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#TECHVISION2020

NÓS, OS PÓS-DIGITAISSua empresa consegue sobreviver ao “tech-clash”?

TECHNOLOGY VISION 2020

Nós, os pós-digitaisO amor das pessoas pela tecnologia permitiu que as empresas a incorporassem em nossas vidas – e nelas mesmas –, transformando a maneira como trabalhamos, vivemos e interagimos com o mundo. Mas esse amor incondicional está começando a se desgastar, e está cada vez mais claro que as abordagens adotadas pelas empresas para alcançar esse ponto não as levarão adiante.

2Technology Vision 2020 | Nós, os pós-digitais

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Mesmo que as expectativas das pessoas quanto ao futuro com a tecnologia continuem crescendo, muitas tentativas das empresas de corresponderem a essas expectativas estão sendo rejeitadas: elas precisam construir um novo caminho a ser seguido, desenvolvendo novos modelos que tragam um foco humano.

Imagine um mundo com assistência médica integrada, segura e personalizada. Os dispositivos vestíveis (wearables) oferecem aos médicos acesso instantâneo aos sinais vitais dos pacientes. Os registros digitais de assistência médica incorporam automaticamente resultados e notas de diferentes fornecedores, evitando solicitações atrasadas de registros ou decisões tomadas com informações incompletas. Enquanto isso, as máquinas alimentadas por inteligência artificial (IA) usam esses registros para fazer recomendações preventivas.

As empresas já aspiram a esse tipo de experiência centrada no ser humano. Mas, embora a tecnologia para desenvolvê-la exista, a implementação permanece fora de alcance. Modelos em que as empresas confiam há décadas estão se tornando barreiras: modelos de ecossistema fechados significam diferentes níveis de acesso à tecnologia e diferentes padrões, criando obstáculos para facilitar as experiências; modelos de dados centrados no aplicativo criam dados fragmentados e até conflitantes sobre os pacientes, enquanto inúmeros intermediários, reguladores e guardiões muitas vezes acrescentam atrito – e não valor – à experiência. Enquanto isso, preocupações sobre segurança, privacidade e questões éticas mantêm os pacientes e fornecedores receosos com novas soluções tecnológicas.

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As organizações estão enfrentando seu próximo grande desafio. Até o momento, as empresas se beneficiaram amplamente ao seguir o roteiro tecnológico estabelecido pelos pioneiros digitais.

Um enigma que ocorre em todos os setores A promessa de um mundo melhor e mais fácil pela tecnologia está presa a modelos, arquiteturas e estruturas aplicáveis que não alcançaram seu potencial por inteiro nem criaram valor adequado – deixando as empresas fora de sincronia com as necessidades e expectativas das pessoas.

Apesar dessa tensão, as empresas não estão desacelerando suas agendas. Na verdade, muitas estão, sem saber, acelerando rumo a um impasse tecnológico. Elas estão prontas para inundar o mundo com produtos e serviços supostamente mais inteligentes, como assistentes inteligentes e experiências imersivas – ofertas que mantêm um potencial profundamente transformador tanto para as pessoas quanto para a empresa. Mas as organizações incorporam a tecnologia amplamente da mesma forma que consumidores e governos estendem as análises para o papel que a tecnologia desempenha em suas vidas. Com a tecnologia como pilar das empresas, os líderes precisam atualizar seus modelos e alinhar o valor do negócio aos valores das pessoas – caso contrário, as futuras inovações tenderão a ser rejeitadas e a falhar.

As organizações estão enfrentando seu próximo grande desafio. Até o momento, as empresas se beneficiaram amplamente ao seguir o roteiro tecnológico estabelecido pelos pioneiros digitais. Agora, a tecnologia digital está evoluindo de uma vantagem para uma expectativa básica – e as melhores práticas de ontem estão se transformando nas insuficiências de hoje. Para crescer e competir, as empresas precisarão revisitar seus modelos fundamentais de negócios e tecnologia, reconstruindo-os para se alinharem melhor às pessoas hoje.

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A liderança no futuro exigirá repensar as principais premissas sobre como uma empresa funciona e redefinir a interseção entre pessoas e tecnologia.

Todas as suposições empresariais e abordagens arraigadas estão sujeitas a revisão e reinvenção em relação a modelos centrados nas pessoas. As empresas devem repensar a engenharia das experiências que unem pessoas à tecnologia; elas devem levantar questões sobre a democratização de dados e tecnologia e quem os dita, controla e gerencia; e elas devem reavaliar a aplicação e o valor da inteligência – o que a tecnologia está fornecendo para as pessoas e as maneiras com que ela está mudando as pessoas no processo.

Essa reimaginação da empresa oferece uma tremenda oportunidade para aqueles que assumem a liderança. Em todos os setores, os sucessos atuais das empresas estão acontecendo apesar de seus fundamentos, não por causa deles. Quando os líderes reconstruírem com sucesso seus modelos de tecnologia para oferecer o foco humano que perderam, estarão preparados para fazer muito mais do que atender às expectativas. Eles definirão o novo padrão que todos os concorrentes, em todos os setores, serão forçados a tentar cumprir.

Chegar lá é o maior desafio que os líderes empresariais irão enfrentar durante a próxima década. O sucesso da próxima geração de produtos e serviços dependerá da capacidade das empresas de elevar a experiência humana. Nenhuma das etapas da jornada é mudança incremental, nem é tão simples quanto encontrar a próxima ferramenta tecnológica para fazer o que você já está fazendo hoje. A liderança no futuro exigirá repensar as principais premissas sobre como uma empresa funciona e redefinir a interseção entre pessoas e tecnologia.

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As pessoas estão mudando, por que você não está?

Para avançar, as empresas devem primeiro reconhecer o papel essencial que a tecnologia desempenha na vida das pessoas hoje e como esse relacionamento está mudando.

A razão pela qual a conexão cada vez mais forte e simbiótica entre pessoas e tecnologia está enfrentando resistência não é porque a tecnologia deixou de ser valiosa. Isso ocorre porque as empresas ainda não se reorientaram para o nível de importância que as pessoas dão à tecnologia hoje.

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52%

dos consumidores disseram que a tecnologia desempenha um papel importante ou está presente em quase todos os aspectos de sua vida cotidiana. Além disso, um total de 19% deles relatou que a tecnologia está tão entrelaçada com todos os aspectos de suas vidas cotidianas, que a veem como uma extensão de si mesmos.

Em retrospecto, isso não é surpreendente. Há apenas 20 anos, o acesso digital era limitado por conexões discadas e PCs de mesa e os indivíduos permaneciam predominantemente anônimos online. Ferramentas como e-mail, fóruns e comércio eletrônico eram mais eficientes ou de maior alcance do que as contrapartes analógicas, mas dificilmente vitais para a existência das pessoas. As empresas não precisavam considerar atentamente o impacto da tecnologia na vida de seus clientes, nossas vidas digitais eram distintamente separadas das nossas vidas “reais”.

Hoje é difícil encontrar esse tipo de separação, pois a tecnologia se tornou uma parte indissociável da experiência humana. Mais da metade da população mundial – gritantes 4,5 bilhões de pessoas – tem acesso à Internet1. As pessoas estão sempre conectadas em todos os tipos de dispositivos, gastando mundialmente uma média de 6,4 horas online diariamente2. Até distinções sobre “tempo de tela” estão se tornando uma maneira obsoleta de encarar a realidade, à medida que a tecnologia permeia o mundo físico. A Daimler está integrando o controle de voz inteligente aos veículos Mercedes-Benz, permitindo que os motoristas façam perguntas aos seus carros sobre tráfego, clima e muito mais3. O assistente digital da Samsung, Bixby, está interagindo com as pessoas em suas casas por meio da linha de geladeiras FamilyHub da empresa4. E a última milha está se tornando uma coisa do passado, já que empresas como FedEx, Amazon e Postmates usam robôs e drones para entregar diretamente na porta dos clientes 5.

A tecnologia não é apenas uma parte inseparável da vida das pessoas, mas também está sendo incorporada aos elementos básicos da sociedade. Acompanhe a evolução na educação: a China está investindo US$ 30 bilhões em edtech (tecnologias educacionais) até 2020 para garantir que seus 230 milhões de estudantes de ensino fundamental e médio tenham acesso a plataformas de aprendizado individualizadas6,7. Na Indonésia, o grupo sem fins lucrativos Room to Read está diminuindo a lacuna de analfabetismo do país, criando uma plataforma de código aberto que fornece acesso a histórias infantis, vídeos sobre educação em alfabetização e vídeos de treinamento para professores8,9. E a tecnologia não está apenas transformando a maneira como as pessoas aprendem, mas também o que aprendem: os bootcamps que ensinam habilidades de codificação e desenvolvimento da Web cresceram 11 vezes nos últimos seis anos10.

Dado o papel fundamental que a tecnologia tem na vida das pessoas, faz sentido que a levemos para o lado pessoal – e por que esperamos muito mais disso daqui para frente. Mas, à medida que modelos correntes não respondem pelo crescente impacto da tecnologia, nosso amor incondicional pela tecnologia ilimitada vem murchando. Alguns estão rotulando o ambiente de hoje como “tech-lash” (um trocadilho com o termo backlash, em inglês), ou uma reação contra a tecnologia, mas isso não explica o fato de que estamos usando a tecnologia mais do que nunca. Pelo contrário, é um conflito tecnológico – um embate entre modelos antigos que são incongruentes com as expectativas atuais das pessoas.

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Alguns estão rotulando o ambiente de hoje como “tech-lash” (um trocadilho com o termo backlash, em inglês), ou uma reação contra a tecnologia, mas isso não explica o fato de que estamos usando a tecnologia mais do que nunca. Pelo contrário, é um conflito tecnológico – um embate entre modelos antigos que são incongruentes com as expectativas atuais das pessoas.

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Produtos inteligentes estão aparecendo em todos os lugares, mas as empresas criam jardins murados ao seu redor, transformando um mundo de escolha e personalização sem precedentes num ecossistema de aprisionamento. Preocupações relativas a privacidade e segurança sobre acervos de valiosos dados produzidos pelas pessoas levam à hesitação e desconfiança. A IA está sendo aplicada a desafios maiores, mas ainda é amplamente focada na automação, levando as pessoas a se preocuparem com a perda de seus empregos.

E os problemas que levam ao confronto tecnológico estão mudando constantemente à medida que a tecnologia se torna cada vez mais proeminente na vida das pessoas. Hoje, os sistemas de inteligência artificial estão sendo usados para decidir se um candidato a vaga de emprego deve prosseguir para uma entrevista ou se os réus criminais devem ter permissão de pagar fiança11. Como as capacidades dos sistemas orientados por IA cresceram além da automatização de tarefas enfadonhas ou repetitivas para a tomada de decisões que impactam diretamente a vida das pessoas,

o fato de muitos desses sistemas ainda serem uma “caixa-preta” deixa os usuários céticos sobre a imparcialidade e eficácia dos algoritmos12.

Esse impasse deve ser quebrado, ou o progresso dos últimos 20 anos será interrompido. Governos de União Europeia, Estados Unidos, Brasil e outros países estão tentando aliviar esse peso criando regras, diretrizes e práticas13,14,15, mas os legisladores se limitam a abordar ou alterar os modelos existentes, e não a construir novos. O verdadeiro caminho para resolver o conflito tecnológico está no domínio da empresa, orientado pelo que os provedores de produtos e serviços constroem e como eles oferecem a clientes, colaboradores e parceiros do ecossistema.

Para que as pessoas aceitem a enxurrada de inovações de serviços e novos produtos que as companhias desejam introduzir, é necessário um grande acerto de contas. As empresas devem sincronizar seus modelos de negócio e tecnológicos que impulsionam valor com as expectativas em evolução das pessoas.

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Deixando os roteiros para trás

Com os roteiros das duas últimas décadas, as empresas estenderam, com sucesso, a tecnologia pelos negócios e processos, mas o embate tecnológico torna esses modelos irrelevantes no futuro.

O que isso significa para a sua companhia? Que não há caminho definido a seguir. Todo mundo está trabalhando com a mesma folha em branco, mas isso não significa que todos estejam trabalhando com nada. Há uma luz maior: as empresas devem olhar para os valores fundamentais das pessoas para ver como o sucesso pode tomar forma.

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As empresas devem desafiar os modelos existentes para criar algo totalmente novo. Inventar um futuro melhor e centrado no humano requer um círculo virtuoso de confiança, dados e experiências mais profundas.

Considere apenas um dos desafios que os modelos atuais criam. As informações pessoais – sejam médicas, comerciais ou outros dados – são coletadas, armazenadas, compartilhadas, acessadas e controladas por empresas e ecossistemas com os quais fazem negócios, e às vezes até por empresas com as quais não têm nenhum relacionamento direto. À medida que esses ecossistemas cresciam para prover personalização crescente e serviços valiosos, foi confiado às companhias guardar mais dados e gerenciar relacionamentos cada vez mais complexos. Mas agora os consumidores exigem

mais informações de como seus dados são usados – e muitas empresas não têm condição de oferecer o tipo de mecanismo que atenda a essa reivindicação. Diante disso, os clientes podem se tornar receosos de continuar consumindo de companhias das quais desconfiam. Alguns governos, percebendo essa desconfiança, vêm impondo regras de coleta e acesso a dados pessoais de consumidores.

Mas onde as expectativas das pessoas estão superando os padrões atuais, os disruptores veem o farol da oportunidade. Uma empresa que está adotando um novo modelo para este relacionamento é a Inrupt, uma startup fundada por Tim Berners-Lee (o criador da rede mundial de computadores) e um parceiro de negócios para dimensionar uma arquitetura de vinculação de dados chamada Solid16.

O movimento Solid enfatiza a confiança. Os dados dos indivíduos são armazenados e usados ao longo da Web por meio de “pods”, que podem conter informações de identificação pessoal, registros financeiros, listas de contatos, assinaturas de conteúdo e muito mais, mas as pessoas podem decidir onde seus dados pessoais serão hospedados e determinar quais empresas ou máquinas podem acessar seus pods. Elas também podem revogar esse acesso a qualquer momento e até excluir todas as informações com o clique de um botão. É o começo de um novo tipo de plataforma que oferece às pessoas mais agilidade e cria claras linhas de visão para as empresas sobre a melhor forma de se engajar com os clientes.

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Oportunidades emergemEstes novos modelos representam novas maneiras de liberar valor tanto para consumidores quanto para as empresas. Por exemplo, o programa Known Traveller Digital Identity (KTDI), uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial para oferecer uma melhor experiência de viagem ao mudar o paradigma de como os dados são compartilhados17. A solução baseada em blockchain encripta para os viajantes individuais os dados críticos de identidade, como informações de passaporte, e armazena-os no dispositivo móvel pessoal do próprio viajante. Com o modelo antigo, os dados pessoais de um viajante são capturados e armazenados por uma entidade diferente toda vez que a pessoa passa pelo controle de passaporte, compra uma passagem aérea ou reserva um quarto de hotel. Com o KTDI, o viajante pode determinar quem obtém o acesso e quando – colocando fundamentalmente o ser humano no centro do ecossistema. Com o acesso a dados sendo revogado quando a transação é concluída, o sistema maximiza a eficiência e reduz os riscos à segurança de todas as partes.

Essas são oportunidades para reimaginar modelos em todas as dimensões da tecnologia. A Microsoft está redesenhando experiências e repensando os

modelos de interoperabilidade para atender às novas expectativas dos clientes. A empresa anunciou que seu sistema de entretenimento Xbox One começaria a oferecer suporte ao Alexa da Amazon e ao Google Assistant – um afastamento do manual do ecossistema do passado, no qual a tecnologia e padrões eram usados para impulsionar a escolha do cliente numa direção específica18. Em vez disso, a Microsoft está respeitando as preferências de cada consumidor e as escolhas do ecossistema, estabelecendo-se num novo caminho para o sucesso.

E com as tecnologias cada vez mais capazes de causar um impacto físico em nossas vidas, a confiança está entre as luzes orientadoras importantes para o desenvolvimento de novos modelos operacionais. Vejamos por exemplo os veículos autônomos: esses carros usam uma ampla variedade de sensores e inteligência artificial para “ver” o mundo ao seu redor, mas as pessoas já estão cientes de incidentes durante situações de teste e, inclusive, uma fatalidade envolvendo pedestre, causando sérias preocupações e desconfiança em relação à tecnologia autônoma. A Volvo e a Perceptive Automata estão trabalhando juntas para construir veículos autônomos mais seguros,

combinando visão computacional com ciência comportamental e neurociência para entender a intenção e a conscientização dos pedestres19,20,21. Ao ensinar veículos autônomos sobre a intuição humana e por que as pessoas podem agir dessa maneira, as empresas tornam mais seguro o funcionamento desses veículos em ruas movimentadas.

À medida que vários modelos de tecnologia atingem seu ponto de ruptura, eles anunciam uma mudança maior que as empresas de todos os setores devem observar: as pessoas não serão mais observadoras no que diz respeito à tecnologia. Seja pelos padrões de segurança desalinhados com os ecossistemas interconectados de hoje, pelos maus atores alavancando a neutralidade de conteúdo das plataformas sociais para amplificar as informações equivocadas ou pelos regulamentos governamentais anos atrás da própria tecnologia, as expectativas não estão sendo atendidas – e o embate tecnológico resultante exige ação.

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Construindo uma base de confiança

A difusão do choque tecnológico começa com novos modelos, mas é imperativo que as empresas adotem uma perspectiva mais ampla.

A tecnologia disruptiva abriu as portas para as empresas assumirem uma posição mais profunda e influente na formação do mundo. Com um impacto que agora ressoa além dos clientes e colaboradores sozinhos, cada empresa deve se responsabilizar por seu papel na sociedade. O não reconhecimento desse impacto crescente levará as pessoas a rejeitarem até as melhores intenções, à medida que a confiança se tornará moeda numa era em que o digital está por todo lado.

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As empresas que encontrarem uma maneira de entregar a tecnologia de acordo com as expectativas das pessoas abrirão caminho para todos os outros.

A Microsoft está adotando um modelo de responsabilidade que vai muito além de seus produtos ou clientes. Respondendo ao impacto que o boom tecnológico está causando nos preços das moradias em Seattle, a empresa prometeu US$ 500 milhões para construir moradias acessíveis na cidade22. Da mesma forma, à medida que a Microsoft pesquisou e desenvolveu uma tecnologia mais avançada, ela se esforçou para inovar com responsabilidade. Mais notavelmente, a empresa construiu uma estrutura ética para orientar o desenvolvimento da IA e apoiou a legislação estadual em torno do uso adequado da tecnologia de reconhecimento facial23,24.

Empresas de todos os setores também estão começando a reconhecer que têm uma responsabilidade com uma gama maior de stakeholders. Em 2019, os principais chefes executivos de quase 200 grandes empresas, incluindo a Accenture, assinaram uma carta indicando essa mudança: o valor dos acionistas não deve ser a única métrica do sucesso. Os signatários adotaram uma abordagem mais holística, com o compromisso de expandir os investimentos nos colaboradores, proteger o meio ambiente e trabalhar de forma ética com os fornecedores da cadeia de suprimento25.

As empresas líderes devem se adaptar ao mundo que criaram. Aderir aos modelos de ontem não é apenas um risco para clientes irritados ou colaboradores desmotivados, mas um potencial permanentemente limitado para inovação e crescimento futuros. Mas não tem que ser assim: o confronto tecnológico é um desafio que ainda precisa ser resolvido, pois as pessoas ainda amam a tecnologia. As empresas que encontrarem uma maneira de entregá-la de acordo com as expectativas das pessoas abrirão caminho para todos os outros.

Sua empresa está pronta para oferecer experiências centradas no ser humano? O mundo está pronto para você.

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Tendências tecnológicas 2020Para realmente trazer um toque humano à próxima década, os novos modelos criados pelas empresas devem estar enraizados na colaboração. À medida que o nível de impacto da tecnologia aumenta cada vez mais em toda a sociedade, as empresas de sucesso serão aquelas que usarem novos modelos para convidar pessoas – clientes, colaboradores, parceiros ou público – a cocriar seus novos cursos para o futuro.

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As cinco tendências tecnológicas deste ano são:

O “eu” na experiênciaAjudar as pessoas a escolherem suas próprias aventurasRedesenhar as experiências digitais com novos modelos que amplificam a agência pessoal. Tornar públicos passivos em participantes ativos, transformando experiências unidirecionais em verdadeiras colaborações.

A inteligência artificial e eu Reimaginar os negócios por meio de colaboração humana e de IAAdote uma nova abordagem que use inteligência artificial para trazer todo o poder das pessoas. Vá além da implantação da IA apenas para automação sozinha e entre na nova fronteira de cocriação entre pessoas e máquinas.

O dilema das coisas inteligentesSuperar a “carga beta”Aborde a nova realidade da propriedade do produto na era do “beta para sempre”. Transforme pontos problemáticos numa oportunidade para criar um nível sem precedentes de parceria entre negócios e clientes.

Robôs à soltaAumentar o alcance e a responsabilidade da empresaCrie novos modelos de interação e impacto à medida que a robótica ultrapassa os limites da companhia. Empresas de todos os setores abrirão novas oportunidades, apresentando os robôs à próxima fronteira: o mundo aberto.

DNA da inovação Criar um mecanismo para inovação contínuaAproveite a escala sem precedentes de tecnologia disruptiva disponível hoje. Crie os recursos e as parcerias necessárias de ecossistema para compilar o DNA único de inovação da organização.

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Completando a imagem

Tendências

2020

Tendências

2019

Tendências

2018

O “eu” na experiência

A inteligência artificial e eu

O dilema das coisas inteligentes

Robôs à solta

DNA da inovação

DARQ Power

Prazer em Conhecer

O Profissional+

Segurança para NÓS, Segurança para MIM

Meus Mercados

IA Cidadã Realidade Estendida

Veracidade de Dados

Empresa sem Atrito

A Internet do Pensamento

O relatório Technology Vision, da Accenture, compreende um conjunto de tendências tecnológicas de três anos, atualmente incluindo tendências de 2019 e 2018.

É importante reconhecer que as tendências de cada ano fazem parte de um cenário maior, e acompanhar como elas evoluem ao longo do tempo oferece uma visão de como elas podem continuar a se desenvolver no futuro.

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DARQ POWEREntendendo o DNA do DARQ

Novas tecnologias são catalisadoras de mudanças, oferecendo aos negócios novas capacidades extraordinárias. A tecnologia de registros compartilhados, a inteligência artificial, a realidade aumentada e a computação quântica serão o próximo conjunto de novas tecnologias a desencadear uma mudança radical, permitindo que as empresas reinventem indústrias inteiras.

PRAZER EM CONHECERDesbloqueie clientes e oportunidades únicas

As interações orientadas pela tecnologia estão criando uma identidade de tecnologia em expansão para todos os consumidores. Essa base viva de conhecimento será chave para não apenas entender a próxima geração de consumidores, mas também para proporcionar relacionamentos enriquecidos, individualizados e baseados na experiência da era pós-digital.

O PROFISSIONAL+Mude o local de trabalho ou prejudique a força de trabalho

As forças de trabalho estão se tornando humanas+: cada indivíduo é empoderado por suas habilidades e conhecimentos, além de um novo conjunto de recursos em constante crescimento, possibilitado pela tecnologia. Agora, as empresas devem adaptar as estratégias de tecnologia que criaram, com sucesso, essa força de trabalho da próxima geração para apoiar uma nova maneira de trabalhar na era pós-digital.

SEGURANÇA PARA NÓS, SEGURANÇA PARA MIMAs empresas não são vítimas, são vetores

Embora os negócios orientados pelo ecossistema dependam da interconectividade, essas conexões aumentam a exposição das empresas a riscos. As empresas líderes estão reconhecendo que, assim como já colaboram com ecossistemas inteiros para oferecer os melhores produtos, serviços e experiências da categoria, é hora de unir a segurança a esse esforço também.

MEUS MERCADOSAtenda às necessidades dos consumidores na velocidade atual

A tecnologia está criando um mundo de experiências intensamente personalizadas e sob demanda, e as empresas devem reinventar suas organizações para encontrar e capturar essas oportunidades à medida que surgem. Isso significa visualizar cada oportunidade como se fosse um mercado individual - um mercado momentâneo.

Tendências 2019

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IA CIDADÃElevando a IA para beneficiar empresas e sociedade

À medida que a inteligência artificial cresce em suas capacidades – e seu impacto na vida das pessoas –, as empresas devem se mover para aumentar suas IAs para então agir como membros produtivos e responsáveis da sociedade.

REALIDADE ESTENDIDAO fim da distância

As tecnologias de realidade virtual e aumentada estão removendo a distância entre pessoas, informações e experiências, transformando a maneira como as pessoas vivem e trabalham.

VERACIDADE DOS DADOSA importância da confiança

Ao transformarem-se em dados, as empresas criaram um novo tipo de vulnerabilidade: dados imprecisos, manipulados e tendenciosos que levam a insights de negócios corrompidos e decisões distorcidas com grande impacto na sociedade.

EMPRESA SEM ATRITOCriadas para formar parceiros em escala

As empresas dependem de parcerias baseadas em tecnologia para o crescimento, mas seus próprios sistemas legados não foram projetados para apoiar parcerias em grande escala. Para alimentar totalmente o Intelligent Enterprise conectado, as empresas devem primeiro se reprojetar.

A INTERNET DO PENSAMENTOCriando sistemas distribuídos inteligentesAs empresas estão fazendo grandes apostas em ambientes inteligentes por meio de robótica, IA e experiências imersivas. Mas, para dar vida a esses ambientes inteligentes, elas devem estender suas infraestruturas aos ambientes dinâmicos do mundo real que desejam alcançar.

Tendências 2018

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Metodologia de PesquisaTodos os anos, a equipe Technology Vision faz parceria com a Accenture Research para identificar os desenvolvimentos emergentes de TI que terão maior impacto nas empresas, agências governamentais e outras organizações nos próximos anos. Essas tendências têm um impacto significativo entre os setores e são acionáveis pelas companhias atualmente.

O processo de pesquisa começa com a coleta de informações do Conselho Consultivo Externo do Technology Vision, um grupo de mais de dezenas de indivíduos experientes dos setores público e privado, academia, capital de risco e empresas empreendedoras. Além disso, a equipe Technology Vision realiza entrevistas com especialistas em tecnologia e do setor, bem como com quase 100 líderes de negócios da Accenture de toda a organização.

O processo também inclui uma pesquisa global com milhares de executivos empresariais e de TI de todo o mundo para entender suas perspectivas sobre o impacto da tecnologia nos negócios. As respostas das entrevistas ajudam a identificar as estratégias tecnológicas e os investimentos prioritários de empresas de 21 setores e 25 países. Paralelamente, o processo de pesquisa inclui um estudo com 2 mil pessoas na China, Índia, Estados Unidos e Reino Unido para entender o uso e o papel da tecnologia na vida das pessoas.

À medida que uma lista restrita de temas surge do processo de pesquisa, a equipe do Technology Vision reúne novamente seu conselho consultivo. O workshop do conselho, uma série de sessões de aprofundamento com a liderança da Accenture e especialistas externos no assunto validam e refinam ainda mais os temas.

Esses processos avaliam os assuntos por sua relevância para os desafios empresariais do mundo real. A equipe Technology Vision procura ideias que transcendam os conhecidos fatores condutores da mudança tecnológica, concentrando-se nos temas que em breve começarão a aparecer nas agendas dos líderes empresariais (C-level) da maioria das empresas.

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Dados demográficos da pesquisa

Países

1 China2 Índia3 Reino Unido4 EUA

Pesquisa do ConsumidorEntre novembro e dezembro de 2019, a Accenture Research entrevistou 2 mil pessoas em quatro países com entrevistados representando diferentes faixas etárias e grupos demográficos. A pesquisa perguntou aos consumidores sobre seus pontos de vista e uso da tecnologia em suas vidas diárias, incluindo assistentes de voz, robôs e produtos conectados.

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Referências

1 Estatísticas mundiais da Internet: estatísticas de uso e população. (n.d.).

2 Salim, S. (2019, 4 de fevereiro). Mais de seis horas dos nossos dias são gastas online. Mundo da Informação Digital.

3 Revolução no cockpit. (n.d.) Daimler.

4 Crist, R. (2019, 10 de janeiro). O Bixby da Samsung identificará em breve os alimentos no refrigerador da sua família. CNET.

5 As entregas com drones de asas voam em um teste pioneiro com a FedEx. (2019, 18 de outubro). Business Wire.

6 Recursos educativos na China. (n.d.).

7 Emmanuel, N. (2018, 19 de janeiro). A educação tecnológica é uma oportunidade global. TechCrunch.

8 Valentina, J. (2018, 9 de fevereiro). Quarto para ler Colabora com o Google para desenvolver a cultura da leitura da Indonésia. The Jakarta Post.

9 Quarto para ler. (n.d.).

10 Eggleston, L. (2019, 1 de agosto). 2019 Coding Bootcamp Market Size Study. Course Report.

11 Thompson, Derek. (2019, June 20). Should We Be Afraid of AI in the Criminal-Justice System? The Atlantic.

12 Smith, A. (2018, 16 de novembro). Atitudes do público em relação aos algoritmos de computador. Pew Research Center.

13 Vincent, J. (2019, 26 de março). A controversa revisão da Europa de direitos autorais on-line recebe aprovação final. The Verge.

14 Sterling, G. (2019, 1 de julho). Faltando 6 meses para o início da CCPA, prevalecem a confusão e a crescente incerteza. Marketing Land.

15 Blickensderfer, S., Swanson, J. e Rego Jr., A.C. (2019, 2 de maio). Nova lei de proteção de dados do Brasil: uma visão geral e quatro tópicos-chave para empresas dos EUA. The National Law Review.

16 Sólido. (n.d.).

17 O viajante conhecido: revelando o potencial da identidade digital para viagens seguras e perfeitas. (2018, janeiro). Fórum Econômico Mundial.

18 Warren, T. (2019, 26 de setembro). A Microsoft leva o suporte do Google Assistant ao Xbox One. The Verge.

19 Blanco, S. (2019, 20 de junho). A Volvo Trucks quer saber se você vai atravessar essa rua. Forbes.

20 Pioneiros em tecnologia 2019: autômatos perceptivos. (2019). Fórum Econômico Mundial.

21 Autômatos perceptivos. (n.d.).

22 Weise, K. (2019, 16 de janeiro). Microsoft promete $500 milhões para moradias populares na região de Seattle. The New York Times.

23 Bass, D. (2019, 7 de fevereiro). A Microsoft apoia a lei de reconhecimento facial do estado de Washington como suporte da Amazon Mulls. The Seattle Times.

24 Princípios de IA da Microsoft. (n.d.).

25 Gelles, D., e Yaffe-Bellany, D. (2019, 19 de agosto). Valor do acionista não é mais o mais importante, dizem os principais CEOs. The New York Times.

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Sobre a Accenture A Accenture é uma empresa líder global em serviços profissionais, com ampla atuação e oferta de soluções em estratégia de negócios, consultoria, digital, tecnologia e operações. Combinando experiência ímpar e competências especializadas em mais de 40 indústrias e todas as funções corporativas – e fortalecida pela maior rede de prestação de serviços no mundo –, a Accenture trabalha na interseção de negócio e tecnologia para ajudar companhias a melhorar seu desempenho e criar valor sustentável para seus stakeholders. Com 505 mil profissionais atendendo a clientes em mais de 120 países, a Accenture impulsiona a inovação para aprimorar a maneira como o mundo vive e trabalha. Visite www.accenture.com.br.

Sobre a Accenture LabsOs Accenture Labs são incubadoras que desenvolvem novos conceitos por meio de projetos de P&D aplicados que terão um impacto significativo nos negócios e na sociedade. Nossa equipe dedicada de tecnologistas e pesquisadores trabalha lado a lado com líderes de toda a empresa e com parceiros externos para imaginar e inventar o futuro.Os Accenture Labs estão localizados em centros de pesquisa de alta segurança espalhados pelo mundo: San Francisco, Califórnia; Sophia Antipolis, França; Washington, D.C; Shenzhen, China; Bangalore, Índia; Herzliya, Israel e Dublin, Irlanda; sem contar outros 25 Nano Labs. Os Labs têm uma colaboração ampla com a rede Accenture formada por quase 400 centros de inovação, estúdios e centros de excelência localizados em 92 cidades e 35 países do mundo todo com o objetivo de entregar pesquisa de ponta, insights e soluções para clientes onde eles operam e vivem. Para mais informações, acesse www.accenture.com/labs.

Sobre a Accenture ResearchA Accenture Research molda tendências e cria insights baseados em dados sobre os problemas mais prementes enfrentados pelas organizações globais. Por meio da combinação do poder de técnicas de pesquisa inovadoras com um profundo conhecimento das indústrias de nossos clientes, nossa equipe de 300 pesquisadores e analistas abrange 20 países e publica centenas de relatórios, artigos e análises todos os anos. Nossos estudos instigantes – baseados em dados proprietários e parcerias com organizações de ponta como MIT e Harvard – orientam nossas inovações e nos permitem transformar teorias e novas ideias em soluções reais para nossos clientes. Acesse www.accenture.com/research para mais informações.

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