TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

73
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES RICARDO FABIO RIBEIRO DE SOUSA AVALIAÇÃO DE USABILIDADE E ACESSIBILIDADE PARA DEFICIENTES VISUAIS EM SERVIÇOS DE BUSCA WEB São Paulo, SP 2009

description

Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Ricardo Sousa para o curso de Bacharel em Sistemas de Informação da Universidade de Mogi das Cruzes Campus Villa Lobos - 2009

Transcript of TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

Page 1: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

RICARDO FABIO RIBEIRO DE SOUSA

AVALIAÇÃO DE USABILIDADE E ACESSIBILIDADE PARA

DEFICIENTES VISUAIS EM SERVIÇOS DE BUSCA WEB

São Paulo, SP 2009

Page 2: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

RICARDO FABIO RIBEIRO DE SOUSA

AVALIAÇÃO DE USABILIDADE E ACESSIBILIDADE PARA

DEFICIENTES VISUAIS EM SERVIÇOS DE BUSCA WEB

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso

de Sistemas de Informação da Universidade de Mogi das

Cruzes, Campus Villa-Lobos, como parte dos requisitos

para a conclusão do curso.

Professor Orientador: Bruno Hideo Casillo

São Paulo, SP 2009

Page 3: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

RICARDO FABIO RIBEIRO DE SOUSA

AVALIAÇÃO DE USABILIDADE E ACESSIBILIDADE PARA

DEFICIENTES VISUAIS EM SERVIÇOS DE BUSCA WEB

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso

de Sistemas de Informação da Universidade de Mogi das

Cruzes, Campus Villa-Lobos, como parte dos requisitos

para a conclusão do curso.

Aprovado em_________________________________

BANCA EXAMINADORA

Professor: Bruno Hideo Casillo

Universidade de Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos

Professor:

Universidade de Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos

Professor:

Universidade de Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos

Page 4: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

AGRADECIMENTOS

A minha família, por me ajudar e me confortar em todos os momentos de dificuldade.

Ao professor Bruno Hideo Casillo, que contribuiu com suas orientações da melhor maneira possível.

Aos professores em geral, por estarem sempre disponíveis para ajudar no desenvolvimento deste trabalho. Aos amigos em geral, por participarem de alguma forma no progresso deste trabalho.

Aos participantes deficientes visuais, que aceitaram participar desta pesquisa acadêmica. O que viabilizou a principal fonte deste trabalho.

Page 5: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

“Autoconfiança é o primeiro segredo para se alcançar o sucesso.”

(Ralph Waldo Emerson)

Page 6: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

RESUMO

A deficiência visual é um problema que limita em grande parte o acesso de uma

pessoa em diversas atividades. Dentre elas, o acesso ao computador e as principais

tecnologias utilizadas por uma pequena parcela da população. Devido a esta

necessidade, as intenções de tornar mais usáveis e acessíveis estas tecnologias

guiam as pesquisas na área da Interação Humano–Computador dentro do estudo da

Ergonomia. Este trabalho consiste no monitoramento de participantes deficientes

visuais em avaliações práticas de usabilidade e acessibilidade utilizando a

ferramenta assistiva Virtual Vision com o intuito de descobrir as reais necessidades

deste público, no que diz respeito à usabilidade e à acessibilidade, em serviços de

busca na web, realizados nos dias 12, 13 e 21 de novembro de 2009, apontando

problemas e sugerindo correções para o aprimoramento destes serviços de acordo

com diretrizes de diversos autores. Desta maneira, contribuindo para a redução dos

obstáculos enfrentados por este público, ampliando a inclusão digital para todos.

Palavras-chave: Deficiência Visual, IHC, Usabilidade, Acessibilidade, Ferramenta

Assistiva, Virtual Vision, Inclusão Digital, Serviços de Busca.

Page 7: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

ABSTRACT

Visual impairment is a problem that largely restricts the access of a person in various

activities. Among them, computer access and the main technologies used by a small

portion of the population. Because of this need, the intentions to make it more usable

and accessible for these technologies guide the research in human-computer

interaction in the study of ergonomics. This work consists of monitoring the visually

impaired participants in practical assessments of usability and accessibility using

assistive tool Virtual Vision in order to discover the real needs of the public with

regard to usability and accessibility of services for Web search, conducted on days

12, 13 and 21 november 2009, identifying the problems and suggesting fixes for the

improvement of these services in accordance with guidelines from various authors. In

this way, contributing to the reduction of barriers faced by the public, broadening

digital inclusion for all.

Keywords: Visual Impairment, HCI, Usability, Accessibility, Assistive Tool, Virtual Vision, Digital Inclusion, Search Services.

Page 8: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Cronograma de tarefas. ............................................................................ 27

Tabela 2. Os dez princípios das Heurísticas de Usabilidade. ................................... 28

Tabela 3. Graus de Severidade. ............................................................................... 28

Tabela 4. Descrição do script dos testes. ................................................................. 30

Page 9: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Desenho Metodológico. ............................................................................. 26

Figura 2. Perfil dos indivíduos da pesquisa. ............................................................. 31

Figura 3. Favorecimento ao acesso de link patrocinado e link de anuncio confuso. 36

Figura 4. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Google. ........ 37

Figura 5. Problemas no filtro por opções em páginas em português e páginas do Brasil e nas opções de detalhe de imagens. ............................................................ 38

Figura 6. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Bing. ............ 39

Figura 7. Problemas de poluição visual na Interface. ............................................... 40

Figura 8. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Cadê. ........... 41

Figura 9. Barra de serviços do UOL e link patrocinado. ........................................... 42

Figura 10. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no UOL Busca. 43

Figura 11. Avaliação Geral das Ferramentas. .......................................................... 44

Figura 12. Porcentagem de dificuldades das tarefas realizadas. ............................. 45

Figura 13. Alteração do significado de link patrocinado e de legenda com termos técnicos e em inglês para o português em imagens e vídeos. ................................. 48

Figura 14. Foco prioritário em tag de HTML radio Button e melhor esclarecimento em opções de exibição de imagens. .............................................................................. 48

Figura 15. Diminuição da poluição visual e reavaliação de termos técnico e em inglês sem nenhum Feedback. ........................................................................................... 49

Figura 16. Serviços do UOL e reestruturação no design e na programação da página de busca por vídeos. ................................................................................................ 49

Page 10: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

IHC Interação Humano-Computador

HCI Human-Computer Interaction

PCD Pessoa com deficiência

PPD Pessoa portadora de deficiência

ONU Organização das Nações Unidas

HTML Hyper Text Markup Language

NVDA Non Visual Desktop Access

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

MS-DOS Microsoft Document Operation System

W3C World Wide Web Consortium

WAI Web Accessibility Initiative

WCAG Web Contents Accessibility Guidelines

3G Terceira Geração

UOL Universo Online

Page 11: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

1.1 Objetivo .......................................................................................................... 13

1.2 Motivação ....................................................................................................... 13

1.3 Estrutura do Trabalho ..................................................................................... 13

2 CONTEXTO GERAL DA DEFICIÊNCIA VISUAL ............................................... 15 2.1 A Deficiência Visual ........................................................................................ 16

2.2 As Diferentes Reações e Dificuldades ........................................................... 16

2.2.1 Confrontando a Tecnologia ....................................................................... 17

2.3 A Inclusão Digital e sua Importância na Deficiência Visual ............................ 18

2.4 A Escolha do Virtual Vision ............................................................................ 19

2.5 Por Que o Serviço de Busca .......................................................................... 20

3 USABILIDADE E ACESSIBILIDADE NA IHC ..................................................... 21 3.1 A Interação Humano–Computador ................................................................. 21

3.2 A Usabilidade na Internet ............................................................................... 22

3.3 A Acessibilidade na Internet ........................................................................... 23

3.4 Diretrizes de Usabilidade e Acessibilidade ..................................................... 23

3.4.1 Hipóteses de Diretrizes para a Deficiência Visual ..................................... 25

4 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ............................................................ 26 4.1 Procedimento Metodológico ........................................................................... 26

4.2 Técnicas Utilizadas ......................................................................................... 27

4.2.1 Critérios para a Escolha dos Serviços de Busca ....................................... 29

4.3 Pesquisa de Campo ....................................................................................... 29

4.3.1 Indivíduos da Pesquisa ............................................................................. 31

4.4 Materiais de Ambiente .................................................................................... 33

5 AVALIAÇÕES E RESULTADOS .......................................................................... 35 5.1 Avaliação Inicial das Ferramentas .................................................................. 35

5.2 Avaliações Práticas das Ferramentas com os Pesquisados .......................... 36

5.2.1 Google ....................................................................................................... 36

5.2.2 Bing ........................................................................................................... 38

5.2.3 Cadê .......................................................................................................... 39

5.2.4 UOL Busca ................................................................................................ 41

5.3 Análise dos Resultados .................................................................................. 43

5.4 Proposta de Correções para o Aprimoramento das Ferramentas .................. 46

Page 12: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

5.4.1 Virtual Vision ............................................................................................. 47

5.4.2 Google ....................................................................................................... 47

5.4.3 Bing ........................................................................................................... 48

5.4.4 Cadê .......................................................................................................... 48

5.4.5 UOL Busca ................................................................................................ 49

5.5 Opiniões de Aprimoramento para as Ferramentas ......................................... 50

6 CONCLUSÃO..................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 52 GLOSSÁRIO ............................................................................................................ 57 APÊNDICE A ............................................................................................................ 60 Questionário de Perfil ............................................................................................... 60 APÊNDICE B ............................................................................................................ 65 Entrevista Pós Testes ............................................................................................... 65 APÊNDICE C ............................................................................................................ 68 Termo de Confidencialidade ..................................................................................... 68 APÊNDICE D ............................................................................................................ 71 Banco de Tarefas ..................................................................................................... 71

Page 13: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

12

1 INTRODUÇÃO

A pessoa com deficiência (PCD) está aquém de todo o seu potencial, devido

às limitações que são impostas a eles. Seus sonhos e objetivos esbarram no mundo

que se desenvolve apenas para as pessoas comuns, cultivando a exclusão social.

Esta exclusão deve-se não apenas as barreiras arquitetônicas encontradas pelo

PCD visual, mas também pela percepção de espaço que segundo Lynch (1988),

está vinculado primeiramente ao sentido da visão, que é responsável pelo primeiro

impacto criador de significados do ambiente.

Quando se trata de tecnologia, a internet é a principal ferramenta de

motivação e incentivo para os PCD’s, por ser uma ferramenta que os conecta com o

mundo exterior, abrindo novos horizontes de conhecimento, fazendo com que eles

se sintam importantes e úteis para a sociedade. Segundo Tonet (2006): “A Internet e

o computador alargaram os horizontes dos deficientes visuais, a quantidade de

informações a que ele tem acesso através desses recursos é muito maior do que por

meio de outros veículos”. Entretanto, a internet não está totalmente apropriada para

um acesso de qualidade por estas pessoas.

Diante deste cenário, a Interação Humano–Computador (IHC) é um fator

importante para a mudança, provando que é possível ter um site apropriado e

acessível com pouco investimento, mas com um alto retorno. Os padrões de

acessibilidade definidos pelo World Wide Web Consortium (W3C) também

contribuem para a qualidade do acesso à internet, juntamente com as ferramentas

assistivas, configurações e adaptações dos sistemas que auxiliam para uma

melhoria no acesso destas tecnologias, diminuindo as dificuldades encontradas por

estas pessoas.

Mesmo com estes avanços, tudo que já é disponível ao PCD ainda não é o

suficiente para um uso completo e eficaz. Deve haver uma mudança de

comportamento no que se diz respeito aos PCD’s, estas pessoas também são

usuários capazes de realizar as mesmas tarefas de um usuário comum. Portanto, é

de direito deles, também o acesso a essas tecnologias.

Page 14: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

13

1.1 Objetivo

O objetivo deste trabalho é apresentar uma avaliação de usabilidade e

acessibilidade utilizando ferramentas assistivas para os serviços de busca na web

realizados por voluntários deficientes visuais.

Como contribuição, o trabalho apontará algumas falhas encontradas nestas

ferramentas e irá propor possíveis correções para o aprimoramento dos mesmos,

baseadas nas diretrizes de usabilidade e acessibilidade.

1.2 Motivação

O PCD visual tem seus direitos. Porém, muitas vezes esses direitos não são

respeitados. Por isso, a partir de uma reportagem tratando de acessibilidade para

deficientes visuais, surgiu à idéia para o tema e após uma breve pesquisa, a certeza

de que este trabalho pode contribuir de alguma forma para a evolução do acesso

dos PCD’s visuais a internet. É importante salientar que nem todos os problemas

enfrentados por estas pessoas se resumem no acesso a um computador. Mas,

desde que possa ser feito algo para sua melhoria, já é um grande passo para a

diminuição de seus problemas.

1.3 Estrutura do Trabalho

Para atender os objetivos propostos, o restante deste trabalho possui a

seguinte estrutura:

• Capítulo 2: Contexto Geral da Deficiência Visual - Apresenta as dificuldades e

necessidades encontradas pelos PCD’s, em específico o visual, qual a

importância da inclusão digital para estas pessoas, um resumo sobre a

escolha da ferramenta assistiva Virtual Vision e o serviço de busca.

Page 15: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

14

• Capítulo 3: Usabilidade e Acessibilidade na IHC - Apresenta os conceitos de

usabilidade e acessibilidade dentro da interação humano-computador e suas

diretrizes.

• Capítulo 4: Métodos e Técnicas de Pesquisa - Apresenta os métodos e

técnicas utilizados para a realização dos processos e um breve resumo dos

participantes pesquisados.

• Capítulo 5: Avaliações e Resultados - Apresentam uma avaliação inicial de

acordo com as diretrizes pesquisadas, uma avaliação prática com os

voluntários e seus resultados, e por fim, uma análise dos resultados.

• Capítulo 6: Conclusão - Encerra o trabalho apresentando opiniões,

discussões e considerações finais sobre a pesquisa.

Page 16: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

15

2 CONTEXTO GERAL DA DEFICIÊNCIA VISUAL

Em toda a legislação brasileira, a pessoa com deficiência é indicado por

pessoa portadora de deficiência (PPD), porém, esta sigla está desatualizada, de

acordo com a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência aprovada na

Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 e

incorporada à constituição brasileira em 2008, o termo correto utilizado agora é

pessoa com deficiência (PCD) que é definido como:

Aqueles que têm impedimentos de longo prazo na natureza, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva em igualdade de condições com as demais pessoas. (ONU, 2006, 2008).

Ainda segundo o Ministério da Saúde (MS), a política nacional do PCD define

como propósitos gerais:

Proteger a saúde do PCD; reabilitar o PCD na sua capacidade funcional e desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da visão social; e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. (MS, 2002).

De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE, 2000), cerca de 24,6 milhões de pessoas, 14,5% da

população possuem algum tipo de deficiência. Um número alto comparado aos

poucos recursos disponíveis para o amparo, tratamento, entretenimento e outros

recursos que lhe é de direito.

No que se trata de Inclusão Digital, temos um avanço maior. Para sanar a

exclusão social aos PCD’s, já existem mecanismos tanto físicos, como acessórios,

quanto virtuais, como softwares para o auxílio no uso ao computador. Nesta

reflexão, procura-se repensar não no que está sendo feito para melhorar o acesso

do PCD à tecnologia e sim a tecnologia que não acompanha como deveria os

avanços neste setor.

Page 17: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

16

2.1 A Deficiência Visual

O censo demográfico do IBGE (2000) diz que desses 24,6 milhões de PCD’s,

16,6 milhões de pessoas são incapazes, com alguma ou grande dificuldade

permanente de enxergar, totalizando entre homens, mulheres, crianças e idosos na

faixa etária entre 0 e 80 anos ou mais. Dentre esses números, 150 mil dizem possuir

cegueira. É importante ressaltar também que a proporção desses números aumenta

de acordo com o envelhecimento da população.

O PCD visual tem um histórico que retrata diferentes momentos: de acordo

com Mecloy (1974) desde a era primitiva, os PCD’s visuais eram considerados

espíritos maus castigados por Deus, sendo excluídos, abandonados ou até mortos.

Passando pelo período do Cristianismo, onde segundo Pessotti (1984) e Amaral

(1995) passaram a ser considerados seres divinos com diferentes indagações até o

período de transição do Feudalismo para o Capitalismo, onde afirma Sanchez

(1992), surgiram os primeiros conhecimentos anátomo-fisiológicos, possibilitando o

melhor entendimento e compreensão sobre a cegueira.

Desta maneira, os PCD’s visuais foram obtendo o seu espaço com o tempo,

com a criação do sistema em Braille, que é um processo de leitura e escrita em

relevo, criada pelo francês Louis Braille, a criação de institutos para cegos nos

Estados Unidos, a criação universal dos direitos humanos a partir do século XX, os

PCD’s visuais foram adquirindo um espaço na sociedade (FRANCO; DIAS, 2005).

2.2 As Diferentes Reações e Dificuldades É importante lembrar que existem diferenças entre uma pessoa que nasceu

cega e uma pessoa que adquiriu a cegueira ao decorrer da vida. A pessoa que

nasceu cega aprendeu a aceitar o problema e a lidar com ele. Entretanto, a pessoa

que adquiriu a cegueira passa a ter diferentes reações. Segundo Adams (1980), ela

reage de diversas maneiras: o choque ao saber que não poderá mais enxergar,

imobilidade psicológica, depressão, sentimentos de piedade, necessidade de

confidências, pensamentos suicidas, retardamento psicomotor, dentre outros,

Page 18: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

17

implicando no processo de reabilitação. Três reações contínuas também foram

apontadas: o prolongamento da depressão comum para uma depressão masoquista,

a desordem de características e o isolamento entre aqueles que estão na mesma

situação e o resto da sociedade.

Ainda segundo Fitzgerald (1970, apud ADAMS, 1980), é descrito mais quatro

fases diferentes num período de dez meses aproximadamente. A descrença em si,

negando sua atual situação, o protesto, não aceitando sua condição, indo à procura

de uma segunda opinião, a depressão refletida em seu corpo como a perda de peso,

falta de apetite, dentre outros e por fim, a recuperação e aceitação de sua situação.

A perda da visão também reflete em sua integridade física, num processo de

debilitação temporária de seus sentidos restantes, a perda do contato com a

realidade, sua noção de espaço e suas habilidades básicas como a comunicação

escrita e corporal. (BARCZINSKI, 2005)

Segundo Almeida (2005), a cegueira ou a baixa visão limita a pessoa a vários

aspectos: a leitura e a escrita, a aquisição de conceitos, a dependência, a

mobilidade dentre outros, acarretando em um desenvolvimento falho do indivíduo. O

preconceito e a discriminação, também são aspectos que contribuem para a difícil

recuperação de uma pessoa que acabara de perder a visão.

2.2.1 Confrontando a Tecnologia Aos poucos PCD’s que possuem o contato com a tecnologia, observa-se uma

dificuldade conflitante com as rápidas evoluções tecnológicas. E não apenas o

acesso ao computador, outras tecnologias domésticas ou eletrônicas não estão

preparadas para o uso geral, em específico aos PCD’s. De acordo com Norman

(1990) deve ser de fácil entendimento e com claros indicadores de manuseio.

Não é difícil encontrarmos situações em que a tecnologia se forma como uma

barreira para o PCD visual. Temos como um exemplo básico a era do Touchscreen,

uma das principais evoluções da tecnologia, é praticamente impossível um PCD

visual utilizar algum aparelho, seja ele doméstico ou eletrônico que possui telas

Page 19: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

18

sensíveis ao toque, uma discussão que deve ser considerada na produção destes

eletrônicos. Conforme afirma Vygotski (1984), o desenvolvimento de um sujeito não

pode ser compreendido por meio de um estudo do indivíduo. É preciso conhecer a

vida social no qual o indivíduo se desenvolve. (BARBOSA; CHEIRAN; VIEIRA,

2008).

2.3 A Inclusão Digital e sua Importância na Deficiência Visual

A inclusão digital para o PCD visual é possível num contexto geral, de acordo

com Belarmino (2004) “[...] onde a cegueira não seja vista como limitação ou

empecilho, mas que seja pensada como experiência criadora, como condição

específica de um ser humano total”.

É importante que a sociedade tenha consciência de que os PCD’s não são

pessoas incapazes devido a sua deficiência, o importante é que exista uma estrutura

de comunicação entre o PCD e uma pessoa comum. Segundo Vygotski (1984), o

que compensa a cegueira não é o maior desenvolvimento dos outros sentidos, mas

sim a experiência social com outras pessoas. Observamos também em estudos

feitos pelo instituto Benjamin Constant (IBC, 2005), que o PCD visual, tratado com

seus devidos cuidados, consegue se desenvolver normalmente, tornando-se

independente em diversas tarefas e o auxílio do computador tem uma grande

contribuição para esse desenvolvimento.

Entretanto, o estigma social de inaptidão, trás um sentimento de culpa ao

PCD visual, fazendo com que ele se sinta reprimido por não saber ou não estar apto

a lidar com este tipo de tecnologia.

Portanto, em respeito à cidadania e os direitos do PCD visual, a Inclusão

Digital justifica-se para o melhor convívio destas pessoas com a tecnologia, a

informação, o entretenimento, novas idéias, comunicação, e tudo que é

disponibilizado a informatizada sociedade atual, com o direito igual para todos.

Page 20: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

19

2.4 A Escolha do Virtual Vision

O desenvolvimento de ferramentas assistivas foi um grande passo para o

auxílio da navegação do PCD visual ao computador. Sintetizadores de voz, leitores

de tela, lentes de aumento, barras de acessibilidade, dentre outros.

Uma das principais ferramentas, o leitor de tela é um importante componente

para a navegação, devido a sua capacidade de conversão de tags em HTML em voz

sem a necessidade de adaptação do hardware. Dentre as mais conhecidas, temos o

Jaws, que segundo o depoimento de um dos indivíduos pesquisados, é a

preferência de 90% dos PCD’s visuais. Existem outros leitores de telat como o Non

Visual Desktop Access (NVDA), o WebAnywhere, o DosVox, e o Virtual Vision.

Destas ferramentas, o DosVox e o Virtual Vision foram desenvolvidas aqui no

Brasil. O DosVox foi desenvolvido pelo núcleo de computação Eletrônica da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e consiste em um ambiente

semelhante ao Microsoft Document Operation System (MS-DOS) para a execução

de diversas tarefas através do teclado. Já o Virtual Vison, foi desenvolvido pela

empresa MicroPower e teve a Fundação Bradesco como seu patrocinador. Consiste

num leitor de tela que faz uma varredura nas tags em HTML convertendo estas tags

para voz. O Virtual Vision pode ter sua navegação feita tanto pelo mouse quanto

pelo teclado.

Para a escolha do Virtual Vision, foram levadas em consideração duas

vertentes. A primeira, pelos estudos realizados por (MIRANDA; ALVES, 2001), onde

foi constatado que o Virtual Vision é a ferramenta mais adequada para o uso na

internet. E segundo, pelo critério de utilizar uma mesma ferramenta para o uso em

todos os testes, mantendo um padrão. Considerando também, que em sua maioria,

a inicialização ao computador e a internet dos indivíduos pesquisados foi feita pelo

Virtual Vision.

Page 21: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

20

2.5 Por Que o Serviço de Busca

A busca por informações define uma das mais importantes características da

internet. De acordo com o Núcleo de Informação e Coordenação (NIC, 2008), a

procura de informações na internet se torna cada vez mais frequente. Dentro da

área urbana, onde o uso do computador e da internet é maior, 83% usam a internet

para busca de informações e serviços on-line, dentro deste percentual, as atividades

mais utilizadas são a procura por entretenimento e diversão, bens e serviços, saúde,

emprego e viagens, sendo que 37% se utilizam dos mecanismos de busca para

encontrar a informação desejada.

E o PCD visual também deve fazer parte desses números, mesmo que em

uma proporção menor. Tendo em vista que seus direitos de participação em

atividades como esta devem ser respeitados.

Ainda segundo questionários respondidos pelos indivíduos pesquisados, o

serviço de busca é utilizado com freqüência para estudos, trabalho, pesquisas

específicas e variadas, provando que o usuário é capaz de buscar informações de

diversos interesses nestes serviços.

Page 22: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

21

3 USABILIDADE E ACESSIBILIDADE NA IHC

A identificação de fatores humanos referentes à eficiência na utilização de

sistemas é o que chamamos de Ergonomia, e a interação humano–computador está

diretamente relacionada a este conceito. Onde a IHC, segundo Rosa (2006), é uma

das mais recentes áreas de pesquisa da Ergonomia no qual se estuda os

fenômenos e comportamento da comunicação entre o homem e a máquina. Desta

área, podemos apontar dois termos que podem ter uma grande contribuição na

melhoria destas tecnologias para o PCD visual: a Usabilidade e a Acessibilidade.

3.1 A Interação Humano–Computador

Para que uma tecnologia seja bem sucedida, é necessário se pensar em

todos os fatores que a leve a este sucesso. Segundo Pimenta:

O sucesso de um sistema interativo é determinado pelos seres humanos que o usam e, portanto é profundamente afetado pela sua facilidade de uso, pela sua capacidade de desfazer ações indesejadas e de auxiliar a minimizar erros [...] na perspectiva de seus usuários. (PIMENTA, 2006).

E hoje, tudo que nos rodeia, é relacionado à tecnologia e a interação, desde o

despertador que toca no horário programado até o cartão magnético que debita no

sistema uma compra feita na loja. Porém, muitas vezes, esta interação entre o

homem e a máquina é falha. Podemos ter como exemplo, o problema das portas

giratórias nos bancos.

Com isso, constata-se que nem sempre esta interação é satisfatória, e que

segundo Norman (1990), o que muitas vezes é considerado erro humano, pode

estar relacionado a não adequação no funcionamento deste sistema. Rocha e

Baranauskas definem isto como uma área interdisciplinar, onde a “disciplina é

relativa ao design, a avaliação e a implementação de sistemas computacionais

interativos para uso humano e aos fenômenos que os cercam” (ROCHA;

BARANAUSKAS, 2003) onde a usabilidade e a acessibilidade têm sua grande

contribuição. E a internet é a tecnologia que evolui a cada dia, provocando uma

Page 23: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

22

necessidade contínua de aperfeiçoamento e melhoria de qualidade para usuários

comuns e específicos.

3.2 A Usabilidade na Internet De acordo com (BASTIEN; SCAPIN; LEULIER, 1996), usabilidade é a

capacidade do sistema em permitir que o usuário consiga realizar suas metas de

interação. Já para (NIELSEN, 2003), usabilidade é um atributo de qualidade que

avalia o quanto as interfaces são fáceis de usar, com métodos para melhoria e

facilidade de uso durante um processo de design. O autor define também cinco

componentes de usabilidade. Aprendizagem: se é fácil a realização das tarefas em

um primeiro contato, Eficiência: se após o aprendizado, o usuário é rápido na

realização das tarefas, Memorização: se os usuários lembram-se de como realizar

as tarefas após um tempo, Erros: como os usuários lidam com os erros que possam

aparecer e Satisfação: se o design agrada os usuários.

Ainda segundo Nielsen (2003), a usabilidade é uma condição de

sobrevivência na web, tendo em vista que qualquer dificuldade acima do normal que

o usuário possa encontrar, como um difícil acesso, a não indicação do que o website

oferece, se o usuário se perder na navegação, são motivos suficientes para que o

usuário abandone o website e parta para outro.

Nielsen (2003a) chama de melhores práticas, o uso de 10% do orçamento de

todo o projeto para testes de usabilidade. Isto duplicará em média as métricas de

qualidade desejadas no website. Entretanto, estas melhorias são relativamente

menores, porém, substanciais e enfatizam a usabilidade no processo de design.

Nielsen (2007) afirma também que houve uma estabilidade nas diretrizes de

usabilidade e que mesmo com o passar do tempo, ainda permanecem válidas

mesmo com novas descobertas. Provando que testes sólidos, porém simples e

eficazes, podem fazer a diferença.

Page 24: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

23

3.3 A Acessibilidade na Internet

No que se diz respeito à acessibilidade, de acordo com Tim Berners-Lee: “o

poder da web está em sua universalidade. O acesso por todos, é um aspecto

essencial, independente da deficiência”. (W3C, 2009, tradução do próprio autor).

Segundo o W3C (2009), a web é projetada para funcionar corretamente para

todos os públicos, independente de seu hardware, software, cultura ou localização.

Quando este objetivo é alcançado, a acessibilidade se torna universal, eliminando

barreiras. A acessibilidade também deve ser lembrada em outros dispositivos, como

aparelhos eletrônicos, domésticos, e também em obstáculos arquitetônicos como

transportes públicos, locais de lazer, instituições de ensino, hospitais, dentre outros.

Isto, além de promover a acessibilidade, provoca um retorno positivo. No caso

da web, um website que possui uma acessibilidade correta, tem melhores resultados

de pesquisa, redução de custo de manutenção, alcança maior audiência, dentre

outros benefícios (W3C, 2009, tradução do próprio autor).

Contudo, a web ainda não está neste patamar. Nielsen expõe duas questões:

“se o usuário tem algum problema que dificulta o uso de dispositivos de entrada e

saída tradicionais da forma pretendida” e “tornar a web mais acessível [...] resume-

se, até certo ponto, a usar o HTML da forma pretendida: para codificar significado

em vez de aparência” (NIELSEN, 2000). Isto deve ser levado em consideração,

tendo em vista que a remodelagem de um website para adaptações à acessibilidade

gera tempo e custos maiores. Outro aspecto importante é que, segundo conversas

informais com os pesquisados, se o website for acessível, tiver um bom

atendimento, e superar suas expectativas, a tendência, é de se tornarem usuários

fieis a este serviço.

3.4 Diretrizes de Usabilidade e Acessibilidade O desenvolvimento de websites surgiu a partir da década de 90, onde o

conceito de usabilidade foi aplicado à acessibilidade, onde Amstel (1996) referencia

Page 25: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

24

este conceito ao princípio básico da web acessada por todos. No entanto, segundo

(LEPORINI; ANDRONICO; BUZZI, 2004), os problemas de usabilidade continuaram

existindo. Diretrizes de usabilidade e acessibilidade devem ser seguidas para uma

padronização geral dos websites, todavia, este trabalho não citará todas as diretrizes

existentes por serem muito extensas, fugindo do foco deste trabalho.

A princípio, as diretrizes de usabilidade estão relacionadas com os princípios

de design escritos por Norman (1990), que são:

• Visibilidade de funções;

• Feedback relacionado à visibilidade;

• Restrições num papel de consistência;

• Mapeamento entre os controles;

• Consistência na projeção de interfaces.

Norman (1990) também cita o termo affordance, que pode ser entendido

como a forma de algo nos dar uma pista de seu funcionamento. Como por exemplo,

uma escada que nos mostra como subir ou descer por ela. (ROCHA;

BARANAUSKAS, 2003) citam que muitas vezes, estes princípios são determinados

pelos próprios fabricantes como forma de identificação e consolidação de seus

produtos.

Quanto às diretrizes de acessibilidade, a Web Accessibility Initiative (WAI) é o

departamento da W3C responsável pela documentação. Eles desenvolveram a Web

Contents Accessibility Guidelines 1.0 (WCAG 1.0), guia internacional de

acessibilidade destinada a todos os profissionais da web. Este documento define

configurações de adaptação em conteúdos multimídia em websites, utilização

correta de indexação na navegação via teclado dentre outras diretrizes.

Por fim, Queiroz (2006) salienta que não basta ter uma web acessível e

usável, é preciso torná-la mais rápida, fácil e eficaz para todos os públicos,

tornando-a mais confortável e confiável.

Page 26: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

25

3.4.1 Hipóteses de Diretrizes para a Deficiência Visual Segundo Pimenta (2006), é impossível criar um artefato que seja

completamente usável, já que um website acessível não é necessariamente usável.

Hanson (2004) também afirma que uma página pode conter a usabilidade,

facilitando o uso de um usuário comum, mas pode ser inacessível para um PCD

visual.

(TAKAGI; ASAKAWA; FUKUDA; MAEDA, 2004) apresentam em seus

estudos, alguns problemas de usabilidade em relação à acessibilidade. Os autores

destacam três tipos: foco maior na acessibilidade e menor na usabilidade,

dependência na verificação e validação apenas da acessibilidade, e falta de atenção

ao comportamento do usuário.

Desta maneira, é possível definir algumas especificações: o uso de palavras

em links, links consistentes, opções para o aumento do texto, usar um contexto claro

e objetivo, usar navegação simples e redundante, dentre outros.

Ainda segundo o W3C (2000), são importantes alguns outros fatores: fornecer

alternativas equivalentes ao conteúdo sonoro e visual, não depender apenas de

cores em textos e links, orientações quando for necessário, texto alternativo para

imagens, opção de atalho via teclado, linguagem simples, e flexibilidade e total

domínio da navegação.

Ao decorrer dos testes com os pesquisados, algumas outras informações

devem ser consideradas: o leitor de tela teve um papel importante no auxilio a

navegação dos PCD’s visuais na internet. Sem esta ferramenta, não seria possível a

navegação. Devido a esta importância, não só os leitores de tela, mas todas as

ferramentas assistivas, devem estar em constante evolução, para auxiliarem da

melhor maneira possível os PCD’s visuais no uso da internet.

Page 27: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

26

4 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

A metodologia utilizada neste trabalho é precedida por uma pesquisa

bibliográfica e composta por uma abordagem quantitativa e qualitativa, uma

pesquisa de campo e a coleta de dados. A figura 1 define o desenho metodológico.

Figura 1. Desenho Metodológico. Fonte: Próprio autor.

4.1 Procedimento Metodológico

Dentro de uma pesquisa aplicada, que visa à prática do conhecimento geral

voltado para a solução de problemas, o método dialético foi o utilizado. Por conter

segundo Gil (1999) e (MARCONI; LAKATOS, 2002), a junção de contradições

transcendidas, originando novas contradições que requerem soluções.

Também foi utilizada a abordagem qualitativa para a avaliação inicial das

ferramentas e quantitativa para a coleta de dados do perfil de cada PCD visual

pesquisado. A partir destas informações, foi possível a realização do campo de

pesquisa para o levantamento das informações iniciais. Ambas as abordagens,

tiveram amostragens intencional, que é uma amostragem não probabilística definida

de acordo com os interesses deste trabalho, (SILVA; MENEZES, 2001) sugerem que

seja feito um cronograma para o conhecimento geral de cada tarefa realizada

durante a pesquisa. Este trabalho foi realizado em um período de 2 meses e meio,

Page 28: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

27

tendo o seu início a partir da metade do mês de Setembro e seu final do mês de

Novembro. A tabela 1 descreve melhor o cronograma.

Tabela 1. Cronograma de tarefas.

CRONOGRAMA DE TAREFAS

Nº da Tarefa Período Descrição

1 Set/09 Pesquisa Bibliográfica

2 Out/09 Elaboração do Projeto

3 Out/09 Avaliação inicial das ferramentas de serviço de busca

4 Nov/09 Questionários

5 Nov/09 Coleta de Dados

6 Nov/09 Pesquisa de Campo

7 Nov/09 Entrevistas

8 Nov/09 Levantamento dos dados e análise dos resultados

9 Nov/09 Conclusão

Fonte: Próprio autor.

4.2 Técnicas Utilizadas A partir das hipóteses definidas no capítulo 3.4.1, foi utilizado também duas

avaliações distintas. Uma avaliação inicial das ferramentas de serviço de busca de

acordo com as diretrizes pesquisadas e após a escolha dos participantes através de

um questionário, uma avaliação prática com os PCD’s visuais, utilizando as

Heurísticas e os graus de severidade de usabilidade (NIELSEN, 1994) e as

recomendações de acessibilidade do W3C.

Desta forma, foram utilizadas duas abordagens diferentes, a qualitativa para a

avaliação inicial e a quantitativa para a pesquisa de campo. Isto trouxe uma eficácia

maior, que segundo o autor, é uma boa maneira para encontrar problemas maiores

ou menores em uma interface com o usuário, variando entre 32% para um problema

menor até 42% para um problema maior.

Page 29: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

28

As Heurísticas definidas por Nielsen estão divididas em dez princípios que

vão desde a visibilidade do status do sistema até a ajuda a documentação e

privacidade e estão listados de acordo com a tabela 2.

Tabela 2. Os dez princípios das Heurísticas de Usabilidade.

1. Visibilidade do status do sistema

2. Compatibilidade entre o sistema e o mundo real

3. Controle e liberdade do usuário

4. Consistência e padrões

5. Reconhecimento e prevenção de erros

6. Ajuda aos usuários a reconhecer, diagnosticar e se recuperar de erros

7. Reconhecimento em vez de lembrança

8. Flexibilidade e eficiência de uso

9. Estética e design minimalista

10. Ajuda a documentação e privacidade

Fonte: NIELSEN, 1994. p. 30. (adaptação)

Nielsen (1994) define também alguns graus de severidade, que são

determinados por três fatores de problema: frequência, impacto e persistência.

Esses graus de severidade ajudam a detectar e a entender de uma maneira mais

precisa os problemas encontrados dentro de uma avaliação. A tabela 3 define os

graus definidos por (NIELSEN, 1994) e relatados por (ROCHA; BARANAUSKAS,

2003).

Tabela 3. Graus de Severidade.

1. Eu não concordo que isto é um problema de usabilidade

2. É um problema cosmético somente: precisa ser corrigido caso sobre algum

tempo de projeto

3. Problema de usabilidade menor: corrigi-lo, deve ser prioridade baixa

4. Problema de usabilidade grave: corrigi-lo, deve ser de prioridade alta

5. Catástrofe de usabilidade: a sua correção é imperativa antes do produto ser

liberado

Fonte: ROCHA; BARANAUSKAS, 2003. p. 183.

Page 30: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

29

4.2.1 Critérios para a Escolha dos Serviços de Busca Para a escolha das ferramentas de serviços de busca, não houve nenhum

critério relevante durante a pesquisa bibliográfica. Apenas foi considerado o fato de

que os questionários com os indivíduos pesquisados indicaram a preferência pelo

Google. Decidiu-se escolher mais três outras ferramentas de serviço de busca que

são concorrentes diretas: Bing, da empresa Microsoft, Cadê, da empresa Yahoo

Brasil e UOL busca, da empresa UOL.

4.3 Pesquisa de Campo

Após uma avaliação inicial das ferramentas baseadas nas diretrizes de alguns

autores, foi utilizada a abordagem quantitativa para a seleção dos participantes

PCD’s visuais. Nielsen (2000a) afirma que: de três a cinco usuário é a quantidade

ideal para se ter uma idéia da diversidade e comportamento. Ao todo, foram

escolhidos quatro indivíduos, para que houvesse um equilíbrio na pesquisa e

também pela disponibilidade de cada PCD visual.

A princípio, a procura por PCD’s visuais, foi feita por instituições

especializadas. Entretanto, o longo processo de solicitação de agendamento para

trabalhos acadêmicos seguido pela maioria das instituições, impediu a sequência do

processo, obrigando a alteração da estratégia, passando a ser independente.

Portanto, a procura por PCD’s visuais foi feita através de contatos pessoais.

Houve um primeiro contato com o indivíduo em uma conversa informal via

telefone. Nesta conversa, foram feitas perguntas prévias sobre seu conhecimento ao

computador, a internet e a ferramentas assistivas como leitores de tela por exemplo.

Tendo respostas positivas as perguntas, foi feito um convite para a participação dos

testes, com uma explicação prévia do que se tratava. Com a aceitação de

participação, foi marcada uma data para a realização dos testes.

Outras técnicas foram utilizadas durante a realização dos testes com os

PCD’s visuais pesquisados. Think Aloud: proposto por (ERICSSON; SIMON, 1993) e

Page 31: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

30

(ERICSSON; SIMON; FAERCH; KASPER, 1987), que propõe ao pesquisado,

expressar suas reações em voz alta. Avaliações Analíticas: propõe um questionário

para levantamento de perfil e entrevistas após os testes para a identificação de erros

e História Oral: que é definida como uma técnica de produção e tratamento de

depoimentos gravados, segundo Alberti (1990).

Foi montado um script para a realização dos testes seguindo as

recomendações de Rubin (1994). A tabela 4 descreve os passos.

Tabela 4. Descrição do script dos testes.

Lista de tarefas

Segundo Barnum (2002), a melhor forma na determinação de

tarefas é definir um objetivo geral. Desta forma, foi elaborado

um conjunto de oito tarefas básicas para a execução dos

testes. Estas tarefas estão presentes no apêndice D.

Orientações gerais O detalhamento das tarefas para o PCD visual, para que ele

pudesse entender melhor do que se tratava.

Documentação

Com a permissão do participante, foi utilizada a técnica de

História Oral, gravando seu rosto e captando suas reações a

partir da técnica Think Aloud. Porém, não houve contagem de

tempo para a finalização dos testes. Houve também a gravação

das telas durante os testes.

Validação Foram feitas validações e observações ao decorrer de todas as

tarefas de acordo com as diretrizes pesquisadas.

Entrevistas

Foram feitas entrevistas ao final de cada teste de acordo com a

técnica de Avaliações Analíticas. O questionário e a entrevista

estão presentes nos apêndices A e B.

Termo de

confidencialidade

Foi entregue um termo de confidencialidade, comprometendo o

pesquisador a responsabilizar-se pela quebra de sigilo das

informações obtidas, encontrado no apêndice C.

Agradecimentos e

conclusão

O agradecimento pela contribuição na pesquisa e um breve

resumo de como seriam utilizadas as informações obtidas.

Fonte: Próprio autor.

Page 32: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

31

4.3.1 Indivíduos da Pesquisa Embora a disponibilidade e a aceitação do indivíduo tenham contribuído para

sua escolha, o fator conhecimento também foi importante. Com isso, conseguiu-se

manter um bom nível de conhecimento dos participantes que resultasse em testes

de boa qualidade para detectar os problemas e falhas de usabilidade e

acessibilidade nos serviços de busca escolhidos. As informações do perfil geral dos

participantes da pesquisa são: sexo, idade, escolaridade, profissão e grau de

cegueira, conforme a figura 2.

Figura 2. Perfil dos indivíduos da pesquisa. Fonte: Próprio autor.

Como pré-requisito, todos os PCD’s visuais pesquisados já utilizam o

computador. Todos eles usam o computador tanto em seus ambientes profissionais

quanto em suas residências e a média de uso entre eles varia de 8 a 12 anos.

Dentre os indivíduos que usam o mesmo computador, estão os indivíduos 1 e 2, já

os indivíduos 2 e 4 não usam o mesmo computador.

Todos utilizam o computador diariamente para comunicar-se, trabalhar,

estudar, para notícias e lazer. Apenas o indivíduo 2, não usa para estudo e notícias.

Todos eles usam seus computadores sozinhos, sem o auxílio de terceiros e sem o

auxílio do mouse, a navegação é feita apenas via teclado.

Page 33: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

32

Todos já utilizam a internet e o tempo de uso entre eles varia de 5 a 11 anos.

A maioria já teve um contato com a internet ao aprender a usar o computador. Os

indivíduos 1, 3 e 4, utilizam a internet todos os dias, apenas o indivíduo 2 não usa a

internet com frequência. A maioria usa a internet para comunicar-se, trabalhar,

estudar, lazer, realizar pesquisas variadas e específicas. O indivíduo 2, usa apenas

para comunicar-se, para conhecer novas pessoas e para lazer. Já o indivíduo 3, é o

único que usa a internet também para compras em lojas virtuais e acesso ao

Internet-Banking.

Dos leitores de tela, a maioria usa ou já usou o Virtual Vision e o Jaws,

apenas o indivíduo 4, usa além destas duas ferramentas, a ferramenta NVDA e a

ferramenta Orca em ambiente Linux.

O problema da organização na navegação dos componentes no website é a

maior dificuldade dos pesquisados ao navegar na internet. Quanto ao medo de

pegar algum vírus, apenas o indivíduo 3 demonstrou algum receio. O indivíduo 4,

também relatou alguns problemas com legenda nas imagens, poluição sonora,

dentre outros.

Todos os pesquisados já utilizaram alguma vez um serviço de busca na web.

Os indivíduos 3 e 4, usam sempre, o indivíduo 1 usa de três a quatro dias por

semana e o indivíduo 2 usa raramente. Todos têm preferência pelo Google, isto

porque, todos se acostumaram a utilizar este serviço. Porém, os indivíduo 2, 3 e 4, já

utilizaram o Cadê no início de seus aprendizados ou ainda o usam eventualmente.

Quanto ao tipo de pesquisa nos serviços de busca, o indivíduo 1 busca por

pesquisas escolares, diversas, vídeos e pesquisas traduzidas. O indivíduo 2 busca

apenas por pesquisas diversas. O indivíduo 3 busca pesquisas escolares e diversas

e o indivíduo 4 busca por pesquisas escolares, diversas e por vídeos. Todos têm

preferência pelo Internet Explorer da Microsoft para o uso na internet, principalmente

pelo fato de já estarem acostumados à ferramenta. Apenas o indivíduo 4 usa

também o Mozilla Firefox.

Page 34: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

33

4.4 Materiais de Ambiente Os testes foram realizados em diferentes locais de acordo com a

disponibilidade e horário de cada participante. Os locais utilizados foram seus

ambientes de trabalho e suas residências, nos dias 12, 13 e 21 de novembro de

2009 nos períodos da manhã, noite e tarde respectivamente.

Antes da execução das tarefas, foram realizados alguns testes para verificar

se tudo estava correndo bem, tanto ao leitor de tela, quanto à internet. Uma

conversa prévia sobre assuntos diversos com o objetivo de descontração e maior

familiaridade entre o pesquisador e o participante também foram realizadas.

Com a permissão dos participantes, foram gravados seus rostos e suas

reações, juntamente com suas vozes e as ações na tela do computador. Para

gravação, foi utilizada uma câmera fotográfica digital Kodak de 7.1 mega pixels. Ao

final dos testes, foi entregue um termo de confidencialidade assinado pelo

pesquisador se responsabilizando por qualquer quebra de sigilo das informações

pessoais coletadas nos questionários.

Durante as pesquisas, foram utilizados dois Desktops, um foi utilizado em

local de trabalho e outro em residência. E dois Notebooks, um também utilizado em

local de trabalho e outro em residência.

Com exceção de um dos Notebooks, que foi utilizado o Sistema Operacional

Windows Vista, os outros três foram utilizados o Sistema Operacional Windows XP,

com o navegador Internet Explorer. Aos Desktops, foram utilizadas redes de banda

larga convencional e aos Notebooks, foram utilizados redes de banda larga móvel de

terceira geração (3g).

Um fato interessante observado foi que todos os PCD’s visuais pesquisados,

utilizam Hand-Sets para ouvir a voz do leitor de tela, e para falarem no microfone

acoplado se necessário, como uma forma de não atrapalhar quem está em volta

com a voz emitida pelo leitor de tela. Foi pedido para que desconectasse o Hand-Set

Page 35: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

34

e fosse conectada a caixa de som, para que fosse captado também o som emitido

pelo leitor de tela nas gravações através da caixa de som.

Um fato inesperado foi que os quatro PCD’s visuais pesquisados possuíam

suas habilidades rotineiras para o manuseio ao computador. Habilidades que

ajudaram o participante 3 no decorrer dos testes, mas atrapalhou um pouco os

demais participantes.

É importante destacar que outras pessoas indiretamente acabaram sendo

envolvidas durante os testes, tanto nos ambientes de trabalho quanto nas

residências. Estas intervenções contribuíram da melhor maneira possível para uma

realização satisfatória em todos os testes.

Page 36: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

35

5 AVALIAÇÕES E RESULTADOS

A avaliação das ferramentas de serviço de busca se fez necessária de duas

maneiras: uma avaliação inicial de acordo com as diretrizes dos autores

pesquisados e uma avaliação prática com os indivíduos PCD’s visuais. Após a

realização dos testes, foi feito uma análise dos resultados obtidos com o intuito de

apontar os problemas e assim, sugerir algumas correções de acordo com diretrizes

pesquisadas e resultados dos testes.

5.1 Avaliação Inicial das Ferramentas No geral, as quatro ferramentas não apresentam maiores problemas. Apenas

algumas diferenças nas opções de pesquisa. Como o Bing, que não possui pesquisa

por vídeos e o Cadê e o UOL Busca, que não possuem pesquisas por páginas do

Brasil e páginas em português respectivamente. Em todas as ferramentas, não

existe nenhuma opção que permita a busca por páginas em português ou por

páginas no Brasil a partir de buscas por imagens ou vídeos.

Alguns termos técnicos e em inglês, também estão presentes na maioria das

ferramentas e que não fazem parte da linguagem de um PCD visual. No que se trata

de poluição visual, apesar de irrelevante para um PCD visual, pode atrapalhar em

alguns pontos, e o Cadê é o que possui uma poluição maior.

Todas as ferramentas apresentam uma desordem na indexação com a

navegação a partir da tecla Tab e durante esta navegação, todas passam antes por

links patrocinados e por opções desnecessárias para uma pesquisa básica. O Bing

possui um problema de desordem maior referente às pesquisas por imagens, tendo

em vista que ele utiliza recursos de Javascript como o Mouseover que é invocado a

partir do momento em que o cursor do mouse está sobre determinada imagem. Ao

deixar o cursor sobre a imagem, é ampliada a imagem, porém, a indexação se

perde, por não saber se navega pelo objeto em foco ou pelas imagens ao fundo. Um

recurso bom para a Web 2.0, mas ruim para uma boa usabilidade e acessibilidade.

Page 37: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

36

5.2 Avaliações Práticas das Ferramentas com os Pesquisados A partir destas avaliações com os PCD’s visuais pesquisados, foi possível

ampliar a identificação dos problemas. Devido ao fato dos quatro pesquisados terem

preferência ao Google, foi criada uma ordem de inicio de testes diferente para cada

pesquisado. O indivíduo 1 iniciou pelo Google, o indivíduo 2, iniciou pelo Bing, o

indivíduo 3 iniciou pelo Cadê e o indivíduo 4 iniciou pelo UOL Busca. O leitor de tela

utilizado durante os testes foi o Virtual Vision de acordo com critérios descritos no

capítulo 2.4.

Além dos problemas relatados, será apresentado um gráfico com o nível de

dificuldade em possíveis situações que pudessem ocorrer durante as tarefas. A lista

completa destas tarefas encontra-se no apêndice D.

5.2.1 Google Ao passar por links patrocinados, o Google não notifica em nenhum momento

que se está passando por eles, podendo influenciar o participante, fazendo com que

ele clique no link patrocinado, favorecendo a empresa que pagou pelo espaço. Este

problema foi classificado como Controle e Liberdade do Usuário com grau de

severidade 4. Este problema estende-se para aos outros tipos de pesquisa do

Google. Outra opção: Veja o seu anúncio aqui, foi um link encontrado abaixo dos

links patrocinados, dando a entender que o usuário anunciou alguma coisa

causando dúvidas quanto ao clicar ou não no link. Problema classificado como

Compatibilidade entre o Sistema e o Mundo Real com grau de severidade 1. A figura

3 demonstra os dois problemas.

Figura 3. Favorecimento ao acesso de link patrocinado e link de anuncio confuso. Fonte: Google.

Page 38: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

37

Outro problema encontrado foi na pesquisa por imagens e por vídeos, onde o

Virtual Vision, lê as palavras Ingrin e Watch quando passa pelo foco nas respectivas

miniaturas. Isto confunde o participante que não pode visualizar e perceber que o

que o Google chama de Ingrin e Watch nada mais é do que a miniatura de uma

imagem e de um vídeo. Existe também o termo de memorização Cache, que

também é encontrado em todas as ferramentas. O indivíduo 2 fez o seguinte

comentário referindo-se a esses termos: “Por que esses vídeos vem em inglês? Por

que não colocar assistir?” [sic] referindo-se a tradução da palavra Watch. O idioma

inglês e outros termos técnicos da informática não estão no cotidiano no PCD visual,

portanto este problema foi classificado como Consistência e Padrões com grau de

severidade 3.

A figura 4 demonstra os níveis de dificuldade de nove possíveis situações

durante as tarefas.

Figura 4. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Google. Fonte: Próprio autor.

Page 39: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

38

5.2.2 Bing Problemas consideráveis na busca filtrada por páginas em português e do

Brasil e nas pesquisas por imagens foram encontrados. O indivíduo 1, se perdia na

navegação em alguns momentos e perguntava ao pesquisador: “Mas é aqui? E

agora?” [sic] e comentou: “Esse site é diferente né?” [sic]. O indivíduo 4 comentou

sobre a formatação no texto para a opção do(a) Brasil: "É estranho né?! deve ser

uma formatação automática, uma coisa que não tenha sentido" [sic]. Houve também

problemas na busca por páginas em português, onde o foco posicionado nesta

opção, na maioria das vezes era sobre o link para configurações avançadas para a

busca por páginas em português ao invés da tag de HTML radio Button. Problema

classificado como Consistência e Padrões e Estética e Design Minimalista com grau

de severidade 2.

O indivíduo 2, se perdeu durante a navegação em alguns momentos fazendo

o seguinte comentário: “Eu nunca entrei no Bing” [sic]. O indivíduo 3, se confundiu

na busca por imagens, no momento em que o Virtual Vision leu as opções de

visualização das imagens, acreditando ser a lista das imagens fazendo o seguinte

comentário: “Como ele falou, detalhes da imagem, eu pensei que ele já estava na

imagem” [sic]. Problema classificado como Visibilidade do Status do Sistema com

grau de severidade 4. A figura 5 demonstra as duas situações onde ocorreram

problemas.

Figura 5. Problemas no filtro por opções em páginas em português e páginas do Brasil e nas opções de detalhe de imagens.

Fonte: Bing.

Page 40: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

39

A figura 6 demonstra os níveis de dificuldade de nove possíveis situações durante as tarefas.

Figura 6. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Bing.

Fonte: Próprio autor. 5.2.3 Cadê Durante os quatro testes, a poluição visual do Cadê, apesar de parecer

irrelevante para um PCD visual, atrapalhou bastante, pelo fato do Virtual Vision ler

todas as opções de palavras relacionadas à palavra-chave e aos filtros relacionados.

O indivíduo 1 se confundiu com algumas legendas das imagens, de vídeos e

comentou: “Viu como esse site demorou muito mais?” [sic] e finalizou os testes com

a seguinte opinião: “Eu achei bem poluído o site do Cadê. Realmente não gostei!”

[sic].

Com os mesmos problemas, o indivíduo 2 comentou: “Fica difícil de saber

qual que é o certo né?” [sic] referindo-se a navegação pelas opções de filtro e pelos

resultados. Quanto às opções de filtro para buscas por páginas em português e do

Brasil, também houve dificuldades, tanto por parte da navegação quanto pelo Virtual

Page 41: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

40

Vision não ter lido as tags de radio Button de HTML, este problema resultou no

seguinte comentário: “Você viu que ele não leu? Se você não tivesse aqui, eu não

saberia” [sic]. Problemas classificados como Controle e Liberdade do Usuário e

Estética e Design Minimalista com grau de severidade 4. A figura 7 demonstra os

problemas da interface.

Figura 7. Problemas de poluição visual na Interface. Fonte: Cadê.

Alguns outros problemas foram encontrados pelos participantes durante os

testes. O indivíduo 3, se confundiu com a legenda reproduzir, da miniatura do vídeo.

O indivíduo 4 comentou o fato de algumas vezes, o Virtual Vision soletrar algumas

palavras e fez o seguinte comentário: “As vezes é chato ouvir a palavra sendo

soletrada” [sic]. Uma vez que o indivíduo 4 clicou num link errado, teve que navegar

pelas opções desde o começo e relatou o fato do foco não voltar no mesmo lugar e

comentou em tom de brincadeira: “Perdi a paciência!” [sic]. Estes problemas foram

classificados como Compatibilidade entre o Sistema e o Mundo Real e Estética e

Design Minimalista com grau de severidade 4.

Page 42: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

41

Outro problema encontrado foi o uso de opções com palavras em inglês de

difícil compreensão, sem nenhum suporte ou explicação do que se tratam a opção,

opções do tipo: Filtro Familiar ativado, Search Pad ou SearchSan - Ativado.

Problema classificado como Visibilidade do Status do Sistema e Compatibilidade

entre o Sistema e o Mundo Real com grau de severidade 4.

A figura 8 demonstra os níveis de dificuldade de nove possíveis situações

durante as tarefas.

Figura 8. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no Cadê. Fonte: Do próprio autor.

5.2.4 UOL Busca A ordem de navegação do UOL busca, obrigou o participante a navegar

primeiro pelos serviços do UOL para depois navegar pelos resultados de busca. O

indivíduo 1 comentou: “Isso é péssimo!” [sic]. Além dos problemas de navegação de

links patrocinados, o participante navega também pelo texto publicado desses

resultados, o que causou constrangimento ao indivíduo 1. Diante da situação, fez o

Page 43: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

42

seguinte comentário em tom de brincadeira quando passou por um bloco de texto

publicado no link patrocinado: “Olha isso! Deficiente em oferta!” [sic]. O indivíduo 1

fez a seguinte pergunta: “Como a gente identifica que já saiu dos links

patrocinados?” [sic]. O indivíduo 3, só percebeu que passou pelos links patrocinados

porque ouviu o Virtual Vision falar o link de próxima, que identifica que há mais

páginas de resultados e fez o seguinte comentário: “Eu só percebi que passou os

links patrocinados porque eu ouvi falar próximo” [sic]. Problema classificado como

Controle e Liberdade do Usuário com grau de severidade 4. A figura 9 demonstra a

barra de serviços do UOL e o link patrocinado que causou constrangimento ao

participante 1.

Figura 9. Barra de serviços do UOL e link patrocinado.

Fonte: UOL.

Na pesquisa comum, existem duas formas de acesso ao resultado da lista, o

link comum, abrindo o resultado na mesma janela e um link em forma de imagem

pouco explicativa, abrindo para uma nova janela. O indivíduo 1 se confundiu um

pouco com estas duas opções. Também foram encontrados nos resultados por

vídeos, algumas miniaturas que não aparecem, mostrando apenas a tag em HTML

do título do vídeo. Problemas classificados como Consistência e Padrões e Estética

e Design Minimalista com severidade 4.

Outro problema que esteve presente não só no UOL Busca, mas em todas as

outras ferramentas, foi à incompatibilidade considerável do Virtual Vision com as

tags de HTML de radio Button. Todos os indivíduos tiveram dificuldades ao executar

as pesquisas filtradas por páginas em português ou do Brasil, mesmo o Cadê

contendo apenas filtro de pesquisa por páginas em português e o UOL Busca

apenas por páginas do Brasil. Este problema foi classificado como Flexibilidade e

Eficiência de uso com grau de severidade 4.

Page 44: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

43

A figura 10 demonstra os níveis de dificuldade de nove possíveis situações

durante as tarefas.

Figura 10. Nível de dificuldade encontrado em possíveis situações no UOL Busca. Fonte: Próprio autor.

5.3 Análise dos Resultados

Ao final dos testes, foram analisados os resultados obtidos com a avaliação

inicial das ferramentas e com a avaliação prática dos PCD’s visuais pesquisados. As

figuras captadas dos capítulos 5.2.1, 5.2.2, 5.2.3 e 5.2.4 demonstram os problemas

mais relevantes encontrados pelos participantes, além das figuras, foi descrito suas

expressões e opiniões. Com isso, foi possível converter em níveis as possíveis

dificuldades relatadas no apêndice B, que foram encontradas no decorrer das

tarefas.

Foi observado que grande parte destas dificuldades foi concentrada na

organização de navegação entre os componentes do website. Todos os

Page 45: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

44

participantes tiveram algum tipo de dificuldade na navegação, desde uma dificuldade

baixa até uma dificuldade alta. O Cadê foi o que obteve um maior índice de

dificuldades sem sua navegação, principalmente pela sua poluição visual e suas

inúmeras opções.

Outra dificuldade considerável foi a falta de um Feedback em todas as

ferramentas. Em sua maioria, o pesquisador teve que interferir no teste, ajudando ou

explicando funções, termos ou falhas durante os testes.

O fato dos participantes terem se perdido na navegação, confundindo o que o

Virtual Vision falava e onde eles imaginavam estar, também contribuiu para um

índice razoável nesta dificuldade. Isto ocorreu devido a uma incompatibilidade entre

o leitor de tela e a padronização de navegação de acordo com as recomendações

do W3C. A maioria dos serviços não segue uma ordem lógica de indexação em sua

navegação. Entretanto, o Virtual Vision possui alguns atalhos e uma navegação

pelas setas do teclado que é habilitada com a ativação da tecla Num Lock do

teclado, causando um conflito de navegação entre as setas e o Tab.

Outra informação interessante revelada foi à avaliação geral dos participantes

quanto às ferramentas. A figura 11 demonstra os resultados.

Figura 11. Avaliação Geral das Ferramentas. Fonte: Próprio autor.

Page 46: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

45

Pode-se perceber a preferência dos participantes pelo Google, que de acordo

com a avaliação, foi à ferramenta que menos apresentou problemas. Devido ao fato

do Google ter sido a primeira ferramenta apresentada a um PCD visual em sua

maioria. Desta maneira, sua facilidade no uso aumenta. Todavia, percebe-se uma

nivelação entre as outras ferramentas, variando entre fácil e médio. O Bing foi à

ferramenta que mais surpreendeu, pelo fato de não conter buscas por vídeos, fator

importante em termos de concorrência e também por ser uma ferramenta recente. O

Cadê foi à única ferramenta com uma avaliação negativa, devido principalmente a

sua variedade de opções derivadas de busca. Fator que pode agregar a um usuário

comum, mas não a um usuário PCD visual.

A porcentagem de dificuldade durante as tarefas também foi contabilizada em

cada tarefa. Segundo demonstra a figura 12.

Figura 12. Porcentagem de dificuldades das tarefas realizadas. Fonte: Próprio autor.

Page 47: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

46

As maiores dificuldades encontradas pelos participantes foram principalmente

a busca pelas opções de filtro que são feitos através da tag de HTML radio Button

para páginas em português e do Brasil. Esta dificuldade alegada pelos participantes

coincide com a dificuldade em navegar com a tecla Tab e as setas do teclado

habilitadas pelo Virtual Vision.

Outro problema relatado, foi a navegação de busca por vídeos, onde é

confusa a identificação das miniaturas, o acesso a elas de formas diferentes e

principalmente, à navegação de controle dos vídeos, que apesar de não constar nas

tarefas, a manipulação do vídeo para iniciá-lo, pausá-lo, aumentar seu volume ou

sua resolução foi de extrema dificuldade.

A tarefa em que era digitada a palavra chave para busca também recebeu um

destaque, porém este foi um fato isolado, onde apenas o indivíduo 2 teve

dificuldades no foco do campo de pesquisa do Bing e do Cadê.

5.4 Proposta de Correções para o Aprimoramento das Ferramentas

Este capítulo apresenta uma proposta de correções para o aprimoramento

destas ferramentas baseando-se no método de pesquisa dialético onde, as

hipóteses definidas no capítulo 3.4.1, a avaliação inicial das ferramentas de acordo

com as diretrizes e as avaliações práticas com os PCD’s visuais pesquisados

servirão de apoio.

Antes da especificação de cada ferramenta, podem-se definir algumas

correções gerais que servirão para o aprimoramento das 4 ferramentas: um espaço

bem localizado na página inicial do website, mostrando um passo a passo

explicando o funcionamento inicial da ferramenta, links de Feedback durante a

navegação, para termos técnicos, termos em inglês e alguma possível dificuldade

encontrada durante o processo de busca, para que o PCD visual não se perca, uma

padronização na estrutura e estética do website no que se diz respeito a

organização da indexação para navegação com a tecla Tab do teclado, valendo não

Page 48: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

47

só para a tag de HTML radio Button, mas também para os demais links, facilitando a

navegação, um resultado de busca ordenado por números que viabilize o acesso via

teclado, opções de aumento de texto, a reavaliação da linguagem Javascript em

algumas funções, em Plug-ins instalados e em componentes de Flash, e por fim,

alternativas de acesso visual ou sonoro nos resultados listados.

Com estes aprimoramentos sendo aplicados de forma geral, podem-se

reduzir consideravelmente os problemas encontrados nestas ferramentas e também,

aumentará a produtividade destes produtos, tendo um resultado satisfatório tanto

para as empresas quanto para os usuários.

5.4.1 Virtual Vision O Virtual Vision, apesar de ser limitado, ainda é uma boa alternativa para os

PCD visuais, contanto que haja algumas modificações. Como o problema de

incompatibilidade entre as teclas Tab e as setas habilitadas pela tecla Num Lock,

estas funcionalidades da ferramenta devem estar separadas, de tal forma que não

implique no funcionamento da tecla Tab.

Deve existir também, a inteligência necessária para que o Virtual Vision não

soletre palavras aleatoriamente. Segundo o indivíduo 4, isto causa uma certa

irritação por soletrar uma palavra não desejada.

Outro fator importante é a padronização do Virtual Vision. Tendo em vista que

outras ferramentas como o Jaws e o NVDA são preferência por existir um padrão em

todas as suas funcionalidades.

5.4.2 Google Antes, é importante lembrar que o problema na ordem de indexação tanto na

tag de HTML radio Button quanto nos links e outras opções, persiste nas 4

ferramentas devendo ser revisto. Este foi à maior dificuldade encontrada nos testes

com os pesquisados. Portanto, tem prioridade.

Page 49: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

48

Deve-se preocupar com o vocabulário técnico de alguns links e termos. Como

a alteração do termo Veja o seu anúncio aqui para Visualizar outros anúncios, por

exemplo. Assim como a notificação de passagem por links patrocinados, e também,

a substituição de palavras técnicas como Ingris e Watch para Imagem e Assistir.

Desta maneira, o PCD visual assemelha o que ouviu as funcionalidades corretas. A

figura 13 identifica os locais associados.

Figura 13. Alteração do significado de link patrocinado e de legenda com termos técnicos e em inglês para o português em imagens e vídeos.

Fonte: Google. 5.4.3 Bing O foco na tag de HTML radio Button deve ser prioritária ao invés do link

Português (Brasil) ao passar por esta opção de filtro de busca e o detalhamento de

exibição por imagens deve ser expresso de uma maneira mais clara o seu

funcionamento, para que não haja outras interpretações. A figura 14 identifica os

locais associados.

Figura 14. Foco prioritário em tag de HTML radio Button e melhor esclarecimento em opções de exibição de imagens.

Fonte: Bing. 5.4.4 Cadê A poluição visual deve ser amenizada. Apesar de isto parecer irrelevante para

o PCD visual. O leitor de tela lê todas as opções disponíveis, transformando a

poluição visual em sonora para os usuários PCD’s visuais. Os termos técnicos e em

Page 50: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

49

inglês sem nenhum Feedback devem ser reavaliados. A figura 15 identifica os locais

associados.

Figura 15. Diminuição da poluição visual e reavaliação de termos técnico e em inglês sem nenhum Feedback.

Fonte: Cadê. 5.4.5 UOL Busca A alteração na posição dos serviços do UOL para uma posição menos

privilegiada, de forma a não influenciar o PCD visual a acessar algum de seus

serviços por engano. A notificação de passagem por links patrocinados e a re-

estruturação no design da página de busca por vídeo de modo que, ao buscar um

vídeo, não apareça mais a tag de HTML de identificação do vídeo. E sim, a miniatura

do vídeo. A figura 16 identifica os locais associados.

Figura 16. Serviços do UOL e reestruturação no design e na programação da página de busca por vídeos.

Fonte: UOL.

Page 51: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

50

5.5 Opiniões de Aprimoramento para as Ferramentas

A opinião dos PCD’s visuais pesquisados também foi levada em consideração

para estas propostas de aprimoramento, tanto no Virtual Vision quanto nos serviços

de busca avaliados. Para os indivíduos 1 e 3, a navegação deve ser melhorada, e

mais concisa, com mais recursos de acessibilidade, com menos arquivos em Flash e

Pop-ups e uma reavaliação na utilização do Javascript. Para o indivíduo 2, um dos

dois deve ser aprimorado, senão as ferramentas de busca, ao menos os leitores de

tela. O indivíduo 4 tem uma opinião semelhante, que seja feita não só uma

aprimoramento, mas também uma padronização dos leitores de tela além dos

recursos de HTML como o radio Button, que poderiam estar numa sequência vertical

ao invés de horizontal, para uma melhor localização.

Page 52: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

51

6 CONCLUSÃO Este trabalho buscou descobrir as reais dificuldades encontradas por um PCD

visual no uso de serviços de busca na internet. E como conseqüência, encontrou-se

necessidades reais de aprimoramento no que se diz respeito à usabilidade e

acessibilidade para estes serviços, para que se tenha websites consistentes e com

uma boa qualidade de navegação.

É certo de que neste trabalho, houve limitações financeiras e de maior

especialização durante os processos. Entretanto, em seu conteúdo, pode-se obter

uma fundamentação sólida para trabalhos futuros.

Desta maneira, este trabalho abre a possibilidade da realização de algumas

propostas: O aprimoramento no acesso dos PCD’s visuais a estas ferramentas, uma

avaliação mais específica e com proporções maiores. E a criação de uma ferramenta

padrão, viabilizando um acesso melhor voltado para este público.

Com isso, é interessante que desperte o interesse das empresas para que

algo seja feito. Não só as envolvidas neste trabalho, para que aprimorem suas

ferramentas, mas também as que tenham o interesse ou a possibilidade de fazer

algo para este público. Desta maneira, gerando lucro e retorno para seus

investidores e refletindo positivamente para o seu público alvo.

A satisfação pela contribuição de alguma forma para a melhoria na qualidade

destes serviços ou até mesmo nas tecnologias em geral para os deficientes visuais é

imensa. Dificuldades continuarão existindo, contudo desde que tenhamos o

interesse e o empenho necessários para que algo seja feito, já será um grande

passo para a melhoria na qualidade de vida destas pessoas.

Page 53: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAMS, Cyrus E. Psychotherapy with a blind patient. American Journal of Psychotherapy. v. XXXIV, n. 3, Julho 1980. ALBERTI, Verena. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. FGV. História Oral: a experiência do CPDOC. 1. ed. Rio de Janeiro, 202 p. 1990. ALMEIDA, Maria. G. S. Aspectos psicológicos e o processo educacional da pessoa com deficiência visual. Publicado em 2005. Disponível em: http://www.teleduc.cefetmt.br/teleduc/arquivos/18/leituras/28/3_aspectos_psicologicos_e_o_processo_educacional_da_pessoa_com_deficiencia_visual.doc Acesso em: 18 de Setembro de 2009. AMARAL, Luis A. N. Conhecendo a Deficiência (Em Companhia de Hércules). São Paulo, 1995. AMSTEL, Frederick. V. Usabilidade na acessibilidade. Publicado em 2006. Disponível em: http://www.usabilidoido.com.br/usabilidade_na_acessibilidade.html Acesso em: 25 de Setembro de 2009. BRASIL, Síntese da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Publicado em maio 2008. Disponível em: http://www.apaebrasil.org.br/arquivo.phtml?a=11085 Acesso em: 13 de Setembro de 2009. BARBOSA, Angelo, A. M; CHEIRAN, Jean. F. P; VIEIRA, Maristela, C. Inclusão digital na terceira idade: avaliação de usabilidade em sites de cadastro de correio eletrônico. Publicado em: dezembro 2008. Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/renote/dez2008/artigos/6b_angelo.pdf Acesso em: 18 de Setembro de 2009. BARCZINSKI, Maria C. C. Reações Psicológicas à Perda da Visão. Publicado em 2005. Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?itemid=110#more Acesso em 17 de Setembro de 2009. BARNUM, Carol. M. Usability Testing and Research. Pearson Education, New York, 2002. 428 p.

Page 54: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

53

BASTIEN, Christian, J. M.; SCAPIN, Dominique L.; LEULIER, Corinne. Looking for Usability Problems With the Ergonomic Criteria and the ISO 9241-10 dialogue priciples, In. Proceedings of CHI’96. Vancouver, 1996. BELARMINO, Joana. Entrelinhas. Publicado em janeiro 2004. Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/~joana/textos/entrelinhas_jan-jun2004.doc Acesso em 23 de Setembro de 2009. ERICSSON, Anders, K; SIMON, Herbert, A. Protocol Analysis: Verbal Reports as Data. MIT Press, 2. ed. Boston, 1993. ERICSSON, Andres, K; SIMON, Herbert, A. Verbal reports on thinking. In: FAERCH, C.; KASPER, G. eds. Introspection in Second Language Research. Clevedon, Avon: Multilingual Matters, 1987. p. 24-54. FRANCO, João R.; DIAS, Tárcia, R, S. A Pessoa cega num processo histórico: Um breve percurso. Publicado em Abril de 2005. Disponível em: http://200.156.28.7/Nucleus/media/common/Nossos_Meios_RBC_RevAbr2005_Artigo%201.doc Acesso em: 17 de Setembro de 2009. GIL, Antonio, C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. HANSON, Vicki, L. The User Experience: Designs and Adaptations. ACM Internacional Conference Proceeding Series – Proceedings of the internacional cross-disciplinary workshop on Web access, v.63, 2004. Disponível em: http://portal.acm.org/citation.cfm?id=990659 Acesso em: 18 de Setembro de 2009. IBC, Instituto Benjamin Constant Tópico de artigos – Caracterizando o problema. Publicado em 2005. Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=97&blogid=1&itemid=92 Acesso em: 19 de Setembro de 2009. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico - 2000 - Resultados da Amostra. Publicado em dezembro 2002. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/primeiros_resultados_amostra/brasil/pdf/tabela_1_1_3.pdf Acesso em 16 de Setembro de 2009. LEPORINI, Barbara; ANDRONICO, Patrizia; BUZZI, Marina Designing search engine user interfaces for the visually impaired. ACM Internacional Conference Proceeding Series – Proceeding of the internacional cross-disciplinary workshop on

Page 55: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

54

Web accessibility, v.63, 2004. Disponível em: http://portal.acm.org/citation.cfm?id=990657.990668 Acesso em: 20 de Setembro de 2009. LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. Tradução: AFONSO, Maria C. Tavares. ed. 70. Lisboa, 1988. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/afetoelugar.php Acesso em: 28 de Outubro de 2009. MARCONI, Marina, A.; LAKATOS, Eva, M. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas; amostragens e técnicas de pesquisa; elaboração, análise e interpretação de dados. 5ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2002. MECLOY, Enrique, P. Psicologia de la ceguera. Madrid: Editorial Fragua, 1974. MIRANDA, Andréa. S.; ALVES, João B. M. Acessibilidade, Tecnologia da Informação e Inclusão Digital. Publicado em agosto 2001. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/acessibilidade/cd/atiid2001/artigos/ANALIsergonomica.pdf Acesso em 18 de Setembro de 2009. MS, Ministério da Saúde, Política Nacional da Pessoa com Deficiência. Publicado em junho 2002. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29043 Acesso em 14 de Setembro de 2009. NIC, Núcleo de Informação e Coordenação, Atividades desenvolvidas na internet – Busca de informações e serviços online. Publicado em novembro 2008. Disponível em: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/rel-int-09.htm Acesso em 22 de Setembro de 2009. NIC, Núcleo de Informação e Coordenação, Habilidades relacionadas ao uso da internet. Publicado em novembro 2008. Disponível em: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/rel-habil-03.htm Acesso em 22 de Setembro de 2009. NIC, Núcleo de Informação e Coordenação, Proporção de indivíduos que usam a internet para busca de informações e serviços online. Publicado em novembro 2008. Disponível em: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/rel-int-08.htm Acesso em: 22 de Setembro de 2009. NIELSEN, Jakob. Change vs. Stability in Web Usability Guidelines. Alertbox: Current Issues in Web Usability. Publicado em 2007. Disponível em:

Page 56: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

55

http://www.useit.com/alertbox/guidelines-change.html Acesso em: 03 de Outubro de 2009. NIELSEN, Jakob. Heuristic Evaluation. In: NIELSEN, Jakob; MACK, Robert, L. Usability Inspection Methods. New York: John Wiley & Sons, 1994. NIELSEN, Jakob. Misconceptions About Usability. Alertbox: Current Issues in Web Usability. Publicado em setembro 2003 (2003a). Disponível em: http://www.useit.com/alertbox/20030908.html Acesso em: 25 de Setembro de 2009. NIELSEN, Jakob. Projetando Webwebsites: Designing Web Usability. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. NIELSEN, Jakob. Why You Only Need to Test With 5 Users. Alertbox: Current Issues in Web Usability. Publicado em 2000 (2000a). Disponível em: http://www.useit.com/alertbox/20000319.html Acesso em: 25 de Abril de 2009. NIELSEN, Jakob. Usability 101: Introduction to Usability. Alertbox: Current Issues in Web Usability. Publicado em agosto 2003. Disponível em: http://www.useit.com/alertbox/20030825.html Acesso em: 25 de Setembro de 2009. NORMAN, Donald, A. Design of Everday Things. New York: Doubleday, 1990. PESSOTTI, Isaías. Deficiência mental: da Superstição à Ciência. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1984. PIMENTA, Marcelo, S. Usabilidade para todos: A importância da interação humano-computador. Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Psicologia & Informática: Produções do III PSICOINFO e II JORNADA do NPPI. São Paulo: CRP/SP, 2006. p. 116-122. QUEIROZ, Marco A. Acessibilidade web: Tudo tem sua Primeira Vez - Bengala digital. Publicado em 2006. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/capitulomaq.php Acesso em: 26 de Setembro de 2009. ROCHA, Heloisa V.; BARANAUSKAS, Maria C. C. Design e Avaliação de Interfaces Humano-Computador. Campinas: Unicamp, 2003.

Page 57: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

56

ROSA, Renato. Palestra de Usabilidade: Conceitos, Aplicações e Testes. Publicado em 2006. Disponível em http://www.slideshare.net/wudrs/palestra-usabilidade-conceito-aplicaes-e-testes-de-renato-rosa Acesso em: 19 de Setembro de 2009. RUBIN, Jeffrey. Handbook of Usability Testing: how to plan, design and conduct effective tests. New York: John Wiley & Sons, 1994. SANCHEZ, Júlio, G. La ceguera, su concepto en la historia. Revista Perfiles, (80), p. 56. Madrid: ONCE, 1992. SILVA, Edna, L.; MENEZES, Estera, M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Laboratório de Ensino a Distância. 3º. Ed. Santa Catarina: UFSC, PPGEP, LED, 2001. Disponível em: http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf Acesso em: 18 de Novembro de 2009. TAKAGI, Hinorobu; ASAKAWA, Chieko; FUKUDA, Kentarou; MAEDA Junji. Accessibility designer: visualizing usability for the blind. ACM SIGACCESS Conference on Assistive Technologies – Proceedings of the ACM SIGACCESS conference on Computers and accessibility, 2004 Disponível em: http://portal.acm.org/citation.cfm?id=1028662 Acesso em 13 de Outubro de 2009. TONET, Luisa, H. Avaliação Comparativa de Usabilidade das Ferramentas de Acessibilidade Web para Deficientes Visuais e Aplicação das Recomendações do W3C no Site da ULBRA Guaíba. Guaíba, Universidade Luterana do Brasil. 2006. Disponível em: http://guaiba.ulbra.tche.br/si/content/tcc/tccI_2006_1/Artigo%20TCCI-Luisa.pdf Acesso em 22 de Outubro de 2009. VYGOTSKI, Lev, S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. W3C, Word Wide web Consortium. Accessibility. Publicado em 2009. Disponível em http://www.w3.org/standards/webdesign/accessibility Acesso em: 02 de Outubro de 2009. W3C, Word Wide web Consortium. Techniques for Web Content Accessibility Guidelines 1.0. Publicado em 2000. Disponível em http://www.w3.org/TR/WAI-WEBCONTENT-TECHS/#tech-meaningful-links Acesso em: 04 de Outubro de 2009.

Page 58: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

57

GLOSSÁRIO

3 3g: Internet móvel de terceira geração disponibilizada por operadoras de celular. Muito utilizada nos dias de hoje por notebooks em lugares públicos. A Affordance: É a forma de algo nos dar uma pista de seu funcionamento. Como por exemplo, uma escada que nos mostra como subir ou descer por ela. Anátomo-Fisiológicos: São estudos referentes às funções e células responsáveis pelo cérebro. Avaliações Analíticas: Técnica utilizada para avaliação. É um questionário para levantamento de perfil e entrevistas após uma avaliação para a identificação de erros. C Cache: É quando um site está memorizado em seu navegador, por ter sido acessado anteriormente. Podendo assim, ser acessado via off-line. D Design: Processo técnico e criativo relacionado a configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato. E Ergonomia: É a identificação de fatores humanos referentes à eficiência na utilização de sistemas. F Flash: Tecnologia composta por animações. Grande parte dos websites utilizam ou criam artes em flash em seus websites. H Hand-set: Aparelho que consiste num fone e um microfone para fala e escuta.

Page 59: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

58

História Oral: Técnica utilizada para avaliação. São depoimentos gravados durante as avaliações. I Internet-banking: Tecnologia usada pela maioria dos bancos na internet para o acesso virtual a uma conta de banco, podendo realizar diversas operações. J Javascript: Linguagem utilizada para a construção da funções e efeitos nos websites da internet. L Leitor de tela: Tecnologia assistiva, utilizada por deficientes visuais com o intuito de auxiliar no uso ao computador, sintetizando em voz, os comandos executados pelos usuários. Link: Utilizado na internet, é uma palavra, texto ou imagem que ao ser clicado, leva o usuário para alguma outra página ou assunto dentro de um website. Linux: Sistema operacional de código aberto gratuito, criado em meados da década de 90, utilizado por uma parcela de usuários como alternativa ao sistema operacional Windows. M Mouseover: É um comando da linguagem javascript, utilizado para invocar efeitos a partir do cursor do mouse sobre tal objeto. O Orca: Leitor de tela de código aberto gratuito, desenvolvido para o sistema operacional Linux. É uma das poucas ferramentas assistivas disponíveis para este sistema operacional. P PCD: Sigla definida pela Organização das Nações Unidas para pessoa com deficiência.

Page 60: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

59

Pixel: Ponto colorido dentro de uma resolução que em conjunto com vários outros foram uma imagem. Plug-ins: Componentes que, instalados ao navegador, facilitam ou aprimoram determinada funcionalidade no uso. Pop-ups: Funcionalidade integrante da linguagem javascript onde ao carregar uma página da internet, abre-se uma janela no canto superior com alguma informação. PPD: Antiga sigla utilizada para pessoa portadora de deficiência. T Think Aloud: Técnica utilizada para avaliação, onde é proposto ao pesquisado expressar suas reações no decorrer da avaliação em voz alta. Touchscreen: Tecnologia de toque sensível para ativar determinadas funções. Normalmente, é utilizado em celulares. W W3C: Sigla utilizada para Word Wide web Consortium, é a empresa que rege as regras de acessibilidade na web. Tem escritórios em todo o mundo inclusive aqui no Brasil. Web 2.0: Novo recurso da internet utilizado nos websites para que haja mais opções de interação, correção de problemas constantes, novas utilidades dentre outros. Website: Página na internet contendo diversos temas, interações, informações, músicas, vídeos, imagens, dentre outros.

Page 61: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

60

APÊNDICE A

Questionário de Perfil

Page 62: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

61

Obrigado por sua participação nesta pesquisa. O objetivo desse questionário é aprender mais sobre o seu perfil. Você não será identificado em qualquer momento da pesquisa e seus dados pessoais também não serão revelados. Sinta-se livre para não responder qualquer uma das perguntas. 1 – Qual é a sua idade? ________ anos. 2 – Qual é a sua escolaridade? ( ) Nenhuma (nunca fui à escola) ( ) Ensino fundamental (1º grau, primário e médio) incompleto ( ) Ensino fundamental (1º grau, primário e médio) completo ( ) Ensino médio (2º grau, técnico) incompleto ( ) Ensino médio (2º grau, técnico) completo ( ) Ensino superior (3º grau) incompleto. Qual curso? __________________ ( ) Ensino superior (3º grau) completo. Qual curso? ___________________ ( ) Pós – graduação (especialização, mestrado ou doutorado). Qual curso? ______________________________________________________________ ( ) Outro. Qual? ________________________________________________ 3 – Qual o seu grau de cegueira? ( ) Parcialmente. Qual o seu grau de cegueira? _______________________ ( ) Totalmente 4 – Qual é a sua profissão? _____________________________________________ 5 – Já usa o computador? ( ) Sim ( ) Não (pule para a questão 6) A – Há quanto tempo (aproximadamente)? ______________________ B – Com que frequência? ( ) Sempre (todos os dias) ( ) Frequente (três ou quatro dias por semana) ( ) De vez em quando (um ou dois dias por semana) ( ) Raramente (poucos dias por mês) ( ) Quase nunca (usei uma ou duas vezes) ( ) Outra. Qual? _____________________________________ C – Para que usa o computador? Você pode marcar várias respostas nesta questão. ( ) Comunicar-se com outras pessoas ( ) Trabalhar

Page 63: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

62

( ) Estudar ( ) Navegar pela internet (notícias, jornais, etc) ( ) Lazer (passatempos) ( ) Outros. Quais? ___________________________________ D – Usa o computador com a ajuda de alguém? ( ) Sim. Quem? _____________________________________ ( ) Não. E – Se não, você usa o mouse para navegar no computador? ( ) Sim ( ) Não 6 – Por que acha importante aprender a usar o computador? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7 – Já acessa a internet? ( ) Sim ( ) Não A – Há quanto tempo aproximadamente? _______________________ B – Com que frequência? ( ) Sempre (todos os dias) ( ) Frequente (três ou quatro dias por semana) ( ) De vez em quando (um ou dois dias por semana) ( ) Raramente (poucos dias por mês) ( ) Quase nunca (usei ou duas vezes) ( ) Outra. Qual? _____________________________________ C – Qual o motivo para usar a internet? Você pode marcar várias respostas nesta questão. ( ) Comunicar-se ( ) Conhecer pessoas novas ( ) Trabalhar ( ) Estudar ( ) Lazer (passatempos) ( ) Realizar pesquisas variadas ( ) Realizar pesquisas específicas ( ) Realizar compras em lojas (compras on-line) ( ) Acessar bancos pela internet (e-banking) ( ) Outros. Quais? ___________________________________

Page 64: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

63

D – Qual ferramentas assistivas utiliza? ( ) Virtual Vision ( ) Jaws ( ) DosVox ( ) Outro. Qual? _____________________________________ E – Quais dificuldades que costuma enfrentar enquanto navega pela internet? ( ) É difícil saber onde clicar ( ) Me perco na navegação ( ) O leitor de tela não capta todas as informações ( ) A internet é muito lenta ( ) Tenho medo de pegar um vírus de computador ( ) Outras. Quais? ___________________________________ 8 – Já utilizou alguma vez um serviço de busca? ( ) Sim ( ) Não. A – Há quanto tempo aproximadamente? _____________________________ B – Com que frequência? ( ) Sempre (todos os dias) ( ) Frequente (três ou quatro dias por semana) ( ) De vez em quando (um ou dois dias por semana) ( ) Raramente (poucos dias por mês) ( ) Quase nunca (usei uma ou duas vezes) ( ) Outra. Qual? __________________________________________ C – Quais as empresas de serviço de busca utilizam? Você pode marcar várias respostas nesta questão. ( ) Google ( ) Bing ( ) Cadê ( ) UOL ( ) IG ( ) Ibest ( ) AOL ( ) Pop ( ) Terra ( ) Outro. Quais? _________________________________________ D – Qual o motivo de você usar o serviço de busca? Você pode marcar várias respostas nesta questão.

Page 65: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

64

( ) Pesquisas escolares ( ) Pesquisas diversas ( ) Pesquisas com imagens ( ) Pesquisas com vídeos ( ) Pesquisas traduzidas ( ) Pesquisas com links patrocinados ( ) Outros. Quais? _________________________________________ E – Você usa o serviço de busca por qual navegador? ( ) Internet Explorer ( ) Mozila Firefox ( ) Google Chrome ( ) Opera ( ) Netscape

F – Você sempre utiliza o mesmo computador? ( ) Sim ( ) Não

Page 66: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

65

APÊNDICE B

Entrevista Pós Testes

Page 67: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

66

Indivíduo: ___________________________________________________________ Serviço de busca investigado: ___________________________________________ 1 - Em quais tarefas encontrou mais dificuldades? Você pode marcar várias respostas nesta questão. ( ) Abrir o ícone de atalho do navegador ( ) Clicar na barra de endereços e digitar o endereço do serviço de busca ( ) Clicar no campo de busca, digitar a palavra deficiente visual e clicar no botão de busca ( ) Clicar no primeiro link da lista e voltar para a página de pesquisa ( ) Clicar na opção de pesquisa por imagens, clicar na primeira imagem da lista e voltar para a página de pesquisa de imagens ( ) Clicar na opção de pesquisa por vídeos, clicar no primeiro vídeo da lista e voltar para a página de pesquisa por vídeos ( ) Selecionar a opção “apenas páginas em português” ( ) Selecionar a opção “apenas páginas do Brasil” ( ) Fechar do navegador

2 - Abaixo estão listadas algumas dificuldades que pode ter enfrentado durante as tarefas que realizou. Foram definidos quatro níveis de dificuldade para cada situação, marque com um X o nível de dificuldade que encontrou. A – Leitor de tela não reconhece todos os comandos ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 B - Acontecem muitos erros ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 C – Precisei de algum tipo de dica ou ajuda ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 D - Não existem algumas legendas ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6

Page 68: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

67

( ) 10 E - É difícil clicar em algumas coisas ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 F - Muitas opções desviam o foco ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 G - Não sabia onde estava no sistema ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 H - A linguagem é difícil ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 I - A organização de navegação via teclado confusa ( ) 0 ( ) 3 ( ) 6 ( ) 10 3 - Como avaliaria a utilização geral desse serviço de busca? ( ) Muito Fácil ( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil

Page 69: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

68

APÊNDICE C

Termo de Confidencialidade

Page 70: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

69

Eu, Ricardo Fabio Ribeiro de Sousa, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF/MF sob o nº

___________-__, abaixo firmado, assume o compromisso de manter

confidencialidade e sigilo sobre todas as informações pessoais, técnicas e jurídicas

a que tiver acesso no desenvolvimento de suas atividades profissionais/acadêmicas

realizadas no dia __ de ____________ de 2009, durante a pesquisa para o trabalho

individual de conclusão de curso intitulado “Avaliação de Usabilidade e

Acessibilidade para deficientes visuais em serviços de busca web.

Por este termo de confidencialidade e sigilo compromete-se:

A não utilizar as informações contidas nos documentos a que tiver acesso,

para gerar benefício próprio exclusivo e/ou unilateral, presente ou futuro, ou para

uso de terceiros:

A não efetuar nenhuma cópia da documentação confidencial a que tiver

acesso no desenvolvimento de suas atividades profissionais, sem autorização;

A não apropriar-se para si ou para outrem de material confidencial e/ou

sigiloso constante no artigo subscrito;

A restringir o conhecimento das informações confidenciais, exclusivamente, a

seus professores, e consultores, responsabilizando-se por todas as pessoas que

vierem a ter acesso às informações, por seu intermédio, e obrigando-se, assim a

ressarcir a ocorrência de qualquer dano e/ou prejuízo oriundo de uma eventual

quebra de sigilo das informações fornecidas.

Neste termo, as seguintes expressões serão assim definidas:

“Informação confidencial” significará toda a informação revelada por qualquer

das partes à outra, a respeito de, ou, associada com a “Avaliação”, sob a forma

escrita, verbal ou por quaisquer outros meios;

“Informação confidencial” inclui, mas não se limita a informação relativa às

operações, processos, planos ou intenções, informações sobre produção,

instalações, equipamentos, segredos de negócio, segredos de fábrica, dados,

habilidades especializadas, projetos métodos e metodologia, fluxogramas,

especificações, componentes, fórmulas, produtos, amostras, diagramas, desenhos,

Page 71: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

70

desenhos de esquema industrial, patentes, oportunidades de mercado e questões

relativas a negócios de qualquer das partes;

“Avaliação” significará todas e quaisquer discussões, conversações ou

negociações entre, ou com as partes, de alguma forma relacionada ou associada

com o artigo subscrito.

A vigência da obrigação de confidencialidade e sigilo, assumida por mim, por

meio deste termo, terá validade enquanto a informação não for tornada de

conhecimento público por qualquer outra pessoa, ou mediante autorização escrita,

concedida a nós pelas partes interessadas neste termo.

Pelo não cumprimento do presente Termo de Confidencialidade e sigilo, fica o

abaixo assinado ciente de todas as sanções jurídicas que poderão advir.

São Paulo, __ de ____________ de 2009

_______________________________

Ricardo Fabio Ribeiro de Sousa

CPF: ___________-__

Carteira Identidade:__________-__

Page 72: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

71

APÊNDICE D

Banco de Tarefas

Page 73: TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em Serviços de Busca Web

72

Tarefa 1 Abrir o navegador. Tarefa 2 Digite o endereço do serviço de busca na barra de endereços e aperte a tecla Enter no teclado. Tarefa 3 Procure o campo de pesquisa do site, clique dentro dele, deixando o foco no campo, e digite a palavra Deficiente Visual e clique no botão de busca. Tarefa 4 Clique no primeiro link da lista que aparecer, acessando o site. Depois, volte para a página de pesquisa com a lista dos resultados encontrados. Tarefa 5 Procure a opção de busca por imagens e clique nesta opção. Clique na primeira imagem da lista. E depois, volte para a página de pesquisa com a lista das imagens encontradas. Tarefa 6 Procure a opção de busca por vídeos e clique nesta opção. Clique no primeiro vídeo da lista. E depois, volte para a página de pesquisa com a lista dos vídeos encontrados. Tarefa 7 Selecione a opção “apenas páginas em português” e verifique se os resultados mudaram. Tarefa 8 Selecione a opção “apenas páginas do Brasil” e verifique se os resultados mudaram.