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São Carlos 02/06/2015 A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE BUFFET Tecnologia em Processos Gerenciais Renan Lavandoski Amato

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  • São Carlos

    02/06/2015

    A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO

    SETOR DE BUFFET

    Tecnologia em Processos Gerenciais

    Renan Lavandoski Amato

  • RENAN LAVANDOSKI AMATO

    A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE

    BUFFET

    Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade de Projeto Experimental, apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Orientadora: Prof. Ms. Renata Oliveira de Carvalho

    São Carlos – SP

    2015

  • RENAN LAVANDOSKI AMATO

    A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE

    BUFFET

    Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade de Projeto Experimental, apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

    Data de aprovação: 02/06/2015

    _________________________________ Prof. Ms. Renata Oliveira de Carvalho

    IFSP - São Carlos

    __________________________________ Prof. Dra. Rita de Cássia Arruda Fajardo

    IFSP - São Carlos

    __________________________________ Prof. Ms. Miriam Costa Toyama

    IFSP - São Carlos

  • RESUMO

    Festas e casamentos fazem parte da cultura brasileira e em momentos

    únicos, como casamentos e aniversários de 15 anos, grandes celebrações são

    realizadas, marcando o momento na vida dos participantes. Para realizar essas

    grandes celebrações, existem empresas especializadas, que competem entre si

    para oferecer um serviço que atenda às expectativas desse mercado, que se

    encontra aquecido, conforme dados do IBGE de 2013, que mostra o crescimento do

    número de casamentos na cidade de São Carlos-SP de 1589 em 2011 para 1700

    em 2013. Como objetivo, esta pesquisa se propõe a oferecer uma proposta de

    melhoria no processo de criação e manutenção da marca de um buffet localizado na

    cidade de São Carlos-SP, para que esta possa criar uma marca forte e se posicionar

    adequadamente, desenvolvendo um diferencial competitivo. Para a pesquisa, foi

    realizada uma observação direta nas rotinas administrativas da empresa e na

    execução de uma festa e uma entrevista estruturada com a sócia da empresa para

    coleta de dados. A partir dos dados coletados e do referencial teórico elaborado, foi

    feita uma análise da empresa, que permitiu a identificação de dez aspectos

    negativos existente no processo de marca da empresa. A partir desta análise, dez

    propostas de melhoria foram elaboradas no intuito de erradicar os aspectos

    negativos e melhorar o processo de criação e manutenção da marca como um todo.

    Palavras-chave: Marketing. Marca. Brand equity. Buffet. Posicionamento.

  • LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Figura 1 – Brand Equity ............................................................................................. 15

    Figura 2 - Pirâmide da lealdade ................................................................................ 16

    Figura 3 - Processo de desenvolvimento do consumidor .......................................... 18

    Figura 4 – Associações de marca ............................................................................. 24

    Figura 5 – O papel dos símbolos ............................................................................... 29

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6

    1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 7

    1.2 METODOLOGIA ............................................................................................ 7

    2 MARKETING ...................................................................................................... 10

    2.1 MARCA ........................................................................................................ 11

    2.1.1 Desafio da marca .................................................................................. 12

    2.1.2 Um valor intangível ................................................................................ 13

    2.2 BRAND EQUITY .......................................................................................... 14

    2.2.1 Lealdade a marca .................................................................................. 15

    2.2.2 Conhecimento do nome ......................................................................... 19

    2.2.3 Qualidade percebida.............................................................................. 21

    2.2.4 Associações a marca em acréscimo a qualidade percebida ................. 23

    2.2.5 Branding interno .................................................................................... 25

    2.2.6 Branding para pequenas empresas ....................................................... 26

    2.3 IMAGEM DA EMPRESA .............................................................................. 27

    2.4 SÍMBOLO E SLOGAN ................................................................................. 28

    2.5 MISSÃO E VALORES .................................................................................. 29

    3 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 31

    3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ................................................................ 31

    3.1.1 Observação Direta no escritório ............................................................ 32

    3.1.2 Observação Direta da festa ................................................................... 33

    3.1.3 Entrevista ............................................................................................... 35

    4 PROPOSTA DE MELHORIA .............................................................................. 41

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 45

    REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 47

    APÊNDICE A – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIRETA ......................................... 48

    APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA .......................................................... 49

  • 6

    1 INTRODUÇÃO

    O setor varejista de serviços de Buffet está relacionado com a execução

    de festas e eventos. No Buffet a ser pesquisado, em sua maioria, as festas

    realizadas são aniversário de 15 anos e casamentos. Segundo dados retirados do

    site do IBGE, a estimativa de casamentos realizados na cidade de São Carlos em

    2011 foi de 1589 e em 2013 de 1700, o que demonstra um crescimento que

    manteve o mercado aquecido. Constata-se também que existem aproximadamente

    15 empresas de representatividade no município de São Carlos, que atuam no ramo

    de buffet para festas de casamento e aniversários de 15 anos, o que torna o setor

    bem competitivo.

    Um serviço não pode ser trocado como um produto, então no momento

    da contratação, o cliente espera que este seja prestado com qualidade, e a

    confiança na empresa se torna um papel importante. Segundo Aaker (1998), a

    qualidade percebida de uma marca não envolve somente a qualidade real do

    produto ou serviço, mas também os sentimentos do consumidor e a sua percepção

    de superioridade em relação às alternativas existentes.

    Dentro deste contexto, Kotler (2011), complementa explicando que

    compradores podem responder de forma diferente à imagem da empresa, mesmo

    quando as ofertas dos concorrentes são similares. Isto indica mais uma vez a

    importância do sentimento do consumidor em relação a marca e a sua percepção

    dela.

    Por marca, entende-se: “um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação

    dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou

    grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes” (KOTLER, 2011, p. 393).

    Portanto, a problemática que envolve esta pesquisa é a de compreender

    a questão: como uma marca bem posicionada pode gerar vantagem competitiva

    para uma empresa de Buffet?

    Na perseguição de uma resposta a essa problemática, foi necessário

    realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema – branding: gestão de marcas –

    estabelecendo-se por objetivo geral desta pesquisa uma proposta de melhoria no

    processo de construção e de posicionamento da marca de um Buffet de festas de 15

    anos e casamentos, localizado na cidade de São Carlos.

    Tornam-se objetivos específicos desta pesquisa:

  • 7

    a) Discorrer sobre Marketing e aprofundar o conhecimento ao que se

    refere a criação de uma marca forte;

    b) Compreender como uma marca forte pode gerar vantagem

    competitiva;

    c) Identificar a identidade desejada pela empresa e o que ela faz para

    se posicionar, algo que neste setor pode ser decisivo para a

    sobrevivência da mesma;

    d) Analisar o cenário de atuação da empresa de Buffet, os processos

    envolvendo a marca, verificar possíveis falhas e sugerir novos

    processos.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    Cobra (2011), afirma que a escolha da marca deve passar compreensão

    para os consumidores sem gerar dúvidas sobre ela, deve ser expressiva e de fácil

    reconhecimento, memorização e publicidade. Este trabalho se justifica na

    importância que a marca tem em uma empresa varejista para ganhar e permanecer

    no mercado.

    Pelo fato de a empresa analisada pertencer a amigos e familiares do

    pesquisador, existe também uma justificativa pessoal pelo tema, para gerar

    benefícios a empresa em questão.

    Com essa pesquisa, é possível aperfeiçoar os métodos de

    posicionamento da empresa e sua imagem interpretada pelo mercado, o que gera

    valor e diferenciação. Uma vez que os consumidores podem responder

    diferentemente às empresas concorrentes, mesmo quando a oferta é similar, a

    existência de uma marca forte, valorizada e diferenciada torna-se uma vantagem

    competitiva.

    1.2 METODOLOGIA

    Esta é uma pesquisa aplicada, do tipo exploratória, pois visa identificar

    um problema para, posteriormente, propor uma melhoria, e explica Gil (2008, p. 27),

    que “o produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido”.

  • 8

    Tem caráter qualitativo, o qual, segundo Silva e Menezes (2000, p. 20), “a

    interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo

    de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas”. E é

    delineada como estudo de caso, que conforme descreve Rampazzo (2013, p. 54), “é

    a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para

    examinar aspectos variados de sua vida”, que no caso desta pesquisa, envolve uma

    empresa de Buffet.

    Juntamente, para fundamentar e contribuir com este trabalho, realizou-se

    uma pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema de marketing: Gestão de

    Marcas e as técnicas para fortalecimento de marcas, que formou o referencial

    teórico.

    Para a elaboração do referencial teórico, adotou-se como base os autores

    David A. Aaker e Philip Kotler, pois, dentre as literaturas que tratam o tema esses

    dois autores são os mais renomados e também citados em pesquisa acadêmica.

    Mais especificadamente, Aaker publicou diversos livros com enfoque em criação e

    manutenção de marca, sendo um deles o “Marcas: Brand Equity - Gerenciando o

    valor da marca” que foi utilizado neste trabalho como alicerce teórico e apoiado por

    outros autores como Kotler. A escolha destes autores também foi influenciada pela

    possibilidade de acesso aos livros, através da compra pela internet e pelo uso da

    biblioteca do campus que continha pouca variedade de livros referentes ao assunto.

    A unidade de estudo desta pesquisa é um Buffet de festas, na sua

    maioria, aniversário de 15 anos e casamento, localizado na cidade de São Carlos,

    que está no mercado desde 2010. É gerenciado por duas sócias, e possui uma

    funcionária para auxiliar nas rotinas administrativas e no atendimento aos clientes da

    empresa. Para realizar as festas, são contratados funcionários diversos, pagando-se

    a diária, conforme a necessidade e especificidade do evento.

    A coleta de dados para a pesquisa de campo, ocorreu por meio de:

    observação direta (Apêndice A) no escritório e durante a realização das festas; e por

    uma entrevista estruturada (Apêndice B) realizada com uma das sócias

    administradoras da empresa. A aplicação desses instrumentos permitiu obter

    informações sobre o processo de marketing e marca existente.

    Concluída a coleta de dados, as informações obtidas foram organizadas e

    analisadas de forma qualitativa, considerando-se os objetivos de pesquisa. Com a

  • 9

    análise feita, uma sugestão de melhoria foi desenvolvida, baseada no estudo

    bibliográfico e documental realizado.

  • 10

    2 MARKETING

    As definições do conceito de marketing, evoluíram a longo dos anos, até

    chegar no entendimento que se tem hoje. Cobra (2011), conta essa evolução da

    seguinte maneira: em 1960, o conceito atribuído pela AMA (American Marketing

    Association) definia marketing como as atividades responsáveis pelo fluxo dos bens

    ou serviços dos produtores ao consumidor.

    Em 1965, o mesmo autor (2011), conta que Ohio State University já inclui

    a estrutura da demanda da sociedade na definição de marketing, onde este se

    responsabilizaria em satisfazer essa demanda através de promoção, troca e

    distribuição dos bens e serviços.

    Já em 1969, segundo Cobra (2011), foi instituído ao conceito de

    marketing, as dimensões sociais, passando a abranger também as organizações

    não-lucrativas. Com isso, surge então a expressão de marketing social.

    Como um conceito genérico, Kotler (2011, p.27), define marketing como:

    “processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e

    desejam através de criação, oferta, e troca de produtos de valor com outros”.

    Nesse aspecto, Kotler (2011), explica que a atuação do marketing envolve

    identificar as necessidades existentes, que não são criadas pelo marketing, mas já

    existem na sociedade, e então influenciar os desejos das pessoas em como suprir

    essa necessidade. As necessidades são básicas e poucas, mas os desejos de como

    supri-las são muitos e estão em constante mudança.

    Kotler (2011), também explica que, para suprir determinadas

    necessidades, as pessoas podem ter preferências e desejar uma marca específica.

    Este desejo em consumir determinada marca ou produto, juntamente com a

    condição e disposição de comprá-lo, é determinado como demanda.

    Então, a necessidade de status, ou confiança na compra, ou ainda

    diversos outros motivos, pode criar o desejo em consumir determinada marca, que

    na percepção do cliente, atende à sua necessidade, e, se em condições e

    disposição de pagar por ela, torna-se uma demanda pela marca.

  • 11

    2.1 MARCA

    A competitividade entre empresas aumenta significativamente ano após

    ano, para cada segmento existem diversas marcas concorrendo entre si. A cada

    ano, por exemplo, aproximadamente três mil novas marcas são lançadas nos

    supermercados, o que significa que em algum momento as vendas não cobrirão

    toda a oferta. É nesse momento que o valor da marca faz a diferença no mercado.

    (AAKER, 1998).

    Aaker (1998), conta que desde a idade média, já se tem evidências da

    existência de marcas para diferenciar os produtos. Cita como exemplo o transporte

    de barris de uísque, onde vinha gravado o nome da destilaria produtora, para evitar

    a substituição do produto por outro mais barato e garantir segurança ao consumidor

    e proteção legal ao produtor.

    Já no marketing moderno, a marca teve seu enfoque em criar

    associações que se estabelecem através de atributos do produto, nomes,

    embalagens, estratégias de distribuição e propaganda, tornando-se diferenciada no

    mercado. O valor desta diferenciação tem a finalidade de reduzir a influência do

    preço sobre a decisão de compra, e aumentar o poder dos detalhes da

    diferenciação.

    Partindo deste contexto Aaker (1998, p.7), define marca como:

    Nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles concorrentes.

    Nos próximos subcapítulos serão apresentados a importância que a

    marca tem em relação a empresa e suas relações com o uso de práticas de

    promoção e propaganda e como isso afeta a empresa no curto e longo prazo, e

    como a marca pode afetar a valorização do produto.

  • 12

    2.1.1 Desafio da marca

    Segundo Kotler (2011, p.394), “se uma empresa trata uma marca apenas como

    nome, comete a falha de não lhe dar destaque. O desafio da definição da marca é

    desenvolver um conjunto profundo de significados para ela”.

    Aaker (1998), também diz que a construção da marca deve se dar de

    forma que esta venha a se tornar um ativo da empresa, superior ao concorrente. No

    entanto, a marca é um ativo intangível não capitalizado, o que favorece a

    negligência por parte dos gestores. Assim como um ativo tangível de uma empresa,

    que sofre depreciação e, por consequência, necessita de manutenção, a marca

    também está sujeita a depreciação, então após a construção é preciso mantê-la.

    Sobre a importância da marca, Cobra (2011, p. 208), diz que “a verdade é

    que se a marca não faz a venda, ajuda, e muito, a vender”.

    Mas, Aaker (1998), explica que quando estamos construindo uma marca,

    ou ainda que, trabalhando para mantê-la, as pressões por resultados influenciam as

    decisões dos gestores, que acabam optando pela adoção de promoções e não

    propagandas.

    O autor explica ainda que as promoções trazem um resultado fácil de ser

    medido em curto prazo, mas são facilmente copiadas pelos concorrentes e inicia-se

    um ciclo de redução de preço que aumenta a influência deste e diminui a influência

    da marca na mente do consumidor, o que gera um resultado positivo no curto prazo,

    mas pode ser negativo a longo prazo, considerando o declínio do valor, os custos e

    as compras antecipadas.

    Diferentemente da promoção, a propaganda cria marcas fortes, que

    mesmo frente a promoções dos concorrentes, pode conseguir manter a sua

    participação no mercado. No entanto, a propaganda traz resultados de longo prazo

    que são difíceis de serem medidos o que leva muitas empresas a substituírem-na

    pelas promoções, fato que é identificado pelos números gastos pelas empresas em

    promoção e propaganda, que décadas atrás estavam na proporção de 40/60 e hoje

    encontram-se em 60/40 respectivamente, o que demonstra um notável crescimento

    do foco em promoção. (AAKER, 1998).

  • 13

    2.1.2 Um valor intangível

    Apresentando a ideia explanada por Aaker (1998), o valor que o

    consumidor dá a um produto não está, somente, relacionado com a qualidade deste

    produto, mas também, está fortemente relacionado com a percepção que se tem da

    marca que está por traz do produto. Basta imaginarmos o valor que seria atribuído a

    um produto X, fabricado por uma marca com força internacional e compararmos com

    o valor atribuído ao mesmo produto X, fornecido por uma empresa desconhecida.

    Claramente o produto alicerçado pela marca internacional teria uma maior

    valorização pelo consumidor. Isto nos mostra que não só a qualidade basta para

    valorizarmos o produto frente à concorrência, é preciso utilizar todas as ferramentas

    disponíveis para isso.

    Dentro deste contexto, Aaker (1998) explica que a marca, nome ou

    símbolo de um produto ou serviço interfere em seu valor, podendo aumentá-lo ou

    diminuí-lo, de acordo com o conjunto de ativos que estão ligados a esta marca,

    nome ou símbolo. Este conjunto de ativos relacionados à marca é nomeado como

    brand equity e interfere no valor tanto para o consumidor, quanto para a empresa.

    Kotler e Armstrong (2007), encontram-se nesta mesma linha de

    pensamento, explicando que a marca é mais que nomes e símbolos, mas contempla

    tudo que o serviço ou produto significa para o cliente.

    Já dizia Klein (2002): por mais que as corporações fabriquem produtos, os

    consumidores compram marcas.

    Se, no mundo de hoje, temos consumidores que compram marcas, então

    está na hora das corporações não fabricarem só produtos, mas fabricarem marcas

    fortes. É na fabricação da marca forte que falamos do brand equity.

    Quando vemos vendas de organizações por valores muito acima do seu

    patrimônio, podemos observar a ação do valor intangível da marca, que é viabilizado

    pelos anos de investimento em marketing e possibilitaram que a empresa em

    questão pudesse ter uma marca forte.

  • 14

    2.2 BRAND EQUITY

    Para entendermos melhor o brand equity, definido anteriormente, Kotler e

    Keller (2012, p. 260), explicam que:

    O brand equity é o valor agregado atribuído a bens e serviços. Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade gerada pela marca.

    Kotler e Keller (2012), continuam dizendo que pesquisadores de

    marketing, na perspectiva do brand equity baseado no cliente, admitem que o poder

    e valor da marca está baseado na percepção que os clientes possuem desta.

    Quando os clientes reagem favoráveis à determinada marca, tem-se o brand equity

    positivo, já quando reagem desfavoráveis, tem-se um brand equity negativo. No

    entanto, quando não há diferença nas respostas dos clientes à marca, entende-se

    que o produto ou serviço encontra-se num mercado de commodity.

    Aaker (1998), explica que o valor gerado pelos ativos do brand equity (as

    associações a marca), que interferem na resposta dos clientes para com a marca,

    afetam não só o consumidor, mas também a empresa. Para o consumidor há a

    contribuição em interpretar e acumular informações do produto e da marca,

    estabelecer confiança na decisão de compra e ainda aumentar a satisfação do

    cliente, tanto com a qualidade percebida, quanto com a experiência da marca, não

    sendo apenas o produto bom, mas o produto bom da melhor marca.

    Já para a empresa, Aaker (1998), explica que algumas formas de gerar

    valor acontecem, por exemplo, quando um novo produto for lançado, a segurança

    passada pela marca incentiva os clientes a prová-lo, algo que sem o alicerce da

    marca, proporcionaria gastos mais altos para atrair esse consumidor. Outra forma de

    valor para a empresa é o aumento da margem de lucro que o brand equity

    proporciona, uma vez que não serão necessárias tantas promoções para atrair seu

    cliente fiel e ainda é possível ter um preço premium, diferenciado, acima da

    concorrência e com lucros maiores, sem o foco total em ter o menor preço de venda.

    Também passa segurança aos estabelecimentos comerciais, o que impulsiona os

    canais de distribuição, tendo aceitação pelos comerciantes, destaques nos pontos

    de venda e ainda cooperação na implantação dos programas de marketing.

  • 15

    Os ativos que se relacionam com a marca, compondo o brand equity, são

    divididos em 5 categorias por Aaker (1998), sendo elas: lealdade à marca;

    conhecimento do nome; qualidade percebida; associações à marca em acréscimo à

    qualidade percebida; e outros ativos da empresa.

    A Figura 1, ilustra o conceito de brand equity e seus ativos, que serão

    tratados nos próximos capítulos.

    Figura 1 – Brand Equity

    Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 18)

    2.2.1 Lealdade à marca

    “A medida que a lealdade à marca aumenta, a vulnerabilidade da base

    dos consumidores à ação da concorrência diminui” (AAKER, 1998, p.41). A lealdade

    à marca pode ser dividida em alguns níveis conforme demonstra a Figura 2.

  • 16

    Figura 2 - Pirâmide da lealdade

    Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 41)

    O primeiro nível, mais inferior, o consumidor é indiferente à marca, e a

    decisão de compra se baseia mais na disponibilidade do produto e nos custos

    reduzidos, sendo a marca indiferente. Já o segundo nível, são compradores

    satisfeitos, que não estão em busca de mudar sua opção de compra, são

    compradores habituais, mas representam um mercado vulnerável a concorrentes

    que possam criar atributos diferenciados. O terceiro nível representa também

    compradores satisfeitos, porém mais leais a uma determinada marca por terem

    medo de uma possível mudança não ser tão vantajosa quanto parece. Neste nível,

    os concorrentes precisam oferecer um benefício realmente compensatório para

    atrair o comprador. (AAKER, 1998)

    Aaker (1998), afirma que nos dois níveis mais superiores, uma

    característica ganha importância: o afeto. Pode-se dizer que nesse ponto de

    lealdade, a escolha pela marca não responderá somente pelos atributos e benefícios

  • 17

    dos produtos, mas também a uma preferência geral ou afeto. Há um sentimento por

    trás da decisão de compra que envolve o “gostar da marca”, ter uma confiança, um

    respeito por ela. Neste momento, os consumidores estão dispostos a pagar um

    preço adicional pelo uso específico da marca, além de resultar em uma vantagem

    competitiva frente à concorrência, uma vez que é mais difícil competir com os

    sentimentos do consumidor do que com os atributos do produto.

    Kotler e Keller (2012), no que diz respeito a preferência à uma marca por

    afeto, explicam que muitos especialistas de marketing dividem o posicionamento da

    marca em componentes racionais e emocionais. Os autores definem como branding

    emocional, os esforços em desenvolver respostas emocionais de uma pessoa para a

    marca. Explicam também que um importante fator no branding emocional é a

    autenticidade da marca, que gera confiança, afeto e intensa fidelidade.

    No quarto nível, segundo Aaker (1998), tem-se então os consumidores

    que gostam da marca, muitas vezes sem identificar um motivo específico, podendo

    ser uma associação positiva com o símbolo ou marca, uma qualidade percebida alta,

    ou ainda pela experiência de uso. São amigos da marca, possuem uma ligação

    emocional.

    No último nível são os consumidores mais leais, são comprometidos com

    a marca, defensores e possuem orgulho de consumi-la. A marca faz parte do seu

    modo de viver, está presente em seu dia a dia, nas conversas com amigos, é útil e

    confiável e representa o modo de vida de seus consumidores (AAKER, 1998).

    O valor de um consumidor comprometido está além dos seus gastos

    individuais e frequentes, mas sim, no seu poder de captação de novos clientes,

    sendo um divulgador da marca que recomenda e diz o porquê devem comprar o

    produto. (AAKER, 1998)

    Aaker (1998) aponta que quando uma marca, com o lançamento de um

    novo produto superior pela concorrência, sofre ameaças, mas possui uma base de

    clientes leais, ela possui então uma vantagem de tempo em que seus consumidores

    aguardarão uma reação e desenvolvimento de melhorias no seu produto, que

    igualem a concorrência.

    Kotler e Keller (2012), também mencionam as vantagens que uma marca

    forte proporciona, aumentando a fidelidade do cliente e diminuindo a vulnerabilidade

    às campanhas de marketing da concorrência.

  • 18

    Um grande erro das marcas, atualmente, podem ser as onerosas

    campanhas de marketing para atrair novos clientes, os quais já estão satisfeitos com

    outra marca e não estão em busca de alternativas. No entanto, se o investimento em

    marketing fosse direcionado aos clientes atuais, a fim de identificar problemas e

    insatisfações desses que já experimentaram o produto e retê-los, o nível de

    relacionamento cliente-marca aumentaria e, consequentemente, a sua lealdade

    também, o que resultaria em menores custos e ainda traria novos consumidores

    influenciados pelos clientes leais. (AAKER, 1998)

    Segundo Kotler (2011), atrair novos clientes custa cinco vezes mais que

    manter os atuais satisfeitos, uma vez que, influenciar o comportamento de um

    consumidor satisfeito a mudar de marca é, segundo o autor, um grande esforço.

    Kotler (2011), afirma que a melhor maneira de reter o cliente é

    proporcionando satisfação, o que dificulta a ação da concorrência através de preço

    ou técnicas de persuasão.

    O autor, define satisfação como: “o sentimento de prazer ou de

    desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto

    (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”. (KOTLER, 2011, p. 53).

    O processo de desenvolvimento do consumidor (Figura 3), segundo Kotler

    (2011), começa com os consumidores prováveis, que são todos os que podem

    comprar o produto ou serviço e que podem se tornar consumidores potenciais,

    quando houver o interesse na compra e a condição de pagar. Os consumidores

    potenciais podem ser qualificados, quando a empresa tem o interesse em

    comercializar com ele, ou não-qualificado, quando a empresa não tem interesse em

    comercializar com ele, por julgar não rentável.

    Figura 3 - Processo de desenvolvimento do consumidor

    Fonte: Adaptação de Kotler (2011, p. 58)

  • 19

    O interesse da empresa é transformar os consumidores potenciais

    qualificados em novos consumidores e em consumidores leais. No entanto, esses

    consumidores ainda continuam comprando da concorrência, sendo o próximo passo

    no desenvolvimento do consumidor transformá-los em clientes, os quais compram

    unicamente da empresa em questão, determinado produto ou serviço (KOTLER,

    2011).

    Uma vez atingido o nível de cliente, Kotler (2011), aponta que o próximo

    passo é transformá-lo em advogado, um consumidor que defende e estimula outras

    pessoas a comprar determinada marca. Por fim, o autor mostra que o último passo

    no desenvolvimento do cliente é transformar os advogados em parceiros, que são os

    consumidores que trabalham em conjunto com a empresa.

    Para Kotler (2011), no entanto, é inevitável que alguns consumidores, por

    motivos diversos como mudança de cidade, falência, insatisfação etc. acabem

    deixando de consumir com a empresa, tornando-se consumidores inativos. Neste

    ponto, o desafio do marketing de relacionamento é recuperar os consumidores

    insatisfeitos, uma vez que já foi dito anteriormente sobre a importância em manter os

    clientes satisfeitos e o impacto financeiro disso em relação com a atração de novos

    consumidores.

    2.2.2 Conhecimento do nome

    Segundo Aaker (1998, p. 64), “o conhecimento da marca é a capacidade

    que um comprador potencial tem de reconhecer ou de se recordar de uma marca

    como integrante de certa categoria de produtos”.

    Kotler e Keller (2012, p. 260), contribuem para o entendimento da

    importância do conhecimento do nome dizendo que “o poder de uma marca está

    naquilo que os clientes veem, leem, escutam, aprendem, pensam e sentem sobre

    ela ao longo do tempo”.

    Aaker (1998), ainda afirma que nem sempre que se divulga um nome de

    marca, necessariamente, aumenta-se o conhecimento desta, e usa como exemplo

    se uma marca é divulgada por um balão com seu nome, há um fortalecimento deste

    nome, mas o conhecimento da marca melhorará ainda mais se este balão estiver

    associado com o produto que a marca representa, por exemplo, um balão em

    formato de calça jeans com o nome Levi’s.

  • 20

    O nível de conhecimento da marca pode ser escalonado por Aaker

    (1998), desde o desconhecimento da marca até a top of mind, passando pelo

    reconhecimento da marca e pela lembrança da marca.

    Reconhecimento da marca é quando o consumidor, estimulado ao ver ou

    escutar o nome de uma marca de um determinado segmento, consegue reconhecê-

    la, algo importante quando o cliente escolhe a marca no ponto de venda. A

    lembrança da marca é quando o cliente lembra da marca, dentro de uma

    determinada categoria de produtos sem precisar de estímulos. A top of mind é a

    primeira marca lembrada pelo consumidor dentro da categoria de produto, quando

    não há estimulo, o que coloca esta marca à frente das outras na lembrança da

    pessoa. (AAKER, 1998).

    A melhor posição de conhecimento de marca que se pode ter é quando a

    marca não só é a primeira a ser lembrada, mas quando é a única a ser lembrada

    dentro de uma categoria de produtos, sendo assim dominante, e possuindo uma

    vantagem competitiva (AAKER, 1998). Segundo este mesmo autor, marcas top of

    mind muito reconhecidas, que tiveram muitas exposições e proporcionaram muitas

    experiências de uso, podem permanecer durante muito tempo sendo reconhecidas

    pelo mercado mesmo sem o uso de propagandas, este seria o poder dos velhos

    nomes.

    Para atingir o conhecimento desejado da marca Aaker (1998), afirma que

    é preciso ganhar identidade e relacioná-la com a categoria do produto. Para isso é

    preciso que a marca seja ou se apresente de forma diferenciada para se tornar

    memorável e ser facilmente reconhecida pelo mercado. Envolver a marca junto a um

    slogan ou jingle também é vantajoso, uma vez que o slogan pode ser mais forte que

    o próprio nome da marca quando apresenta uma característica visível do produto,

    por exemplo. Para promover e manter uma marca, o uso de imagens e símbolos

    associados a esta ganha importância, uma vez que é mais fácil de apreender,

    reconhecer e recordar do que uma palavra ou frase.

    Outro modo interessante de aumentar o conhecimento da marca é

    através da imprensa. Quando seu produto traz uma característica nova, e é

    interessante, ele se torna alvo da mídia e então é divulgado. Deste modo, não só é

    apresentado o nome da marca mas também se criam associações pelo conteúdo da

    imprensa. Quando, porém, o produto não tem características naturalmente

    interessantes, é preciso criar eventos para colocá-lo em destaque na imprensa. O

  • 21

    uso de patrocínios de eventos pode ser útil para criar e manter a exposição da

    marca e favorecer o seu conhecimento. (AAKER, 1998).

    Aproveitar a extensão da marca para aumentar a lembrança do nome é

    uma alternativa possível, usado por exemplo pela Coca-Cola, que destaca seu nome

    em outros produtos da companhia, como na Fanta e Kuat.

    Aaker (1998), também explica que o uso de sinais pode favorecer a

    lembrança da marca pelo consumidor, por exemplo para relacionar as associações

    realizadas em uma propaganda comercial, diretamente na embalagem do produto

    através de um sinal que remeta a isso.

    Ainda segundo Aaker (1998, p.79), “Enquanto o reconhecimento, mesmo

    que baseado em apenas poucas exposições, persiste, a lembrança se desgasta com

    tempo. A lembrança é difícil, ou uma profunda experiência de aprendizado ou muitas

    repetições.”

    2.2.3 Qualidade percebida

    De acordo com Aaker (1998, p. 87), um gerente de propaganda

    aposentado disse que: “se uma companhia perder os seus recursos e o seu

    dinheiro, mas mantiver a reputação, poderá sempre ser reconstituída. Mas se perder

    a reputação, nenhuma soma de dinheiro e de recursos fará com que ela volte ao

    mercado”.

    Na mesma linha de pensamento, Kotler e Armstrong (2007), contam que

    Jonh Stewart, co-fundador da Quaker Oats, disse: “se este negócio fosse dividido,

    eu lhe daria os terrenos e prédios e manteria as marcas e as marcas registradas e

    ganharia muito mais do que você”.

    Qualidade percebida não é só satisfação, ela envolve altas expectativas

    que são supridas. A qualidade percebida difere também da qualidade real do

    produto, de suas características e especificações. Ela é o conhecimento dos

    consumidores. Envolve não somente as características do produto, mas também

    julgamentos e sentimentos importantes para o consumidor, de tal modo que dois

    produtos concorrentes entre si, com diferenças no nível de qualidade real, podem ter

    níveis de qualidade percebida semelhantes. Definimos então qualidade percebida

    como um conhecimento que o consumidor tem de um produto ou serviço,

  • 22

    comparado com as alternativas, sobre a sua qualidade geral ou superioridade.

    (AAKER, 1998)

    A qualidade percebida é o conhecimento do consumidor em relação ao

    produto ou serviço e que, embora a qualidade em si possa contribuir para o aumento

    da qualidade percebida, isso não necessariamente precisa estar relacionado com a

    qualidade ou superioridade real do produto. Mais importante que o produto ser bom,

    ou superior, é o consumidor acreditar que o produto é bom e superior.

    Tendo uma alta qualidade percebida associada à marca, uma vantagem

    competitiva é gerada, e o consumidor tem uma razão de compra para com a marca,

    fundamentada por este conhecimento de qualidade. Além disso, com a alta

    qualidade percebida, pode-se desenvolver um preço premium para o produto, que

    aumenta os lucros e/ou possibilita um aumento de reinvestimento no valor da marca,

    pode-se utilizar desta qualidade percebida para criar extensões da marca em novas

    categorias de produtos, além de obter a vantagem de possuir o interesse dos canais

    de distribuição em adquirir os seus produtos e expô-los de forma atrativa no ponto

    de venda. (AAKER, 1998).

    Para desenvolver a qualidade percebida é importante dar atenção à

    qualidade real do produto ou serviço. Já disse Aaker (1998), que, a menos que a

    experiência de uso esteja coerente com a percepção de qualidade do consumidor,

    seria desperdício tentar convencê-lo de que há qualidade onde não há. Então,

    embora tenhamos visto que a qualidade percebida ganha mais importância que a

    qualidade real do produto, isso não significa que a qualidade real não seja

    importante, pelo contrário, ela é um dos caminhos para desenvolver a qualidade

    percebida pelo cliente.

    Kotler e Armstrong (2007), dizem que uma das principais formas de

    diferenciação de empresas de serviços é pela qualidade superior que oferecem. No

    entanto, o conceito de qualidade é dado pelos clientes, sendo mais difícil a

    identificação do que é qualidade quando relacionada a serviços do que a produtos.

    Como forma de avaliar a qualidade de um serviço, Kotler e Armstrong

    (2007), sugerem que medir o nível de retenção de clientes talvez seja a melhor

    ferramenta.

    No que envolve a qualidade percebida dos serviços, Kotler e Armstrong

    (2007), também ressaltam que, ainda que a empresa preze pela perfeição, é

    inevitável que, em alguns momentos possam existir entraves na execução do

  • 23

    serviço, de forma que a qualidade seja sempre variável. Neste ponto, os autores

    destacam a importância de uma boa recuperação de serviço, para satisfazer aquele

    cliente zangado e manter a percepção de qualidade.

    Outro ponto importante a ser considerado é sobre o conceito que envolve

    a qualidade real. Assim como Kotler e Armstrong (2007), Aaker, (1998, p. 98),

    afirma: “são os consumidores que definem qualidade”. Para desenvolvermos um

    produto ou serviço de alta qualidade percebida é preciso então que atinjamos ou

    superemos o nível de qualidade definido pelos consumidores. A qualidade então se

    relacionará com as necessidades dos clientes, e o produto ou serviço de qualidade

    será aquele que supre essas necessidades e faz o cliente acreditar na sua

    superioridade. Neste momento, torna-se importante a comunicação e o

    desenvolvimento de um relacionamento próximo entre empresa-cliente. Somente

    assim as necessidades reais dos clientes podem ser identificadas.

    Kotler e Armstrong (2007), complementam dizendo que, para atingir uma

    boa qualidade, as empresas de serviços devem se preocupar tanto com a execução

    perfeita, quanto com a recuperação de possíveis erros. Para isso, é conveniente dar

    poderes e responsabilidades aos funcionários da linha de frente para que possam

    identificar as necessidades dos clientes e tomar providencias para supri-las.

    2.2.4 Associações a marca em acréscimo a qualidade percebida

    Para uma marca suportar um bom posicionamento e manter uma boa

    competitividade no mercado ela precisa ser sustentada por uma rede de

    associações ligadas a ela. Esta rede de associações deve envolver uma atividade

    mental complexa, que é despertada na mente do consumidor através de inúmeras

    experiências e exposições do produto ou serviço ao consumidor, que tenham

    significado para ele. Tem-se então o valor da marca de acordo com seu conjunto de

    associações e quanto estas significam para os clientes. As associações contribuem

    com o processamento e busca de informações na mente do consumidor, interferem

    no posicionamento que a empresa toma e na diferenciação dela para a

    concorrência, influenciam na razão de compra do consumidor uma vez que geram

    significado a este, e criam sentimentos positivos em relação à marca no pensamento

    dos clientes. (AAKER, 1998).

  • 24

    Associar a marca, seu nome e símbolo, com valores intangíveis, com os

    benefícios oferecidos ao seu consumidor, com o preço relativo, com o seu uso e

    aplicação, com as características do usuário, com uma celebridade, com a

    personalidade e o estilo de vida, de acordo com a classe do produto, com a região

    geográfica, pelas características do produto ou serviço, e até mesmo com a

    concorrência, demonstrando superioridade ou equidade, são os caminhos para criar

    a rede mental complexa de associações à marca (Figura 4), que contribuirão com a

    qualidade percebida do produto ou serviço, aumentando o seu valor. (AAKER, 1998)

    Figura 4 – Associações de marca

    Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 120)

    No entanto, Kotler e Armstrong (2007), complementam que um importante

    fator na manutenção das marcas é a experiência de uso. Esta, consequentemente,

    influencia na qualidade percebida.

    Vemos então que as associações à marca interferem diretamente no valor

    desta e na percepção do cliente sobre qualidade. Para isso, é preciso desenvolver

    campanhas publicitárias para estimular essas associações na mente do consumidor

  • 25

    e criar uma rede mental complexa. Mas para manter a marca ativa, é necessário

    também a experiência de uso, seja ela através do próprio cliente, que já

    experimentou o produto e tem a experiência como uma associação a marca, ou seja

    pela propaganda boca-a-boca, de quem já experimentou.

    2.2.5 Branding interno

    Uma forte associação empregada à marca pode resultar do modo como

    agem os funcionários de determinada organização. Muito se fala das associações

    que se passam na mente do consumidor, gerando uma percepção diferenciada da

    empresa. Então, Kotler e Keller (2012) apresentam a importância de cumprir essas

    “promessas” geradas pela empresa.

    Neste momento é que Kotler e Keller (2012) explicam o branding interno.

    Trata-se da necessidade de que funcionários e parceiros de negócio compreendam

    as associações criadas, os conceitos de branding e como isto contribui ou prejudica

    a força da marca.

    Kotler e Keller (2012) expõem que, mesmo que existam as melhores

    atividades de branding, um atendimento insatisfatório dos revendedores pode gerar

    associações negativas que arruínem todos os esforços executados. É neste ponto

    que o branding interno consiste em inspirar e informar os funcionários em relação à

    marca.

    De acordo com Kotler e Keller (2012), para se cumprir a promessa da

    marca e desenvolver o nível máximo de lealdade pelo cliente, é preciso que todos os

    integrantes da empresa vivenciem a marca. Desenvolver o branding interno também

    fideliza os funcionários e os mantém motivados, preocupando-se com a marca e

    acreditando nela.

    É preciso seguir alguns princípios de branding interno conforme colocam

    Kotler e Keller (2012): a escolha do momento certo e oportuno para ganhar a

    atenção e imaginação dos funcionários; a coerência entre o marketing externo com o

    interno, a fim de trazer internamente a percepção pública estimada; e a vitalidade da

    marca, de forma enérgica, animando os funcionários e repassando orgulho e paixão

    a eles.

  • 26

    2.2.6 Branding para pequenas empresas

    Quando se fala de brand equity logo vem à mente grandes nomes de

    marca, mundialmente conhecidas, que investem constantemente grande quantidade

    de recursos na manutenção da marca.

    No entanto, a importância de um brand equity positivo nos mercados

    locais também é grande e pode ser um fator chave na decisão de compra do

    consumidor. Por isso, faz-se necessário que pequenas empresas também trabalhem

    o seu brand equity.

    Entretanto, conforme explica Kotler e Keller (2012), o uso dos recursos de

    marketing, para o desenvolvimento de associações positivas à marca, deve ser

    cauteloso nas pequenas empresas, uma vez que estas não dispõem de muito capital

    para isso.

    Kotler e Keller (2012), ainda caracterizam a construção da marca, para

    uma pequena empresa, como um desafio. Mas, um desafio que possui exemplos de

    sucesso, que ergueram marcas poderosas a partir do nada.

    Genericamente, Kotler e Keller (2012), determinam como fundamental

    para uma pequena empresa, na implementação de uma marca forte, ter foco,

    consistência nas campanhas e criatividade. A criatividade ganha importância como

    uma ferramenta para desenvolver novos meios de comunicação com o cliente, uso

    de mídias alternativas e redução de custos.

    Então, para determinar o posicionamento e o branding nos pequenos

    negócios, Kotler e Keller (2012), passam as seguintes orientações:

    Pesquisa de marketing com criatividade e baixo custo, o que envolve

    o desenvolvimento de pesquisas de mercado a baixo custo. É

    sugerido pelo autor a parceria com faculdades locais para

    desenvolvimento de trabalhos de conclusão de cursos, o que

    possibilitaria uma melhor compreensão do cliente e da concorrência.

    Focar o desenvolvimento da marca em uma ou duas associações

    essenciais. Por não dispor de muitos recursos para um

    desenvolvimento complexo de associações à marca, é preciso

    concentrar esforços em uma ou duas associações e trabalhá-las

  • 27

    constantemente na mente do consumidor, para que ela seja

    fortemente identificada com a sua marca.

    Desenvolver uma comunidade fiel à marca. Ferramentas como

    relações públicas, redes sociais e promoções de baixo custo,

    tornam-se interessantes na manutenção de uma comunidade fiel de

    clientes de uma empresa em que o boca-a- boca é o principal meio

    de estabelecer o seu posicionamento. A reunião, através de criação

    de comunidades, por exemplo, de clientes atuais com clientes

    potenciais é uma maneira econômica de fidelizar os atuais e

    desenvolver os potenciais, com baixo custo.

    Uso de associações secundárias. Economicamente mais viável, são

    pessoas, lugares ou objetos potencialmente relevantes, que

    significam algo para o consumidor, e então sinalizarão credibilidade

    ou qualidade, quando associados à marca.

    Integrar elementos de marca. Os elementos de marca

    impulsionadores do brand equity são os recursos que podem ser

    registrados, que identificam e diferenciam a marca e que sejam de

    fácil memorização, significativos e cativantes.

    A partir dessas orientações, Kotler e Keller (2012), recomendam o bom

    planejamento e implantação das ações de marketing, a fim de minimizar erros no

    processo, uma vez que os recursos disponíveis não são os mesmos de grandes

    organizações.

    2.3 IMAGEM DA EMPRESA

    Sabemos que a existência de uma marca bem definida e diferenciada é

    fundamental para que seja fácil a identificação e compreensão desta pelos clientes.

    Como já disse Kotler (2011), os compradores podem responder de forma diferente à

    imagem da empresa, mesmo quando as ofertas dos concorrentes são similares, o

    que mais uma vez indica a importância da marca no mercado.

    A identidade da empresa deve então ser trabalhada com atenção, mas é

    importante também analisar qual imagem está de fato sendo gerada ao público.

  • 28

    Para explicar bem a relação de identidade e imagem, Kotler (2011), diz que a

    identidade é a forma como a empresa age para identificar-se e posicionar-se no

    mercado, já a imagem é a percepção que o público tem sobre ela. O autor continua

    explicando que a empresa pode desenhar um plano para atingir determinado

    posicionamento, mas, fatores inesperados podem interferir na imagem percebida

    pelas pessoas e o resultado ser diferente do planejado.

    Então, para a imagem da empresa ser eficaz, Kotler (2011) diz que três

    coisas precisam ser são proporcionadas por ela: uma mensagem singular que

    estabelece a característica e valor; transmissão da mensagem de forma distinta,

    para não ser confundida com mensagens similares de concorrentes; e poder

    emocional para tocar o coração e a mente dos compradores.

    Como uma imagem não é implantada da noite para o dia na mente dos

    compradores, ela não pode ser apresentada apenas por um veículo de comunicação

    e deve ser continuamente trabalhada e disseminada. Para isso, uma imagem forte é

    feita com o uso de um ou mais símbolos que despertam o reconhecimento

    instantâneo da mesma e divulgam a personalidade da marca em diversas formas de

    divulgação. Paralelo às formas de divulgação externas a empresa, a atmosfera

    interna também ganha importância na geração da imagem, através das cores,

    móveis, recepção, layout e o designe interior de forma geral. (KOTLER, 2011)

    2.4 SÍMBOLO E SLOGAN

    “Sabemos que é mais fácil aprender as imagens visuais (símbolos) que as

    palavras (nomes)” (AAKER, 1998, p. 208)

    Este mesmo autor (1998), continua explicando que o símbolo pode ser

    um fator fundamental da marca, em um mercado em que, tanto os produtos ou

    serviços, quanto as empresas existentes, são muito similares e a diferenciação se

    torna difícil.

    Para garantir o reconhecimento da marca pelo consumidor e até a sua

    lembrança, o uso do símbolo pode se tornar uma característica chave da marca e

    um ativo da empresa. O símbolo consegue reunir o conhecimento da marca, as suas

    associações e ainda a qualidade percebida mais a lealdade, que Aaker (1998),

    chama de simpatia, conforme demonstra a Figura 5.

  • 29

    Figura 5 – O papel dos símbolos

    Fonte: Aaker (1998, p. 208)

    Para aumentar ainda mais o poder de associações do símbolo, o uso de

    um slogan pode ser uma estratégia de posicionamento da marca. Possui capacidade

    de criar um valor a ser explorado, podendo desenvolver ações promocionais de

    grande impacto e/ou ainda reforçar o nome, o símbolo e/ou as associações da

    marca. Devem ser objetivos, interessantes e memoráveis. (AAKER, 1998).

    Para Cobra (2011), a logomarca, que é as siglas, símbolos, cores e

    logotipos que envolvem uma marca, interfere na atenção que é dada a ela pelos

    observadores. Esta logomarca precisa, então, ser de fácil memorização e

    compreensão, para se fixar na memória do consumidor.

    Cobra (2011, p. 208) diz que “a questão é, pois, usar a criatividade no

    nome da marca e nas suas formas de representação gráfica para que ela estimule o

    consumidor a comprar”.

    2.5 MISSÃO E VALORES

    A missão da empresa é basicamente o motivo pelo qual ela existe. Ela

    precisa corresponder aos objetivos internos e ser buscada por todos seus

    cooperados, a fim obter o melhor resultado possível. A missão deve ser claramente

    definida, tanto para o exercício das atividades dos funcionários, quanto para o

    entendimento de quem está por fora da organização. Deve ainda estar coerente com

  • 30

    os valores que a empresa assume como corretos e que devem ser praticados, com

    foco nos funcionários, clientes, fornecedores e na sociedade como um todo.

    (CHIAVENATO, 2008).

    Chiavenato (2008), diz que é importante ressaltar que os valores

    defendidos pela empresa precisam estar coerentes com os valores de seus

    dirigentes. É comum, por exemplo, uma empresa anunciar que as pessoas são os

    bens mais valiosos da organização, mas seus dirigentes agirem com horários rígidos

    e pouca flexibilidade, o que é incoerente com o valor anunciado. O que a empresa

    diz ser importante precisa ser importante para aqueles que respondem em nome da

    empresa: os funcionários.

    Quando a empresa tem uma missão e valores bem estabelecidos, em

    harmonia com a sociedade, tem-se, então, novas associações que podem contribuir

    para o brand equity de uma marca, uma vez que os clientes potenciais podem se

    identificar com estes valores, seja pelas suas características ou pelo seu estilo de

    vida, e compreender a missão da empresa de uma forma mais encantadora,

    tornando-se um novo cliente. É neste momento que a empresa tem a oportunidade

    de mostrar motivos para trabalhar que não seja somente o lucro, e ganhar a

    valorização dos consumidores frente à concorrência.

  • 31

    3 ESTUDO DE CASO

    A empresa foco desse estudo de caso é uma prestadora de serviços de

    buffet, majoritariamente de festas de casamento e aniversários de quinze anos, que

    se localiza na cidade de São Carlos, interior de São Paulo e está no mercado há

    mais de cinco anos.

    O Buffet pertence a duas sócias, uma contadora de formação e a outra

    técnica em designer de interiores. Ambas são responsáveis pela organização das

    festas, preparação das receitas servidas e administração do negócio.

    Possui também uma funcionária, que realiza atividades auxiliares,

    comerciais e administrativas.

    Para a realização das festas, são contratados funcionários diaristas, de

    acordo com a necessidade específica do evento.

    Por se tratar de uma pequena empresa, todas as atividades empresariais

    e decisões a serem tomadas, são realizadas pelas próprias sócias.

    A empresa possui um salão de festas alugado, o que permite a realização

    das festas no próprio salão, mas também vende os serviços de forma independente,

    a serem executados em propriedade de terceiros, como exemplo, chácara ou salão.

    3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

    Conforme descrito anteriormente na metodologia, foram aplicados dois

    instrumentos de coleta de dados para a realização desta pesquisa: observação

    direta baseada em um roteiro (Apêndice A) e entrevista estruturada (Apêndice B).

    Na observação direta, o foco da analise contemplava sete tópicos que

    envolviam os ativos do brand equity, conforme explicado por Aaker (1998). Os

    tópicos são: (1) organização e boa aparência, (2) conforto, (3) atendimento ao

    cliente, (4) personalização dos materiais, (5) visualização e exposição da marca, (6)

    canais de comunicação, e (7) feedback dos clientes. Estes tópicos permitem uma

    compreensão dos ativos do brand equity da empresa em questão, focados,

    principalmente, na lealdade à marca, conhecimento do nome, qualidade percebida e

    associações da marca em acréscimo à qualidade percebida.

  • 32

    A observação foi realizada tanto na rotina diária comercial e

    administrativa, quanto durante a execução de festa, o que contribuiu para um

    entendimento operacional sistêmico da organização, observando os aspectos

    relevantes à força da marca, no contexto geral e prático.

    Concluídas as observações, realizou-se uma entrevista estruturada com

    uma das sócias administradoras para compreender quais processos efetivamente

    são adotados pela empresa no que diz respeito à marca e como são executados.

    As perguntas fizeram referência a seis grupos de informação, que foram

    definidos a partir da observação, a qual possibilitou um análise prévia da empresa e

    elucidou alguns pontos a serem questionados para um aprofundamento da análise,

    e com base no que foi desenvolvido no referencial teórico, contemplando as

    associações do brand equity proposto por Aaker (1998) e Kotler e Keller (2012), a

    imagem da empresa, discorrida por Kotler (2011), a existência de símbolos e

    slogans, conforme explicado por Aaker (1998) e Cobra (2011) e a compreensão da

    missão e dos valores da empresa, apresentados por Chiavenato (2008).

    Assim as perguntas se agruparam em: 1) marca; logotipo e slogan; 2)

    mercado; 3) qualidade e diferenciais; 4) campanhas publicitárias, promocionais e

    comunicação; 5) relacionamento com o cliente; e 6) imagem, missão e valores da

    empresa.

    3.1.1 Observação direta no escritório

    A observação no escritório foi o primeiro procedimento da pesquisa de

    campo. Nos parágrafos que seguem serão apresentados os dados relevantes

    obtidos, e reagrupados, uma vez que as respostas percebidas não necessariamente

    contemplavam todos os critérios propostos para observação, em três grupos: (1)

    organização; (2) atendimento ao cliente; e (3) representação gráfica e exposição da

    marca.

    No quesito (1) organização, observou-se que o escritório comercial era

    utilizado, eventualmente, como pequeno depósito de materiais, gerando uma

    imagem de desorganização na mente do cliente. Conforme Kotler (2011), o

    ambiente interno tem grande influência na geração da imagem da empresa, e esta,

  • 33

    pode ser associada à marca, como um ativo do brand equity, e se não trouxer valor,

    pode desvalorizar.

    Quanto ao atendimento ao cliente (2), Kotler (2011), aponta que clientes

    podem responder diferentemente a empresas, mesmo quando a oferta é similar.

    Isso demonstra um importante papel na diferenciação do produto ou serviço, ou

    ainda a importância de dar significados profundos a marca.

    Neste contexto, observou-se que quando um cliente busca um orçamento,

    a empresa não faz esforços de acompanhar o cliente, para conduzi-lo até o

    fechamento. Apenas passa as informações e aguarda o retorno do cliente.

    Lembramos que o interesse da empresa é transformar esses

    consumidores potenciais em novos consumidores e desenvolvê-los até o auge da

    lealdade à sua marca.

    Neste aspecto, um bom acompanhamento do cliente, do orçamento até o

    fechamento do negócio, pode ser um diferencial relevante na decisão de compra do

    cliente, e se bem conduzido, o atendimento personalizado pode se tornar um ativo

    da marca, fortalecendo-a.

    Já no quesito (3) representação gráfica e exposição da marca, Aaker

    (1998), coloca que é mais fácil aprender imagens que palavras e Cobra (2011),

    defende que as cores, símbolos e logotipos interferem na atenção que é dada a

    marca e que a representação gráfica da mesma deve ser criativa e com poder de

    estimular o consumidor a comprar.

    Neste ponto, compreende-se a importância da representação gráfica da

    empresa no reconhecimento e lembrança da marca, e que, uma boa representação

    gráfica pode, ainda, estimular o consumidor a comprar. Durante a observação,

    constatou-se que, ao enviar orçamentos por e-mail, ou imprimi-los para entregar ao

    cliente, foram utilizados papel comum, sem nenhum trabalho visual, ou ainda,

    representação gráfica da empresa, o que leva a uma dificuldade de compreensão da

    marca durante a análise do cliente e não influencia a sua decisão de compra.

    3.1.2 Observação direta da festa

    Após a realização da observação no escritório, realizou-se a observação

    durante a execução das festas, dando origem a novas informações, que foram

    novamente reagrupadas, uma vez que os dados relevantes coletados, não

  • 34

    necessariamente, envolviam todos os critérios definidos para a observação, em 3

    grupos: (1) exposição a marca, (2) personalização e qualidade percebida, e (3)

    feedback.

    Com relação à (1) exposição da marca, foi visto anteriormente a

    importância da representação gráfica na associação à marca pelo cliente. Sabe-se

    também, conforme Aaker (1998), que para manter uma boa competitividade no

    mercado a marca precisa ser sustentada por uma rede de associações que

    envolvam atividade mental complexa. Isso só é possível a partir da inúmera

    exposição do serviço e da marca na mente do consumidor, que tenha significado

    para ele e desenvolva sentimentos positivos que influenciam na decisão de compra.

    A empresa em questão, na realização da festa, pouco expôs sua marca.

    A única forma de divulgação da marca era, quando não esquecido pelos garçons, a

    distribuição, ao final da festa, de cartões de contato pelas mesas. Não havia menus

    nas mesas, não havia a identificação da empresa nos vestuários dos funcionários e

    nem nos materiais utilizados. Ou seja, ao final do evento, todos os convidados iam

    embora e grande parte não tinha nenhum, ou tinha pouco, contato com a marca da

    empresa responsável pelo serviço.

    Essa falta de exposição impede que sentimentos positivos despertados

    durante a festa, seja pela qualidade, ou por inúmeros fatores intangíveis, possam ser

    relacionados à marca. Se essa relação existisse, a marca teria mais chances de ser

    lembrada pelas pessoas em uma eventual necessidade de contratação de serviços

    de buffet.

    Já no que diz respeito à (2) personalização e qualidade percebida,

    durante a realização da festa, observou-se que os funcionários não tinham uniforme

    padronizado. Os garçons vestiam roupas próprias, sociais, camisa preta ou branca e

    calça preta. As cozinheiras e auxiliares, vestiam roupas pessoais, pretas ou brancas,

    mais um avental também não padronizado. Os materiais utilizados também não

    eram padronizados, existindo, em uma mesma mesa, pratos e talheres diferentes

    (semelhantes mas diferentes).

    É sabido que para desenvolver uma alta qualidade percebida pela marca

    é preciso, inicialmente, que o serviço tenha qualidade real. Aaker (1998), afirma que

    seria desperdício tentar convencer um consumidor de que há qualidade onde não

    há.

  • 35

    Aaker (1998), ainda explana que a definição da qualidade é dada pelo

    cliente. Para definir a qualidade, o cliente relaciona o serviço oferecido com suas

    necessidades e com a superioridade deste em relação à concorrência. Quando a

    qualidade é percebida como alta, tem-se um ativo associado a ela, que a valoriza.

    É quando se fala de qualidade percebida que detalhes como a

    padronização do uniforme e a boa escolha dos materiais podem ter influência na

    definição de qualidade do serviço oferecido, principalmente, quando em comparação

    com serviços de outras empresas já vivenciados pelo cliente.

    No aspecto (3) o feedback, foi observado que os mecanismos de

    identificação da satisfação do cliente eram focados só no contratante do serviço,

    após a realização deste, no fechamento final dos custos adicionais. Já para os

    convidados do contratante, nada era feito para medir a satisfação.

    Deste modo, a empresa não possui um controle para determinar se os

    convidados ficaram satisfeitos. É importante ressaltar que, mesmo os convidados

    não sendo o cliente contratante, são clientes potenciais, que podem, e devem, ser

    trabalhados para se tornarem novos clientes (Kotler, 2011).

    3.1.3 Entrevista

    Terminadas as observações, foi realizada uma entrevista com uma das

    sócias administradoras da empresa. Após a análise dos dados referentes à

    entrevista, estes foram separados nas 6 categorias de perguntas, sendo: (1) marca,

    logotipo e slogan, (2) mercado, (3) qualidade e diferenciais, (4) campanhas

    publicitárias, promocionais e comunicação, (5) relacionamento com o cliente, e (6)

    imagem, missão e valores da empresa.

    Na categoria (1) marca, logotipo e slogan, ao analisar a marca, a

    entrevistada conta sobre o nome da empresa, que possui significado religioso, o que

    é pertinente quando se trata de serviços de casamento.

    Explica sobre a existência do logotipo, que também possui relação com o

    serviço prestado (uma taça), mas conta que nem sempre é utilizado nos canais de

    comunicação e identificação e não é dado devida atenção à relação dele com o

    nome. Entretanto, explica sobre a existência de um slogan, que sempre acompanha

    o nome da empresa.

  • 36

    Kotler e Keller (2012), ao falarem sobre o branding em pequenas

    empresas ressaltam a importância da utilização de associações secundárias à

    marca, com foco em poucos elementos, para desonerar o processo. Tendo a

    empresa, um logotipo em formato de taça, e a taça tendo forte relação com eventos,

    pode-se desenvolver uma associação secundária que não é explorada.

    No quesito (2), mercado, ao estimular a entrevistada a fazer uma análise

    do mercado, obteve-se informações sobre o que interfere na decisão de compra do

    cliente.

    Segundo a entrevistada, os clientes prezam por um bom preço e este

    influencia na decisão de compra. No entanto, ela reconhece que a força da marca

    pesa mais que o preço neste mercado.

    Quando a marca tem forte influência da decisão de compra, torna-se

    importante desenvolver um brand equity e obter, pela marca, um diferencial

    competitivo, pois, segundo Kotler e Keller (2012), podemos compreender que este

    mercado não reponde como commodities e a batalha por preço não é o fator

    fundamental.

    Alguns fatores foram citados como tendo grande influência na decisão de

    compra de serviços de buffet para casamentos e aniversários de 15 anos, e todos

    estavam relacionados ao valor da marca, sendo o tempo de mercado que a marca

    possuía, a credibilidade que a marca tinha e o status gerado por ela. Observou-se

    então estes fatores como sendo os diferenciais que uma marca possui, que

    interferem na resposta do consumidor de forma diferente a empresas, mesmo

    quando o serviço oferecido é similar, como já disse Kotler (2011).

    Quando questionada sobre o que é feito para ganhar a credibilidade e

    passar confiança para os clientes, foi citado que a empresa cumpre o contrato

    fielmente e passa indicações de clientes que já a contrataram. São apresentadas,

    também, fotos de eventos realizados a fim de demonstrar a responsabilidade da

    empresa e sua credibilidade. No entanto, com relação ao status, não é realizado

    nenhum trabalho.

    Com relação à (3) qualidade e diferenciais, a sócia define que, para ter

    qualidade nos serviços de buffet, é preciso ter higiene, apresentar bons materiais e

    de boa aparência, uniformização da equipe, pronto atendimento ao cliente, suprindo

    suas necessidades sem demora ou esquecimento e executar um serviço com

    número compatível de funcionários.

  • 37

    Analisando a própria definição de qualidade, a sócia relatou que a

    empresa atende aos quesitos no que diz respeito à higiene, ao pronto atendimento

    ao cliente e ao adequado número de funcionários, não dando atenção devida aos

    materiais e inexistindo uniformização dos funcionários.

    Neste ponto, lembra-se mais uma vez que é fundamental a existência da

    qualidade real, para que se possa desenvolver a qualidade percebida e tê-la como

    um ativo da marca, que proporciona valor a ela.

    No entanto, a sócia demonstrou que a empresa preza pelo uso de

    matérias-primas de primeira qualidade para a preparação das receitas, e ainda

    oferece um baixo preço frente aos concorrentes, sendo este um diferencial. Como

    benefício, ainda é dado gratuitamente a realização do cerimonial da festa (um

    serviço que normalmente é contratado independentemente dos serviços de buffet)

    quando esta é realizada no próprio salão da empresa. Este serviço adicional

    consiste no acompanhamento da noiva ou aniversariante durante todo o evento por

    uma funcionária do buffet, que orienta as ações que devem ser realizadas pela noiva

    ou aniversariante, em seu devido momento e resolve eventuais imprevistos.

    A partir desta análise, pode-se ver que existem alguns diferenciais na

    empresa, que podem influenciar a decisão de compra do consumidor. Porém,

    nenhum diferencial é detectado pela marca. Pode-se ver que os concorrentes

    diretos, nomeados pela sócia, não prezam muito pelo preço, mas possuem

    reconhecimento e são lembrados pela sociedade, focando-se mais no status e

    credibilidade, que são fatores determinantes neste mercado, que influenciam mais

    que o preço, conforme a entrevistada disse.

    Sobre (4) campanhas publicitárias, promocionais e comunicação,

    evidenciou-se que, enquanto a concorrência direta é lembrada quando se fala sobre

    empresas de buffet, a sócia informa que sua empresa é apenas reconhecida,

    quando citado seu nome, mas é, raramente, lembrada pela sociedade.

    Isso pode ser explicado pela ausência de campanhas publicitárias no

    início da empresa, quando isto era feito pela fundadora, através de visitas nas

    igrejas que frequentava, e pela ausência de investimento constante em publicidade

    ainda hoje, o que não mantém a empresa na mente dos consumidores.

    A única forma de propaganda da marca existente é através da divulgação

    impressa, em revista local, sobre o segmento de casamentos, onde se encontra uma

  • 38

    alta concentração de anúncios de diversas outras empresas concorrentes, e pela

    lista telefônica local.

    No mercado que hoje está cada vez mais conectado à internet, não existe

    na empresa meios online de divulgação. É utilizada a página pessoal do Facebook

    de uma das sócias para serviços do buffet, inexistindo página específica da empresa

    na internet ou cadastro em sites de propaganda e listas eletrônicas atualizadas.

    A capacidade de se recordar ou reconhecer uma marca, relacionada a

    uma categoria de produto, é chamada de conhecimento do nome por Aaker (1998),

    que também diz que o reconhecimento da marca pode persistir frente a poucas

    exposições, mas a lembrança só existe quando se tem uma experiência profunda ou

    uma exposição continua à marca. A lembrança na mente do consumidor torna-se um

    diferencial e coloca a empresa em destaque frente às outras.

    Entretanto, o que não é gasto em propaganda, a entrevistada conta que é

    oferecido em promoção. Ela explica que, no inverno, quando a procura pelo serviço

    é menor, é dado, além do cerimonial já citado, o bolo da festa e 300 docinhos, de

    forma promocional para incentivar as vendas. É explicado também que, mesmo não

    existindo uma campanha formal de promoção, durante a negociação, sempre é

    realizado desconto e são oferecidos brindes promocionais para o cliente. Quando

    solicitado à entrevistada para colocar em proporção os gastos com propaganda e

    promoção ela menciona que a relação é de 10/90, respectivamente.

    No contexto de promoções e propagandas, Aaker (1998), aponta que

    enquanto a propaganda traz resultados a longo prazo e fortifica a marca, a

    promoção traz resultados de curto prazo mas são facilmente copiadas e superadas

    pelas concorrentes. Isso foi evidenciado no Buffet.

    Ao analisar um mercado em que fatores relacionados à força da marca,

    como a credibilidade, confiança e status influenciam mais que o preço na decisão da

    compra, verifica-se que há um desequilíbrio nas forças de propaganda e promoção

    na empresa analisada, uma vez que gastos em propaganda fortalecem a marca e

    gastos em promoção são relacionados à vantagem no preço.

    Na quinta categoria, (5) relacionamento com o cliente, ao ser questionada

    sobre a perda de clientes para a concorrência, a entrevistada disse que a empresa

    sofre com este problema, e atribui isso ao baixo status que possui no mercado,

    característica de ter um público majoritariamente classe B e C.

  • 39

    No entanto, ela assegura que existem clientes que possuem orgulho de

    fechar contratos com a sua empresa. Este público são os frequentadores das igrejas

    em que a sócia tem contato, e a preferência pela empresa é gerada pelo afeto que

    existe entre a sócia e o cliente.

    Ainda sobre a relação com os clientes a sócia informa que não existem

    esforços para atrair novos clientes, somente através dos canais de comunicação em

    que a empresa aguarda a procura do consumidor. Ela conta que existiu uma

    iniciativa de conquistar o mercado empresarial, que até trouxe um pequeno retorno,

    mas não teve continuidade e a ação não foi efetiva.

    Como já dito por Kotler (2011), atrair novos clientes é cinco vezes mais

    caro que manter os atuais. A empresa em questão não realiza nenhuma atividade

    para estimular a recontratação de serviços por clientes que já conhecem a empresa

    e ficaram satisfeitos com os serviços prestados.

    Se existissem atividades focadas nos clientes atuais da empresa, existiria

    segundo Aaker (1998), um estimulo à fidelização destes, e tendo uma base fiel de

    clientes, contribuiria para o brand equity. Sabemos, a partir de Aaker (1998), que

    clientes fiéis são divulgadores da marca e estão menos suscetíveis a ação

    promocional da concorrência, tornando-se um diferencial competitivo e fortificando a

    marca.

    Para finalizar a entrevista, no quesito (6) imagem, missão e valores da

    empresa, questionou-se sobre qual a imagem desejada pela empresa, a missão e

    seus valores.

    A entrevistada contou que a imagem desejada para a empresa é a de

    perfeição no atendimento e de sempre estar associada a beleza, por esta ter grande

    relevância nos eventos realizados. No entanto, ao questionar sobre o que é feito

    para que esta imagem se concretize, a entrevistada informa que, no quesito beleza,

    não existem esforços, e que o serviço é focado na busca pela perfeição e realização

    de um serviço e atendimento exemplar.

    A entrevistada conta também que não existe uma missão oficial da

    empresa e que seus valores não são divulgados ao público. Mas, informa que a

    missão seria a realização de festas com qualidade em que o cliente e seus

    convidados se sintam felizes em participar, com boas recordações e que atenda os

    anseios do contratante.

  • 40

    Os valores fundamentais para a empresa são: as pessoas que ali

    trabalham, os clientes, a responsabilidade no serviço e a honestidade acima de tudo.

    No entanto, estes valores não são oficializados e divulgados pela empresa, mas a

    entrevistada conta que os funcionários são contratados de acordo com os valores e

    precisam compactuar com eles.

    Sabe-se que a missão e seus valores, segundo Chiavenato (2008),

    devem ser bem definidos e divulgados para um bom exercício dos funcionários e

    devido entendimento dos clientes, devendo ser coerente entre si.

    Uma empresa com uma missão séria e valores bem fundamentados pode

    desenvolver um ativo associado à sua marca e então valorizá-la.

  • 41

    4 PROPOSTA DE MELHORIA

    A partir dos dados coletados e da análise realizada, observou-se que a

    empresa não explora, ou explora insuficientemente, algumas práticas que, segundo

    o referencial teórico desenvolvido nesta pesquisa, são relevantes na construção e

    posicionamento de uma marca forte.

    Os aspectos negativos analisados da empresa são: (1) a falta de

    organização e de boa aparência do ambiente interno, (2) o atendimento ao cliente

    regular, sem muita diferenciação, (3) a falta de exposição da marca, (4) a não

    exploração do logotipo da empresa, (5) a ausência de personalização de materiais e

    uniformes, (6) o feedback focado somente nos contratantes, (7) a inexistência de

    uma linha de buffet que explore o status, (8) a baixa publicidade realizada, (9) a não

    exploração dos clientes atuais para recontratação de serviços, e (10) a ausência de

    missão e valores oficiais.

    A proposta de melhoria, a seguir, sugere a adoção e reformulação dessas

    dez práticas identificadas anteriormente como passíveis de melhoria, para a

    construção e posicionamento de uma marca forte.

    1 Organizar o ambiente interno, com técnicas de decoração, a fim

    de torná-lo confortável e com uma imagem agradável e elegante,

    visto que isso pode se associar positivamente à empresa, conforme

    dito por Kotler (2011), e valorizar o seu brand equity.

    2 Transformar o atendimento ao cliente em um diferencial da

    empresa, consequentemente uma vantagem competitiva, a partir de

    um atendimento com foco no cliente, dando devido

    acompanhamento, desde o primeiro contato até o fechamento do

    negócio, demonstrando interesse nas necessidades apresentadas e

    soluções personalizadas. O atendimento ao cliente pode interferir na

    resposta do consumidor, mesmo quando a oferta é similar, como já

    explicado por Kotler (2011), e é fundamental que supere as

    expectativas do cliente, para que se possa ter a imagem desejada

    de perfeição no atendimento.

  • 42

    3 Explorar e expor o nome da marca, o logotipo e o slogan, em

    todas as ocasiões possíveis, a fim de criar associações com a marca

    e torná-la lembrada pelo excesso de repetições e/ou associações

    com experiências profundas, conforme dito por Aaker (1998). Para

    isto, pode-se representar graficamente todos os materiais de

    escritório entregues ao cliente, como orçamentos, contratos, cartões,

    panfletos, etc., estimulando o consumidor a comprar e , também,

    representar graficamente a empresa durante a realização de festas,

    local onde a possibilidade de associações positivas e por

    experiência se torna maior, através da exposição da marca, logotipo

    e slogan pelas mesas, em menus, nos uniformes dos funcionários e

    nos pratos.

    4 Utilizar o logotipo como associação secundária à sua marca,

    uma vez que este, é representado por uma taça, e a taça representa

    eventos elegantes. Sugere-se então, estimular a associação do

    logotipo ao nome da empresa, para que, quando as pessoas

    pensarem em eventos, a imagem gerada na cabeça seja de uma

    taça, e por sua vez, a taça gere a imagem do logotipo da empresa,

    tornando-a lembrada.

    5 Padronizar os uniformes e utensílios utilizados durante as festas,

    a fim de que a equipe seja identificada e não confundida com outros

    convidados. Recomenda-se que não haja diferença entre os

    utensílios utilizados, demonstrando um serviço de qualidade e

    padronizado. Aaker (1998), já ressaltou sobre a importância da

    qualidade real para que os clientes tenham uma percepção alta de

    qualidade percebida e que, quando os clientes definem o que é

    qualidade, o critério utilizado é a relação entre o serviço prestado e

    suas necessidades e a superioridade comparada à concorrência. Os

    detalhes podem transmitir uma elevada percepção de qualidade.

    6 Implementar ações de feedback junto aos convidados das

    festas e não somente junto ao contratante, para identificar se os

    clientes potenciais (convidados) estão satisfeitos e criar um elo entre

    estes e a empresa, para que sugestões sejam dadas e então

    melhorias constantes sejam efetuadas, a fim de que estes

  • 43

    consumidores potenciais, tornem-se novos consumidores, de acordo

    com o desenvolvimento do cliente, explicado por Kotler (2011).

    Como sugestão, poderia introduzir o menu nas mesas, e no menu,

    um espaço para sugestões, críticas e avaliação da festa, em que o

    convidado pudesse preencher e o garçom retirasse ao final do

    evento. Este menu, poderia incluir um campo para dados de contato,

    para que a empresa tivesse um meio de responder a

    sugestão/crítica e se aproximar do cliente.

    7 Criação de uma linha premium de buffet que ofereça cardápios e

    serviços de alto valor agregado, com utensílios finos e receitas

    elegantes, com preços premium também, a fim de suprir a

    necessidade de desenvolver o status pela empresa, que até então

    não é trabalhado. Esta linha pode se tornar interessante para

    penetrar no nicho de mercado classe A e, ainda, ganhar uma maior

    participação do mercado como um todo, uma vez que podemos

    compreender que este mercado não se comporta como um

    commodity, explicado por Kotler e Keller (2012), e o preço não é o

    fator fundamental.

    8 Investimento em publicidade, uma vez que a lembrança da marca

    na mente do consumidor torna-se uma vantagem competitiva, e só é

    conquistada através de constante exposição da marca ou a partir de

    experiências profundas conforme explicado por Aaker (1998).

    Sugere-se aqui a implementação de meios de comunicação de baixo

    custo, como um site oficial, que repasse a imagem de perfeição

    desejada pela empresa; a criação de uma página oficial no

    facebook, com publicações constantes, referente à empresa, ao

    mercado, dicas e sugestões, para manter a empresa sempre nos

    feeds de notícia de seus seguidores; anúncios no próprio facebook,

    com critérios específicos para seu público-alvo; participação em

    eventos relacionados a área, que possam trazer publicidade à

    empresa, como feiras; busca de meios alternativos, com baixa

    concentração de publicidade concorrente, como parcerias com

    outros prestadores de serviço da área, instituições de ensino que

    oferecem cursos da área, etc. Sugere-se também, de acordo com a

  • 44

    disponibilidade de recursos, alguma exposição da marca de impacto

    maior, para torná-la amplamente conhecida, como outdoors, rádio

    e/ou revistas locais. Embora a publicidade não costuma trazer

    resultados a curto prazo, ela é fator importante na fortificação da

    marca, segundo Aaker (1998), o que traz resultados a longo prazo.

    9 Inserir campanhas para estimular a recontratação de serviços

    por clientes atuais a fim de fidelizar estes clientes. Já foi explicado

    que o custo de reter um cliente atual é cinco vezes mais barato que

    o de atrair novos clientes, por Kotler (2011). Então, sugere-se que os

    clientes que já fecharam negócio com a empresa sejam estimulados

    a recontratar novos serviços. Para isso, a empresa poderia entrar

    em contato com estes clientes, oferecendo condições especiais e

    brindes, para a contratação de outros serviços de buffet, como festas

    de aniversário ou reuniões, e manter a relação cliente-empresa mais

    próxima e duradoura. Esta relação próxima entre o cliente e a

    empresa, fideliza o cliente, e conforme explicado por Aaker (1998),

    um cliente fiel é também um divulgador da marca e valoriza o seu

    b