Tecno gravura[1][1]

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GRAVURA

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História

Os utensílios mais antigos usados para gravar ou marcar uma imagem sobre uma superfície foram encontrados na Babilônia, cidade antiga da Mesopotâmia, que ficava às margens do rio Eufrates, onde hoje é o Iraque. Há quase três mil anos atrás, os babilônios usavam um tipo de cilindro com imagens e textos em relevo que eram pressionados sobre uma placa de argila como forma de imprimir uma marca pessoal, como um selo.

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Por volta do ano de 200, os chineses já usavam pequenas peças de jade, ouro ou marfim, nas quais esculpiam símbolos em alto-relevo. Essas peças eram cobertas de tinta e pressionadas sobre documentos para autenticá-los, reconhecendo-os como verdadeiros. Aproximadamente no ano 800 os chineses já faziam impressões de imagens para divulgar a religião budista, usando uma matriz de madeira. A técnica de gravura permitiu a reprodução de desenho muito antes de a impressa permitir a reprodução da palavra escrita.

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A impressa é considerada uma das grandes conquistas da humanidade. Ela possibilitou a multiplicação dos textos, aumentando a circulação da informação e a divulgação do conhecimento. Por volta de 1500, foram desenvolvidas na Europa as primeiras máquinas empregadas na impressão de textos. Elas reproduziam somente letras; as imagens continuam a ser impressas por meio de matrizes de pedra até a invenção da gráfica moderna, com a técnica ofsete.

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Atualmente, mesmo com a existência de gráficas digitais, alguns artistas continuam a utilizar os métodos tradicionais de gravura, pois proporcionam efeitos interessantes para a criação de imagens. A técnica da gravura possibilita ao artista fazer cópias de seus trabalhos. Isso faz com que o valor da gravura, no mercado da arte, seja mais acessível que o de uma pintura, permitindo que várias pessoas adquiram o mesmo trabalho. O artista geralmente preserva uma cópia e a matriz em seu acervo.

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Existem muito tipos de gravuras, mas o princípio geral é o do carimbo. O procedimento consiste em preparar a imagem em uma matriz, que é coberta de tinta e pressionada sobre folhas de papel (uma folha de cada vez), até que se tenha de passar tinta na matriz novamente. Há vários processos para fazer uma gravura, mas algumas características são comuns a todos eles:

A imagem obtida na cópia em papel é invertida em relação àquela gravada na matriz;

Para a realização de impressões coloridas, é necessária uma matriz para cada cor;

Todo processo que envolve a gravação de matrizes e a impressão exige muito cuidado, método e atenção.

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XILOGRAVURA (MADEIRA)

É a técnica mais simples de impressão de uma imagem. Para realizá-la, o artista desbasta as áreas que não quer imprimir, em uma matriz de madeira, deixando as áreas que serão impressas em alto-relevo. Para isso, são utilizados instrumentos cortantes, como goivas e formões. Muitas vezes, na imagem impressa é possível reconhecer os veios de madeira existentes na matriz empregada. Um dos primeiros artistas ocidentais a usar a xilogravura, com grande maestria, foi o gravador e pintor alemão Albert Dürer (1471-1528). Ele provavelmente nunca tinha visto um rinoceronte quando fez essa gravura baseado em descrições sobre um animal doado ao papa pelo rei de Portugal.

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Dürer - gravura do Rhinoceros

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PROCESSO - XILOGRAVURA E LINOLEOGRAVURA

Usa-se uma matriz de madeira escavada por instrumentos cortantes (como a goiva). Na linoleogravura, substitui-se a matriz de madeira pelo material emborrachado chamado linóleo, que é mais macio. A xilogravura teve um papel importante nos diversos momentos da história. Foi a primeira forma de repetir imagens em série. Era usada para ilustrar as notícias de jornal, como a fotografia nos dias de hoje, ou para fazer rótulos.

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Goivas

Goivas

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TÉCNICA LINÓLEO GRAVURA, KAREN ESCULPINDO A MATRIZ EM LINÓLEO

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TINTANDO A MATRIZ

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Quando um artista faz uma pintura ou um desenho eles são únicos. Já a gravura pode ser reproduzida muitas vezes (como um carimbo). A gravura é um método de impressão de imagem sobre uma determinada superfície, que pode ser de, madeira (xilogravura), pedra (litogravura), metal (calcogravura), pedra (litoravura), metal (calcogravura) ou tecido (serigrafia). Para que a imagem seja impressa, a matriz sobre a qual se gravou recebe tinta. Sobre ela coloca-se um papel. A pressão de um contra o outro, feita por uma prensa, possibilita o aparecimento de imagem invertida sobre o papel.

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GRAVURA EM METAL (CALCOGRAVURA)

Surgiu no século XV em ateliês de ourives e de artífices. No início do século XVI, passou a ser utilizada por artistas para reproduzir pinturas e desenhos com a máxima fidelidade possível, tornando-se um meio de divulgação das obras de grandes mestres.

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Para fazer gravuras e metal, ou calcogravura os artistas utilizam como matrizes chapas finas de cobre ou de outros metais. A gravação é feita diretamente na placa com instrumentos pontiagudos, como o buril e a ponta-seca. Geralmente, essa técnica é utilizada para a reprodução de desenho com linhas finas e texturas delicadas. A obra ao lado é do arquiteto e gravador Giovanni Battista Piranesi (1720-1778). Ele usou linhas finas para criar diferentes texturas e meios-tons ou tons de cinza para sugerir profundidade. Nessa série de gravuras, Piranesi representou espaços imaginários de prisões, verdadeiros labirintos com escadas, arcos e pontes.

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Cárceres de invenção – Cárceres VII, de Piranesi, 1761. gravura em metal.

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PONTA-SECA

Processo em que se usa um instrumento com ponta fina diretamente sobre a placa de metal, normalmente de cobre. O resultado é um desenho com traços nítidos e refinados.

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ÁGUA-TINTA

A placa é coberta por finas camadas de breu, que são fixadas nela por calor. A seguir, aplica-se asfalto ou verniz nas partes em que não se quer que a imagem apareça e, finalmente, a placa é submersa em uma bacia com ácido. Esta é uma técnica que permite imagens com grandes variações tonais.

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ÁGUA-FORTE

O desenho é traçado sobre uma placa coberta por verniz. Essa placa é mergulhada no ácido que corrói as linhas traçadas, que serão mais fortes ou mais fracas dependendo de quantidade de tempo que a placa ficar exposta ao ácido. Ao final, retira-se o excesso de tinta da superfície da matriz, restando só o desenho que será impresso.

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LITOGRAFIA

Usa-se matriz de pedra. Desenha-se sobre a superfície com um lápis especial, muito oleoso. A seguir, cobre-se a pedra com goma (à base de água), que não recobrirá o desenho, pois a água não se mistura com óleo. Depois disso, coloca-se uma substância ácida, que corrói o grafite do desenho. A tinta só será retida na pedra nos lugares corroídos pelo ácido e se poderá repetir o desenho inúmeras vezes.

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A litografia é o tipo de gravura na qual o artista usa uma matriz de pedra calcária. Inicialmente, a matriz é tratada até ficar com a superfície bem lisa. Em seguida, o artista desenha sobre ela com um lápis bem oleoso. Baseando-se em princípios de que a água e o óleo não se misturam, o gravurista umedece a pedra e aplica nela uma tinta gordurosa, que se fixará somente na região desenhada e não na área umedecida. Essa técnica foi usada na obra abaixo. Ela foi feita pelo artista surrealista espanhol Joan Miró (1893-1983).

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Litografia de Joan Miró.

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SERIGRAFIA

Usa-se matriz feita de seda, organza ou nylon, esticados em bastidor (como um quadro). Sobre ela é aplicado um material impermeável que recobre a parte da superfície do tecido. A idéia é que a impermeabilização deixe descoberto o desenho que se quer reproduzir. Assim, quando se coloca tinta sobre a matriz e se espalha a mesma com uma rodo de borracha, os locais sem o impermeabilizante deixam passar a tinta, formando o desenho sobre o papel ou tecido. Este é um método criado na China e muito utilizado para estampar camisetas e tecidos.

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A Serigrafia é uma técnica de impressão obtida pela gravação da imagem em uma tela de seda ou náilon. Pressionada com um rodinho, a tinta atravessa as regiões da imagem e se deposita no papel sob a tela. O autor dessa obra é Carlos Scliar (1920-2001), nascido no Rio Grande do Sul. A gravura integra o álbum “Descoberta do Brasil”, feito pelo artista em homenagem aos 500 anos do nosso país. Ele enfocou alguns momentos importantes da História do Brasil, como a Revolução Farroupilha, ocorrido no Rio Grande do sul entre 1835 e 1845 e impressa nessa serigrafia em tons de vermelho. A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi a mais longa rebelião da História do Brasil.

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Revolução Farroupilha (detalhe), de Carlos Scliar, 1999. Serigrafia.

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A LITERATURA DE CORDEL

A literatura de cordel é um tipo de poesia popular recitada oralmente. O cordel passou a ser impresso em folhetos ilustrados, que atualmente são vendidos em feiras, mercados e bancas de jornal. Essas publicações, que contam histórias em versos, têm origem na Europa, na Idade Média quando os trovadores divulgavam romances de cavalaria, que contavam histórias de amor e de guerras. No século XVII, já era comum entre os portugueses esse tipo de literatura.

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Ela é uma tradição da região Nordeste do Brasil, mas ocorre também em outros países de origem latina, como a Itália, a Espanha e o México. Essa denominação está ligada à forma de comercialização dos folhetos em Portugal, que eram pendurados em cordões , chamados de cordéis. Popularmente, essas obras são conhecidas como folhetos de cordel. Inicialmente, os autores de literatura de cordel no Brasil eram também cantadores, que improvisam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Mais tarde, os poetas começaram a imprimir em suas casas os poemas e as ilustrações, que eram entalhadas em madeira por meio da xilogravura. Essas obras passaram a ser vendidas em locais populares por folheteiros.

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O poeta popular narra acontecimentos cotidianos e histórias fantásticas. Na criação dos folhetos, os temas são os mais diversos. Neles são contadas as histórias fantásticas. Na criação dos folhetos, os temas são os mais diversos. Nele são contadas as histórias de cangaceiros, como lampião, e a vida e os milagres de santos. Também são temas o futebol, histórias de amor e acontecimentos políticos importantes. Alguns artistas que trabalham com ilustrações para cordel tornaram-se conhecidos e já participaram de várias exposições nacionais e internacionais. É o caso dos pernambucanos J. Borges (1935), João de Barros (1935) e Mestre noza (1897-1984).

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