Telescopio

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ANDRADE, Jorge (1922/1984) O Telescópio Drama rural/1 ato/11 personagens/5 fem. 6 masc./Sec. XX/Aristocracia rural/Decadência do ciclo do café/Crise de 1929 SINOPSE O Telescópio mostra as idéias e êxitos de uma família fazendeira sendo dilapidados pelo hedonismo, desmazelo e cobiça adquiridos na cidade pela nova geração. O patriarca Francisco e sua mulher Rita testemunham, durante toda a peça, as mesquinharias, os interesses, brigas e irresponsabilidades de seus filhos com relação às terras e os bens conquistados pelo casal, e com relação às suas próprias vidas. Todos os representantes da nova geração disputam, sem escrúpulos, a riqueza dos pais, principalmente para garantir a manutenção de seus vícios e vaidades, contraídos através da absorção de valores urbanos corrompidos. A peça começa com o retorno de Leila, a filha mais velha, com o marido Luís, aristocrata urbano falido e viciado em jogo. A partir daí, são apresentados os conflitos entre ela e as irmãs Ada e Geni, e o irmão Bié, pelo direito de herdar, antecipadamente, as melhores terras da fazenda. O filho mais velho, Sebastião, é um bêbado que só aparece no final da trama. Ada, antagonista de Leila, seduz o marido daquela enquanto jogam cartas e discutem questões fúteis. Os pais, junto com um casal de amigos, admiram o céu e as estrelas através de um telescópio comprado por Francisco. O mundo perdido e ausente de valores dos filhos contrasta com o mundo sólido e estruturado dos pais, e também das estrelas que são observadas e admiradas por eles. Ada resolve levar até o fim a sedução do marido de Leila, com o claro intuito de ter um primeiro filho com ele e de destruir o casamento da irmã. O filho Sebastião volta para casa bêbado e tropeça no telescópio, destruindo-o. Ao mostrar a destruição do telescópio, o autor deixa claro quem sairá ganhando, e também perdendo, nessa luta de poder entre gerações.

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ANDRADE, Jorge (1922/1984)

O Telescópio

Drama rural/1 ato/11 personagens/5 fem. 6 masc./Sec. XX/Aristocracia rural/Decadência do ciclo do café/Crise de 1929

SINOPSE

O Telescópio mostra as idéias e êxitos de uma família fazendeira sendo dilapidados pelo hedonismo, desmazelo e cobiça adquiridos na cidade pela nova geração.

O patriarca Francisco e sua mulher Rita testemunham, durante toda a peça, as mesquinharias, os interesses, brigas e irresponsabilidades de seus filhos com relação às terras e os bens conquistados pelo casal, e com relação às suas próprias vidas. Todos os representantes da nova geração disputam, sem escrúpulos, a riqueza dos pais, principalmente para garantir a manutenção de seus vícios e vaidades, contraídos através da absorção de valores urbanos corrompidos.

A peça começa com o retorno de Leila, a filha mais velha, com o marido Luís, aristocrata urbano falido e viciado em jogo. A partir daí, são apresentados os conflitos entre ela e as irmãs Ada e Geni, e o irmão Bié, pelo direito de herdar, antecipadamente, as melhores terras da fazenda. O filho mais velho, Sebastião, é um bêbado que só aparece no final da trama.

Ada, antagonista de Leila, seduz o marido daquela enquanto jogam cartas e discutem questões fúteis. Os pais, junto com um casal de amigos, admiram o céu e as estrelas através de um telescópio comprado por Francisco. O mundo perdido e ausente de valores dos filhos contrasta com o mundo sólido e estruturado dos pais, e também das estrelas que são observadas e admiradas por eles.

Ada resolve levar até o fim a sedução do marido de Leila, com o claro intuito de ter um primeiro filho com ele e de destruir o casamento da irmã. O filho Sebastião volta para casa bêbado e tropeça no telescópio, destruindo-o. Ao mostrar a destruição do telescópio, o autor deixa claro quem sairá ganhando, e também perdendo, nessa luta de poder entre gerações.