Tecnico MPU Aula 05
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Administração p/ Técnico do MPU
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Aula 5: Gestão de Pessoas, Motivação e Liderança
Olá pessoal, tudo bem?
Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico:
Gestão de pessoas. Equilíbrio organizacional. Objetivos,
desafios e características da gestão de pessoas. Processo
administrativo. Funções da administração: direção.
Comportamento organizacional: relações
indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho.
Irei trabalhar com muitas questões do Cespe, ok? Espero que
gostem da aula!
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Sumário
Objetivos, desafios e características da Gestão de Pessoas. ..................................... 3
Relações Indivíduo-Organização ............................................................... 5
Equilíbrio organizacional ....................................................................... 7
Motivação e Desempenho ......................................................................... 9
Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. ........................................ 11
Teoria X e Y de McGregor. .................................................................. 16
Teoria dos dois fatores de Herzberg. ......................................................... 18
Teoria da Expectativa ou da Expectância de Vroom. ....................................... 21
Motivação e o Contrato Psicológico ......................................................... 23
Liderança ......................................................................................... 26
Liderança X Chefia ........................................................................... 28
Abordagens de Liderança ..................................................................... 29
Teoria dos Traços de Liderança. ............................................................. 29
Teoria Comportamental – Os Estilos de Liderança. ......................................... 30
Liderança Contingencial ou Situacional ..................................................... 34
Modelo de Fiedler. ......................................................................... 34
Teoria Situacional .......................................................................... 35
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 40
Gabaritos. ........................................................................................ 45
Bibliografia ...................................................................................... 45
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Objetivos, desafios e características da Gestão de Pessoas.
A área de Gestão de Pessoas tem uma tarefa fundamental nas
empresas e órgãos modernos: captar, treinar e motivar os membros da
instituição, para que tanto os objetivos organizacionais, quanto os
objetivos individuais sejam atingidos.
De acordo Vilas Boas 1,
“a gestão de pessoas é o processo de
planejamento, organização, direção e controle de
pessoal da empresa para promover o desempenho
eficiente do pessoal, a fim de alcançar os
objetivos organizacionais e os objetivos
individuais, relacionados direta ou indiretamente
com o trabalho.”
Prestem atenção neste ponto: a gestão de pessoas não busca
somente alcançar os objetivos organizacionais, mas também que os
empregados alcancem seus próprios objetivos. Isto costuma ser cobrado
em provas.
Assim, as empresas devem criar um ambiente em que os
empregados possam, ao mesmo tempo em que ajudam a organização a
atingir seus objetivos, também alcançar seus próprios objetivos, como:
auto-realização, melhores salários e benefícios, segurança no trabalho,
liberdade para trabalhar, qualidade de vida, etc.
A época em que as pessoas da empresa eram vistas como um
simples “recurso” já se foi. Os profissionais devem ser vistos como
parceiros da empresa, pessoas que podem contribuir com mais do que o
seu “suor”, mas também com criatividade e novas ideias.
Devem sair de “cena” aqueles empregados acomodados e sem
iniciativa, para termos pessoas comprometidas e que buscam assumir
riscos e trabalhar em equipe.
A noção de capital intelectual das empresas nada mais é do que
isso: a soma das capacidades intelectuais e criativas dos seus membros.
Naturalmente, os funcionários devem trazer sua capacidade intelectual
para contribuir para que a empresa atinja seus objetivos estratégicos.
Desta maneira, a gestão de pessoas passou a ser vista com outros
“olhos” pelas organizações. Deixou de ser vista como uma “despesa”,
para ser alçada a um fator estratégico que pode gerar uma maior
competitividade perante seus concorrentes e uma diferenciação perante
seus clientes.
1 (Vilas Boas & Andrade, 2009)
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Os principais objetivos da gestão de pessoas, de acordo com
Chiavenato, são 2:
Figura 1 - Objetivos da Gestão de Pessoas. Fonte: (Chiavenato, Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos
nas organizações, 2004)
Assim, não existe organização de sucesso sem que seus
profissionais sejam motivados e treinados para cumprir seus objetivos.
Mas os novos empregados também demandam uma atenção maior das
instituições onde trabalham.
Para atrair pessoal capacitado, as empresas devem oferecer um
ambiente de trabalho saudável, tarefas desafiadoras e a possibilidade
destas pessoas se desenvolverem profissionalmente.
Ou seja, este novo profissional (mais capacitado) é mais exigente.
Estas pessoas preferem trabalhar em organizações que demostram mais
preocupação com seus funcionários e que lhes fornecem mais
oportunidades e controle sobre suas vidas 3 .
Não basta mais pagar um salário razoável. Devemos oferecer
também incentivos não financeiros, como: um clima organizacional
positivo, maior qualidade de vida, aprendizado contínuo, etc.
De acordo com Marras 4, a organização moderna deve procurar
suprir também suas demandas psicológicas, sua necessidade por um
trabalho desafiador e gratificante, por um clima organizacional acolhedor.
Somente assim os funcionários entregarão um desempenho superior
e as organizações terão resultados que a possibilitem sobreviver nestes
tempos desafiadores.
2 (Chiavenato, Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações, 2004)
3 (Ivancevich, 1998)
4 (Marras, 2011)
Objetivos da Gestão de Pessoas
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão
• Proporcionar competitividade à organização
• Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas
• Aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no trabalho
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho
• Administrar e impulsionar a mudança
• Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável
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Na época recente, os departamentos de gestão de pessoas
deixaram de “centralizar” todas as atividades relacionadas com as
pessoas, para buscar um papel de consultorias internas, assessorando os
gerentes de linha, que são os responsáveis diretos pelos processos
principais da organização.
Assim sendo, a tendência é a de que os profissionais de Recursos
Humanos deixem de estar em um órgão “separado” ou especialista (como
uma Gerência de Recursos Humanos), normalmente envolvido somente
com questões burocráticas, para poder auxiliar os diversos setores da
organização em sua missão estratégica 5 .
Os órgãos de Gestão de Pessoas (ou Recursos Humanos) estão
assumindo uma função de STAFF, ou seja, de assessoria aos demais
órgãos. Seria mais uma posição de suporte aos departamentos e setores
do que um papel de definidor e centralizador dos recursos.
Mas o que significa isso, professor?
Antigamente, era o gerente de RH que definia quem seria
contratado, quem seria treinado, como seria esse treinamento, dentre
diversas outras atividades que envolviam os profissionais da organização.
Isto não era interessante, pois é o gerente de linha quem está em
contato diariamente com seus empregados e os conhece melhor. Além
disso, sabe melhor que os profissionais de RH quais são as demandas
específicas das suas atividades e como cada empregado está se portando.
Com isso, atualmente as funções de gestão de pessoas são de
responsabilidade de cada gerente de linha, com o auxílio do gerente de
RH. Sempre que um gerente de linha (de Marketing, por exemplo) quiser
contratar um funcionário, pedirá a ajuda de um profissional da área de Rh
para ajuda-lo nesta tarefa.
Assim, está ocorrendo uma descentralização das funções de Gestão
de Pessoas.
Relações Indivíduo-Organização
As relações entre os indivíduos e as organizações são marcadas
pelos interesses de cada parte. Ambos desejam atingir seus objetivos.
Mas estes objetivos nem sempre são os mesmos. Melhor dizendo, quase
nunca são os mesmos.
5 (Rennó, 2013)
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Assim, ambos devem conseguir atingir seus objetivos dentro deste
“acordo”. Este é o grande “x” da questão na gestão de pessoas: fazer
com que a relação entre as pessoas e as organizações seja mutuamente
positiva.
Os indivíduos desejam ganhar seu dinheiro, aprender novas
habilidades, conhecer pessoas interessantes, trabalhar em ambientes
acolhedores, dentre outros fatores.
Já as empresas necessitam também alcançar seus objetivos: gerar
uma maior lucratividade, melhorar o atendimento aos seus clientes,
ampliar sua participação de mercado, reduzir seus problemas na produção
de seus produtos, produzir produtos com maior qualidade, etc.
Para que estas empresas possam atingir seus objetivos, elas
buscam contratar e manter pessoas com os conhecimentos, habilidades e
atitudes necessárias para que possam atingir estas metas. E para manter
estas pessoas precisam oferecer o que as pessoas desejam,
naturalmente.
Ao mesmo tempo, as pessoas sabem que devem oferecer seu
comprometimento, ideias e esforço físico para que a organização tenha
um desempenho desejado. Isto é o que elas “oferecem” em troca.
Obviamente, as pessoas “entregam” mais aos seus empregadores
quando percebem que esta organização está preocupada com seus
objetivos individuais.
Assim, a satisfação no trabalho e o comprometimento são maiores
quando existe uma percepção de que a organização é parceira dos seus
empregados.
Isto costuma trazer um desempenho superior, beneficiando ambos
(trabalhadores e empregadores). Assim, as empresas precisam dos seus
funcionários, bem como estes necessitam das organizações para atingir
seus objetivos.
Vamos ver agora como este tópico já foi cobrado?
1 - (CESPE – ANVISA – ANALISTA - 2004) O relacionamento
indivíduo-organização é marcado por trocas e reciprocidades.
Percepções individuais favoráveis acerca da reciprocidade do
relacionamento indivíduo-organização estão associadas
positivamente a satisfação e comprometimento afetivo no
trabalho.
Perfeito. O relacionamento entre a empresa e as pessoas é marcado
mesmo pelas trocas e reciprocidades. A organização demanda um
comprometimento maior e um desempenho especial. Já as pessoas
demandam salários competitivos, um plano de carreira e de
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desenvolvimento pessoal, dentre outros fatores. O gabarito é mesmo
questão correta.
Equilíbrio organizacional
A Teoria do Equilíbrio Organizacional tenta explicar como ocorre, ou
não, a cooperação dos indivíduos em uma organização 6. O que ela postula
é que todas as organizações necessitam de diversos atores ou
participantes para poder desempenhar suas funções.
Estes participantes podem ser os próprios empregados da empresa,
bem como fornecedores, clientes, acionistas, dentre os diversos grupos
de indivíduos que interagem com a organização.
Mas como funcionaria este equilíbrio?
O que a teoria do equilíbrio tenta mostrar é que todas as pessoas
devem receber certos incentivos para que possam contribuir para o
sucesso da instituição. Elas desejam receber salários, benefícios,
pagamentos pelos seus serviços, dentre outros incentivos fornecidos pela
empresa ou órgão público.
Mas a organização também quer algo em troca, naturalmente. Ela
precisa do trabalho, dos serviços prestados, do comprometimento, das
ideias, dentre outras contribuições fornecidas pelos indivíduos ou grupos
de pessoas com quem tem relação.
Desta forma, as pessoas esperam receber incentivos da organização
em troca das suas contribuições e o mesmo ocorre por parte da
instituição. O equilíbrio ocorre quando esta relação de “troca” é
vista como adequada!
Assim, as pessoas irão “entregar” mais aos seus empregadores
sempre que perceberem uma recompensa justa por parte da organização
aos seus esforços. Quando existe equilíbrio, as pessoas buscam continuar
a interagir com a empresa, dando sustentação, segurança e continuidade
à instituição.
Se não existir equilíbrio na relação (a oferta da organização ser
inferior ao que é ofertado pelas pessoas) a empresa terá uma constante
perda de pessoal, ou seja, as pessoas buscarão outros empregadores, os
fornecedores não venderão mais para a empresa, os acionistas venderão
suas ações, dentre outras perdas.
6 (Rennó, 2013)
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De acordo com Chiavenato 7 , “O equilíbrio organizacional reflete o
êxito da organização em remunerar seus participantes (com dinheiro ou
satisfações não-materiais) e motivá-los a continuarem fazendo parte da
organização, garantindo com isso sua sobrevivência.”
De acordo com Chiavenato, os princípios básicos desta teoria são 8:
Figura 2 - Princípios do Equilíbrio Organizacional
Vamos ver agora como isto já foi cobrado?
2 - (CESPE – AGU – ADMINISTRADOR – 2010) O gerente consegue
o equilíbrio organizacional, no que tange à gestão de pessoas,
quando existe proporcionalidade entre os benefícios ofertados
pela organização e os custos pessoais desembolsados.
7 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011)
8 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011)
Uma organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de numerosas pessoas, que são os participantes da organização
Os participantes recebem recompensas em troca das contribuições que fazem para a organização
Os participantes manterão suas participações na organização sempre que os incentivos que lhe são oferecidos forem iguais ou superiores do que as contribuições que lhe são exigidos
As contribuições oferecidas pelos participantes são utilizadas pela organização para que as recompensas sejam interessantes e possíveis
A organização continuará existindo somente enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar incentivos em qualidade bastante para induzirem os participantes à prestação de contribuições
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Exato. Naturalmente, as pessoas só continuam a trabalhar em uma
organização quando percebem que seus esforços (tempo,
comprometimento, energia, etc.) estão sendo recompensados de forma
equivalente (por meio de bons salários, boa condição de trabalho, etc.).
Sem isso, as pessoas procurarão outra ocupação, não é mesmo? E
as empresas terão de arrumar outros funcionários. Esta teoria do
equilíbrio organizacional é mesmo bem intuitiva. O gabarito é questão
correta.
3 - (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) O equilíbrio
organizacional pode ser alcançado mediante a troca de
contribuições e incentivos na relação entre as pessoas e as
empresas. Nessa troca, as pessoas colaboram para facilitar o
alcance dos objetivos organizacionais, e as empresas fornecem
para esses colaboradores os incentivos que proporcionam a
realização de seus objetivos pessoais.
Exato. A banca descreveu de forma adequada o princípio básico da
Teoria do Equilíbrio Organizacional. Sem uma compensação adequada, as
pessoas buscarão outras organizações para interagir.
Desta maneira, os incentivos oferecidos pelas organizações devem
ser no mínimo semelhantes às contribuições oferecidos pelos
empregados, fornecedores, acionistas, etc. O gabarito é questão certa.
Motivação e Desempenho
Estar motivado é visto como uma condição necessária para que um
trabalhador entregue um desempenho superior. Naturalmente, como a
motivação afeta a produtividade, as empresas devem orientar a
motivação dos seus membros para os seus objetivos estratégicos.
Só que as empresas nem sempre sabem como motivar seus
funcionários! O problema é que as pessoas são distintas umas das outras.
O que motiva você pode não motivar seu colega de trabalho. Esta
motivação pode vir ligada a um fator interno ou um fator externo.
Abaixo, podemos ver algumas definições do conceito de motivação:
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“a motivação é relativa às forças internas ou
externas que fazem uma pessoa se entusiasmar e
persistir na busca de um objetivo 9.”
“a motivação é a vontade de exercer altos níveis
de esforço para alcançar os objetivos
organizacionais 10 .”
E quais são estes fatores internos e externos que geram motivação?
Quando uma empresa oferece um bônus para os empregados que
consigam atingir uma meta, estão criando um fator externo de
motivação.
Naturalmente, iremos nos esforçar mais em nossas tarefas para
atingir esta meta e recebermos o bônus. Esse esforço superior não vem
de um desejo nosso de trabalhar mais e melhor, mas sim de uma oferta
da empresa.
Já em relação aos fatores internos, estamos nos referindo a fatores
que não se originam nos “outros”, mas em nós mesmos. O prazer de
fazer um trabalho bem feito, de aprender uma nova função, de ajudar
algum colega, são exemplos de fatores internos que geram motivação no
ambiente de trabalho.
Um profissional que atende comunidades carentes pode, por
exemplo, gerar motivação pelo fato de estar ajudando pessoas a melhorar
sua qualidade de vida, a sair de sua situação de pobreza. Desta forma,
existe uma diversidade de teorias motivacionais 11 , que veremos a seguir.
Abaixo no gráfico podemos ver um resumo dos tipos de motivação:
9 (Daft, 2005)
10 (Robbins & Coulter, 1998)
11 (Bergamini, 1990)