Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos...

48
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 01 de Carlo Goldoni tradução José Colaço Barreiros encenação e dramaturgia José Peixoto cenografia João Rodrigues figurinos João Rodrigues com a colaboração de Maria Duarte desenho de luz Carlos Gonçalves música Rui Rebelo interpretada por Fernando Mota, Gonçalo Lopes, Paulo Curado, Rui Faustino, Sofia de Portugal movimento Kot-Kotecki assistente de encenação Carla Carreiro Mendes maquilhagem e cabelos Kiko Sarmento com Álvaro Corte Real [conde Cláudio] Elsa Valentim [Orsolina] Guilherme Noronha [soldado 3] Jorge Baião [soldado 2] Jorge Silva [dom Cirillo] José Russo [dom Segismondo] Juana Pereira da Silva [dona Florida] Luís Barros [dom Faustino] Maria Marrafa [Lisetta] Mário Barradas [dom Egídio] Patrícia André [dona Aspásia] Rui Nuno [dom fábio] Simon Frankel [dom Ferdinando] Tiago Mateus [soldado 1] Victor Zambujo [dom Polidoro] e Carla Carreiro Mendes [camponesa 1] Gonçalo Ruivo [camponês 1] João Patrício [camponês 3] Matilde Nicolau [camponesa 2] Ricardo Alves [cam- ponês 2] Dinarte Clemente [porta-bandeira/ Évora] Victor Garcia [porta-ban- deira/ Lisboa] A Guerra programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 1

Transcript of Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos...

Page 1: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 01

de Carlo Goldoni

tradução José Colaço Barreiros

encenação e dramaturgia José Peixoto

cenografia João Rodrigues

figurinos João Rodrigues com a colaboração de Maria Duarte

desenho de luz Carlos Gonçalves

música Rui Rebelo

interpretada por Fernando Mota, Gonçalo Lopes, Paulo Curado,

Rui Faustino, Sofia de Portugal

movimento Kot-Kotecki

assistente de encenação Carla Carreiro Mendes

maquilhagem e cabelos Kiko Sarmento

com

Álvaro Corte Real [conde Cláudio] Elsa Valentim [Orsolina] Guilherme

Noronha [soldado 3] Jorge Baião [soldado 2] Jorge Silva [dom Cirillo] José

Russo [dom Segismondo] Juana Pereira da Silva [dona Florida] Luís Barros

[dom Faustino] Maria Marrafa [Lisetta] Mário Barradas [dom Egídio]

Patrícia André [dona Aspásia] Rui Nuno [dom fábio] Simon Frankel [dom

Ferdinando] Tiago Mateus [soldado 1] Victor Zambujo [dom Polidoro]

e

Carla Carreiro Mendes [camponesa 1] Gonçalo Ruivo [camponês 1] João

Patrício [camponês 3] Matilde Nicolau [camponesa 2] Ricardo Alves [cam-

ponês 2] Dinarte Clemente [porta-bandeira/ Évora] Victor Garcia [porta-ban-

deira/ Lisboa]

A Guerra

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 1

Page 2: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200802

TNDM II

direcção de cena Carlos Freitas

operação de som Sérgio Henriques

operação de luz Pedro Alves

maquinaria Rui Carvalheira

auxiliar de camarim Paula Miranda

RECREIOS DA AMADORA

operação de som Erik Kvehmstedt

operação de luz Jochen Pasternacki, Mário Pereira

CENDREV

direcção de cena e operação de luz António Rebocho

operação de som Pedro Bilou

maquinaria Tomé Baixinho, Tomé Antas, Paulo Carocho

auxiliar de camarim Vicência Moreira

co-produção

TNDM II, CENDREV - Centro Dramático de Évora, Teatro dos Aloés

M/12

Duração 120 minutos (c/intervalo)

TNDM II

SALA GARRETT

14 FEV A 02 MAR ‘08

RECREIOS DA AMADORA

5 a 9 MAR ‘08

TEATRO GARCIA DE RESENDE

12 a 29 MAR ‘08

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 2

Page 3: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 03

Sinopse

Um exército invade uma região. As forças atacadas recolhem a uma fortaleza. Durante o

ataque a filha do general comandante das forças sitiadas é feita

prisioneira. A sua situação social determina que esteja retida nas instalações do

Comissário abastecedor dos exércitos

atacantes. Nesse mesmo local reúnem-se os jovens oficiais para beber e jogar. Entre

Florida, a jovem refém, e o tenente Faustino nasce uma paixão. Florida vive a inqui-

etação do desfecho da guerra, ou vence o pai defensor da fortaleza ou o exército do seu

apaixonado. Os interesses privados e os públicos opõem-se, mas também se opõem as

razões do coração. No meio do conflito manifestam-se

também os interesses postos em jogo na guerra - o patriotismo, a honra, a coragem, a

nobreza dos comportamentos de um lado, do outro a violência, o desrespeito pelas

pessoas, o oportunismo da ausência da lei e o império da força, o comércio e o

enriquecimento que os conflitos armados permitem aos menos escrupulosos. No meio

do conflito aparece uma classe

popular que ora é vítima, ora tenta

beneficiar da guerra. Uma comédia amarga com a guerra como protagonista que expõe

as virtudes e os defeitos dos seres humanos. Uma comédia do século XVIII que nos faz

reflectir sobre os nossos dias.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 3

Page 4: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200804

"[Faustino] Está escrito no céu a

sorte das nossas armas. Podemos

ser vencedores, podemos acabar

por perder. É com indiferença que

vou ao encontro do destino, mas o

meu destino deixa-me mais indife-

rente que a fúria com que me

ameaçam os seus olhos. Dona

Florida, conserve por mim a bon-

dade com que suportou os meus

afectos; juro-lhe, que se sobreviver,

amá-la-ei sempre e farei tudo para a

tornar feliz.

[Florida] Que poder estranho têm

estas palavras sobre o meu

coração!"

In "A Guerra" de Carlo Goldoni,

Cena IX

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 4

Page 5: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 05

O mundo como livroO MUNDO É UM BELO LIVRO, MAS É POUCO ÚTIL A QUEM NÃO O SABE LER.

Carlo Goldoni

Carlo Goldoni, eleito pelos românticos

oitocentistas um ícone vanguardista do

teatro, foi o autor escolhido por José

Peixoto que aqui nos apresenta uma peça

sobre a natureza da guerra e a necessidade

urgente da paz. Curiosamente, este

dramaturgo, que nos escreve em pleno

século XVIII, consegue reflectir, com

grande precisão, alguns dos problemas da

nossa actualidade e leva-nos a pensar, por

momentos, quão contemporânea é a sua

escrita. É este tempo, que é também um

pouco o nosso, que faz de Goldoni um

autor contemporâneo.

"A Guerra", apresentada na Sala Garrett do

Teatro Nacional, deve-se, sobretudo, à

grande persistência e amor pela obra de

Goldoni de José Peixoto. "Criadas para

Todo o Serviço", na passada temporada,

revelou ao público um autor que explora

como poucos a complexidade dos

comportamentos humanos revestidos de

uma comicidade única. O abandono do

divertimento fácil e da 'commedia dell'arte'

e a criação de um ambiente intimista que

confere o protagonismo às personagens

são características únicas no teatro de

Goldoni.

Mas mais atípica será esta peça, "A Guerra",

no universo do dramaturgo italiano,

revelando uma sua faceta menos

conhecida. Estreada em Veneza, no

Carnaval de 1760, "A Guerra" dá-nos um

Goldoni mais maduro, prestes a deixar

Itália e a partir para França. Esta é, portanto,

a última das suas comédias dedicadas a

temas militares e também a que os

assume de forma mais directa e não como

elemento circunstancial. O moralismo é

aqui substituído pela matéria dramática

que constitui as próprias acções bélicas

que envolvem as personagens. Esse é o

verdadeiro drama: onde acaba a guerra e

começa a paz?

Duas notas breves para referir a importância

para o Teatro Nacional em fazer parte de

um projecto em parceria com o CENDREV

e o Teatro dos Aloés e pelo facto de, neste

espectáculo, termos o privilégio de assistir à

actuação de Mário Barradas, personalidade

ímpar do teatro português. Tudo isto, em

conjunto com um elenco exemplarmente

dirigido por José Peixoto, faz desta peça

um momento único no Teatro Nacional.

Como bem diz José Peixoto, "um clássico

é uma árvore frondosa que tem muitos

frutos, mas que, uma vez por outra, pre-

cisa de ser podada para continuar a dar

frutos". Esse é o trabalho de um Teatro

Nacional, dos criativos, de todos nós

espectadores. Dar nova vida aos clássicos,

inscrevê-los na nossa vida porque deles

continuamos a colher ensinamentos, como

num grande livro que aprendemos a ler.

Carlos Fragateiro

Director Artístico do TNDM II

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 5

Page 6: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200806

"[Polidoro] O melhor casamento

desde mundo é quando o dinheiro

se casa com o dinheiro."

In "A Guerra" de Carlo Goldoni,

Cena VI

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 6

Page 7: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 07

O teatro de Carlo Goldoni acompanha o

Cendrev desde 1979, ano em que

apresentámos "A Estalajadeira", seguindo-

-se o "O Amante Militar" em 1981;

"Zaragata em Chioggia" em 1991; "As

Manias da Vilegiatura" em 1992; "A Casa

Nova" em 1993 e o "Teatro Cómico" em

2002. Daí que o envolvimento da nossa

companhia nesta parceria com o Teatro

Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés,

para celebrar os 300 anos do nascimento

deste genial autor, tenha merecido, natural-

mente, o nosso empenho e dedicação, por

forma a darmos a esta efeméride a dimen-

são e dignidade que a grandeza da sua

obra reclamam.

O projecto, que incluiu a organização de

uma exposição sobre a sua vida e obra, a

apresentação do espectáculo "Arlequim

Servidor de Dois Amos" numa encenação

de Filipe Crawford, a realização de uma

conferência organizada pela Universidade

de Évora e a tradução, edição e montagem

de duas das suas peças, "Criadas para todo

o Serviço", - que estreámos em Évora, onde

foi apresentada de 1 a 4 de Março de 2007,

em Lisboa de 8 a 18 de Março e na

Amadora de 21 de Março a 1 de Abril - e "A

Guerra", que agora estreia no Teatro

Nacional D. Maria II, espectáculo que

encerra o programa conjunto que, ainda

que não tenha alcançado todos os

objectivos definidos, teve seguramente o

mérito de confirmar a importância de um

teatro que, ao confrontar-nos com os grandes

temas da vida das pessoas, continua a

mobilizar o público em todo o mundo.

A construção do espectáculo "A Guerra"

Goldoni agora e sempre

traduziu-se numa experiência de trabalho

verdadeiramente particular. Desde logo,

por reunir capacidades e meios de três

diferentes estruturas do panorama teatral

nacional conferindo ao projecto condições

de produção e apresentação naturalmente

excepcionais, permitindo assim juntar uma

equipa alargada de profissionais de

diferentes gerações, que trouxeram ao

processo criativo dinâmicas que con-

tribuíram activamente para o resultado do

trabalho. Igualmente determinante, foi

termos contado com a direcção artística

de José Manuel Peixoto, não só pelo

profundo conhecimento que tem da obra

de Goldoni, mas também porque o colec-

tivo que se reuniu à sua volta assinala clara-

mente um reencontro com o seu próprio

percurso teatral, daí que tenhamos integra-

do o projecto com a maior satisfação.

A quem servirá a guerra para que, em

pleno século XXI, continue a destruir a vida

de milhares e milhares de inocentes provo-

cando igualmente a devastação das

próprias cidades com a perda irreparável

de valiosos testemunhos da História da

Humanidade? Quantas guerras mais serão

necessárias para terminar o flagelo?

Inquietação semelhante terá sentido

Goldoni conforme nos revela no texto em

que relata as motivações que o levaram a

escrever esta peça.

Goldoni trouxe à cena a guerra para recla-

mar a urgência da paz. Nós queremos ajudar

a cumprir esse propósito.

José Russo

Director Artístico do CENDREV

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 7

Page 8: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200808

"[Polidoro] Qual lavadeira! Você

agora é uma mercadora. O dinheiro

faz esquecer o passado. (…) Eu era

um pobre tambor. Passei a ajudante

de um vivandeiro; poupei dez escu-

dos, comprei um burro, e fiz negó-

cio na tropa. (…) Correu bem o

ganho, agi com prudência para os

generais gostarem de mim; soube

gastar com juízo, dei presentes nas

alturas certas, e por fim cheguei ao

posto de comissário de guerra. Ah,

o que me diz?"

In "A Guerra" de Carlo Goldoni,

Cena VI

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 8

Page 9: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 09

O Jorge (Silva Melo), que está sempre

atento a estas coisas, telefonou-me dizen-

do que preparasse as minhas traduções

para editar.

Fiquei contente. Afinal 2007 não ia ser

como 1993.

Decidi, então, propor um espectáculo em

co-produção, porque sozinha a estrutura

onde trabalho não o podia fazer.

Primeiro propus "La Bottega Dell Caffé",

que ainda não tinha nome em português,

e que felizmente hoje já está em cena

noutro teatro, a um parceiro que não me

tomou muito a sério.

Depois imaginei que talvez o Teatro

Nacional D. Maria II estivesse interessado e

propus "Le Massère", "As Cozinheiras" ou

"As Criadas para Todo o Serviço", como

acabou por se chamar.

Entretanto, tinha passado "La Guerra" ao

Mário (Barradas), que também gosta de

Goldoni, que por sua vez interessara o

Centro Dramático de Évora nesse projecto.

Enquanto se avaliava a possibilidade

financeira de fazermos um espectáculo, a

direcção do Teatro Nacional propôs

comemorar o ano Goldoni fazendo dois

espectáculos produzidos pelas três estruturas.

Gostaria de partilhar convosco a minha

felicidade. Pensava que seria difícil fazer

uma montagem e subitamente surge a

hipótese de fazer duas. E não era para

menos, pois tratava-se de mostrar duas

facetas completamente distintas do autor.

"As Cozinheiras", que era um longo e

inteligente divertimento com um

inequívoco vínculo de classe; "A Guerra"

que era, como assinala a crítica, a mais

Quando dei conta que a passagem do

tricentenário do nascimento de Carlo

Goldoni estava para breve pus-me a

imaginar o que devia fazer para que esta

data não fosse como a de 93, em que

todo o mundo evocava Goldoni nos 200

anos da sua morte e entre nós só dois ou

três, e sempre os mesmos, se lembravam

do facto.

Os grandes autores deviam estar sempre

em cena, e Goldoni é, sem dúvida, um

grande dramaturgo e reformador, que

pode balizar a história do teatro como um

marco, dizendo-se hoje para referenciar a

evolução desta arte, antes ou depois de

Goldoni.

Não devia, assim, ser necessário esperar

pelas comemorações do nascimento ou

da morte para o vermos em cena ou o ler-

mos em português, autor que há duzen-

tos anos tanto foi feito, refeito e adaptado

ao gosto português, tendo até o nosso rei

encomendado uma obra sua.

Seria bom que Goldoni fosse conhecido

não só por ter escrito uma obra prima

como "Arlequim Servidor de Dois Amos",

que muito me diverte, ou outra

inteligente comédia como "A

Estalajadeira", de tanta actualidade, e que

felizmente continuam a ser feitas, mas

pelas suas mais de cem comédias que

constituem um imenso conhecimento

sobre os comportamentos humanos que

hoje são ainda um valioso manancial de

reflexão. Seria bom que não o confundis-

sem com a "Commedia Dell'Arte" que ele

com tanto empenho reformou tornando

o teatro desde então coisa nova.

Uma co-produção singular

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 9

Page 10: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200810

brechtiana das comédias de Goldoni e

algo muito diferente do que nos é

mostrado como o mais significativo deste

dramaturgo. Iniciar o ano do tricentenário

do seu nascimento com um espectáculo

e terminar com outro tão diferente seria

honrar Goldoni e o público como um e

outro merecem.

Para mim, era um empreendimento de

alto significado. Era juntar a Casa Mãe da

descentralização, e de muitos dos meus

projectos, ao Teatro Nacional do centro de

Lisboa, onde trabalhara uma única vez e

há 25 anos, com a descentralização que

Os Aloés, onde trabalho agora, tentam

levar a cabo na periferia. Era ultrapassar

divergências e conjugar esforços para

dar um contributo ao tal teatro "elitista

para todos".

Era reunir as diversas gerações com que

contactei no meu percurso teatral e as

diversas escolas que me moldaram e que

também ajudei a concretizar, num projecto

comum, sabendo que o que hoje nos

separa nos lugares, nas ideias ou nas

estéticas não nos impede de unir saber

e esforços, num trabalho feito com

prazer, para realizar o projecto que tem

que ser feito.

José Peixoto

Director do Teatro dos Aloés

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 10

Page 11: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 11

O grande reformador da "commedia dell'arte" e um dos maiores dramaturgos do sécu-

lo XVIII nasceu em Veneza, em 1707, no seio de uma família burguesa. Pouco interessa-

do em medicina, profissão que o pai exercia, foi estudar filosofia no Colégio de Rimini

mas, em 1721, com apenas 14 anos, abandonou os estudos para seguir uma trupe de

comediantes. O teatro apaixonava-o: gostava de ver, de escrever e até de representar.

A morte do progenitor obrigou-o a ter vários empregos para garantir o seu sustento.

Em 1734, aos 27 anos, aceitou o cargo de poeta residente da companhia de teatro

lírico de Giuseppe Imer, para o qual escreveu interlúdios cómicos, tragédias e tragi-

comédias e, dois anos depois, à mercê do seu rendimento fixo, pôde casar-se com a fiel

Genoveva Nicoletta Conio. Mas foi só no ano de 1738, aos 31 anos, que Goldoni encontrou

a sua verdadeira vocação: as comédias. Nesse ano, escreveu a peça "Momolo Cortesan",

na qual o protagonista tinha o texto todo escrito.

Iniciava-se, assim, a renovação da "commedia dell'arte": até então, os papéis das personagens

principais eram improvisados e dependiam muito do talento dos actores. Goldoni pôs

a tónica no texto e desviou a atenção para a qualidade dos autores. Embora mantendo

as figuras tipo e a estrutura coreográfica da acção da "commedia dell'arte", aprofundou

a caracterização das personagens e empenhou-se em retratar a classe média da sua

época. Pelas peças de Goldoni perpassam, como em mais lado algum, a moral e os

costumes do século XVIII.

Em 1747, Goldoni conheceu Gerolamo Medebach, director da companhia Sant'Angelo

e aceitou o cargo de poeta residente da trupe. Finalmente, pôde dedicar-se inteiramente

ao teatro. Foi a época do seu apogeu: só na temporada de 1750-51 escreveu nada menos

do que 16 comédias. Até que, em 1753 (no mesmo ano em que escreveu "A Estalajadeira"),

e desentendendo-se com Medebach, decidiu abandonar a companhia e entrar para o

teatro San Luca, com o qual permaneceu dez anos, na qualidade de autor residente e

director de actores.

Alguns insucessos e uma disputa com o rival Carlo Gozzi, defensor de um teatro menos

popular e mais literário e elitista, acabaram por levar Goldoni a abandonar Veneza, em 1762,

e a partir para Paris, onde foi trabalhar para a Comédie-Italienne, para a qual escreveu peças

de sucesso seguro e onde se tornou professor de italiano das filhas de Luís XV. Aí escreveu

as suas "Memórias" (publicadas em 1787) e morreu, em 1793, quase na miséria, depois da

Revolução Francesa lhe ter retirado a pensão que o rei lhe tinha conferido.

BiografiaCarlo Goldoni

Veneza 1707- Paris 1793

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 11

Page 12: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200812

Carlo Goldoni

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 12

Page 13: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 13

Aviso ao Leitor

É assim que começa a sátira de Salvator

Rosa, intitulada: "A Guerra". Assim

começarei eu este aviso ao leitor. No

Mundo inteiro não há senão armas. Entre

amigos, nas praças, nos salões, nas lojas,

só se ouve falar de guerra, e assim

veio-me a vontade de escrever uma

comédia intitulada "A Guerra". Ao princípio

senti-me um pouco embaraçado com a

escolha das nações beligerantes, temen-

do a indignação dos ardentes partidários

de cada uma das facções, mas depois

descobri a solução que poderão observar

nas últimas linhas da comédia. Nos meus

anos de juventude, tive a oportunidade

de conhecer a guerra de perto: não que

tenha exercido a profissão das armas,

graças aos céus tive todas as tentações

menos essa, mas pode estar-se informado

de qualquer coisa sem que se tenha feito

profissão dela, discutindo com aqueles

que a exercem, informando-se com

precisão sobre ela e reflectindo sobre

aquilo que se aprendeu, como eu tenho

hábito de fazer com tudo. Os que

percebem de Guerra julgarão se tratei

convenientemente do assunto, se estou

devidamente informado sobre os princí-

pios da honra que levam os valorosos a

"NO MUNDO INTEIRO NÃO HÁ

SENÃO ARMAS.

ARMA VIRUMQUE CANO.

AS DAMAS, OS CAVALEIROS,

AS ARMAS, OS AMORES.

CANTO AS ARMAS MISERÁVEIS,

BRINDO AO CAPITÃO."

correr para o perigo, se compreendo ver-

dadeiramente essa alegria, essa generosi-

dade, essa intrepidez que reina nos cam-

pos de batalha, que retempera a coragem

e faz com que não nos preocupemos com

os perigos, se consegui juntar com dis-

cernimento a paixão e o amor com os

deveres de um militar e se, para terminar,

dirigi críticas justas àqueles que, em qual-

quer circunstância, se aproveitam um

pouco mais do que deveriam. No que se

refere às operações militares, escolhi o assalto a

uma fortaleza, que é um dos mais interessantes.

Quando esta comédia foi representada,

achei por bem, para o prazer do especta-

dor, fazer intervir, junto dos assaltantes

como dos assaltados, a artilharia, as

investidas, os assaltos e os movimentos

das tropas, mas constatei que estas

operações são difíceis de executar em

cena e que, mal feitas, estragam mais do

que embelezam a representação.

Portanto, facilitei um pouco as coisas.

Algumas, suprimi-as completamente,

substituindo-as por narrativas curtas;

outras, aquelas cujo carácter espectacular

pode agradar sem obrigar os actores a

grandes proezas de execução, atenuei-as.

O desfecho é um dos mais felizes, pois é

coroado pela paz divina: desenlace que

desejo ardentemente ver chegar às guer-

ras que se desenrolam presentemente

pela Europa, se Deus quiser.

Carlo Goldoni

In “La Guerre, Comédie en trois actes”, Carlo

Goldoni, Éditions Circé, 1993, pp. 29-30

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 13

Page 14: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

José Peixoto

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 14

Page 15: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 15

1 - Ter encenado recentemente Le Massère reavivou-me questões que transportava

desde outros trabalhos com textos de Carlo Goldoni: os limites ideológicos das suas

comédias observadas por um espectador de hoje ou em que medida se deixou ficar pri-

sioneiro do seu tempo tendo em conta as grandes problemáticas actuais.

Primeiro e antes de mais considero este autor um dos génios do teatro... e para durar,

por muito tempo.

A sua capacidade, se não científica pelo menos objectiva, de observar a realidade social

e as vivências humanas nas suas contradições, bem como a forma como usa o palco

como instrumento de análise ou laboratório de experimentação, faz do seu teatro uma

inesgotável fonte de ensinamentos sobre os comportamentos, previsão do desenvolvi-

mento das atitudes individuais e colectivas, até mesmo do devir histórico.

Goldoni na sua observação procurava a verdade e equacionava em cena um homem

credível, verosímil e capaz de ser verificado na realidade. Nada que fosse diferente do

real lhe interessava. A cena não era lugar de fantasias, mas o lugar da verdade e servia-

lhe para ajudar a mudar o Mundo.

Mas Goldoni não estava fora da História e se procurava agir sobre ela era inevitavel-

mente determinado pelo seu tempo.

Filho da burguesia tinha um compromisso com a sua classe e eventualmente um objec-

tivo - contribuir para que ela chegasse ao poder.

Talvez nada disto fosse uma consciência. É mesmo muito provável que não fosse. Mas

nas suas comédias zurzir a aristocracia, apresentada como improdutiva, perdulária,

inútil, oportunista, imoral e exploradora, é uma constante.

Do mesmo modo não se cansa de enaltecer a burguesia e as suas virtudes - o amor ao

trabalho, a capacidade de produzir riqueza, a moral, o bom senso, a poupança e não sei

quantas virtudes mais.

O povo foi surgindo aos poucos nos seus textos, estando cada vez mais presente e

autónomo, como uma realidade inultrapassável, acabando por impor-se na sua última

comédia veneziana "Le Baruffe Chiozzotte", antes do adeus definitivo à cidade natal em

"Una delle ultime sere di carnevale".

E se é verdade que termina, astutamente creio eu, as suas comédias "com fim feliz" e

com o restabelecimento de uma ordem social, fazendo concessões ao poder estabele-

cido e à classe dominante, já tinha dito no desenrolar da história o suficiente para fazer

Notas para a encenação de

“A Guerra”Para partilhar com os actores

Eventualmente com o público

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 15

Page 16: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200816

passar o fundamental da sua opinião sobre a natureza do tecido social denunciando os

interesses e tramóias das classes em confronto, jogos que ninguém ia esquecer apesar

do compromisso final.

E é essa dimensão do real que hoje mais nos interessa e é aí que está a sua modernidade.

Os modelos levados a cena nem sempre produzem a melhor imagem dessa classe em

ascensão. Mas Goldoni continua a ser fiel à realidade observada e à liberdade das per-

sonagens em cena. Nessas circunstâncias confronta os bons com outros que não o são

tanto, premiando os bons e castigando os maus, evidentemente.

Penso mesmo que ele pensa que este processo é educativo, estabelecendo um mode-

lo de uma moral de uma classe que procura uma nova ordem, uma outra organização

social, com uma nova ética, outros princípios e uma outra forma de estar no mundo.

E é quando se torna mais moralista, quando procura a resolução dos problemas sociais com

uma nova moral para uma outra sociedade, com inevitáveis concessões ao poder estabele-

cido no seu quadro histórico, que Goldoni se deixa ficar mais prisioneiro do seu tempo.

Nestas circunstâncias temos duas saídas: tentar mostrar hoje as razões das suas opções

ou apagar o "moralismo" que para o público de hoje não tem nenhum sentido.

Qualquer das soluções contêm riscos.

Fazer de Goldoni um autor do nosso tempo retirando - o do seu quadro histórico é um

absurdo porque Goldoni não é do nosso tempo. Fazê-lo um autor antigo é um mau

serviço prestado aos seus textos e à sua actualidade.

Procuro mostrá-lo na sua dimensão histórica e hesito sempre sobre o que suprimir e o

que conservar, atendendo a que trabalho para um público de hoje, com a dúvida de

não o ter compreendido integralmente e o risco de desfazer-me de coisas importantes

pela incapacidade de as tornar históricas.

Optei neste trabalho por não assumir aqui ou além pequenas frases no interior das falas

que me pareceram excessivamente explicativas, repetitivas, moralistas ou arcaicas na

construção e que não me pareciam fundamentais ao desenvolvimento da história ou à

compreensão dos comportamentos.

Suprimi algumas pequenas cenas ou parte delas que me pareciam travar o ritmo da

comédia ou que pareciam surgir apenas para fazer um ponto da situação.

Transformei em falas alguns " à partes" que me pareciam fora do projecto de verosimi-

lhança do autor, passando a comportamento o que era dito como verdade das perso

nagens que o à parte contem.

Fiz ainda das didascálias algumas falas para um hipotético autor que tudo controla ou

personagem que espia o que fazemos, seguindo os conselhos de Goldoni no prefácio

sobre aquilo que a cena teatral não pode mostrar.

Procurei compreender e conservei tudo o que me foi possível compreender como

objectivo do autor.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 16

Page 17: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 17

Os grandes textos resistem à manipulação que abusivamente se faz deles ou à distorção

do que eles querem dizer.

Caí na tentação de introduzir no texto de Goldoni três palavras que não eram dele, e o

texto, como todos os grandes textos, resistiu.

Ao fim de poucos ensaios as três palavras tinham sido expulsas.

2 - A descoberta de "A Guerra" foi para mim fascinante. Não era capaz de supor que

Goldoni tivesse escrito um texto desta natureza. Não é em nada semelhante ao que até

agora li. Diria mesmo que este texto serviu de modelo à "Mãe Coragem" de Brecht. Não

conta a história de ninguém em particular. A monstruosidade da guerra é a perso-

nagem central. As outras que aparecem e os seus comportamentos decorrem apenas

da guerra. Aqui as personagens não estão divididas entre bons e maus. Aqui todos

sofrem as consequências da guerra e todos são à vez vítimas ou beneficiários. Aqui não

há os senhores que exploram e o povo que é vítima. Aqui há uma análise crua do hor-

ror da guerra.

Desde a primeira cena fui capaz de identificar os comportamentos das personagens e

confrontá-los com a minha própria experiência da guerra. A sua actualidade é pertur-

badora.

Desde o primeiro momento considerei um texto obrigatório.

3 - Entre nós surge com certa regularidade o problema de se saber se o actor é um

criador. Todos os meus Mestres acham que o actor é um intérprete e que o grande

criador é o autor.

Não vou gastar o nosso pouco tempo nessa discussão que agora para mim não é fundamental.

Quando escolho um autor estabeleço com ele um vínculo de fidelidade. Procuro utilizar

da melhor maneira o que ele me oferece, a realidade social e histórica que me mostra,

as ideias, a reflexão, os objectivos, a palavra, a beleza, a dimensão poética.

O vínculo é uma atitude espontânea e natural. É uma identificação. Se não gostasse do

que diz escolhia outro.

Acho que o teatro é mais que um divertimento. Serve para ajudar a mudar o mundo. Os

autores realistas ajudam muito. Deve ser por isso que gosto de Goldoni. Sirvo-me do

que escreve e procuro servi-lo. Não o altero e aí está a minha fidelidade.

Mas sei também que o fenómeno teatral só acontece quando um actor interpreta um

autor diante de um espectador e por isso o actor não é de somenos importância.

Um actor em cena com toda a sua fidelidade ao autor, apenas com a sua presença física e

sem representar nada, começa logo a criar sinais que estão para além da escrita do autor.

Sei também que os actores dão à palavra escrita muito da sua alma e que as person-

agens criadas na cena levam muito da vida dos actores. Sem os actores a palavra escri-

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 17

Page 18: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200818

ta não passava de literatura.

Acho portanto que o teatro também é criação do actor. E o facto de o actor moldar em

si próprio a sua obra faz do teatro uma arte particular. Mas nenhum actor pode chegar a

cena e dizer: " Toma-me, eu sou a obra de arte", porque a obra de arte só se atinge depois

de muito trabalho, de muita hesitação, de muito fazer e refazer num caminho de incertezas.

Eu diria que sou um representante do autor que escolhe actores para o interpretar. Mas

da mesma maneira que me vinculo ao autor que escolhi, também me vinculo aos

actores que também são da minha escolha. Se não gostasse destes escolheria outros.

Não vou pedir que sejam diferentes do que são, vou pedir que façamos um percurso

juntos em busca dos desígnios do autor e enquanto são o que são - pessoas com

sensibilidade artística e a quem ofereço a minha lealdade neste processo em que

expõem os seus sentimentos e a sua vulnerabilidade. É com a matéria que os actores

produzem que faço o meu trabalho, seduzindo-os para o projecto do autor. Todo o

processo em contrário é uma fraude.

4 - O teatro que faz de conta que é verdade e não uma realidade pensada e programada

transforma-se rapidamente numa mentira. Portanto devemos dar aos espectadores a

consciência de que estamos no teatro.

Goldoni sobretudo nas "Memórias Italianas" tomos XI e XII relata-nos a sua experiência

da guerra como secretário do Residente de Veneza em Milão, quando assiste ao cerco

da cidadela pelas tropas "galo-sardas" em 1733.

Diz-nos também como recebia e tratava as informações dos espiões disseminados pelo

campo de batalha e como elaborava relatórios que fazia chegar superiormente,

informando Veneza.

Curiosamente utiliza no texto de "A Guerra" as mesmas palavras com que nas

"Memórias" descreve o campo e as batalhas, os comportamentos e os objectivos.

Testemunha e autor confundem-se.

Esta semelhança entre acontecimentos que Goldoni relata como testemunha do conflito

e o texto de "A Guerra" legitima introduzi-lo na cena, na figura de um oficial, como

observador - autor e responsável pelo desenrolar dos acontecimentos.

Este artifício permite-nos um teatro de contadores de histórias, com a consciência de

que é teatro e nunca com a pretensão de dizer que é real.

5 - Os marcos das estradas romanas marcam a distância de Roma, mas também mar-

cam a extensão das suas conquistas, da guerra e da morte.

Da destruição da guerra a mais violenta e nociva é a destruição humana. Por onde passa

a guerra nascem cemitérios.

J.Peixoto

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 18

Page 19: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 19

"A Guerra". O título, directo, abrupto, espanta o público francês, habituado que está aos

"A Boa Filha", "A Esposa Prudente", "A Viúva Matreira", etc. E, de facto, "A Guerra" é uma

bomba no contexto das obras de Goldoni. Longe dos cafés, das lojas dos artesãos

venezianos, dos “campielli” , dos interiores domésticos, o leitor de "A Guerra" é precipitado

para o campo de batalha através de uma brecha aberta nos muros de uma fortaleza.

Mas "A Guerra" não é o simples pano de fundo para uma história de amor que tem um

final feliz, ela é o próprio objecto da peça, ou seja, não se trata de uma guerra mas de a

guerra. (…) Goldoni dá-nos aqui uma peça de grande força, de grande violência e de

um realismo extraordinário. No entanto, fá-lo sem carnificina, sem massacres em directo,

apenas algumas amostras das atitudes dos soldados em tempo de armistício, e sobretu-

do, um desencantamento distanciado. Eis o que caracteriza esta peça surpreendente.

O tom é dado logo na primeira cena, onde se vêem, coisa frequente em Goldoni, per-

sonagens a jogar às cartas. A situação é, no entanto, singular aqui, pois descobre-se

rapidamente que todos os homens presentes - militares - estão prestes a partir em com-

bate. Jogam às cartas a dinheiro no apartamento do Comissário de Armas, transforma-

do momentaneamente numa espécie de círculo de oficiais, entre dois assaltos. Desde

logo, a metáfora do jogo é lançada, o tom é anunciado: a mesa de jogo é o campo de

batalha, ganhar ou perder, vencer ou morrer são fruto do acaso mais do que da habili-

dade ou do que o valor, e a vida, em tempo de guerra, não podia ser mais precária. O

risco, a morte, o dinheiro, eis os eixos de "A Guerra", aos quais vem juntar-se, ainda na

cena de exposição, o amor. Jogo de amor e de acaso, de amor e de morte. Ficamos a

saber, com efeito, durante o desenrolar do jogo, a verdadeira situação 'corneiliana' em

que se encontram os dois jovens heróis da comédia: Dona Florida, jovem filha de Dom

Egídio, comandante das tropas cercadas, espanta-se que o seu apaixonado, Dom

Faustino, oficial dos assaltantes, esteja a jogar às cartas e a falar-lhe de amor, ao mesmo

tempo que se prepara para partir ao assalto, assalto esse no qual arrisca perder a vida ou

matar o seu sogro. (…)

Antes da batalha, (...) jogam às cartas, embriagam-se, no sentido literal e figurado, com

o jogo, embriagam-se, pura e simplesmente. (...) Anestesiar-se, beber bom vinho e,

naturalmente, fazer a corte às mulheres que estão presentes. Mas estes militares têm a

honra susceptível; antes de morrer na frente de combate, e entre duas partidas de car-

tas, porque não bater-se em combate por uma beldade, mesmo se estão estropiados e

agarrados às muletas como Dom Cirilo? (…)

Pela honra, travam-se duelos e é para cumprir com honra o seu dever de soldado que

Dom Faustino se dispõe a abandonar a amada, mesmo que talvez não a volte a ver ou,

pior, que lhe venha anunciar a morte do pai, Dom Egídio. (…) Esta noção de honra

Introdução

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 19

Page 20: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200820

militar pode fazer-nos sorrir, e provavelmente também deixou Goldoni perplexo, mas é

preciso lembrarmo-nos que os oficiais do século XVIII não podem fazer outra coisa

senão tentar sublimar uma existência que não escolheram: os membros mais jovens das

famílias, sabemo-lo, não tinham escolha possível, era a Igreja ou o Exército, e este é sem

dúvida o caso de Dom Faustino, assim como o foi de Dom Egídio, segundo testemunho

da filha (acto I, cena 8). (…)

O outro eixo de "A Guerra" é o dinheiro. Dentro da galeria de retratos militares apresen-

tados por Goldoni, intervém, a partir da segunda cena, uma personagem extraordinária

na figura do Comissário de Armas, Dom Polidoro, o tubarão dos comerciantes de

canhões. A infelicidade de uns faz a felicidade de outros: "Ah! A guerra é uma bela coisa",

é o grito que vem do coração de Dom Polidoro. Desde que dure, pois é graças à guer-

ra que Dom Polidoro conhece uma ascensão irresistível que o transforma, de modesto

tambor em almocreve e, finalmente, em Comissário de Armas.

(…)

Sexo e guerra, dinheiro e sentimento, não há lugar para as pombas em "A Guerra" de

Goldoni (…)

"A Guerra" foi representada pela primeira vez em Veneza, durante o Carnaval de 1760.

Goldoni contava muito com o efeito visual das operações militares, os efeitos especiais,

diríamos nós hoje. As suas expectativas foram, porém, goradas e a peça teve apenas um

magro sucesso (…). Ela teria muito mais êxito no estrangeiro, em Leipzig e em Viena, por

exemplo, onde foi representada em alemão em 1768, e em Weimar, em 1793, onde foi

precedida de um prólogo da autoria de Goethe.

Marie-France Sidet, "Introduction", in Carlo Goldoni “La Guerre, Comédie en

trois actes”, Éditions Circé, 1993

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 20

Page 21: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 21

"O servidor de dois amos" foi uma das comédias de Goldoni mais representadas sob a

direcção de Giorgio Strehler, que se consolidou com esta obra desde 1947 (Milano,

Piccolo Teatro), para a retomar e representar perante o público em quase todas as

épocas teatrais durante muitos anos consecutivos.

De Strehler transcrevemos um trecho da conferência "Brecht e Goldoni" realizada em

Hamburgo no ano de 1972 por ocasião da entrega ao encenador do Prémio Goethe

Preis, e agora coligida em "Per un teatro umano. Pensieri scritti, parlati e attuati", org. de

Sinah Kessler, Feltrinelli, Milano, 1974. O autor estabelece uma comparação entre os dois

dramaturgos descobrindo - com um certo gosto pelo paradoxo da sua operação crítica

- algumas analogias entre a arte deles e a sua posição na história do teatro. Ambos

aderiram à "linguagem preexistente" mas na base da tradição chegaram a uma

"revolução seguinte"; se até "o sentido supranacional é diferente nos modos", igual-

mente é verdade que também é "equivalente em Goldoni e Brecht (...) pelo significado

metodológico e ideológico"; ambos tiveram de se confrontar com a realidade, o que

permite atingir "a analogia mais árdua e fascinante: isto é, a de carácter fundamental e

inequivocamente realista do valor estilístico do teatro goldoniano e brechtiano". O

teatro torna-se então, não um lugar fora e para além da história, mas sim parte inte-

grante do universo sociopolítico em que actuam "personagens totalmente humanas"

que permitem ao público reconhecer-se e conhecer-se.

Brecht e Goldoni representam dois pontos fixos no âmbito da minha investigação

teatral. No que diz respeito às relações com a sociedade do seu tempo, o sentido do seu

teatro no âmbito dos problemas que os seus tempos propunham, parecem-me - se

assim posso dizer - uma espécie de ponto de partida e ponto de chegada, o princípio e

o fim, o alfa e o ómega do capítulo da nossa história que se desenrola sob o signo da

hegemonia burguesa. Por isso eles são ao mesmo tempo próximos e distantes.

Como postulado desta investigação surge a afirmação que nos grandes momentos da

sua história (que coincidem sempre com os grandes momentos da História), quando o

teatro é chamado a significar a urgência de novos temas políticos e sociais, esta toma-

da de consciência e o consequente nascimento de um novo humanismo encontram no

realismo a sua linguagem mais consonante e natural. Mas esta linguagem realista não é

"única", não é um modo único de se exprimir. Aliás, essa linguagem pode assumir for-

mulações e formalismos diferentes conforme a situação contingente em que venha a

encontrar-se; mas comum a todas as suas formulações será sempre a metodologia da sua

abordagem da realidade; a direcção em que solicita a evolução social, o significado humanista

e historicista do seu assumir "o homem político" como medida de todas as coisas. (...)

Strehler e Goldoni

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 21

Page 22: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200822

Ambos estão enquadrados numa sociedade num momento plenamente penoso: para

Goldoni a passagem a um ordenamento e um costume burgueses; para Brecht o

momento em que o liberalismo que emergiu do século XIX enfrenta no nosso século a

sua primeira crise violenta. Mas sobretudo trata-se de acontecimentos que marcam

uma antecipação da tabela de marcha europeia: para Goldoni porque a Veneza do seu

tempo - embora assente em bases mercantis e ainda não industriais - realiza a formação

de uma sociedade burguesa avant la lettre, para Brecht porque a sua geração é a

primeira a ter de enfrentar a opção inesperada e dramática entre liberdade e ditadura,

nos termos extremos e violentos em que foi historicamente proposta. (...)

A história das reformas que Goldoni e Brecht - nas modalidades próprias e característi-

cas dos seus respectivos tempos - realizaram no teatro, não é mais do que a laboriosa

afirmação de um renovado realismo, a restauração da noção do "típico". Esta conquista

realiza-se com um procedimento dialéctico que tem como ponto de partida a situação

preexistente, que a nega rigorosamente, e constrói na tabula rasa assim criada um novo

e justo equilíbrio, um novo ponto de apoio. Sob este perfil o procedimento goldoniano,

que obriga as desenfreadas máscaras à íntima contradição de um texto escrito e pre-

cisamente formulado, corresponde perfeitamente à passagem brechtiana da anarquia

individualista do expressionismo ao rigor épico (isto é, narrativo) dos dramas didácticos:

em ambos os casos trata-se de passagens intermédias, limitadoras do discurso, ou -

melhor - ainda não explicativas de todas as suas possibilidades: quando Goldoni despe-

-as máscaras dos seus fatos e recupera o seu equivalente na realidade social do seu

tempo, e faz de Arlecchino já não o servo em abstracto, mas um servo, ou - precisa-

mente - o típico servo do seu mundo, e de Pantalone já não o mercador, mas um

mercador com nome e apelido concretos, Brecht também supera o esquematismo

didáctico do Lehrstück para devolver às personagens e a toda e qualquer outra

componente do facto aquela estrutura mais completa que nasce justamente da fusão

de conotações individuais, pessoais, psicológicas e da possibilidade de entrever nessas

conotações significados precisos e referências a realidades históricas e sociais

mais amplas.

G. Strehler, "Brecht e Goldoni" in “Per un teatro umano. Pensieri scritti par-

lati e ettuati”, a cura di Sinah Kessler, Feltrinelli, Milano, 1974, pp. 94-99,

passim.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 22

Page 23: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 23

É em Outubro de 1749 que nasce a primeira polémica em torno da obra de Goldoni:

protagonista, o Abade Pietro Chiari, poeta da companhia de San Samuele, expressão de uma

velha dramaturgia enfática e romanesca, autor naquele ano de um "Avventuriero alla moda",

contudo, espantosamente fracassado. (…) No momento em que algumas cidades europeias,

entre as quais Veneza, assistiam à afirmação de uma classe burguesa, artesanal e mercantil

como terceiro estrato entre o extremo do povo e da aristocracia, Carlo Goldoni é aquele que

de facto assume a tarefa de "criar" um teatro que reflicta as ideologias, os interesses, os proble-

mas, a sensibilidade da nova classe. A burguesia, sempre uma das estruturas mais importantes

da sociedade, exige agora um teatro feito à própria imagem e semelhança; e este teatro não o

pode encontrar na "commedia dell'arte". (…)

Goldoni não teoriza neste sentido a própria obra, porém, constrói uma dramaturgia que

responde, de facto, e com absoluta coerência ao desejo implícito deste novo público; que

reflecte o conhecimento, a estética e a ética (isto é, o gosto e a moral), que encontra no "padre

di famiglia" o seu herói positivo, e que ilustra e divulga as virtudes construtivas do bom senso,

da concretude, da prudência e continua dizendo: todas as virtudes, aureamente medíocres, da

burguesia na sua fase positiva e progressista. (…)

Dito isto, tudo parece que os conceitos que terão movido Goldoni na reforma são os da

verosimilhança dos eventos, da natureza e da credibilidade das personagens, da moralidade

educativa das histórias narradas, da decência da linguagem. (…) Quando Goldoni reivindica a

importância da "personagem", e faz dela o pilar do próprio teatro, remete o homem para o cen-

tro do universo teatral, libertando-o dos mecanismos da "commedia dell'arte" onde agora não

parecia mais do que um instrumento (…).

A principal preocupação ideológica e moral de Goldoni é - pura e simplesmente - a enunci-

ação e exaltação dos valores burgueses. Esta é a sua intenção "efectiva", para lá das intenções

"oficiais", com todo o significado profundamente revolucionário que o Poeta Goldoni desen-

volveu com absoluta coerência até às suas consequências extremas. Mas cada preocupação

programática - por muito positiva ou mesmo necessária - comporta pelo menos a possibili-

dade de um encontro com a verdade das coisas; e aqui se coloca novamente o problema do

não conciliar a rigorosa observação do Mundo e a oportunidade das coisas do dizer.

Nesta mais alta esfera, a resposta de Goldoni ao problema concilia o inconciliável com uma

"selecção da verdade" que lhe permite perseguir até às suas consequências extremas a análise

da realidade observada, sem mais se deparar com a necessidade ou oportunidade da menti-

ra. Eis porque Goldoni não quer ouvir falar os "pais dos filhos", porque às personagens negati-

vas dá quanto antes um contorno definido, porque organiza a própria realidade de forma a

que os vícios não manchem os verosímil virtuoso. A realidade que selecciona deve consentir

ao mesmo tempo a fidelidade à natureza e a moralidade da conclusão: pois o que importa é

o verosímil, e não o documento; a não-mentira - de um certo ponto de vista - e assim como a

verdade na sua integridade.

Luigi Lunari in Carlo Goldoni “La bottega del caffè”, Milano, Biblioteca Universale

Rizzoli, 1984, pp. 13-46.

Os anos da reforma

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 23

Page 24: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 24

Page 25: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 25

"[A] Guerra" estreou em Veneza no Carnaval de 1760. As questões militares foram

tratadas por Goldoni desde época precoce, mesmo que de modo relativamente super-

ficial, como no caso de "Il quartiere Fortunato", intercalado com música e estreado em

Rimini, em 1744, com música de Francesco Maggiore, mais conhecido por "Ciccio".

Viriam, em seguida, "L'Amante Militare" (1751) e "L'Impostore" (1754), elaboradas a partir

das suas recordações de Rimini ou de incidentes autobiográficos. "A Guerra" é, portan-

to, a última das suas comédias dedicadas a temas militares e também a que os assume

de forma mais directa e não como elemento circunstancial.

Se nos é permitido utilizar um conceito contemporâneo para definir uma obra do pas-

sado - prática esta que se deve arguir com suma prudência - poderíamos qualificar esta

comédia como a mais brechtiana das de Goldoni. Tanto as suas personagens grotescas,

a sua comicidade estridente, os seus discursos de analíticos raciocínios, como a própria

matéria dramática constituída pelas acções bélicas em que as personagens se vêem

imersas, assim o confirmam. Trata-se, sem dúvida, de uma experiência muito particular

nas tarefas cénicas seguidas pelo comediógrafo. Uma obra que se afasta das suas prefe-

rências substantivas e que por ele adquirem um carácter revelador relativo à observação

e compreensão do mundo por parte deste ilustrado que soube converter em teatro

tudo aquilo que a sua experiência vital lhe oferecia (…)".

Juan Antonio Hormigón, "Guerra y servidumbre" in Carlo Goldoni “La Criada

amorosa, La Guerra, La hostería de la Posta”, Madrid, Publicaciones de la

Asociacion de Directores de Escena de España, 1994, pp.15-16.

Guerra e submissão

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 25

Page 26: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 26

Page 27: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

JOSÉ COLAÇO BARREIROS

tradução

Trabalhou, como tradutor, para diversas

editoras e instituições culturais. Fez leg-

endagem para a RTP, sobretudo de Italiano,

mas também de Francês e Espanhol. No

teatro, traduziu peças como "Novecentos - A

Lenda do Pianista sobre o Oceano", de

Alessandro Baricco, (Centro Dramático

Bernardo Santareno, Teatro de Vila

Real/Peripécia Teatro, Vila Real), "Uma

Mulher: Os Anos de Encanto", de Maricla

Boggio, "Nápoles Milionária", "A Arte da

Comedia" (Companhia Teatral do Chiado) e

"Filomena Marturano" (RTP) de Eduardo De

Filippo, "Um Suicídio Colectivo", de Peppino

De Filippo, (Companhia Teatral do Chiado),

entre outras. De Carlo Goldoni, traduziu

"O Campiello" (Teatro da Malaposta).

No TNDM II, assinou a tradução de "Senso",

de Camilo Boito (2005) e "Criadas para Todo

o Serviço", de Carlo Goldoni (2007, numa

co-produção com o CENDREV e o Teatro

dos Aloés).

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 27

JOSÉ PEIXOTO

encenação

Actor e encenador, licenciou-se em História

mas iniciou uma carreira profissional em

teatro com Os Bonecreiros. Estagiou no

Théâtre de Gennevilliers, com Bernard Sobel,

e no Piccolo Teatro di Milano com Giorgio

Strehler. Esteve na equipa inicial do Centro

Cultural de Évora, bem como na Direcção do

Teatro Malaposta de 1987 a 1999. É co-fun-

dador do Teatro da Rainha e colaborou com

o Teatro Municipal de Almada e com o Novo

Grupo. Enquanto professor na Escola

Superior de Teatro e Cinema, leccionou

Interpretação e Teoria e Prática da

Encenação. Foi Presidente do Conselho

Científico e Director do Departamento de

Teatro e é co-fundador do Teatro dos Aloés,

onde trabalha desde 2000.

No TNDM II, dirigiu "Criadas para Todo o

Serviço", de Carlo Goldoni, por ocasião das

comemorações dos 300 anos daquele autor.

Curricula

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 27

Page 28: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

CARLOS GONÇALVES

desenho de Luz

Iniciou a sua actividade profissional em 1987

como Fotógrafo e em 1990 ingressou no

curso de Iluminação de Espectáculos do

IFICT - Instituto de Formação, Investigação e

Criação Teatral. Desde então tem estado

ligado à Direcção Técnica e Iluminação de

inúmeros espectáculos, colaborando com

diversas companhias, festivais, instituições e

criadores, podendo destacar-se: Direcção

Técnica do Festival Internacional de Outono

e do Festival Internacional de Humor de

Lisboa; Direcção de Iluminação do Anfiteatro

da Doca (Expo'98); Direcção de Iluminação /

Técnica do Festival RIR, Teatro da Trindade /

Inatel, Fundação Calouste Gulbenkian,

Companhia Nacional de Bailado, Festival

Jazz em Agosto, Festival de Música da Costa

do Estoril, ACARTE, P.O.N.T.I., Companhia

Olga Roriz, Companhia Clara Andermatt,

Danças na Cidade, O Rumo do Fumo, AAHA/

Museu das Crianças, Instituto Goethe, Ópera

de Pequim, Orquestra Sinfónica de Moscovo,

Teatro Negro de Praga, Els Comediants, La

Fura dels Baus, Companhia de Dança Ciudad

Sevilha, GTT (Grupo Teatro Terapêutico H.

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200828

Júlio de Matos), A Comuna, Artistas Unidos,

Teatro dos Aloés, Escola de Mulheres ou

Produções Fictícias. Colaborou também com

criadores como José Wallenstein, Rui

Mendes, António Feio/José Pedro Gomes,

Maria Emília Correia ou Gato Fedorento. No

campo da música, iluminou artistas como

Carlos do Carmo, Mafalda Veiga, João Pedro

Pais, Entre Aspas, Capela Real (Orquestra

Barroca Portuguesa), Carlos Bica ou Jorge

Palma, de entre muitos outros.

Enquanto formador, colaborou com enti-

dades como a Direcção Regional da Cultura

dos Açores, ART&CO ou Escola Superior de

Dança.

No Teatro Nacional D. Maria II, assinou recen-

temente o desenho de luz dos espectáculos

"Frozen", de Marcia Haufrecht, "Vermelho

Transparente", de Rui Mendes, e "A Minha

Mulher", encenação de Solveig Nordlund.

RUI REBELO

música original

Músico de formação, esteve, desde cedo,

ligado ao Teatro. Com formação clássica e de

jazz, passando pela música étnica, experi-

mental e tradicional portuguesa, tem desen-

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 28

Page 29: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 29

volvido a sua actividade profissional como

multi-instrumentista, compositor, professor

e actor, trabalhando fundamentalmente

para teatro, dança e audiovisuais. A itinerân-

cia internacional tem pautado o seu trabal-

ho como músico e actor, tendo, nos últimos

anos, realizado mais de cem espectáculos

fora do País. Em Teatro, trabalhou com

Claude Krespin, Fernando Mora Ramos,

Francisco Salgado, François Berreur,

Franzisca Aarflot, João Azevedo, João Brites,

John Mowat, Jorge Silva Melo, José António

Pires, José Peixoto, Nuno Carinhas e Rui

Mendes, entre outros. Foi co-fundador da

Companhia do Chapitô e do Teatro dos

Aloés.

KOT-KOTECKI

movimento

Tem o Curso de Professor de Teatro promovi-

do pelo Ministério de Cultura da Polónia,

onde adquiriu a categoria "S" - atribuída pelo

Ministério da Cultura a quem, por mérito

profissional, tenha desenvolvido um traba-

lho reconhecido a nível nacional e interna-

cional. Tem ainda, uma especialização em

Pantomima e o Curso de Ballet (pela Escola

de Szczecin, Polónia) e o Curso de Formação

de Formadores promovido pela

Lusitanaforma. Na Escola Profissional das

Artes da Madeira, formou-se em Danças

Espanholas, Sevilhanas e Flamenco.

Na Polónia, foi consultor de Teatro e

Animação Cultural do Centro Cultural

Regional de Koszalin (de 1977 a 1988), direc-

tor e actor da Companhia de Teatro Blik (de

1976 a 1989), e desempenhou funções

como Professor e Director na instituição

"JUPY & KOT'S" - Traveling Theatre School

(entre 1976 e 1990). Em Portugal, tem exerci-

do a docência de várias disciplinas:

Expressão Corporal, Teoria e Prática Teatral e

Oficina Teatral (no Curso Profissional de

Teatro/Interpretação do Conservatório -

Escola Profissional das Artes da Madeira Eng.

Luíz Clode); Motricidade e Ciência do Corpo

e Oficina Teatral (na Escola Profissional de

Artes e Ofícios do Espectáculo de Lisboa -

Chapitô); Técnicas de Corpo (a alunos dos

cursos de formação actores da Escola

Superior de Teatro e Cinema) e Expressão

Dramática (na Escola Superior de Educação

Jean Piaget).

Foi orientador de workshops e acções de for-

mação em Estocolmo, Toronto, Reading,

Londres, Oxford, Locarno (Teatro Pavarento),

Santarém (Centro Cultural de Santarém),

Frankfurt (Gallus Theatre), Lisboa (Teatro

Espaço), Évora (Escola Profissional de Teatro)

e Funchal (Teatro Experimental do Funchal).

Orientou estágios e P.A.P. - Provas de Aptidão

Profissional no Chapitô e no Conservatório

da Madeira.

Como encenador, dirigiu espectáculos no

Teatro Blik, Polónia, e, em Portugal, levando à

cena textos de Helena Flor, Lyman Frank

Baum, Jean-Paul Sartre, Carlo Collodi, Maria

Clara Machado e Marivaux, para o Teatro

Espaço e para a Companhia de Teatro

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 29

Page 30: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

ÁLVARO CORTE REAL

actor

Actor residente do Cendrev - Centro

Dramático de Évora, desde 1976, tem sido

dirigido por encenadores como Mário

Barradas, Luís Varela, Alexandre Passos,

Manuel Guerra, Fernando Mora Ramos, José

Caldas, José Peixoto, Figueira Cid, Paulo

Alves Pereira, Paulo Lages, João Mota, Gil

Salgueiro Nave e Pierre Etienne Heymann. "A

Guerra" soma-se a outras peças de Carlo

Goldoni em que participou, tais como: "O

Amante Militar" (1981) e "As Manias da

Vilegiatura" (1992), com encenação de

Fernando Mora Ramos; "A Casa Nova" (1993),

encenada por Mário Barradas; "Teatro

Cómico" (2002), com encenação de Gil

Salgueiro Nave. Interpretou também peças,

entre outros, de Marivaux, Henrik Ibsen,

Armando Nascimento Rosa, António Lobo

Antunes, Lope de Vega, Gil Vicente, Almeida

Garrett, Anton Tchekov, Garcia Lorca, Luigi

Pirandello, August Strindberg, Bertolt Brecht,

Georg Büchner, Molière, William Shakespeare.

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200830

Experimental do Funchal. Foi director de

actores em vários espectáculos do Bando

(onde trabalhou textos de João Brites,

Miguel Torga, Raul Brandão, Pompeu José,

Manuel Teixeira Gomes, ou Alexandre

Pinheiro Torres) e fez direcção de actores nos

espectáculos: "Olharapos", de Cândido

Ferreira (Expo'98); "Noivado", de Almeida

Garrett, encenação de Márcia Rodrigues; e

"No Limiar da Loucura", de Michal de

Ghelderode, encenação de António Plácido

para a Companhia Teatro Experimental do

Funchal.

Assinou coreografias em "O Campiello", de

Carlo Goldoni, e "A Boda dos Pequenos

Burgueses" de Brecht, encenados por José

Peixoto no Teatro Malaposta (em 1997 e

1999, respectivamente); "Julieta e S. João", de

Natália Correia, encenado por João Mota na

Comuna (1999); "O Circo dos Bonecos", de

Óscar von Pfuhl, encenado por Eduardo Luiz

na Companhia de Teatro Experimental do

Funchal (2003).

No TNDM II, assinou a coreografia de

"Criadas para Todo o Serviço", de Carlo

Goldoni, encenado por José Peixoto e co-

produzido com o Teatro dos Aloés e o

Cendrev - Centro Dramático de Évora.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 30

Page 31: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 31

ELSA VALENTIM

actriz

Formou-se pela Escola Superior de Teatro e

Cinema, em 1993. Como actriz integrou o

elenco do Teatro da Malaposta (1994/98). Foi

assistente de encenação de Rogério de

Carvalho, José Peixoto e Paulo Matos. Como

encenadora assinou "As Troianas" (1994),

"Ciclo Inconsular" (1996) no Projecto Teatral,

e "Em Busca dos Lusíadas" (2005) e "Os

Malefícios do Tabaco/O Vrede Tabaka"

(2005), no Teatro dos Aloés. Fundou, junta-

mente com Patrícia Vasconcelos, a ACT -

Escola de Actores, da qual é directora

pedagógica e professora de Interpretação.

Faz parte da direcção do Teatro dos Aloés

desde a sua fundação, em 2000.

GUILHERME NORONHA

actor

Concluiu, em 1998, o Curso de Interpretação

da Escola Profissional de Teatro de Cascais.

Em 2001, termina o Bacharelato do curso de

Formação de Actores do Departamento de

Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema

e, em 2007, a Licenciatura em Formação de

Actores e Encenadores no mesmo esta-

belecimento. Estreou-se profissionalmente

no TEC - Teatro Experimental de Cascais, sob

a direcção de Carlos Avilez, em 1998, tendo

posteriormente trabalhado com o Bando

(sob a direcção de João Brites), Teatromosca

(dirigido por Pedro Alves e Paulo Campos

dos Reis) e em produções independentes de

criadores como Eduardo Alves, Filipe

Crawford, Madalena Vitorino, Mestre

Eugénio Roque, Guilherme Filipe, Jean Paul

Bucchieri, João Craveiro, Luca Aprea, Sara de

Castro e Ana Vicente, entre outros.

Integra também o elenco de outros espec-

táculos em digressão, como "A Commedia

que se Julgava que Estava Morta" e

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 31

Page 32: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200832

"Monstros às Escuras", da F.C. Produções. É

monitor no Centro de Pedagogia e

Animação do Centro Cultural de Belém.

Pertence à equipa de Esgrima Artística e

Acção Cénica do Mestre Eugénio Roque, no

Clube Duelo (Estoril). Participou nos

Campeonatos do Mundo de Esgrima

Artística, em 2001 e 2005 (França).

JORGE BAIÃO

actor

Tendo concluído, em 1988, o Curso de

Formação de Actores do Centro Cultural de

Évora, onde assistiu a ateliers conduzidos

por nomes como Filipe Crawford, Jane Birkin,

Castro Guedes, Artur Ramos ou Sara Barker,

frequentou ainda vários workshops e ofici-

nas de teatro dirigidas por Howard

Sonenklar, Polina Klimotskaya, António Calpi,

Marcia Haufrecht. Em 1998, fez um estágio

de especialização sobre "O Método", no

Common Basis Theatre, em Nova Iorque, e

observador no Actor's Studio. Entre 1988 e

2006, foi actor do elenco residente do

Cendrev, com experiência no ensino de

Expressão Dramática e Produção. Estreou-se

no teatro, em 1989, com a peça de Eduardo

di Fillippo, "Todos os Anos o Mesmo", a que

se seguiram peças como "As Manias da

Vilegiatura", de Goldoni, "Auto da Sibila

Cassandra", "Auto dos Físicos" e "Auto Pastoril

Português", de Gil Vicente, "Venda do Pão",

de Bertolt Brecht, "Guerras de Alecrim e

Manjerona", de António José da Silva, "A

Segunda Surpresa do Amor", de Marivaux,

"Um Inimigo do Povo", de Henrik Ibsen. Ao

longo da sua carreira, tem também realizado

vários espectáculos de rua, animações,

espectáculos para crianças e participações

em festivais de marionetas.

JORGE SILVA

actor

Frequentou a Escola de Formação de

Actores do Centro Cultural de Évora.

Trabalhou como actor profissional na

Companhia de Teatro de Braga, Teatro da

Malaposta, Artistas Unidos, Teatro Focus,

Teatro da Trindade, AkaTeatro e Teatro dos

Aloés. Interpretou peças de Alberto Adelach,

Albert Maltz, A. Ostrovsky, Aristófanes, Arthur

Miller, Athol Fugard, B. Brecht, Brian Friel,

Conor McPherson, Edward Bond, F. G. Lorca,

Goldoni, Gregory Motton, Hugo Claus, Karl

Valentim, Leandre Alain-Baker, Luigi Lunari,

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 32

Page 33: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 33

Maeterlinck, Marivaux, Molière, Musset, Nigel

Williams, Robert Patrick, Ruzante, Sean

O'Casey, Shakespeare, Stephan Poliakov,

Tankred Dorst, Almeida Garrett, António

Macedo, Carlos Coutinho, Costa Ferreira,

Ernesto Leal, Gil Vicente, José Cardoso Pires,

Mário de Carvalho, Norberto D'Ávila, Renato

Solnado, Rui Guilherme Lopes ou Carlos J.

Pessoa, entre outros.

Trabalhou com encenadores como Ana

Nave, António Fonseca, Artur Ramos,

Bernard Sobel, Fernando Mora-Ramos, João

Lagarto, Joaquim Benite, José Peixoto, José

Martins, Luís Varela, Mário Barradas, Mário

Jacques, Pedro Carmo, Pedro Marques, Rui

Guilherme Lopes, Rui Madeira, Rui Mendes

ou Carlos J. Pessoa.

Em cinema, participou nos filmes: "Quando

Troveja", de Manuel Mozos; "Três Irmãos", de

Teresa Villaverde; "Adão e Eva" de Joaquim

Leitão; "O Homem da Meia-Vida", de António

Escudeiro; "Cavaleiros de Água Doce", de

Tiago Guedes de Carvalho; "Undo", de José

Filipe Costa; "Ao Fundo do Túnel", de João

Pupo e em vários filmes de alunos da Escola

Superior de Teatro e Cinema.

Em televisão, entrou em telenovelas

("Cinzas", "Verão Quente", "Vidas de Sal",

"Ganância" ou "Jardins Proibidos", entre

outras), sitcoms ("Sozinhos em Casa", "Sim Sr.

Ministro", "Os Imparáveis", "Nós os Ricos" e

outras) ou séries como "Médico de Família",

"Os Polícias", "A Raia dos Medos", "Capitão

Roby" ou "Jornalistas".

JOSÉ RUSSO

actor

Teve o primeiro contacto com o teatro em

1972, ligando-se ao Grupo Cénico da

Sociedade Joaquim António d'Aguiar e, mais

tarde, ao Grupo "A Plebe". Em 1977, ingres-

sou na Escola de Actores do Centro

Dramático de Évora, onde realizou a sua for-

mação como profissional de teatro. Em 1986,

estudou em Paris, como bolseiro do

Governo Francês, na área do Teatro. É actor

permanente da companhia do Centro

Dramático de Évora, integrando a sua

direcção desde 1990, e participou em peças

como: "A Estalajadeira", de Goldoni (1979); "O

Amante Militar", de Goldoni (1981); "Sem

Alterações", de Mário Barradas e Alexandre

Passos (1984); "Horácio", de Corneille (1985);

"O Doido e a Morte", de Raul Brandão (1985);

"Woyseck", de Büchner (1992); "As Manias da

Vilegiatura", de Goldoni (1992); "As Três

Irmãs", de Anton Tchekov (1998); "Porque é

que o meu nome há-de ser nomeado?", de

Bertolt Brecht (1998); "Fuenteovejuna", de

Lope de Vega (2003), entre outros. Encenou

os espectáculos "Kikerikiste", de Paul Maar

(1992), "Auto Pastoril Português", de Gil

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 33

Page 34: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200834

Vicente (1999), "Guerras do Alecrim e

Manjerona", de António José da Silva (2003),

"O Túnel dos Ratos", de Armando

Nascimento Rosa (2004) e "Farsa Chamada

Auto da Fama" (2005). Trabalha ainda com os

Bonecos de Santo Aleixo, desde 1983, e

coordena a organização da Bienal

Internacional de Marionetas de Évora, desde

o seu lançamento, em 1987.

JUANA PEREIRA DA SILVA

actriz

Formada pela ACT - Escola de Actores, fre-

quentou, em Paris, um atelier de teatro

dirigido por Jean-Paul Denizon. Estreou-se

profissionalmente nos palcos no espectácu-

lo "Alma em Lisboa", encenação de Paulus

Manker, numa produção austríaca protago-

nizada por Simone de Oliveira e apresentada

no Convento dos Inglesinhos (2003). Fez

"Paisagens Americanas", de Neil LaBute, no

Teatro Aberto, sob a direcção de João Lopes

e Rui Pedro Tendinha (2004). Em cinema, par-

ticipou no filme "Até Amanhã Camaradas",

de Joaquim Leitão (produção MGN Filmes,

2004) e em "Ruy Blas" de Jacques Weber

(2002). Em televisão, integrou o elenco das

telenovelas "Tu e Eu" (2006/2007) e "Mundo

Meu" (2005/2006), ambas produzidas pela

NBP para a TVI.

LUÍS BARROS

actor

Licenciado em Teatro (Formação de Actores/

Encenadores) pela Escola Superior de Teatro

e Cinema, tem também o Curso de

Interpretação da Escola Profissional de

Teatro de Cascais. Estudou Esgrima Artística

com o Mestre Eugénio Roque e frequentou

workshops de Técnica da Máscara com Filipe

Crawford e Teatro do Movimento com Luca

Aprea. Profissionalmente, estreou-se em

1997, no TEC - Teatro Experimental de

Cascais, com o espectáculo "Auto da Barca

do Inferno", de Gil Vicente, numa encenação

de Carlos Avilez, com quem voltou a traba-

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 34

Page 35: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 35

lhar nos espectáculos: "Porquinhos da Índia"

(1998); "Casamento", de Witold Gombrowicz

(2003); "Indecência Flagrante", de Moises

Kaufman (2002); "Noite de Anões" e "Com a

Pistola de Antero", de José Jorge Letria, e

"Doce Pássaro da Juventude", de Tennesse

Williams (2004).

Em teatro, colaborou também com o Teatro

da Garagem e o Teatro Municipal Maria

Matos. Com o Teatro da Garagem interpre-

tou várias peças de Carlos J. Pessoa ence-

nadas pelo próprio: "Tríptico TEC" (co-pro-

dução TEC e Teatro da Garagem, 2001);

"Circo" (2003); "À Procura de Júlio César";

"Rosa da Mouraria" e "Caixa dos Segredos"

(2006). No Teatro Maria Matos, interpretou,

em 2001, "As Alegres Comadres", encenação

Guilherme Filipe, a partir da peça de William

Shakespeare.

Estreou-se como encenador com o espec-

táculo "Três Comédias de um Acto", adap-

tação das peças "Malefícios do Tabaco", "O

Urso" e "Pedido de Casamento" de Anton

Tchekhov (em 1999). Fez, também, assistên-

cia de encenação e produção, no espectácu-

lo "O Percevejo", de Vladimir Maiakovski,

encenado por Carlos Avilez em 2004.

Docente desde 2002, foi assistente do Prof.

Carlos Avilez na disciplina Teoria e Prática

Teatral na Escola Profissional de Teatro de

Cascais, passando a assumir o ensino da

mesma a partir de 2003.

Em televisão, para além de dobragens

(desde 2003) e publicidade, participou em

diversas produções nacionais como:

"Fascínios", "Ilha dos Amores", "Tempo de

Viver", "Aqui Não Há Quem Viva", "Dei-te

Quase Tudo", "Inspector Max", "Queridas

Feras", "Saber Amar" ou "Anjo Selvagem",

entre outras. Em 2005, integrou o elenco do

documentário "Sá Carneiro: Força de Viver",

produção RTP realizada por Rogério Borges.

No TNDM II fez "Real Caçada ao Sol", de Peter

Shaffer, encenação de Carlos Avilez (2000) e

"Criadas para Todo o Serviço", de Carlo

Goldoni, encenação de José Peixoto, numa

co-produção com o Teatro dos Aloés e o

Cendrev - Centro Dramático de Évora (2007).

MARIA MARRAFA

actriz

Tem o curso de formação de actores do

CENDREV - Centro Dramático de Évora.

Frequentou inúmeros workshops e ateliers

de formação, nomeadamente em Dança

(com Filipa Francisco e Graça Bessa),

Construção de Personagem (Antônio

Mercado), Movimento do Actor (Zerzy

Kllessyk e Sue Colgrave), Mímica (Júlio Castro

Novo), Corpo e Movimento (Jorge Sobral

Pinto), Canto (Octávio Martins) e Dicção

(Mário Barradas).

Estreou-se profissionalmente em 2000, nos

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 35

Page 36: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200836

espectáculos "Na Volta do Mar", de Gil

Vicente e Diogo de Couto (encenação de Gil

Nave) e "Dança de Roda", de Arthur

Schnitzler (encenação de Antônio Mercado).

Desde então, interpretou peças de Gil

Vicente ("Clérigo da Beira" e "Farsa Chamada

Auto da Fama"), Bertolt Brecht ("Venda do

Pão"), Molière ("As Artimanhas de Scapin"),

Luigi Pirandello ("O Barrete de Guizos"),

Martin McDonagh ("Rainha de Beleza"),

António José da Silva ("Guerras de Alecrim e

Manjerona"), Armando Nascimento Rosa ("O

Túnel dos Ratos", "O Eunuco de Inês de

Castro" e "Maria de Magdala"), Edward Bond

("O Crime do Século XXI"), Marivaux ("A

Segunda Surpresa do Amor"), Henrik Ibsen

("Um Inimigo do Povo"), Abel Neves ("Além

as Estrelas são a Nossa Casa") e John

Millington Synge ("O Valentão do Mundo

Ocidental").

Trabalhou sob a direcção dos encenadores

José Russo, Mário Barradas, Antônio

Mercado, Luís Varela, Paulo Lages, João Mota,

Pierre Etienne Heymann, Gil Salgueiro Nave.

Em 2004, integrou o elenco do espectáculo

"Autos da Revolução", a partir de textos de

António Lobo Antunes, e em 2005 par-

ticipou no filme "Take This Waltz", de

Florende Colombani, produzido pela

Madragoa Filmes.

MÁRIO BARRADAS

actor

O seu interesse pelo Teatro manifestou-se no

Liceu Nacional Antero de Quental, tendo

participado em récitas com textos Gil

Vicente, Camões, Castilho e Camilo.

Desenvolveu igualmente o gosto pela poe-

sia portuguesa, com os Trovadores, Camões,

Sá de Miranda, António Ferreira, Bocage e

outros. Em 1948, fixa-se em Lisboa onde se

licencia em Direito e fez inúmeros recitais de

poesia na Casa dos Estudantes do Império, e

noutros locais, com um repertório que

incluía António Nobre, Cesário, Álvaro de

Campos, Agostinho Neto, David Diop, Élu-

ard, Joaquim Namorado, Francisco José

Tenreiro, etc. Por essa altura aderiu ao MUD

Juvenil. A sua primeira encenação foi com a

peça "O Mestre Escola" do grande poeta da

Guiné Conacri Keita Fodeba, com tradução

de Mário Pinto de Andrade, apresentada no

Dia da Luta Anti Colonial, no Clube Marítimo,

em 1954. Em 1957, partiu para Timor, como

militar, onde montou "A Farsa de Mestre

Pathelin" e em 1962 para Moçambique,

onde fundou o Teatro de Amadores de

Lourenço Marques-TALM e onde, até Abril de

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 36

Page 37: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 37

1969, montou e interpretou 19 textos de

teatro, entre os quais, Girandaux, Cervantes,

Lorca, O'Casey, Albee, Ghelderode, Brecht e

outros. Com uma bolsa da Fundação

Gulbenkian partiu para o Teatro Nacional de

Estrasburgo onde, em 1971, foi nomeado

professor assistente da respectiva Escola

Superior de Arte Dramática, tendo montado

"O Legado", de Marivaux. Toda a sua for-

mação e posteriores actividades centrou-se

no Realismo de raiz materialista e dialéctico.

No final de 1972, regressou a Lisboa, a con-

vite da Dr.ª Madalena Perdigão e assumiu,

até Abril de 1974, a condição de membro da

Comissão da Reforma do Conservatório

Nacional, que passou a dirigir. Ligou-se,

entretanto, aos Bonecreiros, onde encenou

"A Mosqueta", de Ruzante e "A Grande

Imprecação Diante das Muralhas da Cidade",

de Dorst, assim como "Noite de Guerra no

Museu do Prado", de Rafael Alberti. A partir

da segunda metade de 1974 iniciou, com

Norberto Ávila, a preparação da

Descentralização Teatral em Portugal e fun-

dou, com outros colegas, entre os quais o

encenador Luís Varela, em Janeiro de 1975, o

Centro Cultural de Évora, mais tarde Centro

Dramático de Évora - Cendrev. Em 1988 e 89

foi um dos fundadores do Teatro da

Malaposta em Odivelas, regressando a Évora

em 1990. Dirigiu cursos de formação e ence-

nou espectáculos em Viana do Castelo,

Porto, Braga, Vila Real de Trás-os-Montes,

Covilhã, Coimbra, nos Açores, e em inúmeras

localidades do Alentejo e Algarve. Montou e

interpretou textos de Aristófanes, Molière,

Corneille, Mérimée, Büchner, Marivaux,

Shakespeare, Goldoni, Turrini, Dorst, Bernard-

Marie Koltèz, de quem foi colega e amigo, Gil

Vicente (cerca de 12 textos), Sá de Miranda,

Garrett, Raul Brandão e muitos outros. Vive

actualmente em Lisboa, mantendo uma

ligação com o Cendrev, nomeadamente

através da revista "Adágio".

PATRÍCIA ANDRÉ

actriz

Iniciou a sua formação em 2001, na Escola

de Actores para Cinema e Televisão (ACT) e,

desde então, tem frequentado vários work-

shops conduzidos por Assumpta Serna,

Michael Margotta (Actor's Studio), José

Peixoto (Teatro dos Aloés), Vladislav Pazi,

Tiago Rodrigues (Teatro Maria Matos) e

Miguel Seabra. A sua carreira tem-se dividido

entre o teatro, o cinema e televisão. Desde

2003, participou nos seguintes espectáculos:

"XXX dos Fura dels Baus" (2003); "Nico.com"

(2003); "Alma em Lisboa" (2003); como assis-

tente de cena em "A Grande Imprecação", de

Tankred Dorst (2004); "O Urso", de Tchekov

(2005); "Em Busca dos Lusíadas" (2005);

"Geraldo de Carne e Osso", de Joaquim Paulo

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 37

Page 38: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200838

Nogueira (2006); "O Baile" (2006). Integrou o

elenco de várias séries da televisão por-

tuguesa “Quando os lobos uivam” e “João

semana”de F. Moita Flores e, no cinema, par-

ticipou em obras de Hugo Diogo, Carlos

Barros, Joaquim Leitão ("Até Amanhã,

Camaradas", 2004), Margarida Cardoso ou

Jacques Webber ("Ruy Blas", 2002).

No TNDM II, fez "A Rosa na Lata" (2003), leitu-

ra encenada de Filipa Guimarães, "4 à Pistola"

(2003), leitura encenada de Ruben Ferreira, e

"Criadas para Todo o Serviço", de Carlo

Goldoni (2007), espectáculo comemorativo

do tricentenário do autor.

RUI NUNO

actor

Foi co-fundador do Grupo de Teatro AQUILO,

onde participou, entre outras peças, em

"Mário, Eu Próprio, O Outro", de José Régio,

"Antes de Começar", de Almada Negreiros,

"Posição de Guerra", de Branquinho da

Fonseca e “O Desconcerto", de Jaime Salazar

Sampaio. Integrado na equipa permanente

do Centro Cultural de Évora, após ter feito o

Curso de Formação Teatral desta instituição,

faz parte, desde 1990, do Cendrev, onde,

como actor, foi dirigido por nomes, tais

como: António Mercado em "O Inimigo do

Povo", de Henrik Ibsen; Fernando Mora

Ramos em "A Ilusão Cómica", de Pierre

Corneille; "Eu, Feuerbach", de Tankred Dorst;

"O Homem, a Besta e a Virtude", de Luigi

Pirandello; "Envelhecer Diverte-me", de Jean

Pierre Sarrazac; por Gil Salgueiro Nave em

Lorca, "Lorca e Comédia Sem Título", de

Federico Garcia Lorca; Ambulância, de

Gregory Motton ou "Teatro Cómico", de

Goldoni; por Mário Barradas em "Esganarelo

ou O Cornudo Imaginário", de Molière; por

Paulo Alves Pereira em "Mein Kampf", de

Georg Tabori; por Pedro Alvarez-Ossório em

"Os Cornos de D. Frioleira", de Ramón del

Valle-Inclán; "Fuenteovejuna", de Lope de

Vega; por Paulo Lages em "O Eunuco de Inês

de Castro", de Armando Nascimento Rosa;

por Pierre-Etienne Heymann em "Borda

Fora"; de Michel Vinaver, "Venda do Pão",

Bertolt Brecht e ainda em encenações con-

juntas de Rosário Gonzaga e Victor Zambujo.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 38

Page 39: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 39

SIMON FRANKEL

actor

Bacharel em Formação de Actores pela Escola

Superior de Teatro e Cinema, onde trabalhou

sob a direcção de professores como Rogério

de Carvalho, João Brites, José Peixoto, Álvaro

Correia, Carlos Pessoa, José Jorge Duarte, Joana

Craveiro, Francisco Salgado, Pedro Matos, Luca

Aprea, Jean-Paul Bucchieri e Elsa Braga. Fez ate-

liers de formação com Martin Bartelt, Pepa

Diaz-Meco, Howard, Monica Calle e Mestre

Eugénio Roque.

Em teatro, destaca o monólogo "Nunca Serei

Bom Rapaz", de Jorge Jackson, encenação de

Joana Craveiro para o Teatro do Vestido; a peça

"Como Só Agora Reparo", encenada por David

Pereira Bastos e as colaborações com a com-

panhia Teatro Lanterna Mágica (onde fez vários

espectáculos infantis de bonecos) e com a

Associação Teatral Pouco Siso (espectáculos

para público juvenil).

Em televisão, participou na produção "O

Testamento", da RTP. Faz, desde 2006, dobra-

gens para os estúdios ON AIR, destacando os

filmes "Artur e os Minimeus", "Happy Feet",

"Alvim e os Esquilos", "Ant Bully", "O Gang do PI".

Deu aulas de expressão artística e dramática.

TIAGO MATEUS

actor

Começou o seu percurso no teatro em 1999.

Trabalhou com Ávila Costa nas peças "Às

Vezes Neva em Abril", de João Santos Lopes,

"O Incorruptível", de Hélder Costa, e "O

Iogurte", de sua autoria. Em 2002, ingressou

na Escola Superior de Teatro e Cinema, no

Curso de Formação de Actores.

Desde então, tem trabalhado com várias

companhias e interpretado peças de

inúmeros autores: fez "O Professor de Piano",

de Jaime Salazar Sampaio (em 2002, com o

Artecanes); "Andando Andando", de Teresa

Rita Lopes (2003, Farpasteatro); "Circo", de

Carlos J. Pessoa (2003, Teatro da Garagem);

"Amor-Perfeito", de Abel Neves" (2004, Teatro

da Malaposta) e "Memórias de um Animal

Intelectual" (2005, Pim Teatro, Évora).

Em 2005, trabalhou no Teatro Aberto ("A

Ópera de Três Vinténs", de Bertolt Brecht), no

Teatro da Malaposta ("Noise", de Alex Jones),

e, no ano seguinte, trabalhou no Teatro

Taborda ("À procura de Júlio César", de Carlos

J. Pessoa) e no Teatro da Trindade ("Erva

Vermelha", de Boris Vian, adaptado e encena-

do por Cristina Carvalhal). Com a Casa

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 39

Page 40: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200840

Conveniente participou nos espectáculos "A

Última Ceia" (a partir de "O Cerejal", de

Tchekov), encenado por Mónica Calle, e

"Como Só Agora Reparo", a partir de

"Gaspar", de Peter Handke, encenado por

David Pereira Bastos. Na Comuna, fez "A

Barca de Veneza para Pádua", encenação de

Luca Aprea.

Estreou-se como encenador em 2004, com o

espectáculo "A Pomba de Guernica".

No TNDM II, fez "Criadas para Todo o Serviço",

espectáculo de José Peixoto comemorativo

dos 300 anos de Goldoni e apresentado na

Politécnica em 2007.

VICTOR ZAMBUJO

actor

Tem o Curso de Formação de Actores da

Escola de Formação do Centro Cultural de

Évora, tendo também frequentado um curso

de Mimo e de Expressão Corporal (sob a ori-

entação de Júlio Castro Nuovo) e um atelier

de Alexander Technique (com Sara Barker). É

actor profissional desde 1976 e integra

actualmente o elenco residente do Centro

Dramático de Évora (Cendrev). Como actor,

interpretou textos de Artur Adamov, José

Régio, Shakespeare, Gil Vicente, Molière,

Kleist, Camões, Aristófanes, Gogol, Almeida

Garrett, Horvath, Sá de Miranda, Corneille, Ben

Jonson, Marivaux, Büchner, Brecht, Goldoni,

Valle-Inclán, Edward Bond, Pirandello, Lorca

ou Tchekov, entre muitos outros.

Assinou, desde 1988, diversas encenações, a

partir de textos de António Prestes, Gil

Vicente, Anrique da Mota, Karl Valentin ou

José Sanchis Sinisterra, fazendo também co-

direcção e assistências de encenação com

criadores como Artur Ramos, Mário Barradas,

Valentim Lemos ou Fernando Mora Ramos.

Orientou ateliers de Interpretação, Corpo e

Movimento, Improvisação e Arte do Actor

no Centro Cultural de Évora, foi correspon-

sável pelo projecto "Alviteatro" (formação de

novos públicos em meio escolar, promovido

pelo IPAE no Alvito), e leccionou na

Universidade de Évora, onde dirigiu as

cadeiras de Oficina Prática de Dramaturgia III

e Iniciação ao Teatro de Marionetas

(opcional), no âmbito da Licenciatura em

Estudos Teatrais.

Para além do seu apoio ao Teatro de

Amadores (na qualidade de responsável por

cursos de sensibilização e formação teatral),

tem coordenado acções de formação pro-

movidas pela Secretaria de Estado da

Juventude. Trabalha regularmente com os

Bonecos de Santo Aleixo e integra, desde

1987, a organização do BIME - Bienal

Internacional de Marionetas de Évora.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 40

Page 41: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 41

CARLA CARREIRO MENDES

actriz

Licenciada em Teatro (Formação de Actores)

pela Escola Superior de Teatro e Cinema, fre-

quentou o curso de Engenharia do

Ambiente na Universidade dos Açores.

Estuda Esgrima Artística com o Mestre

Eugénio Roque, frequentou um seminário

de Luminotecnia com o Professor Carlos

Cabral e participou no 1º Encontro de Teatro,

Lazer e Formação ministrado pela Escola do

Espectador - Teatro da Trindade/Inatel.

Estreou-se profissionalmente em Teatro em

1997, na peça "A Maluquinha de Arroios", de

André Brun, com encenação de Moisés

Mendes para o Grupo Pedra-Mó, companhia

com que colaborou até 2003. Com esse

grupo, interpretou textos de Federico Garcia

Lorca ("A Sapateira Prodigiosa", encenado

por Ruy de Matos, em 1998); Almeida Garrett

("Os Namorados Extravagantes", 1998);

Guilherme de Figueiredo ("Um Deus dormiu

lá em casa", 2000); e Anton Tchekov ("Um

Urso" e "Um Pedido de Casamento", 2003).

Desde então tem trabalhado em diversas

companhias de teatro, como o Teatro da

Trindade ou o Teatro da Garagem, ou em

estruturas como o Centro Cultural de Belém.

No Trindade, fez "As Lágrimas", adaptação da

peça "As Lágrimas Amargas de Petra von

Kant", de R.W. Fassbinder, encenação Paulo

Alexandre Lage; e com o Teatro da Garagem

fez "Seiva ou A Sobrevivência dos Cactos",

texto e encenação de Lucília Raimundo

(2005) e "À Procura de Júlio César", texto e

encenação de Carlos J. Pessoa (2006). No

CCB, participou no projecto "Passeio de

Cabeça Perdida", em colaboração com a

companhia Les Ateliers du Spectacle, sob a

direcção de Jean-Pierre Larroche (2005).

Em televisão, participou na telenovela "Últi-

mo Beijo" e faz, desde 2002, dobragens de

desenhos animados e voz off de séries para

a RTP, SIC e TVI.

No TNDM II, fez "Criadas para Todo o Serviço",

de Carlo Goldoni, numa encenação de José

Peixoto e em co-produção com o Teatro dos

Aloés e o Cendrev - Centro Dramático de

Évora.

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 41

Page 42: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200842

GONÇALO RUIVO

actor

Formado pela Escola Superior de Teatro e

Cinema (Licenciatura do Curso de Actores).

Como actor, trabalhou na Comuna - Teatro

de Pesquisa ("A Barca de Veneza para

Pádua"), no Teatro Maria Matos ("Hamlet"),

no Evoé Teatro ("Casal Aberto"), Teatro

Reviravolta ("Quem tem Farelos?") e no IFCT

("Ex Que Lecto"). Fez, ainda, "A Birra do

Morto", com encenação de Pedro Barão, "Um

Rio de Nuvens", com encenação de Lúcia

Maria. Para além de uma carreira no teatro

tem também colaborado em cinema em

diversos projectos.

No TNDM II, integrou, em 2006, o elenco de

"A Casa da Lenha", peça de António Torrado

encenada por João Mota e que homenagea-

va o compositor.

JOÃO PATRÍCIO

actor

Licenciado em Ciências da Comunicação

pela FCSH da UNL. (cinema). Pós-Graduação:

Artes e Discursos Emergentes.

UNL/Fundação Caloust Gulbenkian.

Ingressou, em 1989, no Teatro Aquilo, em

1989, como luminotécnico e sonoplasta na

produção "O Homem do VW Branco da

minha Juventude", de Katherine Axelrod. Em

1990, frequenta o workshop "Drama Criativo

e Movimento", com a companhia britânica

Travelling Circles Show, seguindo-se outros

workshops de interpretação, performance e

voz conduzidos por Filipe Crawford (1996),

Anthony Howell (1998), Sheley Hirsch, Jorge

Silva Melo, Luís Castro (2000). Participou

também no I Seminário para Jovens

Encenadores, patrocinado pela Fundação

Calouste Gulbenkian e organizado pelo

Teatro Nacional D. Maria II (2003). Como

actor, integrou produções como: "Uma Mão

Deslizante Sábia no Amor e Invisível", a partir

de Fernando Pessoa; "Van Gogh", de Vicente

Sanches (1992); "Quem Dorme sobre os

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 42

Page 43: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 43

MATILDE NICOLAU

actriz

Fez o curso de formação de actores da ACT -

Escola de Actores para Cinema e Televisão.

Tem dividido a sua experiência profissional

entre o cinema e o teatro. Participou no tele-

filme "Love Online", de Mário Barroso, "O 8º

Pecado Capital", de Aloysyo Filho, "Amor

Fedra", de João Canijo. Em teatro, fez "O

Amor das Três Laranjas", no Teatro Ibérico e

Teatro da Trindade, "Shitómetro", apresenta-

do no Café-Teatro do Clube Estefânia, "O

Urso", de Tchekov, na Sociedade de

Guillherme Cossoul. Participou na radionov-

ela "A Paixão de Laura Maria".

Ciprestes", de Ivete K. Centeno (1994);

"Simple Simon", de Hans Christhian

Andersen; "Relação verdadeira da espantosa

fera que há tempos a esta parte tem apareci-

do em as vizinhanças", a partir de Mário

Cesariny; "Sancho Pança, Governador da Ilha

dos Lagartos", de António José da Silva;

"Golpes de Máscara". Em 1995, fundou o pro-

jecto Teatrinho do Lusco - Fusco, um projecto

itinerante de teatro de marionetas no qual par-

ticipou na peça "Os Dois Compadres". Desde

2005, colabora nos Programas "Ostras", "Sons

de Escape" e "Teatro sem Fios", na Antena 2,

com realização de Pedro Coelho. No cinema,

integrou o elenco dos filmes "Nós", de Cláudia

Tomaz (2001), "Até Amanhã, Camaradas", de

Joaquim Leitão (2004), "A Zona", de Sandro

Aguilar (2007) e da série francesa "Frank Riva"

(2004), Personagem secundária na série

“Conta-me como Foi” (2007).

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 43

Page 44: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200844

RICARDO ALVES

actor

Obteve, na Escola Superior de Teatro e

Cinema, o bacharelato em Formação de

Actores, em 2002, e, em 2006, a Licenciatura

em Teatro e Educação. Participou em

Workshops, Seminários e Festivais em diver-

sos países, frequentou a "Scuola e Teatro

Dimitri", em Verscio - Suíça e a "Vysoká Škola

Múzických Umení" (Escola Superior de

Música e Artes), em Bratislava - Eslováquia,

onde veio a leccionar a disciplina de Teatro e

Movimento. Trabalhou como actor em diver-

sas companhias, tanto em Portugal como no

estrangeiro e, mais recentemente, como

bailarino para a Companhia de Dança de

Almada. Fundou o Grupo de Teatro Menu4 e

Pouco Siso, onde trabalha actualmente.

Escreveu e encenou a maior parte dos tra-

balhos apresentados por estes grupos.

Lecciona também na disciplina de Expressão

Dramática para o primeiro ciclo escolar.

DINARTE CLEMENTE

figurante

Nascido em Santarém, em 1984, está a con-

cluir o curso de Engenharia Zootécnica na

Universidade de Évora. Tem colaborado em

várias áreas artísticas sendo esta, no entanto,

a sua primeira participação no mundo do

teatro.

VICTOR GARCIA

figurante

Tem formação em Técnicas Teatrais,

Luminotecnia e Projecção, e experiência

artística em várias áreas. Em dança, integrou

a companhia Nós Tradiçon (2000) e em cine-

ma entrou no filme "Ossos", de Pedro Costa

(2001). Trabalhou também em música, par-

ticipando na gravação do disco "Projecto

Inoxidável 2", do produtor DJ Kronic (2003) e

em vídeo, no clip musical "O Povo que Deus

não Vê", do 'rapper' Valete (2004).

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 44

Page 45: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 45

direcção artística JOSÉ RUSSO E ROSÁRIO GONZAGA

secretária-geral MARLENE CHARNECA

direcção financeira MIGUEL CINTRA

direcção técnica JOÃO CARLOS MARQUES

departamento de comunicação ANA DOMINGUINHOS

equipa artística ÁLVARO CORTE REAL, ANA MEIRA, FIGUEIRA CID, ISABEL BILOU,

JOSÉ RUSSO, JORGE BAIÃO, MARIA MARRAFA, ROSÁRIO GONZAGA, RUI NUNO,

VICTOR ZAMBUJO

equipa técnica

chefe-maquinista/construção

ANTÓNIO GALHANO

chefe-electricista ANTÓNIO REBOCHO

operadores de luz/luminotécnicos ANTÓNIO REBOCHO, PEDRO BILOU

maquinistas PAULO CAROCHO, TOMÉ ANTAS, TOMÉ BAIXINHO

guarda-roupa VICÊNCIA MOREIRA

equipa administrativa

secretariado MARLENE CHARNECA, ANA DOMINGUINHOS

contabilidade ROSARIA ROCHA

apoio administrativo VICTOR FIALHO

recepção MARGARIDA RITA

bilheteira ANTÓNIO MANUEL CARMELO, MARIANA CARMELO

serviços de limpeza ANA LAMEIRO, TETYANA IVANOVA, FERNANDA ROCHINHA

CENDREV

Teatro Garcia de Resende

Praça Joaquim António de Aguiar

7000-510 Évora

Telef: (00351) 266703112

Fax: (00351) 266741181

www.cendrev.com

CENDREV - Centro Dramático de Évora

Ficha Técnica

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 45

Page 46: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200846

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

presidente CARLOS FRAGATEIRO

administrador JOSÉ MANUEL CASTANHEIRA

administrador AMADEU BASTO DE LIMA

assessoria da administração FERNANDA CARVALHO

secretariado CRISTINA PIMENTEL

direcção administrativa e financeira LUÍS GAIOLAS

contabilidade JOÃO MONTEIRO, ISABEL ESTEVENS, IDALINA FIALHO

compras EULÁLIA RIBEIRO

tesouraria IVONE PAIVA E PONA

recursos humanos ANTÓNIO MONTEIRO, MADALENA DOMINGUES

manutenção geral SUSANA COSTA, ALBERTINA PATRÍCIO, LUÍS SOUTA,

NUNO FERREIRA, VÍTOR SILVA

central térmica CARLOS HENRIQUES, CLÁUDIO LAUREANO, RUI COELHO

cabine eléctrica JOSÉ MÁRIO, ARLINDO SOBREIRO, AUGUSTO CRUZ

informática NUNO VIANA

auxiliares administrativos LUÍS FREDERICO, ROGÉRIO GARCIA

motorista RICARDO COSTA

Teatro Nacional D. Maria II, E.P.E.

Ficha técnica

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 46

Page 47: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // A Guerra 47

director artístico CARLOS FRAGATEIRO

assessoria da direcção PEDRO MENDONÇA

direcção de produção

CONCEIÇÃO CABRITA

produção executiva ANA ASCENSÃO,

MANUELA SÁ PEREIRA

auxiliar/motorista CARLOS LUÍS

direcção técnica e de montagem

JOSÉ CARLOS NASCIMENTO,

VERA AZEVEDO

direcção de cena CRISTINA VIDAL,

ANA PAULA LOURENÇO,

CARLOS FREITAS, MANUEL GUICHO,

PAULA MARTINS, PEDRO LEITE

gabinete de apoio técnico

PAULO OLIVEIRA, PEDRO SILVA

pontos HELENA DIOGO, JOÃO COELHO

guarda-roupa ELISABETE LEITE,

GRAÇA CUNHA

adereços ILDEBERTO GAMA,

ABÍLIO GARCIA, ABRAÃO TAVARES,

VIRGÍNIA RICO

som RUI DÂMASO, ANTÓNIO VENÂNCIO,

SÉRGIO HENRIQUES

luz JOÃO DE ALMEIDA, DANIEL VARELA,

FELICIANO BRANCO, JOSÉ NUNO SILVA,

LUÍS LOPES, PEDRO ALVES

vídeo ANDRÉ TERESINHA, JOSÉ NEVES

carpintaria / maquinaria / montagem

VÍTOR GAMEIRO, JORGE AGUIAR,

MARCO RIBEIRO, PAULO BRITO, NUNO

COSTA, RUI CARVALHEIRA

manutenção electrónica MANUEL BEITO

manutenção mecânica de cena

MIGUEL CARRETO

comunicação e imagem JOANA ESTEVES

design gráfico

MARGARIDA KOL DE CARVALHO

fotografia MARGARIDA DIAS

assessoria de imprensa

PEDRO MENDONÇA

edições A. RIBEIRO DOS SANTOS,

MARGARIDA GIL DOS REIS (colab.),

RICARDO PAULOURO

livraria SANDRA SILVA, ANA GODINHO

biblioteca FERNANDA BASTOS

relações públicas e frente de casa

CARLA SANTOS, CONCEIÇÃO LUCAS,

DEOLINDA MENDES, FERNANDA LIMA,

JOANA MESQUITA

mecenato TERESA SERRÃO

bilheteira CARLOS MARTINS, RUI JORGE

serviço educativo RUI PACHECO

(PROJECTO CULTURA/EDUCAÇÃO)

recepção DELFINA PINTO,

ISABEL CAMPOS, LURDES FONSECA,

PAULA LEAL

técnicas de limpeza FLORINDA MARTINS,

ANA PAULA COSTA, CARLA TORRES,

ISABEL CANDEIAS, LUZIA MESQUITA,

SOCORRO SILVA

actores

ANTÓNIO BANHA, JOÃO GROSSO,

JOSÉ NEVES, LÚCIA MARIA, MANUEL

COELHO, MARIA AMÉLIA MATTA,

PAULA MORA

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 47

Page 48: Teatro Nacional D. Maria II 2008 A Guerra 01 A Guerra · Nacional D. Maria II e o Teatro dos Aloés, para celebrar os 300 anos do nascimento deste genial autor, tenha merecido, natural-mente,

A Guerra // Teatro Nacional D. Maria II 200848

[Co-produção]

Estrutura financiada por

[Apoios]

TNDM II

Teatro dos Aloés

CENDREV

Rádio Antena Sul, Rádio Nova Antena, Rádio Pal, Rádio Pax, Rádio Terra Mãe,

Rádio Voz da Planície e Rádio Voz do Alentejo.

[Agradecimentos]

TocáRufar

Miguel Peixoto

Instituto Italiano de Cultura de Lisboa

programa-guerra-3.qxp 08-02-2008 0:39 Page 48