Técnicas Corporais

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    4.1.4. Histrico dos Passes Mgicos ..........................................................................................31

    4.2 Definio...............................................................................................................32

    4.3 Como se trabalha?...............................................................................................35

    4.3.1. Apresentao....................................................................................................................35

    4.3.2. As 6 sries de movimentos...............................................................................................36

    4.3.3. Benefcios..........................................................................................................................37

    4.3.4. Prtica da Tensegridade...................................................................................................38

    4.3.5. Precaues........................................................................................................................38

    4.3.6. Formao de grupos de prtica e prtica em grupos grandes/gigantes...........................38

    4.3.7. Para ir alm......................................................................................................................39

    4.4 - Prtica...................................................................................................................40

    4.5 Concluso ............................................................................................................40

    5 - Consideraes Finais ..................................................................................40

    6 - Bibliografia ...................................................................................................42

    7- Anexo.............................................................................................................43

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    1 - Introduo

    Fala-se muito hoje em dia de uma mudana de paradigma na cincia e, mais

    geralmente, no modo de compreender o mundo e o ser humano. Qual esse

    novo paradigma, que invoca tanto a nova fsica como a psicologia

    contempornea, e, como de um modo mais ou menos implcito, est afetando

    todos os campos do saber e do fazer?

    Podemos cham-lo holismo ou integralismo: um enfoque centrado no todo.Esta a perspectiva que subjaz as inspiraes to diversas como a teoria geral

    de sistemas, o enfoque sistmico da cincia da administrao e a gesto de

    empresas, o estruturalismo, e a psicologia da forma. A caracterstica mais

    chamativa de nossa poca uma nova maneira de conceber as estruturas,

    organizaes, as inter-relaes das partes em um todo. A vida e o universo se

    nos apresentam hoje em dia como meta-estruturas evolutivas.

    H uns dois mil e quinhentos anos, o Buda contava a histria de alguns cegos

    que faziam uma idia do que era um elefante tocando-o. Assim, um o

    comparava a uma palmeira, outro a uma corda, outro a um leque, etc.. Cada

    um via de acordo com o que suas mos exploravam: uma pata, o rabo, uma

    orelha, ou outras partes do animal. Esta histria, adotada mais tarde pelos

    sufs, tornou-se particularmente popular hoje em dia e com razo, pois

    expressa o florescimento no esprito de nosso tempo de uma compreenso

    cada vez mais generalizada de que o todo , efetivamente, algo alm da soma

    de suas diversas partes.

    Esta mudana de perspectiva sobre o mundo , sem dvida, reflexo de um

    processo vivo: se no mbito intelectual estamos em uma poca de holismo,

    em termos mais gerais pode-se dizer que estamos numa era de sntese. No

    s nos tornamos mais interdisciplinares, mais ecumnicos, mais interculturais,

    como tambm, cada vez mais, vamos sentindo a necessidade de nos

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    tornarmos pessoas completas em um mundo unificado. E nessa busca para

    atingirmos a totalidade, mobilizamos mais um recurso ou caminho: a Psicologia

    Transpessoal.

    A Psicologia Transpessoal nasceu como conseqncia do reconhecimento daexistncia de uma conscincia transpessoal e da aceitao da importncia da

    dimenso espiritual da vida humana.

    Vrios psiclogos humanistas passaram a se interessar por assuntos como o

    xtase, as experincias msticas, a transcendncia, a conscincia csmica, a

    teoria e a prtica da meditao, a sinergia interindividual e interespcies. (Grof,

    1984)

    O termo transpessoal significa ir alm do pessoal, ou seja, transcender.

    Para a psicoterapia transpessoal, o ideal seria uma orientao integrada em

    um conjunto de aspectos fsico, emocional, mental e espiritual do cliente,

    visando uma valorizao de suas potencialidades positivas em todos esses

    aspectos.

    Esse modelo de psicoterapia tem como foco central a conscincia que vista

    como a essncia do ser humano. Essa linha de trabalho valoriza e facilita a

    vivencia das experincias transcendentais vistas como essenciais para o

    crescimento e o desenvolvimento humano.

    Nesse trabalho abordaremos as tcnicas corporais como recurso para nos

    conectarmos com nosso Eu Superior. Para tanto, escolhemos trs

    ferramentas diferentes, porm complementares em seu objetivo, que atingir a

    integralidade do ser. So elas: os passes mgicos de Carlos Castaneda, aeutonia de Gerda Alexander e o Yoga.

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    2 Eutonia

    2.1 - Biografia de Gerda Alexander

    Gerda Alexander, nasceu em 21 de fevereiro de 1908 na cidade Mupert,

    (Alemanha), em uma famlia que tinha muito gosto pela msica, desenvolvendo

    assim um gosto especial pela dana.

    Estudou na escola Dalcrozi, onde se formou professora de dana. Como

    docente tomou contato com as inovaes pedaggicas de sua poca, como os

    conceitos educativos de Maria Montessori, que dizia que a aprendizagem deve

    provocar felicidade, e desenvolver a criatividade e a capacidade natural, ao

    mesmo tempo em que se constri o aprendizado.

    Gerda sofria de febre reumtica e tinha muitas crises que a obrigou

    precocemente a criar diferentes formas de movimentos. Seus longos perodos

    de dores, infeces e repousos estimulou-a a buscar uma forma de movimento

    mais econmico e espontneo.

    A partir do autoconhecimento do tonos, pode obter um maior bem estar. Gerda

    Alexander postulava que: preciso aprender a cada dia um pouco mais, quesomos esses corpos no qual podemos nos apoiar.

    Por meio da observao e da reflexo de seus alunos, como da suas prprias

    doenas e dificuldades em se movimentar; as investigaes sobre (neuro

    psicologia) os movimentos dos seres humanos foi dando forma ao seu prprio

    mtodo. As investigaes e o trabalho fsico de Gerda Alexander na rea das

    artes do movimento parte da premissa de buscar possibilidade de expressar-se

    sem modelos pr-estabelecidos, que interfiram nas possibilidades funcionais ecriativas. No incio, essa prtica tinha o nome de movimento espontneo,

    posteriormente passou a chamar-se prtica de eutonia.

    Em seu livro Le corps retrouv par leutonie (El cuerpo descu bierto por la

    eutona), prope adaptar a eutonia ao mundo ocidental, que ajuda o homem de

    nosso tempo a alcanar uma conscincia profunda de sua prpria realidade

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    corporal e espiritual em autntica unidade, provocando o descobrimento de si

    mesmo e ampliando sua conscincia.

    Atravs disso, o homem liberar sua fora criativa com um melhor ajuste de

    todas as situaes da vida e um enriquecimento permanente de suapersonalidade e de sua realidade social.

    A palavra (eutonia eu - vem do grego bom, harmonioso - Tnia- tnus,

    tenso) foi criada em 1957 para traduzir a idia de um tnus bem equilibrado e

    em constante adaptao.

    Gerda Alexander chegou concluso de que ao estimularmos a conscincia e

    a capacidade de movimento do ser humano provocamos melhorias na sade eno comportamento geral das pessoas. Dessa forma seu trabalho, tanto com

    pessoas saudveis como com pessoas adoecidas de qualquer idade pode ser

    utilizado.

    Em 1933, fixou residncia na Dinamarca, e fundou em 1940 em Copenhague a

    primeira escola de eutonia. Desde ento a eutonia foi crescendo por toda a

    Europa e Amrica.

    Faleceu em 1994 na Dinamarca.

    2.2 Definio

    A eutonia que tem como objetivo abarcar a totalidade do indivduo: corpo,

    emoes, intelecto e esprito. uma prtica corporal criada e desenvolvida por

    Gerda Alexander (1908 Wuppertal / Alemanha - 1994 Copenhagem /

    Dinamarca). A palavra eutonia significa tenso em equilbrio; tnus harmonioso

    (do grego eu: bom, harmonioso e do latim tnus: tenso).

    O trabalho consiste no uso da ateno s sensaes promovendo a ampliao

    da percepo e da conscincia corporal. Um processo em que a pessoa

    acessa a sabedoria que prpria do corpo usando-a a seu favor.

    A pessoa entra em contato com o tempo do organismo, com os ritmos internos

    e com o dilogo entre este universo interno (sensaes, percepes, emoes,

    pensamentos) e o externo (o corpo em relao ao espao, aos objetos, aos

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    2.4 - Indicaes e benefcios

    Equilibra as funes vegetativas: sono, respirao, digesto, circulao

    cardiovascular, circulao linftica.

    Promove profundo autoconhecimento, percepo da totalidade e integrao

    corpo/mente/esprito.

    Confere autonomia: Os alunos aprendem a assumir a responsabilidade pela

    prpria sade e bem estar adquirindo os recursos necessrios para tal.

    Melhora a qualidade de vida.

    2.5 - Principais temas trabalhados nas aulas de eutonia:

    Tato Consciente Trabalho de sensibilizao da PELE estimulando os

    receptores de tato. Torna mais clara a sensao de contorno e a imagem

    corporal.

    Conscincia ssea - O desenvolvimento da conscincia ssea um

    fundamento da Eutonia que, assim como o tato consciente, est intimamente

    ligado ao desenvolvimento de uma imagem corporal mais rica tendo grande

    importncia na estruturao das formas do corpo. Os ossos so referncias

    para movimentos, apoios, tamanho, volume e imagem do corpo.

    Transporte consciente Fundamento de muita originalidade. a

    conscientizao e o uso intencional do endireitamento postural que permite

    ao homem estar naturalmente em estado anti-gravitacional. Estimulao e

    percepo do caminho das foras atravs dos tecidos do corpo objetivando

    uma melhor adaptabilidade postural em todas as situaes da vida, seja emposturas estticas ou em movimento, tendo como elemento primordial a

    relao entre o corpo e o cho. O transporte desenvolvido atravs do

    encontro com a estrutura ssea, a percepo da forma, funo e alinhamento

    dos OSSOS e sua relao com as foras que atuam sobre o corpo. Atravs do

    TRANSPORTE CONSCIENTE a musculatura ganha espao e liberdade para o

    movimento, e o corpo adquire um tnus muscular global mais equilibrado e

    adaptvel execuo das diversas atividades corporais, sejam do cotidiano,

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    sejam nas que requerem um maior grau de habilidade, como a dana, os

    esportes, etc.

    Espao interno e Volume corporal Contato com os diversos tecidos do corpo

    e com o seu funcionamento, a construo da conscincia do espao internoacontece atravs da sensibilizao dos contornos e o preenchimento

    consciente de seu contedo, para isto contamos com os mecano-receptores

    presentes na pele e nas articulaes que informam a presena e o estado das

    estruturas corporais. um trabalho minucioso que auxilia na percepo da

    tridimensionalidade do corpo. O aluno mantm sua ateno voltada para sentir

    os tamanhos, a largura, o comprimento, a distncia entre partes, as formas, a

    superfcie de apoio no solo e a relao com o espao.

    Contato consciente - O Contato Consciente o fundamento mais original da

    Eutonia e pano de fundo para toda a sua prtica teraputica e pedaggica. O

    Contato Consciente o contato consigo prprio, com outra pessoa, objeto ou

    espao circundante que acontece alm dos limites da prpria pele, alcanado

    pelo fortalecimento do estado de presena da pessoa. Promove harmonizao

    e equilbrio das tenses superficiais e profundas.

    Movimento eutnico Atravs da prtica da eutonia encontraremos a

    habilidade de realizar os movimentos de forma a que chamamos eutnica.

    Este um de seus objetivos fundamentais. Alguns dos aspectos que podem

    ser observados durante a realizao do movimento eutnico so: leveza,

    preciso, equilbrio de tnus, expresso pessoal e a preparao para as aes

    do cotidiano.

    A prtica da eutonia pode enquanto tcnica corporal, dar sua contribuio nosentido de desenvolver no indivduo uma nova conscincia, capaz de nos livrar

    do condicionamento milenar e obsoleto ao qual todos ainda estamos

    submetidos.

    A eutonia com seus exerccios permite que a pessoa se equilibre e se

    harmonize fsica, emocional, mental e espiritualmente. A sua prtica traz

    consigo, uma nova educao ao indivduo, afim de que ele possa

    gradativamente atingir o objetivo que todos almejamos: a harmonia e o

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    equilbrio, proporcionando ao ser integral alcanar uma verdadeira sade que

    traz consigo uma autntica capacidade de amar. Como dizia Krishnamurti h

    anos atrs, a paz individual a base sobre a qual se assenta a paz do

    mundo.

    A tcnica corporal (eutonia) mais um recurso que contribui na transformao

    do indivduo, promovendo no mesmo a maturidade necessria para transpor a

    perspectiva isolada e primitiva do eu. Sua meta levar o sujeito a desenvolver

    plenamente o sentido da integralidade e da totalidade. O despertar da

    conscincia corporal, emocional e espiritual forma parte de nosso destino e,

    no supe somente o nascimento do eu, mas tambm, o parto do tu. O

    nascimento do Ser supe o nascimento do eu-tu, mudando a luz do sentido dons (coletivo).

    Ento, podemos notar que no processo de crescimento, aprendizagem e cura

    de cada um de ns, a eutonia mais uma ferramenta que nos impulsiona para

    o caminho da transpessoalidade. E, nesse caminho, a eutonia passa a dialogar

    e a construir uma amizade bastante rica e promissora com a psicologia

    transpessoal, levando a uma rede de inter-relaes, de carter energtico, que

    est em harmonia: o Todo integrado.

    A psicologia transpessoal, estuda os estados conscientes de uma forma geral,

    e, se detm no estado alterado de conscincia chamado Transpessoal. Para

    ela o homem um todo, e no suas partes estudadas separadamente. Este

    conceito tomado emprestado da Gestalt: "O todo mais que a soma de suas

    partes".

    Por estudar o ser integral, a psicologia transpessoal, uma cincia holstica, etrans-disciplinar, que abrange muitas teorias, tais como: a Fsica quntica,

    a Biologia, a Lingstica, a Antropologia, a Sociologia, a Neurologia, e muitas

    outras.

    2.6 - Prtica

    Exerccio: Modelagem do Corpo

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    Objetivo: Essa tcnica consiste simplesmente em tomar conscincia do corpo,

    ou seja, perceber e se perceber, enquanto parte participante do micro e macro.

    um exerccio que inicia a pessoa no caminho da integrao do corpo, mente

    e esprito.

    Material: podem ser usadas massinhas de modelar ou a argila. Nesse caso,

    usarmos a argila e jornais velhos.

    Execuo: pedir para que todos se sentem no cho da forma mais confortvel

    e agradvel possvel. Iniciar uma pequena sensibilizao de olhos fechados,

    com um exerccio de respirao. Em seguida, pea que todos peguem um

    pouco de argila, (o tanto que quiseram), e comecem a moldar um corpo,

    alertando-os para que procurem no se esquecer de partes do corpo.

    Obs.: o exerccio deve ser feito todo de olhos fechados e sempre

    acompanhado de um fundo musical suave e tranqilo.

    Concluso: compartilhar com o grupo sensaes, percepes, emoes que

    podem ter ocorrido durante o exerccio ou aps ter visto o seu corpo expresso

    atravs da modelagem que fora feita.

    3 Yoga

    3.1 Definio

    O Yoga enigmtico por ser um vasto campo de estudo e, ao mesmo tempo, a

    expresso da parte mais profunda do nosso ser. Yoga uma antiga cincia

    desenvolvida por pessoas de grande sabedoria num passado distante;

    tambm, nossa vida diria e est perto de ns como nossa respirao. Yoga

    uma filosofia, e, tambm, uma psicologia de grande profundidade; to

    simples como viver uma vida de verdade e liberdade. Assim como a Natureza

    multifacetada, as definies de Yoga tambm o so.

    Ao invs de considerar isto uma contradio, podemos compar-la a uma

    antiga estria da ndia sobre os cegos que deveriam descrever um elefante.

    Cada um tocou uma parte diferente do elefante e, assim, cada descrio foi

    diferente. Todas as descries eram verdadeiras, mas falharam por no

    representar a descrio do elefante inteiro. Considerando alguns diferentes

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    aspectos da definio de Yoga, estaremos aptos a melhor compreender esta

    jia multifacetada.

    O termo Yoga vem da palavra snscrita yujque significa vincular, unir, juntar.

    Esta palavra-raiz est relacionada palavra inglesa yokeque significa a canga

    que une os bois para puxar uma carreta. Ao discutir sobre o que exatamente o

    Yoga est unindo, somos imediatamente levados ao cerne do Yoga. O Yoga

    faz uma distino entre o nosso ser cotidiano, que inclui o corpo fsico e a

    nossa personalidade, e um Ser maior ou Ser Csmico, que inclui a totalidade

    da teia da criao da qual somos um pequeno filamento, uma gota no infinito

    oceano da vida. Este Ser maior geralmente diferenciado do pequeno ser pelo

    S maisculo no incio da palavra. Este ser individual algumas vezes

    denominado Jiva, enquanto o Ser Csmico chamado Brahman. O Yoga

    rene estes dois, formando uma simples Unidade. O ser individual quando

    plenamente identificado e integrado ao Ser csmico chamado Atman. Sob a

    perspectiva do Ser Universal, o Yoga est, na verdade, unindo duas coisas que

    nunca estiveram separadas. Sob a perspectiva de Brahman, toda a vida uma

    s Unidade sem qualquer separao, em nenhum lugar. A funo destas vrias

    tcnicas de Yoga nos levar a entrar em contato com esta Unidade sempre

    presente, ajudando-nos a recordar e tornando-nos cada vez mais conscientes

    dela.

    A fonte principal para definir e compreender o Yoga o Yoga Sutra de

    Patanjali. Estes 195 pequenos aforismos, compilados h cerca de 2000 anos

    atrs, trazem uma concisa e, ao mesmo tempo, profunda e completa descrio

    do sistema do Yoga como um todo. No segundo sutra, o Yoga definido como

    o controle das modificaes da conscincia. Estas modificaes so todos os

    padres mentais e emocionais que nos conservam apegados iluso do serlimitado, nos impedindo vivenciar a compreenso do Ser maior.

    Assim, Yoga o veculo que nos ajuda a ver atravs dos padres mentais e

    emocionais que obscurecem a experincia da Unidade. Yoga tambm a

    prpria experincia da Unidade. Yoga como veculo importante, pois o

    utilizamos para chegar ao nosso destino. O Yoga como experincia da Unidade

    fundamental, j que nosso destino final. importante no confundir o

    veculo com o objetivo a ser alcanado. Dentro da tradio espiritual, diz-se

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    que confundir o caminho com a meta como confundir a lua com o dedo que

    aponta para ela. O veculo fundamental para a jornada, mas precisaremos

    deix-lo, em um determinado ponto, para chegar plenamente ao nosso destino.

    3.2 - Yoga, integrao total do indivduo

    O Yoga facilita e gera Unidade em todos os nveis do nosso ser: corpo, mente

    e esprito. Por esta razo, as prticas do Yoga so vastas e variadas e incluem

    tcnicas especficas para cada aspecto de nossa existncia. Sob a perspectiva

    do Yoga, temos, na verdade, cinco diferentes dimenses, aspectos, chamados

    corpos, e para cada um h uma faceta apropriada do Yoga. Todas estas

    prticas e tcnicas tm como objetivo final integrar estes nossos aspectos totalidade universal.

    Neste sistema dos cinco corpos, chamado de Modelo dos Cinco Koshas, sero

    cinco as definies de Yoga; cada uma reflete a parte do nosso ser que

    focalizamos num determinado momento:

    1. Em termos do corpo fsico, Yoga a integrao dos vrios sistemas

    fisiolgicos, com suas diferentes clulas, tecidos e rgos, numa

    unidade funcional harmoniosa, para que tenhamos uma sade fsicaperfeita.

    2. Sob a perspectiva do corpo energtico, Yoga a integrao da

    respirao com a energia sutil, incluindo os centros de energia

    chamados chakras.

    3. No corpo psico-emocional, Yoga a integrao e o equilbrio de todos

    os aspectos mentais e emocionais.

    4. Sob a perspectiva do corpo de sabedoria, Yoga a qualidade dediscernimento que nos permite perceber as diferenas entre o ser

    individual e o Ser csmico. a funo de testemunha que nos permite

    ver a vida como uma Unidade e no como fragmentos.

    5. Esta compreenso da vida como um todo unificado nos leva ao corpo de

    felicidade ou corpo bem-aventurana ou, ainda, corpo espiritual. Neste

    nvel, Yoga o reconhecimento e a experincia da alegria de viver,

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    atravs da conexo com a parte mais profunda do nosso ser, sinnimo

    do Ser Universal.

    Ao explorar e integrar as diferentes partes do nosso ser, atravs do processo

    de Yoga, precisamos ter um cuidado especial para honrar todos estes vrios

    aspectos da nossa existncia. O processo de nos redescobrir como uma

    Unidade comea com a aceitao e integrao destas vrias partes da

    existncia humana, incluindo os aspectos fsico, energtico, emocional,

    psicolgico e espiritual. Pelo processo de Yoga, atravs da compaixo e da

    auto-aceitao, cada aspecto do nosso ser se integra, a todo o momento,

    experincia da Totalidade.

    Atravs desta jornada de Yoga, acontece um descondicionamento, onde todas

    as fronteiras e barreiras que nos mantm separados so removidas,

    lentamente. So crenas profundamente enraizadas sobre quem somos e

    sobre o que a vida. Este processo de descondicionamento algumas vezes

    chamado viyoga, o Yoga da negao, que descarta tudo aquilo que no somos.

    Ao mesmo tempo, Yoga tambm a lembrana de que nosso Ser original a

    conscincia da Unidade. Este desdobramento de tendncias positivas , s

    vezes, chamado samyoga, unindo-nos ao que verdadeiro ou real. Estes dois

    processos combinados nos levam na direo daquilo que est alm de todos

    os condicionamentos: o Ser csmico ou Brahman, que integra e inclui todas as

    partes de nosso ser em uma simples Unidade, a prpria essncia do Yoga.

    O caminho do Yoga no pode ser compreendido fora da jornada espiritual

    maior, pois so, na verdade, idnticos. A inteno de todas estas facetas do

    Yoga facilitar a experincia do esprito ou conscincia da Unidade.

    3.3 Fundamentos do Yoga

    O Yoga faz parte de uma trama de tradies espirituais do subcontinente

    Indiano que inclui um vasto aparato de filosofias e prticas. Ao invs de

    existirem como escolas separadas, estas vrias correntes espirituais fluem

    para dentro e para fora umas das outras, atravs dos sculos; ora misturando-

    se, ora diferenciando-se mais. Um dos ditados mais comuns na espiritualidade

    Indiana :

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    A Verdade Uma, os Caminhos so Muitos.

    Estas diferentes correntes incluem Yoga, Vedanta, Samkya e Tantra.

    Dentro desta diversidade, entretanto, h vrios conceitos fundamentais comuns

    a muitas formas de Yoga que so tambm compartilhados pela maioria das

    tradies espirituais que surgiram no subcontinente Indiano. Estes incluem:

    a) A experincia direta acima da compreenso intelectual e a utilizao de

    prticas espirituais e meditao, como o caminho que conduz a esta

    experincia direta.

    b) A importncia do Guru ou guia, a iniciao e o discipulado.

    c) Fundamentos ticos em todas as prticas de Yoga.

    d) Prana, a fora da vida.

    e) Karma e Renascimento - a Natureza do Nascimento e da Morte.

    f) Maya, a Natureza da Iluso.

    g) A Natureza Unificada da Existncia - Encontrando o Verdadeiro Ser.

    h) O Corpo Multidimensional.

    i) A Conscincia Testemunha e o Poder da Conscincia Desperta.

    j) Iluminao e Liberao.

    a) Experincia direta

    O Yoga Sutra de Patanjali define a prtica espiritual como aquela que feita

    com regularidade, sinceridade e devoo por um longo perodo de tempo.

    Um aspecto desta prtica o esforo necessrio transformao; o outro

    a aceitao de quem somos, a cada momento, sabendo que, ao nvel

    mais fundamental, j somos completos e inteiros.

    na harmonia destes dois aspectos, aparentemente opostos, que

    encontramos o caminho espiritual. A vontade e a entrega so tambm descritoscomo as duas asas de um pssaro. O mtodo principal para a jornada

    espiritual a meditao e o caminho da meditao chamado Raja Yoga,

    significando caminho real ou mais elevado. Ao nvel inicial, meditao o

    processo de aprender a trabalhar com a mente.

    b) O guru como guia

    So tantos os gurus quanto so as lmpadas casa aps casa; difcil

    encontrar o guru que a tudo ilumina como o sol.Kularnava Tantra 104

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    O mesmo texto nos adverte para escolher sabiamente nossos guias e

    mentores.

    Muitos so os gurus que roubam as riquezas dos discpulos, mas raro

    o guru que remove as aflies (espirituais) do discpulo.(XIII. 108)

    O significado da palavra guru pesado ou opressivo, o que significa que sua

    sabedoria tem um impacto dramtico. Outro significado desta palavra vem de

    suas duas slabas, gu, significandoescurido, e ru, significando dissipador.

    O guru ento aquele que dissipa a escurido e nos conduz luz.

    c) O fundamento tico do Yoga

    A tica tambm funciona como pedra fundamental para o estabelecimento do

    processo de transformao. Atravs do Yoga, processos revolucionrios

    passam a ocorrer na conscincia, apresentando desafios psicolgicos e

    emocionais em diversos nveis. O fundamento tico proporciona uma base ou

    ncora para que, enquanto estas transformaes acontecem, o praticante

    tenha sempre um cho ou lar para o qual retornar. Dentro da tradio do

    Yoga, h muitas estrias sobre praticantes que alcanaram os mais altos nveis

    espirituais, para depois cair, porque sua casa espiritual no estava construda

    sobre uma slida fundao tica.

    O principal sistema de preceitos ticos dentro da tradio do Yoga so os

    Yamas(restries) do Yoga Sutra de Patanjali. Estes se referem aos cdigos

    de tica bsicos que incluem a no - violncia, a honestidade, a conservao

    de energia, inclusive a sexual, e a moderao. Entretanto, a verdadeira

    compreenso destes cdigos morais algo que, de fato, deveria surgir do

    interior da pessoa. Apenas quando nos sentimos completos a cada momento

    que ficamos livres do egosmo. s quando adquirimos uma percepo mais

    profunda de quem somos que podemos ser verdadeiramente honestos.Somente quando, de fato, percebemos a Unidade de toda a vida que

    podemos praticar a no-violncia.

    d) Prana, a fora da vida

    Dentro do Yoga, a energia fundamental e toda a vida percebida como

    energia vibrando em diversos nveis ou freqncias.

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    Atravs da prtica do Yoga, nos aproximamos desta fonte de energia que a

    base ou pedra fundamental de toda a vida. Esta energia bsica chamada

    Prana.

    e) Karma e renascimento

    Ao nvel mais bsico, karma a lei de causa e efeito; a toda ao corresponde

    uma reao. Ao invs de considerar o karma como uma conta bancria

    pessoal, poderamos dizer que todas as nossas aes, para o bem ou para o

    mal, possuem uma qualidade energtica e esta energia continua afetando

    indefinidamente a sociedade, o planeta e todo o universo. Cada ao que

    realizamos afeta a direo e a evoluo do todo. Assim, o karma tanto

    pessoal, quanto social, cultural e universal; uma rede de reaes em cadeia de

    causas e efeitos, direcionando todo o curso da evoluo.

    f) Maya, a natureza da iluso

    Karma e renascimento esto intimamente associados ao conceito de Mayaou

    iluso. Maya significa uma teia e se refere rede de karma que nos impede de

    ver quem somos realmente. Isto no significa que o mundo no real. Na

    verdade, isto significa que a totalidade de nossos condicionamentos cria uma

    perspectiva do mundo que no muito precisa. Este condicionamento vem da

    cultura, da sociedade, da famlia e da nossa bagagem pessoal. Em resumo, a

    histria toda do nosso karma coletivo. A essncia desta iluso que nos

    vemos como seres separados e no como manifestaes individuais de uma

    nica fonte. Esta viso fechada de eu, meu, mim nos leva a atuar em nome do

    ego pessoal e individual, que impermanente. importante ter em mente que

    o ego individual e todos os seus condicionamentos nascem da mesma fonte de

    Unidade com o a alma. O ser individual no um engano, como se fosse uma

    falha no plano csmico. Ele existe para proteger a segurana e integridade doindivduo. Entretanto, o destino ltimo de cada indivduo no apenas proteger

    o eu, meu, mim, mas perceber sua prpria natureza como parte de uma

    inteligncia universal. Portanto, no o mundo que irreal, mas a maneira

    como nos vemos dentro dele.

    g) A natureza unificada da existncia encontrando o verdadeiro ser

    Este Ser no algo que desenvolvemos ou criamos; ele sempre est

    presente, esperando ser reconhecido.

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    atravs do olho da Unidade, mantendo uma viso equilibrada e unificada

    mesmo em tempos difceis.

    Intimamente associado ao conceito de conscincia testemunha est o da

    conscincia desperta. A mente funciona em diversos nveis. Ao nvel

    inconsciente, a mente um depsito de todas as impresses da evoluo

    coletiva da vida humana, inclusive os instintos bsicos de sobrevivncia,

    procriao, etc. Ao nvel do subconsciente, a mente detm todas as crenas

    centrais e profundas sobre quem somos e o que importante na vida; isto

    inclui conceitos como ter que ser bem visto aos olhos dos outros para nos

    sentirmos bem conosco. O nvel consciente o nvel do livre arbtrio, onde

    tomamos decises e guiamos nossa vida diria. Na maioria dos casos, o poder

    da mente inconsciente e subconsciente nos compele to fortemente, que nossa

    liberdade de escolha fica realmente muito limitada. Ao desenvolver nosso

    poder de conscincia desperta, fazemos brilhar uma luz sobre todas as reas

    de funcionamento da mente, de forma que a testemunha possa observ-las,

    comeando, ento, a perceber os padres subjacentes e profundos que nos

    controlam. Simplesmente levar a conscincia desperta at os variados

    aspectos de nossas vidas um dos mtodos mais poderosos de

    descondicionamento e transformao.

    j) Iluminao e libertao

    Todos estes princpios bsicos conduzem a um ponto final ou culminante que

    a iluminao. H muitas maneiras de abordar este conceito, mas o ponto

    comum entre elas o fim da separao e, portanto, o fim do sofrimento. A

    iluminao tambm encarna o significado final da vida, atravs da experincia

    direta da energia e da inteligncia no corao do Universo. a experincia do

    reconhecimento de que no h uma personalidade individual para quem ascoisas podem ser obtidas e, assim, deixamos de nos identificar com tudo aquilo

    a que somos apegados. Da mesma forma, no h um ser individual para

    defender, portanto deixamos de nos identificar com tudo aquilo que nos causa

    medo. Quando a esperana e o medo desaparecem, no somos deixados num

    vazio, mas com a energia e a inteligncia no corao do universo em sua forma

    pura. Uma das expresses snscritas mais comuns para este estado de

    Unidade Samadhi, que literalmente significa colocar junto.

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    3.4 - A Roda do Yoga

    A Roda do Yogarepresenta todas as diferentes correntes de Yogaque foram

    se desenvolvendo atravs dos tempos. Cada uma est associada a uma

    tradio e a seus mestres mais importantes. Cada um destes aspectos do

    Yoga um afluente de um nico rioque a Conscincia da Unidade. Estas

    vrias correntes de Yoga proporcionam uma gama de caminhos para

    indivduos de temperamentos e experincias variadas. Esta mesma roda

    tambm se relaciona aos Cinco Koshas, as vrias facetas de cada pessoa.

    Assim sendo, a Roda do Yoga tambm a roda da cura e da transformao

    que toca cada indivduo em todas as reas de sua vida.

    Cada uma das correntes de Yoga se dirige a cada nvel da pessoa em alguma

    extenso, mas cada uma tambm tende a focalizar um aspecto particular da

    pessoa. Dependendo da hora, do dia, da estao ou da fase da vida, sempre

    h uma via do Yoga apropriada para apoiar-nos na jornada para re-lembrarmos

    quem verdadeiramente somos. H, tambm, diferentes nveis de trabalho com

    a Roda do Yoga:

    1- A Tradio- O estudo das prticas tradicionais associadas a cada uma das

    facetas do Yoga. Isto proporciona valiosos mtodos e intuies e uma estrutura

    para a integrao de todos os aspectos do Yoga em nossas vidas.

    2- A Experincia Vivida- A intuio direta da essncia destes ensinamentos, o

    que eles realmente querem nos fazer compreender e aplicar em nossa vida

    diria.

    3- Prtica diria -A integrao de vrias facetas da Roda do Yoga em nossa

    prtica diria.

    Estes trs nveis juntos formam o caminho do Yoga e o caminho da cura.

    HATHA YOGA

    Inclui asana, pranayama, mudra e bandha, junto com as prticas de limpeza

    chamadas kriyas. O Hatha Yoga focaliza-se no corpo fsico. um mtodo de

    cultura fsica, um portal para a meditao, e, talvez mais importante ainda, um

    veculo experimental para compreender que a iluminao acontece atravs do

    corpo. O Hatha Yoga no pode ser plenamente compreendido fora do

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    desenvolvimento do Tantrismo, com sua orientao positiva em relao ao

    corpo e seu foco no despertar da kundalini. O Hatha Yoga trabalha mais

    especificamente com o corpo fsico porque se dirige ao funcionamento de todas

    as clulas, tecidos, rgos e sistemas. Os primeiros HathaYogues descobriram

    que o equilbrio no corpo fsico facilitava o equilbrio e a integrao na

    totalidade do ser.

    Vamos examinar melhor os princpios e as prticas do Hatha Yoga.

    A palavra Hathapode ser traduzida como vigoroso, j que utiliza a vontade

    para purificar os elementos grosseiros do corpo e, como na alquimia,

    transforma o metal bruto em ouro.

    Como um pote de barro, no levado ao forno, deixado na gua, o

    recipiente corporal logo se deteriora; mas, bem cozido e endurecido no

    fogo do Yoga, o recipiente se torna purificado e resistente. Gheranda

    Samhita. (I.8)

    Hatha tambm pode significar a fora ou Kundalini Shakti, que descansa

    adormecida na base da coluna vertebral. J que o Hatha Yoga evoluiu dentro

    do contexto do Tantra, em geral, e do Kundalini Yoga, em particular, parece

    lgico ser esta uma derivao importante do significado. Foi a perspectiva

    positiva do corpo no Tantra que permitiu a criao e o desenvolvimento do

    Hatha Yoga.

    A liberao que se alcana pela transformao do corpo sem valor

    esta liberao? Assim como o sal se dissolve na gua, a iluminao se

    estende at o corpo.Yoga Shika Upanishad

    H tambm um significado esotrico da palavra Hatha que vem de suas duas

    slabas hae tha, representando o sol (surya) e a lua (chandra), ou yine yang,

    pares de opostos, atravs dos quais o mundo material (prakriti) funciona. Yoga a unio (alkya) destes dois princpios.

    No Hatha Yoga, o corpo considerado um microcosmo do universo. A

    investigao mais profunda sobre a natureza da realidade e do universo pode

    ser conduzida dentro do prprio corpo do investigador, j que o que se

    encontra a um espelho ou holograma do que se encontra no universo.

    Um dos sub-produtos do Hatha Yoga so os siddhis, ou poderes. Estes

    incluem a habilidade de tornar-se infinitamente pequeno ou grande, a levitao,

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    a ubiqidade, a habilidade de tocar a lua com a ponta dos dedos, a

    invisibilidade, o controle da natureza, a luminosidade e a realizao dos

    desejos.

    Os adeptos so consistentemente advertidos a no permitir que estes

    poderes se tornem o foco de suas prticas. So apenas sinais de

    realizao e no a meta.

    Um aspecto chave do Hatha Yoga que ele traz a conscincia desperta ou

    inteligncia universal para cada aspecto de nosso ser, desde os tomos at as

    clulas, tecidos e rgos, ao crebro, mente e s emoes. O Hatha Yoga

    facilita a explorao e integrao de todos os nveis de nosso ser de uma forma

    que talvez no seja to fcil atravs de qualquer outra disciplina.

    O Hatha Yoga busca a unidade do corpo, mente, e esprito. Atravs do Hatha

    Yoga, o corpo purificado, fortalecido, equilibrado e curado. Ele se transforma

    em um corpo de diamante com sua durabilidade e luz infinita. A

    transformao do corpo considerada necessria para a transformao da

    conscincia que ocorre na meditao. Como no Tantra, o Hatha Yoga,

    tradicionalmente, envolve o sistema dos chakras.

    A forma como os vrios elementos do Hatha Yoga se combinam para criar a

    unidade mente/corpo/esprito est resumido no GherandaSamhita, um texto de

    Yoga escrito na idade mdia: Purificao, fortalecimento, estabilidade, calma,

    leveza, percepo do verdadeiro Ser e liberao so os sete caminhos do

    Yoga corporal.

    - a purificao se d atravs dos seis kriyas de limpeza.

    - os asanas criam fora.

    - a estabilidade se adquire atravs dos selos (mudras).

    - a calma atravs de pratyahara.- a leveza resulta da regulao da respirao;

    - a percepo do Ser, atravs da meditao;

    - a liberao, atravs do xtase.

    A respirao um aspecto chave para o Hatha Yoga, como demonstra este

    antigo aforismo:

    Aquele que deseja a unio sem o controle da respirao como algum

    que quer cruzar o oceano num pote de barro que no foi cozido.

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    Um aspecto que torna o Hatha Yoga nico dentro da Roda do Yoga sua

    habilidade para trazer superfcie aspectos subconscientes e inconscientes do

    ser, onde, ento, podem ser observados e transformados. Isto ocorre devido

    ntima conexo entre a mente e o corpo. Nossa histria est contida nesta

    unidade mente-corpo e, medida que trabalhamos com o corpo, comeamos a

    'mexer o pote' de nossas experincias passadas, trazendo nosso passado

    conscincia, onde pode ser visto e liberado.

    O modo como trabalhamos com o material que aflora na prtica de Hatha

    Yoga se d atravs do poder da dimenso testemunha, aquela nossa parte

    discriminadora e sbia, capaz de ver, sentir, tolerar e intuitivamente reconhecer

    os padres psico-emocionais mais profundos e centrais para que possam ser

    liberados.

    1. A Tradio -Uma compreenso da fisiologia sutil subjacente s prticas

    do Hatha Yoga nos conduz a um entendimento mais profundo das

    prticas. Textos tradicionais, como o Hatha Yoga Pradipika, servem

    como fonte de consulta para isto.

    2. A Experincia Vivida -A mesma profunda percepo do corpo fsico que

    cultivamos na aula de Yoga pode ser trazida para nossa vida diria

    como conscincia corporal a cada momento.

    3. Prtica Diria -A incluso de mudras, pranayamas e bandhas de efeitos

    mais profundos na nossa prtica diria de asanas cria um vasto

    panorama de sensaes e experincias que nos conduzem,

    simultaneamente, para dentro e para alm do corpo.

    3.5 - Prtica

    Dia de ALEGRIA (ENCONTRE SEU SORRISO INTERNO E DESFRUTE

    DESTAS POSTURAS DIVERTIDAS)

    Para Comear:

    Sente-se:

    Feche os olhos e observe a respirao por 1 minuto. Fique presente neste

    comeo de prtica. Testemunhar parte de voc mesmo e no julgue.

    Simplesmente observe e aceite o que est acontecendo, como o melhor amigo.

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    Respirao da Ressurreio:

    Gire a cabea para a esquerda. Expire pela boca duas ou trs vezes.

    Simbolicamente, deixe o passado ir embora e morrer. Inspire lentamente,

    retorne a cabea ao centro e leve a sensao de ressurreio e renovaopara este momento presente e eterno.

    POSTURAS:

    1 - TADASANA (postura da montanha)

    Sinta como se estivesse indo para casa quando fizer esta postura. Sinta alvio,

    contentamento e uma energia do corao quando enraizar os ps, alongar a

    coluna, abaixar os ombros, suavizar os olhos e levantar os cantos dos lbios.

    Deixe as palmas das mos juntas na altura do peito e volte-se para dentro.

    Pergunte-se: Sou grata pelo qu? Deixe as boas lembranas e pensamentos

    surgirem. Inspire, sinta a energia confortadora que cura encher o seu peito.

    Expire e diga para si mesmo: Finalmente, voltei para casa do meu corao.

    Permanea por cinco respiraes.

    2 PARSVA TADASANA (POSTURA DA MONTANHA LATERAL)

    Inspire e eleve os braos. Expire, leve o quadril e a caixa torcica para a

    esquerda e incline o corpo para a direita para fazer uma inclinao lateral.Deixe

    os ps bem firmes no solo. Relaxe os ombros e estenda bem o corpo por trs

    respiraes. Volte ao centro. Repita do outro lado. Faa trs vezes cada lado e

    retorne para Tadasana.

    3 ESTRELA DE CINCO PONTAS

    De Tadasana, afaste as pernas cerca de 1 metro de distncia. Inspire e levante

    os braos para os lados, deixando-os paralelos ao solo. Expire, veja o

    alinhamento. Mantenha a coluna alongada e o cccix para baixo. Deixe a

    cabea leve sobre os ombros. Quando expirar, estenda a energia para as cinco

    pontas ps, mos e topo da cabea por trs respiraes completas.

    4 DEUSA VITRIA

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    Esta postura alegre o lembrar de no se levar to a srio. Da postura anterior,

    gire os dois ps para fora. Flexione os joelhos em um leve agachamento.

    Flexione os cotovelos, inspire e abra as palmas de modo que os polegares

    toquem os ombros. Solte as mandbulas, o rosto e a tenso no rosto. Abra a

    boca, levante as sobrancelhas, coloque a lngua para fora, movimentando-a

    para dentro e para fora, e expire soltando um som por 10 segundos. Solte,

    fique em p e observe seu corpo e mente.

    PARA TERMINAR

    Tora leve os joelhos em direo ao peito, expire e deixe-os cair para a direita.

    Suavemente gire a cabea para a esquerda. Tora o tronco e aquiete o corpo e

    a mente. Repita para o outro lado.

    Aproveite o momento em Savasana (postura do cadver) com as mandbulas e

    as bochechas relaxadas. Encontre seu sorriso interno. Pondere sobre todas as

    bnos na sua vida. Descanse por alguns momentos.

    3.6 - Concluso

    O yoga uma filosofia de vida cujo objetivo a unio do homem com o

    supremo, isto , da matria com o esprito. Isso significa levar o homem a um

    estado de harmonia, paz e serenidade por meio do autoconhecimento e da

    perfeita integrao com o mundo exterior.

    Em poucas palavras, o yoga (pronuncia-se yga) busca o equilbrio entre o

    corpo e a mente, para que o homem possa viver melhor.

    Atualmente, tanto os adultos como as crianas esto sendo submetidos a uma

    rotina estressante e o resultado disso que acabam se alimentando mal,dormindo mal, enfim, vivendo num estado de tenso permanente que deixa seu

    corpo mais vulnervel a uma srie de doenas. Os limites fsicos e mentais so

    ultrapassados, trazendo enormes prejuzos.

    muito importante que as pessoas conheam seu prprio corpo e aprendam

    os mecanismos que podem ajud-las a buscar um equilbrio. O yoga permite o

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    autoconhecimento, ou seja, o indivduo aprende a se conhecer e ter

    responsabilidade sobre seu corpo.

    Ao mesmo tempo, ele estimula a auto-suficincia, pois ensina que o seu bem-

    estar depende de voc mesmo e no dos outros, explica ngela Maria JcomoMartinez, professora do Centro de Estudos de Yoga Narayana, em So Paulo.

    O yoga, no terapia, nem religio e muito menos uma cincia mdica. Mas,

    pode ajudar as pessoas a terem mais sade e serem mais felizes. claro que

    tudo vai depender do interesse de cada um e de sua disposio para alcanar

    tais objetivos. Confira, abaixo, alguns dos benefcios dessa atividade:

    . Diminui o estresse e a ansiedade

    . Aumenta a flexibilidade e a fora dos msculos

    . Melhora a postura, diminuindo dores nas costas

    . Estimula a circulao sangunea

    . Ajuda a desenvolver uma atitude positiva em relao vida

    . Aumenta a concentrao e o equilbrio emocional

    . Melhora a capacidade imunolgica

    . Ajuda a melhorar quadros de insnia e depresso

    . Melhora a coordenao motora

    4 Passes Mgicos

    4.1 - Biobligrafia de Carlos Castaneda

    4.1.1. Carlos Aranha Castaneda (1935-1998)

    Carlos Castaneda foi um escritor e antroplogo brasileiro conhecido por seus

    livros autobiogrficos que relatam sua relao e aprendizado de 13 anos com o

    ndio yaqui Don Juan Matus (brujo, nagual1, homem de conhecimento) que o

    introduz progressivamente ao mundo cognitivo dos xams do antigo Mxico.

    No total, 13 livros compem a complexa obra de Castaneda. Entrar no mundo

    mgico dos livros de Carlos Castaneda como entrar numa nova realidade.

    1

    Nagual um mestre dos bruxos.

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    Uma realidade, pode-se dizer, transpessoal, de estados alterados de

    conscincia (xamnica, nesse caso), onde tudo questo de energia.

    Sua contribuio no que se refere ao xamanismo foi muito grande, tanto que se

    fala de xamanismo de Carlos Castaneda que um xamanismo abstrato.Castaneda descreve em seus livros de fato, uma nova maneira de encarar a

    existncia e a si prprio. Seus livros falam de conscincia e percepo e pode

    ser considerado um caminho de desenvolvimento espiritual.

    De me e pai muito jovens (respectivamente 15 e 17 anos), nasceu em

    Mairipor no interior de So Paulo. Foi criado na fazenda de seus avs

    maternos. A me de Castaneda morreu quando ele tinha 6 anos, e seu pai o

    vinha visitar de maneira espordica. Guardou grande mgoa em relao ao pai.

    Jovem, foi enviado a um importante colgio em Buenos Aires Argentina, onde

    estudou por 15 anos e aprendeu o espanhol.

    Foi morar na Califrnia em 1951 e se formou na Hollywood High School.

    Tentou cursar Belas Artes em Milo (Itlia), mas abandonou o curso por falta

    de afinidade e voltou para os EUA matriculando-se em psicologia social na

    Universidade da Califrnia (UCLA). Mudou posteriormente de curso paraantropologia.

    Castaneda entrou em contato com informaes sobre os efeitos psicotrpicos

    da mescalina, que era utilizada em rituais por povos indgenas americanos

    atravs do livro de Aldous Huxley As portas para a percepo, autor tambm

    de Cu e Inferno. Outra fonte de pesquisa por ele utilizada para se aprofundar

    no assunto sobre a utilizao de plantas medicinais foi o livro O ritual de

    peiote de Weston Le Barre. De posse desses conhecimentos adquiridos, partiuna direo de realizar pesquisa de campo sobre o uso das plantas medicinais

    entre os ndios mexicanos para seu curso de doutorado em antropologia.

    Foi ento que encontrou com Don Juan e que seu aprendizado comeou. Seus

    dois primeiros livros A erva do diabo um caminho yaqui para o

    conhecimento(1968) e Uma estranha realidade(1971) falam da experincia

    de Castaneda com os alucingenos. De sucesso imediato, a publicao de sua

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    primeira obra (dissertao de mestrado) teve grande repercusso entre os

    jovens americanos da contracultura da poca.

    O aprendizado de Castaneda com Don Juan pode ser dividido em duas partes:

    uma de 1960 a 1965 quando deixou o aprendizado e outra de 1968 a 1973quando Don Juan partiu do mundo.

    O terceiro livro Viagem a Ixtlan(publicao de uma verso de sua tese de Phd)

    rev os conceitos descritos nas primeiras obras e relata essa retomada do

    aprendizado com Don Juan, com o enfoque no mais nas plantas alucingenas

    e suas propriedades mas no aprendizado da feitiaria.

    Castaneda foi menos conhecido e menos citado que Thimothy Leary nos meiosacadmicos, talvez, devido s diversas controvrsias referentes veracidade

    de seus relatos, principalmente no que se refere existncia de Don Juan de

    Matus. Sua obra, apesar de bastante complexa mostra a quem pratica seus

    ensinamentos uma outra realidade, pois transforma a vida de seus praticantes.

    De certa forma, Castaneda pode ser considerado como um dos precursores da

    psicologia transpessoal. Os Passes Mgicos permitem a quem os pratica,

    acessar nveis de percepes e a atingir nveis de conscincia muito alm donormalmente desenvolvido pelas pessoas. atravs dessa nova percepo

    que o sujeito entra em contato direto consigo mesmo e acessa seu Eu

    Superior que permite a ele adquirir um autoconhecimento no s corporal,

    como tambm mental, energtico e espiritual, levando-a a uma auto-

    transformao.

    Chegou a ser capa da revista Times (1974) que publicou um artigo malicioso

    que desmentia Castaneda no momento em que estava tornando-se clebre.Nesse artigo foram publicados tambm dados incorretos sobre sua origem:

    Castaneda seria peruano, nascido em 1925 na cidade andina de Cajamarca

    cuja origem remonta ao imprio inca. Foi tambm entrevistado em 1972 pela

    revista Psychology Today e pela Veja (n 356) em 1975. Aps esta ltima,

    deixou de dar entrevistas e de aparecer na imprensa durante 10 anos.

    Diversos conceitos do mundo cognitivo dos xams so descritos em seus

    livros.

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    4.1.2. Dom Juan de Matus...

    ndio Yaqui, nascido em Yuma no Arizona seu pai era um ndio yaqui de

    Sonora (Mxico) e sua me uma yuman do Arizona. Levado por seu pai para

    Sonora aos 10 anos, que foi morto devido s guerras incessantes entre osyaquis e os mexicanos, Don Juan foi criado por parentes no sul do Mxico.

    Aos 20 anos, encontrou um mestre de bruxos, Julin Osrio de quem foi

    discpulo. Julin Osrio vinha de uma linhagem de xams de 25 geraes. Ele

    no era ndio, mas filho de imigrantes de Europeus. Havia sido ator e era um

    excelente narrador e mimo. Era adorado por todos, influente e imponente. Foi

    durante uma de suas turns teatrais que Julin Osrio encontrou Ellas Ulloa

    um nagualque lhe transmitiu os ensinamentos de sua linhagem de bruxos.

    4.1.3. Seus discpulos

    O grupo todo de Don Juan era formado por 16 pessoas (12 mulheres). Depois

    que Don Juan foi embora, Castaneda teve um perodo de interao com os

    outros aprendizes, descrito como um perodo bastante conflitante em sua vida.

    Esse grupo com o tempo se dissolveu.

    Don Juan se empenhou em ensinar a seus aprendizes tudo o que sabia sobre

    bruxaria, xamanismo e sobre sua linhagem de xams.

    A formao de Castaneda levou 13 anos. Don Juan durante esse longo perodo

    de relacionamento com Castaneda, se deu conta de que sua configurao

    energtica era muito distinta da de Castaneda. Para ele, isso provavelmente

    significava o fim de sua linhagem de xams.

    A escolha de seus discpulos no foi feita pela vontade de Don Juan

    propriamente dita, mas pelo esprito. Segundo Castaneda: Os seres

    humanos esto dominados por foras que os impulsionam em todas as

    direes e a arte dos bruxos no consiste em eleger, seno ser bastante sutil

    para aceitar (Passes Mgicos, Introduo, p. 15) o caminho indicado pelo

    esprito ou pela energia. Ou seja: saber ler, interpretar, reconhecer os sinais, as

    mensagens do esprito, ver para que direo est apontando essa energia,

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    para ento, tomar decises. Os xams no decidem nada apenas aceitam o

    caminho indicado pelo esprito, pela energia atravs do ver.

    Segundo Don Juan, Castaneda era o nico energeticamente capaz de botar

    um fim em sua linhagem e no em continu-la. Assim, o fim da linhagem dexams de Don Juan, no tem nada a ver com o xito ou fracasso de Castaneda

    como bruxo que busca a liberdade total, mais sim com uma eleio por parte

    de algo que vai alm do nvel humano, uma eleio no por parte de seres ou

    entidades, mas pelas foras impessoais do universo.

    Assim, Castaneda foi obrigado a aceitar o que Don Juan chamava de seu

    destino e a enfrentar outra questo que Don Juan denominava fechar a porta

    ao ir embora. Isto : assumir a responsabilidade de decidir exatamente o que

    faria com tudo o que havia aprendido de Don Juan e a cumprir o que fosse

    decidido ao p da letra.

    O grupo de Castaneda - o nagual - era composto pelas companheiras de

    jornada e feiticeiras Taisha Abelar, Florinda Donner-Grau, Carol Tiggs. Foi com

    elas que Castaneda levou adiante seu projeto de difuso dos Passes Mgicos

    e que estruturou e organizou os movimentos no formato que conhecido epraticado hoje.

    4.1.4. Histrico dos Passes Mgicos

    pergunta crucial do que fazer com legado dos Passes Mgicos (parte mais

    carregada de pragmatismo e funcionalismo nos ensinamentos deixados por

    Don Juan), Castaneda optou por usar/praticar os passes mgicos e ensin-los

    a quem quisesse aprend-los.

    Teve ento que trabalhar a questo da quebra do sigilo inerente ao modo de

    transmisso do conhecimento praticado pelos xams da linhagem de Don

    Juan. Para Castaneda era inconcebvel a idia de guardar segredos que nem

    sequer o pertenciam. Envolver os passes mgicos num manto de segredo no

    foi deciso de Castaneda, ele apenas decidiu por fim a essa situao.

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    Assim esforou-se por encontrar uma forma mais genrica para os passes

    mgicos, adaptado-os a qualquer pessoa, modificando ligeiramente sua

    configurao inicial chamando esse conjunto de movimentos Tensegridade.

    Tensegridade um termo na arquitetura que significa a propriedade dasestruturas esquelticas que empregam elementos de tenso contnua e

    elementos de compresso descontnua de tal forma que cada elemento opera

    com o mximo de eficincia e economia.

    Os Passes Mgicos so descritos no livro de Castaneda com o mesmo nome,

    bem como em mais 3 DVDs sobre o assunto (ver bibliografia em anexo). Nos

    baseamos nesse material didtico para a realizao do presente trabalho.

    4.2 Definio

    Passes mgicos so posturas que os xams da linhagem de Don Juan se

    colocavam quando estavam em estado alterado da conscincia e que

    causavam enorme bem estar. Ento resolveram verificar o que aconteceria se

    imitassem essas posies em estado normal de conscincia. Essa experincia

    mostrou que essa srie de posturas e movimentos quando realizados levavam

    a magnficos resultados tanto fsicos como mentais. Devido a esses resultadosdenominaram esse conjunto de movimentos de passes mgicos que foi

    passado de gerao em gerao durante muito tempo. Esses movimentos

    eram utilizados na iniciao xamnica e em cerimnias e rituais sagrados.

    Com o passar do tempo essa tradio se perdeu e Don Juan voltou-se para a

    utilidade prtica dos passes mgicos. Sua linhagem de bruxos estava

    convencida de que em cada ser humano existe uma quantidade de energia

    cujo aumento ou a diminuio independe de foras externas e que essa

    energia o bastante para levar o homem a transcender os parmetros da

    percepo normal. Para ele, a incapacidade do homem de romper esses

    parmetros se deve a cultura e a sociedade na qual vive e que o leva a utilizar

    toda sua energia pra cumprir os padres de comportamentos por ela

    estabelecidos, impedindo-o assim de transcender os parmetros da percepo

    normal.

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    Para Don Juan transcender esses parmetros a questo inevitvel da

    humanidade. Super-los significa entrar em mundos impensveis de valor

    pragmtico. Por no saber utilizar essa energia interior para atingir esse estado

    de transcendncia, o homem busca nas drogas, nas cerimnias e rituais essa

    possibilidade. Para os bruxos o sucesso dessa empreitada est no acesso a

    essa energia interior e em sua redistribuio que pode ser acessada atravs

    dos passes mgicos.

    Os Passes Mgicos permitem a conexo da pessoa com o ser humano total

    enquanto corpo fsico e como um amontoado de campos de energia. Cada vez

    que se pratica os Passes Mgicos, se modifica as estruturas bsicas do ser: a

    energia estagnada se libera e entra nos vrtices energticos do corpo. OsPasses Mgicos permitem que esta redistribuio de energia, agite com seus

    movimentos a energia dentro do ovo luminoso trazendo ento diversos

    benefcios fsicos, mentais, etc. Em muitos aspectos os Passes Mgicos so

    comparveis ao Tai-Chi-Chuan (arte marcial chinesa que mobiliza a energia

    vital interna chi).

    Diferente do que se imagina, os xams necessitam ter um corpo flexvel,

    habilidade fsica e sensatez, pois quando entram em estado alterado de

    conscincia, isso lhes proporciona sobriedade e pragmatismo, condies

    indispensveis pra entrar em outras esferas de percepo. Para conseguir o

    equilbrio entre a ousadia e o medo o bruxo deve mostrar-se muito srio,

    precavido, hbil e manifestar uma excelente forma fsica. Para a Transpessoal

    de fundamental importncia que o sujeito no se deixe perder na experincia

    de transcender, pois se isso acontecer o sentido dessa vivncia deixa de ter o

    objetivo de se autoconhecer para se autotransformar.

    Energeticamente, quando o ser humano sente medo, tem preocupaes, etc.

    (ou mesmo no esforo de sustentar nosso sistema de interpretao do mundo),

    uma parte de sua energia vital aglomerada nas extremidades de sua bola

    luminosa de energia. Com o tempo, essa aglomerao de energia vital vai

    fazendo com que o corpo degenere.

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    Redistribuir a energia no corpo consiste em deslocar a energia j existente em

    nosso corpo de um lugar para o outro. Essa energia foi deslocada dos centros

    vitais do corpo que dela necessitavam para alcanar um equilbrio entre a

    lucidez mental e a habilidade fsica.

    Segundo Castaneda, os passes mgicos so uma chave no processo de

    aprendizado da arte de ver(no sentido de ver como a energia flui no universo,

    os ovos luminosos, etc.). Essa uma das habilidades essenciais para acessar

    o mundo cognitivo dos bruxos.Para ele, o ser humano pura energia, e os

    xams conseguem veresse campo energtico dos seres humanos que so os

    ovos luminosos.

    Assim quando os seres humanos so percebidos como conglomerados de

    campos energticos (vistos), um ponto de luminosidade intensa pode ser

    percebido nas costas, na altura da clavcula a uma distncia de um brao.

    Esse ponto chamado ponto de aglutinao. E, o ponto crucial da feitiaria

    o mistrio do ponto de aglutinao. Os xams do antigo Mxico concluram

    que nesse ponto de luminosidade, que a percepo se aglutina e que a

    energia transformada em informao sensorial e num sistema de

    interpretao da realidade.

    Vrias tcnicas so ensinadas por Don Juan a Castaneda para que ele consiga

    se desfazer desse sistema de interpretao da realidade como, por exemplo, o

    ato de parar o dilogo interno. O dilogo interno mais um dos fatores que

    mantm nossa percepo da realidade fixa e nos impede transcender.

    Interessante notar que uma das dificuldades na meditao (outra tcnica

    utilizada pela psicologia transpessoal cujo um dos objetivos permitir que o

    fluxo de energia csmica flua novamente em nosso corpo), por exemplo,

    justamente de parar o dilogo internoou mental. Quando isso ocorre h uma

    mudana qualitativa na meditao.

    Eles observaram igualmente que durante o sono, esse ponto de aglutinao

    ligeiramente deslocado de modo natural e no obstrutivo de sua posio

    habitual. Quanto maior o deslocamento, mais estranho eram os sonhos que

    acompanhavam esse sono. Os xams conseguiam deslocar voluntariamente o

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    ponto de aglutinao nomeando essa arte: a arte de sonhar. A arte de sonhar

    a utilizao pragmtica dos sonhos comuns para criar uma entrada para

    outros mundos pelo ato de deslocar o ponto de aglutinao pela prpria

    vontade e manter essa nova posio, tambm pela prpria vontade,

    permitindo assim aos xams acessarem outra realidade ou outros mundos. Os

    Passes Mgicos foram descobertos durante essas sesses de sonho.

    Castaneda aprendeu os passes mgicos de forma indireta e inconsciente.

    Assim, 10 passes mgicos foram ensinados a Castaneda antes que Don Juan

    lhe falasse especificamente de sua existncia ou seus benefcios.

    Em seus livros, Castaneda nos relata que, em dados momentos, Don Juan

    estalava as articulaes do corpo para conseguir o estiramento mximo dos

    msculos, ossos e ligamentos. Segundo o autor, Don Juan buscava assim

    surpreend-lo e diverti-lo, pedindo sempre que o imitasse. Em casa, Castaneda

    tentava repetir os movimentos at estalar suas articulaes como Don Juan.

    Porm nunca conseguiu reproduzir o som que faziam as articulaes de Don

    Juan. Mais tarde, Don Juan explicou a Castaneda que nasceu com essa

    facilidade para estalar as articulaes dos braos e ombros da mesma maneira

    que outras pessoas estalam os dedos.

    Logo, Castaneda assimilou, se apropriou dos Passes Mgicos de maneira

    pessoal e individual, modo pelo qual foi transmitido durante 25 geraes

    precedentes entre os xams da linhagem de Don Juan, sem perceber (e sem

    ento o controle do ego).

    4.3 Como se trabalha?

    4.3.1. Apresentao

    Segundo Castaneda a Tensegridade se ensina como um sistema de

    movimentos porque a nica forma na qual, em nossos dias, pode se abordar

    o tema to misterioso e extenso dos Passes Mgicos, como se pde observar

    no pargrafo anterior...

    Os praticantes da Tensegridade hoje em dia no so bruxos em busca de

    alternativas xamansticas que requerem uma disciplina rigorosa, esforos e

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    dificuldades. Assim, devemos estimar os Passes Mgicos como movimentos e

    pelas conseqncias que tais movimentos produzem. Lembrando que o

    objetivo central da pratica dos Passes Mgicos a redistribuio de energia no

    corpo fsico e energtico.

    Tensegridade: termo muito conveniente que engloba as noes de tenso

    (contrao e relaxamento do corpo) e integridade (ato de considerar o corpo

    cimo uma unidade completa, competente e perfeita), as duas foras impulsoras

    de base dos Passes Mgicos.

    Os praticantes dos Passes Mgicos trabalham constantemente com essa

    noo de tenso-relaxamento do corpo durante os exerccios. Essa alternncia

    (tenso-relaxamento) permite que seja liberada com o tempo a fora que Don

    Juan chamou de energia dos tendes. Os xams do antigo Mxico davam

    grande importncia a essa fora. Segundo Don Juan, eles afirmavam que a

    energia vital se desloca pelo corpo atravs de uma via exclusiva formada pelos

    tendes.

    O primeiro impulso dos xams do antigo Mxico quando descobriram os

    Passes Mgicos, foi a propagao ou saturaodos movimentos. Organizaram

    e praticaram os Passes Mgicos agrupando as posturas e movimentos

    corporais que descobriram em longas seqncias (saturao).

    Quando consideraram que o critrio de saturaoestava cumprido, os xams

    do antigo Mxico o descartaram e fizeram o contrrio: fragmentaram as sries

    de movimentos em unidades independentes e individuais. Foi tambm nessa

    tica de fragmentao que o ensino dos Passes Mgicos foi passado a

    Castaneda e suas discpulas.

    4.3.2. As 6 sries de movimentos

    No livro Passes Mgicos, as 6 sries de movimentos apresentadas so

    estruturadas, cada uma com um objetivo e um resultado diferente, organizadas

    de maneira a respeitar essa alternncia entre saturao (srie de longos

    movimentos) e fragmentao (unidades independentes e individuais do

    movimento).

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    Tema extenso e complexo, os movimentos so descritos em detalhe no livro

    Passes Mgicos e impossvel, no espao reduzido desse trabalho fazer uma

    descrio de cada Passe Mgico, ou mesmo dizer para o que servem

    exatamente ou quais so seus benefcios.

    Assim, nos contentaremos apenas em nomear aqui as 6 sries descritas no

    livro de Castaneda. So elas: (1) a srie para preparar o intento; (2) a srie

    para tero; (3) a srie dos 5 interesses ou srie West Wood; (4) a separao do

    corpo esquerdo e do corpo direito: a srie quente; (5) a srie da masculinidade;

    (6) a srie dos dispositivos utilizados conjuntamente com determinados passes

    mgicos.

    O importante se tratando de Passes Mgicos saber que: produzem, quando

    executados integralmente, uma redistribuio mxima da energia (critrio de

    eficincia mxima). Cada Passe Mgico um ingrediente imprescindvel de

    uma frmula.

    Esses movimentos so combinados respirao e ao intento do guerreiro,

    ambos elementos de grande importncia na prtica dos Passes Mgicos.

    Em seus livros, Castaneda fala muito da posio do guerreiro, que umaposio de luta constante face vida, onde o guerreiro impecvel em suas

    escolhas e atos e tem como conselheira a morte (ou seja: ele sabe que aquele

    ato, pode ser seu ltimo ato em vida e que, portanto, suas escolhas devem ser

    feitas de maneira impecvel dando o mximo de si cada vez).

    O intento descrito como uma fora perene que penetra todo universo, to

    consciente de si mesma que capaz de responder ao chamado e ordens dos

    xams.

    Para os xams, intento tudo. O silncio interiorevocado pela saturaodo

    corpo com os Passes Mgicos pode provocar uma tomada de conscincia

    fsica/a nvel fsico do intento, um brilho, uma luz no olhar. Podemos fazer um

    paralelo entre essa energia e a energia chi bem descrita no tai-chi-chuan e na

    filosofia chinesa.

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    Outros Passes Mgicos so igualmente ensinados em 4 outros DVDs didticos

    sobre o assunto.

    4.3.3. Benefcios

    O maior benefcio da saturao, segundo Don Juan, o de estimular a

    memria cintica e de fazer cessar o dilogo interno (citado no pargrafo

    anterior) quebrando assim o pensamento linear e possibilitando a apario do

    silncio interiorpermitindo assim a entrada de outros elementos no campo de

    percepo do praticante. Assim, o ponto de aglutinaoganha em vitalidade e

    maior flexibilidade. Outros benefcios so: aumento da capacidade de

    concentrao, aumento da capacidade de se lembrar de detalhes.

    4.3.4. Prtica

    O ensinamento dos Passes Mgicos nunca foi claro para seus alunos, fazendo

    com que os praticantes da Tensegridade se sentissem com freqncia

    submergidos/sobrecarregados, confundidos, desanimados (efeito de

    saturao)... Podemos confirmar essa impresso durante leitura e depois,

    quando decidimos comear nosso treinamento pessoal e pedaggico dos

    Passes Mgicos para pass-los mais tarde para o grupo. O livro-manual organizado de maneira a respeitar tambm essa seqncia organizacional dos

    movimentos provocando saturao(cognitiva) e fragmentao.

    A prtica dos Passes Mgicos conduz inevitavelmente a um clmax sem

    precedentes. Com a prtica, se ganha com o tempo em habilidade, velocidade,

    preciso. A prtica no exige local ou hora determinados.

    Caso um movimento em particular provoque incmodos (nuseas, tonturas,etc.) aconselhado ao praticante no praticar o movimento at que o problema

    desaparea. O praticante deve saber respeitar seus prprios limites.

    4.3.5. Precaues

    A nica precauo dada por Don Juan da de se praticar os Passes Mgicos

    longe de fortes correntes temendo as conseqncias das correntes de ar no

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    5 - Consideraes Finais

    Como sabemos existem muitas formas de transcender. O trabalho com o corpo

    apenas uma delas. Quando se trabalha o corpo se cria uma possibilidade

    de autoconhecimento. Um dos caminhos que podem levar aautotransformao.

    Atravs de determinados exerccios ou posturas trabalhadas na Eutonia, Yoga

    e Passes Mgicos, pode-se atingir estados alterados de conscincia que uma

    das ferramentas que a Psicologia Transpessoal utiliza em seu trabalho

    teraputico.

    A psicologia transpessoal um tipo de terapia que visa transcendncia,busca o autoconhecimento como uma base a ser utilizada na

    autotransformao.

    Todo SER que busca esse trabalho teraputico, busca crescer, melhorar sua

    qualidade de vida, suas relaes pessoais e porque no transpessoais. As

    ferramentas que tratamos nesse trabalho mostram um caminho para se atingir

    esse objetivo.

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    6 Bibliografia

    1. TABONE, M. A Psicologia Transpessoal Introduo nova viso da

    Conscincia em Psicologia e Educao, S. Paulo Ed. Cultrix

    2. GROF,S. Psychologie Transpersonnelle. Monaco, Du Rocher, 1984.

    3. CASTANEDA, C. Pases mgicos Las Ensenanzas Prticas de Don Juan, Ed.

    Martinez Roca, 1998.

    4. Alexander. Gerda A Eutona (Um caminho para a experincia total do corpo)(1979) Boenos Aires.

    5. Alexander. Gerda Eutona The Holistic discovery of the total person.1989,New York.

    6. Odessk. Alejandro, - Eutona e Stress 2002 Boenos Aires. Lugar editorial.

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    7- Anexos

    Questes relativas a pratica dos Passes Mgicos

    Para executar os movimentos com o mximo de eficcia necessrio tomar em considerao

    determinadas questes:

    Os movimentos podem ser repetidos quantas vezes quiser (a menos que seja indicado

    o contrrio). Pratica-se o mesmo nmero de movimentos dos dois lados. Se comea os

    movimentos sempre pela esquerda.

    Ps afastados na mesma largura que os ombros (forma equilibrada de repartir o peso

    do corpo). Boa estratgia: ps juntos, se afastam em V, se desloca os calcanhares

    lateralmente.

    Durante execuo dos Passes Mgicos: os joelhos permanecem ligeiramente dobrados

    (sem tencionar o tendo do jarrete), de modo que impeam de ver abaixo deles.

    Msculos posteriores das coxas tensos. Muito difcil. Lugar do corpo onde se acumula

    a histria pessoal.

    Braos ligeiramente dobrados na altura dos cotovelos (nunca completamente

    estirados). Evita a irritao dos tendes do cotovelo.

    Polegar sempre fechado e dobrado sobre a mo. No deve sobressair. Considerado

    pelos xams um elemento decisivo no que se refere energia e ao procedimento.

    Acreditavam que na base do polegar existiam pontos em que a energia se estagna,

    pontos capazes de regular o fluxo de energia no corpo.

    Ao fechar os punhos, levantar o mindinho para evitar a posio do punho anguloso

    (dedos do meio, anular e mindinho caem). O ideal formar um punho quadrado (anular

    e mindinho se levantam), o que cria uma peculiar tenso na axila, tenso desejvel

    para o bem estar geral.

    Na posio de punhos abertos, a mo deve se estender completamente. Os tendes

    do verso/costas se ativam e a mo uma superfcie plana regular. Nunca deve estar

    cncava! (segundo Don Juan a mo cncava a de um mendigo/pedinte, e a aberta a

    de um guerreiro).

    Quando os dedos se contraem na altura do segundo n (articulao), e se fecham

    firmemente sobre a palma, os tendes do verso da mo se tencionam ao mximo,

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    sobretudo os do dedo polegar. A tenso dos tendes exerce presso sobre os punhos

    e antebraos (decisivas para sade e bem estar).

    Alguns movimentos pedem que o punho se incline para trs (ngulo 90). Esse

    movimento deve realizar-se pouco a pouco.

    Antes de comear a prtica dos Passes Mgicos, necessrio conectar/ligar o corpo.

    (ver abaixo)

    Grande importncia do sopro e da respirao (Castaneda descreve 3 maneiras de

    respirar: com o alto dos pulmes, com a sesso central e com o abdmen). Sopro

    animal: respirao com o diafragma. Recomenda-se que se pratique freqentemente

    essa respirao (que tambm um Passe Mgico) por questes de sade e

    longevidade. Don Juan estava convencido de que a maioria dos problemas do homem

    moderno poderiam ser resolvidos com a prtica da respirao profunda. recomendado durante a prtica dos Passes Mgicos uma inspirao e expirao

    profundas. E: os movimentos que requerem uma respirao profunda devem ser

    acompanhados por uma desacelerao da entrada e sada do ar igualmente para uma

    respirao mais prolongada e profunda. A respirao, durante a execuo dos

    movimentos normal (a menos que seja indicado o contrrio).

    Tensegridade: interao entre relaxamento e tenso de certos msculos do corpo com

    o intuito de alcanar: a energia dos tendes (exploso dos nervos e tendes).

    Intensidade e durao dessa tenso funo da resistncia do praticante (deve sermnima no comeo aumentando de forma progressiva).

    Ligando o Corpo4

    Ligar o Corpo tem por objetivo deix-lo pronto para a ao. Ligar o corpo uma parte

    importante dos Passes Mgicos. recomendvel Ligar o Corpo antes de iniciar as prticas, e

    algumas sries trazem este movimento embutido. Ligar o Corpo consiste na contrao de

    todos os msculos do corpo, especialmente o diafragma, todos num s e explosivo

    instante.

    Contraem-se os msculos do trax e abdmen, bem como os msculos ao redor das

    omoplatas. Os braos e pernas so tencionados com a mesma fora, mas por apenas um

    instante. medida que se pratica, esta tenso pode ser estendia para perodos maiores de

    tempo. Em seguida, os msculos so relaxados e o praticante segue a diante com os Passes

    Mgicos.

    4Fonte: Site O Caminho do Guerreiro: http://guerreirotolteca.blogspot.com/2008/04/passes-mgicos-iii-

    ligar-o-corpo-ligar-o.html

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    DVD: Unbending Intent

    Os Passes Mgicos escolhidos para nossa prtica e apresentados aqui foram retirados do

    DVD Unbending Intent(70 min.), primeiro vdeo acompanhando o livro de Castaneda

    Passes Mgicos. Nesse volume, os aprendizes de Carlos Castaneda apresentam duas

    seqncias desses movimentos descobertos o sonho: As sries para preparar o Intento

    (primeira das 6 sries da Tensegridade descritas no livro) e um passe mgico

    complementar (longo): o tigre dente de sabre do intento(no descrito no livro). Cada

    seqncia primeiro descrita individualmente (fragmentao) e depois numa seqncia de

    passes mgicos (saturao).

    Essa primeira srie (com 37 Passes Mgicos) descrita no livro e DVD composta por 4

    grupos de passes mgicos com objetivos e resultados diferentes na redistribuio da

    energia. So elas:

    1. Triturara energia para o intento (15 Passes Mgicos)

    2. Agitar a energia para o intento (10 Passes Mgicos)

    3. Acumular a energia para o intento (9 Passes Mgicos)

    4. Respirar a energia do intento (3 Passes Mgicos)

    Passe Mgico: Mexendo A vibrao do Intento

    Para maiores detalhes sobre a prtica desse passe mgico, ver o DVD (19m38s 20m33s).

    Passe Mgico: Abrindo-se para o Intento

    - A praticar de manh ou quando estiver iniciando um novo projeto ou quando quiser mudar de

    humor ou tomar uma nova direo.

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    - Vocalizar a palavra: Intento.

    Para maiores detalhes sobre a prtica desse passe mgico, ver o DVD (34m30s- 36m08s).

    Passe Mgico Complementar (apenas apresentado como exemplo de

    um Passe Mgico Longo): O Tigre Dente de Sabre do Intento

    Para maiores detalhes sobre a prtica desse passe mgico, ver o DVD (1h04m52s

    1h10m15s).

    Passe Mgico Complementar - Respirao Terra-Cu Respirao de

    Alinhamento5...

    1. De p, com os joelhos levemente flexionados.

    2. Pousar as mos sobre o ventre, nos centros vitais.3. Inspirar. Ao exalar, baixamos o tronco, deslizando as mos pela parte dianteira das

    pernas, at os tornozelos.

    4. Na posio, inspirar absorvendo a energia da terra atravs do arco dos ps.

    5. Exalar enquanto as mos vo subindo pelas pernas como se puxssemos as franja

    de energia at as ndegas e da at os centros vitais na frente do corpo.

    6. Mos pousadas sobre os centros vitais. Inspirar contando at cinco, intentando se

    alinhar com a energia da terra, que sobe at o ventre. Reter a respirao contando at

    cinco. Exalar contando at nove.

    7. Repetir a respirao, s que intentando se alinhar com o cu.

    8. Pousar a mo direita sobre o umbigo e a mo esquerda no centro do peito.

    9. Respirar enquanto gira o tronco para o lado esquerdo e depois para o direito,

    absorvendo a beleza do mundo.

    5Fonte: Site O Caminho do Guerreiro: http://guerreirotolteca blogspot com/2008/04/passes-