Tecnologias para Produção de Mudas de Café - Emivaldo Pioi Fenicafé 2015 - pioi
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Tecnologias para Produção de
mudas de café
Enivaldo M. Pereira (Pioi)
Introdução, Campo de variedades ecoleta de sementes;
Locação e características do viveiro,preparo do substrato, enchimento dossaquinhos e Semeadura;
Manejo das mudas no viveiro;
Mudas enxertadas, tubetes e TNT.
Tópicos a serem abordados
Introdução: Importância Cultura perene (+ de 20 anos): muda é
responsável pelas futuras produções da lavoura
A qualidade da muda garante que a planta
expressará seu potencial genético
Melhoramento genético: a modernização da
cafeicultura requer a produção de mudas de
diferentes variedades
Uso de lavouras mais adensadas: maior
necessidade de mudas
Legislação: comercialização de mudas de
qualidade e com boa sanidade
Muda de café é igual
casamento: não pode
errar!
Importância da muda
HistóricoA) Semeadura direta de café e coco, em covas
abertas após a derrubada das matas
B) Catação de mudas originadas de sementes
naturalmente nas lavouras
C) Mudas de toco
D) Mudas de balainho ou jacazinho
E) Mudas em “torrão paulista” e laminados de pinho
F) Mudas em sacolas plásticas
G) Mudas em tubetes e TNT
H) Clonagem: estaquia e propagação in vitro
Campo de produção de sementes
Obtenção de sementes certificadas S1
Fornecedores: Instituições governamentais
IAC, Procafé, Epamig, IAPAR, Embrapa
Registro no Ministério da Agricultura
Registro nos órgãos estaduais
Variedades registradas
Comercialização de sementes S2
❷Catuaí Vermelho IAC144 19°04’56.89”S 46°15’34.60”O 976 m
❸Catuai Vermelho IAC 99 19º04’56.89’’S 46º15’36.86’’ O 971 m
❹Mundo Novo 19º04’59.78’’S 46º15’40.43’’O 963 m
❺Catuai Amarelo IAC 62 19º05’01.91’’S 46º15’39.02’’O 967 m
❻Topazio MG 1190 19º05’02.25’’S 46º15’37.31’’O 971 m
❼Catucai Amarelo 2 SL 19º05’02.65’’S 46º15’35.60’’O 976 m
❽Acawa 19º05’00.82’’S 46º15’32.15’’O 986 m
Coleta de sementes
Colheita manual
No terço médio da planta
Na porção mediana dos ramos
plagiotrópicos
Sementes de café cereja originadas de
plantas sadias
Plantas doentesPlantas sadias
Atacadas por: broca, ácaro da leprose,
cercóspora, bactérias, phoma
Nunca Coletar Sementes:
Verdes, chochas, passa ou secas, café do
chão
De plantas com características diferentes
da variedade
• Nunca em áreas onde foi plantio de café
• Acesso facilitado
• Topografia favorável
• Ensolarado
• Bom abastecimento de água
• Sem risco de geadas
• Isento de plantas daninhas de difícil controle:
tiririca, grama-seda
• Pequeno declive
Localização do viveiro
Construção do viveiroSustentação:
- Esteios de 2,5 m de comprimento e 16 cm
de diâmetro; 10 x 5 m
- Pode ser usado: eucalipto, bambu-gigante,
cano com cimento
Apoio e cobertura:
- Arame liso G-500
- Sombrite 30% (de sombra)
Proteção lateral:
- Sombrite, pano de colheita de café, lona,
saco de juta
Detalhe da proteção lateral
Dimensionamento do viveiroDimensionamento: área útil
Área ocupada pela sacola
Muda de ano: 15 x 28 x 0,008 = 140 mudas/m2
Muda de 6 meses: 10 x 20 x 0,006 = 263/m2
Dimensionamento: área do viveiro
2 x a área útil
Exemplo: 95.000 mudas de 6 meses
Área útil: 12 x 30 m = 360 m2
Área total: 32 x 18 m = 576 m2
Obs.: 1,2 m x 30 m = 9.500 mudas
• No máximo 1,2 m de largura, para facilitar os
tratos culturais
• Comprimento máximo de 30 m
• 60 cm entre canteiros para circulação
• Canteiros no sentido da declividade para
favorecer o escoamento e drenagem de água
Distribuição dos canteiros
Cobertura do viveiro
Folha de babaçu; bambu
Mais usada: sombrite 30% sombra
Cobertura alta: 2,0 m
Cobertura baixa: 1,0 m
Preparo de substrato
• Substrato padrão (para produção de 1 m³)
– 700 L terra virgem
– 300 L de esterco de curral
– 5,0 kg superfosfato simples (pó)
– 1,0 kg de KCl (pó)
– 1,0 kg Yoorin Master
– 0,5 kg calcário dolomítico
• 1 m3 1650 sacolas 10 x 20 cm
Preparo de substrato (1990)
Preparo de substrato (2014)
RECIPIENTES
• Saquinhos plásticos de polietileno
– 9 a 12 cm de largura e 18 a 22 cm de
comprimento para mudas de 6 meses
– 12 a 14 cm de largura e 25 a 28 cm de
comprimento para mudas de ano
– Deve ter de 30 a 36 furos
Semeadura• Tratamento de sementes com fungicida
Monceren para o controle de rhizoctoniose
– Usa-se de 2 g/kg de sementes úmidas
• Semeadura direta (mais utilizada)
– Coloca-se 2 sementes por recipiente
– No máximo a 1,0 cm de profundidade
– 1,0 kg de sementes para 2.000 sacolinhas
• Irrigação antes da semeadura
• Época: de abril a agosto
Semeadura
Semeadura
antes durante depois
Pós-plantioFazer cobertura com a própria terra do substrato
(pode usar areia lavada)
Passar o rodo para retirar o excesso de
substrato sobre as sacolinhas
Irrigar
Usar herbicida em pré-emergência no máximo 3
dias após semeadura, na dose de 100 mL/20 L
(Goal ou Galigan)
Aplicar herbicida nos vãos de circulação (300
mL/20 L)
Nunca usar herbicida em sementes pré-
germinadas
Cobertura das sementes com substrato
Cobertura das sementes pós-plantio
A mais recomendada é capim, sendo o
meloso e a braquiária os melhores. Pode-se
colocar também sacaria de juta
Para acelerar a germinação usa-se lona
preta, com dois manejos:
1) Colocar a lona todo dia e tirar para irrigar
2) Irrigar muito, colocar e cobrir a lona com
terra lateralmente, e deixar por 25 dias
Cobertura
com capim
Cobertura com
lona
(pré-germinador)
Germinação e Crescimento0 60 90 120 dias
0 a 60 dias
Palito
Joelho
Orelha de onça
2° par de folha
1° par de folha
3° par de folha
Manejo do viveiro
1. Irrigação
2. Controle de pragas
3. Controle de doenças
4. Nutrição mineral
5. Controle de plantas daninhas
6. Desbastes
7. Aclimatação
8. Comercialização
1. Irrigação
O sucesso do viveiro está na irrigação: não
pode ter estresse por deficiência nem por
excesso
A deficiência de água provoca a morte das
sementes e das mudas
O excesso de água provoca doenças e
musgos e crescimento lento
O manejo da irrigação deve ser
diariamente, de acordo com a necessidade
20141990
Microaspersão
superior
Microaspersão
No chão
2. Controle de pragas
Nematóides: no caso específico de
nematóides, que são vermes pequenos, a
ocorrência em viveiros provoca a perda total
das mudas, não podendo ser comercializadas
ou plantadas
Controle: usar terras virgens e controlar o
acesso tanto de máquinas durante o preparo do
substrato, como de pessoas
Principais pragas: Nematóides, bicho-mineiro,
largarta-rosca, grilos, formigas, lesmas, ácaros,
cupins, cochonilhas e minhocas
2. Controle de pragasBicho-mineiro, lagarta-rosca, ácaros e
cochonilhas, grilos:
Controle:
Actara 1,5 g/100 mudas ou Durivo 0,75
mL/100 mudas, via rega, na fase palito
Controle foliar com Altacor, na dose de 90
g/500 L d´água
Controle de grilos, lagarta-rosca e minhoca
com clorpyrifos na dose de 1 L/400 L, via
rega, de preferência ao entardecer
3. Controle de doençasPrincipais doenças: tombamento, manha-
aureolada, cercosporiose, Ascochyta, Phoma,
ferrugem
Controle: Pulverização preventiva:
1. Monceren 0,1%: fase palito até orelha
(tombamento – Rhizoctonia solani)
2. Dithane 0,3% + 0,3% de cobre. Aplicações
mensais (cercosporiose e mancha
aureolada)
3. Amistar 25 g/100 L, aplicações mensais
(cercosporiose e Ascochyta)
3. Controle de doenças4. Cantus 35 g/100 L ou Comet 75 mL/100 L,
aplicações mensais (Phoma)
5. Futriafol 1,5 g/100 mudas, via rega no 2° par
de folhas (ferrugem) ou Premier Plus 0,6
mL/100 mudas
6. DioxiPlus e Kasumin (controle de bactéria)
Obs.: Actara, Durivo, Futriafol, Premier Plus:
usar 2,0 L de calda/m2
Exemplo: 36 m2 = 72 L água = 10.000 mudas
Mancha aureolada
Ascochyta
Rizoctonia solani (tombamento)
Mancha
aureolada
(Pseudomonas
garcae)
Difícil controle
4. Nutrição foliar
•A partir do 1° par de folhas definitivo junta-se
às pulverizações para controle de pragas e
doenças Grex-Café, Dacafé, Platin, Viça-Café,
BasCafé, Satis na dose de 50% da
recomendação para café adulto.
•Pode-se adicionar mensalmente aminoácidos
e estimulantes
•Obs.: em todas as aplicações foliares
adicionar espalhantes siliconados
Pulverizações foliares
5. Controle de plantas daninhasCapinas manuais, sempre
que necessário
Plantas de difícil controle:
tiririca, grama-seda, capim-
pé-de-galinha, buva
Obs.: herbicidas em
viveiros:
Verdict ou Select na dose
de 1 mL/ L de água, para
controle exclusivo de
gramíneas
6. DesbastesApós a semeadura de 2 sementes por
sacolinha, germinará de 70-90%
6. DesbastesNo 1° par de folha definitivo, desbasta-se uma
delas: a mais fraca, doente, defeituosas, as da
lateral do recipiente e plantas com anormalidade
7. AclimataçãoInicia-se a partir do 3° par de folha definitivo
Consiste na eliminação gradual da cobertura,
acostumando as mudas ao sol
1° dia: das 07:00 às 09:00 h
2° dia: das 07:00 às 10:00 h
3° dia: das 07:00 às 11:00 h
4° dia: das 07:00 às 12:00 h
5° dia: das 07:00 às 13:00 h
6° dia: das 07:00 às 14:00 h
7° dia: das 07:00 às 15:00 h
8° dia: das 07:00 às 16:00 h
9° dia: das 07:00 às 17:00 h
7. Aclimatação
Cuidados:
1. Chuvas de granizo
2. Chuvas pesadas
3. Escaldadura
4. Animais
5. Herbicidas (deriva)
8. Transporte e comercialização Em caixas com 40 mudas; 3-4 pares de folhas
Selecionar plantas sadias
Cobrir as caixas com sombrite (sol e vento)
Caminhão pequeno: 10.000 mudas
Caminhão trucado: 16.000 mudas
Carreta: 32.000 mudas
Nota fiscal
PTV (permissão de trânsito de vegetais)
CFO (certificado fitossanitário de origem)
Documentos:
Transporte de
mudas à
granel
5.000 mudas
Transporte de
mudas em
caixas: 16.000
Transporte de
mudão em
caixas
Enxertia Objetivo: formação de lavouras em áreas
infestadas com M. incognita e M. paranaensis
Principal método: garfagem na fase de
palito de fósforo até o 1° par de folha
Usa-se como “cavalo” o Apoatã IAC 2258 e
como cavaleiro a variedade comercial de
interesse
Após a enxertia as mudas devem ser
mantidas em estufas, com ambiente quente e
úmido, por 30 dias
Apoatã IAC 2258 Arranquio das mudas
Plantas selecionadas
Fita para enxertia
Aparelho para abertura da fenda no cavalo Apoatã
Antes Depois
Muda enxertada
2013 2014
Vantagens
–Maior rendimento no plantio
–Menor problemas com pião-torto
–Melhor condições de trabalho
–Preserva sistema radicular
–Preserva o meio ambiente
–Redução do risco de nematóides
–Redução infestação de plantas daninhas
–Reutilização do recipiente (tubete)
–Menor custo no transporte
Mudas em Tubetes e TNT:
– Alto investimento inicial
– Maior área útil de viveiro
– Maior demanda de irrigação
– Maior risco de pegamento no campo
(requer irrigação ou plantio em época
chuvosa)
– Menor uso de mão-de-obra
– Mão-de-obra especializada
Mudas em Tubetes e TNT:
desvantagens
• Substratos comerciais:
-Vermiculita
-Casca de pinus
-Fibra de coco
Existe no mercado o substrato pronto,
mas o produtor pode fazer o seu próprio
substrato
Mudas em Tubetes
Mudas em Tubetes e TNT
Melhor substrato: misturar em betoneira
1 fardo fibra de coco (35 kg)
20 L de água
1 kg basacote mini 6M (16+6+16)
1 L ribumim (adubo orgânico líquido)
200 g silicato de Ca e Mg
obs.: Enche 1200 tubetes 180 mL
1 2 3 4
1. TNT
2. Tubete
3. Enxertado
4. Sacola
Futuro do
Tubete e
TNT
Tubetes JKS
180 mL
com furos laterais
Ensaio realizado na fazenda Santa Cecília, em Carmo do Paranaíba
Ensaio
realizado
no viveiro
Bontempo,
em Rio
Paranaíba, em 2010
0
5
10
15
20
25
30
Test. 1 mL 2 mL 3 mL 4 mL 5 mL 6 mL
Altu
ra d
e p
lan
ta (
cm
)
30 dias
60 dias
0
1
2
3
4
5
6
7
Test. 1 mL 2 mL 3 mL 4 mL 5 mL 6 mL
Peso d
e r
aíz
es (
g)
Dose de Impact (mL/100 mudas)
30 dias
60 dias
Ensaio
realizado
no viveiro
Bontempo,
em Rio
Paranaíba, em 2011
0
5
10
15
20
25
Test. 1,5 mLImpact
0,6 mLPremier
Plus
1,2 mLPremier
Plus
1,8 mLPremier
plus
Altu
ra d
e p
lan
ta (
cm
)
30 dias
90 dias
0
1
2
3
4
5
6
7
Test. 1,5 mLImpact
0,6 mLPremier
Plus
1,2 mLPremier
Plus
1,8 mLPremier
plus
Pe
so
de
ra
íze
s (
g)
Dose (mL/100 mudas)
30 dias
90 dias
A importância do treinamento:
Visita técnica: UFV-Campus Rio Paranaíba