TattooArt 06

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Capa: Livia Cruz e Max B.O. Matérias: Dmitriy Samohin, Anna Idza, Brenda Flatmo, Inácio da Glória, Gilliano Paduan, Bill Tattoo, Daniel Arts, Tatuagens Premiadas Goiânia Tattoo e TattooArt Festival (São Bernardo)

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Por Daniela Carrara

dmitriy samohin

Não precisa ser um expert para notar que os traços precisos e as cores bem aplicadas do ucraniano dmitriy Samohin são

referências para os artistas de todo o mundo. Ele é sempre citado nas entrevistas de outros profissionais e sua arte é influência tanto

para aspirantes a tatuador, como para mestres consagrados.

pelo mundo

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Dmitriy Samohin

Dmitriy começou a tatuar há 10 anos e seu interesse pela tatuagem surgiu quando viu uma revista durante o tempo em que estava no exército.

Natural de Odessa, uma cidade localizada na Ucrânia, o artista conta que em seu país as tatuagens estão se tor-nando mais populares a cada dia e as mulheres estão se tatuando muito mais agora do que antigamente. Conta também que muitos artistas estão surgindo nessa parte do mundo, pois a atividade da tatuagem está indo muito bem, dando oportunidade a novos talentos.

“Gosto de observar o trabalho de outros artistas e ver o que eles es-tão fazendo. Há muitos artistas in-críveis lá fora neste momento.”

Sobre as técnicas que utiliza, Dmitriy diz que não usa nenhuma técnica específica, pois cada tatuagem é dife-rente e aplica a técnica necessária para obter melhores resultados. Ele observa seu projeto e cria a tatuagem.

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capa

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Fotos: Leo Cavallini - www.studiosopa.comAssistente de Fotografia: Bruno Leão

Agradecimentos: Tattoo You - www.tattooyou.com.brAs fotos do ensaio foram feitas no estúdio Tattoo You.

Rua Tabapuã 1443 - Itaim - São Paulo - SP

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Lívia Cruz

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Foi no trabalho com o Coletivo Brutal Crew que Lívia Cruz gravou a sua primeira música, “Viúva Rainha”, de produção de DJ Babão, que a indicou em 2003 ao prêmio HUTUZ, o maior

festival de rap, com premiação da América Latina. Em 2007, Lívia foi indicada novamente com a música “Mel e Dendê” e, em 2009, quando foram premiados os melhores do século no festival, foi apontada mais uma vez com a mesma música, em uma versão mais aprimorada. Consagrou seu estilo único na mixtape Rotação 33, lançada em CD e DVD em 2008 pelo DJ KL Jay. Recentemente, foi morar na capital do país para produzir o primeiro disco solo. E com o videoclipe da música “A Cartomante”, uma das faixas deste novo trabalho, concorreu ao bloco “Garagem do Faustão”, passando para a segunda fase, atingindo 60% de aceitação do público do programa. Lívia Cruz é a chama da novidade do rap até a última ponta. Para quem já tinha se acostumado com a mistura do hip hop com outros estilos, a cantora ousa ainda mais, transpondo para suas músicas a romântica face dos sentimentos, provocando sentidos nos sonhos dos ouvintes. Gosta do luxo e das coisas simples, circula no morro e no asfalto,

Lívia Cruzo ritmo e a PoeSia De

Lívia Cruz é o nome artístico de Lívia Fontoura Silva Cruz (nascida em recife em 11 de outubro de 1985), que canta, rima, versa e compõe desde os 14 anos, quando já participava de grupos

iniciantes de rap em sua cidade natal. Ainda adolescente, mudou-se para o rio de Janeiro, o maior berço cultural do país,

em busca da profissão. No momento, prepara-se para lançar seu primeiro álbum, intitulado Muito Mais Amor e consolidar-se como

uma das protagonistas do hip hop brasileiro.

Por Alessandro Carvalho • Fotos Leo Cavallini

não foge da briga, mas também quer sossego. Sua forte personalidade e estilo convidam para balançar o esqueleto e, ao mesmo tempo, para parar e pensar. Lívia Cruz é um grande estilo, é a nova safra de beats boladões!

Como a música, em especial o hip hop, passou a fazer parte da sua vida?Sempre gostei muito de escrever e isso fez com que eu me interessasse pelo hip hop. Às vezes, tapeava minha mãe, dizendo que estava fazendo lição, mas eram as letras das músicas, tanto que tive poesias publicadas em livros de escola. Sempre tive uma relação muito forte com a música, talvez por meu pai ser contrabaixista profissional e até hoje trabalhar como músico. Sempre ouvi muita música brasileira e black music. Quando conheci o rap, foi o casamento perfeito, me encantei de cara com o lance. Em um dia desses, estava assistindo ao filme Mudança de Hábito na TV e, me lembrando da Lauryn Hill antes do Fugees, foi quando eu entendi como era o rap. Naquela época, escutava Gabriel o Pensador e isso me ajudou muito a entender o rap. Nunca pensei em ser cantora, sempre quis ser rapper, por conta da

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por dentro da história

Por Alessandro Carvalho • Foto Marcos Pequeno

iN´áCio da glória

muitos conhecem a história de como a tatuagem começou no Brasil, quando um dinamarquês,

chamado Knud Harald Lucky Gegersen ou

simplesmente Lucky, desembarcou no porto

de Santos — litoral paulista —, em 1959,

e por lá passou a viver, trazendo em sua bagagem a tatuagem. também foi ele quem

inspirou um dos primeiros profissionais

brasileiros da tatuagem a ingressar na profissão — Inácio da Glória. Assim como seu nome, inácio teve a glória de vivenciar toda a evolução da tatuagem brasileira.

Com uma fala tranquila, voz tênue e

pensamentos positivos, ele tem muitas

histórias para contar das muitas coisas que vivenciou por meio da tatuagem e de como viu essa arte crescer até os dias de hoje. A seguir, um pouco das histórias e ideais de

inácio da Glória.

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“A tatua

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ar”.“A tatuagem é um desenho que brota do intrincado universo da mente e encontra no corpo humano seu suporte ideal. ” - Inácio da Glória.

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inácio da Glória

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INÍCIO Meu nome é Inácio da Glória, comecei a tatuar na déca-da de 1970 em Santos e em seguida fui para Brasília. Nessa época, havia pouquíssimos tatuadores no Brasil e os conceitos de tatuagem estavam se definindo. Quando fui para Brasília, eu ainda tatuava manualmente. Durante cinco anos, tatuei dessa forma e, em 1976, eu peguei minha primeira máquina de tatuar e, de lá para cá, todos nós somos testemunhas de como a tatuagem evoluiu e de como a tatuagem hoje no Brasil alcançou um vigor nunca antes visto. Nós, de certa forma, fazemos parte de todo este processo, que desembocou nas tatuagens dos dias atuais, e que foi embasado em um trabalho muito sé-rio de muitos profissionais que acreditaram na tatuagem como uma forma de expressão, dando uma contribuição inestimável para a tatuagem ser o que é hoje. Sinto-me orgulhoso de tudo isso. Em Brasília, passei um período muito bom em relação à minha carreira profissional, por-que lá, como um verdadeiro desbravador, tive de levar a tatuagem em uma época que era complicada, a época da ditadura, e por dez anos eu fui o único tatuador da cidade. Recentemente, voltei a Brasília para uma convenção e fi-quei admirado com a quantidade de tatuadores que tem por lá. O cenário que eu ajudei a construir em Brasília teve uma expansão impressionante, mas isso não foi somente por conta de minha participação, foi um sintoma generali-zado que a tatuagem sofreu, o que a fez crescer em todo o Brasil. E hoje ela se proliferou por todo o país, se fazendo presente de norte a sul. Quando comecei a tatuar em Santos, tive o privilégio de conhecer o Lucky, que foi um dos personagens da história da tatuagem que trouxeram a máquina de tatuar. Desde criança, frequentava o porto de Santos, onde eu era pro-vador de café, e foi onde tive meu primeiro contato com a tatuagem. Eu via os marinheiros que desembarcavam dos navios e o Lucky tatuando a tripulação. Eu, como um garoto curioso, ficava por ali farejando todas as coisas que me atraíam. Foi assim que eu comecei, tudo se deu

por meio da relação da tatuagem com o mar. Depois de 17 anos em Brasília, voltei ao litoral e, hoje mais do que nunca, sou testemunha da forte ligação que a tatuagem tem com os temas ligados à água e ao mar. A tatuagem tem vários segmentos e cada um tem sua importância e singularidade. As tatuagens feitas na praia têm enfoque diferente em relação às tatuagens feitas nas grandes metrópoles, nas partes urbanas, possuindo outro estilo, descontração e forma de fixação, até porque as tatua-gens feitas na praia, na maioria das vezes, são feitas em peles bronzeadas, então, temos de escolher desenhos bem adequados a este tipo de pele. Assim, o tatuador deve ser um conhecedor da pele, o suporte em que ele realiza sua arte, uma parte sagrada de nosso corpo, que está à disposição dos tatuadores.

APRENDIZADO Na época, não existia informação, não existia nada de verdade. As poucas pessoas que detinham a informa-ção boicotavam. Como, desde criança, eu frequentava o porto e, por curiosidade, já era atraído pela tatuagem dos marinheiros, acredito que meu aprendizado partiu já da observação. Eu aprendi tatuagem de uma forma muito autodidata, comecei fazendo manualmente e só depois, quando o Lucky chegou ao Brasil, eu pude pegar uma máquina de tatuagem. Então, comecei a utilizar a máquina que era importada, pois no Brasil não se fa-bricavam máquinas. Tudo era artesanal, nós mesmos fabricávamos nossas agulhas, que eram improvisadas de agulhas de miçangas que tínhamos que afiar; quanto às tintas, comprávamos pigmentos em pó que depois tínhamos que bater para fazer as cores. Bem diferen-te de hoje em dia, que compramos tudo pronto para o uso. Nós que começamos há um tempo, não tínhamos essa facilidade atual, mas toda essa dificuldade inicial me forjou de uma forma diferenciada. A tatuagem no Brasil cresceu muito desde aqueles tempos, tanto que a história da tatuagem brasileira não tem 50 anos, pra-ticamente todos os personagens que construíram sua história ainda estão vivos. Somos privilegiados em poder ter a tatuagem no Brasil em um nível internacional e es-tarmos todos testemunhando esta façanha.

PRECONCEITO No começo, o preconceito com a arte na pele era muito evidente. A base do preconceito é a falta de conhecimen-

Primeiros cartões de visita - década de 1970.

“A tatuagem é um desenho que brota do intrincado universo da mente e encontra no corpo humano seu suporte ideal. ” - Inácio da Glória.

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do lado de lá

Por Daniela Carrara

BrENdA flatmo

Brenda, um dos nomes mais relevantes do cenário da tatuagem mundial, é dona do estúdio Plurabella, em Cincinnati - ohio, ao lado de seu marido, o também tatuador Kore Flatmo. Além de

tatuar, Brenda também é pintora e, por esse motivo, sabe muito bem como aplicar as cores em suas tatuagens que, na maioria

das vezes, são flores e ornamentos com muitos detalhes.

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Brenda Flatmo

Há quanto tempo você tatua e como iniciou na profissão?Comecei a tatuar há 15 anos, apesar de não parecer que faz tanto tempo. Sinto que estou começando agora! Eu tive muita sorte quando comecei, pois conheci Kore Flatmo e Mike Dorsey, que trabalhavam em um estúdio em Cincinnati e que me levaram para ser aprendiz, em 1994. Na época, Kore trabalhava duro em seu estilo preto e cinza, e trazia uma influência muito forte da Costa Oeste. Ele também estava começando a mergu-lhar no estilo oriental.Outro artista incrível que trabalhava no estúdio era Clay Decker, que construía máquinas de tatuagem. Consi-dero-me muito sortuda por ter tido esses três artistas por perto para me servir de inspiração.Depois de um tempo, cada um de nós seguiu seu pró-prio caminho; eu e Kore acabamos nos casando, mas continuamos trabalhando separados por dez anos. Agora, estamos trabalhando juntos novamente no Plu-raBella Tattoo e estou muito feliz por isso!

O que você acha da nova geração de artistas que está surgindo?Acho que há muitos ilustradores bons no mercado e alguns surpreendentes! É emocionante ver todo o tra-balho que está sendo feito com ilustrações em cores.

Como é o mercado da tatuagem nos Estados Unidos?Bem, eu acho que a tatuagem americana é tão forte quanto sempre foi. Há muitos tatuadores nos EUA, al-guns dizem que há demais, mas acho que sempre ha-verá um lugar para tatuadores talentosos aqui, o públi-co vai sempre apoiar a boa tatuagem. Nós vimos uma grande mudança nos negócios com o advento do efeito da mídia que mostra a tatuagem, e isso na maioria das vezes acaba sendo positivo.

Você conhece ou já ouviu falar sobre qualquer tatua-dor brasileiro?Há tantos grandes tatuadores no Brasil! Parece haver

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A EleitacArolinA mAiA

foto: líviA rochA