TÉCNICO EM GUIA DE TURISMO · Brilhante viveu no cangaço por mais de 8 anos, período quando...
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Prof. Elisângela Bezerra das Neves Holanda
UC5 - PRESTAR INFORMAÇÕES TURÍSTICAS NO
CONTEXTO LOCAL E REGIONAL.
O CANGAÇO NO RN
Jesuíno Alves de Melo Calado nasceu em Patu, no sítio Tuiuiú, em 1844,
filho da aristocracia rural sertaneja. Em 1871 entrou no cangaço por
vingança, após seu irmão ter sofrido uma surra nas ruas da cidade e uma
cabra de sua fazenda ter sido roubada.
JESUÍNO BRILHANTE
Segundo Câmara Cascudo, ele era um verdadeiro “Robin Hood” do
sertão, roubava dos ricos para distribuir aos pobres, tendo como fato que
durante a grande seca que assolou o sertão nordestino em 1877, uma das
mais catastróficas da história, ele e seu bando saqueavam os comboios
enviados pelo governo transportando alimentos.
BREVE HISTÓRICO DE PATU
Antes da colonização, a região era habitada por índios cariris. Seu
povoamento está ligada ao ciclo da pecuária. Segundo Luís da Câmara
Cascudo, "Patu" em língua tupi quer dizer "terra alta", "chapada",
"planalto", "chapada sonora", "serra do estrondo".
Os primeiros povoadores vieram de Apodi, entre eles o Padre Francisco
Pinto de Araújo, o Coronel Antônio de Lima, Abreu Pereira, e os Capitães
Leandro Saraiva de Moura e Geraldo Saraiva de Moura.
PRINCIPAIS ATRATIVOS
Patu se destaca por sua grande potencialidade turística em vários
segmentos: Religioso, Cultural, ecológico e também o turismo de aventuras.
SERRA DE PATU
Situada no Oeste Potiguar, formada por Afloramentos Graníticos do
planalto da Borborema. Nesse local ocorre o predomínio de rochas intrusivas
do tipo granito, bastante resistente ao clima da região, semiárido, e após
serem exumadas nas superfícies formam os inselbergues e os maciços
serranos. Localizado na Depressão Sertaneja Patu, o município se encontra
cercado por maciços residuais e/ou de soerguimento cenozóico que demarcam
a paisagem da região.
A cobertura vegetal é tipicamente formada pela caatinga, do tipo
hiperxerófila. O clima é o semiárido, que implica na drenagem com pequenos
cursos de águas intermitentes.
SANTUÁRIO DO LIMA
Trata-se dos mais importantes complexos religiosos do nordeste do Brasil
e que foi eleito pelo voto popular como uma das sete maravilhas do RN.
Dedicado a Nossa Senhora dos Impossíveis, Durante todo o ano acontecem
diversas romarias ao Santuário do Lima, sendo as principais as Romarias
dos Vaqueiros (mês de março), Romaria da Juventude (mês de outubro), a
Festa de Nossa Senhora dos Impossíveis (mês de novembro) e a principal que
é a Romaria de Ano Novo (dezembro).
GRUTA DE JESUÍNO BRILHANTE
A casa de Pedra de Jesuíno Brilhante ganhou esse nome porque o
referido cangaceiro usava esta obra da natureza como o seu refúgio, ali se
escondendo e dificultando a aproximação dos que lhes seguiam. Jesuíno
Brilhante viveu no cangaço por mais de 8 anos, período quando sempre
procurou fazer justiça com as próprias mãos, obedecendo ao tradicional
modo de ação típica dos cangaceiros.
A história de Jesuíno ganhou ênfase com a exibição da novela “Cordel
Encantado” na Rede Globo, quando a história ganhou o tempero da
dramaturgia.
SÍTIO ARQUEOLÓGICO JATOBÁ
O Sitio Arqueológico do Jatobá
localizado na Comunidade
Quilombolas dos Negros do Jatobá
tem inscrições rupestres datadas de
mais de 12 mil anos, com um
significativo número de inscrições
rupestres. Há outros sítios não
menos importantes nas comunidades
Traíras e Rajada, porém com menor
número de exemplares das
inscrições.
CRUZEIRO DE SÃO SEBASTIÃO
Localizado no alto da serra de
Patu, a aproximadamente 650
metros de altura e erguido no dia
20 de janeiro de 1938, o Cruzeiro
de São de Sebastião foi inaugurado
pelo Pe. Frederico Pastors
juntamente com o então delegado
de polícia Tenente Alcebíades,
auxiliado pelo agente da mesa de
renda de Patu, o Sr. Joaquim de
Oliveira.
FORMAÇÕES DE PISCINAS NATURAIS NO ALTO DA
SERRA
Localizado no topo da serra de Patu, formada pelo acúmulo de água de
chuva com aproximadamente 40 metros de extensão e uma profundidade de
1,30 metros (quando cheia), e aproximadamente 700 metros de altura.
LOCAL IDEAL PARA A PRÁTICA DE VOO LIVRE
O turismo de aventuras se destaca pela pratica de voo livre, um esporte
que tornou a cidade conhecida mundialmente pela quebra de recordes
mundiais nos voos de ‘paragliders’. É considerada uma das melhores
condições de voo do mundo para o paraglider e todos os anos pilotos de várias
partes do planeta vem à Patu na tentativa de quebrar recordes. A temporada
de voos acontece entre os meses de outubro e dezembro.
A MARCHA DE LAMPIÃO NO RN
No dia 10 de junho de 1927,
Lampião penetrou com seu bando
em Luiz Gomes, no Rio Grande do
Norte. O objetivo dessa marcha era
atacar Mossoró. No seu caminho,
deixou um rastro de destruição.
Sequestrou pessoas apenas para
pedir resgate. Transformou fazendas
em ruínas.
O BANDO DE LAMPIÃO EM MOSSORÓ
Em 1927, O município de Mossoró vivia um período de prosperidade
econômica. Estava em pleno expansionismo comercial e industrial.
Possuíamos o maior parque salineiro do país. Existiam três firmas
comprando, descaroçando e prensando algodão, casas compradoras de peles,
de cera de carnaúba. Além disso, a cidade ainda dispunha de um porto, de
onde eram exportados os seus produtos atendendo cidades da região Oeste do
Rio Grande do Norte e até mesmo municípios dos estados do Ceará e Paraíba.
O plano de invadir Mossoró foi colocado em prática a partir do dia 2 de
maio de 1927. Lampião e seu bando partiram do estado de Pernambuco, em
direção ao Rio Grande do Norte. Fizeram um longo percurso. Passaram pela
Paraíba, próximo ao limite com o estado do Ceará, com destino à cidade de
Luís Gomes, que fica logo no início do estado norte-rio-grandense, a 201 km
de Mossoró (o caminho mais curto).
Por onde passavam, invadiam e saqueavam. Seu plano era atacar a cidade
de Apodi, vizinha à Mossoró, em 11 de junho daquele ano, mas desistiram.
Montando um plano de invasão, partiram para atacar Mossoró.
Uma das vítimas do bando de Lampião, antes da chegada à Mossoró, foi o
coronel Antônio Gurgel. Foi ele que teve a missão de escrever uma carta
endereçada ao prefeito de Mossoró, Rodolfo Fernandes,
Ao receber a carta, o coronel Rodolfo Fernandes convoca uma reunião.
Convida todas as pessoas de destaque da cidade. Ele informa o conteúdo da
carta ameaçadora e alerta para a necessidade da preparação de defesa contra
um possível ataque dos cangaceiros.
Diante da situação, a invasão mostrava-se iminente e não restava o que
fazer, a não ser resistir. Apesar do medo, ampliado pelas histórias
aterrorizantes que circulavam a região acerca de Lampião e seu bando, os
mossoroenses decidiram preparar a cidade para a defesa.
As torres das igrejas matriz,
Coração de Jesus e São Vicente
foram utilizadas como pontos de
referência da resistência. Do alto,
tinham visibilidade e podiam utilizar
deste elemento para levar vantagem
sobre o bando, que viria por terra
(onde também encontrariam
resistência organizada).
Na tarde do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, quando foram ouvidos
os primeiros tiros, dando início ao terrível combate. Mas a meta havia sido
alcançada; a cidade estava deserta. Ficaram só os resistentes.
O temido confronto com o bando do mais famoso cangaceiro do Nordeste
durou aproximadamente uma hora e meia. Começou por volta das 16h e
acabou às 17h30. Lampião, o destemido líder do bando, fugiu. Ele deixou
para trás Colchete (morto) e Jararaca, além de muitos outros, não tão
conhecidos, que foram feridos ou mortos durante o combate.