TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO...

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO ESPECIAL Adriana Cristiani Tavares ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo ALTA FLORESTA/2009

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO ESPECIAL

Adriana Cristiani Tavares

ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

ALTA FLORESTA/2009

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO ESPECIAL

Adriana Cristiani Tavares

Email: [email protected]

ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência

parcial para a obtenção do título de

Especialização em Educação Especial”.

ALTA FLORESTA/2009

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

BANCA EXAMINADORA

ORIENTADOR

Prof. Ilso Fernandes do Carmo

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Dedico a Deus,

pois sem ele, nada seria possível.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a todos que contribuíram direta ou

indiretamente na execução deste trabalho.

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RESUMO

Com as mudanças que vem ocorrendo no mundo de maneira muito rápida

através das novas tecnologias de informação e comunicação, é que a educação especial

precisa desenvolver metodologias e estratégias educativas que interconectem a construção de

conhecimentos e saberes escolares na busca de solução de desafios e situações problemas. As

tecnologias assistivas têm como finalidade de proporcionar aos alunos com necessidades

educativas especiais maior independência, qualidade de vida e inclusão social, o que tem

possibilitado avanços significativos. Os recursos construídos pela tecnologia assistiva tem se

constituído na única maneira, em que diversos alunos com necessidades educativas especiais

possa se comunicar com o mundo a sua volta, de maneira que demonstram os seus desejos e

pensamentos. Esta pesquisa bibliográfica foi realizada com o objetivo de possibilitar aos

profissionais das várias modalidades, níveis e sistemas de ensino, conhecimentos que servirão

de suporte à escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais, na perspectiva

da educação inclusiva. Para fundamentação teórica recorreu-se aos autores: Carneiro, Lopes,

Valente, entre outros. Assim verificou-se que, o computador na educação especial é um

recurso tecnológico que vem para permitir minimizar as dificuldades, possibilitando focar a

atenção nas potencialidades, criatividade e limitações que as pessoas com necessidades

educativas especiais possuem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................07

1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO........................................................................................09 1.1 Avanços Tecnológicos e a Educação Brasileira.......................................................10 2 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS...................................................................................14 2.1 Recursos de Acessibilidade ao Computador ..........................................................17 2.2 Educação Especial e as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação .....21

CONCLUSÃO.........................................................................................................................24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................26

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INTRODUÇÃO

Uma vez que a educação inclusiva desfia a escola e seus educadores, a

identificar e buscar respostas educacionais á necessidades apresentadas por seus alunos,

exigindo reflexões acerca do ensinar e do aprender e o exercício de desfocar a atenção da

aparente limitação do aluno para a possibilidade do vir a ser, esse deve ser o espaço da ação

pedagógica.

Há necessidade de possibilitar aos educadores e gestores a construção de

conhecimentos que os instrumentalizem a realizar as adaptações curriculares nos aspectos

metodológico, avaliativo, físico de grande e pequeno porte para que a educação inclusiva se

efetive no interior da escola.

Diante de tantas e diferentes necessidades, a escola deve ser adaptativa, capaz

de conviver, aprender e ensinar com a “diferença”. A inclusão requer uma reorganização do

sistema de ensino como um todo, uma ressignificação das práticas educativas,um novo perfil

de educador com capacidade de investigar, conhecer as necessidades postas pelo aluno e de

buscar respostas educacionais para as mesmas. A Educação Inclusiva traz aos educadores o

desafio de novas competências técnico pedagógica de planejar, criar situações que favoreçam

o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social e perceptivo-motor de todos os alunos. Isso exige

a formação de um professor reflexivo, questionador, e investigador da realidade da escola e da

sua própria prática docente.

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Esta pesquisa bibliográfica foi realizada com o objetivo de possibilitar aos

profissionais das várias modalidades, níveis e sistemas de ensino, conhecimentos que servirão

de suporte à escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais, na perspectiva

da educação inclusiva.

Para o desenvolvimento do trabalho buscou-se fundamentação teórica sobre a

tecnologia e educação, avanços tecnológicos e a educação brasileira, as tecnologias assistivas,

recursos de acessibilidade ao computador e a educação especial e as novas tecnologias de

informação e comunicação.

Deseja-se que este trabalho aponte alguns enfoques que venham a contribuir de

alguma forma para os docentes que trabalham com educação especial, pois as mudanças

atualmente enfrentadas, se faz interagir com as pessoas de forma rápida, criativa. Os

professores têm um papel fundamental nesse contexto, preparar projetos bem elaborados, de

utilização dos recursos tecnológicos de forma que leve a uma mudança da prática pedagógica.

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1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

A integração entre educação, sociedade e tecnologia é algo amplamente

discutido nos dias atuais. No entanto ainda não se sabe a maneira certa de aplicar esses

recursos ao processo de ensino aprendizagem. Na maioria das vezes estes projetos acabam

sendo usados apenas como atividade extraclasse e quase nunca como ferramenta

complementadora da ação pedagógica.

Segundo CARNEIRO (2002), busca-se cada vez mais associar os elementos:

educação e tecnologia como sinônimo de modernidade, porém de nada adianta um aparato

tecnológico se os profissionais da área ainda encontram uma grande barreira no seu uso. Seja

por desinformação, falta de tempo ou acesso; o fato é que o correto uso da tecnologia

enquanto possibilitadora de acesso ao conhecimento ainda é bastante escasso. A escola não

pode se manter distante desta realidade, ao contrário, deve ser o ambiente propiciador na

aquisição dessa competência, já que muitas vezes acaba sendo o único meio que o indivíduo

possui de ingressar neste vasto mundo tecnológico.

Segundo LOPES (2002), as últimas décadas do séc. XX constituíram-se em um

período de grandes transformações, com inúmeras alterações políticas e econômicas na

sociedade mundial, acompanhadas do surgimento de diversas inovações tecnológicas que

possibilitaram a universalização da informação e permitiram saber, quase que

instantaneamente, o que se passa em qualquer ponto da superfície do planeta.

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Pela velocidade no recebimento e pela quantidade das informações recebidas, a

vida moderna transformou-se em um imenso caleidoscópio de imagens e sons, que torna

rapidamente obsoleto o conhecimento recentemente adquirido.

Por isso, saber selecionar "o que" e "quanto" se quer saber de um determinado

assunto; "onde" e" como" encontrar as informações desejadas, passou a representar um fator

importante na formação de qualquer pessoa que deseje, acompanhar o desenvolvimento da

sociedade contemporânea e de seu campo ou área de atuação.

Para LOPES (2002), é óbvio que tamanha transformação no modo de vida dos

indivíduos não poderia deixar de atingiras organizações escolares. Atualmente, os educandos

recebem um volume imenso de informação fora das organizações escolares, por meio das

mais diversas mídias, com velocidades alucinantes.

Além disso, diariamente educadores e educandos vêem-se obrigados a fazerem

uso das novas tecnologias da informação e comunicação para obterem as informações

necessárias para sua prática cotidiana.

1.1 AVANÇOS TECNOLÓGICOS E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Segundo CARNEIRO (2002), hoje em dia qualquer indivíduo, ao assistir a um

programa de televisão, ouvir um programa de rádio, falar ao telefone, ler um livro, andar de

automóvel, já usufrui das mais avançadas tecnologias. Isto sem falar de uma cópia xérox ou

de um saque bancário.

Em conseqüência disto, pensar a escola contemporânea e seu professor, sem o

conhecimento e o domínio das novas tecnologias, seria condená-los a permanecer na Idade

Média, negando às gerações presentes e futuras o acesso à informação e aos novos

conhecimentos, parte fundamental na construção da sociedade da informação, que se

configura para o próximo milênio.

Entretanto, conforme atestam diversos estudos, os professores e demais

profissionais do campo da Educação têm tido muita dificuldade em incorporar e trabalhar com

as mais recentes tecnologias em sala de aula, em especial as novas mídias.

Sabe-se que para se incorporar os diversos recursos tecnológicos à prática

educativa não basta só a presença do equipamento ou da máquina, mas é necessário que se

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discuta, antes, qual é o papel de cada recurso tecnológico no processo de ensino-

aprendizagem.

“Verificamos que existem diferentes concepções do que seja Recursos

Tecnológicos, sendo a concepção de tecnologia mais conhecida e

generalizada em na sociedade é a que associa este termo à utilização de

máquinas ou equipamentos para a resolução de problemas ou execução de

tarefas em nosso dia-a-dia. Esta concepção de tecnologia tem, entre outros,

o efeito de reduzir este conceito à simples utilização de equipamentos

audiovisuais ou de informática” (CARNEIRO, 2002 : 54).

Apesar da "máquina" representar um elemento importante da tecnologia; um de

seus produtos; uma conseqüência do processo tecnológico, é um erro concebê-la como seu

componente principal. A tecnologia não pode ser simplesmente identificada ou associada a

um equipamento, mídia ou máquina, quaisquer que sejam, pois as regras, as técnicas, os

procedimentos, os modelos e as metodologias também são tecnologia.

Por isso, a tecnologia deve ser considerada como uma maneira de tratar ou uma

forma de ver a realidade; uma maneira de abordar, de definir e de resolver um determinado

problema, que se apresenta na vida real. Constitui, pois, um processo que compreende a

pesquisa e o desenvolvimento de soluções, e não deve estar associada exclusivamente aos

produtos materiais que ela tem gerado.

Para CARNEIRO (2002), diante dessa postura, a pergunta fundamental a ser

formulada é como a ciência e a tecnologia podem instrumentar o educador e auxiliá-lo no

processo de ensino-aprendizagem, pois, seja qual for à posição que se tome, é impossível

negar a importância que a tecnologia, tanto como processo quanto como produto, tem nos dias

atuais. Afirma que as transformações pelas quais está passando a sociedade contemporânea,

obriga-se a reavaliar aquilo que está se fazendo em Educação.

Nas organizações escolares do novo milênio, os educandos devem ser

ensinados a "aprender a aprender", abrindo-lhes a oportunidade de conhecer os caminhos que

os levem a encontrar as informações somente "quando" e "se" necessárias, não obrigando-os a

decorar uma enciclopédia, mas sim ensinando-os a saber como usá-la. Em conseqüência

disso, a principal função das organizações escolares função, neste novo contexto, passa a ser

auxiliar o educando a desenvolver as aptidões, competências e habilidades necessárias para

seu engajamento no mundo moderno, concentrando seus esforços naquelas atividades

consideradas mais importantes pelo novo paradigma da educação vigente, e não simplesmente

entulhando-o de informações, que se tornarão inúteis rapidamente.

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O termo Tecnologia Educacional engloba o uso de toda e qualquer forma de

tecnologia relevante para a educação e não somente aquelas desenvolvidas especificamente

para instrução ou transmissão de um determinado conteúdo.

As novas tecnologias da comunicação e informação, em especial, permitem o

desenvolvimento de uma capacidade maior de observação da realidade e, conseqüentemente,

de uma percepção espacial mais acurada dos fenômenos naturais e sociais, um valioso

instrumento para despertar a curiosidade e o interesse do educando nos temas apresentados,

importantes aliados no processo ensino-aprendizagem.

Segundo CARNEIRO (2002), associadas a outros recursos, as novas

tecnologias permitem:

• Trazer imagens e informações de lugares distantes para a sala de aula;

• Traduzir, principalmente através de imagens, conceitos de difícil

explicação;

• Ampliar e detalhar a informação imagética, partindo do referencial geral

para o detalhado;

• Transmitir mapas e imagens com riquezas de detalhes;

• Obter dados e informações constantemente atualizados;

• Estimular o gosto pela busca e pesquisa de outros ambientes e culturas.

O uso das tecnologias ajuda a criar ambientes ricos em possibilidades de

aprendizagem nos quais as pessoas podem aprender qualquer coisa, pois sentem-se

interessadas e motivadas e não vítimas de um processo formal e deliberado de ensino.

Além disso, os recursos didáticos das referidas tecnologias, possibilitam criar,

podem estimular o interesse no estudo e investigação de outros assuntos importantes na

formação de um cidadão crítico e atuante.

O conhecimento ainda não é o saber, e o saber escolar não é todo saber: ele é

seleção e interpretação dos conhecimentos cuja aquisição é julgada indispensável ao

desenvolvimento pessoal e à competência dos que aprendem.

De acordo com CARNEIRO (2002), o reconhecimento de uma sociedade cada

vez mais tecnológica deve ser acompanhado de conscientização e necessidade de incluir nos

currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. No

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contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em

que o componente tecnológico não pode ser ignorado.

Assim pode-se concluir que as novas tecnologias e o aumento exponencial da

informação levam a uma organização de trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível

especialização dos saberes, a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar, o fácil acesso à

informação e a consideração do conhecimento como um valor precioso, de utilidade na vida

econômica.

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2 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

A evolução das novas tecnologias de informação e comunicação que vem

ocorrendo no mundo, de forma contínua e rápida, caminhando na direção de tornar a vida das

pessoas mais fácil. O ser humano utiliza constantemente instrumentos físicos e culturais que

foram desenvolvidas para favorecer e simplificar a vida, como computadores, controle

remoto, telefones celulares, relógio digital, semáforo eletrônico, caixas eletrônica em bancos e

supermercados, etc., que minimizam o tempo cronológico facilitando o desempenho e

funções, assimilando à rotina.

Segundo HOGETOP (2001), todas as inovações tecnológicas que vem

ocorrendo, torna a vida das pessoas mais fáceis e prática e, para as pessoas com deficiência

torna as coisas possíveis, possibilitando a ampliar a sua comunicação com os outros

indivíduos, a sua mobilidade, o controle dos recursos tecnológicos, construindo habilidades

de seu próprio aprendizado e trabalho, proporcionando assim, uma maior independência,

qualidade de vida, e inclusão social.

As Tecnologias Assistivas é um termo utilizado para identificar todos os

recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de

pessoas com necessidades especiais. Deve ser entendida como um auxílio que promoverá a

ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função

desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência.

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As Tecnologias Assistivas tem como função eliminar barreiras de acesso ao

mundo pelas pessoas com necessidades especiais, propondo vários tipos de ajudas e soluções

desde uma simples bengala, até complexos sistemas computadorizados.

Conforme relata MONTOYA, apud HOGETOP (2001), as Tecnologia

Adaptativas/Assistivas na informática além de servirem para compensar incapacidades,

podem estender e valorizar o contexto de desenvolvimento e atuação das PNEEs.

“(...) ao utilizar os sistemas de ajuda apoiados pelo computador, um aluno

não-verbal, por exemplo, pode falar ou escrever ainda que apenas possa

controlar o seu pestanejar; um aluno cego através de um Braille portátil, ou

um aluno com deficiência motora levando um computador acoplado a sua

cadeira de rodas, podem participar e realizar normalmente, tarefas a nível

universitário; pessoas com severas deficiências motoras e de fala, tem a

oportunidade de controlar e manipular diferentes dispositivos domésticos

que favorecem suas independências e autonomia” (MONTOYA apud

HOGETOP, 2001 : 3).

A Tecnologia Assistiva, foi criada oficialmente em 1988 na legislação norte-

americana, conhecida como Public Law 100-407, que compõe a um conjunto de leis, na qual

regula os direitos dos cidadãos com necessidades especiais a serviços especializados, e prover

uma base legal de recursos públicos para compra de materiais e equipamentos específicos

para cada deficiência.

O termo Tecnologia Assistiva aparece no Brasil diferentes formas, tais como

“Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio” e “Adaptações”. No meio acadêmico aparece

como conteúdo de disciplinas ou disciplina constituída de cursos de graduação; em programas

de extensão universitária; fazendo parte de programas de especialização e mestrado; como

tema de interesse de pesquisa da reabilitação e da educação. Embora seja temas de algumas

teses, apenas algumas universidades brasileiras estão começando a tratar dessa temática, bem

como, os profissionais que estão envolvidos ainda é pequeno.

A legislação brasileira apresenta o tema como ajuda técnica, presente na Lei

10.098/94, no Decreto 3.298/99, e no Decreto 5.296/04 que estabelece normas gerais e

critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou

com mobilidade reduzida.

Segundo BERSCH (2005), em seu Art. 2o define a acessibilidade como a

possibilidade e condição de alcance dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das

edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, de utilização por pessoas

com necessidades especiais, com segurança e autonomia. Em seu capítulo VIII trata

especificamente das ajudas técnicas, o artigo 21 trata-se de apoio do Poder Público à pesquisa

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e das agências de financiamento, fomentar programas destinados a prevenção,

desenvolvimento tecnológico de ajudas técnicas para as pessoas portadores de deficiência.

No Decreto 3.298/99, em seu artigo 19 consideram-se ajudas técnicas, os

elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou

mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as

barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. No

Parágrafo único, define como ajuda técnica a criação de elementos especiais para facilitar a

comunicação, a informação e a sinalização para pessoa portadora de deficiência.

BERSCH (2005), no Decreto 5.296/04 em seu artigo 8º acessibilidade e

definida como uma condição para ser utilizada por pessoa portadora de deficiência ou com

mobilidade reduzida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos

serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, com

segurança e autonomia, total ou assistida.

As ajudas técnicas são definidas no presente Decreto, como produtos,

instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para

melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida,

favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida.

BERSCH (2005), afirma que em seu capítulo VI trata-se do acesso à

informação e à comunicação: Artigo 47 a obrigatoriedade de acessibilidade nos portais e

sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de computadores (internet), para o

uso das pessoas portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às

informações disponíveis. Em seu § 3º Os telecentros comunitários instalados ou custeados

pelos Governos Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal devem possuir instalações

plenamente acessíveis e, pelo menos, um computador com sistema de som instalado, para uso

preferencial por pessoas portadoras de deficiência visual. Art.49.As empresas prestadoras de

serviços de telecomunicações deverão garantir o pleno acesso às pessoas portadoras de

deficiência auditiva, por meio das seguintes ações: Serviço Telefônico Fixo Comutado;

instalar, mediante solicitação, em âmbito nacional e em locais públicos, telefones de uso

público adaptados para uso por pessoas portadoras de deficiência;garantir a existência de

centrais de intermediação de comunicação telefônica a serem utilizadas por pessoas

portadoras de deficiência auditiva, que funcionem em tempo integral e atendam a todo o

território nacional, inclusive com integração com o mesmo serviço oferecido pelas

prestadoras de Serviço Móvel Pessoal. Art.52.Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de

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aparelhos de televisão equipados com recursos tecnológicos que permitam sua utilização de

modo a garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva

ou visual. Art.56.O projeto de desenvolvimento e implementação da televisão digital no País

deverá contemplar obrigatoriamente os três tipos de sistema de acesso à informação de que

trata o art. 52. Art.60. Os programas e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o

apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de financiamento deverão

contemplar temas voltados para tecnologia da informação acessível para pessoas portadoras

de deficiência. Em seu Parágrafo único, será estimulada a criação de linhas de crédito para a

indústria que produza componentes e equipamentos relacionados à tecnologia da informação

acessível para pessoas portadoras de deficiência.

Em seu capítulo VII define ajuda técnica os produtos, instrumentos,

equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a

funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a

autonomia pessoal, total ou assistida. Bem como, estimula a criação de linhas de crédito para

a indústria que produza componentes e equipamentos de ajudas técnicas. O desenvolvimento

científico e tecnológico de produção de ajudas técnicas deve ocorrer a partir de parcerias com

universidades e centros de pesquisa para a produção nacional de componentes e

equipamentos. BERSCH (2005), chama atenção aos avanços que apresenta o Decreto

5.296/04, sua fala:

“O Decreto 5.296 é sem dúvidas uma grande passo no campo da

Tecnologias Assistivas no Brasil, mas precisa ser transformado em

realidade. Seus propósitos de dar auxílio à pesquisa, linha de crédito à

indústria, financiamento a pessoas com deficiência para aquisição de TA,

dedução do valor pago ao imposto de renda, isenção de tributos para

importação, redução de impostos incidentes sobre estes produtos e a

formação de um Comitê de Ajudas Técnicas que participará do Programa

Nacional de Acessibilidade a ser supervisionado pela CORDE ficam ainda à

espera de sua execução” (BERSCH, 2005, p. 68).

Em 2005 o Ministério da Educação lançou o Portal de Ajudas Técnicas e

apresenta vários recursos interessantes à educação de alunos com deficiência, na área de

material pedagógico adaptado e da Comunicação Alternativa.

2.1 RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR

As Tecnologias Assistivas como recursos para o computador é conjunto de

hardware e software especialmente idealizado para torná-lo acessível, no sentido de que possa

ser utilizado por pessoas com necessidades educativas especiais.

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Os equipamentos tecnológicos são: teclados modificados, teclados virtuais com

varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz,

scanner, monitores especiais, impressoras braile, ponteiras de cabeça por luz entre outros.

Segundo SANTAROSA (2009), hoje no mercado existem vários modelos de

mouse adequados às possibilidades motoras do indivíduo. O mouse denominado Tracer,

permite às pessoas com degeneração muscular, quadriplegia entre outras deficiências que

impedem o movimento da mão, a utilizarem tal dispositivo, a partir de movimentos da

cabeça.

Os teclados ergonômicos são teclados modificados desenhados com o intuito

de diminuir a tensão e sobrecarga dos dedos, mãos ou punho, permitindo várias possibilidades

de ajuste para o alcance da postura mais adequada e cômoda para o usuário. Os miniteclados,

mais reduzidos, favorecem o uso às pessoas com controle limitado dos braços e mãos,

enquanto que para os teclados expandidos ocorre o contrário: neste há maior espaçamento

entre as teclas possibilitando desta forma, que o usuário apóia a sua mão sem tocar nas demais

teclas.

Para aprimorar o acesso no uso dos teclados, tem-se ainda disponíveis outros

recursos, tais como: A “colmeia” de acrílico ou metacrilato, colocado acima do teclado

original, consiste numa superfície retangular perfurada cujos orifícios situam-se acima das

teclas (este recurso é importante para aqueles com reduzido controle motor permitindo que

localizem as teclas com os dedos ou um apontador).

Segundo SANTAROSA (2009), o adaptador bucal é outro dispositivo para

indicar ou apontar, semelhante ao ponteiro de cabeça, porém usado para ter-se acesso com a

boca, aos diferentes tipos de teclado, a tela sensível ao toque ou manipular objetos.

Os softwares de reconhecimento de voz: permite a pessoa introduzir

informações e comandos ao computador dando apenas ordens verbais (letras, palavras ou

frases). Na verdade, a voz substitui o teclado ou o mouse. É um software de uso pessoal, já

que o sistema adapta-se e reconhece apenas aquelas palavras ou ordens “ensinadas” pelo

usuário que as introduziu e as quais foram digitalizadas e armazenadas, criando uma lista ou

dicionário com as mesmas. Alguns programas possibilitam que a voz se adapte e funcione

com mais precisão conforme seu maior uso. Para isso, o programa vai comparando resultados

do processo acústico com os modelos linguísticos, determinando assim, a palavra mais

provável. O software viabiliza a interação com o computador via voz e, assim, podem ser

utilizados por pessoas que estejam com a mobilidade dos membros superiores comprometida.

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Em geral, aplicações que podem ser utilizadas amplamente via teclado também

podem ser acionadas via síntese de voz. Exemplos de sistemas para entrada de voz são o IBM

Via Voice e o Motrix. Outro exemplo de tecnologia assistiva é o sistema operacional

DOSVOX, desenvolvido pelo grupo de pesquisa do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE)

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse sistema, desenvolvido para

microcomputadores da linha PC, com mais de 80 programas - editores de texto, telnet, ftp,

navegadores, jogos, etc, é gratuito e tem sido amplamente utilizado no Brasil por pessoas com

deficiência visual e instituições de ensino com alunos com necessidades educativas especiais,

como as APAEs, Pestalozi.

Segundo MELO (2009), as impressoras Braille emitem um sinal sonoro

diferenciado para informar ao usuário cego se está conectada, desconectada ou se falta papel.

Modelos mais recentes, de tamanho portátil, apresentam sintetizador de voz, podendo ler

textos diretamente do seu computador. Imprimem, em papel, informações codificadas em

texto para o sistema braile (textos, partituras, equações matemáticas, gráficos). Existem

impressoras braile, que utilizam um sistema denominado interpontos, viabilizando a

impressão dois lados do papel.

As pessoas com necessidades especiais ao acessar a web, encontra várias

barreiras ao navegar, mas existe várias possibilidades de interação no ambiente de acordo

com cada deficiência. Descreveremos as possibilidades nos parágrafos abaixo.

Segundo MELO (2009), para deficiência visual e preciso que se tenha um

leitor de tela: é um software que lê o texto que está na tela do microcomputador e a saída

desta informação é através de um sintetizador de voz ou um display braille - o leitor de tela

"fala" o texto para o usuário ou dispõe o texto em braille através de um dispositivo onde os

pontos são salientados ou rebaixados para permitir a leitura. Um navegador textual: é baseado

em texto, diferente dos navegadores com interface gráfica onde as imagens são carregadas. O

navegador textual pode ser usado com o leitor de tela por pessoas cegas e também por pessoas

que acessam a internet com conexão lenta. Um navegador com voz: é um sistema que permite

a navegação orientada pela voz. Alguns possibilitam o reconhecimento da voz e a

apresentação do conteúdo com sons, outros permitem acesso baseado em telefone (através de

comando de voz pelo telefone e/ou por teclas do telefone). E um amplificador de tela:é um

software que amplia o conteúdo da página para facilitar a leitura.

Algumas pessoas com a deficiência auditiva têm como primeira língua, a

língua de sinais e podem ou não ler fluentemente uma outra língua, ou falar claramente. Para

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acessar a web, muitas pessoas dependem de legendas para entender o conteúdo do áudio.

Pode ser necessário ativar a legenda de um arquivo áudio; concentrar muito para ler o que está

na página, ou depender de imagens suplementares para entender o contexto do conteúdo. Os

usuários também podem necessitar de ajuste no volume do áudio.

Para deficiência física ou motora pode envolver fraqueza, limitação no controle

muscular (como movimentos involuntários, ausência de coordenação ou paralisia), limitações

de sensação, problemas nas juntas ou perda de membros. Algumas pessoas podem sentir dor,

impossibilitando o movimento. Para acessar a web, as pessoas com problemas nas mãos ou

braços podem utilizar um mouse especial, um teclado alternativo com disposição da teclas

que estejam de acordo com o movimento da mão, um dispositivo tipo ponteiro fixado na

cabeça, na mão ou na boca; software de reconhecimento de voz; ou outras tecnologias

assistivas para acesso e interação.

O teclado alternativo é um dispositivo de hardware ou software que pode ser

usado por pessoas com deficiência física, que fornece um modo alternativo de dispor as teclas

como por exemplo, teclado com espaçamentos maiores ou menores entre as teclas. Podem

também possuir travas que permitem a pressão de uma tecla por vez, teclado na tela ou outras

modalidades.

Segundo MELO (2009), as pessoas com deficiência mental podem apresentar

dificuldades em processar a linguagem escrita ou oral; focar uma informação ou entender

informações complexas. Para acessar a web, as pessoas com deficiência na aprendizagem,

podem necessitar de diferentes modalidades ao mesmo tempo, para acessar a informação. Por

exemplo, alguém que possui dificuldade na leitura, pode usar um leitor de tela com

sintetizador de voz para facilitar a compreensão do conteúdo da página, enquanto uma pessoa

com dificuldade em processar a audição, pode ser auxiliado por legendas para entender um

áudio. Outras pessoas precisam desativar animações ou sons a fim de focar o conteúdo da

página, necessitar de mais tempo ou depender de imagens para entender o que lhe está sendo

informado.

Portanto, os autores de conteúdo de páginas web e de recursos técnicos para

pessoas com necessidade educativas especiais devem ter clareza que é esse público que não

pode ficar excluído do novo contexto que ocupa as novas tecnologias de informação e

comunicação. Os órgãos governamentais devem fazer cumprir os dispositivos legais, e levar

as todo as pessoas com necessidades especiais a terem sua verdadeira cidadania,

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proporcionando-lhes o controle dos recursos tecnológicos, levando-os a terem maior

independência, qualidade de vida e a inclusão social..

2.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

Segundo VALENTE (1991), com as mudanças que vem ocorrendo no mundo

de maneira muito rápida através das novas tecnologias de informação e comunicação, é que a

educação especial precisa desenvolver metodologias e estratégias educativas que

interconectem a construção de conhecimentos e saberes escolares na busca de solução de

desafios e situações problemas.

Nesse sentido, os saberes escolares são instrumentos culturais que

desenvolvem no aluno com necessidades educativas especial a capacidade de dar sentido a

informação, de fazer relações, de aprender a aprender.

Bem como, as ações educativas tem de ser redirecionadas a colocar o aluno

com necessidades educativas especiais no centro da aprendizagem, levando em consideração

as suas possibilidades e limitações no papel ativo do ato de aprender. Além disso, é

necessário que o professor tenha clareza dos diferentes estilos de aprendizagem, das diferentes

capacidades, interesses, situações e motivação dos alunos. O professor deve oferecer-lhes um

ambiente de aprendizagem, acreditando nas potencialidades de cada aluno, valorizando e

estimulando a sua criatividade e iniciativa, possibilitando a interação uma interação com as

pessoas e com meio em que vivem.

O fazer educativo ocorre na mediação do processo de ensino aprendizagem, o

professor é o mediador da construção do conhecimento pelo aluno com necessidades

educativas especiais. Nesse sentido, deve saber como direcionar ou facilitar a aprendizagem,

para que o aluno possa interagir com o ato de aprender de acordo com as suas potencialidades,

incorporando os saberes escolares de uma maneira significativa e eficiente.

Portanto, as tecnologias da informação e comunicação, especificamente o uso

do computador, é um recurso pedagógico que traz vários benefícios para a educação especial,

pois, propicia um ambiente de aprendizagem, criando condições para que o aluno exercite a

capacidade de procurar e selecionar informação, resolver problemas e aprender

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independentemente. O ambiente de aprendizagem, com a utilização do computador leva o

aluno com necessidades educativas especiais a construir a sua própria aprendizagem.

“(...) o computador, além de ser um objeto deste ambiente, ele tem a função

de auxiliar o processo de resolução de problemas, tornando possível a

manipulação de conceitos envolvidos nos problemas sendo resolvidos,

portanto, propiciando meios para o aprendizado destes conceitos”

(VALENTE, 1991: 4).

Para SANTAROSA (2009), construir ambiente de aprendizagem com os

recursos das novas tecnologias de informação e comunicação, deve- se buscar novas

metodologias com estratégias e intervenção para que possa possibilitar/favorecer o

desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor de pessoas de necessidades educativas

especiais.

O computador é um recurso flexível, passível de ser adaptado aos diferentes

tipos deficiência, como: caderno eletrônico para deficiente físico, ponte entre o concreto e o

abstrato para o deficiente auditivo, integrador de representações para o deficiente visual,

mediador da interação entre o autista e o mundo das pessoas, objeto desafiador para criança

deficiente mental. “Entendemos que o uso de computador na criação de ambientes de

aprendizagem traz muitos desafios para a prática pedagógica escolar, ou seja, entender as

novas formas de ensinar e aprender” (VALENTE, 1991: 6).

Após essas pontuações, as teorias educacionais tem como finalidade ajudar a

compreender a complexidade desse processo e a propor novas ações que vem representar a

criação e uso de ambientes de aprendizagem nos quais a tecnologia contribuem na construção

do conhecimento, impulsionando novas práticas pedagógicas que traz mudanças na educação

especial.

PAPERT (1994) construiu o conceito de construcionismo para designar uma

nova abordagem de uso educacional do computador voltado para a aprendizagem do aluno em

interação com o computador na busca de informações significativas para a aprendizagem. O

computador pode ser uso como fonte de informação, mas sobretudo é um instrumento de

representação sobre o conhecimento em construção, de troca de informação e de elaboração

colaborativa.

No Brasil, essa abordagem foi desenvolvida por VALENTE (1991)

denominada de construcionismo contextualizado. O termo construcionismo é utilizado no

sentido da construção do conhecimento fundamentado numa ação concreta de uma ação que

produz uma ação palpável de interesse pessoal de quem produz; e contextualizado, no sentido

de que o produto se vincula à realidade da pessoa que o desenvolveu.

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PAPERT (1994) ao criar a abordagem construcionista se inspirou nas idéias

Piagetianas sobre desenvolvimento e aprendizagem, estabeleceu inter-relações com outros

pensadores, entre os quais destacam-se Dewey, Freire e Vygotsky, no emprego da linguagem

de programação. Logo para a representação e construção de conhecimento de quem manipula

o computador, não somente dos especialistas que elabora programas para fornecer

informações.

VALENTE (1991) ampliou o conceito de construcionismo, ao dar especial

atenção ao papel do professor como mediador facilitador e orientador no processo de

aprendizagem do aluno e ao especificar os elementos constitutivos do ciclo descrição-

execução-reflexão-depuração, que se retroalimentam mutuamente formando uma espiral

ascendente da evolução do conhecimento e da aprendizagem.

Assim, para se capaz de realizar tarefas e resolver problemas por meio do

computador, o aluno pode utilizar software abertos, como linguagens de programação, os

sistemas de autoria para a construção de multimídia, os processadores de texto. Nesse caso, o

aprendiz tem que descrever para o computador todos os passos do processo de resolução de

um problema.

Segundo ALMEIDA (2004), o computador executa as ações que foram

fornecidas e apresenta na tela um resultado que pode ou não coincidir com o que o aprendiz

esperava. Se a resposta coincide, o aluno pode considerar que o problema está resolvido pelo

computador não correspondem ao que foi desejado, o aprendiz tem que refletir sobre o que

fez e depurar suas idéias, buscando as informações necessárias, incorporando-as ao programa

e, em seguida, repetir o ciclo da descrição-execução-reflexão-depuração-descrição.

No ciclo descrição-execução-reflexão-depuração o aluno não simplesmente

colocada diante do computador, pois a interação aluno-computador necessita da intervenção

do professor que tem o conhecimento do processo de aprendizagem baseado na construção de

conhecimento.

Esse profissional tem que atentar para as idéias do aprendiz e saber como

intervir na hora certa, de modo a auxiliar o seu aluno no processo construção de

conhecimento.

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CONCLUSÃO

Com este estudo pode-se concluir a relevância da tecnologia na educação

especial. Vive-se em uma época de grandes e de rápidas transformações. As mudanças

promovidas pelas novas tecnologias da informação e comunicação são muitos marcantes, e

seus efeitos acabam se espalhando por todos os campos do saber e da vida humana, e em

especial das pessoas com necessidades educativas especiais.

A escola especial é o lugar onde isso pode ser sentido e vivido, com reflexo da

sociedade em que pessoas com necessidades educativas especiais estão inseridas.

Os professores devem ser os mediadores desse novo contexto sócio cultural

com os alunos com necessidades educativas especiais, apresentando de forma critica e

reflexiva as informações e comunicações que são trazidas pelas novas tecnologias da

informação e comunicação e que estão presentes em nosso dia a dia.

As tecnologias assistivas têm como finalidade de proporcionar aos alunos com

necessidades educativas especiais maior independência, qualidade de vida e inclusão social, o

que tem possibilitado avanços significativos. Os recursos construídos pela tecnologia assistiva

tem se constituído na maneira, em que diversos alunos com necessidades educativas especiais

possam se comunicar com o mundo a sua volta, demonstrando seus desejos e pensamentos.

Porém, o computador na educação especial não deve ser visto como ferramenta

que vem salvar as dificuldades existentes, mas, como um recurso tecnológico que vem para

permitir minimizar as dificuldades, possibilitando focar a atenção nas potencialidades,

criatividade e limitações que as pessoas com necessidades educativas especiais possuem.

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Levando-as a terem uma verdadeira cidadania, participantes dos avanços que as informações

trazem através das novas tecnologias de informação e comunicação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M. E. B. de. Inclusão digital do professor: formação e prática pedagógica. São

Paulo: Articulação, 2004.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.

CARNEIRO, Raquel. Informática na educação. São Paulo; Cortez, 2002.

HOGETOP, L. Tecnologias assistivas/adaptativas: viabilizando a acessibilidade ao

potencial individual. Brasília: MEC, 2001.

LOPES, José Junior. A introdução da informática no ambiente escolar. Rio Claro:

UNESP, 2002.

MELO, Amanda Meincke. Tecnologias assistivas. IN: www.serpro.gov.br/aces. Acesso em

01 de fev.2009.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

SANTAROSA, L. M. C. Tecnologias assistivas/adaptativas: viabilizando a acessibilidade

ao potencial individual. IN: www.nied.unicamp.br/~proinesp. Acesso em 02 fev. 2009.

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VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial. Campinas: Graf.

Central da UNICAMP, 1991.

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