Técnicas anestésicas da maxila

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Tcnicas anestsicas da maxilaTcnicas anestsicas odontolgicas Princpios bsicos para a anestesia local

1. Anti-sepsia da mucosa na rea de puntura da agulha. 2. Observar clinicamente, mediante palpao, os pontos de reparo anatmicos. 3. Fazer uso de anestsico tpico (pode ser aplicado com cotonete esterilizado ou gaze estril). 4. Distenso da mucosa na regio da puntura, para que a agulha no desvie da mucosa e a penetrao seja a mais indolor possvel. 5. Durante a realizao de diversas tcnicas anestsicas locais maxilares e mandibulares, torna-se necessria a palpao digital de pontos de reparo para a introduo da agulha. 6. fundamental que aps a identificao desses pontos de reparo, o cirurgio-dentista utilize afastadores cirrgicos do tipo Minessota para retrair os tecidos e facilitar a penetrao da agulha evitando dessa forma acidentes perfuro-cortantes com o profissional durante a injeo anestsica. 7. Empunhadura adequada da seringa. 8. Posio ergonmica adequada do operador. 9. A penetrao nos tecidos e a retirada da agulha devero ser feitas em uma nica direo, de forma a no desenvolver presses de lateralidade. Se for necessrio, a injeo em mais de uma direo, devemos retornar a agulha em sua posio inicial e ento introduzi-la novamente em sua nova direo. 10. O bisel da agulha dever estar voltado para o tecido sseo. 11. A injeo da soluo anestsica dever ser lenta, utilizandose seringa anestsica que permita a realizao de aspirao ou refluxo.

12. Durante toda a injeo o cirurgio-dentista deve manter-se atento a qualquer possvel reao do paciente, interrompendo de imediato a anestesia e estipulando, se necessrio, tratamento imediato das alteraes.Alvio ou remoo da dor Existem vrios mtodos para se obter alvio da dor com anestsicos locais. O local da infiltrao da droga em relao rea de interveno determina o tipo de injeo administrada. Pode-se dividir em trs principais categorias: infiltrao local, bloqueio de campo e bloqueio regional. Infiltrao local Pequenas terminaes nervosas so infiltradas estritamente na rea em que ser realizado o tratamento odontolgico. Divide-se em: bloqueio de campo e bloqueio regional. Bloqueio de campo A soluo anestsica infiltrada prxima a ramos terminais maiores, de forma a que a rea anestesiada ser circunscrita, para evitar a passagem do impulso nervoso do elemento dental em questo para o sistema nervoso central. Alguns autores denominam esta tcnica como infiltrativa ou supraperiosteal. Injees maxilares administradas acima do pice de um dente a ser tratado so apropriadamente denominadas bloqueio de campo. Tecnicamente a injeo designada em odontologia de infiltrao local um bloqueio de campo, pois a soluo anestsica depositada no pice ou acima de um dente a ser tratado, sendo assim anestesiados por esta tcnica de ramos nervosos terminais pulpares e os tecidos moles posteriores rea da injeo. Bloqueio Regional O anestsico local depositado prximo a um tronco nervoso principal, geralmente distante do local de interveno. Anestesias do nervo alveolar inferior e alveolar superior posterior so exemplos dessa tcnica. Podemos distinguir entre bloqueio de campo e bloqueio regional pela rea a ser anestesiada. Em geral o bloqueio de campo mais circunscrito, envolvendo tecidos de um ou dois dentes e os tecidos imediatamente ao redor, enquanto os bloqueios de nervo envolvem uma rea de maior extenso.

Tcnicas de injeo maxilar Injeo Supraperiosteal Esta tcnica est indicada para protocolos de tratamento limitados a uma rea relativamente circunscrita, podendo envolver poucos dentes e tecidos moles adjacent

es. a tcnica mais utilizada para anestesia adjacentes.O sucesso da tcnica de injeo supraperiosteal depende da difuso anestsica atravs do peristeo e estruturas sseas adjacentes para entrar em contato com as terminaes nervosas locais, apresentando assim melhor eficcia em osso poroso, como a maxila, do que em ossos compactos, como a mandbula. Esta tcnica contra-indicada nos casos de infeces agudas e inflamaes na rea de injeo. Tambm denominada de infiltrao local ou injeo paraperiosteal. Nervos anestesiados: ramos terminais principais do plexo dentrio. reas anestesiadas: estruturas inervadas pelos ramos terminais principais polpa, reas radiculares, peristeo bucal, tecido conjuntivo e mucosa. Tcnica

Recomenda-se o uso de agulhas de calibre 25 ou 27. Levantar o lbio e tensionar o tecido. Secar a mucosa com gaze estril e aplicar anestsico tpico. Introduzir a agulha na prega muco-jugal acima do pice do dente a ser anestesiado. Orientar o bisel da agulha voltado para superfcie ssea. Introduzir a agulha lentamente e em uma nica direo at que atinja a regio apical ou supra-apical do elemento dental a ser anestesiado. Injetar o anestsico lentamente (realizando refluxo ou aspirao na quantidade de aproximadamente 0,6ml ou 1/3 do tubete anestsico.

Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico.Sinais e sintomas O paciente apresentar sensao de dormncia na rea da administrao e ausncia de dor durante o tratamento. Injeo do Ligamento Periodontal (Intraligamentar) Recomendada para auxiliar outras tcnicas ou em casos de tratamentos limitados, podendo ser realizada na maxila ou mandbula. Seringas especiais foram desenvolvidas

para permitir que a soluo seja injetada do tubete sob presso elevada, mas podemos utiliz-la com carpule convencional, tomando-se cuidado para no realizar presso excessiva para no ocorrer quebra da agulha ou do tubete anestsico de vidro. A agulha dever ser introduzida atravs do sulco gengival e ligamento periodontal e, ento, injeta-se sob presso pequena quantidade da soluo anestsica. Resultados mostram que pode haver extruso de dentes, causada pela aplicao de presso excessiva e, principalmente, grandes quantidades exageradas de soluo anestsica. Injeo Intra-ssea Essa tcnica pouco utilizada por ser um procedimento com possibilidade de quebra da agulha e que causa geralmente um desconforto ps-anestsico.

Para realizar esta tcnica necessrio que os tecidos moles sobrejacentes aos pices das razes sejam anestesiados por mtodo

submucoso ou supraperiosteal. Faz-se ento inciso atravs dos tecidos anestesiados at o peristeo, realiza-se abertura intra-ssea com emprego de brocas ou trpanos, e introduzir-se uma agulha de calibre 23 na abertura ssea realizada. A soluo anestsica depositada lentamente, no se devendo inserir a agulha com fora para vencer qualquer barreira ssea. Injeo Intra-septal uma variao da tcnica intra-ssea, recomendada basicamente para tcnicas cirrgicas periodontais. Uma agulha de calibre 23 ou 25 pressionada delicadamente no osso intra-septal. A soluo ento injetada sob presso no osso esponjoso e ento reabsorvida pela regio do pericemento e nervo apical. necessrio que a membrana mucosa esteja anestesiada antes da introduo intra-septal da agulha. Bloqueio do nervo alveolar superior posterior (ASP) uma tcnica muito utilizada em odontologia por possuir altos ndices de sucesso. Quando utilizada para anestesia pulpar, o bloqueio do nervo ASP eficaz para o terceiro, segundo e primeiro molar. Como a raiz mesiovestibular do primeiro molar inervada pelo alveolar superior mdio, torna-se ento necessria uma segunda injeo supraperiosteal para que ela seja anestesiada efetivamente. O risco de complicao tambm deve ser considerado quando se realiza a tcnica ASP. A penetrao da agulha muito distalmente poder produzir a formao de hematoma local, devendo-se considerar sempre o tamanho do paciente para se analisar a quantidade de penetrao nos tecidos moles. Deve-se sempre realizar aspirao ou refluxo durante esta injeo anestsica, a fim de evitar injeo intravascular inadvertida. Esta tcnica tambm denominada como bloqueio da tuberosidade baixa. Nervo anestesiado: nervo alveolar superior posterior. reas anestesiadas: molares superiores, com exceo da raiz mesiovestibular do primeiro molar; tambm so anestesiados o tecido periodontal, o osso, o peristeo, o tecido conjuntivo e a membrana mucosa vestibular adjacente a regio. Tcnica

Recomenda-se agulha curta de calibre 25, podendo-se tambm dispor de agulha de calibre 27, por ser mais comumente encontrada. Afastar a bochecha do paciente do lado que ser anestesiado. Para a anestesia do lado direito, o operador dever colocar-se ao lado direito o paciente para o lado esquerdo, o operador posiciona-se ao lado direito do paciente e o seu brao esquerdo passado sobre a cabea do paciente, de modo que a rea possa ser palpada com o indicador esquerdo. O paciente dever estar posicionado de forma a que o plano oclusal da arcada superior forme um ngulo de 45 com o solo. Secar a mucosa com gaze estril e aplicar anestsico tpico. rea de introduo a prega muco-jugal acima do segundo molar maxilar. Bisel da agulha voltado para a superfcie ssea. Tensionar os tecidos no local da injeo. Introduz-se a agulha avanando lentamente para cima, para dentro e para trs em um s movimento, formando um ngulo de 45 com o plano oclusal. A profundidade da injeo da agulha de aproximadamente 16mm (adulto de tamanho normal) Injetar o anestsico lentamente (realizando refluxo ou aspirao) na quantidade de aproximadamente 0,9 a 1,8ml de soluo anestsica. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico.Sinais e sintomas O paciente tem dificuldades em relatar sintomas de anestesia local, a eficcia da anestesia e aferida por meio de ausncia de dor durante o tratamento. Bloqueio do nervo alveolar superior mdio (ASM)

Este tipo de anestesia tem uma utilidade clnica limitada, pelo fato de o nervo alveolar superior mdio estar presente em apenas 28% da populao. Nervo anestesiado: alveolar superior mdio reas anestesiadas: primeiro e segundo pr-molares, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior, tecidos periodontais, osso, peristeo e mucosa vestibular adjacente regio anestesiada. Tcnica

Recomenda-se uso da agulha curta de calibre 25 ou 27. Secar a mucosa com gaze estril e aplicar anestsico tpico. Bisel da agulha voltado para a superfcie ssea. Introduzir a agulha at que a mesma alcance o pice segundo pr-molar superior. Injetar o anestsico lentamente (realizando refluxo ou aspirao) na quantidade de aproximadamente 0,9 a 1,2ml de soluo anestsica. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico.Sinais e Sintomas Parestesia do lbio superior e ausncia de dor durante o tratamento. Bloqueio do nervo alveolar superior anterior (ASA) Esse tipo de anestesia tem uma utilidade clnica para procedimentos que envolvem dentes anteriores maxilares (incisivo central, incisivo lateral e canino). Nervo anestesiado: alveolar superior anterior reas anestesiadas: Incisivo central, incisivo lateral e canino, maxilar, tecidos periodontais, osso, peristeo, mucosa vestibular adjacente regio anestesiada e lbio superior. Tcnica

Recomenda-se o uso de agulha curta de calibre 25 ou 27. rea de puntura da agulha na prega muco-jugal acima do canino superior. Secar a mucosa com gaze estril e aplicar anestsico tpico. Bisel da agulha voltado para a superfcie ssea. Introduzir a agulha at que alcance uma posio acima do pice do canino superior. Injetar o anestesio lentamente (realizando refluxo ou aspirao) na quantidade de aproximadamente 0,9 a 1,2ml de soluo anestsica. Retirar agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico.Sinais e Sintomas Parestesia do lbio superior e ausncia de dor durante a manipulao da regio de incisivos e caninos superiores. Bloqueio do nervo infra-orbital O nervo infra-orbital o ramo terminal do nervo maxilar superior, que caminha em direo face, depois de percorrer o canal infra-orbital, de onde saem seus ramos alveolares mdio e anterior. O nervo infra-orbital emerge pelo forame de mesmo nome

e divide-se em superior.

ramos palpebral inferior, nasal lateral e labial

Esta tcnica, apesar de menos utilizada pelos profissionais da rea de odontologia, devido provavelmente menor experincia com ele, mostra-se uma tcnica

extremamente segura e eficaz. O bloqueio do nervo intra-orbital produz anestesia pulpar e dos tecidos moles bucais, desde o incisivo central superior at os pr-molares, em cerca de 72% dos pacientes (Mallamed). Para que ocorra o bloqueio de todos os ramos mencionados necessrio que a soluo anestsica seja depositada na entrada do forame infra-orbital e caminhe para o seu interior, anestesiando desta forma os ramos alveolar superior anterior e mdio. Quando a soluo no penetra dentro do canal infra-orbital ocorre bloqueio apenas dos ramos nervosos terminais do nervo infra-orbital (palpebral inferior, nasal lateral e labial superior), dando a sensao de anestesia dos tecidos moles locais porm sem o bloqueio pulpar dos incisivos, caninos e pr-molares. Para a injeo intra-orbital h duas formas de abordagem: pela tcnica intra-bucal e pela tcnica extra-bucal, sendo a ltima pouco utilizada em odontologia pelas desvantagens da realizao de penetrao cutnea e por ser uma tcnica mais dolorosa e traumtica ao paciente. O bloqueio do nervo infra-orbital est indicado para os casos de procedimentos odontolgicos que envolvem os dentes e tecidos locais, nos casos de infeces localizadas na regio maxilar como forma de um bloqueio mais distante e quando as injees supraperiosteais locais foram ineficazes devido a um osso cortical extremamente denso. Deve-se sempre haver em considerao a possibilidade de superposio da inervao ou de a mesma cruzar a linha mdia, sendo necessrio bloqueio complementar contralateral. Nervos anestesiados: Nervos alveolar superior anterior, alveolar superior mdio e infra-orbital (ramos palpebral superior, nasal lateral e labial superior). reas anestesiadas: Incisivo central, incisivo lateral, canino, primeiro e segundo pr-molares e raiz mesiovestibular do primeiro molar superior; tecido gengival vestibular; peristeo; osso alveolar da regio; plpebra inferior, asa do nariz e lbio superior. Tcnica

Paciente colocado na cadeira de forma a que seu plano oclusal forme 45 com o plano horizontal (solo). Localizao do forame infra-orbital. Para localizao do forame infra-orbital existem algumas tcnicas conhecidas. O paciente deve estar olhando para frente enquanto

palpamos a regio do rebordo infra-orbital. Uma linha reta imaginria traada verticalmente, passando pelo centro pupilar, foram infra-orbital, pr-molares e forame mentoniano. Quando o rebordo infra-orbital palpado pode-se observar uma salincia, que corresponde a sutura maxilozigomtica; deslizando o indicador aproximadamente 1 cm para baixo, comprimindo suavemente os tecidos, observaremos uma depresso rasa, onde est localizado o forame infra-orbital. Para certificar-se da localizao adequada, aplique uma presso local e sinta os contornos do forame infra-orbital. Neste momento o paciente ter uma pequena sensibilidade quando o forame for palpado. Recomenda-se a utilizao de agulha longa calibre 25. Local de penetrao da agulha. A agulha poder ser introduzida na altura prega muco-jugal,acima de qualquer dente, desde o segundo pr-molar at o incisivo central superior. O trajeto a ser orientado dever ser sempre em direo ao forame infra-orbital que foi identificado. Aconselha-se a puntura da agulha em direo ao pr-molar, visto ser esta regio a que proporciona o menos trajeto at a rea alvo. Secar a mucos com gaze estril e aplicar anestsico tpico. Pontos de reparo: os pontos de reparo para esta tcnica so prega muco-jugal, incisura infra-orbital e forame infra-orbital. Posio do profissional: para o bloqueio do nervo infra-orbital direito ou esquerdo, o profissional manidestro deve assumir a posio 10 horas na frente do paciente ou voltado para o mesmo lado do paciente. Palpa-se o forame infra-orbital com dedo indicador e afasta-se o lbio superior do paciente com o dedo polegar, tencionando-se os tecidos e expondo a prega muco-jugal. Introduz-se a agulha na prega muco-jugal, sobre: primeiro prmolar superior, com bisel da agulha voltado para o osso.

Avance a agulha lentamente at que toque suavemente o osso, sendo o ponto de contato a borda superior do forame infra-orbital e a profundidade de penetrao da agulha de aproximadamente 16 mm. A agulha dever ser mantida paralela ao longo eixo do dente enquanto avanada para evitar contato prematuro com o osso. Caso ocorra tal problema, deve-se recuar a agulha e introduzi-la na direo correta. Injetar o anestsico lentamente (realizando refluxo ou aspirao) na quantidade de aproximadamente 0,9 a 1,2ml de soluo anestsica. Retirar a agulha cuidadosamente. O bloqueio do nervo infra-orbital para produzir anestesia dos tecidos moles do lbio superior, plpebra inferior e asa do nariz est completo com a injeo do anestsico apenas na sada do forame; porm, para conseguir-se o bloqueio dos nervos alveolar superior e mdio e anterior, necessrio realizar as seguintes manobras: Manter presso firme com o dedo sobre o local da injeo de forma a aumentar a difuso da soluo anestsica para o forame infraorbital. Manter a presso digital direta sobre o local da injeo durante 1 a 2 minutos aps a aplicao do anestsico. Aguardar 3 a 5 minutos para efeito anestsico. Sinais e Sintomas Paciente relata anestesia, mediante a sensao de dormncia de lbio superior, plpebra inferior e asa do nariz. Anestesia dos dentes maxilares (incisivos at a raiz mesiovestibular do primeiro molar), osso, peristeo e mucosa vestibular do lado anestesiado. A possibilidade complicaes pode ocorrer, nos casos penetrao insuficiente ou exagerada da agulha. Quando a penetrao da agulha torna-se insuficiente pode no haver a penetrao da soluo anestsica no interior do canal infra-orbital e, conseqentemente, a inadequada anestesia pulpar dos dentes maxilares da regio.

Nos casos de penetrao excessiva da agulha pode ocorrer a difuso do anestsico para o interior da cavidade orbital ocorrendo assim a paralisia de nervos motores extrnsecos do olho. Este tipo de complicao, apesar de pouco freqente e geralmente no trazer seqelas, representa uma experincia bastante traumtica para o paciente. Outro tipo de complicao pode ser a formao de hematoma local por leso vascular causada por traumatismo durante a penetrao da agulha. Bloqueio do nervo palatino maior A anestesia da poro posterior do palato duro necessria para procedimentos odontolgicos que envolvam a manipulao dos tecidos palatinos, como exemplo, as exodontias. Outro nome utilizado para esta tcnica o bloqueio do nervo palatino anterior. As injees na regio palatina so procedimentos traumticos para muitos pacientes, sendo imperativo que o profissional utilize tcnicas para que este procedimento torne-se o mais atraumtico possvel e diminua o desconforto do paciente. A anestesia tpica eficaz o primeiro passo para uma tcnica indolor, e deve ser realizada de forma a que o anestsico tpico permanea em contato com a mucosa por no mnimo 2 minutos. Outra manobra a utilizao da compresso local antes, durante e depois da injeo da soluo anestsica, que pode ser obtida com a utilizao de cotonete (o mesmo utilizado para a anestesia tpica). O cotonete deve ser pressionado firmemente, o suficiente para produzir uma leve isquemia dos tecidos palatinos. Apoio firme da mo durante a injeo leva a um melhor controle sobre a agulha, associado tambm a uma injeo da soluo anestsica lentamente, o que deve ser realizado em qualquer procedimento anestsico. Deve-se injetar pequena quantidade de soluo anestsica, a fim de evitar isquemia local. Nervo anestesiado: nervo palatino maior. reas anestesiadas: poro posterior do palato duro e tecidos moles sobrejacentes, limitando-se anteriormente a rea do primeiro prmolar e medialmente pela linha mdia.

Tcnica Recomenda-se a utilizao de agulha curta calibre 27. Secar a mucosa palatina e aplicar anestsico tpico. Ponto de reparo: forame palatino maior e juno do processo alveolar maxilar e osso palatino. rea de introduo da agulha: regio do forame palatino maior; o forame palatino maior fica localizado entre os segundos e terceiros molares superiores, aproximadamente a 1cm da margem gengival palatina, no sentido da linha mdia. Posicionar a agulha de forma a que faa um ngulo reto com a regio palatina, para isto importante que o corpo da seringa esteja direcionado do lado oposto ao que ser anestesiado. Introduzir a agulha lentamente na profundidade mdia de 4mm. Bisel orientado em direo aos tecidos palatinos. Injeta-se a soluo lentamente na quantidade 0,25 a 0,5ml de anestsico. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico. Sinais e Sintomas Sensao de torpor na regio do palato, porm para avaliao objetiva do sucesso anestsico necessria manipulao local. Uma complicao importante associada a esta tcnica anestsica a isquemia e necrose dos tecidos moles palatinos, causadas geralmente pelo excesso da soluo anestsica injetada ou tambm por solues com concentraes altas de vasoconstritor. Bloqueio do nervo nasopalatino Pode ser denominado tambm de bloqueio do nervo incisivo ou bloqueio do nervo esfenopalatino. Esta tcnica est indicada quando da

necessidade de manipulao dos tecidos palatinos da regio anterior maxilar durante tratamentos odontolgicos, como nas exodontias. Nervos anestesiados: nervos nasopalatinos bilaterais. reas anestesiadas: poro anterior do palato duro desde a face medial do primeiro pr-molar superior esquerdo ao primeiro pr-molar superior direito. Tcnica Recomenda-se agulha curta de calibre 27. Pontos de reparo: papila incisiva e incisivos centrais superiores. Posicionar o paciente de forma a que fique com a boca aberta e a cabea ligeiramente inclinada para uma melhor visualizao da papila incisiva. Secar a mucosa palatina e aplicar anestsico tpico. Pode-se nessa tcnica tambm utilizar a compresso local mencionada na tcnica do bloqueio do nervo palatino maior. A rea de introduo inicial a mucos a palatina imediatamente lateral papila incisiva. Esta rea menos sensvel que a regio da papila incisiva, e esta manobra visa promoo de uma leve isquemia local com o objetivo de diminuir a dor durante a insero da agulha. Introduzir a agulha lateralmente papila incisiva, depositar uma pequena quantidade de anestsico, remover a agulha e observar a isquemia na regio da papila incisiva. Reintroduzir imediatamente a agulha, agora direcionada para a papila incisiva. A agulha dever penetrar formando um ngulo de aproximadamente 45 em direo papila palatina. Penetrar a agulha na profundidade de 5mm. Injetar anestsica. lentamente uma pequena quantidade de soluo

Retirar a agulha cuidadosamente.

Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico. Sinais e Sintomas Sensao de torpor na regio anterior do palato pelo paciente e ausncia de sensibilidade dolorosa durante o tratamento. Nessa tcnica pode tambm ocorrer isquemia e necrose dos tecidos moles da regio anterior do palato, causadas pelo excesso de soluo anestsica injetada ou solues com concentraes altas de vasoconstritor. Bloqueio do nervo maxilar O bloqueio do nervo maxilar ou segunda diviso de trigmeo um mtodo eficaz para produzir anestesia profunda de toda uma hemimaxila. Torna-se til em procedimentos que envolvam a manipulao de todo um quadrante maxilar, nos casos de cirurgias extensas, quando uma infeco local ou outras condies patolgicas tornam inexeqvel a realizao de bloqueio dos ramos terminais maxilares ou tambm com finalidade de diagnstico de neuralgia da segunda diviso do nervo trigmeo. Esta tcnica pode ser realizada pela via intra e extra-bucal. Pela via intra-bucal, o nervo maxilar pode ser abordado mediante a tcnica da tuberosidade alta (acesso pelo alto da tuberosidade maxilar) ou pelo canal palatino maior. A tcnica extrabucal faz-se por via transcutnea em um ponto acima da chanfradura mandibular e abaixo da poro mediana do arco zigomtico, alcanando o nervo em sua sada do crnio pelo forame redondo. Nervos anestesiados: o nervo maxilar e todas as suas divises perifricas em relao ao local de injeo. reas anestesiadas: regies temporal anterior e zigomtica; plpebra inferior; asa do nariz; lbio superior; dentes superiores da hemimaxila; osso alveolar e estruturas adjacentes; palato duro e mole; tonsila; parte da faringe; septo e assoalho nasal. Tcnica da tuberosidade alta Recomenda-se o uso de agulha longa de calibre 25.

rea de puntura da agulha na altura da prega muco-jugal acima da face distal do segundo molar superior, sendo a rea alvo da anestesia o nervo maxilar no ponto onde ele atravessa a fossa pterigopalatina. Bisel voltado para o osso. Tencionar os tecidos no local da injeo. Secar a mucosa com gaze estril e aplicar anestsico tpico. Introduz-se a agulha avanando lentamente para cima, para dentro e para trs em um s movimento formando um ngulo 45 com o plano ocluso. A profundidade da injeo da agulha de aproximadamente 30mm (no se deve encontrar resistncia penetrao da agulha). Injetar o anestsico lentamente (realizando refluxo ou aspirao) na quantidade de aproximadamente 1,8ml de soluo anestsica. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 4 minutos para o efeito anestsico. Tcnica pelo canal palatino maior Recomenda-se utilizao de agulha longa calibre 25. rea de introduo da agulha: tecidos moles regio do forame palatino maior. A rea alvo o nervo maxilar no ponto em que atravessa a fossa pterigopalatina, sendo que a agulha dever atravessar o canal palatino maior para alcanar a fossa pterigopalatina. Bisel da agulha voltado para os tecidos moles palatinos. Medir o comprimento de uma agulha longa desde a ponta at o canho (aproximadamente 32mm). Posicionar o paciente em decbito dorsal, com a boca aberta e a cabea distendida para posterior a fim de evidenciar adequadamente a regio posterior do palato.

Localizar o forame palatino maior (mesma tcnica descrita para a anestesia do nervo palatino maior). Secar a mucosa palatina e aplicar anestsico tpico. Posicionar a agulha da forma a que faa um ngulo reto com a regio palatina, para isto importante que o corpo da seringa esteja direcionado de lado oposto ao que ser anestesiado. Introduzir a agulha lentamente na profundidade mdia de 5mm e injeta-se a soluo lentamente na quantidade de 0,25 a 0,5ml de anestsico para o bloqueio do nervo palatino maior. Retirar a agulha, aguardar alguns minutos e reintroduzi-la para iniciar, ento, o bloqueio do nervo maxilar. A agulha deve ser mantida em ngulo de 45 com a superfcie palatina, para facilitar a entrada no forame maior. Aps localizar o forame, avanar a agulha lentamente no canal palatino maior at uma profundidade de 30mm. Em 5% a 15% dos canais palatinos maiores podem existir obstrues sseas que impeam a passagem da agulha; nestes casos, nunca force a agulha contra a resistncia ssea, retire a agulha e tente introduzi-la em um ngulo diferente. Injeta-se soluo lentamente (realizando aspirao ou refluxo) na quantidade de 1,8ml de anestsico. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico. Essa tcnica possui alta taxa de sucesso (maior que 95%) e minimiza o nmero de perfuraes e o volume total da soluo anestsica necessrios para a realizao de bloqueios isolados de todos os ramos do nervo maxilar. Contudo, pode haver riscos de hemorragia local o acesso pela tcnica da tuberosidade alta pode ser de difcil localizao, e pelo canal palatino maior que pode ser traumtico.

Bloqueio extrabucal do nervo maxilar O bloqueio extrabucal do nervo maxilar deve ser utilizado nos casos em que h necessidade de bloqueio anestsico de toda hemimaxila e existe limitao ou impossibilidade da utilizao deste bloqueio por via intrabucal (tuberosidade alta ou forame palatino maior). Este mtodo deve ser realizado sob condies asspticas rgidas. Tcnica So pontos de referncia para esta tcnica: parte mediana do arco zigomtico, chanfradura zigomtica, processo coronide do ramo mandibular (localizado por meio da movimentao de abertura e fechadura da boca). Utiliza-se agulha de 7 a 9cm de comprimento, calibre 22, com um cursor na medida de 4 a 5cm. O ponto mediano do arco zigomtico localizado e a depresso em sua superfcie inferior marcada. Faz-se uma pequena puntura de anestesia e injeo de uma reduzida quantidade anestsica. A agulha introduzida atravs da rea cutnea marcada, perpendicularmente ao plano sagital mediano, at que a ponta da agulha entre delicadamente em contato com a faze externa da lmina pterigidea lateral. A agulha ento retrada aproximadamente 1cm e redirecionada para frente e para cima, at atingir a profundidade marcada (aproximadamente 4,5cm). Deve-se ter o cuidado de realizar aspirao antes e durante a injeo da soluo anestsica. Injeta-se aproximadamente 3ml da soluo anestsica. Retirar a agulha cuidadosamente. Aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestsico