TCC 2 LUCAS REPETTI - FINAL ENVIADO 05 02 - rev 2 - Copia

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1 LUCAS REPETTI PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA Lorena - SP 2018

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LUCAS REPETTI

PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA

INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Lorena - SP

2018

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LUCAS REPETTI

PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE

LORENA

Monografia de conclusão de curso apresentada à

Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de

São Paulo como requisito parcial para obtenção de

título de Engenheiro de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ferro dos Santos

Lorena - SP

2018

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Repetti, Lucas Propostas de regularização do sistema de

segurança contra incêndio da área 1 da escola de engenharia de lorena / Lucas Repetti; orientador Eduardo Ferro dos Santos. - Lorena, 2018. 88 p.

Monografia apresentada como requisito parcial

para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia de Produção - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. 2018 Orientador: Eduardo Ferro dos Santos

1. Segurança contra incêndio. 2. Prevenção. 3.

Proteção. 4. Projeto. 5. Regularização. I. Santos, Eduardo Ferro dos, orient.

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RESUMO REPETTI, L. Propostas de regularização do sistema de segurança contra

incêndio da Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena. 2018. Monografia de

conclusão de curso – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo,

Lorena, 2018.

O presente trabalho visa destacar a importância da implementação de um sistema

de prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco na Área 1

da EEL. São apresentadas medidas de prevenção, proteção passiva e proteção

ativa contra incêndio, que devem seguir as normas determinadas pelo Corpo de

Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP). Como método de

pesquisa, foi realizado uma fundamentação teórica tomando como base a literatura

existente sobre o tema, principalmente a legislação vigente no Estado de São Paulo,

o Decreto Estadual 56.819/11. Seguida por um estudo de caso na Área 1 da Escola

de Engenharia de Lorena, no qual, após o levantamento de dados, comparou-se as

medidas de proteção contra incêndio existentes com as medidas de proteção

exigidas pela legislação e, assim, concluiu-se que o local estudado não atende as

normas. Por fim, almejando-se um ambiente seguro contra incêndio para os alunos,

professores e funcionários da EEL, foram apresentadas propostas de regularização

que englobam a instalação de 28 extintores de incêndio, 117 luminárias de

emergência, 40 alarmes de incêndio, 300 placas de sinalização de emergência, 36

hidrantes e uma bomba de incêndio.

Palavras-chave: Segurança contra incêndio, prevenção, proteção, projeto,

regularização.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por sempre me dar forças e não me

deixar desistir nos momentos de dificuldade.

À toda minha família, que sempre me apoiou e acima de tudo acreditaram, em

meio a tantas dificuldades.

Ao meu pai, que além de exemplo como pessoa, é meu exemplo como um

engenheiro e que tem me ajudado muito no meu início de carreira com sua vasta

experiência.

Aos meus colegas de faculdade, que sempre estiveram comigo nos

momentos de descontração e também nos momentos de estudo. Vou leva-los como

parceiros para a vida.

À todos os meus professores que tive durante minha vida universitário, em

especial os professores de Engenharia de Produção que sempre foram muito

atenciosos e fizeram este curso acontecer.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação ..................... 23

Figura 2 - Porta de saída de emergência com barra antipânico ................................ 28

Figura 3 - Luminária de emergência .......................................................................... 31

Figura 4 - Botoeira, detecção de fumaça e alarme .................................................... 32

Figura 5 - Extintores de incêndio ............................................................................... 34

Figura 6 - Hidrante duplo e abrigo ............................................................................. 37

Figura 7 - Funcionamento de hidrante duplo em teste para Vistoria do CBPMESP .. 37

Figura 8 - Sprinkler do tipo upright ............................................................................ 39

Figura 9 - Fluxograma das etapas do estudo de caso .............................................. 45

Figura 10 - Porta de saída de emergência do Restaurante Universitário .................. 53

Figura 11 - Luminária de emergência quebrada ........................................................ 54

Figura 12 - Escadas existentes no Prédio de Conjunto Laboratorial ......................... 55

Figura 13 - Extintor sem sinalização ......................................................................... 56

Figura 14 - Hidrante e abrigo existentes na biblioteca da EEL .................................. 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Itens faltantes ........................................................................................... 59

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classes de incêndio e tipos de extintor ................................................... 17

Quadro 2 - Classe dos materiais permitidos de acordo com a edificação ................. 26

Quadro 3 - Simbologia de Orientação e Salvamento ................................................ 29

Quadro 4 - Distâncias máximas de caminhamento em função do risco da edificação .................................................................................................................................. 33

Quadro 5 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho ................... 35

Quadro 6 - Tipos de sistemas e volume mínimo da reserva de incêndio .................. 36

Quadro 7 - Sistemas de introdução e extração de fumaça ....................................... 39

Quadro 8 - Classificação quanto à altura .................................................................. 47

Quadro 9 - Classificação de risco quanto à carga de incêndio ................................. 48

Quadro 10 - Medidas de Segurança contra Incêndio ................................................ 49

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LISTA DE SIGLAS

AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBMES Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo

CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo

CMAR Controle de materiais de acabamento e revestimento

COTEL Colégio Técnico de Lorena

DE Decreto Estadual

EEL Escola de Engenharia de Lorena

FAENQUIL Faculdade de Engenharia Química de Lorena

FAMENQUIL Faculdade Municipal de Engenharia Química de Lorena

FDE Fundação para o Desenvolvimento da Educação

IT Instrução Técnica

LGE Líquido gerador de espuma

NBR Norma Brasileira

RI Reserva de incêndio

SPDA Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

TRRF Tempo requerido de resistência ao fogo

UP Unidade de passagem

USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 13

2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 13

2.2 Objetivo específico ........................................................................................... 13

3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 14

3.1 Controle, proteção e prevenção do projeto ...................................................... 16

3.2 Normas e Regulamentações ............................................................................ 19

3.3 Sistema de Segurança contra Incêndio ........................................................... 21

3.3.1 Prevenção contra incêndio ........................................................................ 21

3.3.2 Proteção contra incêndio ........................................................................... 21

3.3.2.1 Proteção passiva ................................................................................. 22 3.3.2.1.1 Acesso de viatura na edificação .................................................... 23 3.3.2.1.2 Separação entre edificações ......................................................... 24 3.3.2.1.3 Resistência ao fogo dos elementos de construção ....................... 24 3.3.2.1.4 Compartimentação ........................................................................ 25 3.3.2.1.5 Controle de materiais de acabamento e de revestimento ............. 25 3.3.2.1.6 Saídas de emergência .................................................................. 26 3.3.2.1.7 Sinalização de emergência ........................................................... 28

3.3.2.2 Proteção ativa ...................................................................................... 29 3.3.2.2.1 Iluminação de emergência ............................................................ 30 3.3.2.2.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio ................................... 31 3.3.2.2.3 Sistema de proteção por extintores de incêndio............................ 32 3.3.2.2.4 Sistema de hidrantes e mangotinhos ............................................ 34 3.3.2.2.5 Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) ............................. 38 3.3.2.2.6 Sistema de controle de fumaça ..................................................... 39 3.3.2.2.7 Sistema de proteção por espuma .................................................. 40 3.3.2.2.8 Brigada de incêndio ....................................................................... 41

3.3.3 Plano de Segurança contra Incêndio ......................................................... 41

4. MÉTODO DE PESQUISA ..................................................................................... 43

4.1 Local selecionado ............................................................................................ 43

4.2 Etapas do estudo de caso ................................................................................ 44

4.2.1 Etapa I ....................................................................................................... 45

4.2.2 Etapa II ...................................................................................................... 46

4.2.2.1 Classificação quanto à ocupação ........................................................ 46 4.2.2.2 Classificação quanto à altura ............................................................... 47 4.2.2.3 Classificação quanto à carga de incêndio ........................................... 47 4.2.2.4 Determinação das medidas de segurança contra incêndio ................. 48

4.2.3 Etapa III ..................................................................................................... 49

4.2.4 Etapa IV ..................................................................................................... 50

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 51

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5.1 Análise e identificação de pontos de não-conformidade .................................. 51

5.1.1 Acesso de viatura na edificação ................................................................ 51

5.1.2 Segurança estrutural contra incêndio ........................................................ 51

5.1.3 Controle de materiais de acabamento ....................................................... 52

5.1.4 Saídas de emergência ............................................................................... 52

5.1.5 Brigada de incêndio ................................................................................... 53

5.1.6 Iluminação de emergência ......................................................................... 54

5.1.7 Alarme de incêndio .................................................................................... 54

5.1.8 Sinalização de emergência ........................................................................ 55

5.1.9 Extintores de incêndio ................................................................................ 56

5.1.10 Hidrantes e mangotinhos ......................................................................... 56

5.2 Regularizações propostas ................................................................................ 58

6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 60

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61

ANEXOS ................................................................................................................... 65

APÊNDICES...............................................................................................................75

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1. INTRODUÇÃO

Devido à grandes incêndios na década de 70 e 80, gerou no Brasil um

aumento da preocupação em criar normas e legislações para que as edificações se

tornassem mais seguras. Portanto, percebe-se que a procura por segurança contra

o incêndio deve-se mais por questões circunstanciais do que pela conscientização

(BRENTANO, 2010).

O acidente na boate Kiss na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,

em janeiro de 2013 deixando 242 pessoas mortas, foi o suficiente para mostrar o

quão prejudicial pode ser quando uma edificação está fora de conformidade em

relação às normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros (MARTINS et al., 2014).

Pensando na segurança dos indivíduos e do patrimônio, cada um dos

Estados do Brasil possui regras específicas em composição com as Normas

Técnicas e Resoluções do Corpo de Bombeiros voltadas à preparação e construção

de um projeto cujo objetivo é o de prevenir a ocorrência de um incêndio, dentre

estas regras destaca-se a lotação máxima, número de saídas de emergência,

proteção por extintores, detecção de fumaça, entre várias outras.

Segundo Ono (2004), uma edificação pode ser considerada segura quando a

probabilidade da ocorrência de incêndio é baixa e, em caso de incêndio, a

probabilidade de conter o seu avanço e todas os ocupantes escaparem com vida é

alta.

Todas as ações voltadas especificamente no controle, combate ou prevenção

de incêndios são pensadas na vida humana, e de modo secundário no patrimônio. A

construção de um prédio e/ou edificação será considerada mais segura com o dever

ético das pessoas responsáveis pela confecção e construção do projeto, para isso

será necessário o cumprimento das exigências legais (FILHO, 2016).

Para Filho (2016), a segurança contra incêndios é o conjunto de práticas

destinadas a reduzir os danos causados pelo incêndio. As medidas de segurança

contra incêndio incluem ações que se destinam a prevenir a ignição de um incêndio

não controlado, além daquelas que são fundamentais para limitar a propagação e os

efeitos de um incêndio depois que se seu início.

Um plano de segurança contra incêndio é composto pelas medidas de

segurança e é exigido pela legislação em âmbito municipal, estadual e federal. O

proprietário do edifício, juntamente com um engenheiro, é responsável pela

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elaboração de um plano de segurança contra incêndios baseado nas exigências das

normas e instruções técnicas vigentes para a edificação em questão. Ao fim da

elaboração, o plano de segurança deve ser analisado e aprovado pelo Corpo de

Bombeiros.

O plano de segurança contra incêndios é importante e muito útil para os

bombeiros, pois, lhes permite ter conhecimento de informações críticas sobre a

construção. Tais informações podem ser utilizadas para que os bombeiros possam

localizar e evitar perigos potenciais, tais como áreas de armazenamento de

materiais perigosos, e produtos químicos inflamáveis.

Ter a posse do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, conhecido

como Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), além de comprovar que a

edificação é segura contra incêndio, é importante para as indústrias, que cada vez

mais estão sendo cobradas pelos clientes, principalmente multinacionais; também é

relevante para as seguradoras, que cobram taxas mais elevadas pelo ausência do

AVCB; e também para a obtenção do alvará de funcionamento para os casos de

edificações de reunião de público (DIAS e BEMFICA, 2013).

Este tema tem ainda mais relevância quando se trata de um ambiente

escolar, como por exemplo, a Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena, onde

estudam por volta de 2.000 alunos e 300 funcionários, pois são muitas vidas

envolvidas e sob responsabilidade da instituição.

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2. OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho é propor a regularização das medidas

de prevenção e proteção contra incêndio da Área 1 da Escola de Engenharia de

Lorena.

2.2 Objetivo específico

Como objetivos específicos foram escolhidos os seguintes:

• Analisar as medidas de prevenção e proteção contra incêndio

existentes na Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena;

• Comparar com as medidas de segurança contra incêndio exigidas pela

legislação vigente no estado de São Paulo (Decreto Estadual

56.819/11 e suas instruções técnicas);

• Apontar as adequações necessárias para atendimento da legislação.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O incêndio é um fogo com rápida oxidação de material exotérmico ou de

processos químicos de combustão que libera calor e luz. Em certo ponto da reação

de combustão chamado ponto de ignição são produzidas as chamas. A chama é a

parte visível do fogo, ou seja, as chamas consistem principalmente em dióxido de

carbono, vapor de água, oxigênio e nitrogênio, e se quente o suficiente, os gases

podem se ionizar para produzir plasma (CBMES, 2016).

Para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES),

todo incêndio é um fogo, porém nem todo fogo é um incêndio. O fogo só se torna

incêndio quando se perde o controle sobre o mesmo.

O incêndio em sua forma mais comum resulta em fogo que tem o potencial de

causar danos físicos e/ou materiais através da sua queima. Esse fogo é um

processo importante que afeta sistemas ecológicos ao redor do globo terrestre. O

fogo possui efeitos positivos que incluem o estimulo e crescimento de vários

sistemas ecológicos (BRENTANO, 2010).

Por sua vez, os seus efeitos negativos incluem perigo para a vida humana,

poluição atmosférica e contaminação da água. Se o fogo remove a vegetação

protetora, as chuvas fortes podem conduzir a um aumento na erosão do solo pela

água. Também, quando a vegetação é queimada, o azoto que contém é libertado

para a atmosfera, ao contrário de outros elementos (potássio e fósforo) que

permanecem nas cinzas e são rapidamente reciclados no solo, essa perda de

nitrogênio causada pelo incêndio produz uma redução de longo prazo na fertilidade

do solo que só lentamente se recupera quando o nitrogênio vai se fixando

novamente no solo (SEITO et al., 2008).

Os incêndios começam quando um material inflamável ou combustível entra

em combinação com uma quantidade suficiente de oxidante tal como gás oxigênio

ou outro composto rico em oxigênio (embora existam oxidantes não oxigenados),

essa exposição a uma fonte de calor ou temperatura ambiente acima do ponto de

inflamação para a combustão é capaz de manter uma taxa de oxidação rápida que

produz uma reação em cadeia, a esse fenômeno dá-se o nome de fogo. O fogo não

pode existir sem todos esses elementos no lugar e nas proporções certas

(SCHRADER, 2010).

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Caso venha a ocorrer um incêndio o primeiro passo dado na operação de

combate a incêndio é o reconhecimento da origem do incêndio, identificação dos

riscos para que o plano de combate seja iniciado. Alguns incêndios podem ser

extintos por água, ou oxidante de inibição química da chama.

Os incêndios são classificados pelos tipos de combustível que queimam.

Classe A: os incêndios de classe A se originam de combustíveis comuns, como madeira, papel, lixo ou qualquer outra coisa que deixe uma cinza. A água funciona melhor para extinguir um incêndio de Classe A; Classe B: os incêndios são alimentados por líquidos inflamáveis ou combustíveis, tais como óleo, gasolina e outros materiais similares. Os efeitos de isolamento que empobrecem o suprimento de oxigênio funcionam melhor para extinguir incêndios Classe B; Classe C: os incêndios de Classe C são elétricos-energizados, e seu controle exige sempre desenergizar o circuito, em seguida, pode-se utilizar um agente de extinção não condutor, como dióxido de carbono; Classe D: os incêndios são incêndios metálicos de combustíveis, aqui as principais fontes são o magnésio e o titânio. Uma vez que um metal se acenda, não se recomenda a utilização de água na tentativa de extingui-la. Use apenas um agente extintor de pó seco. Os agentes em pó seco funcionam sufocando e absorvendo o calor; Classe K: os incêndios são incêndios que envolvem óleos de cozinha, gorduras ou gorduras animais e podem ser extintos usando um extintor de classe K (cuja composição é de bicabornato de potássio ou sódio e um agente úmido) (CAMILO JR, 2014, p. 56).

Com as chamas iniciadas, deve ocorrer uma reação em cadeia em que os

incêndios podem sustentar o seu próprio calor através da libertação adicional de

energia térmica no processo de combustão, esse evento pode se propagar, desde

que haja um fornecimento contínuo de oxidante e combustível. Se o oxidante é o

oxigénio do ar circundante, a presença de uma força de gravidade, ou de alguma

força semelhante causada pela aceleração tal evento pode fazer com que o fogo se

propague com maior facilidade, nesse caso, para combater a sua propagação é

necessário a produção de convecção, o que remove os produtos de combustão e

traz um fornecimento de oxigénio que pode ser utilizado para controle do fogo

(BRENTANO, 2010).

Sem gravidade um fogo rapidamente rodeia-se com seus próprios produtos

de combustão e gases não-oxidantes do ar que excluem o oxigênio e extinguem o

fogo. Naturalmente, isto não se aplica se o oxigênio for fornecido ao fogo por algum

processo diferente da convecção térmica (FDE, 2009).

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De acordo com Ferrari (2009 apud STOCKMANN, 2012), o fogo pode ser

extinto removendo qualquer um dos seus elementos principais que são: combustível,

comburente e calor.

Por outro lado, o fogo é intensificado pelo aumento da taxa global de

combustão. Alguns métodos são utilizados para equilibrar a entrada de combustível

e oxidante em proporções estequiométricas, aumentando a entrada de combustível

oxidante nesta mistura para torna-la equilibrada e capaz de aumentar a temperatura

ambiente para que o calor do fogo forte o suficiente para sustentar a combustão.

A capacidade de controlar o fogo trouxe grandes mudanças nos hábitos dos

seres humanos. Com o fogo é possível criar calor e gerar luz para diferentes tipos de

finalidades, assim, é possível cozinhar alimentos, aumentando simultaneamente a

variedade e a disponibilidade de nutrientes, reduzindo doenças, matando os

organismos nos alimentos, e permitindo melhora na qualidade de vida das pessoas

(ARAÚJO, 2007 apud STOCKMANN, 2012).

3.1 Controle, proteção e prevenção do projeto

O calor produzido também ajudara as pessoas a permanecerem quentes do

frio, permitindo-lhes viver com melhor qualidade em áreas com baixas temperaturas.

O fogo também pode manter predadores noturnos afastados de certas áreas, e seu

uso tornou-se progressivamente mais sofisticado, com ele sendo usado para criação

de carvão e/ou para controle da vida selvagem (CAMILO JR, 2014).

Um incêndio é capaz de provocar queimaduras graves nos seres humanos,

como também pode danificar a natureza e matar os animais. No entanto, com o

crescimento da população, o desmembrar da natureza tem causado impacto no

aquecimento do clima, com isso, a superfície da Terra mais propensa a incêndios

cada vez maiores desastrosos, e esses incêndios prejudicam os ecossistemas e,

causam problemas de saúde (SILVA, 1998).

Schrader (2010) ensina que existem certos tipos de extintores propícios para

cada classe de incêndio, conforme ilustra o Quadro 1.

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Quadro 1 - Classes de incêndio e tipos de extintor

CLASSES DE INCÊNDIO

TIPO DE EXTINTOR

ÁGUA ESPUMA CO2 Pó BC Pó ABC

A

Papel Madeira Tecidos Borracha Fibras

SIM SIM NÃO NÃO* SIM

B

Gasolina Querosene Óleo Solventes GLP

NÃO SIM SIM SIM SIM

C Equipamentos Elétricos Energizados

NÃO Conduz corrente

NÃO Conduz corrente

SIM SIM SIM

D

Pó de alumínio Magnésio Zircónio Potássio Titânio

NÃO Pode provocar

explosão

NÃO Pode provocar

explosão NÃO NÃO* NÃO

K Óleo Gordura NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO**

* Existem pós especialmente indicados para a Classe "D" podendo ainda ser utilizado como alternativa grafite, limalha e de ferro ou areia seca. ** Fogo pode ser extinguido por unidade extintora não muito utilizada, Classe “K”.

Fonte: SCHRADER, 2010.

A prevenção de incêndio se destina a reduzir as fontes de ignição, e também

orientar as pessoas como evitar a causar princípios de incêndios. Em edifícios e

escolas, muitas vezes ocorrem a realização de ensaios visando informar e preparar

os cidadãos sobre como reagir a uma situação de incêndio (CAMILO JR, 2014).

Segundo Pereira e Popovic (2007), a construção de prédios comerciais e

residenciais, assim, como de certos espaços e/ou modelos exigem a proteção contra

incêndio de moto passivo com sistemas ativos visando proteção e redução dos

danos resultantes de um incêndio.

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A forma mais comum e rápida de proteção contra incêndio ativa é através de

extintores de incêndio. Para maximizar a proteção contra incêndios de modo passivo

em edifícios, materiais de construção são testados para resistência ao fogo,

combustibilidade e inflamabilidade. Quando a prevenção de incêndios e a proteção

não conseguir evitar danos, o seguro de incêndio pode amenizar eventuais prejuízos

financeiros (CAMILO JR, 2014).

O objetivo da prevenção de incêndio é educar o público a tomar precauções

para evitar incêndios potencialmente nocivos. Este é um método proativo de redução

de emergências aos danos causados por incêndios. Durante a ocorrência de um

incêndio os bombeiros serão responsáveis pelo seu controle e extinção. Após, a

ocorrência de um incêndio, diferentes métodos de restauração e medidas são

usados dependendo do tipo de dano de fogo que ocorreu, e sua restauração, após,

o dano deve ser realizado por equipes especialistas em construção e manutenção

do projeto (CAMILO JR, 2014).

Um projeto deve ter seu início, meio e fim bem definidos. Também concluímos

que para ser caracterizado um projeto, o mesmo deve resultar em algo exclusivo,

novo, diferente do que já exista, ou seja, o projeto é entendido como sendo o

mecanismo que irá proporcionar que determinado projeto seja executado para

fornecer uma atividade ou um produto (VALERIANO, 2005).

A administração de projetos é o ramo da Administração que visa analisar o

planejamento e controle dos projetos a serem realizados. Administrar um projeto

significa planejar a sua execução antes de iniciá-la e acompanhar a sua execução.

O PMBOK cita que um projeto é um empreendimento único, com início e fim definidos e se utiliza de recursos limitados. Sua condução é feita e cima de metas e objetivos pré-definidos, inclusive com relação ao tempo gasto neste empreendimento (VALERIANO, 2005, p. 67).

O planejamento do projeto visa o estabelecimento de metas e objetivos, a

definição das tarefas a serem realizadas e o sequenciamento das tarefas baseadas

nos recursos necessários e disponíveis. Um projeto bem-sucedido é aquele que

termina dentro do prazo e orçamento previstos e dentro das especificações técnicas

previstas. Para se conseguir conduzir um projeto com sucesso, há que se

conhecerem bem suas próprias características, assim como as da organização onde

o mesmo está inserido (XAVIER; XAVIER, 2013).

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A gerência de projetos é um ramo das ciências gerenciais que trata do

planejamento e controle de projetos. Ainda, gerenciar um projeto significa,

resumidamente, planejar a sua execução antes de iniciá-la e, a seguir, acompanhar

a sua execução. No planejamento do projeto, são estabelecidas metas, o escopo é

definido, as tarefas a serem realizadas são identificadas, o seu sequenciamento é

estabelecido (BRENTANO, 2010).

Por isso, qualquer projeto pode ser desenvolvido pelo profissional chamado

de gerente de projeto, cuja função é gerir o progresso do empreendimento através

de variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito). Desta forma, seu objetivo geral é

proporcionar que as falhas inerentes aos processos sejam minimizadas. Portanto,

cabe ao gerente de projeto a tarefa de cumprir o objetivo estabelecido pelo cliente,

utilizando seus conhecimentos a fim de executar o projeto da melhor maneira

possível a fim de contornar quaisquer riscos durante sua execução (VALERIANO,

2005).

O gerenciamento de projetos é: planejamento, organização, direção e controle

de recursos organizacionais de determinado empreendimento, deve-se levar em

conta o tempo despendido, custo e desempenho na execução. Todo conhecimento

adquirido pelo gerente será importância para se chegar à melhor conclusão para

desenvolvimento do projeto (XAVIER; XAVIER, 2013).

Dentro do gerenciamento de projetos temos grupos especializados com a

tarefa de planejar, executar, fazer, verificar e agir, com objetivos de iniciar e finalizar

determinado projeto. Importante ressaltar que o Guia PMBOK descreve como se

dará o processo de gerenciamento dispondo de forma organizada como se dará a

construção do conhecimento. Na execução do projeto é possível acompanhar todas

as informações, como por exemplo, suas características, quais técnicas serão

empregadas entre outras. O Gerenciamento de projetos pode ser aplicado a

qualquer tipo de empreendimento, independente do porte, prazo ou orçamento.

3.2 Normas e Regulamentações

No Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa através da Lei

Complementar nº 1.257, de 06 de janeiro de 2015, determinou que todas as

edificações e áreas de risco, com exceção das edificações de uso residencial

unifamiliares, devem atender as exigências do Regulamento de segurança contra

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incêndio, elaborado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São

Paulo (CBPMESP), que está atualmente em vigor, o DE Nº 56.819 de 10 de março

de 2011. Por sua vez, é de responsabilidade do CBPMESP regulamentar, analisar e

vistoriar as medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco.

O DE atual possui 44 Instruções Técnicas (ITs), onde aborda com muito

detalhe cada medida de segurança contra incêndio para as edificações atuais.

Porém, a IT 43/2011 aborda especialmente as condições e as adaptações exigidas

para as edificações já existentes no momento da publicação deste decreto, desde

que as mesmas atendam à legislação vigente na época em que foram construídas.

No entanto, sabe-se que muitas edificações por ventura passam ilesas das

tais vistorias e estão em funcionamento sem possuir o Auto de Vistoria do Corpo de

Bombeiros (AVCB), o que pode colocar em risco a vida de muitas pessoas que as

frequentam.

O prazo de validade do AVCB é de 3 anos. Ao fim desses 3 anos, o AVCB

deve ser atualizado ou substituído. A atualização se encaixa para os casos onde não

houve grandes ampliações de área a ponto de ser necessário o redimensionamento

dos sistemas de proteção contra incêndio. Caso contrário, deve ser feito a

substituição do projeto de AVCB. É importante lembrar que as empresas que

possuem a certificação ISO 14001 tem a vantagem de requisitar a prorrogação da

validade do AVCB de 3 para 4 anos.

Na legislação federal, a Norma Regulamentadora n.º 23 – Proteção Contra

Incêndios e também Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) estão em vigor e devem ser obedecidas em todo território nacional.

Vale ressaltar que os municípios também podem ter suas próprias normas

regulamentadoras, como por exemplo código de obras e/ou edificações, elaboradas

pela Câmara Municipal e que têm a mesma força obrigatória que a lei federal e

estadual, porém é importante salientar que essas normas não podem e não devem

ser conflitantes com as normas de âmbito federal e estadual, sendo que a lei federal

prevalece devido ao princípio de hierarquia (ARAÚJO, 2012).

21

3.3 Sistema de Segurança contra Incêndio Segundo Ono (2004), as medidas de segurança contra incêndio podem ter

caráter preventivo e de proteção, assim como todas as medidas de segurança. Ela

própria define essas medidas conforme abaixo:

As medidas de prevenção de incêndio são aquelas associadas ao elemento precaução contra o início do incêndio e se destinam, exclusivamente, a prevenir a ocorrência do início do incêndio, ou seja, controlar o risco de início de incêndio. As medidas de proteção contra incêndio são aquelas destinadas a proteger a vida humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do incêndio que já se desenvolve no edifício. São necessárias ao sistema global de segurança contra incêndio, na proporção em que as medidas de prevenção venham a falhar, permitindo o surgimento do incêndio. Estas medidas compõem os seguintes elementos do sistema global: limitação do crescimento do incêndio; extinção inicial do incêndio; limitação de propagação do incêndio; precaução contra a propagação entre edifícios; evacuação segura do edifício; precaução contra o colapso estrutural; e rapidez, eficiência e segurança das operações de combate e resgate (ONO, 2004).

3.3.1 Prevenção contra incêndio

Conforme Ono (2004), pode-se concluir que a prevenção contra incêndio

envolve todas as medidas de segurança antes do início do incêndio, ou seja, “o

incêndio ocorre onde a prevenção falha” como afirma José Carlos Tomina,

superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndios da ABNT.

A prevenção pode ser feita através da educação pública, ou seja,

conscientizar as pessoas alertando sobre devidas precauções para que saibam

como agir em determinadas situações, seja no ambiente de trabalho ou pessoal.

Instalações elétricas bem isoladas e sistema de proteção contra descargas

atmosféricas (SPDA), conhecidos como para-raios, também são considerados

seguranças preventivas contra incêndio, pois previnem que haja a incidência da

fonte de calor que pode iniciar o incêndio (ONO, 2004).

3.3.2 Proteção contra incêndio

A proteção contra incêndio pode ser passiva ou ativa, sendo ambas de

mesma importância na tarefa de amenizar os danos causados após o início do

incêndio.

22

As medidas de proteção passiva incluem medidas que não necessitam

acionamento para o seu funcionamento, ou seja, são medidas de proteção

incorporadas ao edifício, desde sua estrutura à sua acessibilidade. (ONO, 2004).

Por sua vez, as medidas de proteção ativa basicamente são constituídas por

equipamentos e sistemas que necessitam de acionamento, manual ou automático,

para o seu funcionamento. Podem ser consideradas como medidas que

complementam às medidas passivas, e que diferente destas, não possuem

nenhuma função em situação de funcionamento normal das edificações (SEITO et

al., 2008).

É muito importante relevar que as medidas de proteção contra incêndio são

definidas a partir dos tipos de edificações e áreas de risco que são classificadas em

grupos de acordo com a sua ocupação e uso. Esses grupos são:

• A (Residencial);

• B (Serviço de hospedagem);

• C (Comercial);

• D (Serviço profissional);

• E (Educacional e cultura física);

• F (Local de reunião de público);

• G (Serviço automotivo e assemelhados);

• H (Serviço de saúde e institucional);

• I (Indústria);

• J (Depósito);

• L (Explosivo);

• M (Especial).

3.3.2.1 Proteção passiva Medidas de proteção passiva bem planejadas e implantadas de forma correta

é muito determinante para a segurança da edificação.

Evitar colapso na estrutura, impedir a propagação do incêndio para

edificações vizinhas e para outras compartimentações do próprio edifício em

chamas, possibilitar a saída dos ocupantes da edificação, facilitar o acesso de

viaturas do corpo de bombeiros e controlar a quantidade de materiais combustíveis e

23

inflamáveis no interior da edificação estão entre as principais medidas de proteção

passiva (ONO, 2004).

3.3.2.1.1 Acesso de viatura na edificação

A acessibilidade da viatura ao edifício é uma das medidas de segurança

exigidas para a grande maioria das edificações pelo CBPMESP que é de extrema

importância principalmente para a agilidade de ação dos agentes de combate ao

incêndio (CBPMESP, 2011).

A IT 06/2011 – Acesso de viatura na edificação e áreas de risco – define via

de acesso como “[...] arruamento trafegável para aproximação e operação dos

veículos e equipamentos de emergência juntos às edificações ou áreas de risco”, e

também especifica medidas como a largura e altura mínimas das vias e portões de

acesso. Para as vias de acesso é exigido uma largura mínima de 6m e suportar um

peso de 25 toneladas para suportar as viaturas. Já para o portão de acesso a

largura mínima é de 4m e a altura é de 4,5m, como ilustra a Figura 1.

Figura 1 - Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 06/2011.

24

3.3.2.1.2 Separação entre edificações O afastamento mínimo entre edificações é tratado na IT 07/2011 – Separação

entre edificações (isolamento de risco), o principal objetivo dessa medida de

segurança é evitar que a edificação em chamas gere incêndio em edificações

vizinhas através da radiação de calor, convecção de gases quentes ou transmissão

de chamas.

De acordo com a IT 07/2011, para realizar o cálculo da distância mínima entre

as edificações é necessário primeiramente determinar o grau de severidade dessas

edificações, que está relacionado à carga de incêndio presente no interior, e também

deve-se considerar a porcentagem de aberturas nas faixadas, como por exemplo,

janelas.

3.3.2.1.3 Resistência ao fogo dos elementos de construção

A resistência de um material em relação ao fogo é medida pelo tempo, em

minutos, que o mesmo pode suportar em meio a chamas de um incêndio sem perder

as características pela qual foi destinado a desempenhar, que, basicamente, é o de

suportar o peso da edificação (ROSA, 2010).

De acordo com a IT 08/2011 – Resistência ao fogo dos elementos de

construção – é necessário que as estruturas e compartimentações atendam aos

tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) para que em situação de incêndio

possam evitar um colapso estrutural e assim, os ocupantes da edificação tenham

tempo suficiente para evacuá-lo em segurança.

Como todas as outras medidas de segurança contra incêndio, o TRRF está

diretamente ligado ao tipo de ocupação da edificação, e está especificado de acordo

com a sua altura, como mostra tabela do Anexo A, sendo necessário a apresentação

de laudos e ensaios que comprovem a resistência dos materiais utilizados. Em

algumas situações de menor risco, o Corpo de Bombeiros isenta o edifício de

atender ao TRRF, porém essas situações estão especificadas na mesma IT.

25

3.3.2.1.4 Compartimentação

Há dois tipos de compartimentação, a compartimentação horizontal e a

compartimentação vertical. Entretanto, o objetivo essencial de ambas é o mesmo,

garantir que o incêndio permaneça somente no ambiente onde se iniciou. A

diferença é que a compartimentação horizontal impede essa propagação de incêndio

no pavimento em que está em chamas, já a compartimentação vertical impede a

propagação de incêndio para outros pavimentos (CAMI e BERGIANTE, 2014).

Segundo a IT 09/2011 – Compartimentação horizontal e compartimentação

vertical, os seguintes elementos construtivos ou de vedação fazem parte das

compartimentações:

• Paredes corta-fogo;

• Portas corta-fogo;

• Veladores corta-fogo;

• Registros corta-fogo (dampers);

• Selos corta-fogo;

• Cortina corta-fogo;

• Afastamento horizontal entre aberturas.

Também é importante relevar que existe um limite de área por

compartimentação para cada tipo de edificação, essa especificação é encontrada na

Tabela de área máxima de compartimentação da IT 09/2011.

3.3.2.1.5 Controle de materiais de acabamento e de revestimento

Além da importância da estrutura das edificações, também é necessário levar

em consideração os materiais de acabamento e revestimento para que, em caso de

incêndio, não ocorra a propagação de fogo e formação de fumaça, o que acaba

dificultando muito a visibilidade e pode ser letal.

Segundo a IT 10/2011 – Controle de materiais de acamamento e de

revestimento, o controle de material de acabamento e revestimento (CMAR) deve

ser exigido para pisos, paredes/divisórias, tetos/forros e coberturas.

Os materiais são divididos entre as classes I, II (A e B), III (A e B), IV (A e B),

V (A e B) e VI, de acordo com tabelas do Anexo C. No momento da compra de

26

algum material, o fornecedor tem a obrigação de fornecer um laudo comprovando a

classe desse material. Para atender ao CMAR exigido, o comprador deve se atentar

quais classes de materiais são permitidas para o tipo de utilização a qual vai ser

destinado.

O Quadro 2 apresenta as classes dos materiais permitidos para cada tipo de

edificação de acordo com a sua finalidade.

Quadro 2 - Classe dos materiais permitidos de acordo com a edificação

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 10/2011.

3.3.2.1.6 Saídas de emergência

Segundo Filho (2016), muitas vezes as saídas de emergência são ignoradas

em projetos para diminuição de custos, porém é uma medida de proteção

extremamente importante e determinante para toda que toda a população possa

abandonar a edificação em uma ocorrência de incêndio ou de pânico.

A IT 11/2014 – Saídas de emergência – estabelece requisitos mínimos para

dimensionar as saídas de emergência através de unidades de passagem (UPs),

sendo que as UPs dependem da abertura das portas de saídas de emergência

conforme a seguir:

• 80 cm, valendo por 1 unidade de passagem;

• 1 m, valendo por 2 unidades de passagem;

• 1,5 m, em duas folhas, valendo por 3 unidades de passagem;

• 2 m, em duas folhas, valendo por 4 unidades de passagem.

27

O Anexo D deste trabalho contém tabela fornecida pelo CBPMESP no DE,

que informa a capacidade de pessoas por UP de acordo com o tipo de ocupação da

edificação. As saídas de emergências são compostas por:

• Escadas e rampas;

• Rotas de fuga;

• Acessos ou corredores;

• Descarga;

• Elevadores de emergência.

Rotas de fuga são fundamentais para que os ocupantes da edificação possam

chegar até as portas de emergência e, posteriormente, ao exterior da edificação.

Assim como as portas de emergência, as rotas de fugas devem atender larguras

mínimas e possuir iluminação de emergência (NBR 9077, 2001).

Outro fator importante para as rotas de fuga é que devem obedecer ao limite

das distâncias percorridas para atingir um local de relativa segurança, como por

exemplo, espaço livre exterior, área compartimentada com acesso ao espaço livre

exterior, área de refúgio e outros. A IT 11/2014 fornece a tabela apresentada no

Anexo E, com as distâncias máximas de caminhamento e mostra que podem ser

encurtadas mediante a presença de proteção por chuveiros automáticos e/ou

detecção de fumaça.

As portas de saídas de emergência, em ambientes com capacidade maior

que 100 pessoas, devem abrir no sentido do trânsito de saída e, para locais de

reunião de público, devem possuir barra antipânico, como a saída de emergência da

Figura 2 (IT 11/2014).

28

Figura 2 - Porta de saída de emergência com barra antipânico

Fonte: Arquivo pessoal

3.3.2.1.7 Sinalização de emergência

A sinalização de emergência é composta por sinais visuais instalados em

locais convenientes ao longo das rotas de fuga até às portas de saída de

emergência, com o objetivo do sucesso da evacuação da edificação de todos os

ocupantes em situações de emergência (FILHO, 2016).

Na IT 20/2011 – Sinalização de emergência – encontra-se todos os tipos de

especificações para as placas de sinalização de emergência, como material da

placa, cor, dimensão, posição de instalação, simbologia e locais onde há

necessidade de instalação.

Existem 4 tipos de sinalização de emergência básica:

• Sinalização de proibição;

• Sinalização de alerta;

• Sinalização de orientação e salvamento;

• Sinalização de equipamentos.

Com o intuito de demonstrar exemplos, o Quadro 3 apresenta apenas uma

parte das simbologias das sinalizações de emergência da IT 20/2011 foi

acrescentado ao presente trabalho devido sua grande extensão.

29

Quadro 3 - Simbologia de Orientação e Salvamento

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 20/2011.

3.3.2.2 Proteção ativa

Os principais objetivos da proteção ativa é primeiramente detectar

rapidamente o início do incêndio, alertar aos ocupantes da edificação e, por último e

mais importante, combater o incêndio. Segundo o CBPMESP, os principais

30

equipamentos e sistemas de proteção ativa e suas respectivas Instruções Técnicas

(ITs) são:

• Sistema de iluminação de emergência – IT 18/2011;

• Sistema de alarme manual de incêndio (botoeiras) – IT 19/2011;

• Sistema automático de detecção e alarme de incêndio – IT 19/2011;

• Sistema de proteção por extintores de incêndio – IT 21/2011;

• Sistema de hidrantes e mangotinhos – IT 22/2011;

• Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) – IT 23/2011;

• Sistema de controle de fumaça – IT 15/2011;

• Sistema de proteção por espuma – IT 25/2011;

• Brigada de incêndio – IT 17/2014.

Cada um desses sistemas citados acima é abordado individualmente nas ITs

do Decreto Estadual nº 56.819/2011, onde há especificações para os vários tipos de

edificações e ocupações. É importante relevar que as normas da ABNT também

tratam de todos esses sistemas.

3.3.2.2.1 Iluminação de emergência

A iluminação de emergência é uma das medidas de segurança mais

importante para o encaminhamento dos ocupantes ao exterior da edificação. É

bastante comum que em situações de incêndio ocorra o corte da alimentação de

eletricidade e, portanto, a dificuldade de encontrar a saída, para esses casos há as

iluminações de emergência que podem ser alimentadas por baterias ou

motogeradores. E segundo a NBR 10898 (1999), é obrigatório a presença da

iluminação de emergência em todas os caminhamentos que levam ao exterior da

edificação.

A IT 18/2011 – Iluminação de emergência – informa que a distância entre

pontos de iluminação não pode ultrapassar 15m e entre o ponto e a parede 7,5m,

mesmas distâncias exigidas pela ABNT na NBR 10898/99 – Sistema de iluminação

de emergência, que também exige que as luminárias tenham autonomia mínima de

funcionamento de 1 hora. A Figura 3 mostra uma luminária de emergência com as

especificações adequadas.

31

Figura 3 - Luminária de emergência

Fonte: Arquivo pessoal

O nível de iluminamento mínimo exigido pela IT 18/2011 é de 3lux (unidade

de iluminamento do Sistema Internacional) para locais planos e de 5lux para locais

com desníveis, como por exemplo escadas. Segundo a NBR 10898/99, em casos de

iluminação desfavorável em que haja necessidade da realização de teste para

verificação da iluminação de emergência e sua intensidade é necessário a

visualização de um corpo sólido com cor parecida com a do piso a uma distância de

5m.

3.3.2.2.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio

O sistema de detecção e alarme de incêndio, como o próprio nome sugere, é

o sistema que identifica o princípio de incêndio e consequentemente soa o alarme.

Os tipos de sistemas de detecção de incêndio automático mais utilizados são os

aparelhos que detectam fumaça, elevação da temperatura (calor) e chamas. Após

detectar o princípio de incêndio, deve-se ocorrer o acionamento de outros sistemas

de proteção de incêndio, como por exemplo os sistemas de chuveiros automáticos e

32

de espuma. Esse acionamento pode ser de maneira automática ou manual

(OLIVEIRA et. al., 2013).

É importante destacar que em alguns casos não é exigido a detecção

automática de incêndio, sendo somente necessário a instalação do sistema de

alarme e dos acionadores manuais (botoeiras). É comum que seja exigido a

detecção automática de incêndio em locais onde não há presença de pessoas, como

depósitos e subestações elétricas e também em edificações de grande porte.

A IT 19/2011 – Sistema de detecção e alarme de incêndio – determina que a

distância máxima a ser percorrida por uma pessoa até o acionador manual mais

próximo não deve superar 30m e também sugere que os acionadores manuais

sejam instalados próximos aos hidrantes.

A central de monitoramento também é um item importante exigido pela IT,

que deve ser instalada em local onde há pessoas 24 horas por dia. A central recebe

um sinal no instante em que é detectado o princípio de incêndio ou ocorrer o

acionamento manual do alarme e, rapidamente, se toma o conhecimento da

localização exata da ocorrência.

A Figura 4 ilustra uma botoeira, um detector de fumaça e uma sirene de

alarme.

Figura 4 - Botoeira, detecção de fumaça e alarme

Fonte: INSIDE ENGENHARIA, 2017.

3.3.2.2.3 Sistema de proteção por extintores de incêndio

O extintor de incêndio é uma das medidas de proteção mais comum e

utilizada há muito tempo, e estão presentes na grande maioria das edificações. É um

equipamento utilizado para combater rapidamente princípios de incêndios de menor

33

porte através de agentes extintores capazes de interromper a combustão (MAIA et

al., 2015).

Como mostrado na Quadro 1 – Classes de incêndio e tipos de extintor – deste

trabalho, os extintores podem ser à base de água, espuma, dióxido de carbono e

pós químicos, e, portanto, para cada um deles há uma classe de incêndio adequada

para a utilização.

Os extintores, que podem ser portáteis ou sobrerrodas, são classificados de

acordo com sua capacidade extintora, que indica o poder de combate ao incêndio.

Para edificações com cargas de incêndio mais elevadas exige-se que a capacidade

extintora também seja elevada (IT 21/2011).

Segundo a IT 21/2011 – Sistema de proteção por extintores de incêndio, cada

extintor deve estar lacrado, dentro do prazo de validade estabelecido pelo fabricante,

estar devidamente sinalizado de acordo com a IT 20/2011 – Sinalização de

emergência – e instalado de tal forma que o usuário não percorra uma distância

maior que a definida pelo Quadro 4:

Quadro 4 - Distâncias máximas de caminhamento em função do risco da edificação

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 21/2011.

Um exemplo de extintores de incêndio instalados de forma adequada e

devidamente sinalizados é ilustrado pela Figura 5.

34

Figura 5 - Extintores de incêndio

Fonte: SIG INCÊNDIO, 2016.

3.3.2.2.4 Sistema de hidrantes e mangotinhos

A rede de hidrantes e mangotinhos é muito importante para o combate ao

incêndio, principalmente quando o fogo já se alastrou e tomou grandes proporções,

pois a pressão da água proveniente desse sistema de proteção é alta, portanto

possui vazões bastante elevadas capaz de lançar jatos de água à longas distâncias.

A rede é formada por tubulações fixas, subterrâneas ou não, que leva a água da

fonte aos hidrantes instalados em posições estratégicas (BECKER, 2005).

Diferentemente dos extintores, hidrantes e mangotinhos são de uso exclusivo

do Corpo de Bombeiros e brigadistas, que são devidamente habilitados e treinados

de acordo com a IT 17/2014 – Brigada de Incêndio, pois o seu manuseio não é

simples e pode oferecer riscos ao operante.

A IT 22/2011 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a

incêndio – informa todas as especificações e cálculos necessários e suficientes para

se obter o dimensionamento do sistema capaz de garantir o funcionamento de toda

a rede de hidrantes, que consiste na determinação do caminhamento das tubulações

e diâmetros. A mesma IT também exige o cálculo da bomba de incêndio que deve

ser realizado a partir dos dois hidrantes mais desfavoráveis em relação a bomba, ou

seja, os hidrantes que necessitam de uma vazão maior da bomba para que atendam

a vazão mínima exigida pelo Corpo de Bombeiros e atinjam toda a área das

edificações.

35

Um hidrante pode ser simples ou duplo, sendo que o simples possui apenas

uma expedição, vulgarmente conhecido como boca, e o duplo possui duas

expedições. Já o número de tipos de sistemas de proteção por hidrantes ou

mangotinhos é maior devido a possibilidade de variações, como diâmetro do

esguicho e da mangueira, vazão e pressão, conforme determina o Quadro 5:

Quadro 5 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 22/2011

O Quadro 6 contém os tipos de sistemas e o volume mínimo da reserva de

incêndio (RI) adequada para cada tipo de edificação de acordo com o grupo de

ocupação:

36

Quadro 6 - Tipos de sistemas e volume mínimo da reserva de incêndio

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 22/2011

Além disso, é importante relevar também que cada ponto de hidrante ou

mangotinho deve atender os seguintes pontos:

• Dispor de um abrigo que contenha mangueiras com comprimento

mínimo de 30m, um esguicho e chave storz por boca de hidrante;

• Estar devidamente sinalizado de acordo a IT 20/2011 – Sinalização de

emergência;

• Quando interno à edificação, não devem distanciar mais de 5m da

porta;

• Não devem estar posicionados em escadas ou antecâmaras de

fumaça;

• Pontos de tomada de água devem estar posicionados de 1,0m a 1,5m

de altura do piso;

• Em hipótese alguma estar com acesso obstruído.

Na Figura 6 encontra-se um ponto de hidrante duplo devidamente sinalizado e

um abrigo.

37

Figura 6 - Hidrante duplo e abrigo

Fonte: EXTINCENTER, 2017.

A Figura 7 mostra o funcionamento de um hidrante duplo durante uma vistoria

realizada pelo CBPMESP em uma indústria da região do Vale do Paraíba.

Figura 7 - Funcionamento de hidrante duplo em teste para Vistoria do CBPMESP

Fonte: Arquivo pessoal

38

3.3.2.2.5 Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers)

O sistema de proteção por chuveiros automáticos é um sistema que é

acionado no instante em que é detectado o princípio de incêndio e, assim, grande

quantidade de água é jogada no local detectado em forma de dilúvio. Essa detecção

pode ser feita através de sensores de fumaça, que funcionam por meio de regiões,

ou seja, quando detectado todos os chuveiros do ambiente são acionados; outra

forma do acionamento de um chuveiro pode ser feita pelo próprio chuveiro, quando o

mesmo possui um sensor de temperatura, neste caso somente o chuveiro que

detectou o aumento da temperatura é acionado (BRENTANO, 2010).

Assim como o sistema de hidrantes e mangotinhos, o sistema de chuveiros

automáticos deve atender uma vazão mínima no chuveiro mais desfavorável e deve

ser dimensionado através de cálculos hidráulicos. O CBPMESP exige que quando

apresentado, o sistema deve conter desenhos com todo o caminhamento da

tubulação até o abastecimento de água.

Para os casos em que é exigido o sistema de chuveiros automáticos

juntamente com o sistema de hidrantes e mangotinhos deve-se certificar que a

bomba de incêndio fornecida para o abastecimento da rede de hidrantes também

seja suficiente para atender as vazões requeridas para o sistema de chuveiros

automáticos, segundo a IT 23/2011 – Sistema de chuveiros automáticos.

A Figura 8 mostra um sprinkler do tipo upright, que é acionado quando altas

temperaturas, que são predeterminadas pelo fabricante, aquece e faz com que o

fluído contido no interior da ampola de vidro se expanda, quebrando-a, ocorrendo a

liberação de água.

39

Figura 8 - Sprinkler do tipo upright

Fonte: SOUZA, 2017.

3.3.2.2.6 Sistema de controle de fumaça

Vale ressaltar a importância dessa medida de proteção, pois em um ambiente

onde a fumaça está estocada, segundo Seito et al. (2008 apud STOCKMANN, 2012)

sua velocidade de espalhamento pode chegar a 2m/s e assim, a visibilidade é

totalmente afetada dificultando a evacuação do ambiente, além de ser tóxica para o

ser humano podendo levar a óbito.

Segundo a IT 15/2011 – Controle de fumaça, basicamente, o sistema de

controle de fumaça consiste na entrada de ar limpo e saída da fumaça. Existem três

tipos para que esse sistema aconteça, conforme mostra o Quadro 7.

Quadro 7 - Sistemas de introdução e extração de fumaça

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 15/2011 – Parte 1.

Portanto, a edificação pode ser projetada com aberturas de modo que haja

entrada e saída natural de ar, fazendo com que, em casos de incêndios, a fumaça

seja extraída da edificação. É a maneira mais simples, porém se devidamente

40

calculada é extremamente eficaz. A segunda opção é a existência de aberturas para

a entrada natural de ar limpo e exaustores mecânicos para a extração de fumaça. A

última opção é quando o sistema é totalmente mecânico, ou seja, há exaustores

tanto para a entrada de ar quanto para extrair fumaça. Para os casos de uso de

exaustores, eles somente são acionados com a detecção de fumaça.

3.3.2.2.7 Sistema de proteção por espuma

O sistema de proteção por espuma é muito utilizado para combater grandes

incêndios oriundos de líquidos combustíveis e inflamáveis. Porém, não é eficiente

contra incêndios em água, gases e em equipamentos elétricos, pois a espuma é um

agente extintor que conduz corrente elétrica, de acordo com a IT 02/2011 –

Conceitos básicos de segurança contra incêndio.

Existem vários tipos de sistemas de proteção por espuma, que são

dimensionados de acordo com a necessidade na IT 25/2011 – Segurança contra

incêndio para líquidos combustíveis e inflamáveis. Levando em consideração a

mobilidade, esses sistemas podem ser:

• Fixos: O sistema fixo geralmente é utilizado em tanques de

armazenamento de combustíveis, onde a espuma é aplicada através

de câmaras fixas no interior dos tanques de maneira automática ou

semiautomática. Outro tipo de sistema fixo bastante utilizado é um

sistema semelhante ao sistema de chuveiros automáticos, comum em

hangares;

• Semifixos: São sistemas para auxiliar os sistemas fixos, utilizados na

parte externa dos tanques de combustíveis. São considerados

semifixos devido a espuma que alimenta esse sistema normalmente

ser originada por líquidos geradores de espuma (LGE), que são

reservatórios móveis, e que são conectados em um hidrante ou canhão

monitores, que são equipamentos fixos;

• Móveis: São sistemas totalmente independentes, como por exemplo

extintores de espuma e carretas.

41

3.3.2.2.8 Brigada de incêndio

A ação dos brigadistas em um incêndio é de muita importância, pois são eles

que auxiliam na prevenção, e em caso de incêndio, no abandono da edificação e no

combate inicial do incêndio antes da chegada do Corpo de Bombeiros. Portanto,

cada um deles passa por um treinamento especializado, onde aprendem a

manusear os sistemas de proteção contra incêndio e analisar cada situação para

tomarem as decisões cabíveis (FILHO, 2016).

Ser alfabetizado, conhecer as instalações das edificações da planta e possuir

uma boa forma física são alguns dos pré-requisitos para poder se candidatar à vaga

de brigadista de acordo com a IT 17/2014 – Brigada de incêndio.

A brigada de incêndio deve ser composta pelos brigadistas, e dentre os

brigadistas deve ser escolhido um líder, responsável por um determinado setor; um

chefe da edificação ou do turno e um coordenador geral, responsável por todas as

edificações que compõem uma planta (IT 17/2014).

O dimensionamento da brigada de incêndio deve ser feito consultando a

Tabela A.1 presente no Anexo A, da IT 17/2014, do DE 56.819/2011.

3.3.3 Plano de Segurança contra Incêndio

Os objetivos principais do plano de segurança contra incêndio são minimizar o

risco de morte e reduzir a perda patrimonial. A rápida evacuação do edifício está

diretamente ligada à segurança e ao salvamento de vidas, por isso as rotas de fuga

e saídas de emergência devem receber o devido valor. A rápida evacuação e a

redução da perda patrimonial são consequências de um plano de segurança bem

elaborado e implantado (FILHO, 2016).

“[...] edificação segura é aquela que possui uma reduzida probabilidade de que um princípio de incêndio venha ocorrer, e caso ocorra, que exista uma alta probabilidade de que todos os seus ocupantes tenham suas vidas e integridade física preservadas [...]” (FILHO, 2016, p.18).

Para que uma edificação ou área de risco seja considerada segura contra

incêndios, aprovada pelo Corpo de Bombeiros e receba o AVCB, precisa-se elaborar

um plano de segurança contra incêndio que atenda as normas e exigências do

42

Corpo de Bombeiros, no caso do Estado de São Paulo, o regulamento que está em

vigor no ano de 2017 é o Decreto Estadual nº 56.819/2011.

Afim de elaborar um bom e consistente plano de segurança contra incêndio, o

desenvolvedor do projeto deve seguir à risca as instruções e classificações das

edificações presentes no DE. As edificações e áreas de risco são classificadas por

meio de tabelas quanto à ocupação, altura e carga de incêndio. Somente após a

classificação, é possível consultar as medidas de segurança contra incêndio

exigidas pelo CBPMESP e assim, elaborar o plano de segurança contra incêndio

adequado.

43

4. MÉTODO DE PESQUISA

Na elaboração desta monografia foi utilizado o método de estudo de caso.

Como parte fundamental para a realização do estudo de caso, antes foi feito uma

fundamentação teórica na literatura existente relacionada à segurança contra

incêndio, como artigos, livros, monografias e websites.

Segundo Fonseca (2002), um estudo de caso pode ser caracterizado como

um estudo de uma entidade bem definida com o intuito de investigação particularista

que visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”.

O estudo de caso é uma unidade de análise na pesquisa de caso. Pode ser

uma análise de uma história do passado ou atual, podendo usar diferentes casos da

mesma empresa para diferentes questões ou até mesmo a busca de um mesmo

problema para diferentes contextos na mesma empresa (VOSS et al., 2002).

O estudo de caso é uma espécie de histórico de um fenômeno, extraído de múltiplas fontes de evidências onde qualquer fato relevante à corrente de eventos que descrevem o fenômeno é um dado potencial para análise (MIGUEL, 2007).

As determinações e exigências obedecidas por este trabalho foram baseadas

no Decreto Estadual 56.819, publicado no dia 10 de março de 2011, que contém o

Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no

Estado de São Paulo, elaborado pelo CBPMESP.

O presente estudo de caso tem como principal objetivo propor regularizações

das medidas de segurança contra incêndio do local estudado. Com esse estudo de

caso, esperou-se alcançar resultados qualitativos, através da descrição de conceitos

e indicando as adequações necessárias para atendimento da legislação, e

resultados quantitativos, através dos dimensionamentos das medidas de proteção

contra incêndio, afim se ter um sistema de combate a incêndio eficiente.

4.1 Local selecionado

Foi proposto para esta monografia um estudo de caso, desenvolvido na mais

recente unidade de uma das universidades mais conceituadas do país. A Escola de

Engenharia de Lorena (EEL) é a única unidade da Universidade de São Paulo (USP)

44

localizada no Vale do Paraíba. Foi fundada em 1969 com o nome de Faculdade

Municipal de Engenharia Química (FAMENQUIL), porém ficou mais conhecida 2

anos mais tarde, em 1971, quando passou a ser chamada de Faculdade de

Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL). O grande sucesso em pesquisas

científicas, tais como o projeto de beneficiamento do Nióbio e a produção de álcool

como fonte de combustível, fez com que a FAENQUIL fosse reconhecida

nacionalmente. Até que em 2006, suas atividades foram transferidas para USP.

Atualmente a Área 1 da EEL conta com aproximadamente 2000 alunos, distribuídos

em 6 cursos de graduação, e 300 funcionários, incluindo docentes.

4.2 Etapas do estudo de caso

A princípio, foram realizados acompanhamentos e reuniões na faculdade

juntamente com o técnico de segurança do trabalho com o intuito de coletar

informações sobre os sistemas de segurança contra incêndio, e também com o

engenheiro civil projetista, onde foram apresentados os desenhos das plantas das

edificações da Área 1 da EEL e que foram de grande importância para o seguimento

da elaboração do estudo de caso.

A partir das informações coletadas com os profissionais funcionários da EEL

mencionados, o presente estudo de caso foi elaborado através das seguintes

etapas: I) Levantamento de dados da situação atual in loco e atualização dos

desenhos; II) Classificação da edificação e determinação do sistema de segurança

contra incêndio; III) Análise e identificação de pontos de não-conformidades; IV)

Sugestões de adequações.

Com o intuito de facilitar a visualização da ordem das etapas do estudo de

caso abordado neste trabalho, as etapas foram colocadas em um fluxograma como

mostra a Figura 9. O fluxograma foi baseado na ordem cronológica do DE

56.819/2011 para que fosse possível chegar aos resultados e às conclusões do

estudo de caso.

45

Figura 9 - Fluxograma das etapas do estudo de caso

Fonte: O autor, 2017.

4.2.1 Etapa I

A primeira ação tomada foi a realização do levantamento de dados in loco,

com o intuito de coletar todas as informações sobre a situação atual do local

estudado em relação às medidas de prevenção e proteção contra incêndio já

existentes. Onde, por meio do software AutoCAD, foi acrescentado aos desenhos

das plantas das edificações, as simbologias de itens de proteção contra incêndio,

como luminárias de emergência, extintores de incêndio, hidrantes, sistema de

alarme (botoeiras e sirene) em suas exatas posições. O objetivo desses desenhos é

auxiliar a visualização e compreensão da análise dos resultados e estão no

Apêndice C deste trabalho, composto por 7 folhas:

• Folha 1: Planta geral da EEL – Área 1 com a descrição do nome dos

prédios e a demarcação da área que são abordadas nas Folhas 2, 3, 4

e 5;

• Folhas 2, 3, 4, 5 e 6: Projeto técnico de segurança contra incêndio, que

contém a simbologia que representa as medidas de proteção contra

46

incêndio, tais como extintores, hidrantes, luminárias de emergência e

alarmes de incêndio. Os itens demarcados em cor vermelha

representam a situação atual das edificações, e os itens em cor azul

são os itens que são necessários para atendimento da legislação;

• Folha 7: Contém a área de abrangência do sistema de proteção por

hidrantes. Os círculos vermelhos representam a área protegida

atualmente, e os círculos azuis a área de proteção de hidrantes

propostos.

Para bom entendimento desses desenhos, os símbolos gráficos que

representam as medidas de proteção contra incêndio, além da legenda do próprio

Apêndice C (Folhas 1 a 7), existe o Anexo F, que traz os símbolos que foram

utilizados neste trabalho.

4.2.2 Etapa II

Esta etapa consistiu em classificar as edificações quanto à ocupação, à altura

e à carga de incêndio de acordo com D.E. 56.519/11, para que assim fosse possível

a determinação das medidas de proteção contra incêndio exigidas pela legislação.

4.2.2.1 Classificação quanto à ocupação

Para classificar uma edificação quanto à ocupação deve-se levar em

consideração o tipo de utilização a qual é destinada, ou seja, as atividades que nela

são realizadas. No caso da edificação estudada, sabe-se que é utilizada para fins

educativos à nível de segundo grau, Colégio Técnico de Lorena (COTEL), e terceiro

grau, Escola de Engenharia de Lorena (EEL).

Consultando a “Tabela 1 - Classificação das edificações e áreas de risco

quanto à ocupação” presente no Decreto Estadual 56.819/2011, é possível tirar a

conclusão que a edificação estudada é classificada como E-1.

47

4.2.2.2 Classificação quanto à altura

Segundo o Decreto Estadual Nº 56.819/2011, a altura da edificação é definida

como “[...] para fins de exigências das medidas de segurança contra incêndio, é a

medida em metros do piso mais baixo ocupado ao piso do último pavimento”.

Quando se trata de medidas de proteção contra incêndio, sabe-se que as

exigências são diretamente proporcionais à altura da edificação, ou seja, quanto

mais alta for a edificação maiores são as exigências do CBPMESP. No caso da EEL,

existem edificações do Tipo I (edificação térrea) e do Tipo II (edificação baixa H ≤

6m), como mostra o Quadro 8.

Quadro 8 - Classificação quanto à altura

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011, Tabela 2, p.11.

4.2.2.3 Classificação quanto à carga de incêndio

Para o cálculo da carga de incêndio de uma edificação, é levado em conta a

somatória da capacidade de liberação de calor de todos os materiais presentes

nesta edificação. Assim como a classificação quanto à altura, quanto maior for a

carga de incêndio da edificação maiores medidas de segurança contra incêndio são

exigidas.

No Anexo A da IT 14/2011 do DE 56.819/11, encontra-se a “Tabela de cargas

de incêndio específicas por ocupação” que contém os valores da carga de incêndio,

em megajoules (MJ) por metro quadrado (m²), específica por ocupação para os mais

variados materiais. Portanto, tira-se desta tabela que a carga de incêndio para

edificações E-1 é de 300MJ/m².

48

Após consultar a carga de incêndio, é possível classificar o grau de risco das

edificações em questão. Como pode-se verificar no Quadro 9, a EEL é considerada

como risco baixo (carga de incêndio ≤ 300MJ/m²).

Quadro 9 - Classificação de risco quanto à carga de incêndio

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011, Tabela 3, p.11.

4.2.2.4 Determinação das medidas de segurança contra incêndio

Após classificar a edificação, é possível, a partir da consulta ao D.E.

56.819/11, determinar as medidas de segurança contra incêndio exigidas pelo

CBPMESP para a edificação estudada.

O Quadro 10 é aplicável para edificações do grupo E e que possuam área

superior a 750m² ou altura superior a 12m. Tomando por conhecimento que as

edificações da EEL somam 22.064,68m² de área construída, portanto, as medidas

de segurança contra incêndio exigidas são: acesso de viatura na edificação;

segurança estrutural contra incêndio; controle de materiais de acabamento; saídas

de emergência; brigada de incêndio; iluminação de emergência; alarme de incêndio;

sinalização de emergência; extintores; hidrantes e mangotinhos.

49

Quadro 10 - Medidas de Segurança contra Incêndio

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011, Tabela 6E, p.17.

4.2.3 Etapa III

Tendo em mãos o levantamento da situação atual e quais são as

especificações dos itens exigidos pelo Corpo de Bombeiros, na terceira etapa foram

identificados os pontos de não-conformidades com a legislação, ou seja, que

necessitam de adequações. Juntamente com a identificação destes pontos, foi dado

uma justificativa individual dos motivos da não-conformidade.

50

4.2.4 Etapa IV

Baseado nas ITs do D.E. 56.519/11, a quarta etapa, é a sugestão de medidas

corretivas e melhorias dos itens que compõem o sistema de segurança contra

incêndio, com o intuito de passar a atender a legislação e, em caso de incêndio,

proteger a vida dos ocupantes da edificação e impedir que o fogo se propaga,

evitando maiores danos matérias e ambientais.

51

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Em conversa com um dos técnicos de segurança do trabalho da EEL, fui

informado que a faculdade não possui o (AVCB), ou seja, a EEL não possui o

Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros atestando a segurança contra

incêndio de suas dependências.

O Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo informa que o Corpo de

Bombeiros tem a permissão de solicitar vistorias técnicas sem aviso prévio e se

julgar necessário, emitir um comunicado ao Ministério Público solicitando o

impedimento de funcionamento da universidade, algo que seria muito prejudicial aos

alunos, professores e funcionários da EEL. Portanto, é de extrema importância a

identificação dos pontos de não-conformidade, ou seja, os pontos que não atendem

às normas dos CBPMESP e assim, propor soluções e melhorias.

5.1 Análise e identificação de pontos de não-conformidade

5.1.1 Acesso de viatura na edificação

De acordo com o subitem 5.1.1.4 da IT 06/2011, as dimensões mínimas do

portão de acesso devem ter 4m de largura e 4,5m de altura. A portaria da EEL

possui altura de 5m, está de acordo, porém, a largura é de 3,5m. Portanto, em

relação a largura, não atende ao requisito acesso da viatura na edificação.

5.1.2 Segurança estrutural contra incêndio

Consultando o Anexo A deste trabalho, determina-se que a estrutura das

edificações classificadas no grupo E (educacional e cultura física) e com altura

inferior ou igual a 6m deve suportar até 30 minutos de fogo.

As edificações estudadas são construídas de alvenaria, e segundo a “Tabela

de resistência ao fogo para alvenarias”, Anexo B, as paredes de alvenaria suportam

mais do que 30 minutos de fogo. Portanto, em relação à esta medida de proteção

contra incêndio a EEL está dentro das exigências.

52

5.1.3 Controle de materiais de acabamento

Apesar de ser uma medida de segurança obrigatória, a EEL não possui

nenhum tipo de controle de materiais de acabamento e revestimento.

5.1.4 Saídas de emergência

Para as edificações estudadas, de acordo com os Anexo D e E deste

trabalho, uma unidade de passagem (UP) tem capacidade para 100 pessoas e a

distância máxima a ser percorrida é de 50m para piso de descarga e de 40m para

demais andares. Nestes quesitos a faculdade está adequada.

Conforme subitem 5.5.4.6 da IT 11/2014, para locais de reunião de público

com capacidade maior do que 100 pessoas é obrigatório a existência de barra

antipânico nas portas de saídas de emergência.

Todas as saídas de emergência e rotas de fuga foram analisadas e foram

encontrados os seguintes pontos de não-conformidade:

• Auditório do prédio da graduação: Possui capacidade para 110

pessoas e as duas portas de saídas de emergência não possuem

barra antipânico.

• Restaurante universitário: Possui capacidade para 200 pessoas e as

três portas de saídas de emergência não possuem barra antipânico. As

portas atualmente são de correr lateralmente, além de possuir cadeiras

e mesas que dificultam o acesso à essas portas, como mostra a Figura

10:

53

Figura 10 - Porta de saída de emergência do Restaurante Universitário

Fonte: Arquivo pessoal

5.1.5 Brigada de incêndio

Existem 20 brigadistas dentro das dependências da EEL – Área 1, que

passaram por um treinamento básico e possuem certificado de aprovação, que foi

apresentado pelo técnico de segurança do local estudado.

Conforme explicado no subitem 3.3.2.2.8 deste trabalho, o dimensionamento

da brigada de incêndio deve ser feito consultando a Tabela A.1 presente no Anexo

A, da IT 17/2014, do DE 56.819/2011. Portanto, o cálculo é feito da seguinte forma:

• Escola em geral (divisão E-1 – risco baixo) com população fixa: 273

funcionários:

− População fixa até 10 pessoas = 4 brigadistas.

− População fixa acima de 10 pessoas = 273 (população fixa total) – 10 =

263/20 (mais um brigadista para cada grupo de 20 pessoas para risco

baixo) = 14 brigadistas.

− Número mínimo de brigadistas = 4 + 14 = 18 brigadistas.

Portanto, a brigada de incêndio da EEL – Área 1 está atendendo às normas.

54

5.1.6 Iluminação de emergência

Com exceção do Prédio de Conjunto Laboratorial (prédio novo) e da

expansão construída atrás do restaurante universitário, nenhuma das edificações da

área estudada atende às exigências da IT 18/2011. Existem poucas luminárias de

emergência e muitas estão quebradas, não respeitando o espaçamento máximo

permitido de 15m entre duas luminárias.

A Figura 11 mostra um ponto de iluminação de emergência do Prédio da

Graduação com a luminária sem funcionamento ou quebrada.

Figura 11 - Luminária de emergência quebrada

Fonte: Arquivo pessoal

5.1.7 Alarme de incêndio

Com exceção do Prédio de Conjunto Laboratorial (prédio novo) e da

expansão construída atrás do restaurante universitário, não há alarme de incêndio

nas edificações. Além de não existir uma central de monitoramento onde há pessoas

24h por dia.

55

5.1.8 Sinalização de emergência

Com exceção do restaurante universitário e de algumas sinalizações de

equipamentos (extintores), não foram encontradas sinalizações de alerta,

sinalizações de orientação e salvamento que auxiliam no balizamento de pessoas.

Das placas de sinalização existentes, muitas estão com a simbologia apagada.

A Figura 12 mostra uma parte da escada do Prédio de Conjunto Laboratorial

sem nenhuma sinalização de balizamento, além de não possuir iluminação de

emergência. E a Figura 13, um extintor de incêndio também sem sinalização.

Figura 12 - Escadas existentes no Prédio de Conjunto Laboratorial

Fonte: Arquivo pessoal

56

Figura 13 - Extintor sem sinalização

Fonte: Arquivo pessoal

5.1.9 Extintores de incêndio

Com poucas exceções, a grande maioria das edificações da EEL – Área 1

estão de acordo com às normas da IT 21/2011 em relação à quantidade de

extintores e respeitam a distância máxima de caminhamento, que é de 25m para

edificações consideradas com risco baixo, até o extintor mais próximo.

Porém, em relação à sinalização, alguns extintores não estão adequados

como foi mostrado na Figura 12, do subitem 5.1.8.

5.1.10 Hidrantes e mangotinhos

A EEL – Área 1 não tem toda a sua área coberta por hidrantes, o que é

obrigatório para as edificações que devem ter hidrantes e mangotinhos como

medida de proteção contra incêndio. A Folha 7, do Apêndice C deste trabalho,

mostra com círculos vermelhos a área que atualmente é abrangida pelos hidrantes,

e em círculos azuis a área que deve ser abrangida.

57

Conforme Quadro 6, da página 36 deste trabalho, para a área de estudo

(cerca de 22mil m²) poderia ser adotado o sistema de hidrante do Tipo 1 ou Tipo 2.

Os hidrantes existentes no local são do Tipo 2 e, portanto, devem ter reserva de

incêndio de no mínimo 35m³. No desenho da caixa d’água, mostrado no Apêndice A

deste trabalho, a parte hachurada representa a reserva de incêndio existente, com

volume de 30m³, portanto, não atende ao volume mínimo.

Atualmente, a pressão da rede de hidrantes é decorrente da pressão da altura

da caixa d’água, por volta de 25 m.c.a (metros de coluna de água) no ponto mais

favorável, ou seja, no ponto mais próximo da caixa d’água. Pela norma, a pressão

mínima no hidrante mais desfavorável deve ser de 30 m.c.a, como mostra o Quadro

5 apresentada no subitem 3.3.2.2.4 deste trabalho, na página 35.

Os poucos hidrantes existentes no ambiente estudado, não atendem às

exigências do CBPMESP. Foram encontrados hidrantes sem sinalização, abrigos

mangueiras, esguichos e chaves storz (utilizada para engate rápido) faltantes.

Um exemplo crítico da situação dos hidrantes na EEL é o hidrante no interior

da Biblioteca, local que reúne grande quantidade de alunos. Além de estar

posicionado à mais de 5m da entrada da edificação, o abrigo está vazio, como

mostrado na Figura 14.

58

Figura 14 - Hidrante e abrigo existentes na biblioteca da EEL

Fonte: Arquivo pessoal

5.2 Regularizações propostas

Após analisar as condições atuais das edificações da Área 1 da EEL em

relação às medidas de proteção contra incêndio exigidas, e identificar vários pontos

de não-conformidade, foram propostas medidas corretivas e melhorias para que

essas edificações passem a atender as normas do CBPMESP e, assim, serem

regularizadas. O Quadro Síntese, presente no Apêndice B deste trabalho, contém

todas as adequações propostas separadas por cada item observado, juntamente

com as irregularidades encontradas.

A Tabela 1, contém a quantidade necessária de cada item para que as

adequações possam ser realizadas.

59

Tabela 1 - Itens faltantes ITEM QUANTIDADE

Extintor de incêndio 28

Luminária de emergência 117

Botoeira e sirene (alarme) 40

Placa de sinalização de emergência 300

Hidrante e abrigo 36

Bomba de incêndio 1

Fonte: O autor, 2017.

Para a aquisição dos 28 extintores de incêndio recomenda-se que os

responsáveis façam uma pesquisa de mercado e se atentem à qualidade e ao tipo

dos extintores adequados para cada ambiente.

Para a instalação das 117 luminárias de emergência e dos 40 alarmes

(botoeiras e sirenes) é necessário um projeto das instalações elétricas para que haja

energia em todos os pontos de instalação.

Antes de realizar a compra das 300 placas de sinalização de emergência é

importante atentar-se às exigências para estas placas conforme explicado no

subitem 3.3.2.1.7 deste trabalho.

A instalação dos 36 hidrantes envolve também a instalação de toda a rede de

tubulação, podendo ser subterrânea ou não. Como foi concluído no subitem 5.1.10

deste trabalho que a pressão na rede de hidrantes é insuficiente, é necessário a

instalação da bomba de incêndio, porém, para isso, deve-se realizar todos os

cálculos de pressão para que seja possível dimensionar a potência da bomba.

60

6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do levantamento de todas as medidas de proteção existentes no local

e da verificação de quais medidas são exigidas pelas normas do Decreto Estadual nº

56.819/2011, pode-se afirmar que certamente as edificações e áreas de risco da

Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena não são consideradas seguras contra

incêndio e outras possíveis situações de emergências e, portanto, não teriam o

AVCB aprovado em uma hipotética vistoria.

É possível afirmar que seguindo todas as instruções, implementando as

propostas de regularização presentes neste trabalho e recebendo a devida atenção

e empenho por parte da direção e dos responsáveis pela instituição as edificações

da Área 1 da EEL passariam a ser regularizadas.

O fato do local estudado funcionar há décadas sem nunca ter tido um

histórico de incêndio não diminui a importância de possuir um plano de segurança

contra incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros. A implementação das

adequações e medidas de proteção contra incêndio propostas por este trabalho

pode salvar muitas vidas, pois se trata de um local que reúne centenas de pessoas

todos os dias.

61

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63

OLIVEIRA, A. R. de et al. Modelagem de um Sistema de detecção, alarme e combate a incêndio através de redes de Petri. In: XXXIII Encontro Nacional De Engenharia De Produção, Salvador, 2013. Anais ENEGEP Salvador, p. 1-4, out. 2013. ONO, R. Proteção do patrimônio histórico-cultural contra incêndio em edificações de interesse de preservação. Palestra apresentada na Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro, 2004. PEREIRA, Á. G; POPOVIC, R. R. Tecnologia em Segurança contra Incêndio. São Paulo: LTr, 2007. ROSA, A. de F. F. N. Segurança contra incêndio em discotecas. Tese de mestrado integrado em Engenharia Civil. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto. 2010 SÃO PAULO (Estado). Decreto 56.819/2011, de 10 de março de 2011. Institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e dá providências correlatas. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Executivo, São Paulo, 10 de março de 2011. SCHRADER, F. T. Enfoque nas Instalações de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010. SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. SIG INCÊNDIO. Você sabe para que servem os extintores?. Disponível em: <http://sigincendio.com.br/voce-sabe-para-que-servem-os-extintores/>. Acesso em: 02 nov. 2017. SILVA, R. G. da. Manual de prevenção e combate aos incêndios florestais. Brasília : Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1998. SOUZA, J. R. Conheça sprinklers. Disponível em: <http://securbrasil.com.br/blog/conheca-sprinklers-secur/>. Acesso em: 02 nov. 2017. STOCKMANN, F. B. Projeto de prevenção de incêndio e pânico em uma recicladora de tintas em Foz do Iguaçu - Paraná. 2012. 62 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012. VALERIANO, D. Moderno Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. VOSS, C. et al. Case Research in Operations Management. International Journal of Operations and Production Management, v. 22, n. 2, p. 195-219, 2002.

64

XAVIER, C. M. da S; XAVIER, L. F. da S. Metodologia de gerenciamento de projetos: methodware: abordagem prática de como iniciar, planejar, executar, controlar e fechar projetos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2013. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª Ed. Porto Alegre. Editora: Bookmam. 2001.

65

ANEXOS

66

ANEXO A

TEMPOS REQUERIDOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO (TRRF)

1

1

ANEXO B

TABELA DE RESISTÊNCIA AO FOGO PARA ALVENARIAS

1

ANEXO C – TABELAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

ANEXO D – DADOS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

ANEXO E – DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS

ANEXO F - SÍMBOLOS GRÁFICOS PARA PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

EX

TIN

TO

RE

S

CARGA D’ÁGUA

CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO²)

CARGA DE PÓ BC

CARGA DE PÓ ABC

HID

RA

NT

ES

HIDRANTE SIMPLES

HIDRANTE DUPLO

SIS

TE

MA

DE

ALA

RM

E AVISADOR SONORO TIPO SIRENE

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE

DETECÇÃO E ALARME (BOTOEIRA)

ILU

MIN

ÃO

DE

EM

ER

NC

IA

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

TIPO BALIZAMENTO

APÊNDICES

75

APÊNDICE A – CAIXA D’ÁGUA (RESERVA DE INCÊNDIO)

³

APÊNDICE B - QUADRO SÍNTESE

ITEM OBSERVADO REQUISITO IRREGULARIDADES CONDUTA

Acesso de viatura na edificação IT 06/2011 • A largura do portão de acesso é de 3,5m e o mínimo exigido é 4m.

• Corrigir a dimensão da largura para que tenha 4m.

Controle de materiais de acabamento

IT 10/2011 • Não há nenhum controle de

materiais de acabamento e revestimento.

• Consultar classes de materiais (piso, parede, teto e forro) permitidas para edificações E-1 no Quadro 2, presente no subitem 3.3.2.1.5 deste trabalho;

• Verificar a classificação dos materiais em tabela do Anexo C.

Saídas de emergência IT 11/2014

• Locais de reunião de público com capacidade maior que 100 pessoas, como o auditório do Prédio da Graduação e o Restaurante Universitário sem barras antipânico;

• O sentido de abertura das portas do Restaurante Universitário está incorreto.

• Instalar barras antipânico nas 2 portas de saída de emergência do auditório do Prédio da Graduação;

• Trocar as 3 portas existentes no Restaurante Universitário por portas com sentido de abertura do trânsito de saída com barras antipânico.

Iluminação de emergência IT 18/2011

• Há muitas luminárias quebradas; • Não há luminárias em vários pontos

que são obrigatórios. (Distância máxima entre luminárias é de 15m).

• Substituir luminárias quebradas; • Instalar luminárias nos pontos indicados

no Apêndice C (Folhas 2 a 6) com autonomia mínima de 1 hora de funcionamento.

Alarme de incêndio IT 19/2011 • Falta de alarme de incêndio em

grande parte das edificações; • Não há central de monitoramento.

• Instalar acionador manual (botoeira) e avisador sonoro tipo sirene em cada ponto de hidrante, como indicado no Apêndice C (Folhas 2 a 6);

• Criar central de monitoramento na portaria.

ITEM OBSERVADO REQUISITO IRREGULARIDADES CONDUTA

Sinalização de emergência IT 20/2011

• Muitos pontos que deveriam estar sinalizados estão sem qualquer placa de sinalização;

• Há placas de sinalização instaladas com a simbologia parcialmente apagada, dificultando a leitura.

• Instalar placas de sinalização em equipamentos de combate a incêndio e alarme;

• Instalar placas de sinalização de orientação e salvamento, indicando o sentido de saída da edificação em corredores, escadas e portas de saída de emergência;

• Substituir placas de sinalização com simbologia apagada por novas placas.

Extintores de incêndio IT 21/2011 • Há pontos que com falta de extintor de incêndio.

• Instalar extintores de incêndio nos pontos indicados no Apêndice C (Folhas 2 a 6);

• Verificar validade dos extintores existentes.

Hidrantes e Mangotinhos IT 22/2011

• Grande parte da área da EEL não é abrangida pelos hidrantes;

• Reserva de incêndio não atende ao volume mínimo;

• Pressão da rede de hidrantes não atende à pressão mínima;

• Há abrigos que estão vazios ou não estão completos

• Instalar hidrantes nos pontos indicados no Apêndice C (Folhas 2 a 6);

• Quando não houver, adicionar 30m de mangueiras, um esguicho e 2 chaves storz por boca de hidrante;

• Instalar registro de recalque próximo a portaria;

• Aumentar reserva de incêndio de 30m³ para 35m³;

• Instalar uma bomba de incêndio.

APÊNDICE C (FOLHAS 1 A 7)

LOM

BA

DA

LOM

BADA

CAMPO DE FUTEBOL

QUADRA

QUADRA

QUADRA (AREIA)

RIO PARAIBA DO SUL

7-MANGUEIRA Ø MEDIO-0.32

35-PINHEIRO Ø MEDIO-0.18

1-GOIABEIRA Ø 0,23

3-LARANJEIRA Ø MEDIO-0.11

1-ACEROLA Ø 0.16

8-ARVORE Ø MEDIO-0.23

ESTRADA TERRA

BAMBU

ASFALTO

AS

FA

LT

O

AS

FA

LT

O

CAMPO DE FUTEBOL

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATAMATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATAMATA

MATA

MATA

MATA

MATA

MATA

ES

TR

AD

A T

ER

RA

ESTR

AD

A T

ER

RA

RIBEIRÂO DA LIMEIRA (POPULAR RIO DO RONCO)

RIBEIRÂO DA LIMEIRA

RIBEIRÂO DA LIMEIRA

PONTE

N

CAPELA

PASS.

DE

PA

RT

AM

. D

E

CIÊ

NC

. BÁ

SIC

AS

E A

MB

IEN

TA

IS

PRÉDIO DA GRADUAÇÃO I

PRÉDIO DA GRADUAÇÃO II

SALAS DE AULA

DA GRADUAÇÃO

VESTIÁRIOÁREA ESPORTES

SALÃO DEJOGOS

DEPARTAM. DE

( LOQ )

ENG. QUÍMICA

CENTRO DE

( CI )INFORMÁTICA

CA

BIN

E

SE

CU

ND

.

ELÉ

TRIC

A

PR

ÉD

IO D

OS

E C

ATÁ

LIS

ELA

B. P

OLÍ

ME

RO

S

PR

ÉD

IO D

OS

FIN

A

LAB

. DE

QU

ÍM.

PR

ÉD

IO D

A

CO

MP

RA

S /

AM

OX

.

PR

EF

EIT

UR

A

PRÉDIO DA MICROCERVEJARIA

ASSOCIAÇÃO

GRÊMIO ESTUD.ATLÉTICA /

GALPÃO ( DESATIVADO )

PRÉDIO DE

DE PRODUÇÃOENGENHARIA

BIBLIOTECAUNIVERSITÁRIA

SEDE DA

AFFA

LAB. QUÍMICO

CALDEIRA

CABINE

SECUND.

ELÉTRICA

SEDE DO

SINTUSP

PR

ÉD

IO D

O

SE

AG

E /

OF

ICIN

.

PRÉDIO DO

LABORATORIALCONJUNTO

SVPES E

GSMT / CIP

A

GUARITA

VESTIÁRIO

DO

S V

IGIL.

LABORAT.

" ETE "

TANQUE

PULMÃO

RESERV. POÇO

QUIOSQUE

COLÉGIO TÉCNICO

( COTEL )

DE LORENA

BANCO BRASIL E REPROGRAFIA

MÓDULO A

AUDITÓRIO

ESPELHO D'ÁGUA

BANCO

JARDIM

JARDIM

JARDIM

AP

ESPELHO D'ÁGUA

ESPELHO D'ÁGUA

JARDIM

BANCO

BA

NC

O

AP

BANCOS E WORKSHOP

MÓDULO BDCE

MÓDULO CASSOCIAÇÃO DEFUNCIONÁRIOS

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIMJARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

JARDIM

CENTRO DE VIVÊNCIA

RESTAURANTE

UNIVERSITÁRIO

MÁQUINAS

ÁREA-EXPANSÃO-FUTURA

CENTRAL

UTILIDADES

LAB. LÔDO ATIVADO

LAB.

PROBIÓTICOS

LAB. MICROSC. GERAL

PRÉDIO DA ADMINISTRAÇÃO

LABORATÓRIOS DE

BIOTECNOLOGIA

CABINE

SECUND.

ELÉTRICA

DEPAR

TAM

. DE

BIO

TEC

NO

LOG

IA

( LOT )

( L

OB

)

SALA

S D

E

PÓS-GRADUAÇÃO

( LOT )

CAIXA D'ÁGUA

GE

RA

DO

R

GERADOR

ESTACIONAMENTO

ESTACIONAMENTO

ESTACIONAM

ENTO

CABINE

PRIMÁRIAELÉTRICA

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017

PLANTA GERAL

ÁREA I

1:750

FOLHA 02

FOLHA 05

FOLHA 04

FOLHA 03

01/ 07

1:250

LEGENDA

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

CENTRAL DE DETECÇÃO E ALARME

EXTINTOR DE CARGA D'ÁGUA

EXTINTOR DE CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

EXTINTOR DE CARGA DE PÓ BCPONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

HIDRANTE SIMPLES

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO BALIZAMENTOEQUIPAMENTO EXISTENTE

EQUIPAMENTO NOVO

PROJETO TÉCNICO DE SEGURANÇACONTRA INCÊNDIO

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017 ÁREA I02/ 07

24,90

13,85

1,00

2,10

6,00

4,00

3,75

4,80

MULTIMEIOS

28.60m²

SALA DE

REUNIÕES

20.51m²

PROCESSOS

VESTIÁRIO

FEMININO

7.20m²

VESTIÁRIO

MASCULINO

7.20m²

LIMPEZADEP. MAT.

3.75m²

COPAFUNCIONÁRIOS

18.96m²

DEPÓSITO PARA MATERIAL

BIBLIOGRÁFICO PARA

RECUPERAÇÃO

ASDI

29.66m²

15.60m²

REPROGRAFIA

WCF

17.97m²

ÁREA EXTERNA

PARA ESTUDO LIVRE

46.91m²

ATRIUM

(SALÃO DE EVENTOS)60.23m²

GUARDA

VOLUMES

17.61m²

RECEPÇÃO

CABINES COLETIVAS PARA ESTUDO

129.19m²

ACERVO TÉCNICO

415.06m²

SALA

SERVIDOR

6.12m²

AUDITÓRIO

73.42m²

BIBLIOTECA

ON LINE

57.74m²

CABINES INDIVIDUAIS

PARA ESTUDO

82.10m²SEÇÃO DE

REFERÊNCIA

14.80m²

JARDIM

DE INVERNO

CIRCULAÇÃO11.80m²

ASSESSORIA

SALA

32.45m²

3,00

9,75

1,75

3,75

9,75

3,75

9,75

1,75

3,00

4,75

9,75

4,75

ACERVO

MEMÓRIA

22.00m² 14.40m²

ASSESSORIA

SALA

32.45m²

BIBLIOTECÁRIABIBLIOTECÁRIA

ASDI

29.66m²

BIBLIOTECÁRIA

15.75m²

TÉCNICOS

31.19m²

COPA DOSFUNCIONÁRIOS

12.60m²

WCM

CIRC.3.60m²

CIR

CU

LA

ÇÃ

O52

.68m

²

ESCADA9.36m²

ESCADA9.36m²

LABORATÓRIO56.32m²

LABORATÓRIO32.00m²

10.08m²WCF10.20m²

LABORATÓRIO24.00m²

LABORATÓRIO56.32m²

RECEPÇÃO23.52m²

LABORATÓRIO56.32m²

WCM

17.97m²

1:250

LEGENDA

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

CENTRAL DE DETECÇÃO E ALARME

EXTINTOR DE CARGA D'ÁGUA

EXTINTOR DE CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

EXTINTOR DE CARGA DE PÓ BCPONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

HIDRANTE SIMPLES

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO BALIZAMENTOEQUIPAMENTO EXISTENTE

EQUIPAMENTO NOVO

PROJETO TÉCNICO DE SEGURANÇACONTRA INCÊNDIO

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017 ÁREA I03/ 07

1:250

LEGENDA

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

CENTRAL DE DETECÇÃO E ALARME

EXTINTOR DE CARGA D'ÁGUA

EXTINTOR DE CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

EXTINTOR DE CARGA DE PÓ BCPONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

HIDRANTE SIMPLES

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO BALIZAMENTOEQUIPAMENTO EXISTENTE

EQUIPAMENTO NOVO

PROJETO TÉCNICO DE SEGURANÇACONTRA INCÊNDIO

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017 ÁREA I04/ 07

MÓDULO ABANCOS E W

ORKSHOP

MÓDULO BDCE

MÓDULO CASSOCIAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

AUDITÓRIO

1:250

LEGENDA

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

CENTRAL DE DETECÇÃO E ALARME

EXTINTOR DE CARGA D'ÁGUA

EXTINTOR DE CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

EXTINTOR DE CARGA DE PÓ BCPONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

HIDRANTE SIMPLES

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO BALIZAMENTOEQUIPAMENTO EXISTENTE

EQUIPAMENTO NOVO

PROJETO TÉCNICO DE SEGURANÇACONTRA INCÊNDIO

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017 ÁREA I05/ 07

SALA DE REUNIÃO

CIRC.

ESCADA

ESCADA SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

CIRC.

WCF SECRETARIA

WCM

CIRC.

SALA

SALASALA

SALA7.24m²

SALA56.32m²

CIRC.

2.0

4

1.9

5

1:250

LEGENDA

ACIONADOR MANUAL DO SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

CENTRAL DE DETECÇÃO E ALARME

EXTINTOR DE CARGA D'ÁGUA

EXTINTOR DE CARGA DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

EXTINTOR DE CARGA DE PÓ BCPONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

HIDRANTE SIMPLES

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO BALIZAMENTOEQUIPAMENTO EXISTENTE

EQUIPAMENTO NOVO

PROJETO TÉCNICO DE SEGURANÇACONTRA INCÊNDIO

DESENHO

DATA

ESCALA DESCRIÇÃO

LUCAS

EEL - USP

FL. Nº

NOVEMBRO/ 2017 ÁREA I06/ 07

24,90

13,85

1,00

2,10

6,00

4,00

3,75

4,80

MULTIMEIOS

28.60m²

SALA DE

REUNIÕES

20.51m²

PROCESSOS

VESTIÁRIO

FEMININO

7.20m²

VESTIÁRIO

MASCULINO

7.20m²

LIMPEZADEP. MAT.

3.75m²

COPAFUNCIONÁRIOS

18.96m²

DEPÓSITO PARA MATERIAL

BIBLIOGRÁFICO PARA

RECUPERAÇÃO

ASDI

29.66m²

15.60m²

REPROGRAFIA

WCF

17.97m²

ÁREA EXTERNA

PARA ESTUDO LIVRE

46.91m²

ATRIUM

(SALÃO DE EVENTOS)60.23m²

GUARDA

VOLUMES

17.61m²

RECEPÇÃO

CABINES COLETIVAS PARA ESTUDO

129.19m²

ACERVO TÉCNICO

415.06m²

SALASERVIDOR

6.12m²

AUDITÓRIO

73.42m²

BIBLIOTECA

ON LINE

57.74m²

CABINES INDIVIDUAIS

PARA ESTUDO82.10m²

SEÇÃO DEREFERÊNCIA

14.80m²

JARDIMDE INVERNO

CIRCULAÇÃO11.80m²

ASSESSORIA

SALA

32.45m²

3,00

9,75

1,75

3,75

9,75

3,75

9,75

1,75

3,00

4,75

9,75

4,75

ACERVO

MEMÓRIA

22.00m² 14.40m²

ASSESSORIA

SALA

32.45m²

BIBLIOTECÁRIABIBLIOTECÁRIA

ASDI

29.66m²

BIBLIOTECÁRIA

15.75m²

TÉCNICOS

31.19m²

COPA DOS

FUNCIONÁRIOS12.60m²

WCM

CIRC.3.60m²

CIR

CU

LA

ÇÃ

O52

.68m

²

ESCADA9.36m²

ESCADA9.36m²

LABORATÓRIO56.32m²

LABORATÓRIO32.00m²

10.08m²WCF10.20m²

LABORATÓRIO24.00m²

LABORATÓRIO56.32m²

RECEPÇÃO23.52m²

LABORATÓRIO56.32m²

DULO

AB

AN

CO

S E

WO

RK

SH

OP

DULO

BD

CE

DULO

CAS

SOCI

AÇÃO

DE

FUNC

IONÁ

RIO

S

AUDI

TÓRI

O

WCM

17.97m²

SALA DE REUNIÃO

CIRC.

ESCADA

ESCADA SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

SALA

CIRC.

WCF SECRETARIA

WCM

CIRC.

SALA

SALASALA

SALA7.24m²

SALA56.32m²

CIRC.

2.0

4

1.9

5

ÁR

EA D

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TES1:7

50

DE

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FL. Nº

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/ 20

17

ÁR

EA I

07

/ 07