TEATRO E CULTURA LATINO-AMERICANA MÉTODOS DE ENSINO DA FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO

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    X CONGRESSO DE EDUCAO DO NORTE PIONEIRONovo s D ir e i t o s , Nova s Prt i c a s Soc i a i s : e a Educao?

    UENP-CCHE-CLCACAMPUS JACAREZINHO

    ANAIS 20 10ISSN 1808-3579

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    TEATRO E CULTURA LATINO-AMERICANA: MTODOS DE ENSINO DA FILOSOFIA

    DA LIBERTAO

    Kau Pedroso Gonalves

    (G-CCHE-UENP/CJ)

    [email protected]

    Meline Lopes Pinheiro

    (G-CCHE-UENP/CJ)

    [email protected]

    Dra. Luciana Brito(CLCA-UENP/CJ)

    [email protected]

    RESUMO

    O rigor analtico deste trabalho coloca nfase na questo que, h aproximadamente 500anos, a Amrica passou a ser colonizada pela Europa e, desde ento, os povos que aquihabitavam sofreram grande influncia do modelo de vida europeu, seja no religioso,educacional, cultural ou filosfico. Tal influncia, no contexto educacional, destruiu aautonomia dos povos amerndios de fazer uso da sua identidade como forma de ensinar,favorecendo uma disseminao do modelo educacional europeu que sobrevive at hoje.Como proposta de ao para que essa realidade mude, autores como Enrique Dussel,Augusto Boal, Paulo Freire e Demerval Saviani sugerem, em suas obras, idiasinovadoras como a filosofia da libertao, a pedagogia histrico-crtica, o teatro e apedagogia do oprimido, para que possveis mudanas aconteam. Tais propostas, almde fazerem uso do teatro para combater os mtodos hegemnicos dentro das escolas edo modo de vida dos povos latino-americanos, tambm procuram resgatar a culturalatino-americana como base educacional, levando a uma reflexo histricocrtica.

    Palavras-Chaves: Cultura latino-americana. Ensino.

    INTRODUO

    A Amrica Latina desde seus primrdios foi oprimida pelos europeus, e desde seu

    encobrimento (colonizao) at os dias de hoje, todos nossos mtodos de educao,

    economia, religio, filosofia e arte seguem um modelo eurocntrico ou estadunidense, o

    que provoca a Amrica Latina a criar mtodos genuinamente Latinos, sem desmerecer a

    Europa e os EUA.

    Enrique Dussel filsofo argentino ao perceber a necessidade de uma prxis contra-hegemnica, buscou uma viso ontolgica (ser enquanto ser, dasein ou Ser-a, e prope

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    a Filosofia da libertao), questionando o pr-suposto Norte rico Sul Pobre idia que

    valoriza Europa como Centro e a America latina, a sia e a frica como Periferia,

    Dussel preza a raiz do povo latino que pensa e age de uma forma completamente

    diferente, por ter uma cultura rica, e que pode discutir historia, filosofia, antropologia e

    arte em sua perspectiva continental, sem criar a hegemonia dos pases pobres, e

    invertendo os papis, mas discutindo na perspectiva de um carter de identidade.

    1- Do Encobrimento das Amricas a Colonizao:

    1-1 Encobrimento, e no Descobrimento:

    Incas, Maias, Astecas, Guaranis, entre outros povos denominados amerndios j

    habitavam as Amricas muito antes que a Europa pudesse pensar que existiam terras

    alm mar, logo, se algum povo j habitava essa terra inconcebvel acreditar que a

    Amrica fora descoberta pelos Europeus.

    Esses povos j tinham desenvolvido culturas, arquiteturas, linguagens,

    economias, filosofias at mesmo astronomia, que no foram respeitadas pelos europeus,

    em sua colonizao, o que gerou uma nova civilizao mestia, no modelo eurocntrico,

    que oprimiu as culturas que aqui habitavam. Essa nova civilizao foi perdendo parte das

    razes mais profundas dos povos amerndios, que acabaram por ficar no passado

    encoberto a partir sculo XV.

    1-2 Expansionismo martimo:

    Em meados do sculo XV e XVI, a Europa passa por um expansionismo martimo,

    comercial, populacional e econmico, tal fato estimulou a busca de novas terras e

    produtos capazes de incrementar a atividade comercial.

    Mouros dominam o norte da frica juntamente com o Mar Mediterrneo, o que

    fora os europeus procurar um caminho ocidental para as ndias. A habilidade poltica do

    rei da Espanha Fernando de Arago contribuiu muito para que em 1492, o ousado

    Colombo devido a sua experincia em alto mar, embarque na jornada em busca da ndia

    oriental chegando atual Bahamas, que fora denominada So Salvador. Quando aqui

    chegaram, os europeus tiveram uma grande surpresa, pois perceberam que na Amrica

    Latina

    Havia de tudo entre os indgenas da Amrica: astrnomos e

    canibais, engenheiros e selvagens da Idade da Pedra. Mas

    nenhuma das culturas nativas conhecia o ferro nem o arado, nem

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    o vidro e a plvora, nem empregava a roda, a no ser em

    pequenos carrinhos. (GALEANO, 1990, p. 13)

    No principio o novo mundo dividido em colnias de explorao e de

    povoamento. Uma se caracteriza pela grande propriedade, pela monocultura e pelo

    trabalho escravo, como o caso da colonizao espanhola e portuguesa e da inglesa no

    sul dos EUA e outra onde predominou a pequena propriedade, a policultura e a mo-de-

    obra familiar. Uma produo destinada ao mercado interno.

    Uma vez reconhecidos os territrios, geograficamente, passava-se

    ao controle dos corpos das pessoas: era necessrio pacific-las

    dizia-se na poca. (DUSSEL, 1993 p.43)

    2- A Educao no Brasil:

    Um dos principais instrumentos que serviu para pacificar os povos que aqui

    habitavam foi a educao, que no Brasil, foi trazida pelos jesutas junto com sua moral,

    costumes e religiosidade exclusivamente europia. De 1549 a 1759, eles mantiveram a

    educao no modelo da igreja, destruindo a cultura indgena, embora suas intenes

    fossem salvacionistas, at que Marqus de Pombal os expulse do Brasil. Mas, se existia

    alguma coisa estruturada em termos de educao, o que se viu a seguir foi a mais

    absoluta falta de estrutura.

    Dom Joo VI, ao fugir da Frana de Napoleo, resolve abandonar Portugal, e com

    ele leva a corte portuguesa para o novo mundo. O Rei para defender seus interesses

    preparou o terreno para sua estadia no Brasil abrindo Academias Militares, Escolas de

    Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botnico. Mesmo com algumaspreocupaes sanadas e com a quebra do ensino exclusivamente religioso a educao

    continuou a ter uma importncia secundria.

    J nas colnias espanholas existiam, desde 1538, universidades, como a

    Universidade de So Domingos e a do Mxico e a de Lima de 1551, diferentemente do

    Brasil que teve sua primeira Universidade somente em 1834, e seguiu-se assim por todo

    imprio at a proclamao da republica em 1889, com uma educao autctone de baixa

    qualidade.

    Ento com a Proclamao da Repblica vrias reformas aconteceram, mas:

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    Tratava-se, pois, de construir uma sociedade democrtica, deconsolidar a democracia burguesa. Para superar a situao deopresso, prpria do "Antigo Regime", e ascender a um tipo desociedade fundada no contrato social celebrado "livremente" entreos indivduos, era necessrio vencer a barreira da ignorncia. Sassim seria possvel transformar os sditos em cidados, isto ,em indivduos livres porque esclarecidos, ilustrados. Como realizaressa tarefa? Atravs do ensino. A escola erigida, pois, no grandeinstrumento para converter os sditos em cidados. (SAVIANI,1985 p. 5)

    Tais medidas no surtiram efeitos, essa educao tradicional desde o tempo da

    proclamao s foi questionada em 1932 com influncia burguesa, europia e positivista

    pregavam uma educao laica, gratuita e obrigatria,

    Em suma, trata-se de uma teoria pedaggica que considera que oimportante no aprender, mas aprender a aprender Assim, emlugar de classe confiadas a professores que dominavam as grandesreas do conhecimento revelando-se capazes de colocar os alunosem contato com os grandes textos que eram tomados comomodelos a serem imitados e progressivamente assimilados pelosalunos a escola deveriam agrupar os alunos segundo reas deinteresses decorrentes de sua atividade livre. O professor agiriacomo um estimulador e orientador da aprendizagem cuja iniciativaprincipal caberia aos prprios alunos. Tal aprendizagem seria uma

    decorrncia espontnea do ambiente estimulante e da relao vivaque se estabeleceria entre os alunos e entre estes e o professor.Para tanto, cada professor teria de trabalhar com pequenos gruposde alunos, sem o que a relao interpessoal, essncia da atividadeeducativa, ficaria dificultada; e num ambiente estimulante,portanto, dotado de materiais didtico ricos, biblioteca de classeetc. (SAVIANI, 1985 p. 9 e 10)

    Esse modelo escolanovista no deu certo, pois esse mtodo era caro para o

    governo o que acabou favorecendo o surgimento de escolas particulares que beberam

    diretamente da fonte da escola nova. Em pouco tempo o escolanovismo comeou a

    entrar em queda mesmo que fosse considerada uma teoria:

    [...] portadora de todas as virtudes e de nenhum vcio, ao passoque a pedagogia tradicional portadora de todos os vcios e denenhuma virtude, na prtica se revelou ineficaz em face daquesto da marginalidade. (SAVIANI, 1985 p. 12)

    O que fez com que mais uma reforma acontecesse, a pedagogia liberal tecnicista

    seguindo o modelo norte americano de educao para o trabalho, onde pases pobres

    como o Brasil tiveram de aceitar que

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    Na verdade, a pedagogia tecnicista, ao ensaiar transpor para aescola a forma de funcionamento do sistema fabril, perdeu de vistaa especificidade da educao, ignorando que a articulao entreescola e processo produtivo se d de modo indireto e atravs decomplexas mediaes. Alm do mais, na prtica educativa, aorientao tecnicista se cruzou com as condies tradicionaispredominantes nas escolas bem como com a influncia dapedagogia nova que exerceu poderoso atrativo sobre oseducadores. Nessas condies, a pedagogia tecnicista acabou porcontribuir para aumentar o caos no campo educativo gerando talnvel de descontinuidade, de heterogeneidade e de fragmentao,que praticamente inviabiliza o trabalho pedaggico. (SAVIANI,1985 p. 16)

    A Lei n 5692/71, assinada por Emilio G. Mdici, diminui a importncia de matrias

    como filosofia e historia, e substitu por educao moral e cvica, o que tambm

    contribuiu por sucatear as escolas pblicas, que foram colocadas em segundo plano.

    Depois da queda da ditadura em 1980, o Brasil s foi ter uma eleio direta em 1989 que

    tambm se constituiu em um fiasco devido ao governo Collor que s pensou em abrir as

    portas para o comrcio exterior e no fez nada para a educao seguida por Itamar

    Franco que tambm nada fez. Isso se constituiu em reflexo do contexto histrico nas

    quais a prioridade a produo, o sucesso do mercado, permeado pelas necessidades da

    globalizao, que no est interessada em questionar a participao efetiva dos cidados

    ou com as especificidades culturais, mas sim com a roda da esfera econmica da

    sociedade.

    Essa lei 5692 s foi revogada em 1996, quando assinada pelo presidente Fernando

    Henrique Cardoso, com a lei n 9394/96 que traz de volta o ensino de histria e filosofia

    nas escolas. Tal lei tambm contribuiu para a autonomia dos professores, uma

    autonomia neoliberal e que manteve o modelo tecnicista que o modelo de ensino

    vigente at os dias de hoje.

    Todos os tipos de modelo de escola do Brasil so estruturados numa concepo no

    critica seguindo sempre um modelo europeu ou norte americano, o que faz com que o

    Brasil no tenha um Mtodo 100% Brasileiro, fato esse que contribu e muito para que a

    educao esteja no estado precrio, os alunos no aprendem, os professores se

    proletarizam, e o proletariado se mantm no mesmo estado at o fim de sua vida, salvo

    aqueles que lutam para mudar suas realidades.

    Considerando que Histria um processo em eterna evoluo, podemos nos basear

    na concepo marxista da histria, que compreende os fatos do passado, no de forma

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    isolada mas que serve para que possamos entender o presente e nos prepararmos para o

    futuro . Desta forma, preciso uma escola que esteja ciente que a histria da educao

    assim como a sociedade sempre excluiu a maioria pobre menos favorecida e para

    reverter esse quadro temos que aprender com erros do passado, para que a educao

    brasileira possa evoluir, pois Ser cidado, meus companheiros, no viver em

    sociedade: transformar a sociedade em que se vive(BOAL) o que implica em no

    ignorar a luta de classes para que possa atender s necessidades de nossa populao.

    3- Usando o teatro como instrumento de ensino da Filosofia latina:

    Partindo da Ontologia e Gnosiologia como concepes metodolgicas, encontram-se

    aes slidas para uma praxiologia e no uma pratica desvinculada do real, a educao

    que colocada em pratica uma mistura de idias j batidas que no funcionam, e

    sabendo que

    Estudar , realmente, um trabalho difcil. Exige de quem o faz umapostura critica sistemtica. Exige uma disciplina intelectual queno se ganha a no ser praticando-a. Isto , precisamente, o quea "educao bancria" no estimula. Pelo contrrio, sua tnicareside fundamentalmente em matar nos educandos a curiosidade,

    o esprito investigador, a criatividade. Sua "disciplina" adisciplina para a ingenuidade em face do texto, no para aindispensvel criticidade. (FREIRE, 1981)

    Faz-se necessria uma teoria que estimule professores e alunos a sentirem o

    prazer pela busca do conhecimento, que esse sistema enferrujado no estimula, e a arte

    um dos instrumentos que pode ser usado ajudando na desalienao de todo o corpo

    escolar embora

    [...] muita gente ainda pense em arte como adorno, e nsdizemos: no ! A Palavra no absoluta, Som no rudo, e asImagens falam. So esses os trs caminhos reais da Esttica parao entendimento: a palavra, o som e a imagem. So tambm oscanais de dominao, pois esto os trs nas mos dos opressores,no dos oprimidos: a Palavra dos jornais, o Som das rdios, asImagens da TV e do cinema estadunidense, dominam nossosmeios de comunicao e invadem nossos crebros com seupensamente nico, seus projetos imperiais e suas mercadorias.(BOAL - Belm do Par - 2009)

    A educao assim como os meios de comunicao dominada, pelos pases

    opressores o que sufoca a maneira de ensinar impossibilitando a criao de novos

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    mtodos a partir das razes ontolgicas. Dentro dessa proposta de criao o teatro do

    oprimido se encaixa perfeitamente,

    [...] um mtodo esttico que rene exerccios, jogos e tcnicasteatrais que objetivam a desmecanizao fsica e intelectual deseus praticantes e a democratizao do teatro, estabelecendocondies prticas para que o oprimido se aproprie dos meios deproduzir teatro e amplie suas possibilidades de expresso,estabelecendo uma comunicao direta, ativa e propositiva entreespectador e atores. [...] o primeiro mtodo teatral elaborado nohemisfrio sul (Brasil e Amrica Latina) que utilizado em mais desetenta pases dos cinco continentes. (BOAL, 2008, p.3-4)

    Boal ainda prope tcnicas teatrais que utilizem o cotidiano e a realidade local

    para fazer intervenes como, Teatro jornal, teatro imagem, teatro invisvel, teatro

    frum, arco-ris do desejo, teatro legislativo e a esttica do oprimido, tais tcnicas usam

    instrumentos simples para fazer arte e teatro, alm de abordar a opresso de uma forma

    ldica (que produz prazer ao ser executada).

    A America latina fora oprimida desde o encobrimento at o sculo XXI, a proposta

    do trabalho discute o ensino da filosofia da libertao as possibilidades encontradas na

    prtica do teatro, esse mtodo se encaixa com a educao latina, devido a grandes

    semelhanas ontolgicas entre o teatro do oprimido e ao contexto histrico latino

    americano.

    Concluso:

    O objetivo desse trabalho expor dialeticamente que desde os primrdios da

    colonizao a opresso foi algo bem comum entre os povos que habitaram e habitam

    esse continente, a cultura, a filosofia e a histria desses povos esto desaparecendo com

    o tempo, nessa sociedade que vive de presente e de futuro se esquecendo do passado e

    perdendo suas razes.

    A educao sempre foi colocada em segundo plano para manter as pessoas alienadas,

    mesmo passando por diversas reformas ficou a patinar numa escola fraca, sem mtodo,

    sem autonomia e que no transforma a sociedade em que se vive que ignora a luta de

    classes deixando de atender s necessidades da populao Sul americana.

    Nossa proposta que um dos caminhos para fazer esse resgate cultural, filosfico,

    histrico e social na educao seja a prtica teatral, que junto com as outras artes umagrande arma para desalienao desses povos que sem defesa durante esses 500 anos

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    tiveram de aceitar tudo que fora empurrado pelos europeus e pases ricos, o que traz

    necessidade de mudanas.

    Pelo que foi exposto, acreditamos que se faz necessria e urgente uma ao

    efetiva para que se modifique o estado das coisas e, apoiando-nos em Boal, dizemos,

    como certamente muitos tambm esto a dizer

    Acabou-se o tempo da inocncia... o tempo da contemplao jno mais. Temos que agir!(BOAL - Belm do Par - 2009)

    Referncias:

    BOAL, Augusto. 2OO exerccios e jogos para o ator e o no-ator com vontade de dizer

    algo atravs do teatro 4.Edio, 1982.

    BOAL, Augusto. Jogos para atores e no-atores 11. Edio, Civilizao Brasileira, 2008.

    BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poticas polticas / Augusto Boal 4 edio,

    Rio de Janeiro, Civilizao Brasileira, 1983.

    DUSSEL, Henrique. 1492 O encobrimento do outro: A origem do mito da modernidade:

    Conferncias de Frankfurt, Traduo Jaime A. Clasen, Petrpolis, RJ: Vozes, 1993.

    FREIRE, Paulo. Ao cultural para a liberdade. 5 Edio. Rio de Janeiro, Paz e Terra.1981.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessrios prtica educativa. So

    Paulo: Paz e Terra, 1996.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. Edio. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

    GALEANO, Eduardo. As Veias abertas da Amrica Latina 30 Edio. Traduo de Galeno

    de Freitas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

    JAPIASSU, Ricardo. Metodologia do Ensino de Teatro. 3 Ed. Campinas: Papirus, 2005.

    MARIA, Joaquim Parron. Novos Paradigmas pedaggicos para uma filosofia da educao.So Paulo: Paulus, 1996.

    PEIXOTO, Fernando. O que teatro. So Paulo: Brasiliense, 1986.

    SAVIANI, Demerval. Educao: do senso comum conscincia filosfica. 12. Edio.

    Campinas: Autores Associados, 1985.

    SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 30 Edio. Campinas, SP: Autores

    Associados, 1995.

    SAVIANI, Demerval. Histria das idias pedaggicas no Brasil. Campinas: Autores

    Associados, 2007.

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    SAVIANI, Demerval. Pedagogia histrico-crtica: primeiras aproximaes. 8 Edio.

    Campinas: Autores Associados, 2003.

    SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do trabalho cientfico. 22 Edio, So Paulo:

    Cortez, 2002.

    http://www.teatrocoletivo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8:au

    gusto-boal-discursa-no-fsm&catid=18:materias&Itemid=22acesso em 28/04/2010

    Para citar este artigo:

    GONALVES, Kau Pedroso; PINHEIRO, Meline Lopes. TEATRO E CULTURA LATINO-AMERICANA:

    MTODOS DE ENSINO DA FILOSOFIA DA LIBERTAO. In: X CONGRESSO DEEDUCAO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho. 2010. Anais. ..UENP UniversidadeEstadual do Norte do Paran Centro de Cincias Humanas e da Educao e Centro deLetras Comunicao e Artes. Jacarezinho, 2010. ISSN 18083579. p. 671 679.