Técnicas de Transmissão gr

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2 a Edição 2010 Isabel Crisna Higino Santana Técnicas de Transmissão do Conhecimento Biológico

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2a Edição2010

Isabel Cristina Higino Santana

Técnicas de Transmissão do Conhecimento Biológico

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Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição à SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.

EXPEDIENTE Design instrucionalAntonio Germano Magalhães JuniorIgor Lima RodriguesPedro Luiz Furquim Jeangros

Projeto gráficoRafael Straus Timbó VasconcelosMarcos Paulo Rodrigues Nobre

Coordenador EditorialRafael Straus Timbó Vasconcelos

DiagramaçãoFrancisco José da Silva Saraiva

IlustraçãoMarcos Paulo Rodrigues Nobre

IlustraçãoEliseu Marlônio Pereira de LucenaValberto Barbosa Porto

CapaEmilson Pamplona Rodrigues de Castro

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PRESIDENTE DA REPÚBLICALuiz Inácio Lula da Silva

MINISTRO DA EDUCAÇÃOFernando Haddad

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIACarlos Eduardo Bielschowsky

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – DPEADHélio Chaves Filho

SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASILCelso Costa

GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁCid Ferreira Gomes

REITOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁFrancisco de Assis Moura Araripe

VICE-REITORAntônio de Oliveira Gomes Neto

PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃOJosefa Lineuda da Costa Murta

COORDENADOR DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAAntonio Germano Magalhães Junior

COORDENADOR GERAL UAB/UECEFrancisco Fábio Castelo Branco

COORDENADORA ADJUNTA UAB/UECEJosete de Oliveira Castelo Branco Sales

COORDENADORA DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASGermana Costa Paixão

COORDENADORA DE TUTORIA E DOCÊNCIA DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASJeanne Barros Leal de Pontes Medeiros

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SumárioApresentação ....................................................................................................................... 7

Unidade 1Procedimentos de ensino ..................................................................................................... 9

1. Introdução .........................................................................................................................111.1. Procedimentos de ensino gerais ............................................................................................ 121.2. Procedimentos de ensino especiais ....................................................................................... 12

2. Técnicas de Ensino ............................................................................................................122.1. Técnicas de ensino individualizado ......................................................................................... 132.2. Técnicas de ensino em grupo ................................................................................................. 15

3. Modalidades de Ensino .....................................................................................................163.1. Aula expositi va ....................................................................................................................... 173.2. Discussões .............................................................................................................................. 183.3. Estudo de caso........................................................................................................................ 18

Unidade 2Competências do “profi ssional” estudante ........................................................................... 25

1. Introdução .........................................................................................................................272. A ação docente .................................................................................................................29

Unidade 3Ati vidades práti cas e de campo ............................................................................................ 33

1. Introdução .........................................................................................................................352. Aula Práti ca .......................................................................................................................35

2.1. Como planejar uma aula práti ca ............................................................................................ 392.2. Como vivenciar uma aula práti ca ........................................................................................... 402.3. A estrutura de um relatório de ati vidades práti cas ................................................................ 412.4. O laboratório no ensino de ciências e biologia ...................................................................... 44

3. As aulas de campo ............................................................................................................45

Unidade 4Novas tecnologias no ensino de Ciências e Biologia .............................................................. 57

1. Introdução .........................................................................................................................592. Os Jogos ...........................................................................................................................623. A Música ...........................................................................................................................634. O Cordel Educati vo ............................................................................................................665. O Teatro ............................................................................................................................676. Outras Técnicas ................................................................................................................68

Dados do Autor .................................................................................................................... 74

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A educação é o ato de educar. Ato que congrega ações de ensinar e aprender. Éconstruçãodeconhecimento.Aformaçãoprofissionalperpassapormomentosdeinter-relaçõescomdiversasmodalidadesdeensino,competênciasehabilidades.Épre-ciso que haja organização dos saberes, bem como articulação entre os espaços deconstruçãodoconhecimentoeaquelesquebuscamasinformaçõesnecessáriasparaessa formação

Nestelivrotemosadistribuiçãodosconteúdosabordadosemquatrounidades,ondecadaumatratadeumatemáticaespecifica.

Naunidadeuméfeitaumaexplanaçãodasdiversastécnicasdeensinoquepos-sibilitamaaplicaçãodastécnicasdetransmissãodoconhecimento.Oqueascaracte-rizaeasdistingue.Érealizadaaindaumaabordagemdaclassificaçãodessesmodelosde técnicas.

Naunidadedoisaabordagemfeitanoconteúdosobrecompetênciasprofissionaisdoestudante,discuteaimportânciadestaparaaformaçãoprofissionaldofuturoedu-cador,permitindoeaomesmotempoestimulandoareflexãoecompreensãodefatoreseducacionaiscomoaescrita,aleitura,entreoutras.

Naunidadetrêssãoapresentadasalgumasmodalidadesdidáticasdeensinoob-jetivandoumaaproximaçãodosalunoscomessesaspectoseducacionais,facilitandoacompreensãodesuaimportânciaesuaspossibilidadesdeaplicação.

Naquartaeúltimaunidade,oalunoserálevadoaumaleituraereflexãoares-peito dasnovas tecnologiasno ensinode ciências e biologia.Nessemomento serãoapresentadosaspectosrelacionadosaousodeexpressõesartísticaseautilizaçãodeatividadeslúdicascomotécnicasdeensino.

Nestematerialdidático,oobjetivocentralestánapossibilidadedefornecersub-sidiodeleituraereflexãoaosalunosemprocessodeformaçãonaáreadeformaçãodeprofessores,alémdecolocaresteestudanteemprocessodeformaçãocontínua,oquepodeserobservadoatravésdasatividadesdeavaliação,leiturasdostextoscomplemen-tareseaindadevisitasasdiversossitesqueseencontramemcadaunidade.

Porfim,formar-secomosercrítico,envolvenãosomenteaapropriaçãodoconhe-cimento,comotambémtodoocaminharparaaconstruçãodomesmo,nessesentido,entende-sequeháumanecessidadedeparticipaçãoconstantedoalunodemaneiraativaesignificativa.

Construa-se!A autora

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Unidade

Objetivos:

• Reconhecer as diversas técnicas existentespara se trabalhar a transmissãodoconhecimento biológico. O leitor deve identificar, caracterizar e diferenciar asmodalidades e metodologias didáticas, como aula expositiva, estudo dirigido,trabalhoemgrupo,seminários,oficinas,elaboraçãodematerialdidático,ousodolúdiconasaulasdeCiênciaseBiologia.

• Discutirsobreaclassificaçãodastécnicasdeensinoindividualizadoeemgrupo,caracterizandoalgumasdessastécnicascomoestudodirigido,projeto,grupodeorientaçãoeverbalização(GO-GV)ediscussãodetemas(Phillips66).

• Identificar,pormeiodassuascaracterísticas,osváriosmodelosde técnicasdeensinoquepodemseraplicadosparasetrabalharatransmissãodoconhecimentobiológico.

1Procedimentos de ensino

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11TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

1. Introdução

Nãopermaneçasemprenaestradapública,indoporondeosoutrosvão.Deixeocaminhobatidoocasionalmenteeembrenhe-senamata.Estejacertodequeencontraráalgumacoisadiferentedoquevocêviuatéentão.Podeserumacoisapequena,masnãoaignore.Siga-a,exploreaoseuredor,umadescobertalevaaoutrae,antesquevocêsedêconta,teráalgumacoisarealmentedignaparapensar.Todaadescobertarealmentegrandefoioresultadodopensamento.

(Bell)

Écompetênciadeeducadorterconhecimentosnãoapenassobreosconteúdosaseremtrabalhadosemsaladeaulacomseusalunos,mastam-bém,eprincipalmente,compreenderaimportânciadosobjetivosqueespe-raalcançarcomsuasaulas,jáquecomisso,sealcançaasaprendizagensresultantesdoensino.

Osprocedimentosdeensinose fazemnecessáriosnoplanejamento,poisatravésdessesoprofessorconseguiráexecutarsuasatividadesdema-neiraseqüenciadaecomchancesreaisdealcançarosobjetivosestipulados.Taba(1974)emseutextosobreelaboraçãodecurrículosafirmaquehádi-versosprocedimentosdeensino,jáquenemtodososindivíduosconseguemaprenderfazendousodomesmoprocedimento,atividadeourecurso.Pode-moscompreenderqueparaesseprocessodeaprendizagem,nãoexisteumprocedimentodeensinoúnico,fixo.

Devemosiniciarnossosestudoscomaperguntaquesesegueabaixo:O que são procedimentos de ensino?Procedimentosdeensinosãoaçõesrealizadaspeloprofessorqueen-

volveaescolhademétodos,técnicas,modalidadeseatividadesrelacionadasàsformasdeintervençãonasaladeaula,istoé,possuemoobjetivodecon-tribuirnodesenvolvimentodeunidadesqueenvolvamosconteúdossele-cionados.São,portanto,condiçõesoferecidaspeloprofessoraoseducandosnaperspectivadecontribuirnasmudançascomportamentaisdosmesmos.

Essesprocedimentosdeensinopodemserclassificadosem:• EnsinoGeral• EnsinoEspecial

Alexander Graham Bell (1847-1922) além de in-ventordotelefoneéautordemuitasfraseseloquen-tescomoaqueabreoca-pítulo.

Planejar? Para Que?Oplanejamentonãodeveser encarado como um simples exercício de pre-enchimentodotempo,oude obrigação de realizarmais um trabalho paracompletar um repertóriode documentos. Antes de mais nada, ele deve serum instrumento facilita-doraserviçodoprofessor,facultando-lhe aplicar ametodologiaadequadanocurso de suas ações. Des-taforma,oplanodeaulasurgecomoalgodesumaimportância no processodeação–reflexão–ação,que deve conduzir o pro-fessor na sua tarefa de ensinar. Veja mais sobreplano de aula no textocomplementar.

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12 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

1.1. Procedimentos de ensino geraisObserva-senessetipodeprocedimentoaatuaçãodoeducadorsobreo

educandoatravésdeorientaçõesquepossamfavoreceroprocessoensino-aprendizagem. Nesses procedimentos, segundo Turra et al. (1998), estãoenvolvidasapresentaçõesde estímulospormeiode exposiçãode objetos,ilustrações,apalavrafaladaeescrita.Compreendemainda,acomunicaçãoverbal,oralouescritae,apromoçãoderetroalimentaçãooufeedback.

1.2. Procedimentos de ensino especiaisNestetipodeprocedimentoestãoinclusasasestratégiasparticulares

utilizadaspeloprofessorquesãofavoráveisaoprocessodeaprendizagemdoaluno.Nessecaso,háumapreocupaçãoemacompanhararealizaçãodasatividadespelosalunosenquantoaprendem.Sãoconsideradascomoativi-dadesrealizadaspeloeducando,oatodeler,escrever,observar,investigar,construir,experimentar,debater,analisar,etc.

Essesprocedimentosnecessitamporpartedoprofessorqueomesmoutilizemodeloseestratégiasquepossamauxiliá-lonoprocessodeensino.Portanto,astécnicassefazemnesseaspecto,bastanteimportantes,alémde adequadas.

2. Técnicas de EnsinoVamosiniciaresteitemfazendoaseguintepergunta:

O que é técnica?Éaoperacionalizaçãodemétodos.Podemosdizer,então,queéacapa-

cidadequeoindivíduoadquireparaarealizaçãodetarefas,éocomo fazer. Quandovoltamosotemaparaaáreaeducacional,definimoscomotécnicasdeensino,formasquepossibilitemaoestudantedesenvolverhabilidadesemcriticar,julgar,desenvolverpesquisa,interpretarimagens(gráficos,esque-mas,etc.).

AorientaçãodeaprendizagemsegundoMarques(1969)éumprocessode fundamental importânciana questão comportamental do aluno,umavezque, talprocessoencontra-se ligadodiretamenteaosobjetivosdeen-sino.Ouseja,oeducadorprecisatomardecisõessobreoquepretendeen-sinarantesmesmodedecidirsobrecomotransmitirosconteúdosporeleselecionados.

Obomprofessortemacapacidadedeperceberqueosalunossãoindi-víduoscomcaracterísticasdistintas,ouseja,possuemcapacidadedecom-preensão,abstração,entendimentodemaneirasdiferenciadas.Portanto,oeducadorprecisadominardiferentesestratégiasdeensinoquepossibilitemaeficáciadoensino.Entreessasestratégiaspodemosdestacarastécnicasdeensino,ondeoalunopodevivenciartrabalhosindividuaiseemgrupos.

Em linhas gerais, as técnicas de ensino podem ser classifi cadas em:

• Técnicasdeensinoindividualizado• Técnicasdeensinoemgrupo

Retroalimentação ou Feedback:

(substantivo): resposta,retorno.

Como você definiria deforma usual o termo“técnica”? E com relaçãoao ensino? Sua definiçãoseria a mesma? Pense a respeito.

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2.1. Técnicas de ensino individualizadoRelaciona-seaoatendimentoporpartedoeducador,demaneiraespe-

cífica,àsdiferençasindividuaisdecadaaluno.ParaKrasilchik(2008),sãoassimdefinidasporquepermitemaoestudantealiberdadedeseguirsuaprópriavelocidadedeaprendizagem.Valeressaltarqueessetipodetécnicanãonecessitaserdiferenteparacadaindivíduo,masquesejaadequadaacadaaluno.

Essatécnica,assimcomoqualqueroutramodalidade,apresentaal-gumasdesvantagensnasuaaplicação.EntreasdesvantagensobservadasporSilvaeColello(2009),destacam-se,ametodologiacentradanoeduca-dor,sendoesteconsideradoo“único”detentordoconhecimento(Figura1).Éumadebilidadedatécnica,adificuldadesentidapeloprofessorquantoaomomentodeatenderosestudantes,oquelevaaumamaiordispersãodosalunosemsaladeaula.

Prof

esso

r

Aluno

Conteúdo

Aluno

Figura 1. Esquema da metodologia centrada no professor.

Alguns exemplos de técnicas de ensino individualizado são: estudodirigido,aulaspráticasemlaboratóriodidático,fichasdidáticas,instruçãoprogramada,pesquisabibliográficaeeventualmenteosprojetos.Vamossa-berumpoucomaissobreessastécnicas!

Oestudo dirigidoéumatécnicaquesegundoPiletti(1997),consistenasolicitaçãodeumadeterminadatarefaaoaluno,naqualsãodadasasorientaçõesparasuaexecução.ParaKrasilchik(2008),onomeéutilizadodemaneirainadequadaparasetrabalharcomquestõesexistentesnomate-rialdidáticodoalunoemqueomesmorecorreàtranscriçãodeconteúdonaelaboraçãodesuasrespostas.Aautoraacreditaqueopapeldessaatividadeéestimularoalunoàleitura,buscabibliográfica,execuçãodeexperimentoseassim,melhoraroshábitosdeestudodoestudante.Castro(1976)define-acomotrabalhodirigidoeafirmaqueaaplicaçãodessaatividadepodepro-moverinteressesporpartedoaluno,bemcomolevá-loalevantarquestio-namentosebuscarsoluçõesparaproblemasexistentes. Isso influenciaránoincentivopararealizaçãodeatividadesdeconstruçãoedecriatividade.

As aulas práticas em laboratório didáticopodemserutilizadaspeloprofessorcomoumatécnicadeensino,sendoolaboratórioencaradocomoespaçodeensinoepesquisa.Énecessário,queesseeducadortenhaumaformaçãoadequada,ondeamesmaenvolvaconhecimentoteórico,capacita-çãoeplanejamento.Aausênciadesseambiente,principalmentenasdisci-plinasdasCiênciasdaNatureza,muitasvezes,impossibilitaaaplicaçãode

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atividades,noqualosalunospossamvivenciarosfenômenoseprocessosbiológicosdemaneirapráticaedinâmica.Contudo,nemsempreaausênciadevesermotivodenão-realizaçãodetaisatividades.Oambientenaturalporsisójáéumlaboratório,assimcomoasaladeaulatambémpodeserumlocaldeaulaspráticas,eseususosparaessafinalidadedevesercon-sideradopeloprofessor,assimcomo,deveserestimuladopelaescola.Cabeaoprofessorsaberconstruirsuasidéiasemcimadeplanosbemelaboradosecommodalidadesemetodologiaquepossamserexecutadasportodososparticipantes do processo ensino-aprendizagem.

As fichas didáticassãoelaboradaspeloprofessoredivididasemre-laçãoàstarefasqueserãorealizadaspelosestudantes.Háaquelasqueex-põeminformaçõesteóricassobreoassuntoaserestudado(fichasdecon-teúdo).Outrasmostramatividades em formade exercícios e por último,asfichascompostasdascorreçõesrelativasaotrabalhodesenvolvidonasfichasanteriores(Figura2).

Ficha Didática nº 01

Exercícios - 2

Ficha Didática nº 01

Conteúdo Teórico - 1

Ficha Didática nº 01

Correções - 3

Figura 2. Modelos de fichas. Figura 2. Modelos de fichas.

A instrução programadaéutilizadapeloeducadorquandoesteaplicaoconteúdoempartesousequênciascurtas.Taissequênciassãoapresenta-dasaosalunosatravésdequadros(Figura3).Nestes,osquestionamentospedemrespostasquepodemserdadaspelaseleçãodealternativasoucom-plementaçãodefrasesatravésdelacunas.Respeita-seotemponecessáriodoalunoquantoàelaboraçãodesuasrespostas,estimula-searesoluçãodasatividadesemsequência,ouseja,oestudantesomentepassaráaumaquestãoseguintetendoresolvidoaquestãoanterior.Esseaspectotemoob-jetivodepermitiraoalunodomíniocoesodoconteúdotrabalhado.

Figura 3. Quadro com sequência de questionamentos da instrução programada.

Questionamento

Pergunta nº 01

Questionamento

Pergunta nº 02

Figura 3. Quadro com sequência de questionamentos da instrução

A pesquisa bibliográficasegundoKöche(1997)devebuscar“conhe-cereanalisarasprincipaiscontribuiçõesteóricasexistentessobreumde-

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terminadotemaouproblema”portanto,quandoestimuladapeloprofessorpermitequeseusalunosampliemoconhecimentosobredeterminadoas-sunto, queusemo conhecimentoaprendidoparaproduzirnovo conheci-mentoequefaçamumasínteseadequadasobreotemapesquisado.

OprojetoéconsideradoumatécnicadeensinosegundoKrasilchick(2008),quandoseusobjetivoseducacionaisenvolvemaquisiçãodeiniciati-vas,decisõesepersistênciasporpartedoaluno.Podeserdesenvolvidademaneiraindividualouemgrupoeseespera,comoresultado,aelaboraçãoderelatórios,coleções,resenhas,materialdidático,enfim,umprodutofinalconcreto.

2.2. Técnicas de ensino em grupoEntreoutrasdefinições,podemosconsiderarumgrupocomoumcon-

junto de indivíduos que apresentam propósitos comuns, interatividade,afinidade,habilidadedetrabalhoemconjunto,mesmoidealeconsciênciacoletiva.Comisso,podemosentãoperceberqueastécnicasdeensinoemgrupo,sãoaquelasemqueseesperaqueoindivíduopossainteragircomooutro.

... Enquanto a escolha individual de objetivos representa uma ação ereaçãosimplesedireta,adogrupoéconseqüênciadenumerosasforças,quedealgummodo,devemserorientadas.

(Beal)

Aformaçãodeumgrupo,quandorelacionadoaoprocessodeensinoeaprendizagempodeocorrersegundoTurraetal.(1998)demaneiraespon-tâneaoudirigida.

Após a formação do grupo, são delegadas funções e atividades aosmembrosdogrupo.Essasatividadessãodivididasemtrêsetapas,aetapadoplanejamento,aetapadaaçãogrupalefinalmenteaetapaqueenvolveaavaliação.

Existemdiversastécnicasdeensinoemgrupo,podemoscitarcomoexemplo,grupodeobservaçãoeverbalização(GO-GV),Philips66,aulaemcadeia e o grupo de cochicho.

Na atividade de grupo GO-GV,otrabalhorealizadoemcírculotra-balhaoconteúdodaaula,assimcomoocomportamentogrupal.Umgrupoformaumcírculocentralizado(GV)eoutrogrupo(GO)circundaoprimeiro.Ogrupocentraldiscuteumtemaorientadoinicialmentepeloprofessor,eogrupomaiorrealizaaobservaçãodessaatividade.Essetipodetrabalhoemgrupotemcomoobjetivosampliaracapacidadedeobservaçãodosestudan-tesassimcomo,disseminarconhecimentos,analisar,compreenderetentarencontrarsoluçõesparaosproblemasapresentados.

AatividadePhillips 66caracteriza-sepeladiscussãoentreseisestu-dantesduranteumtempodeseisminutosnomínimo,deumtemaindicadopeloprofessor.Apósessadiscussãoosalunoschegamaumaconclusãoeposteriormente asmesmas serão colocadas para a sala e o coordenadoranotaasinformaçõeschegandoaumconsenso.Oobjetivodessaatividadevisatrabalharcomodiálogo,atrocadeconceitos,inibição,divisãodetra-balhoeopiniõespessoaisdosalunos.Umadesvantagemobservadapara

Oqueéumgrupo?

A técnica Phillips 66 étambém denominada deDiscussão 66, Sessão 66, Zumbido 66, Sessão Zum-bido ou Fracionamento. Foicriadaeutilizadapelaprimeiravezaproximada-mente há três décadas,pelo professor J. DonaldPhillips,doHillsdaleCol-lege, na Universidade deMichigan,nosU.S.A.

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essaatividadedizrespeitoaotempo,umavezquetodasasatividadessãocronometradas.Dessaforma,oassuntonuncaéestudadoemprofundida-de,poisotempoépouco.

Aula em cadeiaéumaatividadequeenvolveadivisãodeumdeter-minadotemaemafirmaçõesquesãoposteriormentedistribuídasentreosalunos.Estesentãodeverãoapresentarentresipormeiodeumseqüen-ciamento lógico eaindacom tempopré-fixadopelomediador,no caso, opróprioprofessor.Aaplicaçãodessatécnicatemcomofinalidadeestimularnoalunoodesenvolvimentoderaciocíniológico,crítico,reflexivoesensodecomprometimentoeresponsabilidadegrupal,bemcomohabilidadedesín-tesedosconteúdosestudados.

Ogrupo do cochicho,consideradaumatécnicamaisinformal,podeser trabalhada emsalapeloprofessor e coma salade auladividida emgruposdedoisalunos,ounomáximotrêsestudantes,quepoderãodiscutirentresisobrediversosassuntos.Apósosperíodosestipuladopeloprofes-sor,osgruposfarãoumaexposiçãodosdebateseconclusõesdecadaumejuntosformularãoumaconclusãoparaogrupomaior(sala).Essatécnicapodeestimularoalunoquantoasuaparticipaçãoemgrupo,diminuiçãodatimidez,aproximaçãodosmesmos,concentraçãonotema,eidéiasdiscuti-das e organização de tempo.

3. Modalidades de EnsinoAsTécnicasdeTransmissãodoConhecimentoBiológicoenvolvemmo-

delosquepermitemauxiliaroprofessordeCiênciasparaoEnsinoFunda-mentaledeBiologiaparaoEnsinoMédionomomentodeplanejamentoeelaboraçãodoseuplanodeaula.

Entreessesmodelospodemoscitarcomoexemplo,aaulaexpositiva,oseminário,quepodeserdesenvolvidodemaneiraindividualouemgrupo,discussões,estudodecaso,aulaspráticas,confecçãodematerialdidáticoeexcursões.AlgunsmodelospossuemumamaiorusabilidadedentrodasdisciplinasdeCiênciasNaturais,como,ousodemodelosdidáticos,asati-vidadesexperimentais,aaulaemcampoeainda,asexpressõesartísticaseasatividadeslúdicas.Autilizaçãodessastécnicasemsaladeaula(exe-cutávelemtodososníveisdeensino,daeducaçãoinfantilaoensinosupe-rior)éconsideradaporalgunsprofissionaiscomotentativascomformaseestratégiasquepossibilitemumensinodequalidadeemtodososníveisdaeducaçãonoBrasil.

Umdosmomentosadequadospodeserobservadoquandosedistingueumeloentreoeducadoreoeducandonasquestõesqueenvolvemestra-tégiasde transmissãodosconteúdos,objetivandooprocessodeensinoeaprendizagem.

ParaFreire(1999)oseducandosvãosetransformandoemreaissu-jeitosdaconstruçãoedareconstruçãodosaberensinado,aoladodoedu-cador,igualmentesujeitodoprocesso.Essareflexãoenfocaadualidadedoensino,ouseja,quemensinatambémaprende.Esteautorenfatizaqueoensinarpreconizaobtermaisquesimplesmemorizaçõesdefórmulasouta-refase,portanto,exigequeoprofessorestejaemconstanteaprimoramentocomasmudançasecomaatualidade.

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17TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

“(…)todaeducaçãodevepartirdointeressedequemvaisereducado.(…)Aeducaçãoquenãotenhaporbaseointeresse,quecoloqueesseslongedacriança,estádeantemão,condenadaaofracasso(…)Todoensinoquequer realmente ensinar deve responder a curiosidade e as necessida-desdacriança,deveserumarespostaaosproblemasqueelasecoloca,deveserdesejadaeaceitacomgosto(…)Porémparaqueaengrenagemse ponha em funcionamento é importantíssimo estimular o desejo deaprender.”

(J-J Rousseau – sec. XVIII)

Aescolhadamodalidadedidáticavaidependerdoconteúdoedosob-jetivosselecionados,daclasseaquesedestina,dotempo,dosrecursosdis-poníveis,alémdosvaloreseconvicçõesdoprofessor(KRASILCHIK,2008).Estaautoraafirmaaindaqueasmodalidadesdidáticaspossamserorgani-zadasdeacordocomvárioscritérios,quandoafirmaqueoprofessorpoderáagruparasatividadesqueserãodesenvolvidas,emtrêspilares,ofazer,ofa-lareomostrar.Outrasconcepçõesdeusodasmodalidadesenfocamques-tõesrelativasàtransmissãodosconteúdosporpartedoprofessor,incentivoacriatividadedoalunoetambém,ocompromissodeprofessoresealunosnaexecuçãodesuastarefas,sejamelas,oplanejamentodeumaaulaouodesenvolvimentodeumprojetodepesquisa.

Krasilchik(2008)sugeremaneirasdeutilizaçãodasmodalidadesdi-dáticasdeacordocomosobjetivosaseremalcançadospeloprofessor.Entreelastemosaaplicaçãodeaulasexpositivasedemonstraçõesparaativida-desemqueoprofessordesejatransmitirinformações,aplicaçãodeprojetoseexperimentaçõesparaatividadesenvolvendoaspectosinvestigativos.

3.1. Aula expositi vaEssamodalidadeéconsideradapelamaioriadoseducadores,comoa

melhoreamaisadequadaparaserutilizadanasaulasdeCiênciaseBiolo-gia.Talafirmaçãobaseia-seemaspectoseconômicosedeestabilidadeparaaescolaeoprofessor.Issosignificaqueparaaescolaaescolhadessamo-dalidadeporpartedoeducadortorna-seumaeconomiaparaainstituição,umavezquenessemomentosomenteumprofessorse faznecessárionasaladeaulaparaatransmissãodasinformações.Essetipodemodalidadeéconsideradoumpontoquefavoreceoprofessorporqueomesmoaotraba-lharosconteúdosemsalapormeiodeumaaulaexpositiva,aprincípiosetransformanodetentordoconhecimentoeespera-sequeosalunosfiquempassivos,recebendoessasinformaçõessemincentivodequestionamentosouraciocínio lógicoparacompreensãodosassuntosabordados.Decertaforma,essemomentoédetranquilidadeparaoprofessor,poisestesentesegurançajáqueosalunosacabamsetornandomerosespectadoresdessemomento do processo de ensino e aprendizagem.

Paraessetipodemodalidadesãoencontradospontospositivosepon-tosnegativos.Entreospontospositivospodemosdestacaraintroduçãodenovosassuntos,asínteseouconclusãodecapítulosouunidadesouainda,arevisãodeconteúdosjátrabalhadospeloprofessor.Poroutrolado,essamodalidadenãosemostraadequadaparaodesenvolvimentodeatividadesdeCiênciasouBiologiaquetenhamcomoobjetivosadiscussãoeareflexãodedeterminadosassuntos.Atitudesdedesatenção,dispersãona salade

Aaulaexpositivaéopro-cedimento didático maisamplamente utilizado pe-losprofessoresequesuaestruturação remonta ao final da Idade Média,quando o modelo educa-tivodosjesuítastransfor-mava-seemreferênciape-dagógica.

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18 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

aulatambémsãoindicativosdequenãoháinteressedoalunopeloassuntoqueestásendoexpostopeloeducador.Introduçãodeumassuntodeformaincorreta,exemplificaçõesexcessivaseinadequadas,planejamentoincorre-to,conteúdoemexcessosãoaspectoscitadosporKrasilchik(2008),comoerrosdeexecuçãonousodaaulaexpositiva.

3.2. DiscussõesQuandooprofessorpropõedesenvolvernasala,umaauladiferencia-

da,issologochamaaatençãodosalunos.QuandoessamudançaacontecenasaulasdeCiênciasouBiologiapode-seconsiderarumavançopositivoparaoensinodessaárea.Ousodetemas,quepossamestimulardebatesediscussõesnasaladeaulaintroduzaaplicaçãodamodalidadedidáticadenominadaporKrasilchik(2008)comodiscussões.Ummodelodeexemplopararepresentaressamodalidadeéochamadoconviteaoraciocínio.Neste,osalunossãolevadosatrabalharosconteúdosdeCiênciaseBiologiaatra-vésdefichasqueabordamosassuntosdeformaquepossamcompreenderosprocessosefenômenosemetapasecomisso,compreendamosprocessosinvestigativos.Contudo,nemsempreoeducadorsesentecapacitadoade-senvolveressatécnica,umavezqueparaasuaaplicaçãooprofessor,comomediadordodebate,deverádominarosconteúdosparaquepossaintervirquandonecessário.

3.3. Estudo de casoOestudodecasoéatécnicanaqualumasituação-problema,realou

fictícia,éamplaeprofundamenteanalisada,avaliadaeapreciada,poden-doserrealizadoemgrupo,quandodesenvolveatitudesdeliderança,ética,comunicabilidade,disciplinaintelectual,flexibilidadederaciocínio,objeti-vidadenosprocedimentos,persuasão,tatoetolerância.

Osgruposdevempossuirentrequatroeoitoalunos.Esseefetivofa-voreceacomunicaçãoeainteraçãonogrupo.Efetivosmaioresdificultamocontrole,enquantoefetivosmenoresrestringemosurgimentodeidéias.

Aexperiênciaindicaqueumprofessorpodeconduzirostrabalhosdeatéoitogrupos,assimconstituídos.

Paracadagrupo,deveráserindicadoumcoordenadoreumrelator.Aoprimeirocabeorganizarostrabalhos,atribuirfunções,controlarotem-po,buscarmeioseresponsabilizar-sepelasatividadesdogrupo.Cabe-lhetambémapresentarospontosdevistadogrupoouindicaroutrointegranteparafazê-lo.Aorelatorincumberegistrarasidéiaslevantadas,asconclu-sõesparciaisefinais,assoluçõesoudecisões,bemcomopronunciar-seemnomedogrupo,seindicadopelocoordenadorousolicitadopeloprofessor.

Nafasedepreparaçãodoestudodecaso,cabeaoprofessorescolherumasituaçãoproblema,realoufictíciacujasoluçãoenvolvaaaplicaçãodeprincípios, normas, conceitos, habilidades e conhecimentos; e selecionaramaneiradeapresentá-laaosalunos,paraoqueéindicadoorecursoamaterialimpresso,descriçãoverbal,ilustrações,filmes,vídeos,fotografias,dentreoutras.Sejulgarconveniente,oprofessorpodeprepararumroteirodeperguntasqueorientemaexecuçãodoestudodocaso,pelosalunos.

Naexecuçãodoestudodecaso,oprofessoracompanhaeobservaosgrupos,seminterferirdiretamenteemsuadinâmica,demodoapreservaraliberdadeeacriatividadedosalunos.

Sãopossibilidades do es-tudodecaso:-Favorecer sobremaneiraointercâmbiodeidéias;-Desenvolveracapacida-dedeanálise critica edesíntese;-Prepararosalunosparao confronto de alternati-vaseparaaaceitaçãodepontos de vista divergen-tes;- Ensejar a aplicação deconhecimentos;- e permitir a tomada de decisões.

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19TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Ao professor cabe esclarecer dúvidas, evitar que os alunos se des-viemdosobjetivosdoestudo,controlarotempo,atuarcomomoderadordostrabalhos, senecessário, estimularaparticipaçãode todos,bemcomoaapresentaçãodesoluçõesoriginaisealternativas,desestimulandosoluçõesrígidas,pré-concebidasepadronizadas.

Nodecorrerdaaplicaçãodatécnicasolicitaaapresentaçãodassolu-çõesdosgrupos,ouve-asatentamente,comenta-asouatribuiessatarefaaosdiversosgrupos.Semdesvalorizarassoluçõesmenosadequadas,des-tacaasmaispertinenteserealizaasnecessáriascorreções.

Competetambémaoprofessorrealizarousolicitarsíntesesparciais,àmedidaqueostrabalhosprogridem,e,aotérminodaaula,destacarosensinamentosmaisrelevanteseasprincipaisconclusõesaquechegaramos grupos.

Naconclusãooprofessordevefazerumsumáriodasprincipaissolu-çõesapontadasparaoproblemaproposto,ressaltando,entreassoluçõesmaisadequadas,osaspectospositivos,queseconfiguramcomofortalezasquepermitemsuperarosimpasses,eapontando,entreassoluçõesmenosfavoráveisàsoluçãodoproblemaaseventuaisfalhas,quefuncionamcomodebilidadeslevantadas,asquaisdevemservircomoparâmetrospararetifi-carasidéiaseprocedimentos(PORTO,2009).

Nessaunidadeestudamososprocedimentoemodelosdeensino.Aimpor-tânciadeseconheceressesprocedimentosparaquepossamosplanejareprepararumaaulaadequadaàturmaeasuarealidade.Entendemosostiposdeprocedimentos,osdiversosmodelosdetécnicaseaulas.Porfim,conhecemosalgumasmodalidadesdeensinoesuascaracterísticas.

Apósaleituradomaterialdefinaoquesãoprocedimentosdeensinoequalaimportânciadoseuconhecimentonasuaformaçãodeprofessor.Sa-bendoqueháváriosmodelosdetécnicasdeensino,eque,paraoensinodasdisciplinasdeCiênciasNaturais,algunspossuemumamaiorusabilidade,escolhadoismodeloseelaboreumtextoondevocêapontarávantagensedesvantagensnautilizaçãodecadaum.

Escritores da Liberdade.Drama,Alemanha,EstadosUnidos.2007.Dire-ção.RichardLagravenese.Duração.123min.ParamountPictures.

Interações SinérgicasO estudo de caso podeser combinado com ou-trastécnicas,taiscomoadiscussãodirigida,adra-matização, a pesquisa, atempestadedeidéias,en-tre outras.

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20 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

O Plano de AulaO plano de aula deve ser um aliado do professor no modo de conduzir

o ensino, tendo como eixo de conduta a ação – refl exão – ação. Nele deve constar, além do cabeçalho, que identifi ca do que trata o plano, a quem se destina e quem confeccionou, a fi nalidade, o problema a tratar, os objetivos, o procedimento metodológico, o material necessário, a discussão ou avaliação da aula ministrada.

A sua execução permite que o professor refl ita sobre sua aplicação e planeje novas ações, mantendo as fortalezas alcançadas e corrigindo as debi-lidades que porventura sejam constatadas.

Vejamos um plano sobre o estudo de caso (PORTO, 2009):

UECE – CCS

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

ESTUDO DE CASO – HERANÇA E MANIPULAÇÃO GÊNICA

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Valberto Barbosa Porto

1. Considerações Preliminares

A presente aula, usando a técnica do Estudo de Caso, tem por fi nalidade compreender o caso da Diferenciação Celular como mudanças estruturais, partindo-se do mesmo conjunto de elementos, o conjunto gênico de um indi-víduo.

Portanto, o problema a investigar é responder à seguinte pergunta:

As células somente se originam de outra célula pré-existente. Em um organismo multicelular, todas as células possuem a mesma origem a partir do zigoto. Elas vêm de sucessivas mitoses sofridas pelo embrião sendo, portanto, geneticamente idênticas. Ao mesmo tempo, pode-se observar que essas cé-lulas são muito diferentes no que diz respeito à forma e função. A explicação do fato das células serem idênticas geneticamente e diferentes morfologica-mente, pode ser compreendida, a partir dos modelos produzidos na atividade denominada ORIGÂMI?

2. Objeti vos

2.1 Geral

Reconhecer como se processam mudanças estruturais a partir dos mes-mos elementos constituintes do todo.

2.2 Específi cos

2.2.1 Cognitivos

Revisar bibliografi a sobre expressão gênica;

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21TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

2.2.2 Habilidades

- Realizar trabalhos manuais;

- Fazer comparações para compreender fatos;

- Formular hipótese;

- Discutir sobre o assunto tratado;

2.2.3 Atitudes

- Agir diante de situações problemas;

- Valorizar o trabalho em grupo;

- Interessar-se pelo processo investigativo;

3. Procedimentos

Para construir o origâmi utilize as informações contidas no anexo ao ro-teiro, escolhendo uma das seqüências propostas e fazendo somente as dobras indicadas nos quadros para cada número.

O estudo de caso se constitui na comparação entre as várias estruturas produzidas na confecção do origâmi, para tentar estabelecer uma analogia entre a atividade e a maneira como você acha que ocorre a expressão gênica e a diferenciação celular.

Realize os trabalhos em equipe. Cada equipe deverá construir um tipo de estrutura diferente, para depois compará-las

4. Material necessário

Papel de dobradura cortado em formato de um quadrado.

5. Discussão

1. Estabeleça a relação entre cada elemento da confecção do origâmi (ins-truções gerais, seqüência de dobraduras e origâmi obtido) e o processo de expressão gênica indicando a sua implicação para a diferenciação celular.

2. Compare as respostas dadas à questão prévia formulada nas considera-ções iniciais antes e depois de realizar a atividade origâmi.

3. Transforme em hipótese a questão prévia.

6. Bibliografia Recomendada

CAMPBELL, N. A. Biology. 2nd edition. The Benjamin/Cummings Publishing Company, Inc: Redwood City, 1990.

CURTIS, H. Biologia. 2a edição. Editora Guanabara Koogan S.A.: Rio de Ja-neiro, 1977.

PURVES, K. P. & Col. Vida, A Ciência da Biologia. 6a edição. Editora Artmed: Porto Alegre, 2002.

RAVEN, P. H. & Col. Biologia Vegetal. 4ª. Edição. Guanabara Dois: Rio de Ja-neiro, 2001.

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22 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

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23TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

CASTRO,A.A.D.Otrabalhodirigido.In:BRASIL.Didática para a escola de 1º e 2º graus.SãoPaulo:Pioneira/MEC,1976.119p.

FREIRE,P.Pedagogia da autonomia:saberesnecessáriosàpráticaeduca-tiva.SãoPaulo:PazeTerra,1999.(ColeçãoLeitura).148p.

KÖCHE,J.C.Fundamentos da Metodologia Científi ca: TeoriadaCiênciaePráticadaPesquisa.16aEd.Petrópolis:EditoraVozes,1997.136p.

KRASILCHIK,M.Prática de ensino de biologia.4.ed.revisadoeamplia-do.SãoPaulo:Edusp,2008.198p.

MARQUES,J.C.Ensinar não é transmitir.PortoAlegre:Globo,1969.109p.

PILETTI,C.Didática geral.21.ed.SãoPaulo:Ática,1997.258p. (SérieEducação).

PORTO,V.B.Técnicas de Transmissão do Conhecimento Biológico – NotasdeAula.Fortaleza:UECE,2009.25p.

SILVA,N.;COLELLO,S.M.G.Letramento do processo de exclusão so-cial aos vícios da prática pedagógica.Disponívelem:<http://www.hotto-pos.com/videtur21/nilce.htm>.Acessoem:02demar.2009.

TABA,H.Elaboración del currículo:teoriayprática.BuenosAires:Edicio-nesTroquel,1974.662p.

TURRA,C.M.G.;ANDRÉ,L.C.;ENRICONE,D.;SANTANNA,F.M.Plane-jamento de ensino e avaliação.11.ed.PortoAlegre:SagraLuzzatto,1998.304p.

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Page 25: Técnicas de Transmissão gr

Unidade

Objetivos:

• Identificar as competências do “profissional” estudante, compreendendo suaimportânciaparaaformaçãodoprofissionaleducador.Oleitordevecompreenderfatoreseducacionais,como,aescrita,aleituraeapráticadaação-reflexão-ação.Portanto, espera-se que ao final dessa unidade você, estudante, seja capaz deidentificartaiscompetências,fazendoumaanálisecríticadasmesmas.

Competências do “profissional” estudante

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27TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

1. IntroduçãoSoalheiro(2008)emseuartigosobrecompetênciasessenciaisetrans-

versaisfazumaabordagemsobreaperspectivadosmuitosprofissionaisre-cémformadosqueselançamounãonomercadodetrabalho.Esseaspectorefere-seaofatodesseprofissional,muitasvezespornãosaberexatamenteoquefazerouoqueoferecer,contribuirparaaformaçãodeumgrupodeprofissionaisqueprestamserviçosemáreasparaasquaisnãoforamcapa-citados.Claroquetalatitudeéresultadodeumaimposiçãomercadológica.

Enquantovivenciamaformaçãoprofissionalcomoestudantes,nãosãomostradosoudiscutidososdiversosdesafioseatémesmoacompetitividadeexistenteentreasprofissões.Atualmenteomercadodetrabalhosemostracompetitivoemtodososníveisequalificações.É importantequeoalunoesteja ciente desses fatos e compreenda a necessidade de que enquanto “pro-fissional”,elepossaexercerdamelhormaneirapossível,suaprofissão.

Podemosobservarcomissoquehá,naverdade,umgrandenúmerodeestudantesemformação,alienados,queaofinaldocurso,acreditarãopos-suircompetênciasehabilidades(baseadosemseusconhecimentosteóricos)suficientesparaexerceroseuofícioeenfrentaromercadodetrabalho,por-tanto,competitivos.

Apalavraofício,apartirdesuaraizetimológica,significaumencargo,umaincumbência,ouseja,umaocupação.Talposição,deacordocomopon-todevistasemântico,permitequeumindivíduosejareconhecidoerespeita-doperanteasociedade.Enquantodopontodevistaanalítico,oofíciopermiteaindaqueoindivíduofaçapartedeumaorganização(TEIXEIRA,2000).

Respondaoquestionamentoabaixo:

Você acha que ser estudante é um ofício?OofíciodoalunosegundoPerrenoud(1999)éconstituídoentreoutras,

porsetetiposdeatividades(momentosdaavaliaçãoformal;trabalhosdecasa;exercíciosindividuais;tarefasdiscursivas;situaçõesdeinvestigação;participaçãonasaulas;discussõescoletivas;eo trabalhoemsubgrupos)desenvolvidaspelomesmo,que fazemadiferençaentreobomalunoeorestante da turma.

Atualmentesediscutebastantesobreatemáticaqueenvolveascom-petências,principalmentenaescola.Opapeldoprofessorcomoummedia-dorparaodesenvolvimentodestasemrelaçãoaoaluno.Etimologicamente,apalavracompetênciaderivadecom + petere, oudepedir juntocomosoutros,buscarjuntocomosoutros,desejarouprojetarjuntocomosou-tros.Adefiniçãodessetermotemsidomotivodedebatesequestionamentosentre os autores especializados.Odesenvolvimentode competências (co-nhecimentos,habilidadeseatitudes)temsidoocaminhoapontadopormui-

Nofimda IdadeMédia,aexpressão competênciaera associada, essencial-mente,àlinguagemjurídi-ca.Diziarespeitoà facul-dade, atribuída a alguémou a alguma instituição,deapreciarejulgarcertasquestões. Por extensão, oconceito de competênciaveio a designar, “o reco-nhecimentosocialsobreacapacidade de alguém desepronunciar em relaçãoadeterminadoassunto, emais tarde, passou a serutilizado, de forma maisgenérica,paraqualificaroindivíduocapazderealizardeterminadotrabalho”.

Paradigma:Modelo de percepção he-gemônico da sociedadesobrearealidade.

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28 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

tos,paraasmudançasquehojesãoobservadasnoparadigmaeducacional,ondeessesebaseiaemummodelodeensinoquepriorizaaformação,dan-doênfasenaconstruçãodocurrículo.

ParaMachado(2006),aidéiadecompetênciaéfundamentadaemtrêspilaresconstituintes:apessoalidade,osercomocompetenteenãoexpres-sões ou objetos; o âmbito, o ser competente emum âmbito específico; efinalmenteamobilização,ouseja,aorganizaçãoedeterminaçãodoindiví-duonarealizaçãodeseusobjetivos.Perrenoud(1999)afirmaquenosenti-doeducacional,otermocompetênciassignificaacapacidadedeacumularconhecimentoseutilizar-sedosmesmosnasoluçãodediversassituações.Tanguy(1997)afirmaseracompetênciaumacompilaçãodeinformações,capacidadeseaptidõesquehabilitamparaumdebate,umareflexão,adeci-sãodetudooqueenvolveumtrabalho,umofício,supondoconhecimentosteóricos fundamentados, acompanhadosdas qualidades eda capacidadeque permitem executar as decisões sugeridas.

Perrenoud (1999) em seu livro “Construir as competências desde aescola”,exemplificaascompetênciasemblocos.Eafirmaexistirdistinçãoentre os blocos de competências transversais e o bloco de competênciasdisciplinares,ouseja,osprocessosenvolvidosnãosãoapenaseducativosecognitivos,mas,também,sociaiseculturais.

AlgumascompetênciasdoestudantedestacadasporGrilo(2002)comorelevantessão:domíniode línguasestrangeiras;oralidadeempúblico;do-míniodastecnologiasdeinformaçãoecomunicação;domíniodaescrita;es-tímuloaleitura;espíritodecuriosidade;espíritoinovador;autonomia;inde-pendência;crítica;trabalhosemgrupo,enfim,competênciasqueatualmentesãoimprescindíveiseexigidasparaqueumbomprofissionalpossaocuparoseulugarnomercadodetrabalho.Caritaetal.(1997)emseuartigosobrecomoensinaraestudarafirmaquetrabalhosrelacionadoscomaformaçãodoalunoenvolvemaaquisiçãoe/oudesenvolvimentodecompetênciasquepermitamaosmesmosapresentarrendimentosacadêmicos.Éimportantee,necessáriosegundoasautoras,queaescolasejaumparticipanteativodesseprocesso,umavezqueoaluno,nãonasceestudante,essepapeléconstruído.

Oofíciodeser estudante, é,portanto,umprocessocontínuoqueévivenciadonãoapenasnoâmbitoescolar,mas,tambémnasexperiênciasdo dia a dia.

Quais são as competências transversais do ofício de aluno?Oofíciodefazer-seestudanteestárelacionadoaváriosfatoresedu-

cacionais,como,aescritaealeitura.Esseúltimopodendoserclassificadoemtrêsmodelosbásicos,aleituradesondagem;aleituranormalealeituraemanálise.Taismodelospodemaindaserconsideradoscomotécnicas,poispossuemointuitodeauxiliaroestudanteemformação.

A leitura em sondageméaquelaemqueoleitorfazobservaçõesdepontoscomotítulo,subtítulos,destaques,índices.Nessemodelodeleiturasão lidosparágrafosaleatóriosdepontosdotexto:começo,meioefim.Aintençãoéqueoleitorformeumaidéiageralsobreoassuntoemdestaque.Essa técnicaéusadacomo ferramentade leiturarápida,quandoo leitornão dispõe de muito tempo e o mesmo deseja ter uma noção do texto que pretendelercommaisatenção.

A leitura normalenvolveumaleituracontínuaeseminterrupções.Ébastanteutilizadanaleituradetextosouartigosderevistas,jornaiselivrosdecunholiterário.

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29TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

A leitura em análise sedestacaporseruma leituracomparadas,interrupções.Éummodelode leituraminuciosa,poiso leitor é levadoaavaliar,questionaremesmorefletirsobreoassuntodotexto.

Parafinalizar,éimportantequeoalunovejaessesmodelosdeleiturademaneiraglobalizada,ouseja,todasapresentamaspectosemcomumefinalidadeúnica,queenvolve:concentração,paraqualéprecisodisponibili-dadedetempoeespaçoparaarealizaçãodessaatividade;criticidade, onde oleitorserácapazdequestionarerelacionaroassuntodotextocomfatosouacontecimentosporelejáapreendidos;eporfim,otempodeleitura,ouseja,compreenderavelocidadecomqueotextoserálido,considerandosuacomplexidade;semestímulosexternoquedesviemaatençãodoleitor.

2. A ação docenteAaçãododocente,partindodareflexãorequerodomíniodefunda-

mentos teóricos emetodológicosdealgumasmodalidadesdidáticasparaseremusadasemsaladeaula.

É fato que o docente necessita acumular saberes durante sua for-mação emumaárea específica, no entanto, hoje o processode ensino eaprendizagemrequerqueesseprofissionaldesenvolvatambémhabilidadesecompetênciasespecíficasquepossamauxiliarcomoferramentasdoensi-nonessaáreaespecífica.

Dominarumadisciplinaouassuntoespecífico,nãosignifica“serdi-dático”,massim,queoprofissionaldocenteestáconstantementeinvestindonasuaformaçãoprofissionalespecíficaoquelevaàconstruçãodeconheci-mentosehabilidadesespecíficas.

OensinodasdisciplinasnocampodasCiênciasNaturaistemoobje-tivodeestimularodesenvolvimentoquantoaoconceitodeciênciacomomé-todoesaber,comisso,admitemapráticadaação-reflexão-ação,demodoapermitiraaplicabilidadedoconhecimentoemsituaçõesreaisassimcomofazer recortesdeelementosquepossamservirdeeloparaasdiscussõesteóricas.

Nessaperspectivadapráticaação-reflexão-ação,determinadassitua-çõesexigeaaplicaçãodamodalidadedidáticadotipoatividadesexperimen-tais,queincentivamaautonomiadoeducando,oquepodeserobservadoquandooalunomostraumaautonomianoquedizrespeitoàinvestigaçãocientífica.Podemosperceberainda,oespíritodegrupo,deequipeentreosalunos quando estes vivenciam taismodelos didáticos de atividades queenvolvempráticas.

Assim,ametodologiausadanasaulasdeCiênciaseBiologiaémuitasvezesguiadapelodesenvolvimentodeestratégiasetécnicasdeensinoquepermitamaformaçãodeumamentalidadecientíficaequehabilitemoalu-noatambémtransmitirosabercientífico,naformaemquerealmenteeleé produzido.

ParaMartinseHora(2009),oensinodeCiênciasaindaédesvincu-ladodarealidadeedosfenômenosqueconstituemouniversodosalunos.Énecessárioqueoprofessoruseumamodalidadedidáticaqueaproximeosconteúdosteóricosaumarealidadepróximadosalunos,dessaforma,aaprendizagemseráfacilitada.Issolevaconsequentemente,oprofessoraconsideraroconhecimentojáexistentenoalunoeapartirdaípromoverasistematizaçãodoconhecimentocientífico.

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30 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Fumagalli (1998), em seu artigo sobre ensino de Ciências no nívelfundamentaldaeducação formalpropõequeaaprendizagemdessaáreasejarealizadapormeiodemodelosdidáticosconstrutivistas,umavezqueosmesmosutilizamcomoestratégiadeensino,osconhecimentospréviosdoalunocomofinalidadedeumacompreensãosignificativadosconteúdos,bemcomo,estimulamaapreensãodenovosconceitos.

Oprofessordeve,portanto,serformadocomobjetivodegarantirnovascompetênciasaosseusalunos,jáqueaDidáticanãoserestringeatécnicaspreestabelecidas de como ensinar, requerendo intuição e criatividade nousodasmodalidadesdidática,quebrotamdocicloação-reflexão-ação.

Nessaunidadeestudamossobreoofícioeascompetênciasdoestudante.Seusaspectos,fatoresemodelos.Entendemossobrealgunspontosteóricosarespeitodasmetodologiasdeusonasmodalidadesdidáticas.

Váriosfatoreseducacionaisestãorelacionadosaoofíciodeserestu-dante.Entreelesaescritaealeitura.Sabendodisso,relacioneosmodelosdeleituraecomentedemaneirasucintaumdeles.Otermocompetênciasig-nificaacapacidadedeacumularconhecimentoseutilizar-sedosmesmosnasoluçãodediversassituações.Combaseemsuasleiturasrespondaquecompetênciasaosestudantessãoconsideradasrelevantes?

LeiturasPERRENOUD, P.Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre:ArtmedEditora,2000.162p.

PERRENOUD,P.Construir as competências desde a escola. PortoAlegre:Artmed,1999.96p.

PERRENOUD, P. Dez novas competências para uma nova profi ssão. Disponívelem:<http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_2001/2001_23.html>.

Filmes Nenhum a menos. Drama. China. 1998. Direção: Zhang Yimou.106minutos.

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31TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Sociedade dos poetas mortos.Drama.EUA.1989. Direção:PeterWeir.129minutos.TouchstonePictures.

O triunfo.Drama.EUA/Canadá.2006.Direção:RandaHaines.95minu-tos.CalifórniaHomeVídeo.

Siteshttp://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

CARITA,A.;SILVA,A.C.;MONTEIRO,A.F.;DINIZ,T.P.Como ensinar a estudar.Portugal:EditorialPresença,1997.125p.

FUMAGALLI, L. O ensino de ciências naturais no nível fundamental da edu-cação formal: argumentos a seu favor. In: WEISSMANN, H. Didática das ci-ências naturais. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 13-29.

GRILO,M.Desafi os da educação: idéiasparaumapolíticaeducativanoséculoXXI.Lisboa:OficinadoLivro,2002.145p.

MACHADO,N.J.Competência e profi ssionalismo:olugardaética.Pro-grama ética e cidadania construindo valores na escola e na sociedade. Disponível em:http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espa-co-virtual/espaco-etica/WEBARTIGOS/competencia/profissionalismo/lu-gar/etica.pdf.Acessoem13out.2008.

MARTINS,J.L.S.;HORA,G.S.da. Licenciatura do curso de ciências biológicas e a Competência didática.Disponívelem:<http://nippbahia.com/docs/jorgeamado/2007/ArtigoTCCJucaraFJA2007.pdf>. Acesso em:10dejan.2009.

PERRENOUD,P.Construir as competências desde a escola.PortoAlegre:Artmed,1999.90p.

SOALHEIRO, B. Competências essenciais e transversais. Disponívelem: <http://www.tribunadebetim.com/html/modules/soapbox/article.php?articleID=1>.Acessoem:10deout.2008.

TANGUY,L.Competências e integraçãosocialnaempresa. In:ROPÉ,F.,TANGUY,L.(Orgs.).Saberes e competências:ousodetaisnoçõesnaes-colaenaempresa.Campinas:Papirus,1997.312p.

TEIXEIRA,E.Competênciastransversaisparaoofíciodealuno:ametodo-logiaacadêmicaemquestãoouquandoestudar,lereescreverfazadiferen-ça. Trilhas,Belém,v.1,n.2,p.56-65,nov.

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Unidade

Objetivos:

• Planejaromododeaplicarastécnicasdetransmissãodoconhecimentobiológico,relativasaaulaspráticasedecampo.

• Usaraaulapráticacomomodalidadedeensino,compreendendosuaimportânciaeaplicação.

• AplicaraauladecamponasatividadesdocentesdeCiênciaseBiologia,elaborandoroteirosparaessemodelodetécnica.

• Confeccionarorelatóriodeumaatividade.

Atividades práticas e de campo

3

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35TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

“Seescuto,esqueço;sevejo,lembro;massefaço,aprendo.”

(Provérbiochinês)

1. IntroduçãoUmavastabibliografiaabordaessatemáticanassalasdeaulasdos

cursosde licenciatura.É importante que o professor ao se deparar comumasaladeaula,tenhaconhecimentosdasetapasnecessáriasparaaboaexecução de seu exercício na sala de aula. Tal processo inicia-se comaescolhadosconteúdosaseremtrabalhadose,emseguida,dasatividadesselecionadasquepossibilitematingirosobjetivostraçados.

Aescolhadasmodalidades,portanto,representamumaetapaimpor-tantedesseprocesso,umavezque,alémdosobjetivos,deveserconsideradootempo,osrecursosdisponíveiseotipodeatividadeadequadaaoconheci-mento a ser transmitido.

Napresenteunidadeserãoabordadasasmodalidadesaulapráticaeauladecampo,realçando-seorelatóriocomoofechodessasatividades.

2. Aula Práti caRealizada a atividade sugerida ao lado, vamos conhecer umpouco

sobreoqueautorespensamarespeitodotemadefinido inicialmenteporvocês.

Asaulaspráticas têmsidoutilizadascomoum importantemeiodedifundiraspectosteóricos,normalmenteesquecidosounãocontextualiza-dospelosalunos.Nestesentido,segundoSeniciatoeCavassan(2004),elasconstituemumametodologiaeficaz,poisenvolvememotivamasatividadeseducativas,eporconstituíreminstrumentodesuperaçãodafragmentaçãodo conhecimento.

Édo conhecimentode todosqueo trabalhopráticonasdisciplinasdeCiênciaseBiologiaéextremamenteimportante,edeveriaocuparlugarde destaque durante os procedimentos de ensino. No entanto, o aspectoformativo das atividades práticas experimentais tem sido negligenciado,muitasvezes,aocarátersuperficial,mecânicoerepetitivoemdetrimentoaos aprendizados teórico-práticos consideradosdinâmicos, processuais esignificativos(SILVAeZANON,2000).

Torna-senecessário,portanto,umareformulaçãonaspráticasdeen-sinodirecionadasaoestudodeCiênciaseBiologia,devendo-seutilizarummodelodetransmissãodoconhecimentomaisapropriadoàsnecessidadesdoalunoequeincluaaaplicaçãodeatividadespráticassimples,mas,aomesmotempo,prazerosas.

Sabe-sequeoensinodeveservirparaaformaçãodaconsciênciacríti-cadocidadão,demaneiraqueseusconhecimentoscientíficossejamvolta-

Nas escolas, a origem dotrabalho experimentalaconteceu a mais de cem anos, influenciada pelotrabalho que era desen-volvidonasuniversidadese tinha por objetivo me-lhoraraaprendizagemdoconteúdo científico, poisos alunos aprendiam osconteúdos, mas não sa-biamaplicá-los.

Faça você mesmoElabore em um parágra-fooquevocêentendepor“aulaPrática”.

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36 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

dosparaaçõesquepossamdealgumaforma,promoveramelhoriadevida.Formarumalunocomconsciênciacríticaatualmente,sóépossívelquandoeletemaoportunidadedepensar,questionar,criar,formularhipóteseseobtersuasrespostas.Paraqueissoocorraénecessárioqueoeducadorsai-baministraraulaspráticasaosseusalunos.ParaLuzetal.(1989),oalunodevevivenciaroensinodeCiênciasdemaneiraquepossaproduzirsabercientíficovoltadoembuscadamelhoriadevidanesteplaneta.

VivemosnestepaísumasituaçãoparadoxalquantoaoensinodeCi-ênciaseBiologia.Enquantonosdiscursospedagógicosepolíticosninguémécapazdenegaraimportânciasocialdeabordar,emtodososníveispe-dagógicos,oconhecimentocientíficoebiotecnológico,napráticacotidiana,estetemsidoomaiorausente.Éumfatopúblicoenotórioqueoconheci-mentocientíficoetecnológico,ocupaumlugarsecundário,porumasériederazões.Umconsensoentreacomunidadecientíficaeeducacionaléqueodocentecarregaamaiorpartedaresponsabilidadeemgarantiraapren-dizagemdeciênciaspelosalunos.Porém,aformaçãocientíficadenossosfuturosprofessorestemdeixadomuitoadesejar.Sejaporfaltadeconteúdoteóricoouporabsolutafaltadepreparocientíficoprático,oresultadoéqueesseprofessorcarregaráconsigoemsuapráticadiáriadocenteaconcepçãoerrôneadeciência(VASCONCELOSetal.,2008).

A formaçãodoprofessordeCiênciassofrevários impedimentosdu-ranteseuprocesso,comoporexemplo,aquestãodevivênciaemlaborató-riosquepossibilitemexecutaratividadesdotipodurantesuaexperiênciaprofissional.Nesse sentido, a vivência em laboratórios bem estruturadosdurantesuaformação,nãocondizcomarealidadequeosesperanassalasdeaula.TalaspectoéconfirmadoporMcDermott(1990)citadoporGil-PérezePessoadeCarvalho (1993),queressaltaaindaqueaexperiêncianesseambiente,nasescolas,limita-seaumprocessodeverificação,aoestilodereceitasdecozinhas,oquenãocontribuiemabsolutoparaacompreensãodaatividadecientífica.

Paraoensinosetornarefetivoaomesmotempoemqueadquiretodoointeressedeumatarefacriativa,passaporumamodificaçãosubstancialdotrabalhodocenteeesteprofissionaldeve,portanto,reconheceraimportân-ciadecisivaquepossuiumcriteriosoplanejamentodeaulas,associadaàstarefasdeinovaçãoepesquisa(GIL-PÉREZ;PESSOAdeCARVALHO,1993).

Moreira(1993),faladoreconhecimentodaslimitaçõesdeumensinoportransmissãodeconhecimentos,sendoqueodesenvolvimentodasorien-taçõesconstrutivistasnomododeensinarpropõe,hoje,anecessidadedeumaformaçãodoprofessorvoltadatambémàpesquisa.

OqueseobservanasescolasdeEnsinoFundamentaleMédio,hojeéautilizaçãoconstante,pormuitoseducadores,domodelotradicionaldeen-sino.Carraheretal.(1986)afirmaquetalmodelodeeducaçãovêoconhe-cimentocomoumasériedeinformaçõesrepassadasdoprofessoraoaluno,semhaverapreocupaçãoseoaprendizadofoiefetivoounão,traduzindo-senummodo informacionaldetransmitiroconhecimentoememorísticodeaprendê-lo.Esseautordefendeautilizaçãodeummodeloalternativo,noqualoeducadorestimulaoalunoarefletirsobrequestõesenvolvendooseucotidianocomoexemplo.Paraele,oimportantenãoéaresposta,massim,oraciocíniodoalunoparachegaraoresultado.

Outrosaspectosimportantesaseremdestacados,paraqueoprocessodeensinosejaefetivado,são:aexistênciadeproblematizaçõespréviasdoconteúdocomopontosdepartida;avinculaçãodosconteúdosaocotidianodosalunos;eoestabelecimentoderelaçõesinterdisciplinaresqueestimu-

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37TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

lemoraciocínioexigidoparaaobtençãodesoluçõesparaosquestionamen-tos,fatoqueefetivaoaprendizado(FRACALANZAetal.,1986).

UmcontingentesignificativodeespecialistasemensinodasCiênciaspropõe a substituição do verbalismo das aulas expositivas, e da grandemaioriados livrosdidáticos,poratividadesexperimentais (FRACALANZA etal.,1986),emboraoutrasestratégiasdeensinopossamadotaridênticotratamentodoconteúdoealcançarresultadossemelhantes.

ParaCapeletto(1992),existeumafundamentaçãopsicológicaepeda-gógicaquesustentaanecessidadedeproporcionaràcriançaeaoadoles-centeaoportunidadede,porumlado,exercitarhabilidadescomocoopera-ção,concentração,organização,manipulaçãodeequipamentose,poroutro,vivenciarométodocientífico,entendendocomotalaobservaçãodefenôme-nos,oregistrosistematizadodedados,aformulaçãoeotestedehipóteseseainferênciadeconclusões.

Moraes(1998)assumequeexistemdiferentesperspectivaspelasquaisaexperimentaçãopodeseranalisadae,inicialmenteconceituaexperimen-taçãocomoformadetestaralgo;ou,emsentidomaisamplo,deconfirmarhipótesesquese julgamverdadeiras;dedemonstraraveracidadedeumahipótese;deverificarumfenômenonatural;deconheceroudeavaliarpelaexperiência.Umadasperspectivasapontadaséoexperimentodecaráterde-monstrativo,ondeasleis,ouseja,asverdadesjácomprovadassãoapresen-tadas,oqueremeteàidéiadeexistênciadeverdadesabsolutas,imutáveis.

Outra perspectiva é o experimento com caráter indutivo-empiristacujasleissãoobtidasporindução,partindo-sedoparticularparaogeralatravésdeinúmerasobservaçõesquedevemserneutraseobjetivasenãodevemserinfluenciadaspelasidéiasepré-conceitosdocientista(observa-dor), jáqueseassumenessacorrentequeoconhecimentoseoriginanoobjetoenãonainteraçãodestecomoobservador.Estasconcepçõestam-bémsãoapontadasporArrudaeLaburú(1998),comoverificacionistaseindutivistase,segundoeles,formamabasedavisãotradicionaldaciênciaesecaracterizam,porumlado,pelacomprovaçãoexperimentaldehipóte-sese,poroutro,pelaobservaçãosistemáticadanaturezaparaaquisiçãodeconhecimento.

Porúltimo,Moraes(1998),aindacitaoexperimentodecarátercons-trutivista,correntedefendidaeseguidaporváriosautores(ARRUDA;LA-BURÚ,1998;FRACALANZA etal.,1986;MORAES,1998),cujoprincípiosebaseianaconstruçãodoconhecimentoatravésdainteraçãodosujeitocomomeiofísicoesocial,nãoporimposiçãodomeionemporforçasinatasdosujeito.Aconstruçãodenovosconhecimentosdevesemprepartirdoconhe-cimentopréviodosalunos,mesmoqueintuitivosederivados,levando-seemconsideraçãoqueoprocessodeaprendizagemimplicaadesestruturaçãoeconsequentereformulaçãodosconhecimentosatravésdodiálogoereflexão.

Aorganizaçãodosexperimentosemtornodeproblemasehipótesespossibilita,porumlado,superaraconcepçãoempiristaqueentendequeoconhecimentoseoriginaunicamenteapartirdaobservaçãoe,poroutrolado,relacionaroconteúdoaseraprendidocomosconhecimentospréviosdosalunos.Entretanto,problemasdessanaturezageralmentenãoseen-quadrambememdisciplinasespecíficas,exigindoumaabordageminter-disciplinar.Istonoslevaaoutracaracterísticadasexperimentaçõescons-trutivistas que é o envolvimento de várias disciplinas aomesmo tempo,sendopossíveldemonstrarparaosalunosquetodaselasestãointerligadas(MORAES,1998).

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Possobometal. (2008)afirmamque,alémdeserumlocaldeaprendi-zagem,olaboratórioéumlocaldedesenvolvimentodoalunocomoumtodo.Asaulasdelaboratóriopodem,assim,funcionarcomoumcontrapontodasaulasteóricas,comoumpoderosocatalisadornoprocessodeaquisiçãodenovosconhecimentos,poisavivênciadecertaexperiênciafacilitaafixaçãodoconteúdoaelarelacionado,descartando-seaidéiadequeasatividadesexperimentaisdevemservirsomenteparaailustraçãodateoria(CAPELET-TO,1992).

Essa concepção de aula prática com carátermeramente ilustrativomaterializa-senumasequênciadeprocedimentosemqueoprofessor,de-poisdeexporeapresentaruma“teoria”conduzseusalunosaolaboratório,paraqueelespossam“confirmar”napráticaaverdadedaquiloquelhesfoiensinado, limitandoaoensinoexperimentalopapeldeumrecursoauxi-liar,capazdeassegurarumatransmissãoeficazdeconhecimentocientífico(LIMAetal.,1999).

SobopontodevistadosautoresdosParâmetrosCurricularesNacio-nais,osimplesfazernãosignificanecessariamenteconstruirconhecimentoeaprenderciência(BRASIL,1998).

DoisdosconceitosmaisdifundidosentreoseducadoresdeCiênciasdehojesão:avalorizaçãodousodeumaabordagempráticaparaoensinodeconteúdosdeCiênciaseBiologiaeabuscadeumapráticadeobservaçãoforadasaladeaula, consideradaumambiente eumuniversoabsoluta-mente distanciado domundo físico real do aluno. Sendo assim, a abor-dagempráticapoderiaserconsideradanãosócomoferramentadoensinodeCiênciasnaproblematizaçãodosconteúdoscomotambémserutilizadacomoumfimemsisó,enfatizandoanecessidadedemudançadeatitudeparacomanaturezaeseusrecursos,pois,alémdesuarelevânciadiscipli-nar,possuiprofundasignificâncianoâmbitosocial(VASCONCELOSetal.,2008).

Naaulaprática,oalunodesenvolvehabilidadesprocessuais ligadasaométodocientífico,taiscomocapacidadedeobservação(todosossentidosatuamvisandoàcoletadeinformações),inferência(apartirdapossedasinformaçõessobreoobjetoouevento,passa-seaocampodassuposições),medição (descriçãoatravésdamanipulaçãofísicaoumentaldoobjetodeestudo),comunicação(usodepalavrasousímbolosgráficosparadescreverumaação,umobjeto,umfato,umfenômenoouumevento),classificação(agruparouordenarfatosoueventosemcategoriascombaseemproprie-dadesoucritérios),predição(previsãodoresultadodeumeventodiantedeumpadrão de evidências). A partir delas, ou concomitantemente, ocorreodesenvolvimentodehabilidades integradas: controle de variáveis (iden-tificação e controle das variáveis do experimento), definição operacional(operacionalizaçãodoexperimento), formulaçãodehipóteses (soluçõesouexplicaçõesprovisóriasparaumfato),interpretaçãodedados(definirten-dênciasapartirdosresultados),conclusão(finalizaroexperimento,atravésdeconclusõesegeneralizações)(VASCONCELOSetal.,2008).

Asaulaspráticaspodemservirdeestratégiaeauxiliaroprofessoraretomarumassuntojáabordado,construindocomseusalunosumanovavisãosobreummesmotema.Quandooassuntoécompreendidoemsaladeaulapeloaluno,esteampliasuacapacidadederaciocínioedecríticaquantoaosfenômenosqueacontecemàsuavoltaeissopodegerarconse-quentemente,discussõesduranteasaulasfazendocomqueosalunos,alémdeexporemsuasidéias,aprendamarespeitarasopiniõesdeseuscolegasdesala(LEITEetal.,2002).

As atividades práticaspassaram a ser difundi-dasdemaneiraamplanoBrasilporvoltadadécadadesessenta,atravésdeal-guns projetos americanos comoPSSC,BSSC,CHE-MS,entreoutros.

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Enfim,asaulaspráticasdeCiênciaseBiologiaproporcionamcondi-çõessuficientesparaaformaçãodeumalunoatuante,construtordopró-prioconhecimentoeconscientedequeaciênciaémaisdoqueumsimplesaprendizadodefatos.Atravésdeaulaspráticasoalunotorna-seumques-tionador,chegandode fatoàsconclusões,àaplicaçãodosconhecimentosporeleobtidos,tornando-seagentedoseuaprendizado.

Estasaulaspráticasenquantomodalidadesdidáticaspodemserexe-cutadasutilizando-seoslaboratórios,asatividadeslúdicas(naconfecçãodematerialdidático),ostrabalhosdecampo,oscomputadores,visitando-semuseus,assistindofilmesenaproduçãodetextos.

2.1. Como planejar uma aula práti caOplanejamento das atividades práticas deve ser acompanhado por

umaprofundareflexão,nãoapenassobresuapertinênciapedagógica,maistambémsobreosriscosreaisoupotenciaisàintegridadefísicadosestu-dantes.(BRASIL,1998).

Aoredigirumroteirodeaulaprática,todasasinstruçõesdevemsermuitoprecisaseexplícitas,demodoquecadagrupodealunospossatraba-lharseguindoseupróprioritmo,semsolicitarconstantementeapresençadoprofessor.Deve-se intercalarasequênciadeaçõeseobservaçõescomquestõesparadiscussão,demodoqueosalunosregistremsuasobserva-ções e conclusões àmedidaquea atividade sedesenvolve (CAPELETTO,1992).Mesmoemaulaspráticasdemonstrativas,devidoàscondiçõesad-versas, como faltade tempo, faltademateriaisnecessáriosoudevidoaograndenúmerodealunos,épossívelseguiromodeloalternativodeensinodesdequeoprofessorsolicitequeosestudantesapresentemexpectativasderesultados,expliquemcomoelesforamobtidos,façacomparaçõesentreeles,sempreorientandodiscussõeselevantandoproblemas.

SegundoPossobometal.(2008),émuitoimportanteapreparaçãodeumaatividadepráticaadequadaaosconteúdosqueestiveremsendoabor-dados,deformaafacilitaroentendimentoporpartedosalunos.Todasasatividadespráticasaseremaplicadasdevemserselecionadaseadaptadasàrealidadedaescola,seguindoumpadrãobásicoquetenhacomoobjetivoodesenvolvimentocognitivodosalunos,estreitandoarelaçãoentreoqueéaprendidonaescolaeoqueéobservadonocotidiano.Paratanto,consultarlivrosdidáticoseparadidáticoscomafinalidadedeposterioradaptação,demodoaobter roteirosdeexperimentosondeoalunorepresentariamuitomaisdoqueumsimplesmanipuladordemateriaisapartirdeumarecei-ta,seriaomais indicado.Dessa forma,sehouvernecessidadedealteraralgunsroteirosparaestimularaomáximooraciocíniodosalunoseassim,fugiraoconvencionaldatradicionalreceitadebolo,seráfeito.

SegundoZini et al. (2007), nossa sociedade atualmente émarcadaporrápidoseprofundosavançosnasáreasdeCiênciaeTecnologia.Asexi-gênciasqueasociedadenosimpõe,pautadaspelasnovasrelaçõesentreotrabalhoeoconhecimento,bemcomoasnovasnecessidadesindividuais,apontamparaumabandonodaprática apenas transmissora de conteú-dos.Alémdisso, a exigência de capacidades específicasde iniciativa e ainovaçãoporpartedos indivíduosmostramqueoensinodevecaminharmaisparaoconhecimentoglobalizado.Paratanto,aspessoasdevemserorientadasparaqueaprendamabuscaras informaçõesquenecessitam,dêemtratamentoaelase,porfim,saibamcomoutilizá-las.Diferentesmé-

Planejar:Fazer o plano, esboço, oroteiro. Projetar, elaborarumplanoouroteiro;pro-gramar.

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40 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

todosativos, observação, experimentação, jogos, variadas fontes textuaisparaobterecompararinformaçõesdespertamointeressedosestudantespelosconteúdoseconferemsentidosànaturezaeàciência.Noplanejamen-todesuasaulaséimportantequeoprofessordesenvolvaahabilidadededaratençãoaosdiferentesconceitos,procedimentos,atitudesevaloresquetrabalhacomseusalunos,sendonecessárioprevertempoparasetrabalharcomeles,sejanasatividadespráticas,sejanasatividadesorientadasparaareflexão.

Éclaroque,cabeaquiumtestepréviodetodasasatividadesaseremrealizadasparaquesejapossíveldetectarantecipadamenteosproblemasquepossamviraocorreremsaladeaulaetambémparaverificaçãodotem-poadequadoparasuarealizaçãoevitando-seexcederoperíodoconcedidoparaaatividade.

Nasatividadespráticasdeve-seprocurarseguirumapropostadeen-sinovoltadaparao raciocínio;para,oaprenderapensar,estimulandoacuriosidadeepercepçãodosalunosatravésdasimulaçãodos fenômenosnaturaisemformadeexperimentos,descartandoaexistênciadeverdadesabsolutas,utilizandoos“erros”comoformadeaprendizado.

2.2. Como vivenciar uma aula práti caAsvivênciasdosestudantespodemestar ligadasaosmaisvariados

fenômenosnaturaisoutecnológicos.Aseleçãodequalfenômenoproblema-tizaré,geralmente,deiniciativadoprofessor,tendoemvistaosconceitoscientíficosquedesejadesenvolverjuntoaseusalunos.Cabeaeletrazerosconceitoscientíficosparaocontexto,afimdequecontribuamnoentendi-mentodasituaçãoenaresoluçãodosproblemas.Podemserfeitasmuitasdemonstraçõesemsaladeaulausandodiversosobjetos.Oquerealmentesequercomessasatividadesqueenvolvemoconcretoéqueosalunossis-tematizemsuasobservações,elaboremseuconhecimentoapartirdelasecompreendamomundo.Afinal,ossereshumanostêmcomocaracterísticabiológicaacuriosidade.Tambémbuscamexplicaçõesparaoqueobservam.Foiassimqueahumanidadeavançoueseorganizounosmoldescomoaconhecemos.Assim,acuriosidadeeavontadedequererexplicaçõessobreosfenômenosquevivenciamosnosmotivamaaprender.

Sugere-sequetodasasatividadespráticassejamconduzidasdema-neiraqueestimulemaintensaatividadementaldosalunos,assegurandoaconstruçãodeesquemasenãosóamemorizaçãodeinformações.

Adiscussãodosresultadosdessasatividadesésempreummomentoimportante.Quandoosresultadosdiferemdoesperado,estabelecidopeloprotocolooupelasuposiçãodoestudante,deve-seinvestigaraatuaçãodealguma variável, de algum aspecto ou fator que não foi considerado emprincípio,ouquesurgiualeatoriamente,aoacaso.Éumadiscussãoper-tinente,afastando-seaidéiadequeaatividadequedeu“errado”deveserdescartadadaanálise.Pelocontrário,adiscussãoderesultadosdiferentesdo esperado pode ser muito rica.

Asatividadespráticasfavorecemaosalunosaprenderautilizarcor-retamenteinstrumentosdemedida,apresentarcomclarezasuasidéiaseconclusõesparaaclasse,fazerumapesquisabibliográficaeelaborarumtextosobreaatividade,estabelecendoassim,conexõescomoutrasáreasdoconhecimento.

Considera-se como prá-tica toda a atividade deensino-aprendizagem que envolva a demonstração,a observação ou a inves-tigação de um fenômeno(físico, químico ou bio-lógico), em sala de aula,emlaboratórioouemam-bienteexterno.

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41TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Asvivênciaspráticasemciênciascomosalunossãoimportantes,masistoacontecepouconasescolas.Talvezelasaconteçampoucodevidoafalta,naformaçãodocente,dealgoquefaciliteavivênciaouapráticademetodolo-giasparadesenvolverestasatividades.Aformaçãocontinuadadeprofesso-resbuscacontribuirnãosóparaquealgumaslacunassejampreenchidas,mas,também,paranovasinformaçõesenovasformasdetrabalhar.Comooconhecimentocientíficoestánabasedegrandepartedasopçõespessoaisqueapráticasocialexige,éimportantequeelepossibiliteumaparticipaçãoativaecomsensocrítico.Osalunospodemserresponsáveispelocuidadodomeioambiente,podemagirdemaneiraconscienteesolidáriaemrelaçãoaobem-estardasociedadedequefazemparte,e,podemserexigentesdiantedaquelesquetomamasdecisões.Porissotudo,dizemosqueessecaminharnãoéneutroequecontribuinaformaçãodocidadão(ZINIetal.,2007).

2.3. A estrutura de um relatório de atividades práticasSegundoasNormasParaElaboraçãodeRelatóriosPráticos,doInsti-

tutoSuperiordeTecnologiasAvançadas (2004),o relatórioéodocumentoatravésdoqualumcientistafazorelato daformacomorealizouumdetermi-nadoexperimento.Oobjetivoécomunicar(transmitir)aoleitoraexperiênciaacumuladapeloautornarealizaçãodotrabalhoeosresultadosqueobteve.

Essesresultadosapresentadosnumrelatório(comoemqualquerou-trotextocientífico)devemserverificáveis.Esseéumaspectoimportantís-simoefrequentementeesquecido.Oqueéditonumrelatórionãoéverdadepor causa de quem o escreve (pormais importante que seja o autor), éverdadeiro(cientificamente...)porquefoideterminadosegundoummétodoconhecido.Emciêncianãoháverdadesabsolutas.Averdade(ouamelhoraproximaçãoqueconseguimosdela)éconseguidaatravésdoconsensodetodas as pessoas que queiram participar numa discussão.

Porisso,umrelatóriodevepermitiraquemolê,reproduzirotrabalhorealizado,talqualelefoifeitopeloautor.Sóassimsepodeprovar,porexem-plo,sedeterminadoresultadoéválido,sefoiobtidopormétodoscorretosequenãoháviciaçãodosresultados.Éassimquesegarantequeoqueétransmitido é cientificamente verdadeiro:qualquerresultado,paratervalorcientífico,devepoderserreproduzido.

Umresultadoquesóumapessoaconsegueobternãotemqualquervalidadecientífica.Otipoderelatório,asuaestrutura,osobjetivosquepre-tendeatingir,tudoistosãoaspectosquedependemdotipodeproblemaquesetentouresolver.Mas,nasuaessência,tudoseresumeaumapergunta(oproblema)eaumaresposta(asconclusõesdorelatório).

Emresumo:parahaverumrelatório,temquehaverumaresposta!Oproblemaearespostatêmqueestarbemclarosnacabeçadequemestáaescreverumrelatório!Nãovaleapenatentarescrevê-losemsesabermuitobem:deondesepartiueaondesechegou.

Oobjetivofinaldorelatórioé,dadoumproblema,sustentar (istoé,provarqueéverdadeiraoucorreta)arespostaqueéapresentadapeloautor.Autilidadedeumrelatório(e,sobretudo,autilidadedesaberescreverbem umrelatório) émuitasvezes ignoradapelamaioriadosestudantes.Paraamaioria,umrelatórionadamaisédoque“aquelacoisa”quesetemde entregaraoprofessornofinaldotrabalho,equeémaisumpapelparaen-cher.Masarealidadeébemdiferente,eumrelatóriobemescritopodefazertoda a diferença.

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42 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Levando-seemcontaosaspectosdalinguagem,aformacomootex-toéescritotambéméimportanteparaaqualidadedorelatório.Éfalsaaidéiadeque,seumtrabalhoapresentabonsresultadoscientíficosouéumtrabalhobastanteavançado,umalinguagemcorretasejadesnecessária.Alinguagemutilizadadeveserprecisaeexata.Asfrasesutilizadasdevemsercurtas.Deve-seevitarautilizaçãodavozpassiva,eescreverasfrasesnavozativa.

Aindasegundoessasnormas,paraaorganizaçãodeumrelatóriodeatividadespráticas,oseguintemodeloderoteiropoderáserutilizado:

Modelo de relatório

1º passo: identifi caçãoAidentificaçãoéindispensávelemqualquertrabalhoescrito.Quando

elechegaàsmãosdealguém,hánecessidadedesabermaisalgumacoisadoqueoseuconteúdo:quemoescreveu,seorelatórioestáatualizado,etc.Emumtrabalhoquenãoestáidentificado,nãoépossívelresponderaestasquestões.

2º passo: estruturaAestruturaaparecedevidoadoistiposdenecessidades:porumlado,

énecessáriaaquemescreveorganizarprimeiroassuasidéias.Poroutrolado,essaorganizaçãofacilitaatarefadequemlêotrabalho.Aoiniciaraescritadequalquertrabalho,raramentesetemdefinidooquesevaiescre-verdeumapontaàoutra.Nãosecomeçaaescrevernaprimeiralinhaesecontinua,seminterrupções,atéaúltima.Antesdisso,énecessáriodefinirprimeiroumaestruturacomostópicosprincipais.Depois,cadaumdessestópicosédesenvolvidoemmaispormenores.Oprocessoérepetidoatéseob-ter uma estrutura que permita passar diretamente para a escrita do texto. Cadaumdestestópicoséentãodesenvolvido.

Aestruturaçãofacilitaassimaescritadeumtrabalho,quedeveapa-receraoleitorcomoumaentidadeuniforme.Deve-seterasensaçãodequeseestáalerumúnicotexto,enãoumasequênciadetextosdiferentes.Éprecisoqueoleitorsejaconduzidopelotextodotrabalhodesdeoprincípioaofim.Devecomeçaralernaprimeiralinhaeseguirotrabalhoatéofimsemesforço.Paraquetalaconteçaaolongodeváriaspáginas,énecessáriaaexistênciadeumaestrutura.Aestruturaé,assim,aespinhadorsaldotrabalho.Éaquiloquepermitequetodootextosetorneumconjuntouni-forme.Comoelementosestruturaispode-secitar:

• Título:deveseromaisdescritivo,sintéticoeobjetivo,devendoserencaradocomoomaiorresumodotrabalho;

• Índice: todosostrabalhosdevemserprecedidosdeumíndicegeraldeassuntos,incluindolistadefigurasedetabelas;

• Sumário/Resumo:deveráconterdeformasucinta,claraeobjetiva,asquestõesouinformaçõesmaisimportantestratadasnotrabalho.Istoé,deveráserumasíntesedosobjetivosaatingir,dosmétodosusados,dosresultadosobtidoseconclusões;

• Introdução:devesercurtae terporfinalidadeenquadraropro-blemadeformageraleespecífica,fornecerosconhecimentossobreamatéria,esclarecersobreashipótesesqueestãosubjacentesao

RelatórioDescrição escrita ou ver-bal minuciosa. Qualquerexposição pormenorizada de circunstâncias, fatosouobjetos.

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problema,evidenciarosdiferentestiposdeabordagemdoproblema,incluiruma justificativaparao trabalho,mostrar osobjetivosdeformaclaraedescreversinteticamenteametodologiadotrabalho;

• Procedimentos: nesta seção,descreve-sequal ametodologiadetrabalhoutilizadaecomoforamrealizadasasatividades;

• Discussão dos Resultados: cabe aqui, apresentar e discutir so-breosresultadosobtidosapóstodaaexecuçãodapartepráticadotrabalho, apresentar evidência para cada conclusão baseada nosresultadosobtidos, tentar explicar os resultadosnão esperados eexceções,interpretarecompararosresultadoscomoutrosobtidosporoutrosprofissionaisououtrosestudantes,seforocaso.

3º passo: conclusõesEmbora seja o términodo trabalho realizado, é aomesmo tempoo

começodasnovasdúvidas,indicaçõeseaberturasparadesenvolvimentosfuturosdeprováveisnovasquestõeslevantadas.Apresenteumaconclusãocompleta,claraeobjetiva.

4º passo: agradecimentosSempreque se justifique,deve ser colocadonofimdas conclusões.

Todootextodeveserredigidoemestiloimpessoal–fez-se,realizou-se,etc.–enãoempluralmajestático(nósfizemos)oupessoal(eufiz).

5º passo: bibliografiaEstaéaúltimaseçãodeumrelatório.Asreferênciassãocolocadas

porordemalfabéticadoautorenumeradassequencialmente.Ostrabalhossãoreferidosnotextopelonúmerooupeloautor(es)edata.

6º passo: anexosConjunto de documentação diversa, utilizada para fundamentar o

textodorelatório.Nosanexospodemestardadosobtidos“embruto”.Emgeral,osanexoscontêmoqueéinformaçãocomplementaroudemasiadaextensaparaconstardotextodorelatório.

ParaCarvalhoeGodinho(2008),naelaboraçãodeumrelatóriodeau-laspráticas,deve-seobservarumdetalheimportantequeéotempoverbalquedeveserpadronizadonumtexto.Umavezpassado,semprepassado,tenteusaraterceirapessoaeevitar“nonossoexperimento”,“meusresulta-dos”e“pipetamos”,portanto,use“noexperimentorealizado...”,“osresulta-dosobtidos....”e“foipipetado”.Outrodetalheéadefiniçãodositensdoseurelatóriocomclareza.

Osassuntossemelhantesdevemserorganizadosemgrupoporques-tõeslógicasdeleituraecompreensão,assimcomoosassuntosnãorelacio-nados,usesubitensparaorganizardeformamaisadequadaosassuntos;sempreprocurenumerarositensparafacilitaroacompanhamentodalei-tura;usetermostécnicos;respeiteagrafiacorretadenomescientíficos;pa-dronizeaformatação:tamanhosetiposdeletras,tantonotextoquantonostítulos;procureusarparágrafosalinhadospelasduasmargens(esquerdaedireita);mantenhasempreamesmaquantidadedeespaçosentrepará-grafosetítulos,etc;nãoenfeitedemaisseurelatório,eleéumtextotécnicoedeveteraspectoprofissional.Éinteressantequeesserelatórioapresente

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44 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

umacapaemqueestejaminseridosdadoscomo:identificaçãodaInstitui-ção,dadisciplina,otítulodaatividaderealizada(práticas),osintegrantesdo grupo e/ou turma.Alémdisso, o corpodo relatório, paraCarvalho eGodinho(2008),deveconter:introdução,objetivo,materialemétodos,re-sultadosediscussão,conclusãoebibliografia.

DeacordocomWalker(1991),naexecuçãodeumrelatóriodeaulaspráticasaexatidão podeserdefinidacomoograudeconformidadecomaverdade.Assim,ocientistaprocuraobtermediçõesexatasemlaboratórioe,adicionalmente,apresentarumrelatórioexatodaexperiência.Éapenasquandoestesrequisitossãoobservadosquequalquertrabalhopráticopodeterutilidadeparaoestudanteouparaosleitoresdorelatório.Aobtençãoderesultadosexatosnãoéumfimemsimesmo.Oobjetivodotrabalholabo-ratorialétambémacomunicaçãodosresultadoseidéiasaosoutrosnumaformacompreensível.Aescritaderelatórioséumbomtreinoparaastarefasposteriores,maisexigentes,deescreverumateseouumartigocientífico,porexemplo.

Enfim,sejaqual foromodeloquese resolvautilizarésemprebomlembrarquetodorelatórioéumdocumentoquetemcomoprincipalobjetivodescrever,comamáximaclareza,umprocedimentoexperimentaletodososresultadosobtidosapósaprática.Comotal,eledeveserescritocomtodoocuidado,semerrosdeportuguêsenãoesquecendoque,afaltadeclarezano texto pode prejudicar toda a sua compreensão.

2.4. O laboratório no ensino de ciências e biologiaAsatividadespráticasemlaboratóriosnãodevemselimitaranomea-

çõesemanipulaçõesdevidrariasereagentes,sendofundamentalquesega-rantaoespaçodereflexão,desenvolvimentoeconstruçãodeidéias,aoladodeconhecimentosdeprocedimentoseatitudes(POSSOBOMetal.,2008).

Segundo Capeletto (1992) permitir que o próprio aluno raciocine erealizeasdiversasetapasdainvestigaçãocientífica(incluindo,atéondeforpossível,adescoberta)éafinalidadeprimordialdeumaauladelaboratório.Daíaimportânciadaproblematização,queéessencialparaqueosestu-dantessejamguiadosemsuasobservações.Quandooprofessorouveosestudantes,sabequaissuasinterpretaçõesecomopodemserinstigadosaolhardeoutromodoparaoobjetoemestudo(BRASIL,1998).

Para que as aulas de laboratório se tornemmais interessantes, éimportanteumaambientalizaçãodolaboratóriocomumadiversidadedeorganismos,sejameles,plantas,peixesouinvertebrados,paraqueosalu-nos possammanter um contato direto com os seres vivos. Além disso,outro aspecto importante de um laboratório é que omesmo, não podesersilenciosocomoumabiblioteca,umavezqueváriosgruposdealunosestarãotrabalhandoaomesmotempo,cadaumemseuritmo.Mas,deve-seevitaroexcessodebarulhoelimitarotrânsitodepessoasaomínimonecessário.Mesmoqueexistaumtécnicode laboratórioencarregadodepreparareguardaromaterialdasaulas,éimportantequeoprópriogrupodealunos,aoterminarsuasatividades,deixe tudocomofoiencontrado(CAPELETTO,1992).

ProblematizarÉexpressar,emenuncia-do interrogativo, a pos-sível relação que podehaver entre, no mínimo,asvariáveisdecausa(in-dependente) e a de efeito(dependente), pertinen-tes ao objeto de estudoinvestigado e passível detestagem ou observação empírica, requerendo,imaginação criativa e co-nhecimento.

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45TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Paraarealizaçãodepráticasdelaboratório,nãosãonecessáriosapa-relhos e equipamentos caros e sofisticados.Na faltadeles, épossível, deacordocomarealidadedecadaescola,queoprofessorrealizeadaptaçõesnassuasaulaspráticasapartirdomaterialexistentee,ainda,utilizema-teriaisdebaixocustoedefácilacesso(CAPELETTO,1992).

Alémdisso,devem-selevaremcontaasdiferentesetapasdoprocesso,ouseja:escolha,obtençãodemateriaisetestedasatividades;elaboraçãodo roteiroparaoalunoeparaoprofessor; eaaplicaçãodasatividades.Emboramuitasdificuldadespossamsurgirnodecorrerdaelaboraçãodeaulaspráticasdelaboratório,amotivaçãoeoenvolvimentodemonstradospelosalunosconfirmamopotencialdidáticodessamodalidadedeensino.(POSSOBOMetal.,2008).

Sabemosqueauladelaboratórioidealédifícildeacontecer,poisde-pendedemuitaspessoas(professorealunos)quedevemestarmotivadas(professoranimadoparaaplicaçãodasatividadeseosalunoscomvontadedeaprender).Mas,aochegaromomentodesuaaplicação,aauladelabo-ratórioidealnecessitadeumaintroduçãoquesitueeestimule(realizandoperguntas)osalunossobreoassuntoqueserátratadoduranteaatividade,quenãopodeseestendermuito,poisosalunospodemacabarsedesinte-ressando.

Amontagemdoexperimentotemquesersimples,paraqueosalunospossamrealizá-lasozinhos,apenascomaajudadeumroteiro.Oprofessordevecircularpelasaladeaula,paraqueosalunostenhamumamelhoracessibilidadeaele.Afunçãodoprofessor,durantearealizaçãodasativi-dades,éajudarosalunosnoentendimentodoexperimento,fazendocom-paraçõesentreoexperimento,easatividadeseobjetosquefazempartedocotidianodosalunosparafacilitaracompreensão.Outrofatorimportanteéaduraçãodaatividade,poissenecessitardemuitotempoparasuareali-zação,osalunospodemacabarperdendoointeresse.Algunsminutosantesdeseutérminoseriamimportantesarealizaçãodoseufechamento,paraqueosalunospossamresponderaquelasperguntasdoiníciodaaulaquenãoforamrespondidasecomisso,daroportunidadeparaqueelesorgani-zemsuasinformações(POSSOBOMetal.,2008).

Nofinaldecadaaulaprática,apósarealizaçãodaatividade,deve-sepediraosalunosquerespondamaalgumtipodequestionáriodoroteirodoalunoouquefaçamumrelatóriofinaldeatividadesondedeverãoconstartodasasetapasrealizadasduranteosprocedimentospráticos,bemcomoosresultadosobtidoseasconclusões,sejaqualforotipodeaulapráticadesenvolvida.Esseassuntoseráabordadomaisàfrente.

3. As aulas de campo Aocontráriodoquevárioseducadorespreconizamquenãosepode

deixardetrabalharcomaulaspráticaspelainexistênciadelaboratórios,aspessoasseesquecemdequeoprópriocorpoeopróprioambientequeasrodeiamsãocomoumlaboratórioqueestásempreabertoenquantohouvervida(BRASIL,2008).

AsaulasdeCiênciaseBiologia,desenvolvidasemambientesnaturaistêmsidoapontadascomoumametodologiaeficaztantoporenvolverememotivaremcriançasejovensnasatividadeseducativas,quantoporcons-tituíremuminstrumentodesuperaçãodafragmentaçãodoconhecimento(SENICIATTO;CAVASSAN,2004).

Faça você mesmoApósaleituradotópicoaolado,responda:-Énecessárioumplane-jamento por parte do pro-fessor para executar uma aulaemlaboratório?- Que etapas devem serseguidas na montagem de umaatividadeprática?- Qual a importância deumrelatório?

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46 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

AabordagempráticapoderiaserconsideradanãosócomoferramentadoensinodeCiênciasnaproblematizaçãodosconteúdoscomotambémserutilizadacomoumfimemsisó,enfatizandoanecessidadedemudançadeatitudeparacomanaturezaeseusrecursos,pois,alémdesuarelevânciadisciplinar, possui profunda significância no âmbito social (VASCONCE-LOS,etal.,2008).

Alémdisso, atravésdo contatodireto comanatureza, o alunopodeaprender,porexemplo,todaadinâmicadoecossistemaqueestáestudando,ecomissotornar-semaisaptoparadiscutireproporsoluçõesparaospro-blemasambientaisesociaisdesuarealidadequandoforsolicitado.Odesen-volvimentodasaulasdeCiênciasemumaambientenaturalfavoreceama-nifestaçãodesensaçõeseemoçõesnosalunos,asquaisnormalmentenãosemanifestariamduranteasaulasteóricas(SENICIATTO;CAVASSAN,2004).

Atravésdeaulasdecampooalunosesentemaisestimuladoaapren-deroassunto,eleparticipaediscutecomprazere isto tornaoprocessodeensino-aprendizagemmaisrápidoesignificativo,tantoparaoeducadorquanto para o educando.

Paraas aulaspráticas envolvendo visitação externa, isto é, foradasaladeaula,osprocedimentostomadosdevemserosmesmosdaaulaprá-tica explanada no item anterior, observando-se, é claro, certos aspectospertinentesàquestãodasegurança,respeitoaopatrimôniopúblicoouáre-asambientalmenteprotegidas,transportedosalunos,roteirosdevisitaçãoeaexecuçãodeumrelatóriofinal.Todosessespontosdevemserrigoro-samenteseguidos,pois,casocontráriocorre-seoriscodeque,afaltadealgumdeles,acabeporcomprometeroobjetivorealdessetipodeatividade.

Nestaunidade,estudamosaimportânciadaaulapráticacomotécnicadeensino,seuplanejamentoevivência.Compreendemoscomoasobservaçõesdevemserapresentadasatravésdorelatório,ouseja,suaconstruçãoemetapas.Porfim,entendemosoqueéaauladecampo,suaimportâncianasaulasdeCiênciaseBiologiaecomodeveseroseuplanejamento.

1. Diferencieaulapráticaeauladecampo.

2.Que vantagens e desvantagens vocêpontuapara a realizaçãodessesmodelosdeatividade?

3. Apósaleituradotexto,listealgunsambientesparaaexecuçãodeumaauladecampo,mostrandovantagensedesvantagensdosmesmos.

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47TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

LeiturasGASPAR, A. Experiências de ciências para o ensino fundamental. 1.ed.SãoPaulo:EditoraÁtica,2003.328p.

KRASILCHIK,M.Práticas de ensino de biologia.4.ed.revisadoeamplia-do.SãoPaulo:Edusp,2008.198p.

Siteshttp://users.prof2000.pt/ceciencia/Projectos/Activ.BIOL.pdf

http://www.esb.ucp.pt/twt4/motor/display_texto.asp?pagina=programabiologia200310064327049&bd=cec

http://www.cienciamao.if.usp.br

http://www.obrasill.com

Plano de Aula de Laboratório e Plano de Aula de Campo

UECE – CCS

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

AULA DE LABORATÓRIO – DIVISÃO CELULAR E CARIOGRAMA

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Valberto Barbosa Porto

1. Considerações PreliminaresA presente aula laboratório tem por fi nalidade investigar como se pro-

cessa a divisão celular e praticar a confecção de um cariograma.

Portanto, o problema a investigar é responder à seguinte pergunta:

- A partir da preparação de lâminas com raiz de cebola é possível distin-guir as fases da divisão celular por mitose e construir um cariograma?

Sabe-se que a divisão celular é o processo que permite a reprodução de seres unicelulares, a multiplicação das células e a produção dos gametas nos seres pluricelulares.

O processo de multiplicação das células nos seres pluricelulares denomi-na-se mitose enquanto que os gametas são produzidos por meiose.

A condensação dos cromossomos, sua separação e a formação de no-vas células são fenômenos observáveis ao microscópio óptico. A confecção de

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48 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

cariótipos é uma prática útil, que permite compreender melhor a organização do núcleo celular.

As particularidades do processo de mitose e de confecção de cariótipos importantes para o nosso estudo são as seguintes:

Mitose

A mitose é um processo contínuo de divisão da célula no qual, para efei-tos didáticos, reconhece-se 4 (quatro) fases distintas, as quais apresentam a nível de microscópio óptico as seguintes modificações no material nuclear.

1- Prófase - Espiralização da cromatina com aparecimento inicial dos cromocentros ou cromômeros, prosseguindo com o aparecimento dos cromossomos. Na prófase, o nucléolo e a carioteca desapare-cem.

2- Metáfase - Formação da placa equatorial que se reconhece pela dis-tribuição dos cromossomos no equador da célula.

3- Anáfase - Migração dos cromossomos para os pólos opostos da célula.

4- Telófase - Descondensação da cromatina com aparecimento de dois pequenos núcleos devidamente delimitados.

Cariótipo

Cariótipo é a descrição das características do conjunto cromossômico de uma espécie. Permite-nos comparar as diferenças existentes entre os con-juntos cromossômicos de espécie diferentes e as variações existentes nos cromossomos de indivíduos da mesma espécie, possibilitando reconhecer as alterações de um cariótipo anômalo comparando-o com um normal.

Uma das representações do cariótipo é o cariograma que é confeccio-nado a partir da fotografia ou de um desenho detalhado de uma metáfase em que todos os cromossomos estão bem corados e individualizados. Esses cro-mossomos serão recortados e os homólogos são emparelhados e numerados dentro de uma determinada ordem que frequentemente é dos pares maiores para os menores.

As características mais evidentes dos cariótipos são as posições do cen-trômero e o número e tamanho dos cromossomos.

2. Objetivos

2.1 Geral

Reconhecer as diversas fases da divisão celular por mitose e confeccio-nar um cariograma.

2.2 Específicos

2.2.1 Cognitivos

Revisar bibliografia sobre a divisão celular.

2.2.2 Habilidades

- Preparar lâminas de raiz de cebola;

- Distinguir as diversas fases da mitose;

- Confeccionar um cariograma;

- Observar e registrar dados;

- Formular hipótese;

- Confeccionar relatórios;

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49TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

2.2.3 Atitudes

- Agir diante de situações problemas;

- Conduzir-se adequadamente no laboratório didático;

- Valorizar o trabalho em grupo;

- Interessar-se pelo processo investigativo;

3. Material 1- Biológico

- cebolas frescas para se obter raízes

2- Equipamento

- Estante para lâminas

- Microscópio óptico

3- Vidraria

- Cadinho

- Lâminas

- Lamínulas

4- Material diverso

- Copo descartável, palito e água

- Bastão para esmagamento da raiz de cebola

- Papel de filtro

- Estilete

- Fósforo

- 2 fotografias de cromossomos em metáfase de Pachymedusa dacni-color

- Lamparina

- Pinça

- Tesoura

4- Substância química e reagente

- Orceína acética a 70% (corante orceína diluído em ácido acético a 70%)

4. Procedimentos

Observação de mitose em cebola

a - Obter as raízes, espetando as cebolas com três palitos eqüidistantes, colocando-as de molho sobre o copo descartável por 3(três) dias;

b - Preparar a lâmina de cebola para observação de acordo com a seguin-te seqüência de procedimentos:

- Seccionar a raiz próximo à coifa (extremidade com ponto branco de coloração intensa).

- Mergulhar a extremidade em cadinho, contendo orceína acética e ferver o conteúdo.

- Colocar a ponta da cebola sobre a lâmina, cobrí-la com a lamínula e esmagá-la batendo em círculos sobre a lamínula com o bastão de esmagamento.

c - Colocar a lâmina sobre a platina, realizar as observações e desenhar o observado, reconhecendo as diversas fases da mitose.

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50 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Confecção de cariograma

a- Recortar os cromossomos de uma das fotografias e cola-las abaixo da outra fotografia; ordená -los por pares de homólogos, alinhados pelos centrômeros, dos pares maior para o menor; renumerar os pares de homólogos que deverão ser distribuídos em tantas linhas quantas se-jam necessárias para conferir boa estética à confecção do cariograma

b- Contar registrando o número de cromossomos da célula diplóide e o número de pares de homólogos (número de cromossomos da célula n) classificando os pares de homólogos de acordo com a posição do centrômero.

Discussão

1. Compare o que você observou na aula prática com as descrições te-óricas do livro texto para reconhecer a importância de modelos de estudo.

2. Discuta sobre as diversas fases da mitose.

3. Que é cariótipo?

4. Descreva como se confecciona um cariograma.

5. Qual a importância do cariótipo?

Fotografia dos cromosso Metafásicos de Pachymedusa Dacnicolor

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51TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Cariograma

Especificidades do CariogramaEspecificidades DescriçãoCromossomosdacélula2n

No de pares de cromossomos

Cromossomoshomólogos(célulahaplóide)

MetacêntricosSubmetacêntricosAcrocêntricosTelocêntricos

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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

AULA DE CAMPO – DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Valberto Barbosa Porto

1. Considerações PreliminaresA presente aula campo tem por finalidade inventariar a diversidade de

seres vivos presente num espaço limitado, que comporte um ecossistema.

Portanto, o problema a investigar é responder à seguinte pergunta:

• A escolha adequada do espaço;

• A disponibilidade do material necessário para coletar e registrar dados.

• A realização dos procedimentos recomendados no presente roteiro;

São fatores que tornam possível fazer um levantamento da diversidade, presente no Campus do Itaperi?

2. Objetivos

2.1 Geral

Reconhecer os diversos tipos de seres vivos presente em determinado ambiente.

2.2 Específicos

2.2.1 Cognitivos

Revisar bibliografia sobre a classificação dos seres vivos;

2.2.2 Habilidades

- Preparar área de observação;

- Observar e registrar dados;

- Classificar os seres vivos;

- Formular hipótese;

- Confeccionar relatórios;

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52 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

2.2.3 Atitudes

- Agir diante de situações problemas;

- Conduzir-se adequadamente no campo;

- Valorizar o trabalho em grupo;

- Interessar-se pelo processo investigativo;

3. Procedimento Da Equipe De Docentes- Dividir a turma em equipes;

- Estabelecer a área a ser pesquisada;

- Disponibilizar o material necessário;

- Descrever os diversos tipos de procedimentos com os materiais dispo-níveis;

- Expor sobre a importância do conhecimento adquirido para discutir sobre os dados.

4. Material necessário- Uma ferramenta para cavar a terra;

- Frascos de maionese, vazios com tampa;

- Uma caixa plástica com tampa;

- Uma tesoura grande;

- Uma lupa de cabo;

- Uma prancheta com papel;

- Lápis e caneta;

- Jornal usado;

- Uma luva de borracha;

- Pinça;

- Papelão grosso 36 x 30 cm;

- Barbante.

5. Procedimento dos discentes- Realizar pesquisa bibliográfica prévia sobre os assuntos sugeridos;

- Formular hipótese de trabalho;

- Vestir-se adequadamente com sapato fechado ou tênis e meia, calça comprida e camisa com manga;

- Desenvolver os trabalhos sugeridos nos grupos formados;

Escolha sua área de trabalho, considerando-a um ecossistema.

Faça uma observação generalizada, sem preocupação com detalhes.

Anote :

* Animais e vegetais que vivem sobre a terra

* Larvas e ovos de animais

* Tipos de solo encontrado

- Seguir o roteiro dado para orientação, apresentado na forma de tra-balho pedido;

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53TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

- Respeitar o tempo para o trabalho de observação

- Confeccionar relatório resultante dos trabalhos realizados, o qual deve conter, no mínimo, os tópicos sugeridos na presente unidade.

6. DiscussãoRealizada na forma de trabalho pedido, complementar ao presente roteiro.

7. Bibliografia RecomendadaCAMPBELL, N. A. Biology. 2nd edition. The Benjamin/Cummings Publishing Company, Inc: Redwood City, 1990.

CURTIS, H. Biologia. 2a edição. Editora Guanabara Koogan S.A.: Rio de Ja-neiro, 1977.

PURVES, K. P. & Col. Vida, A Ciência da Biologia. 6a edição. Editora Artmed: Porto Alegre, 2002.

RAVEN, P. H. & Col. Biologia Vegetal. 4ª. Edição. Guanabara Dois: Rio de Ja-neiro, 2001.

SOARES, J. B. CASIMIRO, A. R. S. AGUIAR, L. M. B. A. Microbiologia Básica. Edições UFC: Fortaleza, 1987.

STORER, T. I. & Col. Zoologia Geral. 6a edição. Companhia e Editora Nacional: São Paulo, 1986.

Trabalho Pedido

- Zonear um ecossistema com barbante;

- Inventariar a fauna e a flora do ecossistema;

- Anotar dados.

Todos os seres vivos, do mais simples ao mais complexo se relacionam com outros organismos e com o meio ambiente.

A relação com os seres vivos (meio biótico) com o ambiente (meio abió-tico) garantem a formação do ecossistema.

Um córrego, um lago, um rio, uma floresta são exemplos de ecossiste-mas. Neles se verifica uma contínua transferência de matéria e energia, entre os seres vivos. Os seres clorofilados, autótrofos, utilizam a energia da luz para produzir seu alimento . A matéria orgânica destes seres é transferida para os animais herbívoros e destes para os carnívoros que os consomem. Restos de organismos mortos são decompostos por fungos e bactérias que devolvem ao meio a matéria inorgânica. É essa transferência de matéria e energia do meio para os seres, com retorno ao meio ambiente que garante a manutenção dos ecossistemas.

Um ecossistema possui capacidade de auto-regulação.

Isso lhe permite resistir e se adaptar a grandes variações no ambiente. Entretanto os ecossistemas não conseguem resistir aos impactos ambientais provocados pelo homem.

O Campus do Itaperi foi o local escolhido para a presente aula de campo.

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54 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Questões Para Discussão

1 - Que elementos estão formando o meio abiótico?

2 - Quais os tipos de solo encontrado?

3 - Quantos elementos do solo são visíveis?

4 - Que nome você dá a eles?

5 - Existe alguma fonte de água? Quais?

6 - Que tipos de animais podem ser observados macroscopicamente?

7 - Existem ovos e larvas de animais?

8 - Existem animais visitando plantas? Quais e com que finalidade?

9 - Existem animais em abrigos? Que tipo de abrigo foi visitado?

10 - Existem animais se locomovendo? Quais? Que tipo de locomoção foi vista?

12 - Observe as plantas, identificando os tipos. Assinale um X no que foi observado:

( ) plantas rasteiras

( ) plantas parasitas

( ) arbustos

( ) árvores

13 - Observe algumas folhas e assinale um X no que foi encontrado:

( ) folhas sésseis

( ) folhas pecioladas

( ) folhas paralelinérvias

( ) folhas com nervuras peninérvias

( ) folhas com nervuras reticuladas

( ) folhas simples

( ) folhas compostas

14 - Observe as flores, assinalando um X no que foi encontrado:

( ) flores de cores variadas

( ) flores de dicotiledôneas

( ) flores de monocotiledôneas

( ) flores de carola gamopétala

( ) flores de cálice gamossépala

( ) flores de corola dialipétala

( )flores de cálice dialissépalo

15 - Observe os caules, assinalando um X no que foi encontrado:

( ) caule aéreo

( ) caule subterrâneo

( )estipe

( ) colmo

( ) haste

( )tronco

( )gavinhas

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55TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

16 - Observe as raízes, assinalando um X no que foi observado:

( ) raiz axial

( ) raiz em cabeleira

( ) raiz tuberosa

17 - Identifi que os seguintes tipos de relações ecológicas: simbiose, pa-rasitismo e inquilinismo.

Observação:

Colete uma amostra de solo para posterior trabalho no laboratório. (PORTO, 2009)

ARRUDA,S.M.;LABURÚ,C.E.Consideraçõessobreafunçãodoexperi-mentonoensinodeciências.In:NARDI,R.(Org.).Questões atuais no en-sino de ciências.RiodeJaneiro:EscriturasEditora,1998.p.53-60.

BRASIL.Ciênciasdanatureza,matemáticaesuastecnologias/SecretariadeEducaçãoBásica.Orientações curriculares para o ensino médio.Bra-sília:MinistériodaEducação,SecretariadeEducaçãoBásica,2008.v.2.135p.

CAPELETTO,A.Biologia e educação ambiental:roteirosdetrabalho.SãoPaulo:EditoraÁtica,1992.224p.

CARRAHER,T.N.;CARRAHAER,D.W.;SCHLIEMAN,A.D.Navidadez,na escola, zero: os contextos culturais da aprendizagemdamatemática. Caderno de Pesquisa,SãoPaulo,v.42,p.79-86,1986.

CARVALHO,A.L.;GODINHO,M.Roteiro para relatório de aulas práti-cas.CentroFederaldeEducaçãoTecnológicadeQuímicadeNilópolis.Dis-ponívelem:<http://www.cefeteq.br/dna/temas/relatorio.PDF>.Acessoem:20deset.2008.

FRANCALANZA,H.;AMARAL,I.A.;GOUVEIA,M.S.F.O ensino de ciên-cias no primeiro grau.SãoPaulo:Atual,1986.124p.

GIL-PÉREZ,D.PESSOADECARVALHO,A.M.Formação de professores de ciências:tendênciaseinovações.SãoPaulo:Cortez,1993.120p.

INSTITUTOSUPERIORDETECNOLOGIASAVANÇADAS.Normas para a elaboração de um relatório para a disciplina de projeto integrado.Lis-boa:ISTEC,2004.

LEITE,A.C.S.;SILVA,P.A.B.;VAZ,A.C.R.A importânciadasaulaspráticasparaalunosjovenseadultos:umaabordageminvestigativasobreapercepçãodosalunosdoPROEFII.Ensaio - Pesquisa em educação em ciências, Belo horizonte, v. 7, especial, p. 1-16, 2005.

LIMA,M.E.C.C.;JÚNIOR,O.G.A.;BRAGA,S.A.M.Aprender ciências:ummundodemateriais.BeloHorizonte:Ed.UFMG,1999.78p.

Page 56: Técnicas de Transmissão gr

56 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

LUZ,G.O.F.;MARQUES,D.M.C.Fundamentaçãoemciências:umapro-postaparadebateeação.Ciências e Cultura,RiodeJaneiro,n.41.p.5-13,jan.,1989.

MORAES,R.Osignificadodaexperimentaçãonumaabordagemconstru-tivista:ocasodoensinodeciências.In:BORGES,R.M.R.;MORAES,R.(Org.).Educação em ciências nas séries iniciais.PortoAlegre:SagraLu-zzato,1998.29-45p.

MOREIRA,A.F.B.Conhecimento,currículoeensino:questõeseperspecti-vas.Em Aberto,Brasília,v.12.n.58,p.44-53,abr./jun.,1993.

PORTO,V.B.Técnicas de Transmissão do Conhecimento Biológico – NotasdeAula.Fortaleza:UECE,2009.25p.

POSSOBOM,C.C.F.;OKADA,F.K.;DINIZ,R.E.S.Atividades práticas de laboratório no ensino de biologia e de ciências:relatodeumaexperi-ência. Disponívelem:<http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/ativida-despraticas.pdf>. Acessoem:10set.2008.

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VASCONCELOS,A.L.daS.;COSTA,C.H.C.da;SANTANA,J.R.;CECCAT-TO,V.M.Importância da abordagem prática no ensino de biologia para a formação de professores.Disponível em: <http://www.multimeios.ufc.br/arquivos/pc/congressos/congressos-importancia-da-abordagem-prati-ca-no-ensino-de-biologia.pdf>.Acessoem:14jul.2008.

WALKER,J.R.L.A student’s guide topracticalwrite-ups.Biochemical Education.v.19,n.1,p.31–32,1991.

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Unidade

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Objetivos:

• UsarexpressõesartísticaseatividadeslúdicasnoensinodeCiênciaseBiologia.• Ficar em condições de preparar um plano de aula nessas áreas por meio da

aplicaçãodeumatécnicadeensino,tornando-secapazdecompreenderostiposdetécnicasqueenvolvemocomponenteartísticoealudicidade.

Novas tecnologias no ensino de Ciências e Biologia

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59TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

“Brincarcomcriançanãoéperdertempo,éganhá-lo;seétristevermeninossemescola,maistristeaindaévê-lossentadosenfi-leirados,emsalassemar,comexercíciosestéreis,semvalorparaa formação do homem”.

CarlosDrumonddeAndrade

1. IntroduçãoOensinodeciênciasebiologiaabordaassuntosbastantediscutidos

nos cursosde licenciaturas com relaçãoàsmetodologias,modalidades etecnologias,visandoproporcionaraoaluno(futuroeducador)ummaiorco-nhecimentosobreastécnicasexistenteseconsequentemente,maiorespos-sibilidadesealternativasdeensinoemseusmomentosfuturos,comopro-fessoremsaladeaula.Asatividadeslúdicas,porexemplo,podemserumadessasalternativasaseremaplicadasnasaladeaula,poisoalunoaprendebrincando.Aaplicaçãodejogos(umtipodeatividadelúdica)emodelospodeserumaferramentavaliosanodesenvolvimentodoprocessoensino-apren-dizagemdasciências,assimcomoousodeexpressõesartísticas.

SegundoBonettiet.al.(2007)afaltaderecursoseconômicosfiguracomoumdosprincipaisentravesnarealizaçãodeumapráticapedagógicaquegarantaumensino-aprendizagemdequalidade,jáqueéfatooaltocus-tonaformaçãodeumlaboratório,bemcomofaltadeespaçosfísicos,super-populaçãodassalasdeaula,asescolas,principalmenteaspúblicas,nãopossuemcondiçõesadequadasparaacontextualizaçãodasváriasdiscipli-nasnouniversoescolardonossopaís,nãoocorrendoummínimopossível,pelomenos na grandemaioria, do relacionamento teórico-prático, que ésemdúvidamuitoimportanteparaqueosconhecimentoscientíficossejamtrazidosparaarealidadecotidianadoaluno.

BordenaveePereira(1968),emtrabalhoscomcursosdemetodologiadeensinoagrícolasuperior,citamqueosparticipantesdessescursos in-dicamaocorrênciaquaseexclusiva,dapreleçãoouaulaexpositiva,combaixíssimaparticipaçãodoaluno.Denunciamtambémumnúmeroinsufi-cientedeaulaspráticaseumescassoedeficienteusoderecursosaudiovi-suaiseaindacriticamaspráticasdecampoelaboratóriopeloexcessodealunospor turma,mauplanejamentodasatividades,poucaparticipaçãodosalunos.

Evidentementequeemdeterminadascircunstâncias,algumasaulaspráticas requerem instrumentos especializados, no entanto, um númeroconsiderável delas pode ser realizadoutilizando-semétodos alternativos,atémesmoforadelaboratórios,dentrodaprópriasaladeaula,oumesmoforadesta,deformabastantesatisfatória(BONETTI,2007).

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Segundo,SilvaJúnioret.al.(2001),existeumadiversidadedetex-tosquepodemservircomoferramentasparaformarocontextoeproporoproblema.Comoporexemplo,artigosereportagensdejornaiserevistas;trechosdeobrasliterárias;atividadesexperimentais,eainda,elementosilustrativoscomofiguras,gráficosemodelosquepodemser interpreta-dos,eatémesmoumareceitadebolopodeestimularoalunoa iniciarumdebateprévioacercadotema.Taisrecursos/técnicaspodemserex-tremamentevaliosos.Porumlado,oalunosabeporqueeparaqueestásendoestudadoaqueleassunto.Poroutrolado,donossopontodevistacomoprofessores,podemosdescobrir,logonoinício,oqueelessabememrelaçãoaotema.

O interesseporsaberprogramaratividadesdeaprendizagemmani-festa-se comoumadasnecessidades formativasbásicasdosprofessores.Inclusive,aquelesqueorientamseuensinocomoumatransmissãodeco-nhecimentosjáelaborados,considerammuitoconvenientepodercompletarsuasexplicaçõescomalgumtipodeatividadedosalunos(GIL-PÉREZ;PES-SOAdeCARVALHO,1993).

Éreconhecidoatualmenteopapeldaescola,formarnãosimplesmentetécnicosespecialistas,masprincipalmentecidadãosquevivememumaso-ciedadeondeterãoquecompreenderomundo,tomandodecisõescorretas,observando eacatandoas idéiasdeoutraspessoas.A saladeauladevesernaverdadeumagrandeoficinaondeasinformaçõesserãotrocadas,asidéias serão discutidas e posições serão tomadas para que a aprendizagem setornesignificativa,paraqueoalunoconsigarefletiremrelaçãoaouni-verso de estudo, utilizando-se para isto da contextualização como ferra-mentaparaatingiresteobjetivo(BONETTI,2007).

Numaconcepção construtivistadeaprendizagem, é importantequeoconteúdonãosejaapresentadoapenasdeformaexpositivaedescritiva.Sempre que possível, o tema deve ser introduzido por alguma atividadeemqueseresgatemosconhecimentosprévioseasinformaçõesqueoalu-notraz.Emalgunscasosétambémpossível(edesejável)problematizaroassuntoqueserátratado,convidandoosalunosparaumareflexão(SILVAJÚNIORetal.,2001).

SegundoVasconcelos(2008),noBrasil,diversasmanifestaçõestan-tosociaisquantoeconômicastêmpraticamenteobrigadoasociedadeaseoporàescolatradicionaledisciplinar.Estaescolacaracteriza-sepeloseualicercematerial:opapeleacaneta,ogizeoquadronegro.Asautoridadespolíticas,professoresepesquisadorestêmconsideradoousodenovastec-nologiasnaeducaçãoummovimentonecessárionaformaçãodosalunos,jáqueatendênciadomercadodetrabalhoéamáximaexigênciadoindivíduoquantoàssuasqualificaçõescientíficasetecnológicas.

Aoconsiderarmosaproblematizaçãodoensinodeciênciasebiologianonossopaís,notamosquesãopoucososprogramasquebuscamauxiliarnoaprimoramentodosmesmos.Nãocontamos,portanto,comumcorpodeconhecimentosquetenhasurgidocomoresultadodeimplementaçãoeava-liaçãodeprojetosprópriosparaarenovaçãodoensinodeciênciasebiologiaemqualquernível.Atradiçãobrasileirasobreoassuntoéquaseinexisten-teerefere-seespecificamenteaalgumasexperiênciasisoladasesurgidasmaisdapreocupaçãodealgunsgruposdeeducadoresdoquedepolíticaspúblicasqueseocupememestimulararenovaçãodoensinodeciênciasebiologia(VASCONCELOS,2008)

Segundo Borges e Lima (2007), o mundo globalizado encontra-seacentuadamentedivididoentreaquelesqueconseguemparticipardasocu-

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paçõesprodutivasebeneficiar-sedosavançosproporcionadospelatecnolo-giaeaquelesqueseencontramàmargemdelas.

Entretanto, segundoDelors (2005), émetapara o séculoXXI criarumasociedadecomcondiçõesdevidaharmoniosaseprodutivasparato-dos,oque implicaumengajamentosocial intenso,oqualpodeserasse-guradoporumapropostaeducativaquepossibiliteoacessoaumtipodeconhecimentocapazdeampliareenriquecerainterpretaçãodemundodossujeitos.EmboraaLeidediretrizeseBasesdaEducaçãoNacional–LDBEN(BRASIL,1996),expresseaurgênciadereorganizaçãodaEducaçãoBásica,afimdedarcontadosdesafios impostospelosprocessosglobaisepelastransformaçõessociaiseculturaisporelesgeradasnasociedadecontempo-rânea.Entretanto,naáreadasciênciasbiológicas,oensinodeBiologiaseorganizaaindahojedemodoaprivilegiaroestudodeconceitos,linguagememetodologiasdessecampodoconhecimento,tornandoasaprendizagenspoucoeficientespara interpretaçãoe intervençãonarealidade (BORGES;LIMA,2007).

ParaBorgeseLima (2007),atenderàsdemandasatuaisexigeumareflexãoprofundasobreosconteúdosabordadosesobreosencaminhamen-tosmetodológicospropostosnassituaçõesdeensino.OensinodeBiologia,especificamente,étratadonosParâmetrosCurricularesNacionaisEnsinoMédio(MEC,1999),complementadonosPCN+EnsinoMédio(MEC,2002),queexplicitamaintençãodeorientaraconstruçãodecurrículos,levandoem conta questões atuais decorrentes das transformações econômicas etecnológicasprovocadaspeloaumentodainterdependênciaentreasnações.

Krasilchik (1987),afirmaqueasatuaisnecessidades formativasemtermosdequalificaçãohumana,exigemareorganizaçãodosconteúdostra-balhadosedasmetodologiasempregadas,delineandoaorganizaçãodeno-vasestratégiasparaaconduçãodaaprendizagemdeBiologia.Então,cabeapergunta:oqueestásendofeitonestesentido,noBrasil?Quaissãooste-maseasmetodologiaspreferenciaisparaoensinodeBiologiahoje,nopaís?

Amesmaautoraressaltaaindaqueasociedadecontemporâneaso-licitadaescola,hoje,umarevisãodaspráticaspedagógicase tal revisãopassa, necessariamente, pela reorganização dos conteúdos trabalhados,abandonandoaquelessemsignificaçãoeelegendoumconjuntodetemasquesejamrelevantesparaoaluno,nosentidodecontribuirparaoaumentodasuaqualidadedevidaeparaampliaraspossibilidadesdele interferirpositivamentenacomunidadedaqualfazparte.Exigem,também,repen-sarasestratégiasmetodológicasvisandoàsuperaçãodaaulaverbalística,substituindo-a por práticas pedagógicas capazes de auxiliar a formaçãodeumsujeitocompetente,aptoareconstruirconhecimentoseutilizá-losparaqualificarasuavida.Quantoaestratégiasdeensinoeprocedimentosutilizadosemsaladeaulapelosprofessoresbrasileiros,épossívelafirmarquehouveumavançoemrelaçãoàsformasdetrabalhopredominantesemdécadas anteriores.

Atualmente,autilizaçãodeestratégiasdidáticasquedãorelevoaodi-álogoentreteoriaeprática,incentivandooalunoaserprotagonistadesuaaprendizagemeexigindodeleautoriadetextoseidéias,temsetornadobemmaisfreqüente(BORGES;LIMA,2007).

SegundoYamazakieYamazaki (2006),ousodemetodologiasalter-nativaspropõeuma“mudançasignificativanapráticadeeducadores”,quepretendem,defato,ensinarciências;nãoéporacasoqueousosistemáticode métodos tradicionais é considerado por muitos estudantes como ente-diante,maçanteepoucoproveitoso.Oensinoatravésdebrincadeiras,jogos,

Pensadores e filósofoscomo Platão e Aristótelesjáafirmavamquebrincaréprimordialparaodesen-volvimentointegraldoserhumano.Parautilizaralgummode-lo de jogo acesse ao sitehttp://jogosdidaticos.no.sapo.pt/. Divirta-seeaprenda!

No Brasil, os jogos têmorigemnamisturadetrêsraças:aíndia,abrancaea negra.

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desafios etc., parece provocar aprendizagem de formamais eficiente, nosentidodequeosestudantes,alémdemostrarem-sedinâmicosquandoemmeioaoprocesso,mostram-setambémdispostosacontinuaraaprendiza-gemmesmoqueemoutroscontextos,algumasvezesmotivadosadiscutiremsobreassuntosreferentesàsciênciasemlugarescomorestaurantes,bares,praças,algumasvezesprosseguindoosestudosemcursosmaisavançados.

Oensinoatravésdemetodologiasalternativasémaisumaaçãoquecomplementaapráticacotidianadeprofessoresdoqueumabandonodepráticasanteriores.Asensibilidadenecessáriaaessetipodecarênciaéquecaracterizaessamodificaçãoaqualderamonomede“MudançaSignifica-tivanaPráticadeProfessores”.Na literatura encontram-se interessantessugestões de estratégias de ensinonão tradicionais, tais comomateriaisextras,ambientesdiferentesetecnologiasadequadas.

2. Os Jogos SegundoEvangelistaeSoares(2008),jogoéoqueovocábulocientífi-

co denomina atividade lúdica ou ludismoeéconsideradocomoumaativida-dequeimitaousimulaumapartedorealepossuicapacidadedeinteragircomarealidade,inserindooparticipantenotemaqueéproposto.Asativi-dadeslúdicasproporcionammomentosdedescontraçãoeprazer,incertezaseexploração.

ParaOliveiraetal.(2005)aolongodostempos,osprofessoresobser-varamaimportânciaqueosjogoseoutrasatividadeslúdicaspossuemnoprocessodeaprendizagem,paraamelhoriadasrelaçõeshumanas.Deve-mosaprenderadesenvolveratividadesextra-classedeformasimples,fácileprazerosa.AbrincadeiradosjogosparaoensinodeCiênciaeBiologiatemumpapelfundamentalnasocializaçãoporserumdosespaçosdeencontroàrealidadedocotidianodosalunos.

Volpato(2002),dizquenobrincarseconstróiereconstróisimbolica-mente a realidade, porém, esse brincar, criativo, simbólico e imaginário,enquantoformadeconheceromundoeseaprimoraroriginalmentedoreal,estásendoameaçadopelainterferênciadaindústriaculturale,consequen-temente, pela falta de compreensão dessanecessidadenos ambientes deensino.

Chega-seaváriasconclusõessobreosjogos,entreelas:jogaré“fazerdeconta”queseestáàmargemdarealidadeparamelhorelaborá-la.Atra-vésdo jogoserevelaaautonomia,aoriginalidade,apossibilidadedeserlivre,deinventaredepoderexpressaroprópriodesejoconvivendocomasdiferenças.Existemjogosparadesenvolvercapacidadesdeleitura,plane-jamento,memória,raciocíniológico,etc.,outrosjogospodemdesenvolveracriatividade,opensamentodivergente, trabalharoraciocíniodosalunos,bemcomooseuconhecimentogeral,quepodetersidoaprendidoviatelevi-são,oulivros,afimdequeelesaprendamautilizaraomáximoosrecursosdequedispõemeaformularnovasmetodologiasdeaula,criandojogoseatividadesquefaçamosalunosutilizaremotrabalhodeequipe,acriativi-dade,eoraciocínio,fazendoassimcomquesuasfaculdadescognitivassedesenvolvamgradualmente(OLIVEIRAetal,2005).

SegundoNardelli(2000),tendoemvistaqueoquesequeréumaesco-ladinâmica,ricaepoderosa,paraqueissosetornepossível,bastaapenasqueaescoladispenseumtempomaior,paraos jogosecantos.Tantoosjogos,comooscantos,exigemnecessariamenteomovimento.Aescolaque

Piagetclassificouosjogosem três classes: Exercí-cios sensório-motores,queconsistem na repetição de gestosemovimentossim-ples; Símbolos, os quaisconsistem no uso da ima-ginaçãoedaimitação;Re-gras, que consistem emcombinações sensório-motoras ou intelectuaisemquehácompetiçãore-gulamentadaporcódigo.

Você sabia que na épocado Cristianismo os jogosforambastantedesvalori-zados por serem conside-radosprofanos, imoraisesemsignificado.

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pretendeserencantadoradeverá fazerusoconstantedos jogos,poiselesmexemcomtodosossentidosdoindivíduo,exigemsuaatençãoeobediên-ciaàsregrasestabelecidas.Damesmaformaserádeencantosaescolaque,comfrequência,sevalerdoscantos,poiselesdespertamaemoção,eestadesencadeia todaumasequênciadesensaçõesagradáveisaela,quevãofazercomqueoprocessodeaprendizagemlhesejamaisfácilesignificativo.

Asatividadeslúdicasinterdisciplinareseinterativasajudamosedu-cadores“adinamizarsuasaulas”,viabilizandoinformaçõessobreassuntospreocupantesdaatualidade,paracomplementaroprocessodeconstruçãodoconhecimentoemBiologia.Hojeemdiaoquesebuscaéestimularointeressedosalunoseorientá-losparaarealidade,desenvolvernelesoin-teressepelapesquisa,aumentarsuaauto-estimaecontribuirparaode-senvolvimentodacidadania,doraciocínio,dapersonalidade,dainteraçãosocialedoaprendizado(OLIVEIRAetal.,2005).

3. A Música SegundoOliveiraetal.(2005),oslivrosdidáticosnãosãoosúnicos

recursospedagógicosqueoprofessorpodelançarmãoparadespertaroin-teressedosestudantesnoensinodemaneirageral.Paraapresentarconte-údosrelacionadosàciênciasebiologia,pode-seutilizaratémesmomúsicapopularbrasileira.Estaéumaalternativalúdicaparaqueosalunosverifi-quemaciênciacomoumtemaqueestápresentenoseucotidiano,poucasvezespercebido.Alémdeproporcionaroaumentodeconhecimentoespecí-fico,esteéumelementodeaprendizagemculturalquetambémestimulaasensibilidade,areflexãosobrevalores,padrõeseregras.

ParaFerreira(2006),amúsica,artedecombinarossons,éumaex-celentefontedetrabalhoescolarporque,alémdeserutilizadacomotera-piapsíquicaparaodesenvolvimentocognitivo,éumaformadetransmitiridéiaseinformações,fazpartedacomunicaçãosocial.Quandopensamosemmúsica,logoimaginamosoouvidocomoórgãoimportantedesentido,mas é o cérebro que interpreta as ondas sonoras recebidas pelo ouvido.Assimcomotodosossentidosexternosdocorpohumano(audição,olfato,tato,paladarevisão)aaudiçãoéresultadodeumainterpretaçãocerebral.Quantomaisricaforumamúsicaemseusdiferentessons(agudos,médiosegraves),timbres(cordas,soproepercussão),ritmos(pulsações),velocida-des(notaslongas,médiasecurtas),intensidade(forte,médiaefraca)comharmonia (combinação de sons simultâneos),mais o cérebro de quem aouveseráestimulado.

Psiquiatras,aexemplodeCury(2003)recomendamousodemúsicaambienteemsaladeaulaparadiminuiraansiedadedascriançaselhesfa-voreceroequilíbrioemocional.Evidentementequeamúsicaescolhidadeveseradequadaaofimaquesedestina.Oseducadoresdetodasasdiscipli-naspodemutilizaramúsicaduranteassuasaulas,desdequepreviamenteselecionadas.

Namaioriadosníveisescolares,amúsicaéraramenteutilizada,masaoprofessorinteressadoemenriquecerasuapráticapedagógicacommúsi-ca,cabeestaratentoàpertinênciadotemamusicalemrelaçãoàmatériale-cionadaefazerumplanejamentoquepermitaaoalunodesenvolveranáliseeinterpretaçãodaletra,defendendo-a,rebatendo-ae/oulheacrescentandoalgo.Antesdeapresentaramúsicaaosalunos,deve-seterconsciênciadotemaasertrabalhadoedoconhecimentopréviodosalunos.Senecessário

O aluno que vivencia ex-periênciasmusicaistemapossibilidade de ampliarsua forma de expressão e decompreenderomundo,possibilitando assim, oseudesenvolvimentocria-tivo.

A orquestra austríaca fazmúsica com legumes everduras. A orquestra sótoca com instrumentos vegetaiseusa,porexem-plo,castanholasdeberin-jela,flautasdecenouraouinstrumentos de percus-são recheados de feijão. Háatéumcomnomepró-prio:“pepinofone”.Acesse e assista uma apresentação do gru-po no site http://w w w . y o u t u b e . c o m /watch?v=hpfYt7vRHuY

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for,deve-sesubsidiaroalunocompré-requisitosconceituais.Nofinaldosé-culoXXhouveumsignificativoaumentodousodamúsicacomotratamentodedistúrbiosdamentedevidoasuacapacidadedesensibilizar,emocionar,excitarosreflexossensoriaisdaaudiçãocorrelacionadosaoraciocínionasdistinçõesdosdiferentessons,alémdedespertarsensaçãodeprazerefixaraatençãonotempo(FERREIRA,2006).

ParaNardelli (2000), a desculpa de alguns professores de que nãopodemensinaratravésdocantoporquenãodominamaartedamúsicaouentãonãotêmboavoz,ouainda,quenãotêmtempodecantarcomosalu-nosporqueprecisampassarosconteúdosobrigatóriosdocurrículoescolar,nãoprocede,porqueoquesepedeéjustamentequeaescolaensinepelomenosalgunsdosconteúdos,atravésdocanto.Nãosetratadetransformaraclassenumcoralparaapresentaçãoempúblico,oufazerumaescolademúsica,ensinandoarranjos,harmonia,melodia,músicaclássicaeerudita,esim,oportunizarosalunosaaprenderemdeumaformamaisagradável.Éprecisoensinarcommúsicaporque,alémdeserumelementodesociali-zação,elapossibilitaasensibilizaçãodoouvido,quenospermitefazerumaaçãoimportanteparaodesenvolvimentodoindivíduoesuarelaçãocomasociedade,oatodeouvir,queétãooumaisimportantedoquefalar.

Existeumamáximapedagógicaondeseafirmaqueninguémmotivaninguém,porqueamotivaçãoencontra-senointeriordapessoa.Daíaim-portânciadousodamúsicaparaensinar.Osomcontagiantedeumacançãoinstigaatitudesdeexpressãocorporalnoaluno,essasatitudesdespertammovimentosdedentrodela,essesmovimentos,porsuavez,acionamumconjuntodesensaçõescapazesdefazerafloraramotivação,tãoimportanteparaquepossaocorrer,nãosomenteaconstruçãodoconhecimento,mastambémasuaretenção.Enfim,tendoemvistaoseupodersocializante,elaseconstituinumelementodegrandevalornaeducação,principalmenteseutilizadocomoelementofacilitadordaaprendizagem.

Cury(2003)afirmaque,sehouvermúsicaambientedentrodasaladeaula,depreferênciamúsicasuave,oconhecimentosecoelógicotransmitidopelosprofessoresde certasdisciplinas, ganhaumadimensão emocional.Segundoele,amúsicaambientetemtrêsgrandesmetas:primeiro,produziraeducaçãomusicaleemocional;segundo,geraroprazerdeaprenderdu-ranteasaulas;terceiro,aliviarasíndromedopensamentoacelerado(SPA),poisaquietaopensamento,melhoraaconcentraçãoeaassimilaçãodein-formações.Eleconcluidizendoqueosefeitosdamúsicaambienteemsaladeaulasãoespetaculares.Relaxamosmestreseanimamosalunos.Osjovensamammúsicasagitadasporqueseuspensamentoseemoçõessãoagitados.Masdepoisdeouvir,duranteseismeses,músicastranquilasnasaladeaula,aemoçãodelesétreinadaeestabilizada.

Oliveiraetal.(2005),afirmamqueamúsicapodeserutilizadacomorecursopedagógicoemváriasdisciplinas.Muitosconceitosbiológicossãoapresentadosnasletrasdemúsica,emdiferentesestilosmusicais.Partindodestepressuposto,podemosconsideraramúsicacomoumrecursodidáti-co-pedagógico,queauxiliaapopularizaçãodaciência,principalmentenasaulasdeCiênciaseBiologia.Paraapopulaçãoemgeral,aciênciaémuitoabstrataeadificuldadedoseducandosperceberemaciêncianocotidianoéalgocomum.Osprofessoresprecisamutilizarrecursospedagógicosetec-nológicosparamodificarestarealidadeemostraraosestudantesacons-tantepresençaedevida importânciadaciênciaedatecnologianassuasatividadesdiárias.

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SegundoNardelli(2000),énotórioqueamúsica,porsuaprópriade-finição,porsuaricahistóriaeporseualcancenavidadossereshumanos,podeedevefazerpartedavidaescolar.Pode-seencontrarumgrandenú-meroderazõesesugestõesdecomotrabalharamúsicanasaladeaula.Dentreelas,podemoscitarofatodequeamúsicanaescolapodeserusadanão somente como entretenimento ou terapia,mas principalmente comoinstrumento facilitador da aprendizagem. Então, qual é o verdadeiro al-cancedamúsicanosváriosaspectosdavidadosseresvivoseosignificadoquetemparaossereshumanos,mormentenostrabalhosdesenvolvidosemumasaladeaula?Ébemmaisprático,mais fácil,maisagradável,maissignificativoparaoprofessoreseusalunos,passarosconteúdosexigidospeloscurrículosescolares,bemcomoostemastransversais,contandocomaajudadamúsicaqueécapazdedespertarnaspessoasmuitoencantoemagia.Amúsicapodefacilitaroensinodosváriosconteúdosdecadaumadasdisciplinasdocurrículoescolar.Commuitomenosesforço,agradandomuitomaisaosalunos,oprofessorpodetornarasaulasummomentodemuito prazer para todos.

Temosdedeixarbemclaroqueamúsicapoderáviraajudar,emuito,aescolaacolocarempráticaessaquestãotãoimportantedeapreenderosconteúdosecomelesiralémdomínimoqueadisciplinasolicita.Éclaroque,autilizaçãodemúsicasnasaulasdeCiênciaseBiologiadevemserbemplanejadasparaquetudocorrabem.Todaboaviagemésempreprecedidadeumplanejamento.Tãoimportantequantoplanejarérealizarconstantesavaliaçõesesepossível,realizarnovosplanejamentos.Aoproporumavia-gempelaBiologia,atravésdamúsica,devemosantesdetudoacreditarnoalcancequetemamúsicanavidadaspessoas,naforçaaindamaiorqueelatemnaescolaenasaladeaula.

Ferreira(2006)emseutrabalhodáumexemplodaquiloquesepodefazeremsaladeaulaaoutilizar-seorecursomusicalnasaulasdeBiologiaouCiências:comafinalidadedeenriquecerumaaula,sobremeioambiente,oprofessorpoderáutilizar-sedeumamúsicaqueabordaoassuntoesualetradeveserapresentadaaosalunosparaqueleiamenquantoouvem.Issofacilitaacompreensãodamensagemmusical.Aletrapodeserpreparadaemfolhasdesulfite,comcópiasindividuais,podesertranscritacomcaneta“pilot”empapelpardodetamanhoadequadoparaserlidonalousa;podeserapresentadaemretroprojetor,monitordevídeodecomputadornasaladeinformáticaoudatashow.

Aapresentaçãoinicialaosalunosdamúsica“xoteecológico”deLuisGonzaga,porexemplo,cujotemaéadegradaçãodomeioambiente, fun-cionariacomoumdespertadordeatençãodoalunoparaumassuntoaserestudado;porissosuaapresentaçãoantesdamatériapropriamenteditaémaiseficazdoqueposteriormente.Otemadessamúsicaéomeioambientecujacaracterísticainterdisciplinarextrapolaoslimitesdeumaúnicaciên-cia,poisenvolvealémdeecologia,outrasdisciplinas.Quantoaoconteúdosobremeioambienteeaformadeabordá-lodevemvariardeacordocomasérieaquesedestinam.Apósaapresentaçãodamúsica,épossívelexploraroentendimentodosalunossobrealetradamesmaepassarumquestioná-rioaelescomposterioresclarecimentodedúvidas.

Outroexemploquepodesercitadoparailustrarautilizaçãodamú-sicacomo instrumentodidáticopedagógico foiorealizadoporOliveiraetal.(2005),emseutrabalhoondeforamselecionadasduasmúsicaspopula-res,comorecursosdidáticosparaoensinodeciênciasemaulascujotemaabordadofoiatitudesdoserhumanoemrelaçãoaoambiente:“ASerra”,um

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rock,comletradeGutje,dogrupoPlebeRudee“Passaredo”composiçãodeFrancisHimeeChicoBuarquedeHolanda.

Aprimeiramúsica, “ASerra”, ao ser analisadapelosalunos comaorientaçãodoprofessordeciênciaspermiteareflexãosobremuitosproble-masambientaiscomunsnaatualidade,comooconceitodebiodiversidadee desequilíbrio ecológico, quepode levar os alunos a levantar as causassociaiseambientaisdodesmatamento,bemcomosuasconsequências.Asensibilizaçãoparaasquestõesambientaispodesertemageradordeváriasdiscussões e argumentações.

Amúsica,“Passaredo”deChicoBuarqueeFrancisHimejáfaziaumalertaecológicoem1976quandofoicomposta.Naletradestamúsica,oscompositoresressaltamoperigodeextinçãoqueosdiversospássarosbra-sileirosdediferentesregiõesdopaíssofremprincipalmentedevidoàcaçapredatóriaeaotráficodeanimaissilvestres(biopirataria).Comaanálisedaletradestamúsica,oprofessordemonstraaosalunosaimportânciadonome científico para a identificação de espécies que são conhecidas pordistintosnomescomunsemdiferentes regiõesdopaís (nomepopularouregional), inclusivecommuita influência indígena,maisumavezusandoainterdisciplinaridadedeconteúdos.Muitosdestesnomesregionaisrefle-temascaracterísticasvisuaisdessesseres,ocorrendoomesmocomnomescientíficos,entretanto,traduzidasparaolatim.

Esteexercício,bemorientado,ultrapassaasimples tarefadeanali-saroconteúdodapalavra,permitequeoestudanteestabeleçacorrelações,ampliandoseusconhecimentosgerais.Podemsertemasparaareflexãoasinteraçõesentreamúsica,ciência,ousoirracionaldosrecursosnaturais,odesmatamento,aextinçãodeespéciesdevidoàbiopirataria,dentreoutros.

Muitassãoasvantagensnautilizaçãodamúsicacomorecursodidá-tico-pedagógicoemaulasdeciências:éumaalternativadebaixocusto,éumaoportunidadeparaoalunoestabelecerrelações interdisciplinares,éumaatividadelúdicaqueultrapassaabarreiradaeducaçãoformalechegaacategoriadeatividadecultural(OLIVEIRAetal.,2005).Oartista,assimcomooprofessor,écidadãoformadordeopinião.Portanto,cabeaessepro-fissional,enquantoeducador,aresponsabilidadedeorientar,deconfrontarossaberesdoalunocomosaberelaborado,naperspectivadeumaapropria-çãodaconcepçãodeciênciacomoatividadehumana.

Comopodemosver,utilizaramúsicacomomeioalternativoparaoensinodeCiênciaseBiologianãoétãodifícil.TalcomoafirmaOliveiraetal. (2005), realmente amúsica como recurso didático pedagógico é umalinguagemalternativamodernaelúdicaparaoensinodeciênciasebiologiaentre tantas outras.

Nardelli (2000) afirmaquemais importante que tudo isso, é que oprofessordeciênciasprecisasaberquetememsuasmãosumadisciplinamuitoimportanteparaavidadoalunoedasociedadeondeestáinserido,equeporisso,deverátorná-lamuitoespecialparaoaluno.Umadasformasmaisinteligentesdedeixarespeciaisessasaulaséministrá-lascomoau-xíliodamúsica.

4. O Cordel Educati voSegundoSouzaeFalconieri(2006),aliteraturadecordeltemsemos-

tradoumimportanteinstrumentopedagógicocapazdefacilitaroprocessodeensino-aprendizadodejovensecrianças.

Nomenclatura BinomialA nomenclatura binomialusada para dar nomes científicos às espécies éusadauniversalmente.FoipropostaporLineunoséculoXVIIIqueestabele-ceu como regras a latini-zação dos nomes.No binômio o primeironomeserefereaoGêneroeosegundoéumadjetivoque completa a designa-ção.O nome deve apare-cer no tipo de fonte itálico.

Literaturadecordeléumtipo de poesia popular,originalmente oral e de-poisimpressaemfolhetosrústicos ou outra quali-dade de papel, expostospara venda penduradosem cordas ou cordéis, oque deu origem ao nome que vem lá de Portugal,onde havia a tradição dependurarfolhetosembar-bantes.

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67TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Reconhecendoopotencialdessegênero,oMinistériodaEducaçãovemincorporandonasuapolíticadeformaçãodeleitoresedemocratizaçãodoacessodealunoseprofessoresàculturaeàinformação,atravésdoProgra-maNacionalBibliotecadaEscola(PNBE),apoesiadoscordéisemsaladeaula.

Criador do Projeto “AcordaCordel na Sala de Aula”, Arievaldo Via-nadizqueapoesiapopular,portodasassuascaracterísticas(linguagemsimples,jogoderimaebom-humor)despertaodesejodejovens,criançaseadultospelaleituraeatémesmopelaescritadesuasprópriashistórias.A poesia popular chamaatençãopelo seu teor educativo, estimulando ointeressedagarotadapelaleituraeescritadecordéis.Areceptividadeentreosalunoséexcelente,sobretudo,ematividadescomo leituraemgrupoeelaboraçãodenovosfolhetos.

Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de formamelodio-saecadenciada,acompanhadosdeviola,comotambémfazemleiturasoudeclamaçõesmuitoempolgadaseanimadasparaconquistarospossíveiscompradores.

5. O Teatro Nosdias atuais, autilizaçãodediferentes estratégiasde ensinode

CiênciaseBiologiatornam-secadavezmaiscomum.Peçasdeteatrohojesão encenadas nãomais apenas com o objetivo de entretenimento,mastambémcomoformainovadoradepassarconhecimentosespecíficossobredeterminado assunto.

SegundoLupettietal.(2008),adivulgaçãodaciênciacontemporâneaé realizada pela colocação de temas atuais das diversas áreas do sabercientífico.Apenasessetipodeatividadejáémultidimensional.Comunicarosresultadosdaciênciacomoatividadevivatempúblicoalvodetodotipoetário,culturaleprofissional.Todasaspessoastêmodireitodeserinfor-madasdos fazeres científicos. Isso implica levar esses conhecimentos àscriançasnaescola,aosestudantesdocolégio,aosprofissionaisliberais,aosprofessoresuniversitáriosdeespecialidadesdiferentesdaquelasqueestãosendocomunicadas.Cadaumdessespúblicosalvoimplicaemumalingua-gemdiferentedapartedodivulgador.Nãosepodeusaromesmodiscursoseestamosexplicandoosresultadosdabiologiamolecularaumfísico,umestudantedecolégioouumjornalista.

Poroutrolado,nãoéomesmodivulgarasfronteirasdoconhecimentoouaciênciabemestabelecida,emtemasdeFísica,Química,BiologiaouMatemáticaquesãoapresentadosnoensinoobrigatórioetêmsuaslingua-genscientíficasbemdeterminadas.

Nafronteiradoconhecimentoatéostermostécnicosnãotêmumatra-duçãodefinitivaou,emalgunscasos,nemexisteatraduçãoouaformula-çãodosconceitos.Istonãosignificaqueumaatividadededivulgaçãoémaisfácilqueaoutra,masapenasqueasdificuldadessãodetiposdiferentes.Éprecisoensinaroqueaciênciaconheceeaquiloqueelanãoconheceainda(quaisostemasdepesquisadomomento),ediscutir,semprequepossível,sevaleapenaounãoalgumtipodepesquisa,questionandoqualéasuarelaçãocusto/benefícioparaasociedade.

Defato,quandoaUNESCOcitadaporLupettietal. (2008) falaemdivulgaçãocientíficaparecequesepensaemquestõesqueocidadãopodeedeveserinformadoparapoderterumaopiniãomelhorfundamentadado

Cerca de 3200 a.C. jáexistiam representações teatrais.Fazerteatrosem-pre foi uma atividade decaráter religioso. Os chi-neses conheceram o te-atro cerca de 2205 a.C.Além de ser religioso, oteatro da China tambémservia para celebrar osêxitosmilitares e as con-quistas. Do mesmo modo aÍndia,aCoréiaeoJapãodesenvolveramaatividadeteatral.

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68 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

queseeleestivessecompletamentedesinformado.Adivulgaçãodaciênciaestabelecida temumarelaçãodiretacomatividadesdidáticas,utilizandocursosoupalestraseemalgunscasos,atividadesdelaboratórioparaau-xiliarnoprocesso.Ademais,museusecentrosdeciência,comumdiscursoemetodologiaquesatisfaçamtodososvisitantes,oumesmoametodologiausada em ensino a distância podem contribuir para a popularização daciência.

Assim,comoafirmamLupettietal.(2008),oconhecimentocientíficonecessitadeuma linguagemadequadaparaque seja compreendidopelapopulação,alémdaculturacientíficajámencionadaanteriormente.Neces-sita-setambémdeeducadoresquesejambempreparadosecomprometidoscomoensinodaciência,despertandonosjovensoprazerdeestudareseenvolver.Seguindoessepensamento,devemosfornecerrecursosparaquealunos e professores possam ter um fácil e proveitoso acesso aomundoacadêmico-científico.

Autilizaçãodoteatroparatornaraciênciaacessívelaopúblicoemgeralvemsetornandoalgobempresentenasnovasmetodologiasdeensinoonde,aspectosdasciênciaspodemserensinadospormeiodeexplicações,fotografiaseacontecimentos.Osgruposdeteatropodemlevaraoseupúbli-coalvotodainformaçãoproporcionadapelasatividadesdeensinotantonaformadeaula,comopesquisa.

Aexperimentaçãoestéticaepoéticaestápresentenapeçateatral,nascoreografias,musicaiseacrobaciasemdiferentescenasqueconferemdi-nâmica,belezaehumoraoespetáculo.Assim,osgruposdeteatropensamematuar,comoidealdeapresentarnovasmetodologiaseferramentasparaajudaroprofessoremseutrabalhodeensinar,estimulandoosalunosforadasaladeaulaadesenvolverumaconsciênciacríticadomundoaoseure-dor(LUPETTIetal.,2008).

Namesmalinhadetrabalho,JúdiceeDutra(2001),promoveramtea-trocomalunosde1ªsériedoEnsinoMédio.OProjetoconsistiuemmonta-gem,preparação,estudodebiografias,comparticipaçãodeprofessoresdediferentesáreas.Oteatro,alémdepromoverefetivaparticipaçãonoproces-so,podelevaroestudanteaodesenvolvimentodeumacompreensãomaiordoscontextosemqueviviamoscientistasdevidoaonecessárioestudodoscostumesdaépoca,dapolítica,daeconomia,enfim,detodasaspossíveisexplicaçõesaoscomportamentosdaspessoas.

JáAndréiaGuerra,JoséCláudioReiseMarcoBraga,doGrupoTek-nê,relatamumaestratégiadetrabalhorealmenteinovadora,realizadaemEscolanoRiodeJaneiro.Atravésdasimulaçãodeum“julgamento”,estu-dantespassaramaanalisarmateriaisqueenvolviamahistóriadaciênciaeabiografiadecertoscientistas.Esseprojetotinhaopropósitode“impulsio-narosalunosaestudaremonascimentodaCiênciamodernaforadoespaçodasaladeaula”(GUERRAetal.,2002).

6. Outras Técnicas EntreoutrastécnicasdeensinoemCiênciaseBiologiapodemoscitar

apoesia,osfilmes,asestóriasemquadrinhoseospôsters.As poesias podem tornar-se potentes materiais para o processo de

ensino-aprendizagemdemonstrandopossibilidadesdeboasrelaçõescomoensinodeCiências(LIMAetal.,2004).

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A interdisciplinaridadeemsaladeaula (entreCiênciaseLiteratu-ra) é tambémsugeridaem“PoesianaAuladeCiências?”,artigoescritoporIldeodeCastroMoreira,pesquisadornaUFRJ(citadoporYAMAZAKI;YAMAZAKI, 2006).O artigo discorre sobre comoCiências e Literaturaspodemformarumbeloduetoparatornarmais interessantea interaçãoentreambas.Paraoautor, “ciênciaepoesiapertencemàmesmabuscaimaginativahumana, embora ligadasadomíniosdiferentesdeconheci-mentoevalor”.

ParaMoreira(2002),apoesia,podeserutilizadacomoferramentanoensinodeciênciase,portanto,nãodeveserrejeitadanasatividadesinter-disciplinarescomosjovensnasescolas,mesmoaquelasligadasaoapren-dizadodeCiências.Talinterdisciplinaridadeéinteressanteepossibilitaaoprofessordemonstrarparaoalunoainteraçãoentreassuntoscientíficoseapoesiaporexemplo.

ParaYamazakieYamazaki(2006),asestóriasemquadrinhosunemaprendizagemcomolúdicoaocaricaturarpersonagens(cientistas)falandosobresuasteoriascientíficas.Estaferramentadeensinotambéminvestenapercepçãovisual,imprescindívelparaaprendizagemdemuitosindivíduos.Comcertadosedecriatividade,asestóriasemquadrinhosqueenvolvemcientistascomopersonagenspodemsercriadaspelosprópriosprofessores.

Outrapropostaquerefleteomesmoespírito,éapresentadanoartigo“ComotrabalharcomtirinhasnasaulasdeFísica”(PENA,2003).Tirinhaé“umconjuntodehistóriasemquadrinhosqueabordamdiversostemas,equetemoobjetivodemotivaroalunoaestudareaumentarointeressedosestudantespelaCiência”.Estetrabalhotemcomopressupostoacrençanaaprendizagemmotivadapelolúdico,nabuscadeumcaráterprazerosoparaoensinoenaimportânciadainfluênciado(a)professor(a)noprocessodeaprendizagem.SegundoFerreiraeCarvalho(2004),tirinhassãoestóriascurtas(namaioriadasvezescomtrêsaquatromomentos-figuras)quepo-demapresentarpiadas,moral,ouinvestidurasemcidadaniaoueducação(comoeducaçãonotrânsito,porexemplo).Sãotambémferramentasinte-ressantesepodemserutilizadasquandooprofessornãoquerdistanciar-sedostextostradicionais.Porseremcurtas,podemservircomorápidasilus-traçõespara iniciar raciocíniosmaiscomplexosoupara terminaraaulacomoatividadeparaserpensadaemcasa.

Os contextos que envolveram momentos históricos importantes naHistóriadaCiênciasão“reproduzidos”deformacuriosaporMedeiros(ME-DEIROS,2005;MEDEIROS,2002).

OutrasugestãovemdeOstermann(2001),ondeapesquisadorapropõeousodeumpôstercomdefiniçõesefigurasemsaladeaula.Estetraba-lhoaproxima-sedos“mapasconceituais”utilizadosporalgunsprofessoresparaorganizaroconteúdoaserensinado.Sãocomoárvoresgenealógicas,dispostasemformadesetasqueindicamrelação,sequência,consequênciaecausa.Sãoimportantesparavisualizarmelhor,idéiasprincipaisdeauto-res,principalmentequandodemasiadamentecomplexoseabstratos.

SegundoRibeiro(1993),autilizaçãodofilmecientíficotambémpodeserumametodologiaadequadamenteinteressante.Comrelaçãoaessafer-ramenta útilparaoensino,ouaoprodutoaudiovisualquevai tomandoformascadavezmaisdiversificadas,lhesãoatribuídasessencialmentetrêsposições institucionais.

Aprimeira,filmeouaudiovisualparaensinodireto,istoé,utilizadonumasituação institucionaldesaladeaula,oudetrabalho individuale

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70 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

degruponabiblioteca,videotecaoumidiatecadainstituiçãoeducativaoucientífica;

Asegunda,filmeouaudiovisualparaensinoadistância,difundi-doporantenaouparautilizaçãodoaluno,integradocomoutrosmate-riais nomeadamente escritos e enquadradonumprocesso que, emborademaiorautonomiaqueoanterior,tempossibilidadedeacessoaparesparadebateediscussãodetemaspolêmicosecomplexosedeconsultaaoprofessor ou tutor.

Aterceira,filmesouaudiovisuaisproduzidospelosprofessoresepelosalunos,ouporambosconjuntamente,noâmbitodasatividadesescolaresouextra-escolaresmasquetenhamcomoobjetotemasdenaturezacien-tífica.Normalmenterealizadoscommateriaisamadoreseque,comode-senvolvimentodosequipamentosvideográficosedasuaintegraçãocomosmeiosinformáticos,permitemelaborartrabalhoscomqualidadecientífica,técnicaeestéticasatisfatória.

Autilizaçãodestesmeiospermiteaanimaçãodeclubesdepesquisae produçãode filmes ou videogramas; estes podemcontribuir paraumamemória vivado trabalhodesenvolvidona escola, fácil e agradavelmenteacessívelafuturasgeraçõesdealunos,bastandoparaissoumminuciosotrabalho de armazenamento, catalogação e conservação; motivar trocascomoutrasescolasenvolvidasemprojetosdenaturezasemelhanteecon-tribuirparaacriaçãoderedesdevideo-correspondêncianacionaiseinter-nacionais;organizaçãodemostraslocais,regionais,nacionaiseinternacio-naisdefilmescientíficosrealizadosporalunoseprofessores,promovendoaconsequenteaberturadaescolaàcomunidade.Autilizaçãodesteemsaladeaula,produzidopelosalunosoupeloprofessor,constituiinstrumentaçãoimportanteateremcontaemmetodologiasdeprojeto,emmétodosdepes-quisa,nodesenvolvimentodetrabalhodegrupoesobretudonaligaçãodoestudoàobservaçãodarealidade.Podeserutilizadoparaestudoadistân-ciadeummesmoproblemaporváriasinstituiçõeseporgruposadistância.

Arevoluçãobiotecnológica tornou-se tãodinâmicaque transcendeudeumadeterminadaforma,douniversorestritodoacadêmico,paraoníveldocidadãocomum.Esteébombardeadoincessantementepelamídiaescri-ta,faladaetelevisadacomasnotíciasdeciênciaebiotecnologia.Temosago-raumolharobrigatórioefixoemdireçãoàciência,especificamentenãoàciênciadocientista,masparasuas“maravilhas”.Esteolhar,namaioriadasvezesperplexo,atônito,deveriaserlembradoaocontemplarmosarenovaçãodoensinodeciênciasetecnologiadenossasescolas,emtodososníveis.Osalunoshojenecessitameutilizamaaulacomoumdosprincipaisveículosdosabercientíficoetecnológico.

Nessa unidade entendemos que o ensino de ciências e biologia pode sertrabalhadoapartir de várias técnicasde ensino, entre elasaquelasqueenvolvemaludicidade.Compreendemosoqueéolúdicoatravésdosjogosdidáticos,das estórias emquadrinhos edamúsica.Podemosperceberaimportânciadaartedentrodessecontexto,quandoentendemosopapeldoteatrodapoesiaedosfilmescomoferramentasdidáticasparaoensinodasciênciasnaturais.

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71TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Astécnicasdeensinovêmsendomodificadasousurgemnovasideiasna intenção demelhorar a qualidade do ensino de ciências ou biologia.Sabendodisso,escolhaduasentreastécnicascitadasnessaunidadeparaapontarsuarelevâncianoensinodeciênciasebiologiaeemseguida,façasugestõesdefilmes,poesiasemúsicasquepodemsertrabalhadasnoscon-teúdosdasdisciplinascitadas.

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74 TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO BIOLÓGICO

Isabel Cristi na Higino Santana Bióloga(licenciadaebacharel),MestreemCiênciasMarinhasTropi-

caispelaUniversidadeFederaldoCeará-UFC.AtuanaáreadeEnsinoeEducação como Professora Assistente da Faculdade deEducação de Ita-pipoca-FACEDI,naUniversidadeEstadualdoCeará–UECE.NamesmainstituiçãoéCoordenadoraresponsávelpeloLaboratóriodePráticadeEn-sino-LAPENeCoordenadoradoProgramaPIBID/Biologia/FACEDI.Possuiprojetosdepesquisasnaáreadeensinoelivrospublicados,entreelesparaoCursodeCiênciasBiológicasadistância.AtualmenteéalunadoCursodeDoutoradoemEducaçãoBrasileirapelaUniversidadeFederaldoCeará.