Te Perdoamos AméRica

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Hoje nós te perdoamos América, por ter sido palco de uma escravidão

impiedosa durante 300 anos, tratando homens, mulheres e crianças

negras como se fossem animais, roubando-lhes o direito à vida, à

dignidade e à liberdade...

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Hoje nós te concederemos o perdão América, por ter permitido durante muitos anos a existência de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku-Klux-Klan, que perseguiam, torturavam e queimavam vivos em praças públicas qualquer pessoa negra ou branca que lutasse contra a não-segregação racial...

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Hoje nós te perdoamos por ter assassinado friamente Abraham Lincoln em 1865, um presidente republicano abolicionista contrário à escravidão de seres humanos.

Hoje te concedemos irrevogavelmente o perdão pelo erro de ter marcado para sempre o corpo e a alma de homens e mulheres como o de Peter, um escravo de Baton Rouge, Louisiana, em 1863. As cicatrizes inapagáveis foram resultado das chibatadas de seu capataz branco.

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Hoje nós te perdoamos América, por ter em 1968 roubado a vida do reverendo Martin

Luther King, Prêmio Nobel da Paz, com um tiro disparado por um ativista branco que o

odiava por suas propostas de igualdade racial e de direitos civis a todos.

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Hoje nós te perdoamos América, por ter destruído o sonho de muitos

americanos, negros ou não, pobres ou não, segregados ou não, quando mataram

covardemente, em 1963, o presidente democrata John Kennedy o único que teve

coragem para enviar tropas do exército para garantir os direitos civis da

população negra nos Estados onde os negros eram massacrados. Kennedy foi

morto sob a encomenda daqueles que não gostavam da sua posição de defender

abertamente as causas das minorias oprimidas no seu país.

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Hoje, nós te perdoamos, América, por até menos de meio século atrás, permitir leis que proibiam casamentos inter-raciais (entre brancos e negros).

Te perdoamos pela covardia de ter assassinado outro Kennedy, um democrata, o senador, e ministro

da Justiça Robert Kennedy, provável presidente americano, lutador incansável pelos direitos humanos e pela igualdade racial em 1968, apenas 5 anos após

o assassinato do seu irmão John Kennedy.

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Te perdoamos e não queremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura, do ódio, da vingança ou fazendo com os outros aquilo que não queremos que os outros nos façam. Te perdoamos, porque ainda que tão tardiamente, a América reconhece que os seres humanos de qualquer cor não terão sucesso se caminharem com medo uns dos outros, sobretudo pela ingenuidade de acharem que a diferença está na cor da pele.

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Te perdoamos, por reconhecer que foi um homem de pele branca, o presidente George Bush, rico e poderoso que quase levou o mundo à uma guerra mundial sem precedentes, por sua arrogância, prepotência e impiedade.

Te perdoamos, porque hoje, vocês deram um “basta” na continuidade de um erro que envergonhava a América e seus cidadãos de bem.

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Te perdoamos, porque se permitiram sonhar juntos com o pastor Luther

King e seu sonho de igualdade e liberdade. Sonho de que um dia, a América

encontrasse o verdadeiro significado de seus princípios e reconhecesse que

todos os homens devem ser tratados e valorizados por seu caráter, sua

inteligência, sua capacidade de produzir o bem e promover a paz, e não pela

cor da sua pele ou sua herança genética.

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Te perdoamos porque agora o sonho de Luther King de ver “ um dia, nas

rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de

antigos senhores de escravos sentarem-se juntos à mesa da fraternidade... e

até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da

injustiça, fosse transformado num oásis de liberdade e justiça” ... ter sido

emblematicamente conquistado.

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Te perdoamos, por sua maioria branca ter eleito o primeiro presidente da

república de cor negra, um posto merecido por qualquer pessoa com méritos,

independente da cor da sua pele. Te perdoamos por ter eleito o senador, o

intelectual e democrata Barack Obama,

alguém que poderá acertar, poderá errar, poderá ser bem sucedido ou não,

poderá conduzir com sucesso ou não os destinos da mais poderosa nação

da Terra, mas qualquer que seja o resultado, não será por causa da sua cor,

mas por seus méritos como ser humano, únicos valores pelos quais os

homens e mulheres devem ser respeitados em qualquer lugar do mundo.

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Esse perdão é pelo passado que queremos esquecer em qualquer lugar do

mundo onde as pessoas são discriminadas por qualquer razão. Mas não seremos

tolerantes daqui para frente com aqueles que exigirem do Presidente Obama mais

do que exigiriam de qualquer outro presidente, apenas por ele ser negro.

Ele tem o dever moral de cumprir o que prometeu ao povo americano e ao mundo.

Sua vitória é a vitória de todos os que lutam pela paz e harmonia nesta Terra. Sua

eleição não resolve o problema do racismo que ainda está internalizado na

expressiva massa de americanos. Este é um problema que será vencido pela

educação em valores humanos, seja na América ou em qualquer lugar do planeta.

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As pessoas precisam aprender a se respeitarem como HUMANOS independentemente das diferenças. A eleição de Obama, apenas mostra que

um indivíduo, seja negro, branco, amarelo, índio, oriundo de classes abastadas ou pobres, podem ascender a posições relevantes e ajudarem a governar um país. A vitória de Obama é a vitória de todos nós, homens e

mulheres do BEM e que desejam viver em PAZ.

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Autoria: Mathias Gonzalez

Música: Perhaps Love – Richard Claydeman

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Terra, 05 de Novembro de 2008

Século XXI