TCE e TRM
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Traumatismo cranioencefálico em pediatria
Adriana Azevedo
Membro do Comitê de Reumatologia Pediátrica da SOPERJ
Reumatopediatra do Hospital Federal dos Servidores do Estado
Pediatra e Reumatologista pediátrica Corpo de Bombeiros Militar RJ
Professora de Pediatria da Faculdade Souza Marques
Pediatra Hospital Municipal Jesus
TCE
GSE= causa morte em 25% dos pacientes traumatizados.
TODOS os pacientes com trauma de crânio ou face têm lesão medular até que se prove o contrário.
MORBIDADE significativamente longa.
TCE Lesões primárias X secundárias
Primárias = ocorrem no momento do trauma e não podem ser evitadas
Secundárias = PODEM ser evitadas
Se devem à hipóxia, diminuição de perfusão do tecido lesado.
=> Proteger VAS, dar O2 e manter PA
Exame Primário/Inicial do TCE= politraumatizado
AVDI- Avaliação inicial do nível de consciência (perfusão cerebral)
Avaliação secundária
CAB
D (disability) = ECG
E (exposure)
Pesquisa de sinais neurológicos focais (reflexos pupilares, superficiais e profundos, pares cranianos)
Oto e rinoscopia
FO = pesquisa de hemorragias retinianas = maus tratos ou HIC grave
Escala de coma de Glasgow
Escala modificada para crianças até 2 anos
5- palavras apropriadas, sorriso, fixa e acompanha
4-choro consolável com pais
3-persistentemente irritado
2-agitado
1-nenhuma
Escala de Coma de Glasgow não é perfeita...
Sinais de fratura de base de crânio
Sinal de Battle
hemotímpano e otorréia liquórica
(VII e VIII nn
cranianos)
PUPILAS *anisocoria= compressão III par craniano=
herniação uncal ipsilateral* Isocoria e puntiformes= lesão pontina * midríase e não reação à luz= lesão
mesencefálica*nistagmo= lesão cerebelar ou vestibular*desvio conjugado olhar= lesão cortical, disfç nervos oculomotores ou atividade
convulsiva*S. Horner= (miose, ptose e anidrose
unilat)= lesão hipotalâmica ou herniação transtentorial.
Classificação do TCE
LEVE = Glasgow 14-15
Moderado = 9 a 13
Grave = 3 a 8 => intubação!!!!
Classificação do TCE em crianças
LEVE do grupo 1= Responder aos “ 6 SEM” 1-SEM perda consciência (mesmo que breve< 1 min)?
2-SEM convulsão?
3-SEM amnésia?
4-SEM letargia progressiva?
5-SEM cefaléia?
6-SEM vômitos?
LEVE do grupo 2 (quando 1 das respostas acima positiva)
MODERADO A GRAVE = 20% (isoladamente 1 ou 2= GRAVE) ou < 2 anos ou ex neurológico alterado
TCE do grupo 3 (Moderado a grave)SE 1 das perguntas abaixo for Positiva
Idade < 2 anos?
Politrauma?
Trauma não testemunhado?
Perda consciência prolongada> 1 min
Mais do que 1 episódio convulsivo
Suspeita maus tratos?
Dç neurológica prévia?
Dç hemorrágica prévia?
Lesão SUSPEITA ou CONFIRMADA de col cervical
Ex Físico anormal
CONDUTAExame Primário
Anamnese
EX Físico secundário (REAVALIAR REAVALIAR)CAB DE
Pesquisa de sinais neurológicos focais, oto, rinoscopia e FO
SUSPEITA DE LESÃO COLUNA CERVICALDor na linha média em reg cervical posterior?
Deficits neurológicos focais? Consciência anormal?
Intoxicação exógena?
Dor em outros lugares que possam mascarar a percepção da dor cervical?
SE todas estas perguntas negativas (99% sensibilidade)= chance de lesão muito baixa
Cinemática do trauma medular
TRAUMA PEDIÁTRICO
TRAUMA CRANIANO SEVERO x OBSTRUÇÃO VIAS AÉREAS OU PARADA RESPIRTÓRIA
Fechamento de vias aéreas superiores devido a obstrução por tecidos moles, língua e epiglote, fato que ocorre quando da perda de consciência
Contusão medular ou cerebral
Transsecção da medula cervical, com conseqüente parada respiratória
TRAUMA PEDIÁTRICO
Manobra contra-indicada em trauma
Combinação de manobras : elevação da mandíbula, junto a de estabilização cervical
A cabeça e o pescoço devem ser firmemente colocados em posição neutra para que seja prevenida a movimentação cervical
Imobilização com Colar COLAR DE EXTRICAÇÃO SEMIRÍGIDO
(colocação perfeita)
excessivamente largo • pode não evitar uma flexão ou hiperextensão de
pescoço ou se for
pequeno• não promove uma imobilização cervical• pode atrapalhar as manobras iniciais de
estabilização da criança com múltiplas injúrias
TRAUMA PEDIÁTRICO
TRAUMA PEDIÁTRICO
A fixação deve ocorrer da fronte/tábua, colar/tábua e
tronco/tábua, não esquecendo dos apoios laterais
problema na fixação de criança pequena ter um
grande occipito - tendência a flexão do pescoço, quando
colocado na tábua totalmente plana
Imobilização em Tábua Longa
Estabilizador lateral de cabeça
Deve ser leve para permitir a lateralização da prancha do paciente se necessário.
Evitar ao máximo imobilizações improvisadas.
ESTABILIZAÇÃO
C - Circulatório
A - Vias Aéreas
B - Respiração
D – Disability -SNC
E - Exposição
6 H• HIPOTERMIA• HIPOXEMIA• HIPERCAPNIA• HIPOVOLEMIA• HIPOTENSÃO• HIPOGLICEMIA
Conduta no TCE leve grupo 1American academy of pediatrics. Minimal head trauma in children revisited: Is routine hospitalization
required? Pediatrics 1998
Risco de lesões intracranianas é desprezível (< 1/5mil)
Eventual retardo nas cd neurocirúrgicas sem influência na morbi-mortalidade neste grupo.
Apenas observação clínica e cuidados superficiais (gelo, curativo)
OBSERVAÇÃO 24h
Orientação aos pais...
Retorno à EP SE NAS 72H A CRIANÇA APRESENTAR:QUALQUER COMPORTAMENTO ESTRANHO
DESORIENTAÇÃO
INCAPACIDADE DE ACORDAR A CRIANÇA
SONOLÊNCIA INCOMUM
VÔMITOS (> 2X)
CONVULSÕES
Por que não é necessário RX de Crânio?
BAIXA ACURÁCIA....
Valor muito limitado
BAIXA SENSIBILIDADE
Pode haver lesão
encefálica com RX n
BAIXO VALOR PREDITIVO POSITIVO
RX com fraturas não significa necessariamente lesão encefálica
QUANDO RADIOGRAFAR?
Ferimento penetrante no encéfalo?
Afundamento de crânio?
Fratura composta?
Craniotomia prévia?
< 2 anos com hematoma subcutâneo volumoso?
Suspeita de maus-tratos
Quando TOMOGRAFAR?
TCE LEVE do Grupo 2
Risco de lesão intracraniana =7%
Necessidade de intervensão neurocirúrgica= 2 a 5%
Não sendo possível TC= observação clínica por 72h
TC normal= alta e obs no lar.
TCE MODERADO A GRAVE
SEMPRE TC cerebral e de coluna cervical (pode haver lesão na medula cervical sem fraturas)
RM= bastante sensível, mas muito demorada para ser realizada
TCE MODERADO A GRAVE
80% TCE leves
5% morrem no local do trauma
apesar do APH (Pré-hospitalar)
Qualidade do APH e do atendimento na emergência = > previne lesões secundárias = Prognóstico
Diferenças anatômicas de acordo com idade e tipo de lesões associadas
LactentesLesões por mecanismo de aceleração-desaceleração com CISALHAMENTO (deslocamento de um plano sobre o outro) de vasos e neurônios = Hemorragias e lesão axonal difusa (cabeça> corpo; mais água no encéfalo e mielinização incompleta)
Pela calota craniana ser mais complacente = mais deformidades e fraturas e lesões intracranianas ocultas e diretas no encéfalo (Lesões por golpe)
Sangramentos de couro cabeludo e subgaleais = facilita choque hemorrágico
Fontanelas e suturas cranianas ainda abertas= maior tolerância aos aumentos de PIC
Lesões por contra-golpe em escolares e adolescentes (projeção do encéfalo contra protuberâncias ósseas do lado oposto ao impacto)
Lesões primárias no crânioDIRETAS (impacto contra uma superfície)Sangramento couro cabeludo
Hematoma subgaleal
Fraturas (fechadas, abertas e com afundamento)
Hematoma epidural
Contusões e lacerações cerebrais
POR MECANISMO DE INÉRCIA (movimento violento contra crânio)Hematoma subdural
Hemorragia subaracnóide
Concussão
Lesão axonal difusa
FSC- fluxo sanguíneo cerebralPPC = PAM-PIC
Redução FSC nas 1as 6h pós-trauma:Adequação metabólica pelo < consumo de O2
Desacoplamento (extração celular aumentada por ISQUEMIA)
Hipocapnia empíricaagrava mais isquemia
Emprego com adequada monitorização da hemodinâmica e metabolismo
cerebral.
Após 6h = swelling FSC excessivo à demanda metabólica = > PIC = hipocapnia otimizada =
medir PIC : RN (até 5), crianças (6-15), adolescentes e adultos (<15)
Trauma grave: obrigados CTI e TC
Sinais neurológicos focais
Fraturas com afundamento1/3 laceração dural e ¼ laceração cortical
Fraturas abertas
Lesões penetrantes
Glasgow < ou = 10 OU redução de 2 pontos não devida a convulsões,drogas, alt PIC ou distúrbios metabólicas
TCE Grave – Intubaçãorisco de broncoaspiração (vômitos)
Obstrução respiratória e risco de hipoventilação (queda língua, flacidez musculatura orofaringe)
Qualquer incapacidade
de ventilar bolsa-máscara
Hipóxia e/ou hipoventilação
Necessidade ventilação prolongada
Choque resistente à ressuscitação
volumétrica
Glasgow < ou = 9
Via orotraqueal pq naso mais sangra/ e > PIC
NUNCA NASOTRAQ se fratura base cranio suspeita.
SEMPRE sob sedação X HIC
HIPERVENTILAR se clínica de herniação ou HIC (tardia: HAS,
Bradicardia e bradipnéia)
Padrão respiratório:
Apnéia secundária à paralisia diafragma(sugere lesão medular alta)
Cheyne-Stokes= lesão de hemisférios cerebrais
Lesão apnêustica (pausas expiratórias prolongadas) sugere lesão pontina
Exame clínico- Pupilas e gravidade do dano neurológico
Herniação transtentorial= Anisocoria com dilatação ipsilateral ao trauma sem reação à luz
Midríase bilateral não reagente à luz = compressão bilateral de 3º par = hipoxia-isquemia de todo encéfalo.
Monitorização
Sistêmica = oximetria de pulso, PA não invasiva,Pressão venosa central (PVC), tax, diurese, glasgow
IDEAL= capnografia e PA invasiva
Metabólica=> gaso, eletrólitosséricos, osmolaridade sérica e densidade urinária
Cerebral=>PIC, PPC,oximetria de bulbo da jugular, extração cerebral de O2 e EEG contínuo
OBJETIVOS DO TRATAMENTOExpansão volumétrica (20ml/kg de SF- várias etapas)
Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular
10% convulsionará= diazepan e hidantalização
Cabeceira 30 graus
Hiperventilação, controle de temperatura
Manitol e furosemida X HIC
Aumentar a PAM: normovolemia, dopa 5 a 15 mcg/kg/min (ppal/ se barbitúricos) e vasoconstritores NORA (0.05 a 1mcg/kg/min) e fenilefrina (0,1 a 0,5)
Craniotomia descompressiva, drenagem LCR e descartar efeitos de massa
Metilprednisilona e dexametasona (s/ evidências para baixar PIC)
Dexanabiol –diminui efeito neuroexcitotóxico do glutamato e faz ef antihipotensor nas 1as 6h.
Terapia de Lund= reduzir pressão microvasculatura cerebral
Antibioticoterapia profilática?
Suporte nutricional enteral no fim 1ª semana.
PROGNÓSTICOMelhor que adultos: morrem 6 a 35% das crianças com ECG 3-5.
Se igual a 3 morrem 50 a 60%
90% precisarão de reabilitação pós-alta
Glasgow entre 6 e 8 = maioria recupera consciência em 3 semanas, mas 1/3 fica com deficits neurológico e aprendizado ppalmente se coma > 3 semanas.
Alt comportamentais (Sínd pós-traumática e cefaléia pós traumátática).
Legislação
Portaria n.º 2048/GMAmbulância tipo C – Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).
Legislação
Portaria n.º 2048/GMAmbulância tipo D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.
Legislação
Portaria n.º 2048/GMAmbulância tipo E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos
médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.
Transporte do paciente gravemente enfermo
Legislação
Portaria n.º 2048/GMAmbulância tipo F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade.
Legislação
Ambulâncias não são imunes a acidentes.