Técnica de Pesquisa Para Auditorias - BTCU-10-2010 (2)

34
Brasília, 18 de Maio de 2010 - Ano XLIII - Nº 10 TÉCNICA DE PESQUISA PARA AUDITORIAS PORTARIA-SEGECEX Nº 16, DE 14 DE MAIO DE 2010 SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

description

AUDITORIA

Transcript of Técnica de Pesquisa Para Auditorias - BTCU-10-2010 (2)

  • Braslia, 18 de Maio de 2010 - Ano XLIII - N 10

    TCNICA DE PESQUISA PARA

    AUDITORIAS

    PORTARIA-SEGECEX N 16, DE 14 DE MAIO DE 2010

    SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAO

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO Boletim do Tribunal de Contas da Unio

    http://www.tcu.gov.br [email protected]

    SAFS Lote 1 Anexo I sala 422 - CEP:70042-900 - Braslia - DF

    Fones: 3316-7650/3316-7079/3316-7870/3316-7869

    Presidente UBIRATAN DINIZ DE AGUIAR

    Vice-Presidente BENJAMIN ZYMLER

    Ministros

    ANTONIO VALMIR CAMPELO BEZERRA WALTON ALENCAR RODRIGUES

    JOO AUGUSTO RIBEIRO NARDES AROLDO CEDRAZ DE OLIVEIRA RAIMUNDO CARREIRO SILVA

    JOS JORGE DE VASCONCELOS LIMA JOS MCIO MONTEIRO FILHO

    Auditores

    AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI MARCOS BEMQUERER COSTA ANDR LUS DE CARVALHO

    WEDER DE OLIVEIRA

    Ministrio Pblico junto ao TCU Procurador-Geral

    LUCAS ROCHA FURTADO

    Subprocuradores-Gerais PAULO SOARES BUGARIN MARIA ALZIRA FERREIRA

    Procuradores

    MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

    JLIO MARCELO DE OLIVEIRA SERGIO RICARDO COSTA CARIB

    SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAO Secretrio-Geral

    Fernando Luiz Souza da Eira [email protected]

    Boletim do Tribunal de Contas da Unio Especial v. 1, n. 1 (1982) . Braslia : TCU, 1982- .

    v.

    Irregular. A numerao recomea a cada ano. Continuao de: Boletim do Tribunal de Contas da Unio.

    Contedo: Tcnica de pesquisa para auditoria Ato administrativo peridico Brasil. I. Brasil. Tribunal de Contas da Unio (TCU).

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    D nova redao aos arts. 1 e 3

    da Resoluo -TCU n 146, de 28

    de dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    Dispe sobre a denominao e a

    distribuio de funes de

    confiana

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004 D nova redao aos arts. 1 e 3 da

    Resoluo -TCU n 146, de 28 de

    dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    distribuio de funes de

    confiana.

    ANO XXVII N 01

    Braslia, 12 de janeiro de 2004

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    D nova redao aos arts. 1 e 3

    da Resoluo -TCU n 146, de 28

    de dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    Dispe sobre a denominao e a

    distribuio de funes de

    confiana.

    Ano XXXVII N 01 Braslia, 12 de janeiro de 2004

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 1

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    SECRETARIA-GERAL DE CONTROLE EXTERNO SECRETARIA DE FISCALIZAO E AVALIAO DE PROGRAMAS

    DE GOVERNO

    TCNICA DE PESQUISA PARA

    AUDITORIAS

    SEGECEX / SEPROG

    MAIO/2010

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 2

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Tribunal de Contas da Unio

    Internet: http://www.tcu.gov.br

    SAFS Quadra 4 Lt. 01

    CEP: 70042-900 Braslia-DF

    Secretrio-Geral de Controle Externo

    Paulo Roberto Wiechers Martins

    Secretrio Adjunto de Planejamento e Procedimentos

    Marcelo Luiz Souza da Eira

    Secretrio de Fiscalizao e Avaliao de Programas de Governo

    Carlos Alberto Sampaio de Freitas

    Superviso

    Glria Maria Merola da Costa Bastos Gerente da 1 Diviso Tcnica da Seprog

    Equipe Tcnica

    Dagomar Henriques Lima

    Reviso

    Jorge Mendes de Oliveira Castro Neto

    Brasil. Tribunal de Contas da Unio.

    Tcnica de pesquisa para auditorias / Tribunal de Contas da

    Unio. Braslia : TCU, Secretaria de Fiscalizao e Avaliao de Programas de Governo (Seprog), 2010.

    34 p.

    33 p.

    1. Auditoria operacional, pesquisa. 2. Auditoria operacional,

    manual. 2. Auditoria operacional, questionrio. I. Ttulo.

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 3

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    PORTARIA-SEGECEX N 16, DE 14 DE MAIO DE 2010

    Aprova o documento Tcnica de Pesquisa para

    Auditorias.

    O Secretrio-Geral de Controle Externo, no uso de suas atribuies e considerando o

    disposto no art. 32, inciso III, da Resoluo-TCU n 214, de 20 de agosto de 2008:

    Considerando que o Plano Estratgico do Tribunal definiu como objetivos estratgicos

    Aperfeioar a estrutura legal e normativa de suporte ao controle externo e Aperfeioar instrumentos de controle e processos de trabalho;

    Considerando a necessidade de estabelecer parmetros para orientar a construo do sistema

    de pesquisa para auditoria, resolve:

    Art. 1 Fica aprovado o documento Tcnica de Pesquisa para Auditorias.

    Art. 2 A Segecex manter atualizado o documento de que trata o artigo anterior, cabendo-

    lhe, ainda, o esclarecimento de dvidas e o recebimento de sugestes para o seu aperfeioamento, bem

    como o acompanhamento de sua implementao.

    Art. 4 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    PAULO ROBERTO WIECHERS MARTINS

    Secretrio-Geral de Controle Externo

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 4

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    SUMRIO

    INTRODUO......................................................................................................................................... 5

    OBJETIVO ................................................................................................................................................ 5

    O QUE SO PESQUISA E QUESTIONRIO ..................................................................................... 5

    APLICAO EM AUDITORIA ............................................................................................................ 5

    POTENCIALIDADE E LIMITAES DA PESQUISA EM AUDITORIAS ................................... 6

    QUANDO ELABORAR E APLICAR O QUESTIONRIO DE PESQUISA .................................... 7

    FORMAS DE REALIZAR A PESQUISA ............................................................................................. 9

    COMO USAR A PESQUISA EM AUDITORIA ................................................................................. 13

    CRITRIOS DE ELABORAO DE PERGUNTAS ....................................................................... 14

    TIPOS DE PERGUNTAS USADAS EM QUESTIONRIO ............................................................. 16

    ESTRUTURA E FORMATAO DO QUESTIONRIO ................................................................ 18

    ESTRUTURA .......................................................................................................................................................................... 18 FORMATAO ...................................................................................................................................................................... 19

    COMO ANALISAR AS RESPOSTAS ................................................................................................. 20

    PLANEJAMENTO DA ANLISE .............................................................................................................................................. 20 CODIFICAO ...................................................................................................................................................................... 20 ANLISE DE CONSISTNCIA DAS VARIVEIS ....................................................................................................................... 21 TESTE DA COERNCIA ENTRE POPULAO E AMOSTRA ..................................................................................................... 22

    APNDICE A PROCEDIMENTOS PARA USO DE PESQUISA EM AUDITORIAS ............... 23

    ANEXO A EXEMPLOS ...................................................................................................................... 24

    REFERNCIAS ...................................................................................................................................... 32

    NOTAS EXPLICATIVAS ..................................................................................................................... 32

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 5

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    INTRODUO

    Os procedimentos para realizao de pesquisas1 (survey) aqui apresentados foram testados com sucesso

    em auditorias realizadas nos ltimos nove anos e complementam informaes contidas no Manual de

    Auditoria Operacional do TCU. Essas orientaes no devem ser tomadas como algo esttico, pois os

    padres de qualidade podem se alterar com o tempo, e os documentos tcnicos do TCU devem ser

    mantidos atualizados e compatveis com as melhores prticas. Para isso, importante que os usurios do

    documento apresentem sugestes com base em suas experincias.

    O documento est organizado por temas, que visam destacar as oportunidades de uso de pesquisa em

    auditoria, orientar como elaborar e aplicar o questionrio e como analisar as respostas.

    Espera-se que a disseminao dessas orientaes contribua para que as evidncias coletadas por meio de

    pesquisas tenham maior validade e confiabilidade.

    OBJETIVO

    1. O objetivo deste documento orientar as equipes de auditoria a realizar pesquisas com o uso de questionrios para coleta de dados, mediante definio de critrios gerais. A aplicao dessas

    orientaes contribuir para evitar as falhas mais comuns ao se realizar pesquisas em auditoria,

    especialmente na elaborao de questionrios, de forma a garantir a validade e confiabilidade das

    evidncias produzidas pela anlise dos dados coletados.

    O QUE SO PESQUISA E QUESTIONRIO

    2. Pesquisa uma estratgia metodolgica que permite obter informaes de carter quantitativo e qualitativo sobre um objeto de auditoria, relacionadas, entre outros, a aspectos operacionais e

    gerenciais (BRASIL, 2010, p. 46-47). Com frequncia, utilizada em conjunto com estudos de caso

    como suporte para as anlises de carter qualitativo, tpicas dessa ltima estratgia (ISSAI

    3000/5.3). Como mtodo estruturado de coleta de dados, quando realizada na forma de pesquisa

    amostral, visa generalizar para toda a populao informaes obtidas a partir de uma amostra.

    Quando realizada pesquisa no amostral, no possvel generalizar, mas a evidncia obtida de

    grande nmero de pesquisados importante e pode ser fortalecida por meio de informaes de outra

    natureza e de deduo lgica (ISSAI 3000/Apndice 3).

    3. Questionrio o formulrio de perguntas usado em pesquisas, para obter informaes de forma padronizada sobre grande nmero de unidades de pesquisa. o instrumento de coleta de dados

    usado em pesquisas (BRASIL, 2010, p. 48).

    4. O que distingue a aplicao de um questionrio de uma entrevista que, ao aplic-lo, mesmo pessoalmente, o pesquisador no tem possibilidade de ajustar, alterar ou adicionar novas perguntas

    durante o processo de aplicao.

    APLICAO EM AUDITORIA

    5. A equipe de auditoria pode realizar pesquisa para colher dados primrios, no disponveis em bancos de dados da administrao pblica, ou para colher dados que permitam testar a

    confiabilidade dos j disponveis. Posteriormente, os dados coletados so analisados, permitindo

    extrair evidncias que daro suporte aos achados de auditoria.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 6

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    6. A pesquisa pode ser usada para obter informaes quantitativas ou qualitativas com os objetivos imediatos de caracterizar unidades pesquisadas, por meio de dados descritivos, e colher opinies dos atores interessados, em especial de executores e beneficirios, sobre o desempenho e caractersticas do objeto auditado. Em situaes particulares, os dados coletados podem servir para testar hipteses sobre relaes causais.

    Quadro 1 Exemplos de uso de pesquisa em auditoria

    Objetivo Exemplo O que a anlise pode dizer

    Caracterizar unidades de

    pesquisa

    Inventariar os tipos de equipamentos disponveis em postos de vigilncia fitozoossanitria de produtos agropecurios (Anexo A exemplo 1)

    Se os postos dispem dos equipamentos necessrios para fiscalizar o tipo de produto agropecurio importado ou exportado no local

    Inventariar nmero de equipamentos existentes em servio de radiologia de estabelecimentos pblicos de sade (Anexo A exemplo 2)

    Se o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES) apresenta dados confiveis sobre equipamentos de diagnstico por imagem

    Coletar dados socioeconomicos dos pesquisados (Anexo A exemplo 11)

    Se o programa discrimina positivamente famlias cujo responsvel seja do sexo feminino.

    Obter informaes sobre atividades do pesquisado

    Levantar a distribuio de freqncia da carga horria dos cursos ministrados para professores

    Identificar se os pesquisados participaram de curso de aperfeioamento para professores

    (Anexo A exemplo 3)

    Se h indcios de falhas na execuo do objeto do convnio por:

    1 - contratao de cursos de aperfeioamento para professores com carga horria inferior ao mnimo previsto

    2 treinamento de professores em nmero menor do que o mnimo previsto nos convnios

    Obter informao sobre opinio

    Colher avaliao dos professores participantes sobre aspectos da qualidade dos cursos de aperfeioamento (Anexo A exemplo 4)

    Se, na opinio dos participantes, os cursos contratados com recursos descentralizados pela Unio apresentam caractersticas de boa qualidade

    POTENCIALIDADES E LIMITAES DA PESQUISA EM AUDITORIAS

    7. A pesquisa permite equipe obter informaes diretamente de atores interessados (gestores, servidores, especialistas, beneficirios de programas governamentais). Em geral, isso mais confivel do que se basear em informaes coletadas por terceiros, quando a equipe no tem controle sobre a qualidade da coleta.

    8. Outra vantagem obter dados uniformes de grande quantidade de unidades de pesquisa a custo relativamente baixo. Quando essas informaes so coletadas usando tcnicas adequadas de amostragem e de coleta, possvel fazer generalizaes para a populao a partir das respostas das unidades pesquisadas (BRASIL, 2002). Mesmo quando no possvel fazer inferncia estatstica, pode ser eloqente a evidncia obtida por meio da anlise de grande quantidade de respostas, em especial se associada a outras evidncias.

    9. Os dados coletados em massa e de forma padronizada podem permitir caracterizar as unidades de pesquisa segundo critrios socioeconmicos, facilitando a interpretao dos dados. Alm disso, permite comparar os dados segundo diversos critrios para posterior investigao das causas das variaes encontradas. Quando coletados em momentos diferentes, os dados permitem comparar a evoluo histrica da situao encontrada e identificar, por exemplo, variaes no desempenho.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 7

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    10. A principal limitao metodolgica da pesquisa que as perguntas trazem de forma implcita a

    estrutura de entendimento do fenmeno pela equipe de auditoria. Pode haver vis na formulao das

    perguntas do questionrio, caso a equipe se deixe influenciar por preconceitos sociais e noes pr-

    assumidas sobre o objeto da auditoria. O instrumento de coleta de dados reflete o ponto de vista de

    quem elaborou as perguntas, que pode ser diferente da que compartilhada pelos atores diretamente

    envolvidos. Outra limitao que a uniformidade das perguntas aparente, pois elas podem ter

    sentidos diferentes para diferentes pessoas (RICHARDSON, 1999).

    11. Essas limitaes podem ser reduzidas por intermdio de um bom diagnstico da situao, realizado

    durante a fase de planejamento, inclusive com consulta a especialistas, gestores, servidores e

    beneficirios. Outra providncia a equipe submeter o questionrio avaliao de especialistas no

    tema da pesquisa que possam validar as perguntas. Por fim, o instrumento de coleta deve ser testado

    com especialistas e colegas auditores e durante o teste piloto da auditoria para que sejam

    identificadas falhas na construo do questionrio, como ser explicado adiante.

    12. Com relao validade, nem sempre possvel saber se os dados informados correspondem

    realidade. Essa incerteza varia segundo o tema da pesquisa e a natureza dos dados solicitados. Com

    relao confiabilidade, as respostas dos indivduos podem variar no tempo, em especial quando se

    referem a atitudes e opinies (RICHARDSON, 1999).

    13. Outras fontes de vis podem atuar sobre a coleta e a anlise das informaes. Para reduzir essa

    possibilidade, devem ser tomados os cuidados necessrios na definio do desenho amostral para

    favorecer a obteno de amostra representativa. Na conduo da coleta de dados, caso sejam usados

    pesquisadores, eles devem ser treinados e supervisionados. Por sua vez, ao analisar as respostas, a

    equipe no deve desconsiderar evidncias aparentemente pouco consistentes com o que esperava.

    14. A realizao de pesquisas mediante questionrios demanda tempo, sendo assim, o cronograma

    fixado para a auditoria deve ser compatvel. Alm disso, a equipe j deve ter conhecimento razovel

    sobre o objeto de auditoria para poder elaborar perguntas pertinentes e relevantes. Isso s vivel

    em etapa avanada da fase de planejamento, o que tambm deve ser levado em conta ao estabelecer

    o cronograma da auditoria.

    15. Por fim, o desenho amostral para seleo das unidades de pesquisa e a anlise estatstica das

    respostas pode exigir conhecimentos especficos. Caso a equipe no tenha as competncias

    necessrias, elas devem ser obtidas, em tempo, por meio de apoio de outros profissionais do TCU,

    requisitados de outros rgos ou contratao de consultoria.

    QUANDO ELABORAR E APLICAR O QUESTIONRIO DE PESQUISA

    16. Em pesquisas, h duas fontes potenciais de erro: o erro amostral e os erros no-amostrais. Sobre o

    erro amostral, que pode ser controlado mediante clculo estatstico, consulte o texto Tcnicas de

    Amostragem para Auditorias (BRASIL, 2002), que trata do tema em diversas oportunidades. Os

    erros no-amostrais tm como fontes principais problemas com a construo e com a aplicao dos

    questionrios.

    17. O questionrio elaborado em fase avanada do planejamento da auditoria, quando a equipe j tem

    segurana sobre a caracterizao do objeto de auditoria e a formulao do problema e das questes

    de auditoria. A configurao definitiva do questionrio somente finalizada aps a validao da

    matriz de planejamento e a realizao do teste piloto.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 8

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    18. Para elaborar o questionrio, necessrio antes saber quais informaes devem ser coletadas e quem

    so os destinatrios da pesquisa. Sendo assim, preciso j ter elaborado a matriz de planejamento. A

    formulao exata das perguntas somente definida durante a elaborao do questionrio, mas elas

    ainda podem sofrer alteraes aps o questionrio ser testado. Essas providncias de elaborao e

    teste so realizadas na fase de planejamento da auditoria.

    19. Tipicamente, nas auditorias realizadas pelo TCU o questionrio aplicado na fase de execuo da

    auditoria. No entanto, o ideal que a tabulao completa dos dados esteja disponvel para a equipe

    antes do incio do trabalho de campo. Assim, a equipe poder explorar detalhes, em profundidade,

    sobre a situao revelada pela resposta aos questionrios. Dessa forma, no primeiro momento, o

    conhecimento sobre o tema da auditoria, obtido na fase de planejamento, inclusive mediante visitas

    a campo, base para a elaborao do questionrio. Em momento posterior, na fase de execuo, a

    anlise da resposta aos questionrios orienta os exames realizados nos estudos de caso.

    20. A pesquisa pode ser realizada em um ou mais momentos. O mais comum que a pesquisa seja em

    corte transversal, isto , os dados so coletados em um nico momento. possvel tambm realizar

    pesquisa longitudinal, ou seja, os dados so coletados em dois ou mais momentos (FREITAS et al.,

    2000). Essa ltima situao mais rara, porm possvel, em processos de monitoramento, por

    exemplo.

    Quadro 2 - Exemplos de pesquisa longitudinal

    Exemplo 1 - Em 2001, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou o Programa Nacional Biblioteca da Escola

    (PNBE), vinculado ao Ministrio da Educao. Na ocasio, foi realizada pesquisa, via postal, com 879 escolas de

    ensino fundamental de todos os estados brasileiros, selecionadas por meio de amostra estatstica, tendo sido

    obtida taxa de resposta de 57,2% (TC n. 012.854/2001-6).

    Em 2004, foi realizado o monitoramento final da implementao das deliberaes do TCU sobre a auditoria. Na

    oportunidade foram enviados questionrios s mesmas 879 escolas pesquisadas na auditoria de 2001. A repetio

    da pesquisa possibilitou comparar a situao verificada em 2001 pela auditoria e as condies das escolas em

    2004. A taxa de retorno dos questionrios na segunda ocasio foi de 44,5%.

    Exemplo 2 Em 2005, o TCU avaliou as aes de vigilncia e fiscalizao no trnsito internacional de produtos

    agropecurios do Programa Segurana Fitozoossanitria no Trnsito de Produtos Agropecurios, sob

    responsabilidade do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA (012.488/2005-5). Na

    ocasio, foi realizada pesquisa postal e eletrnica com 26 Servios de Gesto da Vigilncia Agropecuria

    VIGIAGRO/DT-UF (100% de retorno) e 91 unidades do Vigiagro (8 Servios de Vigilncia Agropecuria

    SVA e 83 Unidades de Vigilncia Agropecuria Uvagro) (74% de retorno). Tambm foram enviados

    questionrios a 542 fiscais federais agropecurios lotados nas unidades de vigilncia (75% de retorno).

    Em 2008, foi realizado o primeiro monitoramento da auditoria (001.845/2008-6). Dessa vez, a pesquisa postal foi

    realizada apenas as 91 unidades do Vigiagro (SVA e Uvagro) (47% de retorno). O objetivo da pesquisa foi

    comparar a percepo dos chefes das unidades sobre a situao do programa nas pocas do monitoramento e da

    auditoria. O questionrio abordou perguntas sobre a infra-estrutura das unidades, organizao e gesto de

    recursos humanos, execuo de procedimentos de vigilncia fitozoossanitria e integrao com os demais rgos

    envolvidos no processo.

    21. O questionrio deve ser endereado aos atores pertinentes, isto , queles que detm as informaes

    requeridas pela auditoria. Para circularizar as informaes e ter maior garantia sobre a validade das

    evidncias, pode ser necessrio enviar diferentes questionrios para atores distintos em uma mesma

    auditoria.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 9

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Quadro 3 - Exemplo de pesquisa com mais de um questionrio em uma mesma auditoria

    Em 2005, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou o Programa Nacional de Erradicao da Febre Aftosa

    (PNEFA), vinculado ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (TC 002.624/2005-5).

    A estratgia metodolgica aplicada compreendeu pesquisa, visita de estudo e anlise de documentos e de

    dados existentes.

    A pesquisa contemplou entrevistas e aplicao de questionrios, por via postal e por correio eletrnico, para

    superintendncias federais de agricultura, servios estaduais de defesa agropecuria, federaes estaduais de

    agricultura e pecuria, associaes de criadores de gado, sindicatos de produtores rurais e conselhos

    regionais de medicina veterinria. Os questionrios foram compostos por perguntas fechadas, com emprego

    de escalas ordinais, que buscaram verificar a percepo de segmentos envolvidos sobre o desempenho do

    PNEFA. Os itens avaliados foram agrupados em cinco categorias: i) aes de vacinao; ii) educao

    sanitria; iii) controle do trnsito de animais; iv) controle da sanidade do rebanho; v) aes emergenciais.

    Considerando-se o nmero de questionrios que foram aplicados durante as visitas de campo e os

    respondidos por via postal e eletrnica dentro do prazo limite, a configurao final de respondentes foi a

    seguinte: 17 federaes (63% de retorno), 21 Conselhos Regionais de Medicina Veterinria (78% de

    retorno), 256 sindicatos de produtores rurais (27% de retorno), 11 servios estaduais de defesa agropecuria

    (41% de retorno), 10 superintendncias federais de agricultura nos seguintes estados (37% de retorno), 6

    associaes de criadores (22% de retorno).

    FORMAS DE REALIZAR A PESQUISA

    22. Os questionrios podem ser aplicados pessoalmente, por telefone, por via postal ou por meio eletrnico. O Quadro 4 apresenta as formas de aplicao dos questionrios, suas potencialidades,

    limitaes e caractersticas de uso.

    Quadro 4 Formas de aplicao de questionrios: potencialidades, limitaes e caractersticas

    FORMA DE

    APLICAO POTENCIALIDADES LIMITAES

    USO EM

    AUDITORIA

    Contato pessoal Confivel

    Permite pesquisar pessoas com

    baixa escolaridade

    Custo muito alto (custo da

    contratao de pesquisadores e do

    deslocamento)

    Demorado (tempo para contactar

    pesquisados, quando dispersos

    geograficamente)

    Exige treinamento de

    pesquisadores

    Exige conferncia de parte dos

    questionrios preenchidos pelos

    pesquisadores

    Pode haver dificuldade de

    encontrar pesquisados presentes

    na residncia

    Pesquisados podem se sentir

    constrangidos de responder certas

    perguntas pessoalmente

    Pode haver dificuldade de acesso

    ou risco segurana dos

    pesquisadores

    Exige digitao das respostas

    Usada pela equipe de

    auditoria no teste

    piloto

    Usada em trabalho de

    campo

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 10

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    FORMA DE

    APLICAO POTENCIALIDADES LIMITAES

    USO EM

    AUDITORIA

    Por telefone Permite obter informaes

    rapidamente de nmero

    reduzido de pesquisados

    Permite abranger

    pesquisados com alta

    disperso geogrfica

    Custo alto

    Exige que as perguntas sejam

    simples e em nmero reduzido

    para que o pesquisado no

    perca o raciocnio durante a

    ligao

    Exige que o questionrio seja

    elaborado para que sua

    aplicao seja inferior a 20

    minutos

    Como a interao entre

    pesquisador e pesquisado

    limitada, podem ocorrer mal

    entendidos

    Nas auditorias

    realizadas pelo

    TCU, uma forma

    ainda pouco

    explorada

    Postal Custo baixo

    Permite abranger grande

    nmero de pesquisados com

    alta disperso geogrfica

    Permite que o pesquisado

    levante as informaes

    necessrias, caso no as

    tenha de imediato

    Permite que o pesquisado

    pense melhor sobre a

    resposta, confira

    informaes e consulte

    outros atores

    O pesquisado se sente mais

    seguro e livre para responder

    de forma privada e annima

    Exige anlise da no-resposta

    para identificar possvel vis

    Pode exigir trabalho de

    reduo da no-resposta por

    meio de reenvio de

    questionrios ou contato

    telefnico

    Exige digitao das respostas

    Exige processo trabalhoso de

    impresso, codificao de

    questionrios, envelopamento,

    postagem

    Limita acesso a pesquisados

    de baixa escolaridade

    Demanda tempo

    Depende do entendimento do

    pesquisado sobre as perguntas

    e do correto preenchimento do

    questionrio

    Muito usada em

    auditoria

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 11

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    FORMA DE

    APLICAO POTENCIALIDADES LIMITAES

    USO EM

    AUDITORIA

    Eletrnica Custo muito baixo

    Possibilita eliminar digitao

    das respostas

    Mesmas vantagens da

    pesquisa postal

    No alcana pesquisados que

    no possuem endereo

    eletrnico

    Limita acesso a pesquisados

    de baixa escolaridade

    Dificuldade de obter cadastro

    atualizado de endereos

    eletrnicos

    Pode apresentar baixo

    percentual de resposta

    Possibilidade de ocorrncia de

    problemas tecnolgicos

    variados: bloqueio da

    mensagem eletrnica por

    firewall do pesquisado, baixo

    desempenho da conexo com

    a internet e outros.

    Usada com

    freqncia em

    auditoria

    Fonte: elaborao prpria e NAO (1999)

    23. Quando a pesquisa aplicada por intermdio de contato pessoal, os aplicadores devem ser treinados.

    Neste caso, h semelhanas entre os critrios para a aplicao de questionrios e para a realizao de

    entrevistas, no entanto existem diferenas importantes. A aplicao do questionrio mediante

    contato pessoal difere da entrevista no grau de interao com o entrevistado. Quem aplica o

    questionrio no tem liberdade para alterar, suprimir ou adicionar perguntas e o grau de interao

    com o pesquisado reduzido. Na entrevista, ocorre influncia recproca. O entrevistado tem maior

    controle sobre a forma e a ordem segundo a qual presta as informaes, tornando o discurso mais

    fluente e aumentando o grau de interao com o pesquiador (LDKE; ANDR, 1986).

    24. Outra diferena relevante que o aplicador do questionrio, ao contrrio do entrevistador, nem

    sempre faz parte da equipe de planejamento da auditoria, logo tem menor conhecimento sobre o

    objeto de auditoria. O aplicador pode ser auditor do TCU, mas que no participou do trabalho desde

    o incio ou pode ser um entrevistador contratado (Quadro 6). Nesses casos, o treinamento do

    aplicador do questionrio inclui o seguinte:

    24.1 instruo para evitar maneirismos verbais ou observaes tendenciosas, inclusive linguagem

    corporal sugestiva de aprovao ou reprovao;

    24.2 simulao da aplicao do questionrio, destacando procedimentos de apresentao,

    conduo e agradecimento;

    24.3 esclarecimento acerca do papel da superviso sobre o trabalho dos aplicadores.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 12

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Quadro 5 - Exemplo de aplicao de questionrio por terceiros

    Em 2003, o Tribunal de Contas da Unio (TCU), avaliou o Programa Morar Melhor, vinculado

    Secretaria Nacional de Habitao do Ministrio das Cidades (TC 012.278/2003-1).

    A metodologia contemplou consulta documentao e anlise de dados secundrios; observao direta

    em 8 estados brasileiros (17 municpios); entrevista individual e em grupo com tcnicas sociais que

    trabalhavam em 7 gerncias regionais da Caixa Econmica Federal; entrevistas estruturadas com 27

    Gerncias e Escritrios Regionais da Caixa; pesquisa postal com 437 municpios (taxa de resposta de

    46,5%); e pesquisa amostral com famlias beneficiadas em projetos implementados em agregados de

    municpios do Rio Grande do Norte (Acari, Campo Redondo, Lagoa Nova, Pedro Avelino, Grossos,

    Parnamirim e So Jos Mipibu), e nas cidades de Campo Grande/MS, Palmas/TO e So Bernardo do

    Campo/SP.

    A pesquisa com os beneficirios do Programa teve por finalidade levantar dados para verificao e

    anlise dos resultados e impactos sociais das intervenes sobre as famlias entrevistadas. O foco da

    pesquisa foi orientado para a verificao dos seguintes aspectos: a) equidade e incluso; b) condies de

    habitabilidade; e c) satisfao dos beneficirios.

    A coleta de dados com as famlias beneficirias foi conduzida por profissionais da rea social,

    credenciados pela Caixa, com formao superior em servio social, sociologia, pedagogia ou psicologia

    e experincia em coleta de dados. O custo dos servios de consultoria prestado pela Caixa, includos os

    custos de aplicao dos questionrios e de superviso tcnica da equipe de entrevistadores, foi

    compartilhado, cabendo ao TCU o valor de R$ 15.000,00, que foi pago mediante recursos de doao

    internacional, sem nus para o Tribunal. A coleta de dados em campo aconteceu, de forma simultnea,

    nas quatro unidades da federao, de 24 de setembro a 8 de outubro de 2003.

    25. Quando o questionrio aplicado por telefone, a conciso das perguntas ainda mais importante. A dinmica do contato telefnico pode oferecer oportunidade para a ocorrncia de mal entendidos e de

    perda de informao da resposta.

    Quadro 6 - Exemplo de aplicao de questionrio por telefone

    Em 2009, o Tribunal de Contas da Unio (TCU), por solicitao do Congresso Nacional, avaliou o

    Programa de Resposta aos Desastres e Reconstruo, vinculado Secretaria Nacional de Defesa Civil Sedec (TC 008.556/2009-3).

    A metodologia contemplou a anlise dos processos de transferncia obrigatria firmados de novembro

    de 2008 a agosto de 2009, anlise de dados secundrios em sistemas informatizados da Sedec, bem

    como do Siafi e do Sistema SigaBrasil do Senado; entrevistas individuais e em grupo com a titular e

    tcnicos da Sedec e do Ministrio das Cidades; pesquisa via telefone com responsveis pela defesa civil

    de estados e municpios que firmaram termos de compromisso com a Secretaria Nacional de Defesa

    Civil at o dia 6 de agosto de 2009.

    A pesquisa com os responsveis teve por finalidade investigar a estrutura e os recursos disponveis nos

    rgos de defesa civil, sua capacidade operacional, as pricipais dificuldades enfrentadas, avaliao

    qualitativa da atuao da Sedec, conhecimento sobre o programa federal avaliado. Houve retorno de

    89% dos responsveis estaduais (8) e 87% dos responsveis municipais (27).

    A equipe testou o questionrio de 17 perguntas com trs responsveis. O tempo de resposta foi

    estimado em 15 minutos, no mnimo. Ao entrar em contato com os pesquisados, o auditor informava o

    objeto da pesquisa, o nmero de perguntas e o tempo estimado para respond-las. A maioria dos

    entrevistados respodeu a pesquisa na primeira tentativa e poucos pediram que fosse realizado contato

    posterior.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 13

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    26. Sempre que vivel, o pesquisado deve ser informado previamente sobre os objetivos da pesquisa e

    sobre o tipo de informao que ser solicitada (ANEXO A EXEMPLO 5). Essa providncia

    adotada especialmente nas seguintes situaes: a) para comunicar ao gestor (secretrio municipal ou

    estadual, por exemplo) que unidades sob sua gesto recebero o questionrio, b) para informar ao

    pesquisado sobre o tipo de informao que ele eventualmente ter que compilar.

    COMO USAR A PESQUISA EM AUDITORIA

    27. Para que o uso da pesquisa em auditoria contribua para responder as questes de auditoria,

    necessrio seguir procedimentos de planejamento, elaborao, teste, aplicao e anlise do

    questionrio. Seguir esses procedimentos aumenta a probabilidade de que as perguntas do

    questionrio permitam coletar as informaes necessrias para responder as questes de auditoria e

    que as informaes tenham validade e confiabilidade.

    28. O passo-a-passo dos procedimentos de uso de pesquisa em auditoria encontra-se no Apndice A. Cabe aqui destacar alguns desses procedimentos em razo de sua importncia para o sucesso da

    aplicao da metodologia:

    28.1 teste o questionrio durante o teste piloto da auditoria para verificar se os pesquisados

    entendem o que voc teve a inteno de perguntar, se o que voc perguntou era relevante, se

    faltou perguntar algo;

    28.2 codifique os questionrios postais para viabilizar o controle de resposta. A simples

    numerao sequencial dos questionrios pode ser suficiente;

    28.3 confira informaes-chave de identificao dos entrevistados com amostra de 25% deles,

    caso a aplicao dos questionrios tenha sido por contato pessoal e terceirizada.

    28.4 O questionrio deve ser enviado com prazo fixado para ser respondido. Controle as unidades

    de pesquisa que no responderam no prazo e encoraje quem permaneceu em silncio. Depois

    de expirado o prazo, telefone, envie mensagem eletrnica ou reenvie o questionrio pelos

    correios. Deixe claro que a resposta dos pesquisados importante e desculpe-se

    antecipadamente para o caso de a resposta j ter sido enviada (NAO, 1999).

    Ateno

    No deixe de realizar o teste piloto do questionrio. Apenas com a aplicao e anlise do questionrio de certo nmero de pesquisados possvel

    identificar falhas que podero prejudicar a eficcia da pesquisa. Alm da qualidade das

    perguntas, o teste permite identificar problemas de logstica para a realizao da pesquisa e

    falhas no treinamento dos pesquisadores.

    1 primeiro, teste o questionrio com colegas e com profissionais que tenham conhecimento sobre o tema pesquisado.

    2 em seguida, faa um teste piloto, simulando as condies reais da pesquisa, com parcela da populao pesquisada. A amostra piloto de pelo menos 30 casos em grandes pesquisas

    (NAO, 1999).

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 14

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    CRITRIOS DE ELABORAO DE PERGUNTAS

    29. O contedo das perguntas o elemento principal na elaborao do relatrio, mas a forma segundo a

    qual a pergunta formulada pode afetar decisivamente o sucesso da pesquisa. Siga as seguintes

    orientaes referentes a contedo.

    29.1 Beseie-se na matriz de planejamento. Colete informao til para responder as questes de

    auditoria, de forma compatvel com os mtodos de anlise a ser usados.

    29.2 Inclua perguntas que esclaream umas s outras, permitindo conferir a consistncia das

    respostas.

    29.3 No faa duas perguntas em uma s. Exemplo: voc pensa que a criao de centrais de

    marcao eletrnica de consultas mdicas foi uma boa iniciativa e que elas funcionam bem?

    Nesse caso, o pesquisado poderia responder sim, que considera uma boa iniciativa, mas que

    elas no funcionam bem, por exemplo, em razo de problemas relacionados

    implementao.

    29.4 Evite perguntas cuja resposta dependa demais da memria do pesquisado. No caso de

    perguntas sobre a freqncia segundo a qual certo evento ocorre, apresente opes para

    facilitar a resposta (exemplo: nenhuma vez no ano passado; uma ou duas vezes; mais de duas

    vezes). Mesmo com esse cuidado, esteja consciente de que a resposta ter alguma margem

    de erro.

    29.5 Evite perguntas embaraosas.

    29.6 Evite perguntas ambguas, ou seja, que usem palavras cujo significado seja incerto e d

    margem a diferentes interpretaes. Por exemplo: Numere de 1 a 5, do mais importante para

    o menos importante, os cinco fatores que mais contribuiram para a ocorrncia de atrasos

    nesse aeroporto ultimamente. Veja como eliminar a ambiguidade dessa pergunta no Anexo

    A exemplo 10.

    29.7 Evite perguntas que obriguem o pesquisado a levantar dados, apesar de isso ser possvel em

    questionrios postais e eletrnicos (GAO, 1991, p. 22).

    29.8 Assegure-se de que a pergunta permite obter a informao necessria anlise das questes

    de auditoria.

    Ateno

    A questo de auditoria e o tipo de informao que voc precisa para respond-la determinam

    o tipo de pergunta que deve ser formulada

    No inverta essa lgica

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 15

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Quadro 7 - Exemplo de formulao de pergunta

    30. A elaborao das perguntas do questionrio deve seguir os padres gerais de redao de relatrio, no que couber (BRASIL, 2010, p. 29-31), em especial o seguinte:

    30.1 Clareza - ser de fcil compreenso para o pblico ao qual o questionrio destinado. Para aumentar a clareza e a compreenso das perguntas:

    evite termos tcnicos;

    evite termos eruditos e expresses em outros idiomas;

    evite usar siglas e abreviaturas;

    evite usar dupla negao;

    use frases curtas, evitando perodos longos que se estendam por diversas linhas;

    prefira usar a ordem direta (sujeito, verbo, objeto e complementos), evitando oraes intercaladas, parntesis e travesses;

    evite escrever em caixa alta;

    organize as perguntas por meio do sequenciamento lgico dos temas, dispondo-as no questionrio em blocos identificados por ttulo sugestivo do

    tema abordado.

    Em 2009, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou a alocao, o uso e a manuteno de

    mamgrafos disponveis para o SUS (TC 011.587/2009-1). Havia indcios de que os equipamentos

    eram subutilizados. Para dimensionar o problema, foi formulada a seguinte questo sobre o regime

    de funcionamento do servio:

    6. Qual a quantidade de perodos que o equipamento funciona POR MS (considerar a mdia do

    primeiro semestre de 2009; PERODO corresponde a um turno, que pode ser uma manh, tarde ou

    noite):

    Essa pergunta foi formulada com base na experincia da equipe na fase de planejamento, inclusive

    em estudo de caso realizado em Braslia, e considerando o fato de que os questionrios seriam

    respondidos pelos chefes da radiologia, que possuiam alta escolaridade. Alm disso, a pesquisa foi

    testada com hospitais do Estado do Amazonas. Apesar desses cuidados, foram recebidas respostas

    que demostravam que a pegunta no havia ficado clara. Por exemplo, alguns responderam o nmero

    de dias de funcionamento no ms, ou o nmero de horas, ou o nmero de perodos na semana ou

    mesmo o nmero de dias de funcionamento no semestre.

    Posteriormente, a equipe de auditoria chegou concluso de que teria sido melhor elaborar uma

    questo fechada para que os pesquisados assinalassem uma combinao de dias e turnos:

    6. Assinale com um X a combinao de dias e turnos nos quais o mamgrafo normalmente funciona

    na semana.

    Turnos

    Dias

    Manh Tarde Noite

    Segunda

    Tera

    Quarta

    Quinta

    Sexta

    Sbado

    Domingo

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 16

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    30.2 Conciso - produzir enunciado de perguntas que no seja mais extenso do que o necessrio para transmitir a mensagem. Como critrio indicativo, o questionrio no deve ter mais do

    que quatro pginas (frente e verso de duas folhas).

    30.3 Relevncia - perguntar apenas o que tem importncia, considerando os objetivos da auditoria. No elabore perguntas que no sero analisadas nem contribuiro para responder

    alguma questo de auditoria.

    30.4 Tempestividade - cumprir o prazo previsto para elaborao do questionrio, sem comprometer sua qualidade nem o cronograma da auditoria.

    30.5 Objetividade - produzir perguntas imparciais, equilibradas e neutras. A linguagem utilizada deve ser isenta de qualquer conotao tendenciosa ou ambgua, de forma a evitar atitude

    defensiva e oposio.

    TIPOS DE PERGUNTAS USADAS EM QUESTIONRIO

    31. As perguntas podem ser abertas (Quadro 10) ou fechadas (ANEXO A EXEMPLO 3). Cada uma serve a um prposito e tm seus pros e contras.

    Quadro 8 Caractersticas das perguntas abertas e das fechadas

    Pergunta aberta Pergunta fechada

    Permite que o pesquisado use suas prprias palavras, o que

    pode trazer informao adicional

    Restringe a resposta s formulaes do elaborador do

    questionrio

    Mais apropriada para explorar a diversidade de idias e de

    opinies

    Mais apropriada para colher fatos e dados numricos

    Pode ser analisada por meio de criao de categorias e

    posterior codificao

    Permite usar ampla variedade de tcnicas de anlise

    quantitativa de dados

    Exige menor tempo de elaborao Exige maior tempo de elaborao para evitar vieses, mal

    entendidos, reducionismo

    Trabalhosa para responder. A resposta pode no representar

    bem o pensamento do pesquisado com baixo nvel de

    escolaridade

    Fcil de responder.

    O processo de codificao e anlise d margem introduo

    de vieses do pesquisador

    -

    Demanda anlise trabalhosa Normalmente, a anlise menos trabalhosa do que a das

    respostas a perguntas abertas

    32. As perguntas fechadas podem permitir resposta nica (ANEXO A EXEMPLO 3) ou mltipla (ANEXO A EXEMPLO 8). Em perguntas de resposta nica, possvel usar escalas. As mais usadas em Anop no TCU so as escalas tipo Likert, perguntas com escalas diversas e o diferenciador

    semntico.

    32.1 A escala de tipo Likert usada para medir o grau de concordncia ou discordncia do pesquisado sobre determinada afirmao acerca de uma situao, atitude, crena, juzo de

    valor (ANEXO A EXEMPLO 4).

    32.2 Na escala de diferenciador semntico, solicita-se que o pesquisado se posicione em uma escala que relaciona duas palavras de significado semntico oposto nos extremos (ANEXO

    A EXEMPLO 9).

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 17

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    32.3 Os questionrios aplicados em Anop incluem com frequencia perguntas que usam escalas. Escalas so usadas para investigar as atitudes dos pesquisados. Ao usar escalas, formule

    nveis equilibrados, isto , no formule mais nveis de um tipo que de outro (discordncia ou

    concordncia). Inclua a opo equivalente a no aplicvel ou no sei, se for o caso. Inclua o ponto neutro, que no expressa discordncia nem concordncia, se a situao exigir.

    Pode ser que o ponto neutro no seja uma resposta conveniente para a auditoria, mas o fato

    que muito provavelmente existam pesquisados com essa opinio. A omisso do ponto neutro

    quando ele possvel de ocorrer pode trazer vis para as respostas e para as anlises.

    Usualmente, atribui-se um nmero a cada opo da escala e calcula-se a mdia das respostas.

    Assim, possvel ordenar os diferentes itens julgados pelos pesquisados (ANEXO A EXEMPLO 4).

    32.4 Escalas desequilibradas so usadas quando respostas negativas no so possveis. As respostas progridem a partir de um ponto de referncia, usualmente zero ou nenhum. o

    caso dos dois primeiros exemplos do Quadro 9 (GAO, 1991, p. 27).

    Quadro 9 Exemplos de escalas usadas em questionrios de Anop

    33. Outro tipo de pergunta a de ordenao, que tem a particularidade de fornecer mais informao do que simplesmente um rol de respostas, pois classifica os itens (ANEXO A EXEMPLO10). A ordenao apresentada no significa que os itens estejam separados pela mesma distncia. Esta pode

    ser um tipo de pergunta mais difcil para o pesquisado responder, especialmente em caso de haver

    muitas opes. Sendo assim, d instrues claras de preenchimento e, se possvel, pea para marcar

    os itens mais importantes (os trs mais importantes, por exemplo) (NAO, 1999). Uma alternativa

    quando se tem muitos itens reformular a pergunta de ordenao como vrias perguntas de escala, e

    orden-las posteriormente, como descrito no pargrafo 32.3 (GAO, 1991, p. 29).

    Nunca, poucas vezes, muitas vezes, sempre

    No atuante, pouco atuante, atuante, muito atuante

    Pssimo, ruim, regular, bom, timo

    Muito rpido, rpido, normal, demorado, muito demorado

    Piorou muito, piorou, ficou inalterado, melhorou, melhorou muito

    Muito satisfeito, satisfeito, nem satisfeito nem insatisfeito, insatisfeito, muito insatisfeito

    Aumento da incidncia, incidncia inalterada, reduo da incidncia

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 18

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    ESTRUTURA E FORMATAO DO QUESTIONRIO

    34. Em especial questionrios que devem ser preenchidos pelo pesquisado devem apresentar formatao e estrutura claras e atrativas, o que se justifica pelas seguintes razes:

    34.1 elevar taxas de resposta;

    34.2 facilitar a aplicao do questionrio pelo pesquisador;

    34.3 padronizar comportamento dos pesquisadores;

    34.4 favorecer a correo dos registros das informaes.

    Estrutura

    35. A estrutura do questionrio refere-se ordenao de seus elementos, principalmente ordem em que as perguntas so apresentadas no formulrio. Os questionrios so compostos das seguintes partes:

    35.1 Mensagem explicativa: inicie o questionrio com informaes sobre a (1) motivao e os (2) objetivos da pesquisa, (3) como os dados sero usados (garantia de que o respondente no ser identificado), (4) quem deve responder o questionrio (por exemplo, em questionrio enviado para hospitais, o chefe do setor de radiologia), bem como o (5) contato com a equipe em caso de dvida (ANEXO A EXEMPLO 6).

    35.2 Instruo sobre como enviar resposta ao questionrio: quando a pesquisa postal, necessrio fornecer instrues precisas sobre como a resposta deve ser encaminhada. Deve tambm ser enviado envelope resposta pr-pago para os pesquisados. O TCU tem contrato com os correios que permite esse tipo de correspondncia (ANEXO A EXEMPLO 7).

    35.3 Formulrio de perguntas: esta parte do questionrio corresponde ao rol de perguntas a ser respondidas.

    35.4 Agradecimento: corresponde a uma simples declarao do tipo Obrigado por sua colaborao ao final do questionrio. Objetiva reconhecer a ateno e o esforo do pesquisado em responder a pesquisa.

    36. No formulrio, as perguntas devem ser agrupadas em sees, por tema. Estrutura-se o questionrio do geral para o especfico, do menos pessoal para o mais delicado e pessoal. Esta estrutura aplica-se ordenao dos temas no questionrio e ordenao das perguntas no tema (GNTHER, 2003).

    36.1 Inicia-se o questionrio pelos temas que no abordam diretamente o problema.

    36.2 Em seguida, passa-se a perguntas referidas ao tema, mas em termos gerais.

    36.3 Em terceiro lugar, so apresentadas as perguntas que formam o ncleo do questionrio, as mais complexas e mais emocionais. Nesse ponto, espera-se que o pesquisado esteja mais envolvido com o tema.

    36.4 Na ltima parte, recomenda-se formular uma pergunta aberta que deixe o pesquisado livre para abordar algum ponto que no tenha sido coberto pelas perguntas fechadas (Quadro 11 exemplo 2). Por fim, pode ser formulada pergunta sobre telefone ou endereo eletrnico de contato para posterior confirmao de respostas e envio do resultado da pesquisa.

    Ateno

    Somente pea dados socioeconmicos se realmente for analis-los e se so importantes para responder alguma questo de auditoria.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 19

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Quadro 10 - Exemplo de pergunta sobre contato

    37. Procure agrupar perguntas direcionadas para apenas um subgrupo dos pesquisados de forma a evitar

    necessidade de que o pesquisado tenha que pular perguntas, obedecendo a comandos do tipo se ....

    ento v para a pergunta .... O roteamento funciona melhor quando o questionrio aplicado por

    pesquisadores ou por meio eletrnico que automatize o roteamento (NAO, 1999).

    Formatao

    38. Entre os cuidados de formatao que devem ser observados, citam-se:

    38.1 Procure manter o questionrio com at 4 pginas, mas no sacrifique a clareza e o objetivo

    da auditoria em razo do espao. Especialistas e gestores interessados no tema podem manter

    o interesse em responder questionrios mais longos.

    38.2 Numere as pginas do questionrio e as perguntas.

    38.3 Use tipos e tamanhos diferentes de fontes para propsitos diferentes.

    38.4 Procure registrar as opes das perguntas na vertical e no na horizontal.

    38.5 Evite continuar uma pergunta em outra coluna ou pgina porque a parte final pode escapar

    ao pesquisado.

    38.6 No caso de questionrios longos e que sero digitados por prestadores de servio

    especializados, pode ser necessrio discutir a formatao que facilite a digitao. Maiores

    detalhes sobre formatao podem ser encontrados em IPEA (2005).

    Em 2009, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou a alocao, o uso e a

    manuteno de mamgrafos disponveis para o SUS (TC 011.587/2009-1). A

    informao sobre o contato dos pesquisados foi muito importante porque cerca de

    15% dos repondentes foram entrevistados complementarmente por telefone para

    esclarecer dados sobre os quais havia indcio de erro.

    9. Por favor, informe nos campos abaixo um endereo de e-mail e um telefone para

    possvel contato sobre as informaes desta pesquisa

    E-mail: ______________________________

    Telefone: ____________________________

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 20

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    COMO ANALISAR AS RESPOSTAS

    39. A anlise das respostas aos questionrios pode ser realizada com grande liberdade na escolha de

    tcnicas. Dessa forma, a equipe deve consultar a literatura especfica de cada tcnica. Esta seo

    trata de providncias gerais de organizao e anlise preliminar que podem ser usadas em conjunto

    com qualquer tcnica de anlise.

    Planejamento da anlise

    40. A anlise dos questionrios precisa ser planejada. Os tipos de variveis investigadas influenciam as

    possveis tcnicas de anlise que podero ser usadas. Sendo assim, na fase de planejamento, devem

    ser definidas as tcnicas de anlise que sero aplicadas, de forma a obter evidncias para responder

    as questes de auditoria. Na prtica, o processo interativo. As perguntas so formuladas,

    verificam-se quais tcnicas podem ser aplicadas para o tipo de varivel analisada e que tipo de

    informao a anlise produzir. Se a concluso for insatisfatria, as perguntas so reformuladas para

    permitir aplicar a tcnica que produzir a informao desejada. Esse processo inclui verificar se a

    equipe possui as competncias necessrias para aplicar as tcnicas e se os recursos disponveis so

    suficientes (como software adequado, por exemplo). Caso negativo, necessrio solicitar apoio

    tcnico e novos recursos ou reformular o projeto de auditoria.

    Codificao

    41. A codificao a tarefa de atribuir nmeros s variveis e aos valores que estas possam assumir

    dentro da faixa de variao (COHEN; FRANCO, 1993). Esses cdigos que so usados na prtica

    quando aplicadas certas tcnicas de anlise de dados. Assim, a codificao tambm deve ser

    planejada. Por exemplo, crie cdigos para diferenciar desconhecimento da resposta (9999) da falta

    de resposta para a pergunta (99).

    42. Outra providncia de codificao refere-se quela necessria anlise de perguntas abertas com

    resposta textual. Com frequncia, a ltima questo do questionrio aberta e tem por finalidade

    deixar o pesquisado expressar opinio sobre algum ponto no abordado pelo questionrio ou

    apresentar sugestes de melhoria. Isso feito porque normalmente as perguntas so fechadas e

    deixam pouco espao para a expresso desse tipo de informao. A codificao das respostas s

    perguntas abertas realizada aps o recebimento dos questionrios, ao contrrio da codificao das

    perguntas fechadas.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 21

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Quadro 11 - Exemplos de codificao de varivel

    Anlise de consistncia das variveis

    43. Aps a tabulao, os valores registrados devem ser testados para verificar se se encontram na faixa

    de variao possvel e so consistentes entre si (COHEN, FRANCO, 1993). A anlise de

    consistncia pode revelar mal entendidos na formulao da pergunta (Quadro 7), marcaes

    invlidas (marcao de duas opes, quando caberia apenas uma; marcao de X quando o

    solicitado era preenchimento de informao numrica, por exemplo), concentrao de no-resposta

    em alguma pergunta.

    44. Quando as respostas so digitadas a partir de um questionrio respondido, 10% dos dados so

    conferidos. Caso sejam encontrados erros de digitao, o percentual de questionrios a ser

    conferidos deve ser aumentado. A anlise de consistncia envolve calcular estatsticas descritivas,

    como valores mximo e mnimo, mdia e desvio padro, bem como elaborar grficos, como o box-

    plot, para identificar observaes estranhas, fora do esperado e que devem ser investigadas. Esses

    valores podem representar variveis de unidades de pesquisa de fato destoantes ou podem significar

    erros de digitao ou de prestao de informao. A consistncia entre as variveis pode ser

    verificada, por exemplo, pela construo de tabelas que cruzem os respectivos dados e pelo

    confronto de estatsticas descritivas e propores. Esses dados podem ser analisados em confronto

    com uma teoria ou comportamento hipottico esperado.

    Exemplo 1 varivel numrica Pode haver perda significativa de informao caso seja formulada pergunta fechada no

    questionrio e a equipe no tenha dados suficientes sobre a possvel faixa de variao

    da varivel. Nesse caso, a equipe pode elaborar uma pergunta aberta no questionrio.

    Posteriormente, quando da tabulao dos dados, e conforme a tcnica de anlise a ser

    usada, possvel codificar as respostas e elaborar uma escala formada por faixas de

    variao.

    Exemplo 2 varivel textual

    Em 2009, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou a alocao, o uso e a

    manuteno de mamgrafos disponveis para o SUS (TC 011.587/2009-1). Foi

    elaborada a seguinte pergunta para gestores de unidades de sade onde havia

    mamgrafo registrado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade CNES.

    10. Caso ache necessrio, utilize o espao abaixo para discorrer sobre algum ponto que

    no tenha sido abordado pelo questionrio, ou ento opinar acerca dos fatores que

    possam contribuir para aumentar o nmero de mamografias realizadas pelo Sistema

    nico de Sade:

    Foram digitadas respostas de 42 gestores, de total de 249 respondentes, que fizeram

    comentrios substantivos sobre o tema da auditoria. As respostas foram classificadas

    em 6 categorias de anlise. As manifestaes serviram para interpretar as evidncias

    quantitativas, decorrentes da tabulao das respostas s perguntas fechadas, e, em

    alguns casos, foram transcritas no relatrio como evidncia e ilustrao. Categorias: 1)

    atualizao do CNES; 2) treinamento de pessoal; 3) manuteno de equipamentos; 4)

    processadora de filmes; 5) teto financeiro; 6) estrutura fsica.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 22

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Teste da coerncia entre populao e amostra

    45. Na quase totalidade das pesquisas realizadas pelo TCU, so enviados questionrios para todas as unidades de pesquisa da populao ou para uma amostra delas, com prazo para resposta. O

    percentual de pesquisados que respondem pesquisa no prazo depende de vrios fatores, entre os

    quais: a possibilidade de entrar em contato direto com os pesquisados para insistir na resposta, a

    natureza da unidade pesquisada (se jurisdicionada ao TCU ou no), a localizao geogrfica dos

    pesquisados, a qualidade do cadastro de endereos e outros. Nos exemplos apresentados nos quadros

    2 a 6, a taxa de resposta variou de 44,5 a 100%.

    46. O fato que as anlises so realizadas sobre as respostas obtidas, que nem sempre correspondem a uma amostra aleatria e representativa da populao. Os respondentes podem ser aqueles com

    opinies mais extremadas ou que so mais interessados no tema. Dessa forma, podem no refletir a

    populao (NAO, 1999).

    47. Sendo assim, necessrio fazer algumas anlises para verificar se os respondentes guardam alguma correspondncia com a populao. Isso no garante que a amostra no seja enviesada, mas informa

    ao leitor do relatrio sobre a qualidade dos dados obtidos.

    48. O teste qui-quadrado permite testar se a distribuio dos respondentes segundo certa varivel (sexo, localizao geogrfica, renda, escolaridade) corresponde distribuio da populao segundo essa

    mesma varivel. Caso essa hiptese no seja rejeitada, razovel concluir que a amostra

    representativa da populao (ANEXO A EXEMPLO 12).

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 23

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    APNDICE A PROCEDIMENTOS PARA USO DE PESQUISA EM AUDITORIAS

    1. definir populao alvo e meio de aplicao

    2. elaborar as perguntas para testar as hipteses formuladas na fase de planejamento ou descrever como se desenvolvem processos ou como se caracteriza certa situao

    3. selecionar pesquisados

    4. testar questionrio com especialistas e colegas

    5. ajustar questionrio

    6. codificar respostas s perguntas fechadas

    7. pilotar aplicao do questionrio e sua anlise

    8. ajustar o questionrio, conforme indicado no piloto

    9. avisar os pesquisados que recebero o questionrio

    10. treinar aplicadores, se for o caso

    11. aplicar/enviar questionrios

    12. relembrar ou enviar questionrios pela segunda vez para no-respondentes

    13. digitar respostas

    14. codificar respostas s perguntas abertas

    15. fazer primeira tabulao e anlise de consistncia das respostas

    16. conferir com pesquisados algumas informaes-chave, se for o caso

    17. analisar possveis padres da no-resposta

    18. analisar dados (relao entre variveis, caracterizao de situaes ou grupos de pesquisados)

    19. enviar aos pesquisados o resultado da auditoria

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 24

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    ANEXO A EXEMPLOS

    Exemplo 1 - Marque um X na coluna correspondente a sua avaliao sobre a disponibilidade dos

    seguintes equipamentos em seu posto de vigilncia.

    Itens a serem avaliados No

    existe

    Existe, mas

    no

    satisfatrio

    Existe, e

    satisfatrio

    No se

    aplica*

    No

    sei

    1. Veculos para as atividades de fiscalizao

    2. rea que permita isolamento e segregao de cargas para tratamento fitossanitrio

    3. rea que permita isolamento e segregao de cargas perigosas

    4. Laboratrio para exame bsico de mercadorias

    5. Local e equipamento de recebimento e isolamento de animais

    6. Pedilvios

    7. Rodolvios

    8. Incineradores para destruio de produtos agropecurios em situao de risco

    9. Cmaras de expurgo (fumigao)

    10. Detector de material orgnico

    11. Ambiente climatizado para inspees de mercadorias

    12. Equipamentos de informtica que permitam acesso ao SISCOMEX

    *Assinale esta opo caso o equipamento no seja necessrio em seu posto. Por exemplo, caso seu posto

    no fiscalize trnsito de animais vivos, o item 4 no se aplica.

    Fonte: adaptado do TC 012.488/2005-5.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 25

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 2 - Preencha o quadro abaixo com o nmero total de equipamentos de diagnstico por imagem

    existente no seu estabelecimento de sade e o nmero, desse total de equipamentos, que esto em

    funcionamento:

    Equipamentos de radiologia de TODAS as unidades do estabelecimento

    de sade

    Nmero total

    de

    equipamentos

    existentes

    Nmero de

    equipamentos

    em

    funcionamento

    Mamgrafo com comando simples

    Mamgrafo com estereotaxia

    Tomgrafo computadorizado

    Ressonncia magntica

    RX Mveis

    RX Fixos

    Raio X telecomandado (com fluoroscopia, contrastado, escopia)

    Raio X para densitometria ssea (densitmetro)

    Ultrassom Doppler colorido

    Ultrassom ecgrafo

    Fonte: adaptado do TC 011.587/2009-1

    Exemplo 3 Qual a carga horria do curso de aperfeioamento para professores do qual voc participou em 2005?

    igual ou inferior a 80 horas

    entre 80 e 120 horas

    igual ou superior a 120 horas

    no sei

    no participei de curso em 2005

    Fonte: adaptado do TC 012.485/2005-3

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 26

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 4 Marque um X na coluna correspondente ao seu grau de concordncia ou discordncia com as afirmaes abaixo sobre o planejamento, a qualidade e o contedo do curso/evento de capacitao do

    qual voc participou.

    Afirmaes

    Discordo

    totalmente Discordo

    Nem

    concordo

    nem

    discordo

    Concordo Concordo

    totalmente No sei

    1 2 3 4 5

    O curso/evento ocorreu em local prximo ou

    de fcil acesso para mim

    Na poca da seleo, eu conhecia os critrios

    que seriam usados para selecionar quem iria

    participar do curso

    Antes de iniciar o curso, eu j conhecia seu

    programa

    Participei do curso por minha prpria vontade

    e iniciativa, sem imposio da minha escola

    ou da Secretaria de Educao

    Houve controle da freqncia dos treinandos

    que participaram do curso

    A freqncia foi um critrio utilizado na

    avaliao dos alunos do curso

    Os instrutores demonstraram ter

    conhecimento sobre o contedo da disciplina

    que estavam ministrando

    Os instrutores demonstraram ter boa didtica

    nas exposies em sala de aula

    Fonte: adaptado do TC 012.485/2005-3

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 27

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 5 Mensagem de aviso sobre encaminhamento da pesquisa.

    Senhor Secretrio,

    Comunico a Vossa Senhoria que o Tribunal de Contas da Unio TCU est realizando, por solicitao do Congresso Nacional, auditoria operacional com o objetivo de avaliar a alocao, uso e

    manuteno de mamgrafos e outros equipamentos de radiodiagnstico disponveis para o SUS. Um dos

    objetivos do trabalho o conhecimento do panorama nacional da distribuio e funcionamento desses

    equipamentos.

    Para isso, estamos realizando pesquisa com os estabelecimentos de sade pblicos que

    possuem equipamentos de mamografia. Assim sendo, unidades de sade sob a gesto dessa Secretaria

    recebero questionrios, via postal, para a obteno das informaes necessrias.

    Tendo em vista o cronograma estabelecido para realizao da auditoria, solicito a gentileza

    de instruir os dirigentes das unidades sob gesto de Vossa Senhoria, e chefes dos servios de radiologia

    respectivos, a enviar a resposta at o dia 10 de setembro de 2009.

    O preenchimento com informaes fidedignas muito importante, pois a qualidade dos

    resultados desta pesquisa depende das respostas das unidades de sade.

    Nesse sentido, agradeo, antecipadamente, a colaborao que for prestada para o envio das

    respostas pesquisa.

    Contatos adicionais podero ser feitos com a coordenadora da auditoria, nome do(a) auditor(a), mediante o telefone (61) 3316-5463, ou nome do(a) auditor(a) (61) 3316-5132 ou endereo eletrnico [email protected] .

    Atenciosamente,

    Nome do titular da Unidade

    Secretrio 4 Secex

    Fonte: adaptado do TC 011.587/2009-1

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 28

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 6 Mensagem explicativa para o pesquisado.

    Sr.(a). Responsvel Tcnico,

    O Tribunal de Contas da Unio est realizando auditoria operacional na Poltica de Garantia de

    Preos Mnimos PGPM. O foco do presente trabalho o processo de armazenamento dos produtos agrcolas adquiridos pela Conab. O objetivo principal analisar o processo de armazenagem de produtos,

    para, em conjunto com a Conab, propor melhorias na execuo da PGPM.

    Tendo em vista que o armazenamento dos produtos de essencial importncia para a PGPM, este

    questionrio foi enviado a todos os armazns prprios da Conab, a fim de colher informaes e opinies

    acerca dos temas abordados a seguir.

    Ressaltamos que as respostas dadas a esse questionrio so sigilosas. Os dados coletados sero

    tratados em conjunto. O desconhecimento das respostas de algumas questes no inviabiliza o

    preenchimento das demais. Se houver alguma dvida, por favor, entre em contato com nome do(a) auditor(a), supervisor da auditoria, ou nome do(a) auditor(a), coordenador, pelo telefone 61-3316.7898 ou pelo e-mail [email protected].

    Sua contribuio de grande importncia para o sucesso dos trabalhos e para a melhoria do

    processo de armazenamento de estoques pblicos. Desde j, agradecemos sua participao.

    Nome do titular da Unidade

    Secretrio de Fiscalizao e Avaliao de Programas de Governo Seprog Tribunal de Contas da Unio TCU

    Fonte: adaptado do TC 009.789/2009-0

    Exemplo 7 Instruo para resposta ao questionrio.

    Fonte: adaptado do TC 011.587/2009-1

    INSTRUO PARA ENVIO DE RESPOSTA

    Aps preencher o questionrio, por favor, envie-o pelos Correios usando o envelope pr-pago que o

    acompanha.

    Caso preferir, possvel escanear o questionrio respondido e enviar para o seguinte endereo

    eletrnico [email protected]

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 29

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 8 Indique os critrios de prioridade usados pelo municpio para seleo de famlias beneficirias de programas de melhoria habitacional voltados populao de baixa renda. (admite mais

    de uma resposta)

    1. Chefe de famlia mulher

    2. Idosos na famlia

    3. Pessoas com deficincia na famlia

    4. Renda per capita da famlia

    5. Nmero de dependentes na famlia

    6. Caracterstica tnico/racial do chefe da famlia

    7. Famlias residentes em reas de risco

    8. Famlias residentes em reas de degradao ou proteo ambiental

    9. Famlias residentes em reas insalubres

    10. Famlias que habitam domiclios rsticos ou improvisados

    11. Tempo de residncia da famlia no municpio

    12. Outros critrios

    Fonte: adaptado do TC 012.278/2003-1

    Exemplo 9 Marque um X na coluna correspondente ao grau de dificuldade que o municpio enfrenta para executar cada etapa do programa de tratamento de resduos slidos urbanos.

    Etapa

    Muito

    fcil

    1

    2 3 4 Muito difcil

    5

    Cumprimento pelo municpio das condies para participar

    do programa

    Processo para o licenciamento ambiental

    Obteno de terreno para implantao de aterro sanitrio

    Elaborao do projeto pelo municpio

    Execuo das obras pelo municpio

    Operacionalizao do aterro pelo municpio

    Manuteno do aterro pelo municpio (inclusive

    equipamentos)

    Cumprimento de contrapartidas pelos municpios

    Articulao com o Programa Sade da Famlia

    Articulao com o Programa Agentes Comunitrios de

    Sade

    Descontinuidade administrativa (troca de gesto

    municipal)

    Sustentabilidade econmica-financeira do aterro sanitrio

    Sustentabilidade tcnica-operacional do aterro sanitrio

    Controle social

    Fonte: adaptado do TC 004.987/2006-9

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 30

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 10 Numere de 1 a 5, do mais importante para o menos importante, os cinco fatores que mais

    contriburam para que vos tenham atrasado por mais de 30 minutos no seu aeroporto em 2007. Responda

    apenas considerando a situao operacional nesse aeroporto (por exemplo, no considere o fato de o vo

    j ter chegado atrasado a esse aeroporto).

    ( ) Manuteno no prevista de aeronaves

    ( ) Ptio de estacionamento de aeronaves

    ( ) Meio-fio de embarque

    ( ) Sala de embarque

    ( ) Balces de check-in

    ( ) rea de desembarque e esteiras de restituio de bagagem

    ( ) Meio-fio de desembarque

    ( ) Controle de passaportes

    ( ) Alfndega

    ( ) Controle de trfego areo

    ( ) Meteorologia

    ( ) Problemas operacionais das empresas

    Fonte: adaptado do TC 014.799/2007-0

    Exemplo 11 Marque um X na opo correspondente informao correta sobre o responsvel pela

    famlia:

    A - Sexo

    Homem

    Mulher

    B Idade

    at 25 anos

    entre 26 e 30 anos

    entre 31 e 40 anos

    entre 41 e 50 anos

    entre 51 e 65 anos

    acima de 65 anos

    C Escolaridade

    At a 3 srie do 1 Grau

    Da 3 srie a 7 do 1 Grau

    1 Grau completo

    2 Grau incompleto

    2 Grau completo

    Superior incompleto

    Superior completo

    Fonte: adaptado do TC 012.278/2003-1

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 31

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    Exemplo 12 Em 2009, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) avaliou a alocao, o uso e a manuteno

    de mamgrafos disponveis para o SUS (TC 011.587/2009-1). Entre os procedimentos de coleta de dados

    usados, foram enviados 420 questionrios para os estabelecimentos pblicos de sade que figuravam no

    Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade CNES como possuidores de mamgrafos. A pesquisa

    foi respondida por 249 estabelecimentos. A equipe usou o teste qui-quadrado (STEVENSON, 1981) para

    verificar se a distribuio dos estabelecimentos respondentes por Regio seguia a distribuio dos

    estabelecimentos no CNES. A hiptese foi aceita. Sendo assim, sups-se que a amostra dos respondentes

    era representativa dos estabelecimentos cadastrados.

    Vale lembrar que a distribuio amostral poderia ter sido classificada segundo outras variveis e

    testada em confronto com a distribuio da populao. Entre as variveis que poderiam ter sido usadas,

    citam-se: tamanho dos estabelecimentos (em nmero de leitos, por exemplo), natureza do estabelecimento

    (beneficiente, administrao direta, administrao indireta), tipo de estabelecimento (hospital geral,

    centro de sade, policlnica, clnica especializada), esfera administrativa (federal, estadual, municipal,

    privada) e outras variveis disponveis no CNES.

    Para testar a hiptese de que a distribuio amostral segue a distribuio da populao, foram

    seguidos os seguintes passos, usando o excel, conforme registrado na Tabela E:

    1 Foi calculada a estatstica de teste (somatrio da ltima coluna da Tabela E) = 0,2273.

    2 Calculou-se o grau de liberdade da distribuio qui-quadrado a ser usada da seguinte forma: (L-1)*(C-

    1) = (5-1)*(2-1) = 4, onde L o nmero de classes segundo a qual os dados esto distribudos (5 Regies)

    e C o nmero de distribuies que esto sendo comparadas (respondentes e cadastrados).

    3 Foi obtido o valor da estatstica qui-quadrado (tabelada) no excel para 95% de confiana e 4 graus de

    liberdade usando a seguinte funo: =inv.qui(0,05;4) , que resultou 9,4877.

    4 Como a estatstica tabelada maior do que a estatstica de teste, aceita-se a hiptese de que as

    respondentes e cadastrados seguem a mesma distribuio por Regio.

    Tabela E - Nmero de estabelecimentos de sade pblicos que responderam a pesquisa e estabelecimentos possuidores de

    mamgrafos, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade CNES em abril de 2009, por estado

    Regio Respondentes Cadastrados no

    CNES

    Frequencia

    relativa dos

    respondentes %

    (O)

    Frequencia relativa

    dos cadastrados no

    CNES % (E)

    Estatstica de

    teste

    (O-E)^2/E

    Norte 16 27 6,43 6,43 0,0000

    Nordeste 50 88 20,08 20,95 0,0363

    Centro Oeste 17 33 6,83 7,86 0,1350

    Sudeste 144 236 57,83 56,19 0,0479

    Sul 22 36 8,84 8,57 0,0081

    Total 249 420 100 100 0,2273

    Nota: no foram considerados o Distrito Federal e o Amazonas porque todos os estabelecimentos de sade possuidores de

    mamgrafos foram pesquisados em teste piloto

    Fonte: adaptado do TC 011.587/2009-1

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO 32

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xliii n. 10 18/ maio 2010

    \\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\srv-UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

    REFERNCIAS

    BRASIL. Tribunal de Contas da Unio. Tcnicas de amostragem para auditorias. Braslia: TCU, 2002.

    ______. Manual de auditoria operacional. Braslia: TCU, 2010.

    COHEN, Ernesto; FRANCO, Rolando. Avaliao de projetos sociais. Petrpolis: Vozes, 1993.

    FREITAS, H.; OLIVEIRA, M.; SACCOL, A.Z.; MOSCAROLA, J. O mtodo de pesquisa survey.

    Revista de Administrao, So Paulo, v.35, n.3, p.105-112, jul./set. 2000.

    GENERAL Accounting Office . Using structured interviewing techniques. Washington: GAO, 1991.

    GNTHER, Hartmut. Como elaborar um questionrio Braslia: UnB, Laboratrio de Psicologia

    Ambiental, 2003. (Planejamento de Pesquisa nas Cincias Sociais, n. 1)

    INTERNATIONAL Organization of Supreme Audit Institutions. Implementation Guidelines for

    Performance Auditing (ISSAI 3000). Viena: Intosai, 2004. Disponvel em:

    . Acesso em: 8 set. 2008.

    LDKE, Hermengarda A.; ANDR, Marli E. A. Pesquisa em educao: abordagens qualitativas. So

    Paulo: EPU, 1986.

    MEDEIROS, Marcelo. Questionrios: recomendaes para formatao. Braslia: IPEA, janeiro de 2005.

    (Texto para Discusso, n. 1063)

    NATIONAL Audit Office. Taking a survey. London: NAO, 1999.

    RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: mtodos e tcnicas. So Paulo: Atlas, 1999.

    STEVENSON, W.J. Estatstica aplicada administrao. So Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981.

    NOTAS EXPLICATIVAS

    1 Este documento trata de pesquisa, que uma metodologia de coleta de dados conhecida na literaturatura em ingls por

    survey. Em textos em portugus, possvel encontrar autores que no traduzem a expresso e outros que usam pesquisa survey

    ou levantamento para designar a mesma metodologia.