Tatuagem e Simbologia - Um Estudo Sobre Preservacao Da Memoria E Seu Valor Na Industria Cultural

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Ivan Bochiard de Pinho Tavares TATUAGEM E SIMBOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA E SEU VALOR NA INDÚSTRIA CULTURAL. Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH Belo Horizonte 2006

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Tavares, Ivan Bochaird de Pinho

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Ivan Bochiard de Pinho Tavares

TATUAGEM E SIMBOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE PRESERVAÇÃO DA

MEMÓRIA E SEU VALOR NA INDÚSTRIA CULTURAL.

Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH

Belo Horizonte

2006

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Ivan Bochiard de Pinho Tavares

TATUAGEM E SIMBOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE PRESERVAÇÃO DA

MEMÓRIA E SEU VALOR NA INDÚSTRIA CULTURAL.

Projeto de pesquisa apresentado ao

Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH

como requisito parcial ao título de

Bacharel e Licenciado em História

Orientadora: Núbia Braga Ribeiro

Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH

Belo Horizonte

2006

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SUMÁRIO

I - Introdução ...........................................................................................................pág. 4

II - Objetivos ...........................................................................................................pág. 6

III - Metodologia .....................................................................................................pág. 7

IV – Justificativa .....................................................................................................pág. 8

V - Bibliografia .......................................................................................................pág. 13

VI - Anexos .............................................................................................................pág. 15

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IV – JUSTIFICATIVA

Pesquisar a história da tatuagem e sua relação com a simbologia, e suas

representações e significados, a memória e a indústria cultural é importante a partir do

momento em que se pode promover uma análise dialética não apenas entre os que

possuem essa arte corporal, mas também aqueles que estão inseridos no mesmo espaço

e não a possuem. A escolha prévia passou por uma identificação e uma seleção dos

símbolos e imagens uma vez que existe uma gama imensa deles na cultura chinesa

(flores, dragões, animais, etc.) difundidas na sociedade ocidental, não sendo possível

abraçar todos em um único trabalho. Essa dialética perpassa toda a sociedade e, uma

discussão mais apurada permite debater o preconceito e a exclusão social latente aos

que possuem no corpo essa marca e aqueles que a condenam.

As trocas culturais advindas de todo o processo que envolve a tatuagem

também é passível de estudo. Existem hipóteses de que marcas involuntárias adquiridas

em guerras, lutas corporais e caça geravam orgulho e reconhecimento ao indivíduo que

as possuísse, pois, eram marcas naturais de força e vitória. Percebendo nessas marcas

involuntárias uma forma de distinção no grupo e também de status o homem passou a

marcar o corpo voluntariamente.

Através dos tempos, puderam ser constatados vestígios da existência de povos

(Maias, Celtas, etc.) que cobriam o corpo com desenhos. Em vários exemplares de arte

rupestre (Anexo fig. 1) era possível encontrar formas humanas com pinturas em seus

corpos, indicando a utilização da tatuagem. No entanto, ainda não é possível datar com

precisão a origem do uso da tatuagem. Nesse ponto existe uma divergência de opiniões.

Muitos acreditam na multi-origem da tatuagem (a origem da tatuagem pode ter se dado

em vários lugares do mundo, em diferentes espaços temporais) e outros acreditam que

ela possa ter nascido em algum ponto e se espalhado, devido à constante migração pré-

histórica.

Esse legado das “sociedades primitivas” pode ser confirmado no último achado

arqueológico referente a múmias; Ötzi, atualmente a múmia mais antiga do mundo, com

cerca de 5.300 anos, possuía toda a espinha dorsal tatuada, além de uma séria de outras

tatuagens em diversas partes do corpo, num total de 57 (Anexo figs. 2-5). Essas

tatuagens estão localizadas em pontos referentes à acupuntura o que leva os

pesquisadores presumir que, foram feitas segundo os padrões da acupuntura antiga ou

alguma variável (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%96tzi). Partindo desses achados

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podemos afirmar que a tatuagem possui significado muito maior que não apenas ligados

à estética e à vaidade, conceitos esses que foram adquiridos, talvez em menos de um

século.

A segunda múmia mais antiga, Ginger, uma múmia egípcia, apresenta uma

grande espiral desenhado na barriga, região do baixo ventre, fato esse que alguns

arqueólogos acreditam estar relacionado com rituais de fertilidade. Muitos

pesquisadores e intelectuais, como Darwin (1981), citam em seus trabalhos povos que

possuíam tatuagem no corpo como os Maoris na Nova Zelândia. Cada grupo, porém,

adaptou a tatuagem a sua cultura, usufruindo de diversas formas e da maneira que mais

lhe convinha. Em alguns povos, como os egípcios, eram usadas para rituais; entre os

Samoanos, as tatuagens significavam a mudança da adolescência para a fase adulta e,

enquanto não fosse marcado, o membro da tribo não teria voz ativa numa roda de

adultos e também não poderia tomar uma esposa; em outros, como na tribo dos Carajás,

para determinar onde o indivíduo se encontrava na hierarquia do grupo.

No Japão feudal as tatuagens foram usadas como forma de punição isso porque o

japonês possui uma grande preocupação com sua posição social e a tatuagem era

sinônimo de criminalidade. Contudo, na Era do Xogunato dos Tokugawa (1603-1867),

um período de grande paz, o serviço que os samurais prestavam ao Xogun não eram

mais necessários então estes caíram para a “marginalidade”. Seu foco de atuação mudou

de carrascos dos Xogun para defensores de suas vilas, criando uma resistência ao

regime. Esse grupo popularizou a tatuagem, pois, seus membros, possuíam os corpos

todo tatuados como forma de lealdade à organização e como oposição ao regime. Esse

grupo ficou conhecido como Yakuza (http://pt.wikipedia.org/wiki/Yakuza); na China

Antiga a tatuagem era revestida de importância e reverência. O seu simbolismo é

indicado pelo sentido original do caráter wen que significa uma permanente

identificação com as forças celestes e também um modo de se comunicar com elas. É

um símbolo da tribo, de iniciação, de integração social, portanto inalterável; para os

cristãos, a marca do peixe (Ichthys em grego – Anexo fig. 6) era usada para se

identificarem no período em que encontravam sob o jugo do poder politeísta

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo), etc.

Quando tratamos a tatuagem como mecanismo de interconexão entre o plano

espiritual e o terreno, os símbolos e as imagens possuem um papel de maior destaque;

eram elas que serviriam para essa conexão e seriam elas que manteriam os poderes dos

ritos ativos na pessoa iniciada. Dessa forma sinais e símbolos sempre andaram de mãos

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dadas com a tatuagem. Segundo Mircea Eliade, “as imagens, os símbolos e os mitos não

são criações irresponsáveis da psique; elas respondem a uma necessidade e preenchem

uma função: revelar as mais secretas modalidades do ser” (1991:8). Partindo desse

prisma, a cultura chinesa conseguiu de forma satisfatória, preencher e revelar as

“modalidades do ser”; existe uma gama infindável de imagens, símbolos e mitos na

cultura chinesa: dragões, peixes, flores, animais selvagens (leões, tigres, boi, etc.),

“utensílios auspiciosos”, hannas (máscaras), etc.

Na tatuagem não poderia ser diferente. Essa responsabilidade que cabe aos

símbolos na contemporâneidade, de preencher um vazio do ser, fica um pouco mais

aparente, já que as tatuagens são, juntamente com as imagens, parte de um ritual. Nesse

caso, especificamente, a Carpa, a Flor de Lótus e o Crisântemo possuem um papel

fundamental já que de uma forma variável, tendem a remeter ao mesmo foco, ou seja,

preencher as lacunas existentes em cada pessoa.

De acordo com Chevalier (1998) a Carpa (Anexo fig. 7) no oriente é considerada

um animal de bom augúrio; além de sua longevidade, os orientais acreditam que ela seja

uma mensageira dos Imortais. Na China simboliza a coragem e a perseverança, uma vez

que é preciso vencer as fortes correntezas, nadando rio acima, para a procriação.

Quando ela desce, após a desova, ela torna-se um dragão alado, simbolizando a vitória,

e a recompensa por completar a tarefa que lhe foi determinada pela natureza; simboliza

também a virilidade nos rapazes e a supremacia intelectual.

A Flor de Lótus (Anexo fig. 8) representa a vulva e, era um galanteio dar o titulo

a uma cortesã de Flor de Lótus (séc. XII). Contudo, sua espiritualidade, segundo as

crenças budistas e indianas, simboliza a pureza, a sobriedade. Algumas partes da flor

possuem significado próprio como, por exemplo, a haste que vai simbolizar a rigidez, a

firmeza; a opulência da planta vai representar a prosperidade; a abundância de grãos a

posteridade numerosa; a harmonia conjugal, pois duas flores podem crescer numa

mesma haste; a reunião dos três tempos (passado, presente e futuro) nas três etapas de

crescimento da planta (botão, flor desabrochada, grãos). No Antigo Egito poderia ser

considerada um símbolo de unificação (entre Baixo-Egito e Alto-Egito) ou ainda como

símbolo do renascimento (segundo a lenda da morte e ressurreição de Osíris). Na Índia,

é considerada o símbolo do crescimento espiritual e da harmonia cósmica (porque o

Lótus tradicional possui oito pétalas, assim como o espaço tem oito direções). Enfim, de

qualquer maneira, na cultura oriental, a espiritualidade, a pureza e a resistência podem

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ser representadas pelo Lótus, pois ela nasce nos rios, como no Nilo, no Egito (Chevalier,

1998).

O Crisântemo (Anexo fig. 9) por possuir uma disposição regular e irradiante de

suas pétalas é considerado um símbolo essencialmente solar, associado, portanto, à

longevidade e até mesmo à imortalidade. Na China possui também o papel de mediador

entre o céu e a terra, significando plenitude, totalidade. Pode representar também, por

ser uma flor outonal, tranqüilidade e simplicidade (Chevalier, 1998).

Esses significados tendem a influenciar, ou não, a escolha das pessoas na hora

de fazer uma tatuagem. Entretanto nesse processo, a Indústria Cultural tem um papel

determinante. Sua dinamização no processo cultural permitiu a divulgação em massa

desses símbolos para o ocidente. Não que essa disseminação cultural não existisse,

mesmo porque essas trocas culturais sempre existiram, contudo, em menor escala.

A Indústria Cultural permitiu uma massificação desses símbolos entre as

sociedades modernas, esquecendo-se da bagagem simbólica e mística que eles

carregavam. Da mesma maneira que ela se apropriou da tatuagem, transformando um

ritual antigo em um simples produto da sociedade de consumo, ela banalizou as imagens

e os símbolos, agregando a eles apenas valores comerciais. Isso pode ser compreendido

e percebido no cotidiano, já que muitas pessoas que se tatuam ou já se tatuaram não

sabem o significado dos símbolos que escolheram.

Teixeira Coelho (1944) descreve a Indústria Cultural como uma produtora

mercadorias para um público médio que não tem tempo de questionar o que consome.

Isso além de contribuir com a banalização da tatuagem e re-afirmar o conceito

“marginal” que ela carrega, torna a leitura da prática simplista, e desprovida de qualquer

caráter místico ou simbólico. Devido a essa simplicidade de abordagens, a tatuagem

continua sendo um elemento de exclusão social, pois, ainda se encontra vinculada a

conceitos de marginalidade e criminalidade. Esse tipo de abordagem ainda ser

facilmente percebida, quando se procura um emprego, principalmente nas empresas de

capital privado; elas não permitem que seus funcionários possuam tal adereço corporal e

já faz essa triagem, na hora da seleção.

Pessoas que também fizeram tatuagens em outras épocas (entre as décadas de 60

– 80) e se arrependeram, também compartilham dessa visão marginal da tatuagem.

Muitas delas (como uma das entrevistadas) garante que a tatuagem possui um “prazo

máximo” de 7 anos (Anexo figs. 10-11): “A tatuagem tem um prazo de 7 anos. Os

primeiros anos é só festa e curtição, mas, depois, quando se tem que arranjar um

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emprego é que você começa a ver os verdadeiros males da tatuagem. E depois disso é

questão de tempo para você se arrepender. Comigo foi assim; demorei mais ou menos 7

anos para me arrepender. Hoje, se pudesse, não teria feito”. Outro ponto que deve ser

abordado é o modismo em que essas pessoas estavam inseridas.

Ainda hoje o modismo é responsável por boa parte das tatuagens criadas.

Ideogramas japoneses, dragões, tribais foram durante bons anos, sinônimo de dessa

moda. Mas essa preferência tem mudado abrindo espaço para peixes e flores. Esse

modismo, seguindo astrólogos, pode ser explicado devido com o transito lento de Plutão

e Urano, desencadeando em diferentes épocas um culto diferente ao corpo e ao mundo,

marcando cada geração com características comuns (Planeta, ago-2004). Esse impulso,

esse modismo contribuiu para esses futuros arrependimentos e desilusões com relação à

tatuagem.

Entretanto, esse panorama parece estar mudando. Hoje a tatuagem está presente

nos mais variados níveis sócio-econômicos da sociedade, contribuindo para uma nova

abordagem crítica e também para uma quebra de paradigmas. A tatuagem se reverteu de

outros significados deixando um pouco a mística e a simbólica de lado, agarrando-se no

ultimo século, num caráter contestatório, de inconformismo perante a sociedade.

Diversos tatuadores e tatuados enxergam um futuro promissor para o cenário. Eles

acreditam que dentro de mais alguns anos, esse panorama de exclusão e repudio já vai

ser mínimo, permitindo as pessoas se expressar mais completamente, sem ter que se

privar de suas escolhas por causa de trabalho ou qualquer outro motivo.

Sinais duradouros na pele denotam um desejo de sair do anonimato, de buscar

auto-afirmação e de exteriorização do que está oculto no interior de uma pessoa: sua

personalidade e caráter. Contudo, ainda um caminho árduo a ser trilhado até que se

possa gozar de uma felicidade plena.

Para isso, será necessário compreendemos a importância de um resgate cultural

acerca da tatuagem para que a discussão passe a integra outro plano, diferente daquele

já arraigado no subconsciente coletivo. Essa discussão serviria para romper com

determinados conceitos pré-estabelecidos, de forma a permitir esclarecimentos e

aceitação da sociedade moderna. Também a pluralidade cultural ganha relevância a

partir da dialética entre culturas orientais no tocante a indústria cultural contribuindo ou

não para alienação, consumismo cultural transformando símbolos tão significativos para

certas sociedades em meros produtos mercadológicos.

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I – INTRODUÇÃO

A pesquisa proposta tem como objetivo traçar um paralelo entre a prática da

tatuagem. Os símbolos de antigas sociedades que, neste estudo escolhi, como objeto de

análise: a Carpa, a Flor de Lótus e o Crisântemo, levando em consideração a perspectiva

da cultura chinesa; o resgate e/ou a preservação da memória dessa cultura e sua

apropriação pela difusão da tatuagem não só com os significados que teve, mas os

interesses propagados da indústria cultural.

Desde tempos remotos o homem simboliza por meio das marcas corporais e

desenhos, uma forma de distinção no grupo. Através delas, poderiam ser definidos sua

posição hierárquica; seus deveres e privilégios; seu status e o clã a que pertenceria.

Podemos entender que o uso da tatuagem está intimamente ligado à história social e

cultural do homem, e também, ao surgimento da consciência do seu “eu” na

coletividade. Essa prática sofreu modificações com o passar dos tempos, transitando

entre marcas de status até forma de punição e exclusão social. Contudo, hoje, no século

XXI, ela já pode ser encontrada em pessoas dos mais variados níveis sócio-econômicos,

ocupando uma outra esfera simbólica, contribuindo para uma quebra de paradigma e de

preconceitos que também faz parte do uso da tatuagem.

Os símbolos também tiveram um papel fundamental nesse processo. A própria

transformação do homem forçava a criação de novas representações que pudessem

suprir o vazio que existia em cada indivíduo e também o vazio do todo, do grupo,

buscando dar sentido às diversas manifestações da vida. A partir do momento que esses

símbolos foram adaptados nas tatuagens, muitas concepções foram agregadas; alguns

povos, como os Sioux (EUA), acreditavam que certas imagens poderiam fazer uma

interconexão entre o espiritual e o plano terreno.

Destacaram-se nesse processo, dos símbolos e da tatuagem, as sociedades que

mais proporcionaram ao homem, unir seus anseios espirituais ao cotidiano, aliviando, de

diferentes maneiras, sua existência; dentre esses estavam os chineses. A cultura chinesa

é rica em símbolos, imagens, ritos, concepções de mundo e vida. Por esse motivo, ela

teve um papel importante no desenvolvimento da tatuagem. Sua contribuição é

percebida a partir do momento em que, suas imagens e símbolos passam a ser usados

pelos que praticavam a tatuagem, influenciando de diferentes maneiras outras

sociedades.

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Percebendo essa aceitação e difusão, a indústria cultural passou a divulgar em

larga escala alguns aspectos da cultura chinesa, não se preocupando com a bagagem

mística e cultural, que cada aspecto da cultura possuía. Sua principal intenção era

produzir, segundo Teixeira Coelho: “produto padronizado, como uma espécie de kit para

montar, um tipo de pré-confecção feito para atender necessidades e gostos médios de um

público que não tem tempo de questionar o que consome”. (1998: 11)

Esta pesquisa busca analisar a preservação da memória oriental, em especial seus

símbolos e imagens, com base em uma arte que se desenvolve há milhares de anos, para

buscar entender o tipo de relação estabelecido entre eles, como o mundo capitalista se

apropria desses elementos. Parte-se do interesse de se entender os anseios da sociedade

moderna que busca, na tatuagem, uma fuga da realidade, uma forma de distinção, uma

forma de expressão individual e de compreender como esses fatores contribuíram ativa

ou passivamente para consolidar elementos da cultura oriental no imaginário do homem

ocidental.

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II – OBJETIVOS

OBJETIVOS GERAIS:

Recuperar o significado das imagens chinesas (Carpa, Flor de Lótus e

Crisântemo) a partir de seus usos para tatuagens e as formas de apropriação da indústria

cultural ocidental que modifica e até descaracteriza seus significados.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS;

1. Caracterizar o papel da tatuagem na sociedade moderna ocidental (século XXI);

2. Traçar um paralelo entre a tatuagem, a memória, simbologia e a indústria

cultural de forma a proporcionar uma discussão mais ampla;

3. Conhecer os fatores que levaram determinados indivíduos a escolher tais

símbolos;

4. Contribuir com a historiografia referente à história cultural e social e estudos

sobre a prática da tatuagem na perspectiva dialética entre os conceitos modernos acerca

da tatuagem e conceitos de seu uso na cultura chinesa.

5. Considerar outro viés na reflexão sobre o estigma negativo que a tatuagem

carrega e compreendê-la como arte, autoconhecimento e como registro de uma vida.

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III – METODOLOGIA

A pesquisa será desenvolvida considerando levantamento bibliográfico sobre

história cultural, conceito de culturas e sobre estudos realizados que tratam dos

símbolos, da linguagem simbólica das marcas corporais, desenhos e pinturas,

principalmente do uso e significados das tatuagens. Em específico é necessário buscar a

cultura chinesa, seus símbolos e a relação com o sobrenatural, à religiosidade para então

compreender a simbologia que assumem nessa cultura o Lótus, o Crisântemo, a Carpa.

Outro aspecto que colabora e será estudado é a indústria cultural e as formas de difusão

dos símbolos, especificamente, das tatuagens tornando-as parte da moda e produtos no

mercado, inclusive criando revistas especializadas e consumidas.

Esses levantamentos, estudos e fichamentos serão necessários para a

continuação da pesquisa, proporcionando uma abordagem crítica e acadêmica. Contará,

também, com entrevistas que serão utilizadas no todo ou em partes, mantendo em sigilo

o nome dos entrevistados, com o propósito de conhecer “in loco” os motivos e as

noções da sociedade moderna com relação aos jovens que buscam, nesse tipo de arte,

uma forma de expressão, de individualização, de protesto e até simplesmente, no caso

dos símbolos chineses, por modismo.

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IV – JUSTIFICATIVA

Pesquisar a história da tatuagem e sua relação com a simbologia, e suas

representações e significados, a memória e a indústria cultural é importante a partir do

momento em que se pode promover uma análise dialética não apenas entre os que

possuem essa arte corporal, mas também aqueles que estão inseridos no mesmo espaço

e não a possuem. A escolha prévia passou por uma identificação e uma seleção dos

símbolos e imagens uma vez que existe uma gama imensa deles na cultura chinesa

(flores, dragões, animais, etc.) difundidas na sociedade ocidental, não sendo possível

abraçar todos em um único trabalho. Essa dialética perpassa toda a sociedade e, uma

discussão mais apurada permite debater o preconceito e a exclusão social latente aos

que possuem no corpo essa marca e aqueles que a condenam.

As trocas culturais advindas de todo o processo que envolve a tatuagem

também é passível de estudo. Existem hipóteses de que marcas involuntárias adquiridas

em guerras, lutas corporais e caça geravam orgulho e reconhecimento ao indivíduo que

as possuísse, pois, eram marcas naturais de força e vitória. Percebendo nessas marcas

involuntárias uma forma de distinção no grupo e também de status o homem passou a

marcar o corpo voluntariamente.

Através dos tempos, puderam ser constatados vestígios da existência de povos

(Maias, Celtas, etc.) que cobriam o corpo com desenhos. Em vários exemplares de arte

rupestre (Anexo fig. 1) era possível encontrar formas humanas com pinturas em seus

corpos, indicando a utilização da tatuagem. No entanto, ainda não é possível datar com

precisão a origem do uso da tatuagem. Nesse ponto existe uma divergência de opiniões.

Muitos acreditam na multi-origem da tatuagem (a origem da tatuagem pode ter se dado

em vários lugares do mundo, em diferentes espaços temporais) e outros acreditam que

ela possa ter nascido em algum ponto e se espalhado, devido à constante migração pré-

histórica.

Esse legado das “sociedades primitivas” pode ser confirmado no último achado

arqueológico referente a múmias; Ötzi, atualmente a múmia mais antiga do mundo, com

cerca de 5.300 anos, possuía toda a espinha dorsal tatuada, além de uma séria de outras

tatuagens em diversas partes do corpo, num total de 57 (Anexo figs. 2-5). Essas

tatuagens estão localizadas em pontos referentes à acupuntura o que leva os

pesquisadores presumir que, foram feitas segundo os padrões da acupuntura antiga ou

alguma variável (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%96tzi). Partindo desses achados

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podemos afirmar que a tatuagem possui significado muito maior que não apenas ligados

à estética e à vaidade, conceitos esses que foram adquiridos, talvez em menos de um

século.

A segunda múmia mais antiga, Ginger, uma múmia egípcia, apresenta uma

grande espiral desenhado na barriga, região do baixo ventre, fato esse que alguns

arqueólogos acreditam estar relacionado com rituais de fertilidade. Muitos

pesquisadores e intelectuais, como Darwin (1981), citam em seus trabalhos povos que

possuíam tatuagem no corpo como os Maoris na Nova Zelândia. Cada grupo, porém,

adaptou a tatuagem a sua cultura, usufruindo de diversas formas e da maneira que mais

lhe convinha. Em alguns povos, como os egípcios, eram usadas para rituais; entre os

Samoanos, as tatuagens significavam a mudança da adolescência para a fase adulta e,

enquanto não fosse marcado, o membro da tribo não teria voz ativa numa roda de

adultos e também não poderia tomar uma esposa; em outros, como na tribo dos Carajás,

para determinar onde o indivíduo se encontrava na hierarquia do grupo.

No Japão feudal as tatuagens foram usadas como forma de punição isso porque o

japonês possui uma grande preocupação com sua posição social e a tatuagem era

sinônimo de criminalidade. Contudo, na Era do Xogunato dos Tokugawa (1603-1867),

um período de grande paz, o serviço que os samurais prestavam ao Xogun não eram

mais necessários então estes caíram para a “marginalidade”. Seu foco de atuação mudou

de carrascos dos Xogun para defensores de suas vilas, criando uma resistência ao

regime. Esse grupo popularizou a tatuagem, pois, seus membros, possuíam os corpos

todo tatuados como forma de lealdade à organização e como oposição ao regime. Esse

grupo ficou conhecido como Yakuza (http://pt.wikipedia.org/wiki/Yakuza); na China

Antiga a tatuagem era revestida de importância e reverência. O seu simbolismo é

indicado pelo sentido original do caráter wen que significa uma permanente

identificação com as forças celestes e também um modo de se comunicar com elas. É

um símbolo da tribo, de iniciação, de integração social, portanto inalterável; para os

cristãos, a marca do peixe (Ichthys em grego – Anexo fig. 6) era usada para se

identificarem no período em que encontravam sob o jugo do poder politeísta

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo), etc.

Quando tratamos a tatuagem como mecanismo de interconexão entre o plano

espiritual e o terreno, os símbolos e as imagens possuem um papel de maior destaque;

eram elas que serviriam para essa conexão e seriam elas que manteriam os poderes dos

ritos ativos na pessoa iniciada. Dessa forma sinais e símbolos sempre andaram de mãos

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dadas com a tatuagem. Segundo Mircea Eliade, “as imagens, os símbolos e os mitos não

são criações irresponsáveis da psique; elas respondem a uma necessidade e preenchem

uma função: revelar as mais secretas modalidades do ser” (1991:8). Partindo desse

prisma, a cultura chinesa conseguiu de forma satisfatória, preencher e revelar as

“modalidades do ser”; existe uma gama infindável de imagens, símbolos e mitos na

cultura chinesa: dragões, peixes, flores, animais selvagens (leões, tigres, boi, etc.),

“utensílios auspiciosos”, hannas (máscaras), etc.

Na tatuagem não poderia ser diferente. Essa responsabilidade que cabe aos

símbolos na contemporâneidade, de preencher um vazio do ser, fica um pouco mais

aparente, já que as tatuagens são, juntamente com as imagens, parte de um ritual. Nesse

caso, especificamente, a Carpa, a Flor de Lótus e o Crisântemo possuem um papel

fundamental já que de uma forma variável, tendem a remeter ao mesmo foco, ou seja,

preencher as lacunas existentes em cada pessoa.

De acordo com Chevalier (1998) a Carpa (Anexo fig. 7) no oriente é considerada

um animal de bom augúrio; além de sua longevidade, os orientais acreditam que ela seja

uma mensageira dos Imortais. Na China simboliza a coragem e a perseverança, uma vez

que é preciso vencer as fortes correntezas, nadando rio acima, para a procriação.

Quando ela desce, após a desova, ela torna-se um dragão alado, simbolizando a vitória,

e a recompensa por completar a tarefa que lhe foi determinada pela natureza; simboliza

também a virilidade nos rapazes e a supremacia intelectual.

A Flor de Lótus (Anexo fig. 8) representa a vulva e, era um galanteio dar o titulo

a uma cortesã de Flor de Lótus (séc. XII). Contudo, sua espiritualidade, segundo as

crenças budistas e indianas, simboliza a pureza, a sobriedade. Algumas partes da flor

possuem significado próprio como, por exemplo, a haste que vai simbolizar a rigidez, a

firmeza; a opulência da planta vai representar a prosperidade; a abundância de grãos a

posteridade numerosa; a harmonia conjugal, pois duas flores podem crescer numa

mesma haste; a reunião dos três tempos (passado, presente e futuro) nas três etapas de

crescimento da planta (botão, flor desabrochada, grãos). No Antigo Egito poderia ser

considerada um símbolo de unificação (entre Baixo-Egito e Alto-Egito) ou ainda como

símbolo do renascimento (segundo a lenda da morte e ressurreição de Osíris). Na Índia,

é considerada o símbolo do crescimento espiritual e da harmonia cósmica (porque o

Lótus tradicional possui oito pétalas, assim como o espaço tem oito direções). Enfim, de

qualquer maneira, na cultura oriental, a espiritualidade, a pureza e a resistência podem

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ser representadas pelo Lótus, pois ela nasce nos rios, como no Nilo, no Egito (Chevalier,

1998).

O Crisântemo (Anexo fig. 9) por possuir uma disposição regular e irradiante de

suas pétalas é considerado um símbolo essencialmente solar, associado, portanto, à

longevidade e até mesmo à imortalidade. Na China possui também o papel de mediador

entre o céu e a terra, significando plenitude, totalidade. Pode representar também, por

ser uma flor outonal, tranqüilidade e simplicidade (Chevalier, 1998).

Esses significados tendem a influenciar, ou não, a escolha das pessoas na hora

de fazer uma tatuagem. Entretanto nesse processo, a Indústria Cultural tem um papel

determinante. Sua dinamização no processo cultural permitiu a divulgação em massa

desses símbolos para o ocidente. Não que essa disseminação cultural não existisse,

mesmo porque essas trocas culturais sempre existiram, contudo, em menor escala.

A Indústria Cultural permitiu uma massificação desses símbolos entre as

sociedades modernas, esquecendo-se da bagagem simbólica e mística que eles

carregavam. Da mesma maneira que ela se apropriou da tatuagem, transformando um

ritual antigo em um simples produto da sociedade de consumo, ela banalizou as imagens

e os símbolos, agregando a eles apenas valores comerciais. Isso pode ser compreendido

e percebido no cotidiano, já que muitas pessoas que se tatuam ou já se tatuaram não

sabem o significado dos símbolos que escolheram.

Teixeira Coelho (1944) descreve a Indústria Cultural como uma produtora

mercadorias para um público médio que não tem tempo de questionar o que consome.

Isso além de contribuir com a banalização da tatuagem e re-afirmar o conceito

“marginal” que ela carrega, torna a leitura da prática simplista, e desprovida de qualquer

caráter místico ou simbólico. Devido a essa simplicidade de abordagens, a tatuagem

continua sendo um elemento de exclusão social, pois, ainda se encontra vinculada a

conceitos de marginalidade e criminalidade. Esse tipo de abordagem ainda ser

facilmente percebida, quando se procura um emprego, principalmente nas empresas de

capital privado; elas não permitem que seus funcionários possuam tal adereço corporal e

já faz essa triagem, na hora da seleção.

Pessoas que também fizeram tatuagens em outras épocas (entre as décadas de 60

– 80) e se arrependeram, também compartilham dessa visão marginal da tatuagem.

Muitas delas (como uma das entrevistadas) garante que a tatuagem possui um “prazo

máximo” de 7 anos (Anexo fig. 10): “A tatuagem tem um prazo de 7 anos. Os primeiros

anos é só festa e curtição, mas, depois, quando se tem que arranjar um emprego é que

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você começa a ver os verdadeiros males da tatuagem. E depois disso é questão de tempo

para você se arrepender. Comigo foi assim; demorei mais ou menos 7 anos para me

arrepender. Hoje, se pudesse, não teria feito”. Outro ponto que deve ser abordado é o

modismo em que essas pessoas estavam inseridas.

Ainda hoje o modismo é responsável por boa parte das tatuagens criadas.

Ideogramas japoneses, dragões, tribais foram durante bons anos, sinônimo de dessa

moda. Mas essa preferência tem mudado abrindo espaço para peixes e flores. Esse

modismo, seguindo astrólogos, pode ser explicado devido com o transito lento de Plutão

e Urano, desencadeando em diferentes épocas um culto diferente ao corpo e ao mundo,

marcando cada geração com características comuns (Planeta, ago-2004). Esse impulso,

esse modismo contribuiu para esses futuros arrependimentos e desilusões com relação à

tatuagem.

Entretanto, esse panorama parece estar mudando. Hoje a tatuagem está presente

nos mais variados níveis sócio-econômicos da sociedade, contribuindo para uma nova

abordagem crítica e também para uma quebra de paradigmas. A tatuagem se reverteu de

outros significados deixando um pouco a mística e a simbólica de lado, agarrando-se no

ultimo século, num caráter contestatório, de inconformismo perante a sociedade.

Diversos tatuadores e tatuados enxergam um futuro promissor para o cenário. Eles

acreditam que dentro de mais alguns anos, esse panorama de exclusão e repudio já vai

ser mínimo, permitindo as pessoas se expressar mais completamente, sem ter que se

privar de suas escolhas por causa de trabalho ou qualquer outro motivo.

Sinais duradouros na pele denotam um desejo de sair do anonimato, de buscar

auto-afirmação e de exteriorização do que está oculto no interior de uma pessoa: sua

personalidade e caráter. Contudo, ainda um caminho árduo a ser trilhado até que se

possa gozar de uma felicidade plena.

Para isso, será necessário compreendemos a importância de um resgate cultural

acerca da tatuagem para que a discussão passe a integra outro plano, diferente daquele

já arraigado no subconsciente coletivo. Essa discussão serviria para romper com

determinados conceitos pré-estabelecidos, de forma a permitir esclarecimentos e

aceitação da sociedade moderna. Também a pluralidade cultural ganha relevância a

partir da dialética entre culturas orientais no tocante a indústria cultural contribuindo ou

não para alienação, consumismo cultural transformando símbolos tão significativos para

certas sociedades em meros produtos mercadológicos.

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V – BIBLIOGRAFIA

GINZBURG, Carlo, 1939-. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução:

Federico Carotti. – São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

COELHO, Teixeira, 1944-. O que é Indústria Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1998.

ELIADE, Mircea. Imagens e símbolos: ensaios sobre o simbolismo mágico-religioso.

Tradução: Sonia Cristina Tamer. – São Paulo: Martins Fontes, 1991.

CHEVALIER, Jean e CHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos,

costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução: Vera da Costa e Silva... [et

al.]. – Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.

SWANN, Peter C. El arte de China; Tradução: Mª Dolores Raich Ullán. – Barcelona:

Editorial Juventud, 1967.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. - São Paulo: Brasiliense, 1983.

DARTON, Robert. O grande massacre de gatos, e outros episódios da história cultural

francesa. Tradução: Sonia Coutinho. – Rio de Janeiro: Graal, 1986.

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Paulo: Martins Fontes, 1992.

CHRISTIE, Anthony. Biblioteca dos grandes mitos e lendas universais. Tradução:

Maria Fernanda Tomé da Silva. – Rio de Janeiro, 1987

PHILIP, Neil. O livro ilustrado dos mitos: contos e lendas do mundo. Tradução: Felipe

Lindoso. – São Paulo: Marco Zero, 1996.

DARWIN, Charles. The descent of man: and selection in relation to sex. - Princeton

Univ Pr, 1981.

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RIBEIRO, Núbia Braga e VARGAS, Sandro E. Vieira de. Simbologia e Memória:

espaço/tempo na cultura indígena Sul Americana. Projeto de Pesquisa.

Revista Planeta. Agosto de 2004 (págs. 22 – 27)

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS (IMAGENS E REFERÊNCIAS)

• http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/estatuetas_dogu.htm

• http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%96tzi

• http://en.wikipedia.org/wiki/Yakuza

• http://www.chinaonline.com.br/artes_gerais/jade/default.asp

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo

Page 20: Tatuagem e Simbologia - Um Estudo Sobre Preservacao Da Memoria E Seu Valor Na Industria Cultural

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VI – ANEXOS

Figura 1 (http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/estatuetas_dogu.htm)

Figura 2 (fotos 2 – 5: http://www.ogka.at/aerzte/artikel/oetziLancet.htm)

Face de Barro

Ötzi

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Figura 3

Figura 4

Ötzi

Ötzi

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Figura 5

Figura 6 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Ichthus.svg)

Ötzi

Peixe - Símbolo Cristão Primitivo, 2.º Século d.C

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Figura 7 (http://www.angelostattoo.it/images/carpa2.gif)

Figura 8 (http://www.tattoosymbol.com/articles/lotus-om.jpg)

Carpa estilizada com adornos de Lótus

Flor de Lótus com símbolo do mantra Om.

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Figura 9 (http://www.colpos.mx/entomologia/images/DSCN4355.JPG)

Figura 10 (Tatuagem da entrevistada)

Crisântemo

Tulipa