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CENTRO UNIVERSITRIO NEWTON PAIVA FACULDADE DE CINCIAS SOCIAS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS

HERMAN RESENDE SANTOS

ANLISE FINANCEIRA AGROPECURIA FAZENDA BOCAINA

BELO HORIZONTE

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2011

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HERMAN RESENDE SANTOS

ANLISE FINANCEIRA AGROPECURIA FAZENDA BOCAINA

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao curso de Administrao de Empresas, da Faculdade de Cincias Sociais Aplicadas, do Centro Universitrio Newton Paiva, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao. Orientadores: Lcio Flvio Bicalho Contedo Maria Eugenia Monteiro Metodologia

BELO HORIZONTE 2011

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LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1: Figura 2: Figura 3: Figura 4: Figura 5: Figura 6: Figura 7: Figura 8: Figura 9: Figura 10: Figura 11: Figura 12:

Croqui da Fazenda Bocaina............................................................... 11 Resultado financeiro referente ao exerccio de 2010......................... 12 Cotao do preo da saca, pago no varejo em 8 de junho de 2011.. 22 Preo da saca pago ao produtor em 8 de junho de 2011.................. 22 Rentabilidade do feijo carioca - junho / 2011................................... 23 Demonstrativo das cotaes do feijo nos 10 ltimos anos.............. 24 Estrutura de custo de produo......................................................... Custo operacional de produo........................................................ Frmula do Ponto de equilbrio.......................................................... Frmula do Custo total mdio............................................................ Frmula da relao benefcio/custo................................................... 25 26 28 29 29

Indicadores econmicos.................................................................... 30

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SUMRIO

1 1.1 1.2 1.3 2 3 3.1 3.2 3.3 4 4.1 4.2 4.2.1 4.3 4.3.1 4.3.2 4.3.3 4.3.4 5 6

INTRODUO................................................................................... Descrio da empresa..................................................................... Problematizao............................................................................... Justificativa...................................................................................... REFERENCIAL TERICO................................................................ Objetivo geral................................................................................... Objetivos especficos...................................................................... Metodologia...................................................................................... DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES........................................ Anlise de dados secundrios sobre o mercado......................... Estrutura de custos......................................................................... Custo operacional de Produo......................................................... Anlise de viabilidade econmica.................................................. Ponto de equilbrio............................................................................. Custo total mdio .............................................................................. Relao benefcio/custo .................................................................... Resultados......................................................................................... DISCUSSO E CONCLUSES........................................................ REFERNCIAS................................................................................. ANEXO..............................................................................................

07 07 12 13 14 17 17 17 21 21 25 25 27 28 28 29 30 31 32 34

OBJETIVOS E METODOLOGIA....................................................... 16

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1 INTRODUO

No atual contexto, em que o constante processo de mudanas repercute em todos os nveis da sociedade global, reconhece-se, segundo KOTLER (2000, p.29) ,que

do ponto de vista empresarial:As empresas no so capazes de sustentar suas vantagens competitivas (salvo patentes, direitos autorais, localizaes privilegiadas, informaes privadas etc). Os concorrentes copiam rapidamente qualquer vantagem utilizando o benchmarking e a engenharia reversa, queimando etapas no processo de desenvolvimento. As empresas acreditam que sua nica vantagem sustentvel est na capacidade de aprender e mudar com maior rapidez).

A capacidade de inovar, de explorar novos recursos dentro de uma atividade e a capacidade de controlar gastos e de maximizar o lucro, tornam-se fatores essenciais de competio empresarial, inclusive do ponto de vista do agronegcio. A economia mundial passa por um intenso processo de globalizao e um rearranjo do mercado econmico internacional, nacional e regional se traduz em mudanas tributrias, reformas de mercado, na constituio de controle de cotaes de preos de alimentos influenciando por sua vez, as dinmicas do mercado interno devido conjuntura mundial da economia global. O presente Trabalho de Concluso de Curso, objetiva embasar a perspectiva de investimento de longo prazo relacionada ao plantio de feijo; fundamentando o processo de adequao empresarial implantao desta prtica econmica.

1.1 Descrio da empresa

Histrico

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A histria da Fazenda Bocaina constitui-se na histria do Sr. Joo Rezende, nascido em 22 de dezembro de 1930 em Itutinga - MG; Desde os sete anos de idade ajudava seu pai: Teodoro Rezende, a ordenhar as vacas; e desde ento, sempre trabalhou com bovinos; Aos 20 anos de idade alugou por 3 anos, juntamente com seu irmo Joaquim e seu pai, o primeiro terreno com o objetivo de produzir leite a Fazenda Poo Fundo localizada no municpio de Itutinga, em 1951; ano em que forneceu pela primeira vez Leite para o Laticnio Curralinho; Em maio de1953 casou-se com Maria Luiza Rezende; que desde ento o apoiou e ajudou na construo da famlia e de todo o patrimnio; feito a partir do gado. Em 1957, se mudaram para a atual Fazenda Bocaina, localizada no municpio de Inga - MG, ento alugada e a partir da comercializao de gado compraram a propriedade em 1959, com uma rea de170 alqueires de terra, por: um milho e setecentos mil ris; A partir de ento; dedicou-se agropecuria leiteira e criao de bezerros, vendendo o excedente de gado; no decorrer dos anos alugou outras 5 propriedades, criando novilhas e garrotes da raa girolando e holands; e adquiriu mais terras. Foi o 2 produtor a comprar um trator no municpio de Inga em 1969 e o primeiro a ter energia eltrica na zona rural do municpio de Inga em 1974. Entre 1980 e 1989 formou cafezal e deixou a atividade devido baixa nos preos. Tendo-se dedicado com exclusividade desde ento, agropecuria Leiteira.

Principais dados da empresa

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Informaes gerais:

a) ramo de atividade: agropecuria leiteira; b) porte: micro-empresa; c) razo social: Joo Rezende ME; d) nome fantasia: Fazenda Bocaina; e) CNPJ: 22070064001173; f) inscrio estadual: 382.030.403.0993; g) endereo: Zona Rural do municpio de Inga / MG; h) telefone: 9973.2030 e (35) 3821.1931; i) e-mail: [email protected]; j) site: no possui; k) nmero de funcionrios: 9; l) informaes: os principais produtos da Fazenda so: o leite e o gado; atualmente o comprador exclusivo de nosso leite o Laticnio PJ, localizado no municpio de Inga - MG; para o gado temos compradores de diversas cidades, e at de outros estados; que eventualmente procuram por nossas Matrizes.

Caracterizao da Propriedade

Estrutura Fsica: a) Proprietrios: Joo Rezende e Maria Aparecida Resende Santos; b) rea Total: 513 Hectares (Ha); c) reas da Propriedade; Pastagens: 312 Ha; Produo de Silagem: 50 Ha; Produo de Gro Hmido: 25 Ha; Reserva: 126 Ha; d) Estradas: Inga, Lavras e Palmital;

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e) Produo Diria de Leite: 2.600 Litros; f) Ordenha: Modelo Espinha de Peixe, Linha Alta, Marca Bsio; g) Refrigerao: / Tanque de expanso Marca Etscheid; h) Capacidade do tanque de expanso: 3.500 L; i) Rebanho: Vacas Leiteiras: 239 - Vacas em Lactao: 173; j) Rebanho Total: 478 Animais (incluindo Bezerras e Novilhas); k) Capacidade dos silos de volumoso (T): 1.678 T; l) Benfeitorias: Sede principal e casa de apoio; 6 casas de morada de funcionrios, garagem para carros, garagem para tratores e implementos, depsito de sal, depsito de agrotxicos, depsito de ferramentas, curral com sala de ordenha, sala de leite, sala de rao e remdios, banheiro e espao paralelo para acomodar bezerros. Depsito de rao e de milho e sala de misturar rao; cmodo de depsito de produtos para tratores e maquinrio, cmodo de depsito de utenslios para cavalos, depsito de adubo e bezerreiro.

Croqui da Propriedade

O Croqui a seguir foi elaborado na ocasio da adequao de prticas gerenciais e operacionais da fazenda ao Programa Alimento Seguro promovido pelo Servio Nacional de Aprendizagem Rural SENAR em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA, realizado em 2010:

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Bezerreiro

Rancho Curral de espera

Enfermaria

Vacas em Lactao Maternidade

Silo

Silo

Silo

Silo

Silo

(Figura 1) FONTE: Apostila PAS Programa Alimento Seguro / SEBRAE - EMBRAPA

Identidade Corporativa da Organizao

Caracterizao Organizacional: a) negcio da empresa / Core Business: Produzir Leite de Qualidade, alm de gado para comercializao. b) misso: Produzir leite seguro para o consumo e de qualidade certificada, bem como de animais destinados ao abate e atividade leiteira; tratando os bovinos com respeito e ateno. c) viso: A Fazenda Bocaina ser uma referncia regional em termos de produo de Leite e comercializao de animais leiteiros e para abate. d) princpios: O comprometimento com a qualidade e com uma conduta responsvel que prima pela sustentabilidade do desenvolvimento organizacional.

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e) valores: Integridade, tica, Prosperidade, Responsabilidade e Empreendedorismo. f) faturamento: demonstrado atravs da figura extrada do relatrio financeiro referente ao exerccio de 2010 INDICADORES Produo Anual / Litros Receita lquida / Leite Receita lquida / Gado Despesas Gerais e Administrativas Lucro lquido RESULTADOS 949.000 R$ 806.650,00 R$ 149.812,00 R$ 553.195,35 R$ 403.266,65(Figura 2) FONTE: Relatrio Anual 20101

Venda de Gado Anual / N de animais 67

1.2 Problematizao

Conforme Roberto Rodrigues, engenheiro agrnomo e presidente da Associao Brasileira do Agronegcio ABAG, em artigo publicado na revista Agroanalyis (2002; Vol.22; pag. 3).A trplice coliso a qual foi submetida nossa agropecuria abertura comercial determinada pela globalidade e pelo liberalismo; a estabilizao interna da moeda; e a falncia das polticas pblicas para o setor, com a sada do governo dos velhos mecanismos de interveno, vem determinando uma vigorosa e silenciosa revoluo no mundo rural.

A atual conjuntura do agronegcio - sobretudo para micro-empresas - exige alm de profissionalizao administrativa e de mo de obra especializada; a explorao da maior diversificao possvel de atividades complementares, otimizando a capacidade de produo do espao, a fim de extrair o mximo de retorno sobre o capital investido.

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As informaes apresentadas foram extradas do relatrio anual de 2010

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Dado que a maximizao dos lucros uma constante meta administrativa; faz-se mister o conhecimento de possveis opes de investimento a fim de se traar novas diretrizes de investimentos; atravs deste estudo abordou-se a cultura do feijo. De que forma o plantio do feijo, enquanto estratgia de investimento a longo prazo pode incrementar a atividade econmica da fazenda ?

1.3 Justificativa

De acordo com Canziani (2001, p.12).dada a nova realidade macroeconmica do setor rural brasileiro, que vem reduzindo a rentabilidade das empresas agropecurias, espera-se que vrias tcnicas de gesto passem a ser mais utilizadas por produtores rurais (...).

O presente TCC, visa fundamentar a implementao do plantio de feijo enquanto estratgia de negcios, atravs do estudo de viabilidade econmica da prtica, passvel de ser implantada na Fazenda Bocaina, paralelamente atividade de produo de leite. Para o estudo da administrao de empresas agropecurias, justifica-se a realizao do presente trabalho que h de contribuir com o levantamento de informaes, que podero servir de referncia para a implementao de projetos de investimento estratgico em propriedades com perfis similares; A anlise de um planejamento em administrao estratgica envolve a considerao de muitas variveis, processo este que certamente contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de amadurecimento de mecanismos administrativos bem como para o aprendizado organizacional da fazenda, uma vez que haver de fundamentar o processo de adequao empresarial implantao desta prtica econmica comum entre os pecuaristas, porm nova enquanto estratgia econmica adotada pela Fazenda Bocaina.

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2 REFERENCIAL TERICO

A produo de alimentos constitui-se em um pilar central da sobrevivncia da espcie humana e envolve perspectivas de valorizao constante de sua importncia no mercado global. Em se tratando do cultivo do feijo, encontra-se no texto da Agncia de Informao do site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa; 2006):O feijoeiro comum cultivado ao longo do ano, na maioria dos estados brasileiros, proporcionando constante oferta do produto no mercado. cultivado tanto em culturas de subsistncia quanto em cultivos altamente tecnificados. A Regio Sul ocupa lugar de destaque no cenrio nacional, seguida pelas Regies Sudeste, Nordeste, CentroOeste e Norte, respectivamente.

Ao passo que no histrico do site do Centro de Inteligncia do Feijo (CIF; 2009) l-se:O Brasil destaca-se como o maior produtor mundial de feijo. O estado de Minas Gerais o segundo maior produtor nacional, com aproximadamente 15% da produo total. O pas tambm o maior consumidor mundial de feijo-comum, com um consumo estimado em aproximadamente 16 kg/ano. Alguns fatores como poca de plantio, pragas e doenas, preo pouco atrativo afastam os grandes agricultores de praticarem essa cultura, que, ainda hoje, de predomnio dos pequenos produtores.

A necessidade constante de atualizao quanto ao uso de novas tecnologias e informaes, representa fator crucial para a agilidade de resposta s tendncias do mercado, (conhecimento tcnico e cientfico, ferramentas, mtodos, processos e materiais) devido ao fato de se poder alterar dinmicas de trabalho, planejamento e re-engenharia de investimentos e lucro a partir de inovaes conceituais, tcnicas e cientficas. Neste sentido, interpretar o contexto e definir estratgias de gesto empresarial, que visam a maximizao do lucro atravs do desenvolvimento de atividades subsidirias, tem sido fator de grande relevncia para a manuteno da viabilidade e lucratividade do agronegcio de pequeno porte.

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De acordo com o texto: Diversificao - um segredo da pequena unidade produtiva, entre as vantagens, apontadas por FANTIN, E. (V. 8, n. 1, p. 10-11. 1986) em diversificar a unidade produtiva:est o fato de a diversificao da estrutura produtiva poder representar um mecanismo alternativo para que o agricultor tenha uma segunda, terceira e /ou quarta opo de fonte de renda.

Enquanto que na apresentao de Argemiro Lus Brum; Dilson Trennepohl e Tania Marques Tybusch (2011): Evoluo e estrutura da agropecuria no Brasil exposta no 46 congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural, l-se:Trs proposies de encaminhamento, na lgica de alternativas estratgicas visando o desenvolvimento do agronegcio regional, nestes novos tempos econmicos, mundial e nacional, ainda podem ser enumeradas. Em primeiro lugar, a Regio deve diversificar a sua base exportadora, sem eliminar a base existente. Isto significa fomentar investimentos em atividades com potencial de competitividade em mercados crescentes para a regio, caso da suinocultura e da produo de leite e sua transformao. Paralelamente, a Regio deve prospectar novos produtos e mercados, alguns deles destacados nas atividades subsidirias e complementares. Em segundo lugar, a Regio deve igualmente aprofundar a integrao de seus sistemas produtivos, com destaque s atividades subsidirias como o caso do milho e do gado de corte, as quais vm ganhando cada vez mais destaque no cenrio mundial e nacional. Isto requer o desenvolvimento de indstrias domsticas que tragam reduo de custos e ociosidade de recursos, assim como melhor utilizem as estruturas de produo e comercializao existentes e a serem implementadas. Enfim, a Regio deve investir igualmente em sistemas produtivos inovadores, que tenham viabilidade tcnica e econmica conforme as caractersticas locais de produo e comercializao. Isto significa aperfeioar a capacidade de prospectar novos mercados, novos produtos, novas fontes de recursos, novos mtodos de produo e novos modelos de gesto e comercializao.

Entre algumas das alternativas com potencial de incrementar a agropecuria leiteira podem-se citar: a) aproveitamento do esterco para fertilizao do solo economizando-se em adubo; b) produo de gs butano e gerao de energia eltrica a partir do esterco;

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c) uso de inseminao artificial com smen sexado. O plantio de leguminosas, em especial do feijo ser analisado em funo de sua lucratividade, atestada por produtores da regio e por sua facilidade de implementao devido a disponibilidade de implementos agrcolas na fazenda, que podem ser destinados a esta prtica. Como o dizem: Niraldo Jos Ponciano, Paulo Marcelo de Souza, Henrique Tom da Costa Mata, Joana Rita Vieira e Ivan Ferreira Morgado; em: Anlise de Viabilidade Econmica e de Risco da Fruticultura na Regio Norte Fluminense: A alocao de recursos pelos agricultores influenciada pelos riscos e incertezas envolvidos. Entretanto no mesmo texto PONCIANO Niraldo Jos et al (2011) cita a limitao da avaliao do risco de qualquer atividade agrcola;Alm do risco econmico, h o risco inerente s condies climticas e aos ataques de pragas e doenas, que so diferenciados e especficos de cada atividade. Embora a maior parte desses eventos possa ser contornada pela adoo de tecnologia, podem gerar perdas no processo de produo, elevando os riscos estimados.

Palavras-chaves: Produo de Alimentos, Mercado, Estratgia de Gesto, avaliao do risco, maximizao do lucro, atividades subsidirias.

3 OBJETIVOS E METODOLOGIA

Considerando o exposto, ser adotada como ferramenta para anlise da viabilidade financeira do plantio do feijo, a organizao da estrutura do custo total do empreendimento na fazenda em quatro conjuntos de valores.

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Desta forma visa-se facilitar a visualizao do estudo sobre a viabilidade econmica do empreendimento calculando os indicadores, que a seguir sero discutidos. Para ilustrar esta anlise sero considerados dados obtidos atravs da primeira tentativa de cultivo de feijo realizada na Fazenda Bocaina.

3.1 Objetivo geral

Embasar a perspectiva de investimento de longo prazo relacionada ao plantio de feijo, atravs do estudo de sua viabilidade econmica.

3.2 Objetivos especficos

a) Efetuar a anlise de dados secundrios sobre o mercado, de forma a identificar seu tamanho e potencial; reviso bibliogrfica sobre os temas. b) Analisar a estrutura de custos de produo Custo total e Custo operacional. c) Desenvolver anlise de viabilidade econmica e relatrio final com recomendaes.

3.3 Metodologia

A partir de uma abordagem quantitativa, os procedimentos metodolgicos adotados para a realizao deste estudo so classificados como exploratrio e descritivo. Inicialmente a pesquisa realizada teve carter exploratrio ao envolver

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levantamentos documentais, eletrnicos e bibliogrficos. Em seguida foram discriminados os componentes da estrutura de custos do empreendimento e apurado o custo operacional de produo em relao cultura do feijo enquanto atividade subsidiria. Por fim, foi analisada a viabilidade econmica do empreendimento. As informaes relativas aos custos analisados foram coletadas a partir do valor de mercado local.

Estrutura de Custo de Produo

A fim de se discriminar corretamente a incidncia de custos sobre a cultura do feijo, ser criada uma tabela descritiva dos itens do custo de produo, tendo como referncia de definio, conceitos de J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO, (2008, p. 79)O custo total obtido pela soma do custo fixo total e custo varivel total. Os custos variveis so dependentes da quantidade produzida, podendo ser evitados no curto prazo com a paralisao da produo. So denominados custos fixos os itens de custo que no se alteram no curto prazo e independem do nvel de produo. A longo prazo, entretanto, esses custos no existem, uma vez que todos os insumos podem ter seu uso alterado.

Logo, os custos fixos no foram contemplados entre os integrantes da estrutura de custos por serem absorvidos na prtica agropecuria. Neste caso da produo agrcola do feijo, todo o capital imobilizado em benfeitorias e implementos no foi depreciado, por se tratar de atividade subsidiria e portanto complementar, no exigindo investimentos especficos; ainda de acordo com J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO ( 2008, p. 79)Admitindo-se que a terra seja utilizada adequadamente, obedecendo aos princpios de conservao, sua capacidade produtiva deve manterse inalterada no tempo, razo pela qual ela no deve ser alvo de depreciao.

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Todo o capital investido na empresa, seja ele prprio ou tomado em emprstimo, tem um custo de oportunidade, uma vez que seu uso na empresa implica deixar de empreg-lo noutra atividade alternativa. Por definio, o retorno potencial desse capital, na melhor alternativa possvel de utilizao, forneceria uma medida desse custo de oportunidade. Como essa estimativa nem sempre fcil, comum estimar o custo de oportunidade a partir do retorno que o capital teria se, em vez de aplicado na empresa, fosse investido no mercado financeiro como, por exemplo, na caderneta de poupana. No caso da estimao baseada no valor de venda da terra, parte-se do pressuposto de que o capital empatado no recurso terra poderia ser investido no mercado financeiro, rendendo juros.

Como o objetivo do presente trabalho o de avaliar a viabilidade econmica do plantio de feijo enquanto atividade subsidiria, no ser calculado o custo de oportunidade do capital, referente a benfeitorias, implementos e valor de venda da terra; uma vez que os implementos usados no plantio do milho para produo de silagem para o gado (atividade agropecuria) so os mesmos utilizados para o plantio do feijo enquanto prtica complementar.

Custo Operacional de Produo

Aps a discriminao dos custos da atividade ser realizada a soma dos gastos diretos a fim de compar-la com a receita obtida.; conforme definies tericas de J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO ( 2008, p. 79)O custo operacional pode ser definido como o custo de todos os recursos de produo que exigem desembolso por parte da empresa para sua recomposio. Corresponde, apenas, aos gastos efetivamente incorridos na conduo da atividade, ou seja, apenas aos itens de custo considerados diretos (mo-de-obra, fertilizantes, defensivos, energia, combustvel, manuteno, reparos, impostos e taxas, assistncia tcnica).

Anlise da Viabilidade Econmica

Para a anlise da viabilidade econmica da cultura do feijo foram calculados: a) o ponto de equilbrio (sacas);

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b) o custo mdio por saca de 50 kg (R$); c) a relao benefcio/custo.

Ponto de equilbrio

O ponto de equilbrio diretamente vinculado cotao do feijo no momento da venda. Citando J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO ( 2008, p. 79)significa o volume de produo que a empresa necessita para que as receitas totais igualem-se aos custos totais (custos fixos mais custos variveis), sempre que for possvel a comercializao dos produtos em questo. , portanto, o mnimo que deve ser produzido (e comercializado) para que a atividade que est sendo avaliada no apresente prejuzo. um ndice que nos indica exatamente o quanto devemos faturar para atingir o equilbrio, para no termos nem lucro nem prejuzo.

Custo total mdio

De acordo com a definio de J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO ( 2008, p. 79). O Custo total mdio a soma total dos custos em relao quantidade total produzida.

Relao benefcio/custo

A relao benefcio/custo de acordo com J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO ( 2008, p. 79)representa a relao entre o valor monetrio dos fatores necessrios para a realizao da atividade produtiva e o valor monetrio do produto gerado por essa. A relao benefcio/custo deve sempre dar um resultado superior a um, onde o capital gerado ser sempre maior que os valores despendidos para o desenvolvimento da atividade. Esse um ndice que representa a lucratividade real do investimento de capital.

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Seu clculo ser desenvolvido com o objetivo de determinar o ndice de lucratividade do empreendimento. 4 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

O presente estudo fundamentado nos resultados advindos do cultivo do feijo carioca em plantio convencional realizado em uma rea de 9 hectares conduzido na Fazenda Bocaina, no municpio de Inga, no Estado de Minas Gerais, durante o perodo de 10 de maro de 2011 a 9 junho de 2011. A rea, que historicamente foi lavoura de caf destinou-se h cerca de 15 anos ao plantio de milho; sem realizar, at ento, rodzio de culturas. Aps a colheita do milho para a produo de silagem, o terreno foi gradeado com grade aradora e em seguida foi plantado o feijo com espaamento de 50 centmetros entre as ruas; A plantadeira foi regulada para 12 sementes por metro linear e 350 quilos de adubo por hectare; aps 1 ms do plantio foi pulverizado o adubo foliar e o fungicida diludos em soluo lquida sobre os 9 hectares cultivados. Nos dias 3 e 4 de junho o feijo foi arrancado manualmente e nos dias 5 e 6 foi batido, a comercializao se deu no dia 9 de junho; o feijo foi classificado como categoria 8,5 sendo vendido por R$ 100,00 a saca de 60 kg. A produo atingiu 264 sacas, o que conferiu uma mdia de 29.3 sacas por hectare totalizando uma receita de R$ 26.400,00.

4.1 Anlise de dados secundrios sobre o mercado No dia em que foi comercializado o feijo, dia 9 de junho, o mercado apresentava as seguintes caractersticas referentes cotao do preo da saca, de acordo com informaes do site do Centro de Inteligncia do Feijo (CIF)Notcia: Anlise do Feijo (08/06/2011)

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Feijo Carioca - Nesta madrugada foram registradas ofertas de 20.500 sacas em So Paulo no Brs restando por volta de 8 horas aproximadamente 12.500 sacas. Os preos: R$ 118,00 para nota 9,5; R$ 105,00 para nota 8,5 e R$ 95,00 de nota 8.

( Figura 3) Cotao do preo da saca de 60 kg do feijo Carioca, pago no varejo em 8 de junho de 2011. Fonte: Centro de Inteligncia do Feijo

(Figura 4) Preo da saca de 60 kg do feijo Carioca, pago ao produtor em 8 de junho de 2011. Fonte: Centro de Inteligncia do Feijo

De acordo com o mesmo site, um grfico demonstrativo: RENTABILIDADE DO FEIJO CARIOCA - JUNHO / 2011

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(Figura 5) Fonte: Centro de Inteligncia do Feijo

No que concerne ao tamanho e ao potencial do mercado do feijo, cita-se trecho do texto da Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar (2011) Regional de Iju:O Brasil o maior produtor mundial de feijo, com produo mdia anual de 3,5 milhes de toneladas. Os maiores produtores nacionais so Paran (298 mil toneladas) e Minas Gerais (214 mil toneladas). Para os prximos dez anos, o governo projeta um aumento de 1,22% no consumo e haver necessidade de importao, porm, em quantidade pouco expressiva.

De acordo com estudos realizados pela organizao no governamental britnica Oxfam em texto publicado no site PLANETA SUSTENTVEL de Deogracia Pinto (2011) estima-se:que os preos de alimentos bsicos, como arroz e feijo, devem mais do que dobrar em 20 anos, a no ser que os lderes mundiais promovam reformas. At 2030, o custo mdio de colheitas consideradas importantes para a alimentao da populao mundial vai aumentar entre 120% e 180%. Metade do aumento desses custos, de acordo com a ONG, dever ser creditada s mudanas climticas.

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Logo a baixo, quadro demonstrativo das cotaes do feijo ao longo dos 10 ltimos anos:

(Figura 6)Fonte: CORREPAR CORRETORA DE MERCADORIAS

O volume de comercializao de feijo no Brs, define o preo para grande parte do sudeste e at o comeo de junho de 2011, se demonstrou estvel, apresentando variaes de preo em funo do score de qualidade do feijo, classifcado por cor, tamanho e humidade. A mdia de preo dos dez anos analisados de R$ 92,56 o que garante at ento uma margem de lucro satisfatria sobre o investimento, demonstrando tambm estabilidade a longo prazo, que deve se confirmar pelo crescimento na demanda conforme projees da assessoria de imprensa da Emater/RS - Ascar Regional de Iju e pela perspectiva no muito positiva, de influncia de fatores climticos na produo mundial de alimentos bsicos segundo os estudos realizados pela organizao no governamental britnica Oxfam.

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4.2 Estrutura de Custos Logo abaixo, figura descritiva dos itens referentes aos custos de produo, sem especificao de quantidade ou preo, ilustrando somente os fatores que constituem a estrutura dos custos variveis:

(Figura 7) Fonte: Dados levantados na Fazenda Bocaina em 2011

4.2.1 Custo Operacional de Produo

A fim de justificar o critrio de apurao do custo de produo do empreendimento, cita-se J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO (2008, p.78): O clculo do custo de produo considerou os gastos diretos com: insumos, servios e implementos utilizados ao longo do processo produtivo;

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Logo a baixo a figura descritiva dos itens, unidades e custos de produo dos objetos de desembolso, que geraram portanto, os custos operacionais do investimento, assim como sua soma, definindo o custo total da produo, que totalizou R$ 11.075,60.

(Figura 8) Fonte: Dados levantados na Fazenda Bocaina em 2011 Observao: a Assistncia tcnica foi gratuita.

Analisando o custo operacional de produo, considera-se que o maior custo impactante sobre a lucratividade do empreendimento foi relativo colheita manual

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do feijo, que envolve tambm duas viagens do nibus e honorrios dos encarregados de medio das tarefas para os prestadores de servio. Seguido pelo preo do adubo que pode ser reduzido em parte pelo aproveitamento do esterco para fertilizao do solo e logo aps, pelo valor do aluguel da mquina de bater o feijo. Quanto estrutura de custos de produo nota-se a ausncia dos custos fixos que poderiam ser relativos mo de obra referente preparao do solo, plantio e pulverizao, assim como depreciao do trator e dos implementos para aragem, plantio e pulverizao, entretanto, neste caso como a utilizao dos mesmos resume-se a menos de um dia de uso e o clculo de depreciao linear realizado sobre o perodo de um ano sobre tais implementos aponta valores mnimos que pouco alterariam a estrutura de custos, os custos fixos no foram contabilizados, por se tratar de uma prtica sazonal, que demanda poucas horas de uso dos implementos, cuja utilizao at ento era exclusiva ao cultivo de milho e sorgo. Como citado no tpico Estrutura de Custo de Produo da Metodologia sobre os custos fixos:A longo prazo, entretanto, esses custos no existem, uma vez que todos os insumos podem ter seu uso alterado. (J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO, 2008, p. 79)

4.3 Anlise de Viabilidade Econmica

Para a anlise da viabilidade econmica da cultura do feijo foram calculados: o ponto de equilbrio, o custo total mdio e a relao benefcio/custo.

4.3.1 Ponto de equilbrio

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De acordo com o texto de J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO, 2008, p. 83, a frmula de clculo do Ponto de Equilbrio :

(Figura 9)

Entretanto, devido ao fato de no terem sido identificados os custos fixos nesta atividade de plantio de feijo, o clculo do ponto de equilbrio ser apenas uma estimativa referente quantas sacas cobriro os custos de produo. Ser estipulado a partir da relao entre o custo total de produo e o valor de venda de cada saca de 60 Kg; estabelecendo a quantidade mnima de produo de sacas para pagamento do investimento. Ponto de equilbrio = Custo Total . valor de venda de cada saca de 60 Kg = R$ 100,00

Ponto de equilbrio =

11.075,60 . 100,00 Ponto de equilbrio = 110.75

Logo a receita referente venda das 111 primeiras sacas de feijo foi destinada ao pagamento dos custos de produo. A partir da venda da 112 saca iniciou-se o lucro sobre o investimento.

4.3.2 Custo total mdio

A partir da frmula abaixo, o custo mdio por saca ser calculado dividindo-se o custo total pela quantidade produzida (sacas de 60 kg).

Frmula:

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(Figura 10) (J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO, 2008, p. 79)

Custo total mdio =

Custo Total . Quantidade Produzida Custo total mdio = 11.075,60 264 .

Custo total mdio = R$ 41,95 Uma vez apurada a produo, cada saca custou R$ 41,95 para ser produzida, logo ao ser comercializada por R$ 100,00 resultou num lucro de R$ 58,05 por unidade.

4.3.3 Relao benefcio/custo

A relao benefcio/custo determina o ndice de lucratividade do empreendimento a partir da relao Receita / Investimento.

(Figura11) (J. B. DUARTE JNIOR, F. C. COELHO, N. J. PONCIANO, 2008, p. 79)

Relao benefcio/custo =

26.400,00 . 11.075,60 Relao benefcio/custo = 2,38

Para cada R$ 1,00 investido obteve-se o retorno de R$ 1,38. 4.3.4 Resultados

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Os valores obtidos atravs da anlise de viabilidade financeira foram demonstrados no quadro: Indicadores econmicos da produo do feijo cultivado convencionalmente, no municpio de Inga MG, 2011;

(Figura 12) Fonte: Dados levantados na Fazenda Bocaina em 2011

Analisando os indicadores econmicos obtidos atravs do empreendimento, conclui-se pela viabilidade financeira do investimento na atual conjuntura econmica do mercado. O cultivo do feijo demonstrou um retorno sobre o capital investido da ordem de 138 % em um curto prazo de trs meses; o que o torna atrativo e vantajoso para um grande nmero produtores rurais, enquanto fonte de renda complementar e ou exclusiva. Uma recomendao prtica a preparao do terreno que dever estar o mais plano possvel para possibilitar mquina o corte do feijo, o que reduzir significativamente os gastos com mo de obra alm de melhorar a qualidade do feijo por evitar a presena de torres junto aos gros; o que desvaloriza o produto final. Diante da possvel ampliao da cultura do feijo na propriedade, pode-se passar a considerar a possibilidade de aquisio de implementos relativos colheita corte do feijo incluindo tambm a mquina de bater o feijo e eventualmente um sistema de irrigao.

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5 DISCUSSO E CONCLUSES

A partir dos dados relativos ao mercado do feijo, seu potencial e tamanho e sobretudo a partir dos resultados dos clculos referentes Anlise de Viabilidade Econmica do experimento; foi possvel embasar a perspectiva de investimento de longo prazo relacionada ao plantio de feijo; demonstrando-se uma prtica com lucratividade comprovada, apresentando um bom retorno financeiro e ao mesmo tempo, desempenhando uma funo estratgica atravs do rodzio de culturas (vide anexo) na proteo do solo e reposio de nutrientes, proporcionando maior produtividade e lucratividade no que concerne plantao das culturas destinadas alimentao do gado: milho e sorgo. Consiste portanto em uma prtica agrcola apta a proporcionar bons resultados na regio pesquisada, o sul de Minas; Por seu ndice pluviomtrico e pela qualidade de suas terras de um modo geral. Importante considerar os riscos inerentes s prticas agrcolas como: os fatores climticos e a cotao do mercado no momento da comercializao do feijo, entretanto como demonstrado no grfico da CORREPAR CORRETORA DE MERCADORIAS: (Figura 6); mesmo com oscilaes de preo, o que confere maior ou menor lucratividade do negcio, a prtica do cultivo do feijo demonstrase rentvel enquanto atividade complementar.

A cultura do feijo se mostrou vivel economicamente, conferindo lucratividade, uma vez que apresentou relao benefcio/custo de 2,38; ou seja, um retorno de 138 % sobre o capital investido, o que possibilita a expanso de sua rea de cultivo, que pode-se ampliar de 9 para 90 hectares, respondendo pergunta norteadora feita na problematizao do presente estudo:

De que forma o plantio do feijo, enquanto estratgia de investimento a longo prazo pode incrementar a atividade econmica da fazenda ?

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Seguindo a projeo deste experimento de cultivo do feijo pode-se multiplicar por dez o resultado financeiro auferido, gerando uma receita anual de aproximadamente R$ 153.244,00; receita esta, complementar atividade agropecuria, justificando sua adoo enquanto prtica subsidiria.

6 REFERNCIAS

ASSESSORIA DE IMPRENSA DA EMATER / RS - Ascar Regional de Iju. Material da Web: Notcias. Disponvel em: http://www.emater.tche.br/site/noticias/noticia.php?id=12358 Acesso em 4 de maio de 2011. CANZIANI, J. R. F. Assessoria administrativa a produtores rurais no Brasil. 2001. 224p. Tese (Doutorado em Economia Aplicada) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de So Paulo, Piracicaba, 2001 CENTRO DE INTELIGNCIA DO FEIJO - Material da Web: RENTABILIDADE DO FEIJO CARIOCA JUNHO/2011 Disponvel em: http://www.cifeijao.com.br/arquivos/COTACOES%20FEIJAO%2008%2006.pdf Acesso em 4 de junho de 2011. CENTRO DE INTELIGNCIA DO FEIJO - Material da Web: Histrico Disponvel em: http://www.cifeijao.com.br/index.php?p=historico Acesso em 26 de maro de 2011. CORREPAR CORRETORA DE MERCADORIAS - Material da Web: Grficos. Disponvel em: http://www.correpar.com.br/index.php? option=com_docman&task=cat_view&gid=31&Itemid=102. Acesso em 2 de junho de 2011. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA - EMBRAPA Material da Web: Agncia de Informao Embrapa / Feijo. Disponvel em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia4/AG01/Abertura.html Acesso em 27 de maro de 2011. FANTIN, E. Diversificao: um segredo da pequena unidade produtiva. Revista Brasileira de Extenso Rural. V. 8, n. 1, p. 10-11. 1986.

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ANEXO - A rotao de culturas como ferramenta ao controle de pragasagrcolas

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Publicado em 03/01/2007 por Rosangela Marucci, engenheira agrnoma, Equipe ReHAgro

A rotao de culturas, a prtica mais antiga no controle de pragas continua sendo a mais eficiente entre os mtodos culturais de controle. Ela consiste no cultivo alternado de espcies vegetais diferentes no mesmo local e na mesma estao anual. Assim, numa mesma lavoura durante o inverno, so cultivadas alternadamente duas espcies de cereais, por exemplo, trigo e aveia. Por outro lado, o cultivo alternado de diferentes espcies, na mesma lavoura, em estaes diferentes, constitui a sucesso anual de culturas. Por exemplo, a alternncia entre trigo e soja bastante utilizada no Paran e milho e feijo realizada em Minas Gerais. Dessa forma, tem-se o trigo no inverno e a soja no vero no Paran e o milho no vero e o feijo no inverno em Minas Gerais. Diz-se que ocorre uma dupla monocultura anual. As vantagens de sua adoo so inmeras. Alm de proporcionar a produo diversificada de alimentos e outros produtos agrcolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um perodo suficientemente longo, essa prtica melhora as caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenas e pragas; repe matria orgnica e protege o solo da ao dos agentes climticos e ajuda a viabilizao do sistema de semeadura direta e dos seus efeitos benficos sobre a produo agropecuria e sobre o ambiente como um todo. Para a obteno de mxima eficincia, na melhoria da capacidade produtiva do solo, o planejamento da rotao de culturas deve considerar, preferencialmente, plantas comerciais e, sempre que possvel, associar espcies que produzam grandes quantidades de biomassa e de rpido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consrcio com culturas comerciais. Nesse planejamento, necessrio considerar que no basta apenas estabelecer e conduzir a melhor seqncia de culturas, dispondo-as nas diferentes glebas da propriedade. necessrio que o agricultor utilize todas as demais tecnologias a sua disposio: controle de eroso, calagem, adubao, qualidade e tratamento de sementes, poca e densidade de semeadura, cultivares adaptadas, controle de plantas daninhas, pragas e doenas. Um esquema de rotao deve ter flexibilidade, de modo a atender as particularidades regionais e as perspectivas de comercializao dos produtos. O uso da rotao de culturas conduz diversificao das atividades na propriedade, possibilitando estabelecer esquemas que envolvam apenas culturas anuais, tais como: soja, milho, arroz, sorgo, algodo, feijo e girassol, ou de culturas anuais e pastagem. Em ambos os casos, o planejamento da propriedade a mdio e longo prazo faz-se necessrio para que a implementao seja exeqvel e economicamente vivel. As espcies vegetais envolvidas na rotao de cultura devem ser consideradas do ponto de vista de sua explorao comercial ou destinadas somente cobertura do solo e adubao verde. A escolha da cobertura vegetal do solo deve, sempre que possvel, ser feita no sentido de obter grande quantidade de biomassa. Plantas forrageiras, gramneas e leguminosas, anuais ou semi-perenes so apropriadas para essa finalidade. Alm disso, deve-se dar preferncia a plantas fixadoras de nitrognio, com sistema radicular profundo e abundante, para promover a reciclagem de nutrientes. A seleo de espcies deve basear-se na diversidade botnica. Plantas com diferentes

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sistemas radiculares, hbitos de crescimento e exigncias nutricionais podem ter efeito na interrupo dos ciclos de pragas e doenas, na reduo de custos e no aumento do rendimento da cultura principal. Considerando, por exemplo, a soja as principais opes de plantas de cobertura so: milho, sorgo, milheto (principal espcie cultivada em sucesso: safrinha) e, em menor escala, o girassol. A rotao de cultura entre uma leguminosa (soja, amendoim, feijo) e uma gramnea (trigo, milho, sorgo) uma das prticas mais efetivas para se obter altas produes, tanto de milho quanto de leguminosas. A rotao reduz o nvel de pragas e melhora as condies fsicas do solo para a cultura seguinte. No caso do milho, a rotao com soja permite economia de nitrognio. Outras culturas, que no leguminosas, apresentam tambm bons resultados de rotao, como o algodo, a mamona, etc. Para a recuperao de solos degradados, indicam-se espcies que produzam grande quantidade de massa verde e tenham abundante sistema radicular. Para isso, lanar mo de consorciao de culturas comerciais e leguminosas, como por exemplo, milhoguandu, ou de mistura de culturas para cobertura do solo, como por exemplo, braquiria + milheto, e seqncias de culturas de grande potencial para produo de biomassa. Para estabelecer o consrcio milho-guandu, semeia-se milho precoce em setembro-outubro e, cerca de 30 dias aps a emergncia do milho, semeia-se o guandu nas entrelinhas do milho.

O papel da rotao de culturas no Manejo Integrado de Pragas Agrcolas O Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem como base fundamental a integrao de vrias estratgias de controle de pragas, tais como: manipulao de cultivares, controle cultural (plantio, conservao do solo e adubao, densidade de plantio, destruio dos restos de cultura e rotao de cultura), controle climtico, controle biolgico e controle qumico. O princpio de controle envolvido na rotao de culturas a eliminao ou supresso do substrato para o inseto ou patgeno. A ausncia da planta anual cultivada leva a reduo populacional ou erradicao do inseto numa determinada rea e poca do ano, principalmente, quando se trata de pragas que se alimentam ou infectam exclusivamente uma nica espcie de planta. No caso do algodo, seu cultivo alternado com outras culturas, em sucesses repetidas, adotando-se uma seqncia definida, alm de contribuir para a reduo de pragas especficas associadas a uma delas, concorre favoravelmente para a melhoria das condies fsicas e qumicas do solo. Recentemente, tem-se observado, em algumas regies, o aparecimento de nematides trazendo prejuzos considerveis. Nesse caso a rotao de cultura obrigatria para reduzir os nveis de infestao. Assim, tem-se tornado comum nessas regies, utilizao de adubao verde, como a mucuna-preta (Mucuna aterrina) e a crotalria (Crotalaria spectabilis, Crotalaria juncea) para reduzir os nveis de infestao. Esses adubos verdes so plantados logo aps a colheita do milho (maro), crescem durante o inverno, e so incorporados em agosto/setembro, no momento de preparo do solo para plantio. Em reas onde ocorre o cancro da haste da soja, o guandu e o tremoo no devem ser cultivados, antecedendo a soja. O guandu, apesar de no mostrar sintomas da doena

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durante o estdio vegetativo, reproduz o patgeno nos restos de cultivo. Desse modo, aps o consrcio milho-guandu, deve-se usar uma cultivar de soja resistente ao cancro da haste. O tremoo altamente suscetvel ao cancro da haste. Em reas infestadas com nematides de galhas da soja, no devem ser usados tremoo e labe-labe, por serem hospedeiros e fonte de inculo desse patgeno. O cultivo de determinadas espcies vegetais, apresentando efeitos alelopticos, pode colaborar no controle de plantas daninhas atravs da inibio do desenvolvimento proporcionado pela liberao de alguns compostos orgnicos, principalmente, na decomposio da fitomassa. No entanto, para manifestao da ao aleloptica, faz-se necessrio que a produo de toxinas (aleloqumicos) atinja nveis letais para sementes e ou plantas daninhas e, que sejam liberadas de forma suficiente e gradativa, possibilitando prolongamento de seus efeitos. Sempre que possvel deve-se utilizar a rotao de culturas como uma ferramenta do MIP no sentido de reduzir o nvel populacional das pragas agrcolas e facilitar seu controle por meio da consorciao de diversos mtodos, visando a preservao do meio ambiente, a segurana do trabalhador e a sade do consumidor.