, ou o fim último que cada um deve atingir, ou os direitose deveres que são daí derivados. Mas, como as habilidades de todos não são iguais,como um difere do outro nos poderes da mente e do corpo, e como há realmentemuitas dessemelhanças de maneiras, disposição, e caráter, é extremamenterepugnante à razão esforçar-se por confinar todos dentro da mesma medida, eestender completa igualdade às instituições da vida civil. Assim como uma perfeitacondição do corpo resulta da conjunção e composição de seus vários membros, os

quais, embora diferindo em forma e propósito, fazem, por sua união e distribuiçãode cada um em seu próprio lugar, uma combinação bela para ser mantida, firme emforça, e necessária para o uso; desse modo, na comunidade, há uma quase infinitadessemelhança de homens, como partes do todo. Se eles devem ser todos iguais, ecada um deve seguir seu próprio desejo, o Estado vai aparecer extremamentedeformado; mas se, com uma distinção de graus de dignidade, de ocupações eempregos, todos habilmente cooperarem para o bem comum, eles irão apresentar aimagem de um Estado bem constituído e conformado à natureza.

27. Agora, dos perturbantes erros que Nóstemos descrito os maiores perigos para os Estados devem ser temidos. Pois, sendo

retirados o temor a Deus e a reverência pelas leis divinas, sendo desprezada aautoridade dos governantes, a sedição permitida e aprovada, e as paixõespopulares exacerbadas até o desprezo pela lei, sem qualquer freio a não ser ocastigo, uma mudança e derrubada de todas as coisas necessariamente seguirá.Sim, esta mudança e derrubada é deliberadamente planejada e colocada em cursopor várias associações de comunistas e socialistas; e aos seus propósitos a seitados Maçons não é hostil, mas favorece grandemente seus desígnios, e tem emcomum com eles suas principais opiniões. E se estes homens não se esforçamimediatamente e em todo lugar para levar à frente seus pontos de vista extremos,isso não deve ser atribuído ao seu ensinamento e sua vontade, mas à virtudedaquela divina religião que não pode ser destruída; e também porque a parte mais

sólida dos homens, recusando-se a ser escravizada às sociedades secretas,vigorosamente resiste às suas insanas tentativas.

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28. Se todos os homens julgassem a árvorepelo seu fruto, e reconhecessem a semente e origem dos males que nospressionam, e dos perigos que estão nos ameaçando! Nós temos que lidar com uminimigo enganoso e habilidoso, que, gratificando os ouvidos do povo e dospríncipes, os tem enleado por falas macias e por adulação. Entrando nas boas

graças dos governantes sob a alegação de amizade, os Maçons tem se esforçadopara fazê-los seus aliados e poderosos auxiliadores para a destruição do nomeCristão; e para que eles possam mais fortemente pressioná-los, eles têm, comdeterminada calúnia, acusado a Igreja de maliciosamente contender com osgovernantes em assuntos que afetam a sua autoridade e soberano poder. Tendo,por estes artifícios, assegurado a sua própria segurança e audácia, eles começarama exercer grande peso no governo dos Estados: mas entretanto estão preparadospara sacudir as fundações de impérios, para perturbar os governantes do Estado,para acusá-los, e para expulsá-los, tão freqüentemente quanto eles aparentamgovernar de modo diferente do que eles próprios poderiam ter desejado. De modosemelhante, eles têm por falsos elogios iludido o povo.

Proclamando com uma alta voz a liberdadee prosperidade pública, e dizendo que era por causa da Igreja e dos soberanos quea multidão não era retirada de sua injusta servidão e pobreza, eles se impuseramsobre o povo, e, excitando-os por uma sede por novidades, eles os pressionaram aassaltar tanto a Igreja quanto o poder civil. Entretanto, a expectativa de benefíciosque era esperada é muito maior do que a realidade; realmente, as pessoas comuns,mais oprimidas do que elas eram antes, estão privadas em sua miséria daqueleconsolo que, se as coisas tivessem sido arranjadas de um modo Cristão, eles teriamtido com facilidade e em abundância. Mas, quem quer que lute contra a ordem quea Divina Providência constituiu paga usualmente a penalidade por seu orgulho, e

encontra-se com a aflição e a miséria quando eles insensatamente esperavamencontrar todas as coisas prósperas e conforme os seus próprios desejos.

29. A Igreja, se ela dirige os homens aprestar obediência principalmente a acima de tudo a Deus o soberano Senhor, éerradamente e falsamente considerada ou invejosa do poder civil ou de se arrogaralgo dos direitos dos soberanos. Pelo contrário, ela ensina que o que é retamentedevido ao poder civil deve ser prestado a ele com convicção e consciência de dever.Ensinando que do próprio Deus vem o direito de governar, ela adiciona uma grandedignidade à autoridade civil, e ainda ajuda a obter a obediência e boa intenção doscidadãos. Amiga da paz e sustentáculo da concórdia, ela abraça a todos com amor

maternal, e, intencionando apenas auxiliar o homem mortal, ela ensina que à  justiça deve ser ajuntada a clemência, eqüidade à autoridade, e moderação àlegislação; que o direito de ninguém pode ser violado; que a ordem e atranqüilidade pública devem ser mantidas e que a pobreza daqueles que estão emnecessidade deve, tanto quanto possível, ser aliviada pela caridade pública eprivada. "Mas por esta razão," para usar as palavras de Sto. Agostinho, "os homenspensam, ou gostariam de acreditar, que o ensinamento Cristão não é adequadopara o bem do Estado; pois eles desejam que o Estado seja fundado não em sólidavirtude, mas na impunidade do vício."[14] Sabendo destas coisas, os príncipes e opovo agiriam com sabedoria política[15], e de acordo com as necessidades dasegurança geral, se, ao invés de juntar-se aos Maçons para destruir a Igreja, eles se

 juntassem à Igreja para repelir os seus ataques.

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30. O que quer que o futuro possa ser, nestegrave e difundido mal é Nosso dever, veneráveis irmãos, esforçar-nos por encontrarum remédio. E porque Nós sabemos que a Nossa melhor e mais firme esperança deum remédio está no poder daquela divina religião que os Maçons odeiam emproporção ao seu medo dela, Nós pensamos ser de capital importância chamar esse

grande poder salvífico em Nosso auxílio contra o inimigo comum. Portanto, tudoque os Pontífices Romanos Nossos predecessores decretaram com o propósito deopor-se aos projetos e esforços da seita maçônica, e tudo que eles tenham legisladoquanto à entrada ou saída de homens de sociedades deste tipo, Nós ratificamos econfirmamos completamente pela nossa autoridade apostólica: e confiandograndemente na boa intenção dos Cristãos, Nós rogamos e imploramos a cada um,pela sua salvação eterna, para ser o mais conscienciosamente cuidadoso para nãodivergir o mínimo que seja daquilo que a sé apostólica tem ordenado neste assunto.

31. Nós rogamos e imploramos a vós,veneráveis irmãos, a juntar os vossos esforços com os Nossos, e esforçadamente

lutar pela extirpação desta praga maligna, que está se esgueirando através dasveias do corpo da política. Vós deveis defender a glória de Deus e a salvação dovosso próximo; e com o objetivo de vosso combate à vossa frente, nem coragemnem força irão faltar. Será por vossa prudência que julgareis por quais modos vóspodeis melhor sobrepujar as dificuldades e obstáculos com os quais vosencontrardes. Mas, como pertence à autoridade de Nosso ofício que Nós mesmosapontemos algumas maneiras apropriadas de procedimento, Nós desejamos que ovosso primeiro ato seja arrancar a máscara da Maçonaria, e deixar que ela sejavista como realmente é; e por sermões e cartas pastorais instruir o povo quanto aosartifícios usado pelas sociedades deste tipo para seduzir os homens e persuadi-los aentrar em suas fileiras, e quanto à perversidade de suas ações e à maldade de seus

atos.

Como Nossos predecessores por muitasvezes repetiram, que nenhum homem pense que ele possa por qualquer razão queseja ajuntar-se à seita maçônica, se ele dá valor ao seu nome Católico e à suasalvação eterna como ele deveria valorizá-los. Que nenhum seja enganado por umapretensão de honestidade. Pode parecer a alguns que os Maçons não exigem nadaque seja abertamente contrário à religião e à moral; mas, como todo princípio eobjetivo da seita está naquilo que é vicioso e criminoso, ajuntar-se com esteshomens ou em algum modo ajudá-los não pode ser legítimo.

32. Além disso, por assíduos ensinamentos eexortações, a multidão precisa ser levada a aprender diligentemente os preceitosda religião; para este propósito Nós encarecidamente recomendamos que poroportunos escritos e sermões lhes sejam ensinados os elementos daquelassagradas verdades nas quais a filosofia Cristã está contida. O resultado disto seráque as mentes dos homens serão fortalecidas pela instrução, e serão protegidascontra muitas formas de erro e induções à depravação, especialmente na presenteliberdade de escrita sem limites e insaciável desejo de aprender.

33. Grande, realmente, é a obra; mas nela oclero irá compartilhar os vossos trabalhos, se, através de vosso cuidado, eles

estiverem à altura disto através do aprendizado e de uma vida bem orientada. Estebom e grande trabalho requer o auxílio também da indústria daqueles entre os

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leigos em que um amor pela religião e pela pátria existe ao lado da instrução eretidão de vida. Unindo os esforços do clero e dos leigos, batalhai, veneráveisirmãos, para fazer os homens conhecer e amar completamente a Igreja; pois,quanto maior o seu conhecimento e amor pela Igreja, mais eles se desviarão dassociedades clandestinas.

34. Por este motivo, não sem causa Nósusamos esta ocasião para declarar novamente o que nós declaramos em outrolugar, ou seja, que a Ordem Terceira de São Francisco, cuja disciplina Nós algumtempo atrás prudentemente mitigamos[16], deveria ser refletidamente promovida esustentada; pois todo o objetivo desta Ordem, como constituída por seu fundador, éconvidar os homens a uma imitação de Jesus Cristo, a um amor à Igreja, e àobservância de todas as virtudes Cristãs; e portanto ela deveria ser de grandeinfluência em suprimir o contágio das sociedades pervertidas. Que, portanto, estasanta irmandade possa ser fortalecida por um crescimento diário. Entre os muitosbenefícios a serem esperados disso estará o grande benefício de voltar as mentes

dos homens à liberdade, fraternidade e igualdade de direito; não tais como osMaçons absurdamente imaginam, mas tais como Jesus Cristo obteve para o gênerohumano e aos quais São Francisco aspirou: a liberdade, Nós queremos dizer, defilhos de Deus, através da qual nós podemos ser livres da escravidão a Satanás ou anossas paixões, ambos os mais perversos mestres; a fraternidade cuja origem estáem Deus, o Criador comum e Pai de todos; a igualdade a qual, fundada na justiça ecaridade, não remove todas as distinções entre os homens, mas, das variedades davida, dos deveres, e das ocupações, forma aquela união e aquela harmonia quenaturalmente tende ao benefício e dignidade da sociedade.

35. Em terceiro lugar, há um assunto

sabiamente instituído por nossos ancestrais, mas no decorrer do tempo deixado delado, que pode agora ser usado como um padrão e forma de algo semelhante. Nósqueremos dizer as associações ou organizações de trabalhadores, para proteger,sob a direção da religião, os seus interesses temporais e a sua moralidade. Senossos ancestrais, por longa prática e experiência, sentiram o benefício destasassociações, nossa época talvez irá senti-lo ainda mais por causa da oportunidadeque eles darão de esmagar o poder das seitas. Aqueles que sustentam a si mesmospelo trabalho de suas mãos, além de serem, pela sua própria condição, mais dignosacima de todos os outros de caridade e consolação, são também especialmenteexpostos às tentações de homens cujos caminhos estão na fraude e no engano.

Portanto, eles devem ser ajudados com amaior bondade possível, a ser convidados a juntar-se a associações que são boas,para que eles não sejam arrastados para outras que são malignas. Por esta razão,Nós grandemente desejamos, pela salvação das pessoas, que, sob os auspícios epatrocínio dos bispos, e em oportunidades convenientes, estas associações possamser restauradas de uma maneira generalizada. Para Nossa grande alegria,irmandades deste tipo e também associações de mestres já foram estabelecidasem muitos lugares, tendo, cada classe delas, por seu objetivo ajudar os honestostrabalhadores, a proteger e guardar suas crianças e família, e a promover neles apiedade, o conhecimento Cristão, e uma vida moral. E neste assunto Nós nãopodemos nos omitir de mencionar aquela sociedade exemplar, denominada de

acordo com o seu fundador, São Vicente, que tem merecido tanto das classes maisbaixas. Seus atos e seus alvos são bem conhecidos. Todo o seu objetivo é dar alívio

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ao pobre e miserável. Isto ela faz com singular prudência e modéstia; e quantomenos ela deseja ser notada, mais ela se adequa ao exercício da caridade Cristã, epara o alívio dos sofredores.

36. Em quarto lugar, de modo a mais

facilmente atingir o que Nós desejamos, à vossa fidelidade e vigilância Nósrecomendamos de um modo especial os jovens, como sendo a esperança dasociedade humana. Devotai a maior parte do vosso cuidado à instrução deles; e nãopensai que qualquer precaução possa ser grande o suficiente para mantê-losafastados de mestres e escolas aonde o hálito pestilento das seitas deva sertemido. Sob a vossa direção, deixem os pais, instrutores religiosos, e padres tendoa cura de almas, usar cada oportunidade, em seu ensinamento Cristão, paraadvertir suas crianças e pupilos da natureza infame destas sociedades, para queeles possam aprender em bom tempo a terem cuidado com os variados efraudulentos artifícios pelos quais seus promotores costumam laçar as pessoas. Eaqueles que instruem os jovens em conhecimento religioso agirão sabiamente se

eles induzirem todos eles a se resolverem e se comprometerem a nunca ligar-se aqualquer sociedade sem o conhecimento de seus pais, ou o conselho de seu padreou diretor.

37. Nós bem sabemos, entretanto, que osnossos esforços unidos não serão de modo algum suficientes para arrancar estassementes perniciosas do campo do Senhor, a menos que o Celestial Mestre davinha misericordiosamente nos ajude em nossos esforços. Nós precisamos,portanto, com grande e ansioso cuidado, implorar a Ele a ajuda que a grandeza doperigo e da necessidade requer. A seita da Maçonaria mostra-se insolente eorgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia.

Seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos,ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisasmalignas. Um ataque tão veemente exige uma igual defesa - especificamente, quetodos os homens de bem formem a mais abrangente associação possível de ação ede oração. Nós imploramos a eles, portanto, com corações unidos, a permanecerunidos e firmes contra as forças das seitas que avançam; e em aflição e súplicaestender suas mãos a Deus, orando que o nome Cristão possa florescer e prosperar,que a Igreja possa desfrutar da sua necessária liberdade, que aqueles que seextraviaram possam retornar a uma mente reta, que o erro difundido possa darlugar à verdade, e o vício à virtude. Tomemos como nossa auxiliadora eintercessora a Virgem Maria, Mãe de Deus, para que ela, que desde o momento de

sua concepção derrotou Satanás possa mostrar seu poder sobre estas seitasmalignas, nas quais revive o contumaz espírito do demônio, juntamente com suaperfídia insubmissa e enganosa. Imploremos a Miguel, o príncipe dos anjos celestes,que lançou fora o infernal inimigo; e José, o esposo da santíssima Virgem, e patronoceleste da Igreja Católica; e os grandes Apóstolos, Pedro e Paulo, os pais ecampeões vitoriosos da fé Cristã. Por seu patrocínio, e pela perseverança na uniãode oração, Nós esperamos que Deus irá misericordiosamente e oportunamentesocorrer o gênero humano, que é rodeado por tantos perigos.

38. Como garantia dos dons celestes e deNossa benevolência, Nós amorosamente concedemos no Senhor a vós, veneráveis

irmãos, e ao clero e todo o povo confiado ao vosso vigilante cuidado, Nossa bênçãoapostólica.

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Dado em Roma, junto de S. Pedro, no

vigésimo dia de abril de 1884, o sexto ano de Nosso pontificado.

Notas:

[1] De civ. Dei, 14, 28 (PL 41, 436).

[2] Sl 82,2-4.

[3] Const. In Eminenti, 24 de abril de 1738.

[4] Const. Providas, 18 de maio de 1751.

[5] Const. Ecclesiam a Jesu Christo, 13 desetembro de 1821.

[6] Const. dada a 13 de março de 1825.

[7] Enc. Traditi, 21 de maio de 1829.

[8] Enc. Mirari, 15 de agosto de 1832.

[9] Enc. Qui Pluribus, 9 de novembro de1846; pronunciamento Multiplices inter , 25 de setembro de 1865. etc.

[10] Clemente Xll (1730-40); Bento XIV(1740-58), Pio VII (1800-23); Pio IX (1846-78). [11] Ver números 79, 81, 84.

[12] Mt 7,18.

[13] Trid., sess. vi, De justif, c. 1. Texto doConcílio de Trento: "tametsi in eis (sc.  Judaeis) liberum arbitrium minime extinctumesset, viribus licet attenuatum et inclinatum."

[14] Ver Arcanum, no. 81.

[15] Epistola 137, ad Volusianum, c. v, n. 20(PL 33, 525).

[16] (17 de setembro de 1882), na qual oPapa Leão XIII tinha recentemente glorificado S. Francisco de Assis por ocasião do

sétimo centenário de seu nascimento. Nesta encíclica, o Papa apresentou a Ordem Terceira de S. Francisco como uma resposta Cristã aos problemas sociais da época.A constituição Misericors Dei filius (23 de junho de 1883) expressamente relembrou

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que a negligência com a qual as virtudes Cristãs são tidas é a causa principal dosmales que ameaçam as sociedades. Confirmando a regra da Ordem Terceira eadaptando-a às necessidades dos tempos modernos, o Papa Leão XIII intencionavatrazer de volta o maior número possível de almas à prática destas virtudes.

Todos os artigos disponíveis neste sítio são

de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

PAPA, Leão XIII. Apostolado VeritatisSplendor: HUMANUM GENUS. Disponível emhttp://www.veritatis.com.br/article/1239. Desde 05/09/1999.

A MAÇONARIA - UM POUCO DE HISTÓRIA!

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Autor: D. Estevão Bettencourt.OSBFonte: Lista Exsurge DominiFonte: http://www.exsurgedomini.xpg.com.br/ Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus) em 14/Abr/2008Maçonaria: Um pouco de história

Revista : “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”D. Estevão Bettencourt, osbNº 425 – Ano: 1997 – pág. 467

Em síntese: Nos países latinos da Europa e da América a Maçonaria assumiu oqualificativo de Irregular, porque abandonou suas tradições religiosas e se tornouanti-religiosa, especialmente contrária à Igreja Católica. O artigo que se segue,apresenta um pouco de história da perseguição movida pelos Governos maçonscontra a Igreja no México, onde morreram vários mártires, inclusive o Pe. AgustinPro s. J. Também no Brasil do tempo do Império a Maçonaria, instalada no Governo,perseguiu os Bispos de Olinda-Recife e Belém do Pará, tornando-se então

benemérito D. Frei Vital, trazido de Olinda para o Rio, onde esteve encarcerado porresistir às injunções do Governo maçônico em assuntos e ordem interna da Igreja.

Reproduzimos, a seguir, artigo sobre a Maçonaria publicado no jornalbelohorizontino O LUTADOR, edição de 15 a 21 de junho de 1997, p. 8. São páginasque revelam aspectos pouco divulgados da Maçonaria, aptos a explicar o difícildiálogo entre tal sociedade secreta e a Igreja. Agradecemos à Redação daqueleperiódico o direito de reprodução.

“RELAÇÕES NADA CORDIAIS"

 Tudo o que é secreto, desperta interesse. Tudo o que é proibido, seduz. O queparece beneficente, se faz simpático. Será por isso que tantos católicos ainda têmdúvidas sobre a “condenação” da maçonaria e recebem com desconfiança asadvertências da Mãe-Igreja? Seja como for, o exame das relações entre cristãos emaçons na História do Brasil, bem como no México, traz à luz os sinais do ódiocontra a Igreja de Jesus Cristo. Bispos presos, padres fuzilados, centenas de leigosassassinados a sangue frio ... Ao menos naquele tempo e naquelas circunstâncias.

MATANDO O ESCORPIÃO

Que é a Maçonaria ? Uma sociedade secreta. Qual o seu objetivo ? Tomar o poder.Como provar essa afirmação ? Pelo exemplo mexicano. A 5 de fevereiro de 1917, foiaprovada a Constituição do México, maçônica, ainda em vigor no México, após 80anos. O presidente era Venustiano Corranza, também ele maçon, como todos osdemais que se elegeram até hoje.

A Constituição restringia a liberdade religiosa, considerava crime o ensino religiosoe a profissão dos votos. Ao mesmo tempo, desapropriava sumariamente os benseclesiásticos, negando personalidade jurídica à Igreja e encerrando-a no âmbito dassacristias. Os sacerdotes foram privados de seus direitos políticos (votar e servotado, herdar, possuir bens etc.), mas deviam prestar serviço militar.

Além disso, o Governo determinava o número de sacerdotes permitidos em cada

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localidade e decretava quem estava habilitado ao ministério. Só mexicanos denascimento podiam ser sacerdotes. A partir de 1926, com a “Lei Calles”, Vera Cruztinha um sacerdote “autorizado” para cada 100 mil habitantes.

Em Sonora, foram fechadas todas as Igrejas. Os sacerdotes sumariamente

eliminados. Segundo Fidel Gonzáles, em artigo na revista “30 DIAS” (ago/93), “aviolência contra a Igreja era dirigida sobretudo pelas lojas maçônicas e por um deseus grupos, o de Sonora, que alcançou com Calles (presdiente de 1924 a 1928) ocontrole total do poder”.

Álvaro Obregón, um dos responsáveis diretos pelo assassinato do Pe. Agustin Pro(herói do conhecido livro Despistou Mil Secretas), declarou em discurso público:“Quando uma formiga nos pica, não procuramos a formiga para matá-la; pegamosum balde de água fervente e a derramamos no formigueiro. Quando um escorpiãonos pica, nós o matamos; pegamos uma lanterna para procurá-lo e, seencontrarmos outro escorpião, não o deixamos viver, porque não foi ele que nos

picou; nós o matamos, porque pode nos envenenar”.UMA LEGIÃO DE MÁRTIRES

Em 1992, o Papa João Paulo II beatificou Miguel Agustin Pro e os 22 sacerdotesmártires mexicanos. Seu crime ? Exercer secretamente o seu ministério,confessando os penitentes, ungindo os enfermos e celebrando a Eucaristia. Sãomártires in odium fidei (por ódio à fé). Mas também o foram in odium Ecclesiae, (poródio à Igreja), pois o objetivo do Governo maçom que mantinha o poder no Méxicoera não só erradicar a Igreja Católica, mas eliminar da vida nacional o próprioacontecimento cristão.

O episcopado tentou reagir desde o início. Uma Carta Pastoral dos Bisposmexicanos apontava sem medo o projeto governamental de “aniquilar ocatolicismo”, entranhado na alma do povo. O Governo reagiu com decretos quevisavam a “mexicanizar” a Igreja, tal como fizeram os países comunistas (China,Vietname etc), que favoreceram o surgimento de uma “igreja nacional”,“patriótica”, sem ligação hierárquica com Roma.

A 31 de julho de 1926, os Bispos suspenderam todas as celebrações no país.Explodia a perseguição contra o clero e as lideranças leigas. Lares invadidos,interrogatórios, tortura e julgamento de fachada. Dezenas de milhares de católicos(50 mil homens, segundo alguns historiadores) sublevaram-se e empunharam

armas. Começava a guerra dos “cristeros”, que terminaria com o acordo de paz em junho de 1929. Embora sofrendo com a falta de armas, os “cristeros” estavam emseu apogeu e dominavam um vasto território. Os Bispos aceitaram um acordo como Governo (as circunstâncias não são claras até hoje) e pediram aos fiéis parainterromper a luta e cessar fogo. Tão logo as armas foram entregues, começou amatança. A Igreja tinha sido traída.

Dolores Ortega, 85 anos, remanescente de uma família de “cristeros” , declara:“Todos sabiam que era um truque, que o Governo nunca respeitaria o seucompromisso. Todos o sabiam, nós da Liga (para a Defesa da Liberdade Religiosa) e

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também os “Cristeros”. Quando nos pediram para interromper a luta, sentimos umador surda, uma angústia mais forte do que a provação que a guerra exigia”. Mesmoassim, obedeciam por fidelidade ...

“PRENDAM O BISPO !”

1872. Agonizava a monarquia no Brasil. As forças republicanas engrossavam suasfileiras. No Rio de Janeiro, o Visconde do Rio Branco – Grão-Mestre do GrandeOriente do Vale do Lavradio! – preside ao Gabinete. Em clima de rivalidade,Saldanha Marinho era o Grão-Mestre do Grande Oriente do Vale dos Beneditinos,ligado à maçonaria francesa.

Aos 27 anos de Idade, Dom Vital é nomeado Bispo de Olinda e toma posse a 24 demaio de 1872. Ele escreve: “Até 1872, a Maçonaria no Brasil respeitou a religiãocatólica. Introduziu-se no clero, nos conventos, nos cabidos, nas confrarias. Masquando teve um Grão-Mestre à frente do Governo nacional, julgou oportuno atacara Igreja” (citado por Antônio Carlos Villaça, in História da Questão Religiosa no

Brasil, pág. 7).

De fato, antes de chegar a Olinda, o novo Bispo já sofria os ataques da imprensamaçônica. Entre outras provocações, o anúncio de Missas para comemorar oaniversário de uma loja maçônica. Dom vital impôs sua autoridade sobre o clero,proibindo celebrações e atos interditados pelo Direito Canônico. Alguns padresfiliados à maçonaria obedeceram ao superior. Outros se calaram. Mas houverebeldes, que foram suspensos das ordens sacras.

Quando a suspensão atingiu o Deão Joaquim Francisco de Faria (diretor do GinásioPernambucano, ex-vigário capitular e chefe do Partido Maçônico Liberal!), este

organizou uma reunião popular e insuflou a multidão a atacar o Colégio S. FranciscoXavier, dos jesuítas. Móveis quebrados, capela destruída, oito jesuítas agredidos. Aseguir, o jornal católico “União” é invadido e queimado. Numa demonstração deforça, a Maçonaria publicou a lista dos maçons que eram sacerdotes ou membrosde confrarias religiosas.

Quando D. Vital lançou o interdito canônico sobre as confrarias envolvidas e senegou a obedecer à intimação do Visconde do Rio Branco para o levantar, foiacusado perante o Supremo Tribunal, preso e recolhido ao Arsenal da Marinha doRecife. Era o dia 2 de janeiro de 1874. O Governo afastara previamente do tribunaltodos os juizes considerados católicos. Sem perder a firmeza e a dignidade, Dom

Vital foi condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. A 12 de março,sua pena foi comutada em prisão simples, na Fortaleza de S. João, no Rio de Janeiro.

PRINCÍPIOS INCOMPATÍVEIS

O tempo passa. Fica a memória. O último documento da Igreja sobre o assunto foiproduzido pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, em 26/11/1983, eassinado pelo Cardeal Joseph Ratizinger, que os maçons consideram como seuinimigo figadal. A Declaração afirma: “Permanece imutável o parecer negativo daIgreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempreconsiderados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e por isso permanece proibida

a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas, pois os seusprincípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e porisso permanece proibida a inscrição nelas.

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Os fiéis que pertencem às associaçõesmaçônicas estão em estado de pecado grave, e não podem aproximar-se daSagrada Comunhão”.

Em 1993, a revista de teologia Atualização (nºs 241 e 242) publicou excelente

artigo de D. João Evangelista Martins Terra, S. J., sobre a ação da Maçonaria noBrasil, que tem ricos subsídios para os interessados no tema. Ali, são lembrados osmotivos da incompatibilidade entre catolicismo e maçonaria:

- O relativismo e o subjetivismo maçônico negam todo dogma.- Exclui-se o conhecimento objetivo da verdade.- A verdade divina é inatingível, segundo os maçons.- A maçonaria é “deísta”, seu “deus” é neutro, impessoal, nada parecido com o Paie Senhor dos cristãos.- Não se admite nenhuma “revelação” de Deus.- O conceito maçônico de “tolerância” rejeita o magistério da Igreja.

- Não há lugar para a ação da graça divina no crescimento moral do homem.- O maçom assume compromissos secretos, para a vida e para a morte,incompatíveis com a liberdade cristã.

Isto não significa que todos os maçons brasileiros tenham esses sentimentosanticlericais, anti-Igreja, anticristianismo. Muitos são elementos de boa vontade,atraídos para a maçonaria pela camaradagem, o que parece solidariedade,filantropia. Muitos fazem número, dão prestígio à Loja. Mas não sabem todos ossegredos. Não entendem a filosofia maçônica. É a esses que a Igreja queresclarecer”.

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DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

Autor: Cardeal Joseph Card. RatzingerFonte: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=SEITA&id=sei0858

Declaração sobre a Maçonaria

Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé

26.11.1983

Declaração de 26 de novembro de 1983 do cardeal Joseph Ratzinger, prefeito daSagrada Congregação para a Doutrina da Fé (v. L\\\'Osservatore Romano de26.11.83):

Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da Maçonaria, pelo fato deque no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionadacomo no Código anterior.

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a umcritério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente nãomencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito dasassociações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre consideradosinconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscriçãonelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado depecado grave e não podem aproximar´se da Sagrada Comunhão.

Não corresponde às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem´se sobre anatureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação dequanto acima estabelecido e isto segundo a mente da Declaração desta SagradaCongregação, de 17 de fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p.240´241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a audiência concedida ao subscrito CardealPrefeito, aprovou a presente Declaração, e ordenou a sua publicação.

 Joseph Card. Ratzinger

Prefeito

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CARTAS SOBRE A MAÇONARIA

Autor: Cardeal Joseph Ratzinger

Fonte: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=SEITA&id=sei0857

Cartas sobre a Maçonaria

Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé

19.07.1974

Da carta de 19 de julho de 1974, do cardeal Seper, prefeito da Sagrada

Congregação para a Doutrina da Fé (v. Boletim Semanal da CNBB nº 230, de

23.08.74):

´´Durante o longo exame da questão, a Santa Sé consultou diversas vezes as

Conferências Episcopais interessadas de modo particular pelo assunto, a fim de

tomar conhecimento mais acurado tanto da natureza e da atuação da Maçonaria

em nossos dias quanto do pensamento dos Bispos a esse respeito.

A grande divergência de respostas, pela qual transparecem as situações diferentes

de cada nação, não permitiu à Santa Sé mudar a legislação vigente, a qual por isso

continua em vigor, até que nova lei canônica seja publicada pela competente

Comissão Pontifícia para a revisão do Direito Canônico.

No entanto, no exame dos casos particulares, é necessário levar em consideração

que a lei penal está sujeita a interpretação estrita. Por conseguinte, pode´se

ensinar e aplicar, com segurança, a opinião daqueles autores segundo os quais o

cânon 2335 se refere unicamente aos católicos que dão o nome às associações que

de fato conspiram contra a Igreja.

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Em qualquer situação, porém, continua firme a proibição aos clérigos, aos

Religiosos e aos membros dos Institutos Seculares, de darem o nome a quaisquer

associações maçônicas.´´

Card. Seper

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

17.02.1981

Da declaração de 17 de fevereiro de 1981 do cardeal Seper, prefeito da Sagrada

Congregação para a Doutrina da Fé (v. L\\\'Osservatore Romano, edição em

português, de 08.03.81):

Dado que a citada carta [de 19.07.1974], tornada de domínio público, deu margem

a interpretações errôneas e tendenciosas, esta Congregação, sem querer prejudicar

as eventuais disposições do novo Código, confirma e precisa quanto segue:

1. Não foi modificada de algum modo a disciplina canônica, que permanece em

todo o seu vigor;

2. Não foi, portanto, ab´rogada a excomunhão nem as outras penas canônicas

previstas;

3. Quanto na citada carta se refere à interpretação a ser dada ao cânon em

questão, deve ser entendido, como intencionava a Congregação, só como um apelo

aos princípios gerais da interpretação das leis penais para a solução dos casos de

cada pessoa, que podem ser submetidos ao juízo dos Ordinários. Não era, pelo

contrário, intenção da Congregação confiar às Conferências Episcopais a pronunciar

´se publicamente com um juízo de caráter geral sobre a natureza das associações

maçônicas que implique derrogação das mencionadas normas.

Card. Seper

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

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26.11.1983

Declaração de 26 de novembro de 1983 do cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da

Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (v. L\\\'Osservatore Romano de

26.11.83):

Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da Maçonaria, pelo fato de

que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada

como no Código anterior.

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um

critério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente não

mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das

associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados

inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição

nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de

pecado grave e não podem aproximar´se da Sagrada Comunhão.

Não corresponde às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem´se sobre a

natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de

quanto acima estabelecido e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada

Congregação, de 17 de fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p.240´241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a audiência concedida ao subscrito Cardeal

Prefeito, aprovou a presente Declaração, e ordenou a sua publicação.

  Joseph Card. Ratzinger

Prefeito

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IRRECONCIABILIDADE ENTRE A FÉ CRISTÃ E AMAÇONARIA!

Autor: Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé

 Tradução: Carlos Martins NabetoFonte: Vaticano/VE MultimediosFonte: http://www.veritatis.com.br/article/4944

IRRECONCIABILIDADE ENTRE A FÉ CRISTÃ E A MAÇONARIA

REFLEXÕES APÓS O 1º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE 26.11.1983

DA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Em 26 de novembro de 1983, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou umaDeclaração acerca das associações maçônicas. Pouco mais de um ano após a suapublicação, pode ser útil ilustrar brevemente o significado deste documento.

Desde que a Igreja passou a se pronunciar sobre a Maçonaria, seu juízo negativosobre ela tem sido inspirado em múltiplas razões, práticas e doutrinas. A Igreja nãotem julgado a Maçonaria apenas por ser responsável de atividade subversivacontrária à sua, mas desde os primeiros documentos pontifícios sobre a matéria,em particular na Encíclica "Humanum genus", de Leão XIII (20.04.1884), oMagistério da Igreja tem denunciado na Maçonaria idéias filosóficas e concepçõesmorais opostas à doutrina católica. Para Leão XIII, tratava-se essencialmente de umnaturalismo racionalista, inspirador de seus planos e de suas atividades contrárias àIgreja. Em sua carta ao povo italiano "Custodi" (08.12.1892), escrevia: "Recordemosque o Cristianismo e a Maçonaria são essencialmente inconciliáveis, a ponto de que

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a inscrição em uma implica separar-se da outra".

Não era possível, portanto, deixar de levar em consideração as posições daMaçonaria a partir do ponto de vista doutrinário, quando nos anos 1970-1980 aSagrada Congregação mantinha correspondência com algumas Conferências

Episcopais particularmente interessadas neste problema, em razão do diálogosustentado entre personalidades católicas e representantes de algumas lojas que sedeclaravam não-hostis ou, inclusive, favoráveis à Igreja.

Um estudo mais profundo levou a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé areafirmar a convicção da impossibilidade de fundo para conciliar os princípios daMaçonaria e os da Fé Cristã.

Prescindindo, portanto, da consideração do comportamento prático das diversaslojas, da hostilidade ao menos na confrontação com a Igreja, a SagradaCongregação para a Doutrina da Fé, mediante sua Declaração de 26.11.1983,

tentou se colocar no nível mais profundo e, por outro lado, essencial do problema:isto é, no plano da impossibilidade de conciliar os princípios e o que isso significa noplano da fé e de suas exigências morais.

Partindo deste ponto de vista doutrinário, em continuidade com a posiçãotradicional da Igreja - como testemunham os documentos de Leão XIII supramencionados - derivam-se a seguir as necessárias conseqüências práticas, quevalem para todos aqueles fiéis que eventualmente estiverem inscritos na

Maçonaria.

Em alguns setores surgiram objeções a respeito das afirmações acerca daimpossibilidade de se conciliar os princípios, no sentido de que seria da essência daMaçonaria precisamente o fato dela não impor nenhum "princípio", significandouma posição filosófica ou religiosa que seja obrigatória para todos os seusmembros, mas, pelo contrário, de acolher a todos, ultrapassando os limites dasdiversas religiões e visões do mundo, homens de boa vontade fundamentados emvalores humanos compreensíveis e aceitos por todos.

A Maçonaria constituiria um ponto de coesão

para todos aqueles que crêem no Arquiteto do Universo e se sentemcomprometidos na luta por aqueles mandamentos morais fundamentais queencontram-se definidos, por exemplo, no Decálogo; a Maçonaria não afastarianinguém de sua religião, mas, pelo contrário, constituiria um incentivo para ummaior compromisso.

Os múltiplos problemas históricos e filosóficos que se escondem em tais afirmaçõesnão podem ser discutidos aqui. Após o Concílio Vaticano II certamente não énecessário sublinhar que a Igreja Católica alenta uma colaboração entre todos oshomens de boa vontade. No entanto, associar-se à Maçonaria ultrapassa,evidentemente, esta legítima colaboração e possui um significado de relevância e

especificidade bem maior.

Antes de mais nada deve-se recordar que a comunidade dos "Liberi Muratori" e

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suas obrigações morais se apresentam como um sistema progressivo de símbolosde caráter extremamente impositivo. A rígida disciplina do segredo que ali dominareforça, por fim, o peso da interação de sinais e idéias. Para os inscritos, este climareservado comporta, entre outras coisas, o risco de terminar sendo um instrumentode estratégias para eles desconhecidas.

Inclusive, se se afirma que o relativismo não é assumido como um dogma, noentanto é proposta de fato uma concessão simbólica relativista e, assim, o valorrelativizante de tal comunidade moral-ritual, longe de poder ser eliminado, resulta,pelo contrário, determinante.

Em tal contexto, as diversas comunidades religiosas a que pertencem os membrosdas lojas não podem ser consideradas senão como meras institucionalizações deum elo mais amplo e inacessível. O valor desta institucionalização mostra-se,portanto, inevitavelmente relativo a respeito desta verdade mais ampla, a qual semanifesta mais facilmente na comunidade da boa vontade, isto é, na fraternidade

maçônica.Ainda assim, para um cristão católico não é

possível viver sua relação com Deus de uma maneira dupla, isto é, dividindo-a emuma forma humanitária-supraconfessional e em uma forma interior-cristã. Ele nãopode cultivar relações de dois tipos com Deus, nem expressar sua relação com oCriador através de formas simbólicas de duas espécies. Isso seria algocompletamente diferente daquela colaboração, que lhe é óbvia, com todos aquelesque estão comprometidos na realização do bem, ainda que partam de princípiosdiferentes.

Por outro lado, um cristão católico não podeao mesmo tempo participar da plena comunhão da fraternidade cristã e, por outraparte olhar para o seu irmão cristão, a partir da perspectiva maçônica, como um"profano".

Inclusive se - como já foi dito - não houvesse uma obrigação explícita de professar orelativismo como doutrina, ainda assim a força relativizante de uma talfraternidade, por sua própria lógica intrínseca, tem em si a capacidade detransformar a estrutura do ato de fé de uma maneira tão radical que não pode seraceita por parte de um cristão "que ama a sua fé" (Leão XIII).

Este transtorno na estrutura fundamental do ato de fé se dá, ademais, usualmentede uma maneira suave e sem ser advertida: a sólida adesão à verdade de Deus,revelada na Igreja, se converte em uma mera pertença a uma instituição,considerada como uma forma representativa particular juntamente com outrasformas representativas, por sua vez mais ou menos possíveis e válidas de como oser humano se orienta para as realidades eternas.

A tentação para seguir nesta direção é hoje tanto mais forte quanto estacorresponde plenamente a certas convicções predominantes na mentalidadecontemporânea. A opinião de que a verdade não pode ser conhecida écaracterística de sua crise geral.

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Precisamente considerando todos esteselementos, a Declaração da Sagrada Congregação afirma que a inscrição naMaçonaria "permanece proibida pela Igreja" e os fiéis que se inscrevem nela "estãoem pecado grave e não podem se aproximar da Santa Comunhão".

Com esta última expressão, a Sagrada Congregação indica aos fiéis que talinscrição constitui objetivamente um pecado grave e, fixando que os que aderem auma associação maçônica não podem se aproximar da Sagrada Comunhão, queriluminar a consciência dos fiéis sobre uma grave conseqüência a que devem chegarno caso de aderirem a uma loja maçônica.

A Sagrada Congregação declara, finalmente, que "não compete às autoridadeseclesiásticas locais pronunciar-se sobre a natureza das associações maçônicas, comum juízo que implique a derrogação do quanto foi acima estabelecido". Com estafinalidade o texto faz também referência à Declaração de 17 de fevereiro de 1981,que já reservava à Sé Apostólica todo pronunciamento acerca da natureza destas

associações que implicasse na derrogação da lei canônica então vigente (cân.2.335).

Igualmente, o novo documento emitido pela Sagrada Congregação para a Doutrinada Fé em novembro de 1983 expressa idênticas intenções de reserva em relaçãoaos pronunciamentos que não coincidam com o juízo aqui formulado sobre aimpossibilidade de conciliar os princípios da Maçonaria com a Fé Católica, sobre agravidade do ato de inscrever-se em uma loja e sobre a conseqüência que disto sederiva para o acesso à Santa Comunhão. Esta disposição indica que, não obstante adiversidade que possa subsistir entre as obediências maçônicas, em particularquanto à sua postura declarada em face da Igreja, a Sé Apostólica volta a encontrarnelas princípios comuns que exigem uma mesma valoração por parte de todas asautoridades eclesiásticas

Ao fazer esta Declaração, a SagradaCongregação para a Doutrina da Fé não pretendeu desconhecer os esforçosrealizados por aqueles que, com a devida autorização deste Dicastério, buscaramestabelecer um diálogo com representantes da Maçonaria.

Porém, a partir do momento em que existiaa possibilidade de que fosse difundida entre os fiéis a equivocada opinião de que

seria agora lícita a adesão a uma loja maçônica, considerou como seu dever dar-lhes a conhecer o pensamento autêntico da Igreja acerca deste assunto e colocá-losde prontidão diante de uma filiação incompatível com a Fé Católica.

Com efeito, apenas Jesus Cristo é o Mestre da Verdade e somente n'Ele podem oscristãos encontrar a luz e a força para viver segundo o desígnio de Deus,trabalhando pelo verdadeiro bem de seus irmãos.

[Publicado no L’Osservatore Romano, edição em italiano, de 23 de fevereiro de1985, p. 1.]

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Para citar este artigo:

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Apostolado Veritatis Splendor:IRRECONCIABILIDADE ENTRE A FÉ CRISTÃ E A MAÇONARIA. Disponível em

http://www.veritatis.com.br/article/4944. Desde 30/5/2008.

A MAÇONARIA REALIZA CULTO SATÂNICO COM A

EUCARISTIA?

Autor: Carlos Martins NabetoFonte: http://www.veritatis.com.br/article/5040

- É verdade que a Maçonaria faz culto satânico com a eucaristia? M. (Fortaleza-CE).

Prezado M.,

Pax Domini!

É difícil saber ao certo o que se passa entre as quatro paredes de uma Loja, tendo

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em vista o fato de que os maçons são impedidos, sob a coação de GRAVES  JURAMENTOS, de revelar os seus segredos para os "profanos" (=não-maçons).

Ademais, sabendo que a Maçonaria é um "sistema de Moral, velado por alegorias eilustrado por símbolos" e também "uma escola não só de Moral, como de filosofia

social e espiritual"

De fato, como declara claramente o ex-maçon William Schnoebelen[1], que atingiuo 32º grau, após passar pelo "Rito Escocês", pelo "Rito de York", pelo "SantuárioMístico" e pela "Ordem da Estrela do Oriente", "a maioria dos maçons não sabe oque esperar no caminho dos segredos. Talvez a maior parte não esteja realmentedesapontada, visto que a maioria deles juntou-se à Loja por razões maissuperficiais: prosseguir e entrar no Santuário (onde são todas as festas), ou paradar impulso à sua posterior carreira profissional" (p. 53).

Comparando cada grau a "caixas-surpresas chinesa", continua: "Cada caixa desvela

maior iniqüidade. Contudo, estas 'caixas' continuam fechadas aos maçons que nãoavançaram aos níveis mais elevados. Visto que a maioria dos maçons não ascendeacima do 32º grau no Rito Escocês ou do Cavaleiro Templário no Rito de York, elesnão têm mais do que vislumbres do que está atrás do véu" (p. 143).

Assim, uma vez lá dentro - aponta o mesmo autor -, "o candidato, desde o primeirograu, é levado a crer que será inteirado de segredos importantes - segredos tãofantásticos que precisam ser protegidos por juramentos solenes sobre a Bíblia, etão sérios que precisam ser guardados por penas de morte. Após fazer o juramento,ele aprende um aperto de mão secreto e uma palavra que é facilmente encontradano Antigo Testamento (Boaz). Um conjunto similar de 'segredos' lhe é comunicadodo segundo grau. (...) Depois que o candidato desembolsa outros cinqüenta dólaresou algo assim, e faz um trabalho mental árduo de memorização, incluindo o juramento de sangue do segundo grau que se estende por seis longos parágrafos,ele está pronto para o segredo máximo da Maçonaria (ou assim ele pensa). Aqui éonde entram a 'isca e anzol'. (...) Contudo, se você freqüenta as reuniões da LojaAzul por tempo suficiente (geralmente algumas semanas bastam), aprende que hágraus mais elevados que o Mestre Maçon pode atingir. Esses graus progridem sobduas formas na maçonaria americana. Geralmente, um dos seus irmãos maçons iráencorajá-lo a unir-se ou ao Rito de York ou ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Aqui -dizem-lhe - você aprenderá segredos realmente valiosos. Essa é a 'isca e anzol' (...)

Se o novo Mestre Maçon é identificado comocristão, provavelmente será direcionado ao Rito de York, que tem os 'grauscristãos'. Se for um maçon mais secular, ou talvez com um pouco de pressa, ele éaconselhado a seguir o Rito Escocês, que o faz avançar a jato através dos vinte enove graus em alguns fins-de-semana, e o habilita a ir em frente e integrar-se aoSantuário. O santuário é ainda mais caro, mas é a parte 'divertida' da Maçonaria(...). Nestas duas 'organizações superiores', o conteúdo dos segredos maçônicoscomeça a tomar um tom mais solene. No Rito de York, em especial, o candidatomaçônico percebe que irá adquirir conhecimento de uma natureza profundamentemística. Ele aprenderá o nome verdadeiro de Deus! Essa é supostamente a 'Palavra

do Mestre' que foi perdida para sempre, mas que é milagrosamente recuperadaquatro graus (e duzentos dólares) depois. Isso é excitante para quase todos,inclusive para o maçon que está dentro só por causa da festa ou da influência" (pp.

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53-54).

Contudo, tal nome assim revelado - conforme documenta perturbadoramente omesmo autor - "não é o [do] Deus da Bíblia. E se ele (ou isso) não é Deus, deve serum falso deus - uma máscara de Satanás" (p. 56).

Realmente, algumas páginas antes, informara que: "descobrir o nome da divindadeda maçonaria" é muito difícil, "visto que este é um segredo bem guardado! Para osde fora, o deus da loja é geralmente descrito como 'o Grande Arquiteto do Universo'(ou G.A.D.U.). Isso soa correto, apesar de um pouco vago. Infelizmente, a intenção éexatamente essa. (...) Nos graus inferiores, a divindade é chamada de 'Deus' (comoquando o candidato jura, dizendo: 'Deus me ajude...') ou como G.A.D.U.. Quando seprogride para os graus mais elevados, a natureza de deus começa a tomar umaforma menos suave. (...) O deus da maçonaria é um deus 'genérico'. Seu rótulo estáem branco, de maneira que se quiser escrever nele Alá, Krishna ou até Satanás,você pode, e nenhum maçon objetará" (pp. 41-42).

E, então, o mesmo Schnoebelen passa a abordar aquilo que "mais temíamos": aaceitação natural de Satanistas, Ocultistas e Bruxos pelas Lojas Maçônicas:

"Albert Mackey, autoridade maçônica, colocou a coisa assim: 'Pode estar certo (...)que Deus está igualmente presente com o hindu piedoso no templo, o judeu nasinagoga, o muçulmano na mesquita e o cristão na igreja' (Mackey's RevisedEncyclopedia of Freemasonry, pp.409-410). Alguém, usando apenas a lógica,poderia prosseguir com a idéia de Mackey, dizendo que esse 'deus' está igualmentepresente com o satanista no seu antro macabro, quando ele arranca o coração deuma criança. Antes que um maçon ache essa declaração absurda, vejamos quãodiscriminatórias são as autoridades sobre a natureza do deus que adoram. Henry W.Coil, o erudito maçônico tido em mais alta conta, declara: 'A pedra de toquemaçônica é um Ser Supremo, e qualquer qualificação que se adicione é umainovação. (...) O monoteísmo foi adotado como o único dogma religioso damaçonaria por alguns autores. (...) Isso obviamente viola princípios maçônicos, poisrequer a crença em um tipo específico de divindade suprema' (Coil's MasonicEncyclopedia, pp.516-517). Deste modo, se você disser ao satanista que ele nãopode ser maçon porque o seu ser supremo, o diabo, não é um deus de primeiralinha, estará violando os 'princípios maçônicos'. Quando solicitei filiação na Loja euera um bruxo, e freqüentava a Igreja Episcopal. Era suficientemente estúpido parapensar que o deus da bruxaria, Lúcifer, era o Ser Supremo, o pai de Jesus. Assim,quando dois maçons me convidaram para candidatar-me e perguntaram se euacreditava em Deus, eu disse que sim, sem hesitação, sabendo que meu deus eraLúcifer. Fui recebido na Loja de braços abertos, e fiquei lá por nove anos. Duranteesse tempo nenhum dos meus 'irmãos cristãos' sequer me deu testemunho sobre Jesus. Isso seria contra os princípios maçônicos" (pp. 42-43).

E completa:

"Após alguns anos, conheci dois maçons de grau elevado que também eramadoradores de Lúcifer. Um era um famoso ritualista do Rito de York, e o outro era o

Mestre de uma Loja" (p. 43).

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Realmente, a História lista muitos cabalistas, bruxos, ocultistas e satanistasinfluentes como membros iniciados na Maçonaria, entre eles:

- Albert Pike- Aleister Crowley

- Alex Sanders- Alice Bailey- Annie Besant- Arthur Edward Waite- C.W.Leadbeter- Dion Fortune- George Pickingill- Gerald B. Gardner- Gerard Encaussé- Henry Adamson- Manly P. Hall

- Theodore Reuss- Wynn Westcottetc.

Não é a toa que Schnoebelen, uma vez convertido ao Cristianismo, passou a seperguntar: "Se a maçonaria fosse tão virtuosa, como pode ser freqüentada tãolivremente por bruxos e satanistas?" (p. 218).

Como se isso não bastasse, alguns símbolos normalmente usados pela Maçonariaestão também relacionados ao Satanismo e Bruxaria: o pentagrama invertido, ohomem com cabeça de bode (Baphomet), o trapézio etc. O pentagrama invertido,às vezes, é combinado com a cabeça de bode (=selo de Baphomet) e aparecem emalgumas Bíblias maçônicas. O interessante é que tal selo também é usado peladenominada "Igreja de Satã", fundada em 1966, por Anton Szandor La Vey, nãoobstante - segundo dizem - La Vey desprezar a Maçonaria.

Sobre o "selo de Baphomet", escreve Giuseppe Ferrari[2]: "Símbolo desta seita é ochamado 'selo de Baphomet', ou seja, a cabeça de um bode dentro de umpentagrama invertido (estrela de cinco pontas ao contrário) inscrito num círculo;além disso, na extremidade de cada ponta ponta há cinco letras hebraicas, e tudo éencerrado por um outro círculo" (p. 18).

Sabe-se, ainda, que as lojas maçônicas são providas de altares (logo, deve oferecersacrifícios em alguma de suas cerimônias), rituais detalhadíssimos (dotados desuprema autoridade), seguramente protegidos dos olhares "profanos" (como eleschamam os não-maçons) e ceias/banquetes (também regidos por rituais próprios).Só Daniel Ligou, em seu "Dicionário Universal da Franco-Maçonaria", recolheu maisde 150 ritos maçônicos, alguns deles incluindo fórmulas de magia, astrologia eiluminismo.

Que se diga ainda que o próprio Schnoebelen admite (p. 168) a existência de Lojasoriginalmente ligadas ao Ocultismo, como seria a O.T.O.-Ordem dos Templários doOriente (que foi presidida pelo maior satanista da História, Aleister Crowley) e o Rito

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do Paladium (que, segundo Domenico Margiotta, maçon do 33º grau, "é um ritonecessariamente luciferiano", visto que "a divindade é dupla e que Lúcifer é igual [ecombate] a Adonai").

Daí o novo questionamento de Schnoebelen: "Como a Maçonaria pode ser uma

representação dos ritos do templo de Salomão, quando a coisa toda está 'orientada'na direção errada? É um conceito semelhante ao da Missa Negra, onde todos ossímbolos cristãos, como a cruz ou a oração do Pai-Nosso, são invertidos ou ditos detrás para a frente" (p. 220).

De fato, um outro estudioso, Robin de Ruiter, em sua obra[2], declara: "[Gabriel Jogand Pages], melhor conhecido como [Leo Taxil] (...) em seu livro 'Os Mistérios daFranco-Maçonaria', acusou os maçons de adoradores do diabo. Em outra obraintitulada 'Les Frères Trois Points' (Paris, 1885), disse que as práticas dos maçonsestavam baseada em um culto diabólico, com louvores a Lúcifer. Em 1891, publicouo livro 'Soeurs Maçonnes', no qual informou detalhadamente sobre a missa satânica

que se celebrava entre os maçons de altos graus dos Cavaleiros de Padilla do "PapaDiabólico" Albert Pike, o primeiro grande líder dos iluminados nos Estados Unidos.Apesar de se ter comprovado que Taxil era um falsário, que foi expulso de uma lojade Marseille, cumpre-nos perguntar se pelo fato de ter sido falsário as acusações arespeito do íntimo parentesco entre a Maçonaria e o Luciferianismo ficam refutadas.A resposta tem de ser negativa, porque evidentemente os graus mais elevados daMaçonaria pertencem à elite de Satanás. A. Protkovsky, em sua obra 'B'naïB'rith ysus Esclavos' (México, 1941), salienta que em Charleston existe um templodedicado a Lúcifer. Acima de um altar eleva-se uma enorme estátua (...) querepresenta Lúcifer. De acordo com Protkovsky, é nesse templo que se celebram osconselhos secretos que decidem a sorte do mundo" (p. 71).

Ruiter apresenta ainda outros casos em que a Maçonaria se viu próxima doSatanismo, ao que parece, em seus últimos graus de iniciação: "A Rivista dellaMassoneria Italiana, do ano de 1887, na página 27, afirma que a Maçonariaconsidera Satanás como seu chefe supremo. Em 1937, o maçon francês AlbertLantoine, grau 33 (...) reconhece: 'Os franco-maçons são servidores de Satanás'. Em[outra] carta (...), afirmou isto: 'Nós somos servidores de Lúcifer'. Em 1935, opesquisador da Maçonaria, Fara (...), disse o seguinte: 'A cerimônia para o grau 29(Baphomet) celebra-se sob um símbolo panteísta: uma cabeça de bode com umatocha entre os cornos, asas de arcanjo, braços e mãos de homem, corpo de mulhercom rosa e uma cruz no peito'. Também o arcebispo francês Leon Meurin (...),atribui a adoração ao diabo aos maçons e iluminados. O antimaçon e políticoaustríaco, dr. Friederich Wichtl (...), escreve: 'Os maçons consideram Satanás comoseu chefe supremo e seu deus'. Todavia, mais claras são as palavras do maçonAlbert Pike, no dia 14 de julho de 1889 (...): 'A doutrina do Satanismo é umaheresia; e a verdadeira e pura religião filosófica é a fé em Lúcifer, tal qual a Adonai;todavia Lúcifer, 'Deus da Luz e Deus do Bem', está lutando a favor da humanidadecontra Adonai, Deus da Escuridão e do Mal'" (pp. 72-73).

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Diante disto, somado ao fato de aceitarem em seu meio "bruxos, ocultistas esatanistas"; proferirem graves juramentos de ocultar os segredos que recebemdurante suas "iniciações", sob duras penas, inclusive de risco a vida (o queclaramente contradiz a mensagem pública dos Evangelhos); a existência de lojas

ligadas diretamente ao Ocultismo e, por fim, pelo menos em seu(s) último(s)grau(s), adotarem um deus que não corresponde ao Deus revelado por Jesus Cristoà sua Igreja (como aponta explicitamente Schnoebelen) podemos supor,legitimamente e com certa lógica, que não se pode excluir TOTALMENTE a hipótesede que a Maçonaria possua alguma ligação com o Satanismo, caso contrário não se  justificaria tanto segredo...

E, como o estudioso Giuseppe Ferrari relata[3], o Satanismo tem um rito principal,envolvendo a Hóstia consagrada, que é seguido com pequenas alterações entre osdiversos grupos satânicos:

"O rito principal, pode dizer-se de cada um dos grupos satânicos, ou seja, a MissaNegra, está descrito por La Vey quer em 'The Satanic Bible' [A Bíblia Satânica], querem 'The Satanic Rituals' [Os Rituais Satânicos]. Os diversos grupos satânicosintroduzem algumas alterações em relação ao rito aplicado por La Vey, que segue omodelo das mais antigas Missas Negras européias e parte, dentre outros, deescritos do poeta francês [maçon] Charles Baudelaire (1821-1867) e do escritor [ex-satanista] Charles Georges Huysmans (1848-1907). O rito é oficiado por umcelebrante, um diácono e um subdiácono; como instrumentos utilizam-se algumasvelas, pentagrama invertido, um cálice cheio de vinho ou licor, um pequeno sino,uma espada, um hissope ou falo, e um crucifixo invertido; é ainda usada umahóstia. (...) O altar da Missa Negra é uma mulher nua, os participantes vestemtrajes negros com capuz. O rito segue mais ou menos o da missa católica, com asorações ditas em latim, inglês e francês. Naturalmente, em vez do nome de Deus éinvocado o nome de Satanás; invoca-se o nome de vários demônio, pronuncia-se oPai Nosso em sentido contrário e negativo ("Pai Nosso que estás no inferno"...),lançam-se invectivas contra Jesus Cristo e a Hóstia é profanada de diversos modos(utilizando-a em práticas sexuais, pisando-a repetidamente com ódio...)" (p. 19).

D. Angelo Scola[4], abordando pastoralmente a questão dos ritos satânicos segundoa doutrina da Igreja, em certo ponto observa:

"Convém recordar, mesmo entre parêntesis, que os ritos satânicos muitas vezescomportam o sacrilégio (sobretudo da Eucaristia), como parte integrante do seuprocesso. Daí que se torna necessário advertir que 'quem profana as espéciesconsagradas ou as toma e as conserva com fins sacrílegos, incorre na excomunhão'latae sententiae' reservada à Santa Sé (CDC, cânon 1367). Já daí se deduzir agravidade de tais práticas" (p. 44).

Escreve, finalmente, o prof. André Porcarelli[5]:

"Ainda que La Vey sublinhe muitas vezes o caráter psicodramático de tais ritos,persiste a ambigüidade tipicamente satanista de, por um lado, se afirmar nãoacreditar em Deus, em Jesus Cristo, na Igreja, nos Sacramentos e no seu valorsalvífico e, por outro lado, de se dirigir diretamente a Deus (para afirmar que não

existe), a Jesus Cristo (...) e, de muitas vezes, se servir de hóstias consagradas paraas profanar nos rituais, manifestando assim todas as contradições dessa 'fé

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rebelde', em que a negação de Deus se pode considerar uma simples formaconcreta do ódio satânico contra Ele e não vice-versa" (p. 50).

Com efeito, ainda que não se possa afirmar que a Maçonaria, no seu todo ou emparte, promova rituais satânicos, em que se profanam hóstias consagradas,também não é possível afirmar o inverso, tendo em vista tudo o que foiapresentado acima e diante dos "segredos irreveláveis" a que estão sujeitos osmaçons, por grave juramento, desde o 1º grau da Maçonaria, sendo que amensagem de salvação cristã encontra-se aberta e disponível a todos os homens deboa vontade, consistindo portanto em algo TOTALMENTE PÚBLICO, incompatívelcom graus e segredos!

É por essas e outras coisas que a Igreja Católica insiste em AFIRMAR para todos os

seus fiéis, sem exceção: É IMPOSSÍVEL CONCILIAR A MAÇONARIA COM A FÉCATÓLICA, pouco importando o que acham ou dizem em sentido contrário outraspessoas, inclusive eventuais "bispos", "padres" ou "religiosos".

[]sQue Deus te abençoe!

-----Notas:[1] SCHNOEBELEN, William. "Maçonaria: do outro lado da luz". ed. Luz e Vida,Curitiba-PR, 2ª ed., 1997.

[2] DE RUITER, Robin. "O Poder Oculto por trás dos Testemunhas de Jeová". ed. AveMaria, São Paulo-SP, 1ª ed., 2006.[3] AUTORES VÁRIOS. "Satanismo: ação diabólica em nosso tempo". ed. ComDeus,São José dos Campos-SP, 1ª ed., 2000.[4] Idem.[5] Idem.

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A MAIS NOVA ACUSAÇÃO! PAPA PIO XII UM MAÇON?

Autor: Pedro Ravazzano

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5443

Mensagem

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Bom dia! Ha uma duvida que ha muito tempo me persegue...Sei que de todos os

maleficios da macçonaria, que o catolico nao pode ser maçon sob pena de

excomunhao e varias outras coisa. Por que entao pessoas insistem em dizer que o

Papa Pio XII era maçon? Tenho amigos maçons que ja visitaram o Vaticano e me

afirmaram que la existe uma loja maçonica e que inclusive a visitaram. E verdade?

Por favor me expliquem. Fiquem com Deus.

Sou Ministro Extraordinario da Eucaristia

Servo de Grupo de Oração

Catequista de curso de Crisma

Caríssimo Renato,

PAX DOMINI,

É engraçada a criatividade dos difamadores da Igreja, felizmente a inteligência não

é proporcional ao humor. Acreditar que Pio XII, um dos maiores Papas do séc. XX,

venerado privadamente por muitos católicos, foi maçom, é uma falácia das mais

toscas. Como achar que o Santo Padre era adepto da maçonaria quando foi ele um

árduo defensor da fidelidade litúrgica, da ortodoxia doutrinária, inclusive

combatendo o relativismo e irenismo? Ora, o Papa se colocava em oposição a tudoaquilo que a maçonaria pregava; a destruição do sagrado, a laicização, o

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empobrecimento da fé etc. Quanto a Loja no Vaticano, isso me parece discurso de

conspirador desocupado ou então se confundiram com Roma. Infelizmente a Cidade

Eterna foi invadida pela maçonaria no período da reunificação italiana.

Em Jesus Maria e José

Pedro Ravazzano

MAÇONARIA: ORIGEM, SIMBOLISMO E TEMPLÁRIOS!

Autor: Carlos Martins Nabeto

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/4977

- Boa tarde, a paz de Cristo,

1) Por que o símbolo da maçonaria é um bode?

2) Tenho um amigo do laboratório, maçom, e disse que é porque a Igreja perseguiuos cavaleiros templários, que um rei queria ser um dos cavaleiros templários e aIgreja não deixou... é isso mesmo? Ocorreu perseguição e morte ou esta históriaque me contou é falsa. Como que é verdadeiramente? Tem até uma história de o

papa Pio XII com maçonaria, segundo ele.

3) A maçonaria é mais antiga que o catolicismo (cristianismo) ?

Abraços e fiquem com Deus. Thales (Uberlândia-MG)

Prezado Thales,

Pax et Bonum!

> 1) Por que o símbolo da maçonaria é um bode?

Segundo William Schnoebelen, um ex-maçon do 32º grau convertido aoProtestantismo, em seu livro "Maçonaria: do outro lado da luz", a Maçonaria,embora não tenha qualquer evidência de que existisse "antes da Idade Média, (...)faz tentativas óbvias de evocar os antigos mistérios". Com efeito, possui diversossímbolos...

O símbolo do bode, mais especificamente, seria outro desses símbolos antigos que,ao menos em tese, representa um "ídolo misterioso", de nome Baphomet, o qual

teria sido adorado pelos últimos cavaleiros templários, conforme acusaram certosinimigos desta Ordem Militar, a partir do séc. XIV. "Este ídolo foi descrito de váriosmodos: um homem com cabeça de bode, uma cabeça com três faces ou uma

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cabeça barbuda, que ensinava aos cavaleiros da Ordem segredos mágicos".

Segundo o mesmo autor, há entre os maçons diversas teorias que explicam aorigem de Baphomet:

- Seria uma variação do nome de Maomé (Muhammed).- Seria uma espécie de "charada" denominada Notariqon, isto é, uma forma deescrever as palavras ao contrário, método usado principalmente pelos cabalistas.Neste caso, Baphomet representaria, na verdade, "Tem.O.H.P.Ab", abreviação daexpressão latina "Templi Omnium Hominum Pacis Abbas" (=Pai do Templo da Pazde Todos os Homens).

- Seria uma derivação da palavra árabe "Abufihamat", que significa "Pai doEntendimento", significando que os templários seriam os sobreviventes de umaseita gnóstica do Oriente Médio, que adorava Falo. Neste sentido confirmou osatanista Aleister Crowley, quando assumiu a liderança da loja O.T.O. (=Ordem dos

  Templários do Oriente)- Seria, na verdade, o mesmo que "Bapho-Mitras" (=Pai Mitra), o deus-sol adoradoem Roma no início do Cristianismo (embora este deus fosse comumenterepresentado com a cabeça de touro, outra versão o representava com cabeça debode).- Seria o deus das bruxas, também conhecido como "o deus de chifres", que estavaligado a um dos ídolos mais antigos da História (xamã, Ninrode etc.), como severifica em várias pínturas feitas em cavernas.- Mas poderia ser também: (a) a fórmula da magia homossexual (cf. KennethGrant); (b) a prática que causou a degeneração das religiões de mistério gregas (cf.Dion Fortune); ou ainda (c) o "Bode de Mendes satânico", isto é, a representação

mais conhecida de Lúcifer no ocultismo, muito provavelmente de origem árabe (cf.Manly P. Hall).

Qualquer que seja a explicação dada ao "símbolo do bode", constata-se facilmenteque QUALQUER UMA delas é contrária e incompatível com a fé cristã-católica. Maisuma prova, portanto, que não é possível conciliar a Maçonaria com o Catolicismo...

> 2) Tenho um amigo do laboratório, maçom, e disse que é porque a Igrejaperseguiu os cavaleiros templários, que um rei queria ser um dos cavaleirostemplários e a igreja não deixou... é isso mesmo? Ocorreu perseguição e morte ouesta história que me contou é falsa. Como que é verdadeiramente?

Dom Estêvão Bettencourt resumiu muito bem a história dos Templários, comoreproduzo abaixo:

"A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em 1118 por Hugo Payns ouPayeng, que convocou oito outros cavaleiros para irem a Jerusalém a fim de assistiraos peregrinos da Terra Santa. Chegando lá, os cavaleiros foram alojados numacasa construída sobre as ruínas do palácio real dito 'Templo de Salomão', dondelhes veio o nome de 'Templários' ou 'Irmãos da Milícia do Templo'. O papa Honório IIaprovou a Ordem em 1128 e São Bernado [de Claraval] fez a revisão da Regrabaseada nos três votos de pobreza, castidade e obediência (1130). Em março de

1139 o papa Inocêncio II deu à Ordem sua Constituição definitiva e a isentou da  jurisdição

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A Ordem era dirigida por um grão-mestre assistido por seus oficiais: o senechal e omarechal. Abaixo havia os comandantes das numerosas casas templárias, oscavaleiros, os capelães (encarregados do culto divino) e os familiares.

Os Cavaleiros revelaram coragem e disciplina extraordinárias no desempenho desua missão em favor dos peregrinos, conquistando a estima e a admiração dequantos os conheceram. O grão-mestre Guilherme de Beaujeu caiu mortoheroicamente quando os cruzados perderam São João de Acre, Distinguiram-se nadefesa de Gaza (1171) e na tomada de Damieta (1219). Obrigados pelo avançomuçulmano a deixar a Terra Santa em 1291, estabeleceram-se na ilha de Chipre.Suas propriedades estendiam-se pela Europa Ocidental; no começo do século XIIItinham nove mil 'comandarias', que lhes davam uma renda de 12 milhões de libraspara sustentar sua ação apostólica.

Este elevado rendimento granjeou para os Cavaleiros (privados da sua função

militar) a fama de financistas e administradores de bens temporais. Em 1303 o reiFilipe IV o Belo, da França, lhes confiou a guarda do tesouro real; em 1304, celebrouelogiosamente suas obras de piedade e misericórdia.

  Todavia, em 1307, foram traídos por umchefe de comandaria, que levantou graves acusações contra a Ordem: abusossexuais, práticas idolátricas, culto de Baphomet, vanglória... Em conseqüência, aos13 de outubro de 1307, todos os templários da França foram presos sob o pretextode cometerem delitos infames. Em Paris, 140 cavaleiros foram submetidos ainterrogatórios prolongados e a tortura. Era então grão-mestre da Ordem JacquesDeMolay, figura nobre e digna: perante a Universidade de Paris confessoucomportamento abominável, o que muito surpeendeu a todos, inclusive o papa

Clemente V. Este, então, mandou fazer dois inquéritos, cujos resultados foramcontraditórios.

Aos 22 de novembro de 1309, uma comissão de peritos interrogou DeMolay que,sob a pressão da tortura, confessou tudo o que queriam extorquir dele a respeito desua pessoa e da Ordem dos Templários. Os cavaleiros foram mais corajosos: 54dentre eles retiraram sua confissão de delitos mas, apesar de tudo, foramcondenado à pena capital aos 12 de maio de 1310.

O Concílio Ecumênico de Viena (França) ocupou-se com a problemática em 1311: amaioria dos conciliares queria que os cavaleiros pudessem defender-se - o que não

se realizou; aos 13 de abril de 1312, a Bula Vox Clamantis extinguia a Ordem dos  Templários, sendo os seus bens transferidos para a Ordem dos CavaleirosHospitalares de São João de Jerusalém. Todavia, o papa Clemente V reservou a si oencargo de ouvir ainda os alto dignatários da Ordem. Entregou a tarefa a umacomissão de peritos, que condenaram DeMolay a prisão perpétua; o grão-mestreprotestou, declarando ser falsas as acusações contra ele levantadas; retratou tudoquanto havia confessado sob tortura, afirmando textualmente: 'Nós não somosculpados dos delitos de que nos acusam sob pena de perdermos a vida. A Ordem épura e santa; as acusações são absurdas, as confissões de delitos são mentirosas'.

Entregue ao prefeito de Paris, DeMolay foi condenado à morte, que ocorreu aos 18

de março de 1314. Refere-se que, pouco antes de morrer, o grão-mestre predisse amorte do papa nos próximos quarenta dias e a do rei (que contribuiu para o trágico

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desfecho) no decurso do ano. 'Profecias' que realmente se cumpriram."

E conclui d. Estêvão:

"1. Entre as diversas sentenças que julgam os Templários, a mais plausível parece

ser a que os tem como vítimas da cobiça alheia. Acumularam um rico patrimônionão por desonestidade, mas por causa da estima de que gozavam. Chegaram atornar-se administradores de bens temporais porque perderam em 1291 sua funçãomilitar e foram solicitados a fazer negócios financeiros. Se houve cavaleiros deconduta falha, não são eles que caracterizam a Ordem. Esta brilha por seus méritosem favor dos irmãos ameaçados. Os bens dos Templários, que muitos cobiçavam,não passaram às mãos dos adversários da Ordem (nem mesmo às do rei daFrança), mas foram consignados a outra Ordem militar.

2. As várias sociedades que hoje em dia se dizem 'do Templo' não têm vínculoalgum com os Templários medievais. São inspiradas por correntes filosóficas

estranhas ao Cristianismo. A nota trágica e um tanto misteriosa que caracteriza ofim da existência dos Templários pode ter equivocadamente sugerido a continuaçãoda Ordem nesta ou naquela instituição desde o século XIV." (Revista Pergunte eResponderemos nº 504, junho/2004, pp. 248-250; grifos nossos).

Percebe-se, assim, que a História é diferente daquela que seu amigo contou...

> Tem até uma história de o papa Pio XII com maçonaria, segundo ele.

Pio XII (assim como QUALQUER OUTRO Papa) nunca teve qualquer envolvimentocom a Maçonaria, a não ser para permitir e/ou colaborar para a fixação da suacondenação:

"No tempo de Pio XII, fala-se da Maçonaria numa carta de d. Dell'Acqua, substitutoda Secretaria de Estado, ao arcebispo de Milão, d. Montini, por ocasião da VIIISemana de Atualização Pastoral: a Maçonaria está relacionada com outras forças(ateísmo científico, materialismo dialético, racionalismo, iluminismo, laicismo) quese encontram na raiz da apostasia da sociedade moderna da religião e da Igreja (...) Tanto Pio XI como Pio XII, por ocasião do jubileu dos anos 1925 e 1950, concederam

aos confessores - como era costume em tais circunstâncias - as faculdadesextraordinárias da excomunhão a quantos estiveram inscritos na Maçonaria"(J.A.F.Benimeli; G.Caprile; V.Alberton. "Maçonaria e Igreja Católica: ontem, hoje eamanhã", ed. Paulus, pp.73-74).

> 3) A maçonaria é mais antiga que o catolicismo (cristianismo)?

SOMENTE os maçons afirmam isso, sem qualquer base documental ou históricafundamentada.

Conta-nos Schnoebelen, ex-maçon do 32º grau, no livro acima mencionado, que

"toda a história da Maçonaria começa com a ressurreição de Hirão. Supostamente,os segredos da Maçonaria foram mantidos em segredo até serem codificados pelachamada 'Loja Mãe' na Inglaterra, em 1717. Essa Loja Mãe é a origem da maior

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parte das ordens maçônicas americanas de hoje, apesar de haver outras formas deMaçonaria. Esta é a base da Maçonaria: a história que ela escolheu escrever para simesma" (idem, p. 149; grifos nossos).

Outros maçons mais audaciosos, querem fazer remontar seu calendário às origens

do próprio Adão e, por isso mesmo, chegam a acrescentar 4.000 anos à Era Cristã,como bem observa d. João Evangelista Martins Terra ("Maçonaria e Igreja Católica".ed. Santuário, p. 5).

Mas como bem resume novamente d. Estêvão Bettencourt:

"Embora haja quem diga que a Maçonaria atual existe desde os tempos de Salomãoe de Hiram, rei de Tiro (cf. 1Rs 9,10s), na verdade a Maçonaria teve sua origem naInglaterra do século XVIII.

Com efeito. As corporações de pedreiros medievais gozavam de grande importância

na Idade Média, quando se cultivava o estilo gótico. No século XVI, porém, aRenascença e a Reforma Protestante mudaram profundamente o curso de vida dasociedade e a sua arquitetura, de modo que as corporações de pedreiros medievaisentraram em declínio. Diante disto, na Inglaterra, a partir de 1641, estascomeçaram a receber membros honorários provenientes de outros círculos,inclusive da alta nobreza (accepted masons); estes novos sócios eram pensadores efilósofos, que deram nova orientação às antigas corporações de pedreiros(=masons, em inglês; maçons, em francês).

Aos 24/06/1717, festa de São João Batista (patrono dos pedreiros medievais),quatro Lojas maçônicas de Londres se uniram para constituir a "Grande Loja deLondres". Em 1723, foram promulgados os estatutos da instituição, que o pastorpresbiteriano James Anderson elaborara. Essa Magna Carta, retocada em 1738,professava 'a religião na qual todos os homens concordam entre si'; admitia, sim, aexistência de Deus, mas sem descer a explicitações ou sem mencionar Jesus Cristoe o Evangelho; assim ficariam excluídos das Lojas maçônicas apenas os ateus e oslibertinos.

A Deus se atribuía o título de 'GrandeArquiteto do Universo'. Na base de tais princípios assegurava-se a cada membrodas Lojas plena liberdade de consciência e de crença; exigia-se, porém, com grandeênfase, íntegra conduta moral".

Portanto, não é verdade que a Maçonaria é mais antiga que a Igreja Católica (muitopelo contrário, fobtes respeitadíssimas - inclusive não ligadas à Igreja - afirmamcategoricamente que a instituição mais antiga do mundo é justamente... a IgrejaCatólica!).

Espero tê-lo ajudado.

[]s,Fique com DeusCarlos Nabeto

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PERGUNTA SOBRE ORTODOXOS, PROTESTANTES,MAÇONS E ROSACRUZES!

Autor: Carlos Martins Nabeto

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5121

Mensagem

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Olá Pessoal do Veritatis Splendor!

Graça, Redenção e Paz!

Eu sou da Renovação Carismática Católica e comecei a fazer um estudo bíblico háalgum tempo, e fiquei com algumas dúvidas. Vamos a elas:

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-> Qual a diferença entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica

Apostólica Ortodoxa? Os Ortodoxos devem obediência ao Vaticano?

-> Qual o objetivo da Rosacruz? Como deu o seu surgimento?

-> Quais as igrejas protestantes que podem ser consideradas como seitas?

-> Como faço para reconhecer um maçon?

Por enquanto é só isso, em caso de mais dúvidas, mando outra mensagem.

Muito Obrigado pela paciência!

Prezado Gabriel,

Suas perguntas, por serem muito "abertas", renderiam longos tratados, um para

cada tema proposto, o que infelizmente não nos é possível fazer devido ao tempo e

o escopo do nosso Apostolado.

 Tentaremos, assim, oferecer-lhe um resumo bem simples, na intenção de

proporcionar alguma orientação:

-> Qual a diferença entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica

Apostólica Ortodoxa? Os Ortodoxos devem obediência ao Vaticano?

A maioria das diferenças entre ortodoxos e católicos são de índole disciplinar,plenamente sanáveis... Quanto às questões doutrinárias, no séc. XIX, o papa Leão

XIII convidou o patriarca Antimo VII de Constantinopla a retornar à comunhão plena

com Roma; o referido patriarca, porém, apontou 10 "dificuldades" colocadas pelos

católicos para que se desse o retorno dos ortodoxos à plena comunhão:

(1) a afirmação de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho; (2) a inserção do

termo "Filioque" (="e do Filho") no Credo Niceno-Constantinopolitano; (3) a

administração do Batismo por infusão ou aspersão; (4) a celebração da Eucaristiacom pão ázimo (sem fermento); (5) o não-reconhecimento do valor consecratório da

epiclese na oração eucarística; (6) a comunhão oferecida apenas sob a espécie de

pão; (7) a doutrina referente ao "fogo" do purgatório e a consecução da visão

beatífica antes do juízo final; (8) a definição do dogma da Imaculada Conceição de

Maria; (9) a aceitação do primado do Papa; e (10) a definição da infalibilidade

pontifícia.

 Todas essas dificuldades - como se percebe - são, também, de solucionamento

relativamente fácil, tanto para latinos quanto para ortodoxos, com exceção apenas

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das questões ligadas ao primado e à infalibilidade do Papa.

Como quer que seja, parece que também estes dois obstáculos estão no caminho

de serem derrubados, como lemos nas seguintes notícias sobre o recente

"Documento de Ravena", aprovado pela Comissão Conjunta Católico-Ortodoxa:

- http://noticias-nsi.blogspot.com/2007/11/ortodoxos-e-catlicos-reconhecem-

primado.html

- http://catecumenato.wordpress.com/2007/11/28/igrejas-ortodoxas-reconhecem-

primado-do-papa/

- http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/11/14/ult1766u24578.jhtm

O texto integral do referido documento pode ser lido, em inglês, neste link:

-

http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/ch_orthodox_docs/rc

 _pc_chrstuni_doc_20071013_documento-ravenna_en.html

Que Deus seja louvado!

-> Qual o objetivo da Rosacruz? Como deu o seu surgimento?

Conforme d. Estêvão Bettencourt[1], "a Rosacruz [que teve sua origem na

Alemanha do séc. XVII] se apresenta como herdeira da sabedoria do Egito,

reservada a poucos iniciados e portadora de enormes benefícios espirituais e

materiais. Ensina que os seus seguidores se tornam grandes pensadores e pessoas

bem sucedidas em sua vida privada como também em sua vida profissional, pois

aprendem a desenvolver suas faculdades mentais que todos têm, mas que poucos

utilizam. Os escritos rosacrucianos enfatizam que a Rosacruz não é religião (...)Esta proposição é falsa, pois a Rosacruz

professa dois conceitos que não se coadunam com a mensagem cristã: o panteísmo

(segundo o qual Deus, o homem e o mundo se identificam ou são uma grande

substância em evolução permanente) e a reencarnação ou a pluralidade de vidas

terrestres para um só indivíduo". Segundo o mesmo autor, a incompatibilidade da

Rosacruz com a mensagem cristã pode ser observada inclusive em uma Declaração

que o rosacruciano precisará assinar após certo grau de iniciação, em que se lê:

"Declaro, de livre e espontânea vontade, que não quero padre ou qualquersacerdote e nenhuma cerimônia religiosa de emergência ou posterior, ficando esta

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somente a cargo da Escola .... , Lectorium Rosicrucianum, à qual pertenço. Declaro

ainda que não aceito e nem permito transplantes de órgãos ou partes do meu

corpo".

-> Quais as igrejas protestantes que podem ser consideradas como seitas?

Como se sabe, "seita" vem do latim "sectare", que quer dizer "dividir, cortar,

separar". Logo, seita é tudo aquilo originário de uma divisão. Com efeito, sugerimos

a leitura destes artigos:

- http://www.veritatis.com.br/article/279/ 

- http://www.veritatis.com.br/article/413/

Porém, a questão hoje pode ser melhor formulada nestes termos: pode-se

considerar os agrupamentos protestantes como "igrejas" em sentido próprio? A

resposta já foi dada oficialmente pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé,

no ano passado, no documento intitulado "Respostas a questões relativas a alguns

aspectos da Doutrina sobre a Igreja"

(http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_ 

doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html), mais especificamente ao tratar a 5ª

questão. Um maior aprofundamento pode ser dado pela Declaração "DominusIesus"

(http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_ 

doc_20000806_dominus-iesus_po.html).

-> Como faço para reconhecer um maçon?

Não é muito fácil reconhecer um maçon, principalmente quando ele quer ocultar o

fato para os não-maçons; é, pois, necessário prestar muita atenção aos detalhes doindivíduo, como observar o uso de alguns sinais ou toques específicos. William

Schnoebelen, ex-maçon do 32º grau, relata alguns desses sinais e toques[2]: "Em

primeiro lugar, há os famosos anéis, prendedores de gravata e alfinetes de lapela.

Alguns deles são óbvios, como o esquadro e o compasso. (...) Outros são mais sutis

e alguns são bem demoníacos. (...) Outra jóia mais comum, contudo sinistra, usada

pelos maçons é o alfinete do Santuário. (...) Ela vem em vários modelos mas,

usualmente, é alguma forma de [lua] crescente combinado com uma cimitarra (...)

Para os maçons que querem encobrir o fatode serem membros para os não-maçons, mas ainda fazê-lo conhecido aos seus

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irmãos da Loja, há um alfinete especial (ou prendedor de gravata) que podem usar.

Parece um taco de golfe de cabeça para baixo e com duas bolas ao alto (...). Muitas

pessoas [assim] presumem que a pessoa é entusiasta do golfe, mas é realmente

um trocadilho visual maçônico. (...) O avental é uma das identificações mais

conhecidas dos maçons. Geralmente não é usado em público, exceto em eventos

maçônicos como posse pública de oficiais (...), lançamentos de pedras

fundamentais ou funerais. (...) Os maçons podem [ainda] identificar-se através de

palavras ou gestos secretos que são numerosos demais para serem completamente

catalogados. Todavia, pode ser útil conhecer alguns dos básicos. Em primeiro lugar,

os maçons geralmente identificam-se pelo aperto de mãos. Uma pressão com o

polegar no espaço entre a segunda e a terceira junta da mão da outra pessoa é

suficiente para alguém identificar-se como Mestre Maçon. Quando não é possível

um aperto de mão (como num tribunal), um maçon [pode fazer alguns movimentos

complexos em seu andar que] todo oficial maçônico já fez milhares de vezes,

[podendo] fazê-lo parecer tão natural quanto possível. Outra forma é através de

frases, simples ou complexas, dependendo das circunstâncias [p. ex.: "no prumo",

"no nível" etc.]. (...) Outra expressão (ou gesto), que só deve ser usada em

situações extremas é a Grande Saudação de maçon em dificuldade [p.ex.: "não há

ajuda para o filho da viúva?", geralmente acompanhado pelo gesto de] levantar

seus braços acima da cabeça (quase como na posição de "mãos ao alto") e então

abaixá-los em três etapas".

[]s,

Esperamos tê-lo ajudado!

Carlos Nabeto

-----

Notas:

[1] BETTENCOURT, Estêvão. "Religiões Não-Cristãs", Série "Nós e Nós"-ES03.Aparecida: ed. Santuário, 1ª. ed., 1990, pp. 11-12.

[2] SCHNOEBELEN, William. "Maçonaria do Outro Lado da Luz", Curitiba: ed. Luz e

Vida, 6ª ed., 2000, pp. 117ss.

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MAÇONARIA: SEITA RELIGIOSA OU GRUPO SECRETO?

Autor: Carlos Martins Nabeto

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5137

Mensagem

========

Gostaria de saber se a Maçonaria é uma seita religiosa ou um grupo secreto?

Prezado C.,

Pax Domini!

Suas perguntas, embora simples e diretas, encerram grande complexidade e, por

isso mesmo, muito se poderia escrever em resposta.

Porém, tentaremos ser breves ao máximo, citando algumas informações apontadas

por d. Boaventura Kloppenburg[1], grande estudioso da Maçonaria, que teve acesso

a documentos e rituais oficiais autênticos.

A Maçonaria é, simultaneamente, seita filosófico-religiosa e sociedade secreta.

É seita filosófico-religiosa pois:

"'De modo algum pode um ateu iniciar-se nos mistérios maçônicos ou permanecer

na atividade das Lojas', informa peremptoriamente a 'Pequena Enciclopédia

Maçônica'. E outro autor, Cavaleiro Kadosh, revela que a Maçonaria 'exige que seus

componentes tenham crenças, que acreditem num Ser Supremo'; a Maçonaria -

continua o graduado Filho da Viúva - é uma 'instituição que não admite ateus, que

exige que todos os seus componentes sejam crentes, que acreditem em Deus'

(Bronwill-Albuquerque, 'O que é a Maçonaria', Rio, 1955, pp. 19 e 23)" (p. 127).

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"Todavia, não são apenas os ateus e materialistas que se sentem frontalmente

atingidos pelo intransigente princípio maçônico de que é preciso admitir a

existência do Grande Arquiteto do Universo. Pois nos rituais não são raras as

ocasiões em que o Venerável deve proferir preces ao Grande Arquiteto. Ora, isto já

é um modo concreto e bem determinado de render culto a Deus" (p. 129).

"Conclui-se daí que os rituais maçônicos ultrapassam enormemente os limites

oficialmente proclamados pela Maçonaria. Os maçons são muito mais religiosos do

que deveriam ser! O fato de usarem em suas lojas os livros sagrados da Bíblia, para

fazer sobre ela seus sacrílegos juramentos, é outra inconsequência que deveria

afastar das lojas maçônicas todos os judeus e não-cristãos" (pp. 130-131; grifos

nossos).

Porém, as lojas ligadas ao Grande Oriente da França, por admitirem ateus e

materialistas, resolveu suprimir toda e qualquer alusão a Deus. Isto porque "o

grande princípio maçônico, que manda abstrair de qualquer crença ou ato

confessional, não permite que, sem inconsequência, se prescreva como obrigatória

uma fórmula que afirme a existência de Deus" (p. 131). Desta forma, "o Grande

Oriente da França resolveu, afinal, suprimir de todo a velha declaração de fé na

existência do Grande Arquiteto do Universo. Foi modificado então o Rito Moderno

ou Francês, que eliminou de seus rituais todas as orações e alusões a Deus ou ao

Grande Arquiteto do Universo. Esse rito é hoje reconhecido pelo Grande Oriente do

Brasil e não poucas lojas do Brasil o adotaram" (p. 131).

"Mas a Grande Loja da Inglaterra, considerada Loja-Mãe da Maçonaria, não se

conformou com tão radical supressão de um dos 'imutáveis princípios da Maçonaria'

e tomou medidas severas, proibindo o acesso às lojas a todo maçon que nãoprofessasse a crença no Grande Arquiteto do Universo e declarou 'irregular' o

Grande Oriente da França. Lançara, portanto, a Loja-Mãe, o interdito e a

excomunhão sobre a filha rebelde. Mais recentemente, em 1952, a mesma Loja-

Mãe condenou e interditou a Grande Loja do Uruguai por não querer reconhecer a

fé em Deus. As Grandes Lojas de outros muitos países declararam-se solidárias com

a Loja-Mãe e romperam suas 'relações de amizade' com o Grande Oriente da França

e outros Orientes que haviam cometido o mesmo pecado grave. Entrou assim

profunda cisão na Maçonaria universal" (p. 132).

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Apesar de todos os elementos religiosos existentes nos documentos e rituais

maçônicos, percebe-se que "o Grande Arquiteto do Universo, o deus dos maçons, é

um deus 'deísta', vago, indefinido, impessoal, ou, como dizem os maçons, uma

'força construtora, ordenadora e evolutiva'. Não é, porém, o Deus-Iahweh revelado

a Moisés (cf. Ex 3,1-16), que com este nome queria indicar não apenas sua essência

eterna e imutável, mas também sua presença atuante entre os homens, disposto a

intervir, a ajudar, a libertar, a salvar. O Deus dos cristãos é o Emanuel, que quer

dizer "Deus conosco" (cf. Mt 1,23).

E em Jesus Cristo Ele se tornou 'o Verbo que

se fez carne e habitou entre nós' (Jo 1,14) e se tornou nosso Mestre, nosso Mediador

e nosso Pastor" (p. 138).

Eis duas orações citadas por d. Kloppenburg, retiradas de rituais oficiais da

Maçonaria, bem demonstrando o caráter religioso da seita:

"Humilhemo-nos, meus IIr.:, ante o Soberano Árbitro dos Mundos e reconheçamos o

seu infinito poder e nossa infinita fraqueza. Contendo os nossos corações nos

limites da retidão e dirigindo os nossos passos pela estrada da virtude, elevemo-nos

até o Grande Arquiteto do Universo; ele é um só e subsiste por si mesmo e todos os

seres devem-lhe a existência. Tudo faz e tudo domina; invisível aos nossos olhos, vê

e lê no fundo de nossas almas..." (Ritual do Aprendiz [Rito Escocês]; p. 130).

"Gr.: Arq.: do Univ.:, potência infinita, fogo sagrado, que fecundas tudo quanto

existe, ser misericordioso que se concebe, mas que se não pode definir, imutável

autor das incessantes transformações, tudo vive e transpira em ti e por ti! A luz e as

trevas são para ti iguais! Tu nos vês na morte, bem como nos hás visto ao nascer!

Para ti são visíveis os segredos do túmulo. Possa o nosso sempre chorado Ir.: ...

viver para todo o sempre contigo, como ele viveu entre nós! Possa a sua morte

ensinar-nos e preparar-nos para gozar com ele, no teu seio paternar, da verdadeiraimortalidade" (Ritual Fúnebre [Rito Escocês]; p. 130).

Outro ritual de índole religiosa encontra-se narrado à p. 98:

"Para a cerimônia de [batismo maçônico] deve ser preparado um 'altar consagrado',

sobre o qual estarão a naveta com incenso, o turíbulo, diversos vasos com água,

sal, mel, vinho, um pão ou bolo triangular ou três pães e bolos, um esquadro, um

compasso, aventais, luvas brancas e uma taça com vinho. (...) Começa o Venerávelcom breve alocução, pedindo a todos que prestem 'a mais religiosa atenção ao

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grave e solene ato a que vamos proceder'. Dirige-se depois para o altar e, voltando-

se para o Oriente, começa uma prece dirigida ao Grande Arquiteto dos Mundos:

'(...) Nós vimos humildemente render-te uma nova homenagem, unindo ao culto da

verdade filhos que amamos (...) Abençoa também (estendendo a mão direita sobre

o altar) estes produtos com que a tua boa vontade nos favorece e que ornam este

altar como tantos outros símbolos de nossa fé. Concede-lhes o poder de gravar no

coração de nossos filhos adotivos uma perene lembrança, que, na idade da razão os

torne para sempre fiéis às condições de sua adoção'.

Feita a oração, o Venerável sobe ao trono e os demais sentam-se. Nesse momento

batem à porta e o Cobridor anuncia: 'São filhos dos nossos irmãos que se acham

transviados no mundo profano, onde paixões más ameaçam de arrastá-los ao mal'.

Segue então uma viva discussão sobre o

que farão com estas crianças. Afinal o Venerável pede ao Orador que dê sua

opinião. Este não se faz esperar: 'Julgo que devemos iniciá-las na vida da

inteligência; que o véu material que cobre seus olhos desapareça; que sua boca

aprenda a proferir somente frases meigas e afáveis; que seu corpo seja purificado;

que o amor do trabalho lhes garanta a moralidade de seus costumes; que lhes seja

inspirado o espírito de força, de virtude e de união; e que a adoção maçônica lhe

abra o caminho da felicidade'" (Ritual de Adoção dos Lowtons; pp. 98-99).

Não há dúvidas, portanto, da orientação filosófico-religiosa da maçonaria, sendo a

mesma incompatível com a fé cristã, inclusive para os não-católicos.

Ao mesmo tempo, a Maçonaria é uma sociedade secreta. Aponta d. Kloppenburg:

"São numerosos os Ritos nos quais trabalha a Maçonaria nos diversos países do

mundo. Enumeram-se nada menos de setenta e dois ritos diversos (...) como se

poderá ver no 'Diccionario Enciclopédico de la Masoneria', sob o verbete 'Rito', quedá também a história e o essencial de cada um. (...) Entre os ritos praticados pelas

potências maçônicas, três são os mais adotados em mais de 90% delas, razão por

que são tidos como universais: o Rito Escocês Antigo e Aceito [com 33 graus], o Rito

de York [americano, com 9 graus; inglês, com 4 graus] e o Rito de Schroeder [ou

Rosacruz Retificado, com 7 graus]. Os maçons de origem inglesa e norte-americana,

que representam dois-terços da população maçônica universal, adotam geralmente

o de York e o Escocês; os alemães o de Schroeder; os franceses costumam

trabalhar no chamado Rito Moderno ou Francês [com 7 graus], mas que por muitaspotências não é reconhecido como regular, por omitir propositadamente qualquer

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alusão ao Grande Arquiteto do Universo e à imortalidade da alma" (pp. 37-38)

"No Brasil, o Rito mais difundido é o chamado Escocês Antigo e Aceito. A 'Pequena

Enciclopédia da Maçonaria', de 1953, informa até, na p. 581, 'No Brasil, as Potências

regulares só têm, até hoje, admitido o Escocês Antigo e Aceito... e os rituais

iniciáticos são os mesmos em todas as Grandes Lojas'" (p. 39).

"Não querem os maçons [que] se diga que sua associação é uma sociedade

secreta; propalam que isso é calúnia inventada pelos adversários. Repetem então a

famosa distinção: a Maçonaria é discreta, não secreta" (p. 47). Porém:

- A Constituição Maçônica:

1) Aponta como dever do maçon, "nada imprimir nem publicar sobre o assunto

maçônico ou que envolva o nome da instituição, sem expressa autorização do grão-

mestre".

2) Determina que é dever da Loja "nada expor, imprimir ou publicar sobre assunto

maçônico, sem expressa autorização superior".

3) Decreta que "as oficinas, sob pretexto algum, poderão permitir maçons

irregulares ou inativos nos seus trabalhos".

- O Regulamento Geral:

1) Determina que "os assuntos de natureza maçônica não poderão ser impressos ou

publicados pelos maçons ou pelas Lojas, sem que haja autorização do Grão-Mestre

Geral".

2) Decreta que "não serão permitidas as polêmicas pela imprensa sobre fatos

ocorridos nas Assembléias Gerais e Estaduais, Grandes Oficinas Chefes do Rito,

Oficinas ou perante as autoridades judiciárias".3) Que o profano iniciado deve proferir compromisso nos seguintes termos:

"Prometo servir com honra e desinteresse a Maçonaria, guardar os seus segredos e

cumprir as suas leis, e praticar com dedicação e sacrifício os seus ideais".

4) Que o compromisso acima citado "depois de pronunciado pelo iniciado, será por

ele escrito e assinado, conferido e registrado pelo Chanceler e pelo Secretário,

referendado pelo Venerável e visado pelo Orador, e será incluído no expediente de

admissão do candidato para aí ficar arquivado".

- A Lei Pena da Maçonaria:

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1) Incrimina levemente "a revelação de cerimônias, rituais ou outros mistérios, não

se tratando dos grandes mistérios da Ordem".

2) Incrimina gravemente "a revelação, a quem quer que, impedido de o saber, dos

grandes segredos da Ordem".

3) Incrimina gravemente "a publicação, distribuição ou reprodução por qualquer

forma gráfica, sem legal licença escrita, de qualquer prancha, documento ou ato

maçônico, exceto os que tenham sido publicados anteriormente no Boletim Oficial".

4) Incrimina gravemente "a discussão pública no mundo profano dos atos passados

no interior dos Templos e das deliberações das Oficinas".

5) Incrimina gravemente "o fornecimento, direto ou indireto, a profano ou maçon

irregular, de documentos ou quaisquer efeitos maçônicos, sem formal autorização".

6) Incrimina gravemente o delito coletivo de "iniciar ou sustentar, sem permissão

dos Poderes Superiores, correspondência com as potência maçônicas estrangeiras

ou autoridades profanas, sobre assunto maçônico".

- O Ritual do Aprendiz (1º grau maçônico) exige o juramento, de modo solene, coma mão sobre a Bíblia, nos seguintes termos: "Nunca revelar qualquer dos mistérios

da Maçonaria, que me vão ser confiados, senão a um bom e legítimo Irmão, ou em

Loja regularmente constituída; nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou

empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los", sob pena de ser-lhe

"arrancada a língua, o pescoço cortado e o meu corpo enterrado nas areias do

mar".

- O Ritual do Companheiro (2º grau maçônico) exige o juramento de "nunca revelar

aos Aprendizes os segredos do grau de Companheiro, que me vão ser confiados,

assim como prometi nunca revelar os de Aprendiz", sob pena de "se eu for perjuro,

seja-me arrancado o coração, para servir de pasto aos abutres".

- O Ritual de Mestre (3º grau maçônico) profere juramento semelhante ao do

Companheiro, para não revelar os segredos do grau de Mestre, sob pena de ter seu

corpo "dividido ao meio""arrancadas e reduzidas a cinzas".

D. Kloppenburg, legitimamente aponta então que "de todos estes documentos

oficiais, genuínos e autenticados, pode-se concluir que, também no Brasil de hoje, a

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Maçonaria é uma sociedade não apenas discreta, mas verdadeira e mesmo

terrivelmente secreta, no sentido próprio e óbvio da palavra. Afirmam estes

documentos oficiais que a Maçonaria Brasileira possui os seus 'mistérios', 'grandes

mistérios', 'segredos' e 'grandes segredos', que, de maneira nenhuma e sob

pretexto algum, podem ser revelados. Basta abrir qualquer dicionário e ver o

sentido do adjetivo 'secreto', para podermos aplicá-lo em sentido próprio e rigoroso,

sem faltar à verdade e sem recorrer à calúnia, à Maçonaria Brasileira: sim, a

Maçonaria Brasileira é uma Sociedade Secreta. Contestá-lo seria negar sua

Constituição, seu Regulamento Geral, sua Lei Penal, seu Rituais. (...) Apresenta-se,

assim, a Maçonaria também no Brasil, não apenas como Sociedade Secreta, mas

como uma engenhosa superposição de numerosas associações secretas" (pp. 47-

50; grifos nossos).

Maiores detalhes, inclusive a descrição completa de ritos e juramentos secretos, é

possível encontrar nesse excelente livro de d. Boaventura Kloppenburg, o qual

muito recomendamos.

-----

Nota:

[1] KLOPPENBURG, Boaventura. "Igreja & Maçonaria: conciliação possível?".

Petrópolis-RJ: ed. Vozes, 5ª ed., 2000.

[]s

Que Deus o abençoe!

Carlos Nabeto

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MONSENHOR ENSINA: "AS CONSEQUÊNCIAS DAPARTICIPAÇÃO DE CATÓLICOS NA MAÇONARIA!"

Autor: Mons. Ascânio BrandãoFonte: http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/7489/Carta-do-Monsenhor-Ascanio-Brandao-A-

maconaria-e-as-consequencias-da-participacao-dos-catolicos

22.07.2009 - [A carta abaixo é de autoria de um sacerdote zeloso da década de 50chamado Ascânio Brandão, que foi pároco de São Dimas, na cidade de São José dosCampos. Fala sobre a posição da Igreja acerca da maçonaria e as conseqüênciasque a participação de um católico nessa ordem secreta acarreta para a vida cristãdesse indivíduo. Boa leitura! ]

A maçonaria.

Vim a saber com grande amargura que em nossa Paróquia de São Dimas se vai

fundar uma Loja Maçônica, cuja sede, já preparada na Vila Ema, receberá dentroem breve os novos adeptos. É meu dever de Pastor das almas prevenir o rebanhoque me foi confiado.

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Ninguém se iluda. A Maçonaria é uma seita secreta condenada reiteradas vezespela Igreja Católica, e não é possível a nenhum católico ser a um tempo maçom efilho da Santa Igreja. Há uma incompatibilidade radical entre a Maçonaria e a IgrejaCatólica.

Por mais que os maçons procurem iludir os fiéis dizendo se tratar apenas de umasociedade beneficente e de fins altruísticos, não é possível conciliação alguma entreas duas ideologias. Não se pode ser católico e maçom. Ficam pois assim prevenidostodos quantos estejam para se filiar à Maçonaria que incorrem na pena deexcomunhão.

E como excomungados não podem participar da vida da Igreja, estão excluídos dogrêmio da Santa Igreja desde o momento em que prestem o juramento maçônico.Esta excomunhão foi lançada pelos Papas Clemente XII, Bento XIV, Pio VII, GregórioXVI, Pio IX, Leão XIII, Pio X e Pio XI. O Código do direito Canônico nos cânones 342,693, 1065, 1241, 1453, 2353, 2339, inculca penas contra a Maçonaria e os que aela se filiam.

Que mais é preciso para um católico? A Igreja venerável que luta há vinte séculospela integridade da fé há de ter razões muito graves para fulminar tais e tão gravespenas. Querem alguns católicos dar lições à Velha Igreja de Cristo? Quem desejeobstinadamente se filiar a Maçonaria que o faça. Não podemos lhe tirar a liberdade.

 Todavia fiquem sabendo todos, e para evitar futuros dissabores e mal entendidos,quem se faz maçom não procure a Igreja para os Sacramentos, nem para qualquerato da sua vida espiritual e litúrgica. O excomungado, como diz a palavra, estáexcluído da Igreja Católica. Não pode existir católico maçom nem maçom católico.Nada de confusões!

Se, por desgraça, algum dos meus paroquianos se fizer maçom, julgue-se excluídodo seio da Igreja. É um excomungado na legítima expressão do termo. E como talnão pode receber os Sacramentos, a não ser que renuncie a Maçonaria e abjure oerro. Não pode ter funerais na Igreja após a morte, nem Missa de sétimo outrigésimo dia, etc.

Não se celebram Missas por excomungados. Previno pois às famílias dos mortos naMaçonaria sem se terem reconciliado com a Igreja e abjurado a seita, que nãoinsistam, nem sejam imprudentes querendo exigir sufrágios por defuntos maçons.

O maçon não se apresente como padrinho de batismo ou de crisma, nem tomeparte alguma em festas de Igreja ou em qualquer atividade religiosa.

Fiquem todos pois assim prevenidos para que não venham criar casos nemceleumas na Igreja, em lamentáveis questões que já tem trazido sérios conflitosentre sacerdotes e maçons. Peço aos maçons de minha paróquia um pouco mais decoerência e sinceridade nas suas atitudes. Considerem-se excomungados,desligados da Igreja Católica na qual foram batizados e viveram, e à qualrenunciaram pela Maçonaria, seita condenada muitas vezes pela Santa Igreja. Erepito: Não se pode ser católico e maçom, nem maçom católico.

Nada de confusões! Não desejo abrir luta contra a Maçonaria, nem polêmicasestéreis. Quero, e isto é meu dever, avisar o rebanho que me foi confiado que aMaçonaria é uma sociedade secreta, dezenas de vezes condenada pela Igreja, eque são excomungados os maçons. E peço aos maçons de minha paróquia estasinceridade, esta coerência de atitudes: não se imiscuam em coisa alguma da vida

da Igreja, e como excomungados, não se digam católicos. “Tirem a máscara” comodizia Leão XIII.

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E fiquem avisados os fiéis para que não ousem convidar para padrinhos de batismoou de crisma ou testemunhas de casamento, ou festeiros, enfim para qualquermanifestação externa da vida da Igreja, a um maçom. Evitemos incidentesdesagradáveis. Sejam prudentes os senhores maçons, e como excomungadosretirem-se da Igreja.

Este aviso será afixado na porta da Matriz de São Dimas e de todas as Igrejas daparóquia.

São José dos Campos, Dezembro de 1953.

Mons. Ascânio Brandão

Pároco de São Dimas

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

SER CATÓLICO OU SER "DEMOLAY"?

Autor: Everth Queiroz OliveiraFonte: http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/7584/Artigo-de-Everth-Queiroz-Oliveira-Ser-cristao-ou-ser-demolay

15.08.2009 - Sinto que em vão foram os esforços para mostrar aos jovens católicosdo nosso Brasil o perigo que representa a maçonaria e as associações por elapatrocinadas, especificamente falando da Ordem DeMolay. Não enxergam que por

trás da maçonaria está tramado um grande projeto para erigir uma Nova OrdemMundial, que busca levar o homem cada vez mais à perdição e ao indiferentismoreligioso. Não entendem que o plano que a Maçonaria arquiteta não é nada mais

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que a destruição da Igreja Católica e a abolição de todas as verdades constituídaspor Jesus Cristo no Evangelho.

Infelizmente aqueles que não crêem em Cristo definitivamente não se importarãocom a opinião que a Igreja mantém a respeito da maçonaria. Esse artigo vai,portanto, àqueles que acreditam que ter fé em Cristo é muito mais do que ir na

casa de um pobre e ajudá-lo com as necessidades; muito mais do que ir à Missa aosdomingos; muito mais até mesmo do que comungar da Sagrada Comunhão. Sercristão é, antes de tudo, anunciar a verdade. E é praticamente impossível anunciara verdade pregada por Jesus Cristo se lidamos, nessa associação, com umacompleta relativização da verdade.

Mas, tratemos de explicar o que é isso: bom, afirma a maçonaria – e é o que ospapas que a condenaram afirmaram de maneira brilhante – que os seus princípiosbuscam pregar o livre-pensamento. E o que é isso? “O livre-pensamento – respondeum boletim maçônico – não tem dogma: há verdades de ontem que não sãoverdades de hoje, e há verdades de hoje que não são verdades de amanhã. Opensamento não pode sofrer domínio algum…” E descaradamente berram: “Livre-pensadores são aqueles que repelem qualquer dogma, qualquer imposição

teológica; o livre-pensamento é, pois, um protesto contra todas as religiões”. Não éessa uma declaração totalmente contrária à fé de Cristo e à fé católica?

Não bastando isso, introduzem na sociedade aquele erro maligno de que todas asreligiões levam a Deus. Papa Leão XIII condenou essa heresia devidamente:

“Se aqueles que são admitidos como membros não são ordenados a abjurar porquaisquer palavras as doutrinas Católicas, esta omissão, muito longe de seradversa aos desígnios dos Maçons é mais útil para os seus propósitos. Primeiro,deste modo eles facilmente enganam os ingênuos e os incautos, e podem induzirum número muito maior a se tornarem membros. Novamente, como todos que seoferecem são recebidos qualquer que possa ser sua forma de religião, eles destemodo ensinam o grande erro desta época – que uma consideração por religiãodeveria ser tida como assunto indiferente, e que todas as religiões sãosemelhantes. Este modo de raciocinar é calculado para TRAZER A RUÍNA de todasas formas de religião, e especialmente da religião Católica, que, como é a única queé verdadeira, não pode, sem grande injustiça, ser considerada como meramenteigual às outras religiões” (Humanum Genus, 16).

E não é difícil mostrar que essa teoria maçônica está errada. Os princípios bíblicossão claramente contra essa idéia falsa e errônea. Jesus diz que é “o caminho, averdade e a vida” (Jo 14,6). E afirma: “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”. Daquitiramos duas conclusões: (1) Jesus não é um caminho que conduz ao Pai; ele é oúnico. Todos os outros não conduzem a Deus. (2) Só em Jesus Cristo reluz averdadeira verdade. Não existe outra. Portanto, essas palavras dele são as únicas

que conduzem ao Pai, à salvação e à verdade. Ótimo. A maçonaria não se declarasobre Jesus. De fato eles têm uma Bíblia em suas reuniões. O que isso significa?Nada. Significa que eles querem enganar de modo mais inteligente as pessoas.Porque se é verdade que nessa associação podem entrar espíritas, muçulmanos,  judeus ou cristãos, é também verdade que não é possível que a maçonaria sedeclare abertamente sobre Jesus. Assim sendo, ressoam fortes as palavras de Jesus:“Quem não está comigo é contra mim” (Lc 11,23).

Além disso, quando Jesus Cristo instituiu a Sua Igreja e deu a Pedro as chaves doReino, confiou-lhe a autoridade para determinar decretos de maneira que tudo oque ele ligasse na terra seria ligado no céu (cf. Mt 16,19). Os papasincansavelmente condenaram a maçonaria.

O último documento publicado pela Igreja

sobre o assunto data de 1843 e é da Congregação para a Doutrina da Fé. Não falaestritamente do termo “maçonaria”, mas usa a expressão associações maçônicas,generalizando para a Ordem DeMolay, Filhas-de-Jó, enfim, toda sorte de instituições

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patrocinadas e financiadas pelos Franco-Maçons. A Igreja, assim como nessadeclaração, não deixou de falar das associações relacionadas à maçonaria:

“Há vários corpos organizados os quais, embora diferindo em nome, em cerimonial,em forma e origem, são contudo tão unidos por comunhão de propósito e pelasimilaridade de suas principais opiniões, de modo a formar de fato uma só coisa

com a seita dos Maçons, a qual é um tipo de centro ao qual todos eles se dirigem, edo qual todos eles retornam” (Papa Leão XIII, Humanum Genus, 9).

No documento anteriormente citado, foi severa e não hesitou em afirmar queaqueles que se ingressam nessas associações considerem-se excomungados daIgreja.

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

Fonte: Vaticano

Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato queno novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada comono Código anterior.

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a umcritério redaccional seguido também quanto às outras associações igualmente nãomencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito dasassociações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre consideradosinconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscriçãonelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado depecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.

Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a naturezadas associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto foiacima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta SagradaCongregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito CardealPrefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária destaSagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de

1983.  Joseph Card. RATZINGERPrefeito

+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.Secretário

E não adianta dizer que a maçonaria e a Ordem DeMolay ajudam nas necessidadesmateriais dos pobres e mais necessitados. Ora, do que adianta exercitar filantropia

sem pregar a verdade que Jesus instituiu na Igreja? Sua Santidade Papa Bento XVI,na encíclica “Caritas in Veritate”, tratou de lembrar que sem a verdade não háverdadeira caridade:

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“Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. Averdade é luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é simultaneamente a luzda razão e a da fé, através das quais a inteligência chega à verdade natural esobrenatural da caridade: identifica o seu significado de doação, acolhimento ecomunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um

invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numacultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dosindivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto doque é realmente” (nº 3).

O que é a verdade?, pergunta Pilatos e pergunta a maçonaria. Jesus se apresenta:“Eu sou (…) a verdade” (Jo 14,6). Se não aceitamos a Ele, que é a Verdadeencarnada, então não podemos viver a autenticidade do cristianismo. A maçonariadestrói a raiz da verdade que Jesus fundamentou em seus ensinamentos e legitimaa moral de qualquer religião, estabelecendo uma verdade relativa, uma realidadefácil. A realidade é essa e infelizmente um cristão católico genuíno não pode viverassumindo a Cristo na sua religião e o esquecendo nas reuniões da Ordem DeMolay.Não haverá compromisso com o Caminho, a Verdade e a Vida e a ovelha que já

estava desgarrada do rebanho perder-se-á definitivamente.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

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SOBRE O OBELISCO, EXISTENTE NO MEIO DA PRAÇADE SÃO PEDRO É PAGÃO?

Autor: André CaetanoFonte: http://www.veritatis.com.br/article/5499

Mensagem========

Boa tarde, respondo para um site católico e recebi um questionamento que não seicomo responder, e gostaria de saber se vocês podem me ajudar. Aqui vai apergunta que me fizeram.

Gostaria de uma explicação a respeito do símbolo que a maçonaria utiliza:oobelisco.Pesquisando sobre o assunto me deparei com uma realidade. Na pça doVaticano tem esse símbolo bem no meio.Fiquei espantada,e acredito que se deveter uma explicação lógica para isso.Já que a Igreja católica condena a maçonaria ,pqmantém um símbolo da mesma,na sede da sua Igreja?Eu sou católica,mas confessoque fiquei chocada com a descoberta...gostaria de uma explicação maior emelhor,se possível.grata pela atenção!

Fernando, a Paz de Cristo!

A princípio, gostaria de agradecer a sua confiança em nosso apostolado.

 Tenho quase certeza que a pessoa que fez essa pergunta para você deve ter ligoum artigo do site Espada do Espírito, do Pastor Bastista Bay, o qual alega, entreoutras inverdades, que o obelisco situado na Praça de São Pedro está circundadopor oito figuras geométricas que representariam etapas de evolução nosconhecimentos ocultistas.

Porém, vamos a sua pergunta. Não há dúvidas, o obelisco é um símbolo pagão sim,uma vez que fora utilizado principalmente nas religiões do antigo Egito. Também é

utilizado pelos maçons em todo o mundo, em que pese eu não possa explicar comsegurança qual o seu significado dentro da simbologia da maçonaria. Existemdiversas teorias, que seria um símbolo fálico, a habitação do deus egípcio rá ou umsimples marco geográfico.

Contudo, o que eu posso te afirmar com certeza absoluta é que o fato de existir umna Praça da Basílica de São Pedro não quer dizer que a Igreja está cultuando ídolospagãos, tampouco utilizando simbologia esotérica oculta em suas edificações.

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Esse obelisco, Fernando, segundo a tradição da Igreja, data do século XX a.C. e foitrazido do Egito para Roma a mando do Imperador Calígula para adornar o circoque existia exatamente onde está situada a Basílica Vaticana. Neste local, forammartirizados diversos cristãos romanos, inclusive São Pedro, o qual, segundo

indícios irrefutáveis oriundos de descobertas arqueológicas recentes, está sepultadoem um cemitério do século I, situado abaixo do altar-mor da nave central daBasílica. Os primeiros cristãos construíram uma pequena capela no lugar demartírio de São Pedro, sendo que muitos anos depois foi erguida a atual Basílica.

Assim, meu amigo, este obelisco foi erigido na Piazza di S. Pietro, no ano 1556, peloPapa Sisto V, não para o culto velado do deus rá, mas para preservar a lembrançado martírio dos católicos que tiveram suas vidas ceifadas à sombra de talmonumento pagão, principalmente a do primeiro Papa, ainda quando tal monólitoadornava o palco sanguinário de um dos maiores perseguidores da Igreja de todosos tempos.

Para você ter idéia, sob a cruz da ponta do obelisco existem fragmentos do lignumcrucis, trazidos de Jerusalém por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, noano 326. Existem estudos de renomados historiadores atestando a veracidade detal relíquia. Assista o documentário do Discovery Channel denominado “Em buscada verdadeira Cruz” e tire suas próprias conclusões.

Com certeza, é uma grande grande “ironia” de Deus que um objeto que servia deadorno em um local de martírio tenha sido fixado, com um crucifixo em seu ápice,na praça do maior templo católico do mundo, cujas colunas representam os braçosda Igreja que se estendem para abraçar os fiéis, e não códigos ocultistas velados.Isso prova nada mais nada menos o triunfo da Esposa do Cordeiro sobre a Romapagã.

Gostaria de lembrá-lo, por fim, que o Pastor Bay e seu discípulo tupiniquim,  Jeremias, são representantes de um ramo fundamentalista americano doprotestantismo, sobre o qual já escrevemos alguns artigos, entre eles:www.veritatis.com.br/article/710 ,  www.veritatis.com.br/article/4496 .

Sua tônica é o fim dos tempos, segundo as interpretações “mucho locas” de Baysobre os acontecimento atuais. A lógica utilizada por esse site caluniador paraestribar seus argumento chega às barras do ridículo, como você poderá ler nosartigos indicados no parágrafo anterior.

Acho que Bay está perdendo muito tempo em tentar adivinhar o fim dos tempos oque é natural nas seitas protestantes americanas (no adventismo do sétimo dia, porexemplo, o fundador marcou duas datas para o fim do mundo - 1843 e 1844 -deixando seus seguidores a ver navios) e esqueceu de ler a Bíblia, sobretudo Lucas21, 8, no qual, o Deus que ele afirma adorar alertou a seus discípulos para nãoseguirem aqueles que disserem que “o tempo está próximo”.

Espero ter esclarecido a sua dúvida.

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Fique em paz!!!

EX - MAÇON, ESCREVE LIVRO: "EU FUI MAÇOM" ONDEREVELA POSIÇÕES DA MAÇONARIA!

Autor: Maurice Caillet

Fonte: http://piox.net/entrevistas/entrevista-com-maurice-caillet-eu-fui-ma-om.html

Maurice Caillet, venerável de uma loja maçônica, revela segredos em «Eu fui

maçom». Acompanhe sua entrevista.

Rituais, normas de funcionamento interno, juramentos e a influência na política

desta organização secreta saem agora à luz, em particular as implicações do

  juramento que obriga a defender outros «irmãos» maçons.

O volume revela também a decisiva influência da Maçonaria na elaboração e

aprovação de leis, como a do aborto na França, da qual ele, como médico,

participou ativamente.

Caillet, nascido em Bordeaux (França) em 1933, especializado em Ginecologia e

Urologia, praticou abortos e esterilizações antes e depois de obterem de amparo

legal em seu país. Membro do Partido Socialista Francês, chegou a cargos de

relevância na área da saúde pública.

Quando você entrou oficialmente na Maçonaria?

Maurice Caillet: No início de 1970 me convocaram para uma possível iniciação. Eu

ignorava praticamente tudo acerca do que me esperava. Tinha 36 anos, era um

homem livre e nunca me havia afiliado a sindicato nem partido político algum.

Assim, pois, uma tarde, em uma discreta rua da cidade de Rennes, chamei à porta

do templo, cuja frente estava adornada por uma esfinge de asas e um triângulo que

rodeava um olho. Fui recebido por um homem que me disse: «Senhor, solicitou ser

admitido entre nós. Sua decisão é definitiva? Você está disposto a submeter-se às

provas? Se a resposta for positiva, siga-me». Fiz um gesto de acordo com a cabeça.

Colocou-me então uma venda preta sobre os olhos, segurou-me pelo braço e me fez

percorrer uma série de passarelas. Comecei a sentir certa inquietude, mas antes de

poder formulá-la, ouvi como se fechava a porta detrás de nós...

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Em seu livro «Yo fui mazón», você explica que a maçonaria foi determinante na

introdução do aborto livre na França em 1974.

Maurice Caillet: A eleição de Valéry Giscard d'Estaing como presidente da República

francesa em 1974 levou Jacques Chirac a ser eleito primeiro-ministro, tendo este

como conselheiro pessoal Jean-Pierre Prouteau, Grão-Mestre do Grande Oriente da

França, principal ramo maçom francês, de tendência laicista. No Ministério de

Saúde colocou Simone Veil, jurista, antiga deportada de Auschwitz, que tinha como

conselheiro o Dr. Pierre Simon, Grão-Mestre da Grande Loja da França, com o qualeu mantinha correspondência. Os políticos estavam bem rodeados pelos que

chamávamos de nossos «Irmãos Três Pontos», e o projeto de lei sobre o aborto se

elaborou com rapidez. Adotada pelo Conselho de Ministros no mês de novembro, a

lei Veil foi votada em dezembro. Os deputados e senadores maçons de direitas e

esquerdas votaram como um só homem!

Você comenta que entre os maçons há obrigatoriedade de ajudar-se entre si. Ainda

é assim?

Maurice Caillet: Os «favores» são comuns na França. Certas lojas procuram ser

virtuosas, mas o segredo que reina nestes círculos favorece a corrupção. Na

Fraternal dos Altos Funcionários, por exemplo, negociam certas promoções, e na

Fraternal de Construções e Obras Públicas distribuem os contratos, com

conseqüências financeiras consideráveis.

Você se beneficiou destes favores?

Maurice Caillet: Sim. O Tribunal de Apelação presidido por um «irmão» se

pronunciou sobre meu divórcio ordenando custos compartilhados, ao invés de

dirigir todos a mim, e reduziu a pensão alimentícia à ajuda que devia prestar a

meus filhos. Algum tempo depois, após ter um conflito com meus três sócios da

clínica, outro «irmão maçom», Jean, diretor da Caixa do Seguro Social, ao ficar

sabendo deste conflito, me propôs assumir a direção do Centro de Exames de

Saúde de Rennes.

O abandono da maçonaria afetou sua carreira profissional?

Maurice Caillet: Desde então não encontrei trabalho em nenhuma administraçãopública ou semi-pública, apesar de meu rico currículo.

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Em algum momento você recebeu ameaças de morte?

Maurice Caillet: Após ser despedido de meu cargo na administração e começar a

lutar contra esta decisão arbitrária, recebi a visita de um «irmão» da Grande Loja da

França, catedrático e secretário regional da Força Operária, que me disse com a

maior frieza que se eu recorresse à magistratura trabalhista eu «colocaria em

perigo minha vida» e ele não poderia fazer nada para proteger-me. Nunca imaginei

que poderia estar ameaçado de morte por conhecidos e honoráveis maçons de

nossa cidade.

Você era membro do Partido Socialista e conhecia muitos de seus «irmãos» que se

dedicavam à política. Poderia me dizer quantos maçons houve no governo de

Mitterrand?

Maurice Caillet. Doze.

E no atual, de Sarkozy?

Maurice Caillet: Dois.

Para um ignorante como eu, poderia dizer quais são os princípios da maçonaria?

Maurice Caillet: A maçonaria, em todas as suas obediências, propõe uma filosofia

humanista, preocupada antes de tudo pelo homem e consagrada à busca da

verdade, ainda afirmando que esta é inacessível. Rejeita todo dogma e sustenta orelativismo, que coloca todas as religiões em um mesmo nível, enquanto desde

1723, nas Constituições de Anderson, ela erige a si mesma a um nível superior,

como «centro de união». Daí se deduz um relativismo moral: nenhuma norma moral

tem em si mesma uma origem divina e, em conseqüência, definitiva, intangível. Sua

moral evolui em função do consenso das sociedades.

E como Deus se encaixa na maçonaria?

Maurice Caillet: Para um maçom, o próprio conceito de Deus é especial, e isso semenciona, como nas obediências chamadas espiritualistas. No melhor dos casos, é

o Grande Arquiteto do Universo, um Deus abstrato, mas somente uma espécie de

«Criador-mestre relojoeiro», como o chama o pastor Désaguliers, um dos

fundadores da maçonaria especulativa. A este Grande Arquiteto se reza, se me

permite a expressão, para que não intervenha nos assuntos dos homens, e nem

sequer é citado nas Constituições de Anderson.

E o conceito de salvação?

Maurice Caillet: Como tal, não existe na maçonaria, salvo no plano terreno: é o

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elitismo das sucessivas iniciações, ainda que estas possam considerar-se

pertencentes ao âmbito do animismo, segundo René Guenon, grande iniciado, e

Mircea Eliade, grande especialista em religiões. É também a busca de um bem que

não se especifica em nenhuma parte, já que a moral evolui na sinceridade, a qual,

como todos sabemos, não é sinônimo de verdade.

Qual é a relação da maçonaria com as religiões?

Maurice Caillet: É muito ambígua. Em princípio, os maçons proclamam com firmeza

uma tolerância especial para com todas as crenças e ideologias, com um gosto

muito marcado pelo sincretismo, ou seja, uma coordenação pouco coerente das

diferentes doutrinas espirituais: é a eterna gnose, subversão da fé verdadeira. Por

outra parte, a vida das lojas, que foi minha durante 15 anos, revela uma

animosidade particular contra a autoridade papal e contra os dogmas da Igreja

Católica.

Como começou seu descobrimento de Cristo?

Maurice Caillet: Eu era racionalista, maçom e ateu. Tampouco estava batizado, mas

minha mulher Claude estava doente e decidimos ir a Lourdes. Enquanto ela estava

nas piscinas, o frio me obrigava a refugiar-me na Cripta, onde assisti, com

interesse, à primeira missa de minha vida.

Quando o padre, ao ler o Evangelho, disse:

"Pedi e vos será dado: buscai e achareis; chamai e se vos abrirá", aconteceu um

choque tremendo em mim porque esta frase eu ouvi no dia de minha iniciação no

grau de Aprendiz e a costumava repetir quando, já Venerável, iniciava os profanos.

No silêncio posterior – pois não havia homilia – ouvi claramente uma voz que me

dizia: "Pedes a cura de Claude. Mas o que ofereces?". Instantaneamente, e seguro

de ter sido interpelado pelo próprio Deus, só tinha a mim mesmo para oferecer. No

final da missa, fui à sacristia e pedi imediatamente o batismo ao padre. Este,

estupefato quando lhe confessei minha pertença maçônica e minhas práticasocultistas, me disse que fosse ver o arcebispo de Rennes. Esse foi o início de meu

itinerário espiritual.

Fonte: Zenit

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