Tecnologia de Carnes

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Maria de Sousa Carvalho Rossi Tecnologia de Alimentos UniAbc- Anhanguera 2012 TECNOLOGIA DE CARNES

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Maria de Sousa Carvalho RossiTecnologia de Alimentos

UniAbc- Anhanguera2012

TECNOLOGIA DE CARNES

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COMPETÊNCIAS E LEGISLAÇÃO

MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento).

PRODUTOS DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL:Carne, leite, ovos, pescado e melBEBIDASRefrigerante, cachaça, sucos, cerveja, etc.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Vigilância Sanitária)PRODUTOS DE ORIGEM VEGETALPalmito, arroz, feijão, farinhas

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COMPETÊNCIAS E LEGISLAÇÃO

MAPA

SIFFiscalização de Prod. Origem

Animal

LANAGROApoio laboratorial

VIGIAGROFiscaliza trânsito de

animais vivos e produtos

Defesa SanitáriaFiscaliza animal ainda

vivo.-Controle de doenças

- Medicamentos e alimentos para o animal

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COMPETÊNCIAS E LEGISLAÇÃO

MAPA

SIF – Serviço de Inspeção Federal

SIE – Serviço de Inspeção Estadual

SIM – Serviço de Inspeção Municipal

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COMPETÊNCIAS E LEGISLAÇÃO

MINISTÉRIO DA SAÚDE

ANVISA – Coordenação a nível Federal

CVS – Centro de Vigilância Sanitária – Coordenação a nível Estadual

VISA – Vigilância Sanitária – Executa Fiscalização a nível Municipal

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DEFINIÇÃO CARNESegundo RIISPOA:Carne são as massas musculares maturadas e

os demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária

TIPOS DE CARNES:Carne vermelha – bovinos, suínos, caprinos e

ovinos.

Carne branca – provenientes de aves e pescados

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ABATE BOVINOCRIAÇÃO ANIMAL: Sistema intensivoSistema extensivoIDADEMédia de 2 anos a 2,5 anos e meioETAPAS

TRANSPORTE RECEPÇÃO NO ABATEDOURO

SEPARAÇÃO DESCANSO DIETA LÍQUIDA ATORDOAMENTO

TRANSPORTE PERNDURADO EM GANCHOS SANGRIA

LAVAGEM DA CARCAÇA RETIRADA DOS PÉS,CABEÇA E CHIFRES

ESFOLAÇÃO EVISCERAÇÃO

DIVISÃO DA CARCAÇA RESFRIAMENTO CORTE COMERCIAIS

FRIGORÍFICO MODELO

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ESTRUTURA TECIDO MUSCULAR

As carnes são compostas por fibras que formam o tecido muscular, tecido conjuntivo, adiposo e ossos.

Tecido muscularActina e miosinaTecido adiposoTecido conjuntivoColágeno, elastina e reticulina Tecido ósseo

Solubilidade das proteínas da carneSarcoplasmáticas: solúveis em águaMifribrilares: solúveis em solução salinaTecido conjuntivo: insolúveis

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ESTRUTURA MUSCULAR

Músculo: conjunto de fibras com a mesma função.

Feixes musculares: conjuntos de miofibrilas envoltas por sarcolemas

Miofibrilas: unidades contráteis com estrias longitudinais e transversais

Fibras: unidade do músculo (célula)

Sarcolema: membranaSarcoplasma : citoplasma Núcleo

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CONTRAÇÃO MUSCULAR Estimulo nervoso

Excitação da membrana do retículo sarcoplasmático

Liberação de Ca++

Propicia alteração conformacional na troponina, ptn presente no filamento da actina

Tornando possível a interação da actina e miosina

-A miosina transforma o ATP em ADP+ P+ energia formando o complexo Actomiosina.

Para cessar a contração é necessário parar o estímulo nervoso.

Estimulo nervoso violento: Stress

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POST MORTEM - RIGOR MORTIS

Rigor mortis ou rigidez cadavérica.

As transformações que ocorrem após o abate fazema chamada conversão do músculo em carne, corresponde ao

conjunto de reações bioquímicas e estruturais que ocorrem simultaneamente e

dependem do tratamento dado ao animal antes do abate.

Ocorre algumas horas após o abate,dependendo do porte do animal e da temperatura do ambiente.

A carcaça, inicialmente rígida, retoma a maciez depois de 5 a 20 horas através do rompimento das fibras musculares e pelo aumento da acidez (redução do pH).

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RIGOR MORTIS

O aumento da acidez ocorre pela ação de ácido lático, formado a partir do glicogênio muscular.

O pH do músculo vivo é próximo à neutralidade (cerca de 7), e após o abate pode descer até 5,5 se a reserva de glicogênio for normal.

• pH abaixo de 6,0 revela carne boa para processamento e consumo;

• pH entre 6,0 e 6,2 revela carne para consumo imediato;

• pH acima de 6,4 indica início de decomposição da carne;

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BIOQUÍMICA DA CONVERSÃO DO MÚSCULO EM CARNE

AbateColapso CirculatórioAusência de oxigênioGicólise anaeróbicaDeclínio do pH após a MorteFalta de ATP para Relaxamento da Musculatura

(rigor mortis) Endurecimento da carneAtividade proteolítica (resolução do rigor) A carne volta a ficar macia em razão da

proteólise das fibrasmusculares pela ação das enzimas proteolíticas;

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Fatores Que Influenciam a Cor nos Produtos Cárneos

A cor é um dos principais atributos sensoriais das carnes Fatores que influenciam a cor das carnes:

Quantidade de Mioglobina

Quantidade de Mioglobina em diferentes espécies

IDADE CONTEÚDO DE MIOGLOBINA

VITELO 2 mg/g

BEZERRO 4 mg/g

BEEF “NOVO”

8 mg/g

BEEF “VELHO”

18 mg/g

Espécie Cor Conteúdo de mioglobina

Porco Rosa 2mg/g

Carneiro Vermelho claro

6mg/g

Bovino Vermelho cereja

8mg/g

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Fatores Que Influenciam a Cor nos Produtos Cárneos

O ciclo da cor da carne fresca é dinâmico, permitindo constante interconversão das 3 formas do pigmento, até que a carne seja aquecida à temperatura de cozimento, estabelecendo a cor da metamioglobina irreversível. 

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CARNES MATURADASA maturação permite acentuar o sabor e a maciez das

carnes.

Este processo consiste em manter cortes cárneos em temperaturas próximas à 0 ºC por um período variável de 8 a 12 dias, mantendo a atuação das enzimas naturais que irão promover a proteólise (quebra das fibras musculares) assegurando a maciez do produto e liberando compostos que fornecer aroma às carnes.

As carnes maturadas apresentam coloração escura, porém, após retirar das embalagens retornam à coloração vermelha e razão de novamente terem contato com o oxigênio.

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Cortes de carne

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CURIOSIDADE

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SubprodutosPelesConstituem um dos subprodutos mais valorizados

do abate.

Por este motivo há um cuidado desde do transporte do animal até a entrega nos curtumes.

A espessura da pele é variável conforme a espécie do animal, inclusive dentro da mesma espécie, em relação a determinadas raças e à região do corpo.

Também muito utilizada na fabricação de gelatinas, por serem ricas em colágeno, como os tendões e ossos.

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SubprodutosCouroÉ necessário ser feito o processo de curtimento.

O curtimento é um tratamento químico pelo qual o couro torna-se imputrescível, ou seja, impermeável e não sujeito ao apodrecimento.

Há três tipos de curtimento:  Curtimento Mineral mais conhecido é o à base de cromo, utilizando-

se sulfato de cromo com 33% de basicidade. 

Curtimento Vegetal se dá pela utilização de taninos, ou seja, extrato de plantas que possuem afinidade pelo colágeno, transformando a pele sujeita ao apodrecimento em couro não putrescível. 

No curtimento sintético, são empregados curtentes, em geral orgânicos (resinas, taninos sintéticos), que proporcionam um curtimento mais uniforme e aumentam a penetração de outros curtentes, como os taninos e de outros produtos. Isto propicia, por exemplo, um melhor tingimento posterior. 

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SubprodutosVíscerasA maior parte são comestíveis e com um importante valor para fins terapêuticos,

entre elas:

- Fígado: alto valor nutritivo, utilizado para consumo e no tratamento de anemias pelo seu alto teor em ferro e vitamina A.

- Coração: alto teor em mioglobina, usada em embutidos.

- Rins: consumo “in natura”, usado em diversas preparações culinárias.

- Pulmões: podem ser aplicados em embutidos mas em pequena escala , fonte de heparina (anticoagulante).

- Estômagos: é obtida a pepsina a partir do suco gástrico de suínos, a mucina (úlceras); a renina,obtida de bezerros, tem uso amplo na fabricação de queijo.

- Baço: o extrato de baço de bovino, ovino ou suíno foi estudado como possível agente terapêutico no tratamento de malária, febre tifóide, anemia.

Proibidas em produtos alimentícios: amídalas, glândulas salivares, ovários, baço, outras glândulas, nodos linfáticos e hemolinfáticos, testículos. São muito perecíveis, sendo congelados e mantidos normalmente em temperaturas entre –18 e –25°C.

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Subprodutos

Sangue

Resíduo de elevado valor, em virtude de suas proteínas (rica em aa essenciais), vitaminas e sais minerais.

O sangue dos animais pode ser aproveitado na forma de:

Suplemento protéico

Agente emulsificante

Corante cárneo.

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SubprodutosFarinha de sangue: de acordo com a legislação, é “o

subproduto industrial obtido pelo cozimento a seco do sangue dos animais de açougue, submetido ou não a uma prévia prensagem ou centrifugação e posteriormente triturado.” Deve conter: no mínimo 80% de proteínas e no máximo 10% de umidade.

Sangue em pó: de acordo com a legislação, “Entende-se por sangue em pó o subproduto industrial obtido pela desidratação do sangue por processos especiais.” Mínimo 85% de proteínas e no máximo 8% de umidade.

Plasma: utilizado como ligador em produtos de salsicharia e no enriquecimento de alimentos.

Após a sangria, o sangue é colocado em recipientes apropriados, onde se adiciona anticoagulantes

Posteriormente, o sangue é levado para uma centrífuga , para a separação do plasma e glóbulos vermelhos.

Soro: é obtido de maneira semelhante ao plasma, difere apenas pelo fato do sangue coletado não ser adicionado de anticoagulante. É utilizado pela indústria farmacêutica na produção de vacinas.

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Farinhas de origem animal (FOA)

São constituídas dos resíduos que não servem para o consumo humano:

Carcaças e órgãos e vísceras condenadas pela inspeção sanitária.

A matéria-prima deve:Estar fresca e limpa.

Isenta de pêlos, cerdas, chifres, sangue, fezes e conteúdo estomacal.

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Tipos de farinhasFarinha de carne

Farinha de carne e ossos

Farinha de ossos crus

Ossos serrados

Farinha de fígado

Farinha de pulmão

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Processamento básico das farinhas de origem animal (FOA)

Matéria- prima

Triturador de ossos

Percoladora

Digestor

Embalagem

Moinho de farinha

Prensa/ Centrifugação

Armazenamento

Sebo

Remanescente de sebo

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Digestores

Vísceras não comestíveis

Farinha de carne e ossos

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Aplicações da farinha de ossos

Matéria-prima para a fabricação de pentesIogurtesCápsulas de vitaminasAdubo orgânico para agricultura.

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Aplicações para ossos serrados

Utilizado na fabricação de carvão animal que, devido a alta porosidade.Quando perde, pelo uso, suas propriedades adsorventes, é novamente processado, resultando em carvão ativado, quando perde sua atividade serve como pigmento.

Imitação do marfim em peças artesanaisTeclados de instrumentos musicaisDados e peças ornamentais em geral.

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Envoltórios naturaisSão provenientes de todo trato intestinal,

esôfago e bexiga.São conhecidos vulgarmente como: Tripa fina (intestino delgado), Tripa grossa (cólon), Bexiga - mortadela tipo bolonhesa, forma

arredondada.Culatra (reto) – mortadela tipo tubular

Ling. calabresa Ling. Toscana Ling. Cambuí Ling. Defumada Lombo

Ling. CalabresaSalsichas tipo cozidaLing. FrangoLinguiças de pernilSalsichas Viena

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Processamento básico dos envoltórios

Envoltório

Separação do mesentério

Reviramento envoltório

Esvazimento do contéudo

Mensuração/calibragem

Inspeção

Raspagem mecânica

Salga

Dessecação

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Vantagens e desvantagens utilização dos envoltórios

naturaisVantagens Desvantagens

São comestíveis São altamente contaminados

Elásticos e moldáveis Falta homogeneidade na forma

Permitem troca gasosa com o meio ambiente

Requerem muito trabalho prévio ao seu emprego

São mais macios e suculentos Pouco resistentes

Protegem o agradável sabor do embutido

Tem odor desagradável

Proporcionam boa aparência, tornado mais atrativo.

Proporcionam maior quebra de peso do produto

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SubprodutosGelatina animal e Adesivos

A gelatina é uma substância orgânica nitrogenada cujo valor principal está nas suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas.

Existem quatro tipos de gelatinas: a comestível, a técnica, a fotográfica e a farmacêutica.

Para a fabricação dos quatro tipos de gelatina são usados os carnais (tecidos que ligam a pele animal à carcaça), couros e ossos.

Quando se usam temperaturas mais elevadas, e tempos de aquecimentos mais longos, a gelatina hidrolisa-se e perde algumas propriedades gelificantes.

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SubprodutosCabeça

Primeiro retira-se a língua que pode ser consumida “in natura”, ou utilizada para conservas e salsicharia.

Da cabeça, retira-se a mandíbula inferior e as carnes das bochechas, nuca, e as que participam da sustentação da língua. São enviadas para indústria de conservas e salsicharia.

Posteriormente a cabeça é cortada em dois, onde retira-se o miolo para consumo alimentício.

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SubprodutosFâneros

Os fâneros derivados do abate de animais de açougue que interessam do ponto de vista tecnológico são os cascos, chifres e crinas, cerdas e pêlos, e as penas da aves.

Cascos e Chifres: comercializados para fins de artesanato e dos cascos também pode ser extraído o mocotó.

Crinas, cerdas e pêlos: empregado na fabricação de escovas, pincéis,entre outros.

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SubprodutosGorduras Segundo a legislação, “Entende-se por gordura

comestível de suíno (banha), o produto obtido pela fusão dos tecidos adiposos frescos de suínos ou de matérias-primas outras como é definido neste regulamento.” Artigo 278 do RIIPOA (3)

Proíbe o fabrico de banha com ossos de cabeça, órgãos da cavidade torácica e abdominal, gorduras rançosas, de amídalas, pálpebras e de gorduras de raspagem.

Aplicação : fabricação de sabão, biodisel, etc.

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ConservaçãoPELO FRIO

Refrigeração – temperaturas baixas retardam o crescimento microbiano e também as reações químicas que causam deterioração.

Congelamento – o tempo de estocagem depende da qualidade da carne: no congelamento existem poucas alterações nas propriedades organolépticas da carne.

Quando o congelamento e armazenamento são bem feitos, a carne congelada é semelhante à carne fresca.

PELO CALOR

Calor – temperaturas entre 75 – 100ºC são empregadas na conservação da carne curada. Temperaturas superiores a 100ºC, em produtos enlatados, permitem a eles serem guardados à temperatura ambiente.

Defumação – é um método antigo de conservação dos alimentos, onde estes adquirem características especiais de sabor e cor.

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ConservaçãoPRODUTOS QUÍMICOS

Sal – atua principalmente, diminuindo a quantidade de água no produto e inibido o desenvolvimento microbiano.

Açúcar – o açúcar adicionado a alimentos fermentados age como preservativo.

Nitrito – possui propriedades bacteriostáticas. Além do efeito preservativo, ele confere à carne curada, sua cor característica.

Antioxidantes – retardam o aparecimento de alterações oxidativas nos alimentos.

Estabilizantes – mantêm as características físicas das emulsões e suspensões.

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Industrialização de Carne Seca e Charque

A salga e a desidratação, seguida ou não da defumação, foram e ainda são as formas mais primitivas de conservação da carne.

Difundida como uma variável do charque, a carne seca ficou oficialmente conhecida como "carne bovina salgada curada seca".

É um processo, que além de inibir o crescimento de bactérias, preserva o produto de ações prejudiciais induzidas pelo excesso de umidade; reduz custos de embalagem armazenagem e transporte (já que não necessita ser mantido sob refrigeração); proporciona conveniência e ganho de tempo ao consumidor; etc.

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Carne Seca, Carne de Sol e Charque. Qual a Diferença?

A diferença reside basicamente na técnica de preparo.

Carne de sol: depois de cortada, é ligeiramente salgada e deixada em locais cobertos e bem ventilados.

Exige um clima muito seco, o preparo da carne de sol só é possível nas regiões semi-áridas do Nordeste.

A secagem é rápida, formando uma espécie de casca protetora que conserva a parte de dentro da carne úmida e macia.

Dos três tipos de carne desidratada, é a que cozinha com maior rapidez.

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Carne Seca, Carne de Sol e Charque. Qual a Diferença?

Carne seca: também conhecida como carne-de-vento, carne-do-sertão, carne-do-Ceará, carne-do-Sul, ou jabá.

É esfregada com mais sal e empilhada em lugares secos.

As "mantas" de carne são constantemente mudadas de posição, para facilitar a evaporação.

Em seguida elas são estendidas em varais, ao sol, até completar a desidratação.

Charque: é preparado de modo similar ao da carne seca. O diferencial está na maior quantidade de sal e de

exposição ao sol ao qual o charque é submetido, o que lhe garante uma maior durabilidade.

Page 44: Tecnologia de Carnes

Industrialização de Carne Seca e CharqueTipos de CarnesPonta de agulha, dianteiros e carcaças.

CharqueamentoTambém denominado esponjamento, consiste em

tornar mais finas as proporções musculares mais densas, promovendo assim a multiplicação da superfície e a obtenção de peças uniformes, com espessura em volta de 2 cm.

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Industrialização de Carne Seca e Charque

Fluxo de Fabricação do Charque

Pilha de volta

Ressalga

Lavagem

Secagem

Tombagem

EmbalagemRecebimento e

estocagem

Câmara fria

Desossa

Manteação

Salga úmida

Salga seca

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Industrialização de Charque

Salga úmida: Emprega exclusivamente o sal em solução a 23,5° Baumé ou 95° salômetros (335 g de sal/kg de água), em tanques especiais, com movimentação constante das peças de carne por 30 a 40 minutos e à temperatura de cerca de 15°C.

Salga seca: Dura 12 horas, mas pode chegar a 24 horas. É a operação realizada após a retirada da carne da salmoura.

Ressalga: É feita com a porção gordurosa voltada para cima, consiste também na adição de sal de primeiro uso entre as diversas camadas de carne.

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Industrialização de Charque

Pilha de volta: É formada pela inversão das posições das peças.

Tombos: São inversões em que a parte inferior das peças fica voltada para cima na nova pilha.

Pilha de espera: É feita por razões ligadas às condições atmosféricas ou por questão de ordem comercial.

Lavagem prévia: Imediatamente antes das estendidas feitas para dessecação e conseqüente remoção do excesso de sal da superfície. Realizada em tanques especiais com água e cloro ativo. As peças de carne curadas e lavadas são empilhadas para o escorrimento da água.

Dessecação: A dessecação ao ar livre, através de exposições aos raios solares e ao vento. É realizada com a carne disposta em varais.

Embalagem: O charque é prensado formando pequenos pacotes envoltos em pano de algodão ou, com maior freqüência, embalado em fatias de 500 g a 1 kg em envoltório plástico, sob vácuo.

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Industrialização de Carne Seca

Fluxo de Fabricação da Carne Seca

Embalagem

Matéria-prima

Manteação

Salga

Escorrimento da Salmoura

Secagem

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Industrialização de Carne Seca

Matéria-prima: A mesma da utilizada para o CHARQUE.

Manteação: As postas de carne são "esticadas" em mantas de três a quatro centímetros de espessura e então realizados cortes penetrantes com distâncias e profundidades variáveis conforme a espessura da manta.

Salga: É realizada por esfregação na superfície das mantas, forçando com os dedos a penetração dele nas reentrâncias.

Escorrimento da salmoura: Uma vez salgadas, as mantas são empilhadas no piso sobre uma esteira de palha ou de tábuas colocadas sobre um tanque cimentado.

Exposição ao sol: Salgadas, as mantas são expostas ao sol em varais de madeira, voltadas para o sol nascente nas primeiras horas da manhã, durante 30 e 60 minutos, com a parte da gordura para cima.

Embalagem: As mantas são dobradas sobre si mesmas e embaladas em esteiras de palha costuradas com barbante, em fardos de aproximadamente 100 kg. Esta embalagem permite ao líquido que ainda persistir no fardo de carne evapore naturalmente.

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A salga e secagem são as únicas formas de conservação de carne?

Uso de conservantes como os nitratos e nitritos na chamada cura seca, cujo exemplo é o presunto cru.

Combinação de sais de cura e fermentação lática, como nos salames.

Combinação de sais de cura e cozimento, que resulta nos embutidos curados como as salsichas, mortadelas, linguiças.

Defumação geralmente associada ao cozimento, como no bacon, presunto natalino ou tender e uma variedade de embutidos defumados.

Esterilização de conservas enlatadas como o corned beef, que é uma carne picada, pré-cozida, curada com nitrito, enlatada e esterilizada.

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PRODUTOS DE SALSICHARIA

SALSICHARIA

EMBUTIDOS

NÃO EMBUTIDOS

Emulsionados: Mortadela e salsicha

Não emulsionados: Linguiça, salame, presunto

Hambúguer, kibe, almôndegas

Page 52: Tecnologia de Carnes

PresuntoEntende-se por Presunto Cozido, seguido das

especificações que couberem, o produto cárneo industrializado obtido exclusivamente com o pernil de suínos, desossado, adicionado de ingredientes, e submetido a um processo de cozimento adequado.

Page 53: Tecnologia de Carnes

Presunto

Fluxograma Presunto Cozido

Page 54: Tecnologia de Carnes

Preparação da carne

É dividida em três fases:

Desossa: realizada manualmente devido à falta da maquinaria apropriada.

Corte: Na caixa do presunto, o corte mais usado é chamado 4D, em que a parte é separada ao longo de seus quatro músculos principais. Se a carne for submetida a processamento apropriado, é possível reproduzir a parte inteira destes quatro músculos.

Aparamento: A separação da gordura é importante em determinados tipos de produtos. Também é necessário eliminar o tecido conjuntivo que cerca o músculo com objetivo de facilitar a solubilização das proteínas e impedir a retração durante o tratamento térmico. O mesmo é necessário para os tendões e nervos

Page 55: Tecnologia de Carnes

Presunto

Injeção O processo de cura da carne requer a adição um número

de aditivos e ingredientes que são indispensáveis para sua coloração e sabor. Estes, junto com a água, dão forma à salmoura que será injetada na carne de uma maneira homogênea.

Page 56: Tecnologia de Carnes

Presunto

TambleamentoNeste processo a carne sofre repetidos golpes entre as peças e contra as paredes do equipamento. Geralmente realizada com a carne a uma temperatura de 6 a 8°C.

Benefícios:- Melhor penetração da salmoura- Maior uniformidade da cor- Liberação da proteínas miofibrilares com aumento da capacidade de retenção de água e redução da perda de peso por aquecimento.

Page 57: Tecnologia de Carnes

PresuntoMaturação A combinação do tambleamento e da maturação produzirá a

extração e a solubilização das proteínas desejadas.

É importante que o tempo do maturação seja um mínimo de 24 horas a fim obter bons resultados na distribuição salmoura e da cor.

A maturação é realizada em câmaras frigoríficas a 4°C.

Page 58: Tecnologia de Carnes

PresuntoEnformagem A massa da carne, após a maturação, deve ser colocada nos

moldes os quais durante o cozimento dão ao produto uma forma particular, o que varia de acordo com as demandas do mercado e as possibilidades tecnológicas.

Os moldes podem ser de materiais diferentes: alumínio, alumínio embutido da folha, aço inoxidável e

plástico.

Os moldes mais utilizados são os de aço inoxidável cobertos com polietileno, por razões de higiene.

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PresuntoCozimento Processamento térmico o qual a carne é submetida, envolvendo uma

série de fenômenos físico químicos, bioquímicos e microbiológicos que definirão a qualidade e as propriedades organolépticas do produto final.

Formação do sabor e do aroma característicos.

Estabilização da cor.

Destruição dos microrganismos

O cozimento pode ser em banho de água ou em fornos com vapor, por aproximadamente 30 minutos, até a temperatura no interior do produto atingir 72°C

Coagulação da proteína do músculo.

Antes do cozimento

Carne após cozimento

Page 60: Tecnologia de Carnes

PresuntoResfriamento

É efetuado um pré-resfriamento do produto por meio do chuveiro ou da imersão das formas na água a fim de evitar o calor excessivo das câmaras do refrigeração.

Depois o produto deve permanecer na câmara de refrigeração a 4°C por no mínimo 24 horas antes de ser removido de seu molde e um mínimo de 38 horas antes do comercialização, a fim certificar-se de que a cor e as outras propriedades organolépticas do produto estão estabilizadas.

Page 61: Tecnologia de Carnes

PresuntoDesenformação e Embalagem

Os produtos devem ser desenformados e então embalados em embalagens a vácuo.

Como este processo envolve a manipulação do produto já cozido, deve-se ter um cuidado extremo para reduzir

ao mínimo o risco de recontaminação.

Fabricação de presunto cru

Page 62: Tecnologia de Carnes

Mortadela De acordo com o PIQ ( Padrão de Identidade e Qualidade) MAPA IN n°4 de 2000

Mortadela - Carnes de diferentes espécies de animais de açougue, carnes mecanicamente separadas, até o limite máximo de 60%; miúdos comestíveis de diferentes espécies de animais de açougue (Estômago, Coração, Língua, Fígado, Rins, Miolos), pele e tendões no limite de 10% (máx) e gorduras.

Mortadela Bologna - Porções musculares de carnes bovina e/ou suína e toucinho, embutida na forma arredondada, não sendo permitida a adição de amido.

Mortadela Tipo Bologna - Carnes Bovina e/ou suína e/ou ovina e carnes mecanicamente separadas até o limite máximo de 20%, miúdos comestíveis.

Mortadela Italiana - Porções musculares de carnes de diferentes espécies de animais de açougue e toucinho, não sendo permitida a adição de amido.

Page 63: Tecnologia de Carnes

Mortadela De acordo com o PIQ ( Padrão de Identidade e Qualidade) MAPA IN n°4 de 2000

Mortadela de Carne de Ave - Carne de ave, carne mecanicamente separada, no máximo de 40%, até 5% de miúdos comestíveis de aves ( Fígado, Moela e Coração) e gordura.

. Ingredientes OpcionaisÁgua, Gordura animal e/ou vegetal, Proteína vegetal

e/ou animal, Aditivos intencionais, Agentes de liga, Açucares, Aromas, especiarias e condimentos.

Vegetais (amêndoas, pistache, frutas, azeitonas, etc.)Queijos

Fabricação de Mortadela

Page 64: Tecnologia de Carnes

FLUXOGRAMA DE FABRICAÇÃO DE SALSICHA

Carne Bovina;Carne Mecanicamente

Separada

CutterProgel;Fécula

Mandioca

Compacto Salsicha;

SalGelo

Embutimento

Cozimento

Depelagem

Tingimento

Embalagem

Page 65: Tecnologia de Carnes

SALSICHA

INGREDIENTES %

Carne Mecanicamente Separada de Aves (CMS) 65,000

Carne Bovina 20,000

Sal Refinado 2,000

Progel Kraki 2,000

Fécula de mandioca 2,000

Compacto Salsicha 1671 - Kraki 1,000

Condimento Defumax 114 - Kraki 0,020

Gelo 7,980

TOTAL 100,00

Page 66: Tecnologia de Carnes

FABRICAÇÃO DA SALSICHA• Moer a carne resfriada em moedor com disco 5 mm.

• Picar a CMS em quebrador de blocos.

• Colocar a carne bovina e a CMS no cutter.

• Adicionar sobre a carne pré mix do sal refinado e Compacto salsicha 1671 Kraki.

• Homogeneizar até a temperatura atingir aproximadamente 0ºC.

• Adicionar o Progel Kraki e homogeneizar por mais aproximadamente 30 segundos.

• Adicionar a fécula e homogeneizar por mais 30 segundos aproximadamente ou até a temperatura tingir aproximadamente 10±2ºC.

• Embutir a massa em tripa celulósica calibre 24.

Page 67: Tecnologia de Carnes

Fabricação da SalsichaCozimento:

Cozinhar as salsichas da seguinte forma:

- 20 minutos a 65ºC, com chaminé meio aberta, calor seco.- 20 minutos aproximado a 75ºC, com chaminé fechada- 20 minutos aproximados a 85ºC, com chaminé fechada e vapor até que a

temperatura interna do produto atinja 74ºC.

Choque térmico por aproximadamente 5 minutos.

Resfriar a salsicha até 5ºC.

Depelar a salsicha, ou seja, retirar o envoltório (tripa) celulósica utilizada para dar forma ao produto.

Page 68: Tecnologia de Carnes

Fabricação da SalsichaTingimento:

- Fazer uma solução de Corante Urucum 900 Kraki com 3,5% de concentração.(3,5 kg de Corante Urucum 900 para cada 100 litros de água).

- Em outro tanque, fazer solução ácida da seguinte maneira: 0,100 litro de Ácido Fosfórico Concentrado grau alimentício para cada 100 litros de água.

- Mergulhar a salsicha em solução urucum 900 a 3,5 % por aproximadamente 3 a 5 minutos.

- Em seguida, Mergulhar a salsicha em solução ácida por aproximadamente 2 a 3 minutos.

- Esperar a salsicha secar sob refrigeração.

- Embalar a vácuo.

Page 69: Tecnologia de Carnes

Salame

O salame é um derivado cárneo produzido por processos de cura e fermentação láctica.

No desenvolvimento da cura, os sais de nitrato e/ou nitrito de sódio, ou potássio, são usados como os principais agentes.

Page 70: Tecnologia de Carnes

SalameMatérias-primas: Paleta, toucinho são recebidas e

inspecionadas.

Armazenamento: em câmara de refrigeração (0 a 5°C).

Picador de tocinho: tem a função de reduzir a granulometria do tocinho.

Moedor: 1ª etapa de preparação da massa.

O processo de moagem é dividido em:- Caracol: finalidade de movimentar a matéria-prima evitando acúmulo

de matéria orgânica.

- Disco pré-cortador: reduz a granulometria da carne.

- Disco de granulometria: define a granulometria desejada.

Page 71: Tecnologia de Carnes

SalameMisturador: a carne moída é acondicionada no misturador

junto com os ingredientes não cárneos e cultura starter (obedecendo padrões como ordem de adição de ingredientes e tempo de mistura).

A extração de ar se faz necessário pois aumenta a consistência da massa e evita danos futuros ao produto.

O principal objetivo da mistura é extrair as proteínas miofibrilares, responsáveis pela união das partículas de carne.

Cultura starter – culturas puras de microrganismos.

Page 72: Tecnologia de Carnes

SalameEmbutideira: Tem a função de colocar a massa já pronta

em tripas. Deve-se tomar cuidado para extrair o ar ainda presente.

Hidratação das tripas: realizada em tanques com água, agentes bactericidas e ácido lático para aumentar a resistência e extensão da tripa.

Grampeamento: etapa final da preparação de massa. A massa já embutida em tripas recebe o grampo automaticamente. Após grampeamento, as peças são acondicionadas em varais e encaminhadas aos fumeiros.

Page 73: Tecnologia de Carnes

Salame

Fumeiros: os carrinhos são dispostos nos estaleiros mantendo distância padrão para adquirir uniformidade na defumação.

As peças recebem uma aspersão uniforme de mofo que atua juntamente com a cultura starter adicionada à massa.

Temperatura entre 28 e 32°C. Tempo de permanência mínimo de 36 horas.

Page 74: Tecnologia de Carnes

SalameCura: temperatura controlada nos 15 primeiros dias há um

decréscimo de 18 para 14°C, após a temperatura aumenta gradativamente de 14 para 20°C.

A UR do ar varia entre 70 e 90%.

No final desta etapa (~30 dias) o produto deve apresentar quebra de 37 a 42% do seu peso inicial, textura firme, coloração e aroma característico e sabor levemente ácido.

Page 75: Tecnologia de Carnes

Salame

Lavagem: para retirada de mofos. É feita através de aspersão de água a temperatura ambiente.

Retirada das tripas: após retirada dos mofos, as peças são colocadas em tanque com água a 20°C para facilitar a retirada das tripas.

Embalagem: embalagem primária, seguida de selagem e extração de ar e clipagem. O produto é colocado por 3 segundos em tanque com água a 80°C para termo-encolhimento das embalagens.

Após 24 horas as peças são colocadas nas embalagens secundárias.

Page 76: Tecnologia de Carnes

OBRIGADA!