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I Curso de Uao eSIL. J.8.da

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Curso Uso e Manejo da Irrigação,'

.MANEJO E CONTROLE

DEPLANTAS DANINHAS

.EM AREAS IRRIGAOAS

III TtCNICAS DE APLICAÇ~OTERRESTRE. DE HERBICIDAS

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TECIVICAS DE-APLICACAO.,

·TERRESTREDE HERB/C/DAS

( INTRODUÇÃO::Jo conhecimento dos equipamentos

e métodos usados na aplicação terrestrede herbicidas permite ao usuário a esco-lha do melhor equipamento e do méto-do mais viável para a aplicação do pro-duto escolhido. O desconhecimento dealgumas noções básicas de aplicação ter-restre de herbicida: tem ocasionado

, erros e inúmeros problemas de natureza. técnica, econômica e ambienta/o NosEstados Unidos, onde os aplica dores de

!lEngÇ Agr<?,Ph.D, Pcsquisador/EMBRAPA/CNPMS

.Caix2 PostallSl - 37.500 - Sete Lagoas-MG

João Baptista da Silva 1L

herbicidas são treinados e licenciados, aaplicação imprópria, de hcrbicidas repre-senta para os produtores um pcrjuizofinanceiro anual da ordem de USS30milhões. O presente trabalho dá aosprodutores rurais uma sintese de tudoque é indispensável conhecer sobre osmétodos de aplicação terrestre de herbi-cidas, e o funcionamento e calibragemdos aspersores (pulverizadores). Procu-ra-se com isso melhorar a eficiência dasaplicações de herbicidas nas diversas cir-custâncias em que elas são feitas, e, des-sa maneira, diminuir os prejuizos veri-ficados.

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Ml:rODOS DE APLICAÇÃODE HERB1C10AS

I...

Com exceção dos produtos granula-dos, os herbicidas são aplicados na for-ma de aspersão ou pulverização que ébasicamente o fracionamento de um lí-quido em gotículas e a sua distribuição

',óe uma forma homogênea sobre o alvo'que se quer atingir. Com relação ao-alvo, as aplicações terrestres de herblcí-das podem ser separadas em dois grupos:

PRÉ-EMERGENTES

A pulverização é realizada sobre osolo nu, antes da emergência das plantasdaninhas, e, geralmente, antes da emer-gência da própria cultura.

PÓS-EMERGENTES

A pulverização é feita sobre as' fo-lhas das plantas daninhas. Como alvo'biológico são aplantas daninhas emergi-das, os produtos aqui usados podem atémesmo não apresentar ação residual, fi- 'cando desativados ao contato com osolo.

As aplicações pré-emergentes deherbícidas podem ainda ser subdivididasem dois tipos: pré-plantio incorporadoe pré-ernergência propriamente dita.

Nas aplicações de pré-plantio incor-porado, o alvo é o solo, nias os herbici-das são misturados com a terra, através

! ' de uma operação mecânica [untocom a

~( •.~... '~

'\-

"pulverização, visando proteger o produ- ,to contra perdas por volatilidade e Ol"', "

fotodecornposíção ou colocá-Io em urr r-~II ' , I \ ,.. <me ror posição no 50 o para sua ação, .»:

O melhor exemplo de incorporação de" ,:-herbicida ao solo, visando a protc J J,? 'contra perdas por volatilidade, é a apli- -cação de hcrbicídas do grupo dos tio-carbamatos c tiadiazinas (vcmolate, bu-tylate, EPTC etc), que são muito volã-teis e se perdem na atmosfera se pulve-rizados e deixados na superfície do solo.Neste caso, a pulverização deve ser feitaem solo seco e a incorporação deve serfeita concornitantemente ou 'imediata-mente após. Alguns herbicidas do grupodas dinitroanilinas e derivados do dini-trobenzeno (trif1uraJin, orizalin, pendi-methalin etc), têm muita dificuldadepara movimentar-se no solo. Como a

. ação deles depende de uma colocaçãoabaixo da superfície do solo, onde as se-mentes das plantas daninhas emitem aradícula do embrião, a incorporaçãoé um processo mecânico complementarde colocação do produto. A incorpora-ção no caso de dinitroanilinas, pn..ci-palmente o herbicida trif1uralin, protegetambém o produto contra perdas porfotodccomposição, já que esses herbici-das são passíveis de decomposição pe-los raios ultravioletas da luz solar.

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Fig. 1 - Capacidade de lixiviação do herbicidade acordá com a umidade do solo.

Sem chuvas, nem umidade

000.0 o 000 o o • Q o0°0°00 °00 o o. o o o.oo.o o o () o : o o o o o o o o o o o o

..Com umidade ou chuva normal

.°••• °°0.°0.00 0.0°0 •• 0 o0°0_ •• °00° 000°00

o o o o o o o o o • o • o 0°

~~. ~ooo.o .o.~ o~ 000 o 00000

00°. o. 00 0° o o o o o o o••• °0°0°;0:° 00 °00000

o o o o o o o o o

E>t 9 ;-~

Em solos arenosos, chuvastorrenciais tendem a arrastar o herbicída

pau as camadas inferiores do solo, fora da zonado icrminaÇão das infestantes, e na zona

.radicuw da cultura •.

A aplicação de pré-cmergência pro-priamente dita é aquela onde o herbici-da é espalhado uniformemente sobre asuperfície do solo e, por seus própriosmeios, desce no perfil do solo e se colo-ca na zona de ação. Esses produtos têmuma maior ou menor capacidade de lixi-viação e dependem da umidade do solo

.para seu movimento e ativação (Fig. 1).

.,

Podem-se incluir neste tipo de aplica.ções de pós-emergência precoce onde

'as plantas daninhas recern-cmergídassro pulverizadas com produtos que têmação sobre elas mas também sobre asque ainda n10 emergiram. A aplicaçãopré-ernergente de herbicida pode serfêita na' área total ou em faixas, acornpa-nhando a linha de plantio (Fig. 2) .

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Fig. 2 - Pré-emergência - métodos de aplicação para plantio.'

Aplicação Geral

• •Aplicação em Faixa

• • •

As aplicações pós-emergentes deherbicidas podem ser também subdivi-dida em dois tipos: pulverizações antesdo plantio e pulverizações pós-emergen-tes propriamente ditas. No primeirotipo. os casos mais freqüentes estão rela-cionados com o sistema de plantio dire-Ito onde as pulverização de pré-plantiode superfície (PPS) tem a' finalidade de

li

substltuír o preparo do solo. As aplica-ções pós-emergentes propriamente ditassão aquelas em que o herbicida é aplica-do sobre as folhas das plantas daninhasatingindo ou não a cultura presente.São muito freqüentes aqui os casos depulverizações pós-emergência dirigidasnas entrelinhas de culturas como o mi-lho e outras (Fig. 3).

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Fig.3 - Pós-emergência ": métodos de aplicação

FUNCIONAMENTO DOSPULVERIZADORES

A pulverização ou, mais propriamen-te, aspersão de herbicidas é fcita comequipamentos de muitos tipos e mode-los, denominados pulverizadores (asper-seres). O tipo de pulverizador, a capaci-dade e a fonte de potência são fatoresque dependem muito das dimensões daárea a ser pulverizada, do tempo dispo-nível para as pulverizações, do tipo deaplicação, da topografia e solo, da dispo.nibilidade ou não de tratores, da organi-zação da propriedade e do próprio po-

der aquisitivo do agricultor. Os pulveri-zadores de herbicida mais comuns, en-tretanto, são o pulverizador costal e ostratorizados, mais conhecidos como pul-verizadores de barra. São também usa-dos outros pulverizadores menos co-muns, entre eles, os pulverizadores detração animal.

PULVERIZADOR COST AL

O pulverizador costal manual temtido sua utilidade para a pulverização deherbicida em áreas pequenas, em faixa epulverização dirigida nas entrelinhas. Otipo de tanque mais comum é o de pc-lietileno, 'com capacidade para 20 ~_O

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Fig.4 - Pulverizador costa I (bomba de pistão).Fonte: Saad (s.d.).

Alnanca. de opcraçlo

/ Manguei,.

,//' Tubo de e:tlen<lt>Tanque

_--_Dico

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mecanismo de pressão é composto de ci-lindro, pistão, válvula e câmara de como.pensação. Geralmente os pulverizadorescostaís manuais possuem formato anatõ-mico e o mecanismo de pressão garanteuma pressão constante com menor bom-

.beamento (Fig. 4).Dependendo da pulverização que se

vai fazer, os pulverizadores costais ma-nuais podem ser equipados com diferen-tes tipos de bico e acessórios. Para a pul-verização de herbicidas podem ser usa-dos bicos de jato em leque (Quadro 1)ou- bicos d- impacto ou defletores (Qua-dro 2). Pode ser usada uma barra equi-.pada com dois bicos distanciados de50 em, para a pulverização em área to-tal; pode ser usado um bico de jato emleque uniforme (Tcejct 80,03 E, porexemplo) para pulverização em faixa so-bre a linha de plantio; ou ainda, um pro-tetor tipo chapéu para a pulverização di-rigida nas entrelinhas de culturas anuais,cafezais e pomares,

O rendimento de um pulverizadorcosta) manual depende muito do traba-lhador que o opera, da distância da fon-te de agua e da topografia do terreno.Pode-se, entretanto, considerar que, emmédia. um trabalhador pode pulverizarum ha/dia, se equipado com a -barra dedois bicos, Com um bico, a média caipara 0,5 ha (área total) ou permanece'em torno de ) ha plan tada (pulverização-ern faixa), A vazão varia com o passo dooperador mas, em média, os pulveriza-dores costais manuais apresentam umavazão em tomo de 400 Q/ha, Para cobrir

, um hectare, o trabalhador desloca o pul-verizador numa passada de aproximada-mente 3600 m/horas, caminha 20 km(um bico) ou 10 km (2 bicos) e esgotade 17 a 22 pulverizadores de 20 litros.

Deve-se dar preferência por bicos demenor vazão (Teejct 80.03 ou Albuzjacto APG 110 R), para que o trabalha-dor não tenha que transportar tantaágua (Fig. 5).

PULVERIZADORESTRATORaADOS DE BARRA

Pulverizadores de barra são asperso-res sem ventilação, onde as got ículasformadas nos bicos hidráulicos depen-dem do seu próprio impulso para deslo-carem-se até o alvo. A capacidade dotanque define se o pulverizador de barraé montado nos "três- pontos" do' tr arorou se são montados em carreta traciona-da pela "barra-de-tração" do trator. Co-mo o peso superior a 900 kg, aco pladona traseira de um trator, diminui consi-deravelmente sua dirigibilidadc, os pulovcrizudores de barra montados nos"três-pontos" são limitados a 600 2 decapacidade. As barras variam de 9 m a11,5 rn, contendo de 19 a 24 bicos hi-dráulicos de jato em leque (Fig. 6)_

Os pulverizadores de barra monta-dos em carreto são maiores, variando de2000 a 3000 2, equipados com barras de17 m ou mais, dotadas de dispositivospendulares para mantê-Ias paralelas aosolo. Neste tipo de pulverizador de bar-ra, o peso do 'tra tor é o limite de pesopara o pulverizador.

Nos pulverizadores tratorizados debarra. a regulagem da vazão aplicada pe-los bicos é feita por um sistema de va-

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--

I

QUADRO 1 - Bicos Hidr.iulicos Tipo leque (50 em de l.spaçamcnto na Barra) ..I Velocidade do Trator (krn/h)

Teejet Pressão Vazão,

do líquido do Bico 3 4 5 6I

Série 80 Série 110 kgfcm2 p.s.i. m~min. Vazão do Pulvcr izador (~/ha)-;

. \ "'-: , 1.4 20 530 212 159 127 106.i-> '80.02 11002 2.1 30 643 257 193 154 1292.8 40 757 303 227 182 1511.4 20 795 318 239 191 159

8003 11003 2.1 30 984 394 295 136 1972.8 40 1.136 454 341 273 2271.4 20 1.060 424 318 254 212

8004 11004 2.1 30 1.325 530 398 318 2652,8 40 1.514 606 454 363 3031.4 20 1.590 636 477 3[2 318

8006 11006 2.1 30 1.968 787 590 472 3942.8 40 -2.271 908 681 545 454

Pressão VazãoVelocidade do Trator (krn/h)

Albuz Jactodo Líquido do Bico 3 4 5 6

BicoReferência

kgfcml m2Jmin. Vazão do Pulverizador (2(111)Cor p.sJ

Amarelo2,1 30 495 200 150 120 100

APG 110 J 3.2 45 605 240 180 145 120(jaune) 4.2 60 700 280 210 170 140

laranja2,1 30 700 280 210 110

I140

APG 1100 3,2 45 855 340 160 205 170(orange) 4.2 60 990 395· 295 240 100

; 2.1 30 990 395 295. 240 I 200APG 100 R Vermelho 3,2 45 1.210 485 365 290 240. (rouge) 4.2 60 10400 560 420 335 280

2,1 30 1.400 560 420

I335 280

APG 110 V Verde 3,2 45 1.710 685 515 410 340( vert) 4,2 60 1.980 790 595 475. 395 ~-"-- ;

-L-

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· zão constante, rnatendo-se constantes ãpressão e, conseqüentemente, a vazãodos bicos. Se a velocidade de caminha-mente do trator é constante (Fig. 7), aquantidade de herbicida aplicada porhectare permanece constante, resultan-do daí uma distribuição uniforme aolongo da área tratada. Modificações navelocidade do trator trazem mudançasacentuadas na vazão e podem compro-meter a aplicação ao hcrbicida.

o rendimento de um pulverizadorde barra é dado pela sua produção horá-ria, medida em hectares pulverizadorpot hora de serviço. A produção depen-de da velocidade do trator (rn/hora), dafaixa de pulverização (m) e de um fatorde campo (F) cujo valor é estimado em0,75 para pulverização de herbicidas. Aprodução horária do pulverizador podeser calculada pela fórmula:

V (m/h) x L (rn) x F .Pha/h = -------

10.000 ml

onde:V - representa a velocidade;L - representa a largura da faixa de pul-

verização;F - representa o fator de campo.

Para um pulverizador equipado combarra de 35 bicos espaçados de 50 em,movendo-se a 5000 m/hora, 41 produçãohorária é:

SOOm/2xI7.SmxO,75 6Pha/lu = =6.s ha/hora

10.000 ml

No exemplo acima, o pulverizadorestaria cobrindo um hectare em cada 9minutos, o que seria uma perforrnance

excelente do ponto de vista prático eeconômico. Na realidade,' entretanto,tais performances são dificilmente atin-gidas. Os pulverizadores tratorizados de .barra, montados nos "três-pontos" dotrator, equipados com barras menores(de 9 m a 12 m) e deslocando-se a umavelocidade variável de 4 a 5 km/ha, co-brem um hectare em 15-20 mino

REGULAGEM DA BARRADE PULVERIZAÇÃO

Considerando-se uma barra de pul-verização equipada com bicos da série800 (Teejet 80.03, por exemplo) ou dasérie 1100 (Albuz Jacto AP] 11 O.R, porexemplo), a regulagcrn da altura é umfator importante para a obtenção de umpadrão eficiente de pulverização. Paracobrir uma faixa de 50 em, correspon-dente ao cspaçarnen to dos bicos na bar-ra, um bico da série 800 (ângulo do le-que quando a pressão é igual a 40 p.s.i.ou 2,75 kg/crn"}, necessita estar a 60cm de altura do alvo; nas mesmas condi-ções, um bico da série 1100 (ângulo doleque a 45 p.s.i.), necessita estar a SOcrn do alvo. A barra de pulverizaçãotem de ser ajustada no sentido de queos bicos estejam na altura requcrida. Co-mo pode ser visto nas Figuras 8,9 e 10, avariação na altura do bico pode trazermudanças drásticas no padrão de pul-verização;

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A regulagcm da barra deve ser fei-ta em lugar plano. usando-se uma fitamétrica e ajustando-se a altura com aajudq do hidráulico do trator.

As oscilações verticais da barra,causadas por irregularidades no' terreno.alteram a distância de cada bico ao alvoe distorcem a distribuição das gotas(Fig. 1I). As oscilações ocorrem em ter-renos mal preparados. muito torroados,e aumentam em função da velocidadede deslocamento do trator. Quando emexcesso, as oscilações verticais da barraaté mesmo causam danos à barra e aosbicos, quando estes tocam o solo.

CALlBRAGEM DOPULVERIZADOR

A calibragem do pulverizador e ocálculo da quantidade de herbicida aser colocada nos diferentes tipos detanques são operações simples mas im-portantes. Antes de mais nada. o apli-cador deve verificar se:

- todos os bicos têm a mesma nu-meração. Ex. 8004:

- bicos e peneiras estão limpos,desimpedidos de qualquer obstrução. Esempre aconselhável J remoção das pon-tas e peneiras para este exame e, se ne-cessãrío.Javã-las;

- os bicos estão dispostos na bar-ra de pulverização de maneira que sejustapúnhamo Evite o choque de leques;

- não há vazamentos;- todos os bicos apresentam a mes-

ma vazão. Ex.: Para uma pressão de2,8 kg/cm? ou 40 p s.i., todos os bicos8004 devem apresentar uma vazão apro-ximada de 1.S 14 mQ/min, independente

da posição na barra. Caso haja diferença,verifique o defeito que pode ser da barra(perda de carga) ou do bico (entupido,dilatado etc.),

./

J •j'

:

QUADRO 2 - Bicos de Impacto ou Tipo "1'Dcflcctor (floodjctt). "

,Pressão R~- -

\'.U.lOBico Rcfcrên- cornendada do Bico i

ela • m\.:/min, Ikg/cm2 p.s.i. !

> -..j.: If- amarelo 1.1 15 680tJJ I~ verde 1.1 15 900

...Jazul 1.1 15 1630 IO~ vermelho 1.1 15 :!~75 i

iTK .50 2.1 39 303 I

2.8 ':0 379 i;

TK 1 2.1 30 643 I2.8 40 757 I~ 2.1 30 984 I1- TK 1.5.., 2.8 40 1136 !..:'<J

2.1 30 1325 IVl TK 2 I1- 2.8 40 1514 IUJ.....,

2.1 30 l628 I'-=-l rx 2,5'-=-l 2.8 40 : 893 If- !

TK 32.1 30 !96R ,2.8 40 2~71

,TK5

2.1 30 3~85 i2,8 ~O 3785 !

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c Os bicos TK.50 e TK 1 requerem Llro de Imalha 100; o bico TK 5 050 requer filtro 1e os demais ~o usados com filtro ce ma- ilha 50, )

~' ...r·~

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·Fig. 5 - Tipos de bicos para aplicação de herbicidas.

.Bico Leque465,80,95, 110

Bico Leque Even465,80,95, 110

Bico de Deflexão4125

Bico Leque O.C.Jato Lateral

rUfOU PuJY'It1'a.Udora

A _ Some. de p,,,Jo& - C.hl'\t.tO'da bomhaC - \ 1t\l'ula ce .aJml~<,J"oO _ \".il""u de \.Iid •.l- 81c~f - V ã.:V\lU: 'crul~or. <k prn\lOG - )o4&n6mctroH - Vih'\l1I ar controle da pllIO\a

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Fig. 6 - Esquematrpico de umpulverizador(bomba depistão acionadapelo eixo detomada de forçado trator).Fonte: Saad (s.d.l.l

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Após esses exames iniciais, determí-ne a pressão e a velocidade do trator. Avelocidade deve ser marcada usando-seum trecho conhecido de 50 m. Marcan-do-se o tempo necessário 'pra o tratordeslocar-se por esses 50 m, o aplicadordeve achar valores tais como 45 seg

.' . (4 krn/h), 36 scg (5 km/h) ou 30 seg (6I km/h). Colete a água de um dos bicos

: I''ll um recipiente graduado durante o\ ."'-' t~mpo gasto para percorrer os 50 m e, '~ ~ultiplique este valor pelo número de

~ bicos da barra para obter a vazão do.pulverizador por uma unidade de área.Por uma regra de três simples, calculea vazão do pulverizador por ha. Ex.:Para uma barra de 12 bicos; espaçados

. de 50 em.Distância percorrida - 50 m

- Tempo gasto -,36 scg

Vazão de cada bico em 36 seg -0.9082 -

- Vazão da barra' (12 x 0,908 2) -10,8962. .

Área pulverizada - 50 m x 6 m =300m2

Vazão por ha - 10,896 x 10.000m2 /300 rn? = 363 2fha .

Uma variação desse processo de ca-Iibragem é o uso' de sacolas plásticas gra-duadas que dão a vazão de pulverizado-res com bicos espaçados de 40 em e50 em na barra de pulverização. Quandose dispõe de sacolas graduadas, a calibra-gem é ainda mais fácil. Com o trator pa-rado, em ponto morto, e com a mesmaRPM, com a qual ele será operado, apa-ra-se na sacola o líquido de um bico du-rante o tempo que o trator gastaria parapercorrer os 50 rn. A leitura é direta e

0.2

1.&

0,4

,

I'....'.~' .... -I

\

v = velocidade trabalhoVo = velocidade calibraçãoQ . = volume/hectareQo = volume calibração

o o.,: 0.4 0.6 0,7 I 1.2 1.4 1.6 1..&

Variação da velocidade

~ 1.6

g 1,4.c:--<>I ;; 1.2

,~.1 o 1 -----------,

'Q

% 0,7

.~a 0,6;>

VN.

. Fig: 7 - Variaçãodo volume apli-cado em funçãoda aIteração davelocidade decaminhamento,em pulverizado-res à vazão cons-tante.Fonte: Sartori (noprelo).

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Fig. 8 - A altura da barra pode ser uma das razões que levaramao aparecimento de fitotoxicidade (super dosagem).

1- -. - - - - - - - - - - - -. - - .'"

14 kg/ha12,5 em

II1II 6,25 m1

------------- --IIII1 12,5 m11----- - --- - -'-i-----i-----"\25 em

31,5 em 18,75m1 4,6 kg/ha- - - - - -- --j---_.....:..._-;-.-------\

3,5 kg/ha50,0 em --'----._-------~~----------->

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Fig. 9 - Efeito da altura do bico ao solo no volume aplicado porárea (molhada). Valores para orientação calculados para bicos de 110°

Fonte: Sartori (no prelo).

10

----- --.------------------_:-::. -~----J

10 .\0 . 50 70zoAltu •• do 111<1)

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Fig. 10- Padrões corretos e incorretos de pulverização.

Cruzamento muito largo4~corr.:nh! de :1 barra ser

muito alia.

Cruzamentocorreto

M'R* \f'" "/ ",' \

Cruzamento deficiente emfunção da barra muito baixa.

deve ser repetida para vanos bicos aolongo da barra. Se a diferença de vazãoentre os bicos não for superior a 10%,considere a vazão média. Se a diferença

.for muito grande, troque as pontas dosbicos defeituosos e que fogem do pa-drão.

CONSE RVAÇÃO E . ILIMPEZA DO PULVERIZADOR

Pulverizadores .são equipamentoscaros e de precisão, que necessitam decuidado permanente para a sua conser-vação em condições de uso por um pc~rfodo longo. Tanto o trator quanto opulverizador devem ser guardados lim-pos em local seco, abrigados do tempo.

Antes de usar um novo pulveriza-dor, limpe-o de materiais estranhos, pas-sando água no tanque, bomba. barra ebicos. Tire as pontas dos bicos para la-var o conjunto. Diariamente, após apulverização, esvazie o tanque, coloqueágua nele para limpeza da bomba, barrae bicos. As peneiras e pontas dos bicosdevem ser - inspecionadas diariamenteapós o uso. Se necessário, limpe-as comescova e água com detergente.

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Alguns hcrbícidas, como aqueles àbase de 2,4-0, são removidos do pulveri-zador com muita dificuldade. Nesses ca-sos, use água, detergente e amoníaco pa-'ra a remoção completa dos resíduos. Es-sa limpeza deve ser feita sempre que setroca o herbicida a ser pulverizado, prin-cipalmente quando é mudada também acultura. Por exemplo, resíduos de tan-que de herbicida para milho são capazes'de prejudicar seriamente uma culturasusceptível como o sorgo sacarina.

( REFERf.NClAS JAGRICULTURAL apary rnozzles and acesso-

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Fig. 11 - Repartição da vazão com barra inclinada(vide variação volume/área nà Figura 2).

Fonte: Sartori (no prelo).

Sm

, I

poSIção na faixa

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