TCC Elaine Mariano Alves
-
Upload
monica-morais -
Category
Documents
-
view
156 -
download
0
description
Transcript of TCC Elaine Mariano Alves
0
ELAINE MARIANO ALVES
A ADESÃO DO USO DOS EPI’s PELOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM
UNICASTELO
São Paulo
2012
1
ELAINE MARIANO ALVES
A ADESÃO DO USO DOS EPI’s PELOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM
Trabalho de conclusão de curso apresentado na
Universidade Camilo Castelo Branco, como
exigência parcial para obtenção do título de
Enfermeiro.
Orientador: Professor Especialista Donato José
Medeiros
UNICASTELO
São Paulo - SP
2012
2
Agradecimentos
Primeiramente a Deus por ter me dado força para superar todas as dificuldades
que transcorreram no período de formação.
Aos meus queridos pais, irmãos e amigos por me acompanharem em todos os
momentos difíceis de minha vida, me dando força, incentivo e, principalmente por
acreditarem no meu sonho.
Ao meu esposo Clodoaldo por estar sempre ao meu lado em parte dessa
caminhada, me apoiando, ajudando e participando desse momento de muita
importância para mim, e a minhas filhas Ariane e Gabriele por ser tudo em minha
vida e ter compreendido minha ausência, me encorajando ainda mais.
Aos meus colegas de formação que muito me ajudaram, com palavras e gestos
de carinho e afeto.
Meus agradecimentos, também ao Professor Donato Jose Medeiros, meu orientador,
que diante das circunstâncias nos últimos meses fez o possível para me ajudar. De
coração e acima de tudo, agradeço pela sua valorosa contribuição, valorização,
disponibilidade, compreensão e, principalmente respeito as minhas dificuldades e
limitações.
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 07
2 OBJETIVOS........................................................................................... 11
3 MÉTODO DE PESQUISA ..................................................................... 12
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................... 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 21
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 23
4
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Coleta de dados dos artigos científicos.................................. 13
Tabela 2 - Tipos de metodologia utilizadas pelas produções científicas estudadas.................................................................................................. 18
5
RESUMO
Desde o século XVII registram-se medidas de segurança visando à proteção do trabalhador na saúde. Com os avanços tecnológicos, ficou comprovado que a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos trabalhadores da área da saúde é de suma importância para proteger não somente ao trabalhador, mas o cliente, evitando contaminação por microorganismos patogênicos. O setor da enfermagem é o que apresenta maior contingente de trabalhadores expostos a riscos de contaminação e acidentes de trabalho e onde se registra maior número de casos de intercorrências deste tipo, mesmo sabendo-se que nem todas são devidamente notificadas, seja pela negligência da supervisão do setor ou instituição de saúde ou do próprio trabalhador. Desta forma, o presente trabalho objetivou identificar a adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem, através de uma pesquisa bibliográfica integrativa. Através da presente pesquisa pôde-se concluir que a utilização dos EPI’s por parte dos profissionais de enfermagem ainda é motivo de polêmica em muitas instituições de saúde e que as instituições formadoras dos profissionais da área de enfermagem entrem com uma campanha mais incisiva sobre a importância da utilização dos EPI’s aos seus alunos, fazendo com que os mesmo internalizem sua utilização e que a mesma se faça de forma correta, não permitindo que haja lacunas entre os equipamentos e suas maneiras de utilização.
Palavras-chave: equipamentos de proteção individual na enfermagem, precauções padrões, reciclagem, acidente de trabalho na enfermagem.
vi
6
ABSTRACT
Since the seventeenth century record up security measures in order to protect worker health. With technological advances, it was proved that the use of Personal Protective Equipment (PPE) for healthcare workers is of utmost importance to not only protect the worker, but the client, avoiding contamination by pathogenic microorganisms. The nursing industry is the one with the greatest number of workers exposed to risks of contamination and accidents at work and where it has the largest number of cases of such complications, even knowing that not all are duly notified, either by neglect of supervision sector or institution or health worker. Thus, this study aimed to identify the adherence to the use of personal protective equipment by the nursing staff, through an integrative literature review. Through this study it was concluded that the use of PPE by the nursing staff is still a controversial topic in many health institutions and training institutions of professional nursing come with a campaign more effective on the importance of use of PPE to their students, making the same internalize their use and that it is done correctly, not allowing no gaps between components and their ways of use.
Keywords: personal protective equipment in nursing care standards, recycling, accident at work in nursing..
7
1 - INTRODUÇÃO
Desde o século XVII registram-se medidas de segurança visando à proteção
do trabalhador na saúde. Com os avanços tecnológicos, ficou comprovado que a
utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos trabalhadores da área
da saúde é de suma importância para proteger não somente ao trabalhador, mas o
cliente, evitando contaminação por microorganismos patogênicos (VASCONCELOS,
REIS e VIEIRA, 2008).
O setor da enfermagem é o que apresenta maior contingente de
trabalhadores expostos a riscos de contaminação e acidentes de trabalho e onde se
registra maior número de casos de intercorrências deste tipo, mesmo sabendo-se que
nem todas são devidamente notificadas, seja pela negligência da supervisão do setor
ou instituição de saúde ou do próprio trabalhador (RIBEIRO e SHIMIZU, 2007).
Durante a assistência ao paciente, os trabalhadores de enfermagem ficam
expostos a inúmeros riscos ocupacionais causados por fatores químicos, físicos,
psicossociais, mecânicos e biológicos (MARZIALE e RODRIGUES, 2002; CAMPOS e
GUTIERREZ, 2005).
Alguns estudos foram realizados na área de prevenção acidentes de trabalho
na enfermagem e as principais causas apontadas como desencadeantes foram
insatisfação na divisão de tarefas, picos de sobrecarga da equipe de enfermagem em
determinados horários do turno, acúmulo de tarefas e utilização das precauções padrão
(PP’s) e/ou de EPI’s de forma incorreta e/ou ausência destes (GUIMARÃES et al,
2005).
8
As PP’s são tidas como medidas profiláticas que devem ser utilizadas por
todos os profissionais da saúde, podendo ser resumidas em: lavagem das mãos; uso
de luvas, de aventais limpos, de máscara/ protetor ocular, de proteção contra objetos
pérfurocortantes – EPI’s; e desinfecção de equipamentos utilizados no cuidado aos
pacientes de uso coletivo na instituição de saúde. Essas medidas preventivas foram
criadas em 1996 pelo CDC (Center for Disease Control and Prevention, nos Estados
Unidos) e denominadas Guideline for Isolation and PrecautionI (LOPES et al, 2008). No
Brasil, em 1998, o Ministério da Saúde emitiu a portaria nº 2.616 em complementação
às diretrizes e normas para a prevenção e o controle de infecções hospitalares,
compondo o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH). (BRASIL, 1998)
Os EPI’s são equipamentos de proteção individual bastante valiosos na
área da enfermagem por constituírem uma forma de barreira no contágio do profissional
por agentes infecciosos. Em 1978, o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE),
divulgou uma norma reguladora, denominada NR – 6, normatizando de forma geral a
obrigatoriedade do uso dos EPI’s pelos trabalhadores contratados em regime de CLT.
Contudo, ainda era muito inespecífica para a área da saúde e, por esse motivo, em
2005, o Grupo Técnico (GT), juntamente com a Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (EERP – USP) e o MTE, construíram uma outra
norma, especificamente para a área da saúde, denominada NR – 32, sendo elaborada
para a utilização dos EPI’s por tipos de risco ocupacional e não por locais específicos
dos estabelecimentos de saúde (BRASIL, 2005; ROBAZZI e MARZIALE, 2004). Outro
órgão que também determina a utilização dos EPI’s como obrigatoriedade e direito do
profissional de saúde é o CoFEn, através da resolução 311/2007, seção IV, artigos 61,
63 e 64, ao mesmo tempo em que atrela na seção I, artigo 12: “assegurar à pessoa,
9
família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência” (CoFEn, 2007). Vale lembrar que é obrigação do
empregador fornecer os EPI’s de forma e em quantidade adequada e, além do direito
de usá-lo, o profissional tem o dever de fazê-lo de forma correta para a preservação do
paciente e segurança própria.
Apesar do profissional de enfermagem promover o cuidado ao indivíduo
enfermo, pouco sabe a respeito de cuidar de sua saúde profissional, haja vista que
muitas vezes não utiliza os EPI’s ou o faz de forma incorreta, uma vez que esses
equipamentos, apesar de não eliminar os riscos, o reduz efetivamente (TALHAFERRO,
BARBOZA e OLIVEIRA, 2008).
De acordo com Souza et al (2008) e Steinhofel, Piccoli e Maraschin (2002), o
uso de EPI’s é fundamental para uma prática segura em serviços de assistência à
saúde, entretanto, essa segurança se efetivará não apenas pela adoção destes
equipamentos, mas pela forma como são utilizados.
Estudos demonstram que a importância da utilização dos EPI’s não tem sido
construída de forma eficaz nos cursos de graduação e tampouco nos cursos
profissionalizantes para técnico ou auxiliar de enfermagem (SOUZA et al, 2008).
A utilização ou não dos EPI’s está intimamente relacionada à percepção que
os profissionais de enfermagem têm sobre os riscos a que estão expostos ou
simplesmente ao excesso de confiança em si mesmos. Alegam também a não
utilização por não gostarem, classificando-os como incômodos, falta de hábito ou
acreditar que determinado material não está contaminado (TIPPLE et al, 2007).
10
1.1 Justificativa
Um estudo sobre o conhecimento e a utilização dos EPI’s torna-se oportuno,
tanto para os graduandos, quanto para profissionais de enfermagem de outros níveis,
pois, proporciona dimensionar a importância e eficiência da utilização dos EPI’s,
contribuindo para a conscientização de uma prática segura de cuidado, além de
demonstrar a importância da educação permanente para os profissionais envolvidos.
11
2 - OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Identificar a adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual pela
equipe de enfermagem.
2.2 Objetivos Específicos
- Identificar os motivos que levam os profissionais a não utilizarem os EPI’s;
- Identificar a importância da utilização dos EPI’s corretamente.
12
3 - MÉTODO DE PESQUISA
O presente estudo pode ser caracterizado como sendo uma pesquisa
bibliográfica de revisão integrativa com enfoque qualitativo, porque a pesquisa
integrativa, proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade
de resultados de estudos significativos na prática, utilizando para isso literatura teórica
e empírica (SOUZA, SILVA e CARVALHO, 2010).
Foi realizada uma pesquisa com 14 artigos científicos da área de
enfermagem, voltados para a utilização de EPI’s no ambiente de trabalho. A pesquisa
envolveu a cronologia de 2000 a 2012 e se desenvolveu em bases de dados indexadas
como Scielo Brasil, Bireme, Lilacs, PubMed e MedLine. Utilizou-se para a pesquisa dos
artigos as palavras-chave: equipamentos de proteção individual na enfermagem,
precauções padrões, reciclagem, acidente de trabalho na enfermagem.
Para critério de inclusão utilizou-se artigos dentro da cronologia proposta,
artigos em formato PDF e artigos somente em língua portuguesa. Para critério de
exclusão utilizou-se artigos fora da cronologia proposta, artigos apresentados em
formato html e artigos em línguas estrangeiras fora do proposto nos critérios de
inclusão.
Os dados foram coletados através de uma tabela desenvolvida para ser
utilizada como síntese de cada artigo científico.
O resultado foi analisado qualitativamente e apresentado em formato textual,
pois, não há como traduzir em números resultados qualitativos.
13
14
15
16
17
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os artigos selecionados para a pesquisa bibliográfica integrativa que norteia
o presente trabalho foram selecionados entre os anos de 2000 a 2012. Dentro dessa
cronologia, verificou-se que houve um período de aumento das publicações científicas
sobre EPI’s dentro da área da enfermagem. Desta forma, os artigos selecionados estão
distribuídos da seguinte forma: a) 2002 = 02 artigos selecionados;
b) 2004 = 01 artigo selecionado;
c) 2005 = 02 artigos selecionados;
d) 2006 = 02 artigos selecionados;
e) 2007 = 02 artigos selecionados;
f) 2008 = 05 artigos selecionados.
Para a seleção dos artigos referentes à cronologia não houve critério de
números mínimo ou máximo de artigos por ano, e sim foi obedecido o período (2000 –
2012) de publicação. A quantidade de artigos selecionados por ano somente demonstra
que no ano de 2008 a quantidade de publicações foi maior do que a dos anos
anteriores.
Ocorre que assim como em 2009 e 2010 o tema mais trabalhado pela saúde
foi a humanização e a segurança do paciente, em 2008 o tema mais trabalhado na
enfermagem foi segurança no trabalho, o direito e o dever à proteção do profissional de
enfermagem.
Isso pode ser verificado quando Mafra et al (2008) afirmam que o ano de
2007 e 2008 foi o período de conscientização dos profissionais de enfermagem sobre
18
segurança no trabalho. Tal afirmação foi feita baseada nas considerações do próprio
Coren em suas campanhas junto aos seus cadastrados, afirmam ainda, os autores.
Sobre o local de origem das publicações, observou-se que a maior
concentração de publicações se deram nas revistas de saúde do Estado de São Paulo.
Foram 11 publicações para o Estado de São Paulo, 01 para o Estado do Rio de
Janeiro, 01 para o Estado do Paraná e 01 para o Estado de Minas Gerais. Isso
demonstra que a maior concentração de estudantes e profissionais de enfermagem
encontram-se no Estado de São Paulo, deixando clara a idéia de que os demais
Estados carecem de profissionais de enfermagem em quantidade para atender sua
demanda de pacientes.
Souza et al (2008) em seus estudos afirmam que o Estado de São Paulo,
mais precisamente, a cidade de São Paulo é a cidade que mais forma profissionais de
enfermagem do Brasil. É também o local onde se concentra o maior contingente de
profissionais dessa área também.
Quanto à metodologia utilizada pelas produções científicas sobre a utilização
dos EPI’s pelos profissionais da enfermagem, a tabela a seguir demonstra a
predominância da metodologia descritiva realizada através de pesquisa de campo.
Tabela 2 - Tipos de metodologia utilizadas pelas produções científicas estudadas
Tipo de Pesquisa Total
Descritiva de campo 08
Revisão bibliográfica 04
Estudos de caso 02
Fonte: ALVES, 2012
19
Essa predominância ocorre porque, de acordo com Santos (2010), apesar da
pesquisa bibliográfica ser de mais fácil acesso, a pesquisa de campo exige de seu
pesquisador maior conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado para que depois,
possa ser dado um parâmetro mais específico na tabulação dos resultados.
Todos os artigos selecionados tratam sobre a utilização de EPI’s pelos
profissionais de enfermagem.
Um dos artigos selecionados tem seu foco na humanização do trabalho ao
profissional de enfermagem (AMESTOY SC, SCHWARTZ E, THOFEHRN MB, 2006),
entretanto, traz em sua análise a utilização dos EPI’s como direito e dever, prevendo o
autocuidado do profissional.
Outro artigo selecionado trata sobre a norma regulamentadora de EPI’s
específica para os trabalhadores da saúde (ROBAZZI MLCC, MARZIALE MHP, 2004),
demonstrando que a mesma ainda precisa ser mais bem aplicada nos
estabelecimentos de saúde.
Três artigos tratam sobre acidentes de trabalho (MARZIALE MHP,
RODRIGUES CM , 2002; GUIMARÃES RM, MAURO MYC, MENDES R, MELO AO,
COSTA TF, 2005; RIBEIRO EJG, SHIMIZU HE, 2007) e concordam entre si que os
mesmos seriam reduzidos se houvesse a adesão ao uso dos EPI’s e sua utilização
correta. Ressaltam ainda que é necessária educação constante aos profissionais para
que os mesmos transformem o uso dos EPI’s em hábito.
Outros três artigos tratam especificamente da percepção do enfermeiro para
a utilização dos EPI’s (CAMPOS ALA, GUTIERREZ PSG, 2005; MELO DS, SOUZA
ACS, TIPPLE AFV, NEVES ZCP, PEREIRA MS, 2006; MAFRA DAL, FONSECA IC,
VIANA JX, SANTANA JCB, SILVA MP, 2008) e deixam claro que o enfermeiro, como
20
chefe da equipe tem a obrigação de utilizar corretamente os EPI’s, incentivando, desta
forma a utilização por toda a equipe. Salientam ainda (todos os autores) que o
enfermeiro, como responsável pela equipe de enfermagem deve possuir o
conhecimento das utilizações corretas dos mesmos para que possa transmitir o
conhecimento à sua equipe de forma segura e eficiente.
Um artigo (LOPES ACS, OLIVEIRA AC, SILVA JT, PAIVA MHRS, 2008) trata
sobre a adesão às precauções padrões que tem em seu grupo incluso a utilização dos
EPI’s como forma de segurança ao profissional e ao paciente.
Os demais artigos, somando os cinco restantes (STEINHOFEL E, PICCOLI
M, MARASCHIN M, 2002; TIPPLE AFV, AGULIARI HT, SOUZA ACS, PEREIRA MS,
MENDONÇA ACC, SILVEIRA C , 2007; SOUZA ACS, NEVES HCC, TIPPLE AFV,
SANTOS SLV, SILVA CF, BARRETO RAS, 2008; TALHAFERRO B, BARBOZA DB,
OLIVEIRA AR, 2008; VASCONCELOS BM, REIS ALRM, VIEIRA MS, 2008) tratam da
utilização dos EPI’s pelos profissionais de enfermagem, nos termos de adesão ou
fatores que interferem em seu uso. Em termos de adesão, todos os autores alegam que
o fator que mais colabora para que a utilização dos EPI’s seja efetivamente realizada é
a disponibilização por parte da instituição de saúde de materiais de qualidade e em
quantidade e número de profissionais suficientes para prestar atendimento à demanda
do local. Um dos fatores que interferem na utilização dos EPI’s, também mencionada
por todos os autores citados, é a falta de equipamento (tamanho adequado) e
sobrecarga de trabalho.
21
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente estudo, pôde-se verificar que a utilização dos EPI’s por
parte dos profissionais de enfermagem ainda é motivo de polêmica em muitas
instituições de saúde.
Aparentemente, isso ocorre em razão da falta de conscientização do próprio
profissional, somado, algumas vezes, à falta de disponibilidade de equipamento para
que o profissional faça o uso.
Verificou-se, também, que muitos profissionais de enfermagem não sabem
fazer o uso correto dos EPI’s, o que também prejudica a sua adesão.
Desta forma, conclui-se que é necessário que as instituições formadoras dos
profissionais da área de enfermagem entrem com uma campanha mais incisiva sobre a
importância da utilização dos EPI’s aos seus alunos, fazendo com que os mesmo
internalizem sua utilização e que a mesma se faça de forma correta, não permitindo que
haja lacunas entre os equipamentos e suas maneiras de utilização.
É necessário, também, que as instituições de saúde promovam aos seus
funcionários, regularmente, reciclagens sobre os EPI’s e, conseqüentemente, as
precauções padrões, uma vez que essas duas medidas tratam não somente da
segurança do paciente, mais acima de tudo, da segurança do profissional resultando
em melhores condições de trabalho aos mesmos.
Contudo, é intrigante concluir que os profissionais necessitam de supervisão
para a utilização dos EPI’s, pois, é uma medida que somente lhes trará benefícios. E,
partindo dessa premissa, fica a questão: como é que o profissional de enfermagem, ser
22
humano que é – em primeiro lugar, não possui a sensibilidade de perceber que a
utilização dos EPI’s é um ato de amor consigo?
Sendo assim, acredita-se que o material aqui apresentado possa fazer com
que acadêmicos e profissionais da área da enfermagem adquiram consciência sobre a
utilização dos EPI’s, garantindo não somente sua segurança, mas a de seus pacientes
e a de seus familiares que o aguardam em casa para o retorno após um grande dia de
“bom combate”.
23
6 – BIBLIOGRAFIA
1. AMESTOY SC, SCHWARTZ E, THOFEHRN MB. A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem. Revista Acta Paulista de Enfermagem, 2006; 19(4): 444-9.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998. Dispõe sobre controle de infecções hospitalares. Diário Oficial da União 1998, 13 mai.
3. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a norma regulamentadora nº 32. Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2005.
4. CAMPOS ALA, GUTIERREZ PSG. A assistência preventiva do enfermeiro ao trabalhador de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 2005; 58(4): 458-61.
5. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – CoFEn. Resolução nº 311, de fevereiro de 2007. Aprova a reformulação do Código de Ética dos profissionais de enfermagem. São Paulo: CoFEn, 2007.
6. GIL AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª Edição. São Paulo: Atlas, 2008.
7. GUIMARÃES RM, MAURO MYC, MENDES R, MELO AO, COSTA TF. Fatores ergonômicos de risco e de proteção contra acidentes de trabalho: um estudo caso-controle. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2005; 8(3): 282-94.
8. LOPES ACS, OLIVEIRA AC, SILVA JT, PAIVA MHRS. Adesão às precauções padrão pela equipe do atendimento pré-hospitalar móvel de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2008; 24(6): 1387-96.
9. MAFRA DAL, FONSECA IC, VIANA JX, SANTANA JCB, SILVA MP. Percepção dos enfermeiros sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual para riscos biológicos em um serviço de atendimento móvel de urgência. Revista O Mundo da Saúde, São Paulo, 2008; 32(1): 31-8.
10. MARZIALE MHP, RODRIGUES CM. A produção científica sobre os acidentes de trabalho com material perfurocortante entre trabalhadores de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2002; 10(4): 571-7.
11. MELO DS, SOUZA ACS, TIPPLE AFV, NEVES ZCP, PEREIRA MS. Compreensão sobre precauções padrão pelos enfermeiros de um hospital público de Goiânia – GO. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2006; 14(5). [site da Internet] Disponível em: http://www.eerp.usp.br/rlae [acesso em 01 Jun 2012].
12. RIBEIRO EJG, SHIMIZU HE. Acidentes de trabalho com trabalhadores de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 2007; 60(5):535-40.
24
13. ROBAZZI MLCC, MARZIALE MHP. A norma regulamentadora 32 e suas implicações sobre os trabalhadores de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2004; 12(5): 834-6.
14. SANTOS SJG. Metodologia Científica. Oficina da Pesquisa, 2010. [site da Internet] Disponível em: http://www.oficinadapesquisa.com.br/metodologiacientifica.html [acesso em 26 mar 2011].
15. SOUZA ACS, NEVES HCC, TIPPLE AFV, SANTOS SLV, SILVA CF, BARRETO RAS. Conhecimento dos Graduandos de enfermagem sobre equipamentos de proteção individual: a contribuição das instituições formadoras. Revista Eletrônica de Enfermagem, 2008; 10(2): 428-37. [site da Internet] Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n2/v10n2a14.html [acesso em 21 jul 2011].
16. SOUZA MT, SILVA MD, CARVALHO R. Revisão integrativa: o que é como fazer. Revista Einsten, 2010; 8(1): 102-6.
17. STEINHOFEL E, PICCOLI M, MARASCHIN M. A utilização de equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem na área de limpeza e desinfecção de materiais: revisando a literatura. Revista Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá, 2002; 1(2): 299-307.
18. TALHAFERRO B, BARBOZA DB, OLIVEIRA AR. Adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual pela enfermagem. Revista de Ciência Médica, Campinas, 2008; 17(3-6): 157-66.
19. TIPPLE AFV, AGULIARI HT, SOUZA ACS, PEREIRA MS, MENDONÇA ACC, SILVEIRA C. Equipamentos de proteção em centros de material e esterilização: disponibilidade, uso e fatores intervenientes à adesão. Revista Ciência, Cuidado e Saúde, 2007; 6(4): 441-8.
20. VASCONCELOS BM, REIS ALRM, VIEIRA MS. Uso de equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem de um hospital do município de Coronel Fabiano. Revista Enfermagem Integrada, Ipatinga: Unileste – MG, 2008; 1(1): 99-111.