TAfs GREIN A GRAVURA NAESCOLA -...
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TAfs GREIN
A GRAVURA NA ESCOLA
CURITffiA2001
Trabalho desenvolvido parao curso de Metodologiado Ensino da Arte daUniversidade Tuiuti doParana, sob a orientayaoda Professora DoutoraDenize Araujo.
"Toda graVlInt C lcslcmllnhu dc tlmalon;;a. Toda gravura e um devaneio de \"Onlade,uma impaeieneiada vontadeconstrutiva."
Gaston Bachelard
SUMARIO
Capitulo I
1.1 - introduQao ...
Capitulo 2
2. I - Urn breve historico da gravura ....
2.2 - Grandcs nomes da gravura no Brasil..
2.3 - Expoentes no Parana ...
2.4 - As lecnicas de gravura ..
2.4.1 - Xilogravura ..
2.4.2 - Litografia ..
2.4.3 - Gravura em metal. ..
...01
. 03
. 09
. 17
. 22
. 23
. 23
2.4.4 - Papelogravura 25
. 24
2.4.5 - Metodo Marcon ..
2.4.6 - Monotipia ..
2.4. 7 - Serigrafia ou silk-screen ..
2.5 - A gravura em sala de aula - uma proposta ...
2.5.1 - Relato de experiencias ...
Capitulo 3
3.1 - Conclusao ...
Anexos ..
Referencias Bibliognl.ficas ..
. 26
. 26
.. 26
. 28
. 30
. 43
. ..44
. 56
Introdu~ao
Muito se tcm discutido nas ultimas decadas a respeito da arte-educayao como uma
nova id6ia nas escolas. Baseia-se, fundamentalmente, em inserir 0 educando no munda da
arte, buscando uma familiarizayao cultural, atraves da apreciaQ80 estetica, analise e priltica
criadora, levando a obra de arte ate 0 educando. Nao se trata de, simplesmente, ensinar
tecnicas, trabalhar estilos artisticos ou mesmo tamar 0 alune urn artista. E, antes de mais nada,
uma busca de sensibilizayRo, tendo a arte como principal ali ada, levando-a a fazer parte do
mundo do educando. Este procedimento visa, portanto, proporcionar urn crescimento humane
afetivo, cognitivo e estetico.
A boa inlenyao da arte-educaQao (ou ensino da arte) esbarra ainda hoje. apesar do
tempo em que vern sendo discutida e implantada. no preconceito em relayao as outras
disciplinas consideradas mais importantes. aquelas que fazem 0 aluno vencer no vestibular.
A " Educayao Artistica", como ainda e charnada em inumeras escolas por todo 0 pais, cai na
atividade ludica, a hora da diversao, como materia "nao seria" .
Este problema persiste e se fortalece com a nao qualificacao profissional do educador.
Geralmente os profissionais que lecionam EducaCao Artistica apenas fizeram 0 curso de
Magisterio, sem cursar urn curso superior na area de Artes. Deste quadro de profissionais
desqualificados, a arte fica muito distante da sala de aula. e 0 aluno, ao inves de receber
conhecimento, recebe entretenimento.
Com a dificuldade da qualificacao, uma tecnica especifica nao vern gerando interesse
por parte dos arte-educadores a gravura.
A gravura nao e uma tecnica muito pesquisada ou divulgada no ensino da ane nas
escolas. Entre os motivos mais aparentes estao a falta de conhecimento desta maneira de
fazer arte, ou urn certo preconceito, uma vez que e uma tecnica bastante trabalhosa. A falta de
espaco apropriado nas escolas poderia ser outro motivo para a nao aplicacao da tecnica. Ha,
ainda, os professores que consideram essa maneira muito e1itizada, devido aos altos custos
dos materiais empregados, nao sendo assirn viavel 0 trabalho com os alunos em sala de aula.
Estes profissionais se esquecem que ha meios e materiais alternativos em que se pode
utilizar a gravura, trabalhando os mesmos conceitos fonnais, aprimorando 0 olhar do aluno,
levando-o a conhecer esta arte, sem acarretar maiores custos nem para a escola, nem para os
professores, nem para os alunos.
o trabalho de gravura com crianyas e de grande importancia no desenvolvimento de
habilidades visuais e motoras, pois e uma tecnica (apesar da diversidade de materiais) que
exige urn maior apuro no trato com a linha
No trabalho de sala de aula, a sensibilizayao comeya quando 0 educando produz a sua
primeira matriz, e satisfaz-se quando ve 0 seu primeiro trabalho impresso. No decorrer deste
processo, 0 aluno vai aos poucos adquirindo 0 conceito de gravura, onde a imagem e
produzida em uma matriz, onde 0 aluno produz a sua marca, e deste processo surgem
multiplas imagens.
o trabalho com a linha amplia-se para a explorayao de texturas, relevos, pianos,
enfim, pre-requisitos que servidio ao aluno de base para produyoes artisticas futuras.
Alem dos aspectos formais, 0 estudo da historia da gravura proporcionanl ao aluno
uma viagem pela historia da arte e da imprensa, de como surgiram as primeiras impress6es e
como a tipografia foi evoluindo e a gravura ganhando maior valor artistico.
Vale colocar aqui as palavras de Herskovitz:
Arte C wlla lonna de rclacionar-sc roIll 0 IIlundo. E~tend •.:r 0 conh •.:eimenlo deuma tecnica artislica atraves de urn livTo e fomccer um instrurnento de aproxirnm;110 1\eomprecllS110 da arlc C do luzcT artistieo. 0 artiSla, t:mbom solillirio em seu trahalho -c nada mais solitario do que a luta da mao com a itleia c do ferro (om a madeira -sonha com cssa aproxillllll;110 em looos os niveis, pois erc que a artc Ilao dcve seT UlIlprivilcgio de pOlleos. (p.8)
Os objetivos deste trabalho sao oferecer novas maneiras de utilizar a gravura em sal a
de aula e relatar uma experiencia desenvolvida com alunos de 10 grau. Acreditando que a arte
vale a pena, e que a gravura pode trazer grandes transformayoes para os alunos, segue este
trabalho, destinado a todos aqueles que buscam novos caminhos e novas experiencias
significativas na arte-educayao.
Capitulo 2
2.1- Urn breve hist6rico da gravura
Os primeiros traQos gravuristas de que se tern naticia sao as sulcas encontrados nas
paredes das cavernas ha milhares de anos, nas primeiras manifestavoes artisticas da
humanidade. Mas e na Antiga China que a gravura tern seu marco inicial como tecnica de
impressao, 1I1ilizadana estampagem da seda. No entanto, com a invenltao do papel, este
passa a ser urn dos principais suportes da gravura.
Os processos de gravura foram se desenvolvendo ao longo do tempo. No seculo IV,
por excmplo, a gravura ern madeira era bastante utilizada na China e Japao. So chegou ao
Ocidente por volta do seculo XIV, onde as ordens religiosas influenciararn sua divulga~ao
com a venda de indulgencias com imagens de santos. Os monges vendiam gravuras
religiosas nas feiras da igreja, geralmente feitas em folhas soltas, 0 que se popu[arizou
rap idamente. Segundo Orlando Dasilva, nesta epoca aparece " a estampa de critica social, a
religiosa, os feitos hist6ricos e her6icos, as comemoracoes, os retratos, as edicoes especiais
para marcarem festas, etc. Alem da venda popular, 0 editor e patrocinado pelo governo e
pelos grandes senhores." (DASILVA, 1976, p.2S). A gravura era utilizada tambem para
conlar a hist6ria da vida dos santos, uma vez que era muito alto 0 indice de analfabetos e a
hist6ria contada per imagens era entendida per todos.
No seculo XV, grandes pinteres usaram 0 processo xilografico para maior divulgavao
de suas obras. Instalaram atelies nao 56 para reproducao de suas obras, mas tarnbem
aceitando encornendas, preparando edicoes comernorativas e de feitos importantes,
diversificando assim seus trabalhos e sua renda.
Mas foi com a invencao da imprensa de tipos moveis que a gravura passou a
distanciar-se de sua funeao rnerarnente utilitaria para ganhar status de producao artistica
independente.
A prospcriiliKle du Franya de Luis XlV, a lIuloriza'Yilo do dctaUIl: 11(1 dccora'Yao,mostram-sc iuvoni\'cis it d..:s-:olx:rtu de que a gravum poderia scrvir na parcde,innanadu Ii pinlufU, ou ule cm concorrcncia com da. A gravum loi colotada alnis d..:lim vidro, ganhou passepartout c moldura, ( ... ) CriOLl-S":uma lecnica nova pUn! agravun! de paredc. NiIo seria uma gravura em rUlu.ao dus Ictrus, que lIive di.."1llrodolivro, nem dn valor III.lil-visual. cujo lugar c u pasta. ( ... ) A gmvum de pan:de s.;:.,j umacslmnpn de reilUra larga, com clum-cscllm vigoroso, de impm;to muis direto eillslunliinco. (DASILVA, 1976, p. 28)
o apogeu da xilografia e atingido pela escola alema do seculo XVI, onde nomes como
Durer aparecem como figuras de grande talento renovador.
A gravura atinge um desenvolvimento excepcional na Europa, no fim do seculo
XIX, devido it grande valoriza~ao dada pelos impressionistas para a gravura japonesa.
Paul Gauguin, Emile Bernard, Maurice Denis, entre outros, encontram grande
expressividade nesta tecnica. Gauguin, na sua busca de uma arte mais primitiva e direta,
raz inumeras experiencias, utilizando diferentes materiais como lixas e pregos para
arranhar e marcar a madeira, obtendo diversas texturas. Mas 0 grande nome da
xilogravura no final do seculo foi Edward Munch, que fez da gravura em madeira seu
meio principal de expressao, vindo a influenciar severamente 0 Expressionismo alemao.
No seculo XX, a gravura atraiu artistas como Henry Matisse, Andre Derain e Pablo
Picasso.
PUn! 0 ExpressionislIIo, movimcnlo quc rcloma u xilogravum com grande vigor, t.:SsatCcnica signiticu lllll!l oposiljll0 uo lIlundo indllstrializudo e automatizado e e acxprcssilo da revolta do artista colllw esse Illlludo quc 0 opTilllC e 0 isola. Axilogravura, com ~lJ trubulho dircto, cortes bru~os c d~-itos 1Illguiosos, expressaesses scnlimelllos, CSStI rcalidudc c SllllS iucias mc1hor que qualqucr oulntt(.\;nica.(HERSKOVITZ. 1986, p.120)
Em 1796, Aloysius Senefelder, autor teatral, inventa a tecnica da Iitografia, com 0
intuito de divulgar suas pe~as teatrais, 0 que, logo no inicio do seculo XIX tornou-se bastante
atraente para industriais e artistas. Foi atraves da litografia que muitos pintores aproximaram-
se da tecnica da gravura, pela possibilidade de desenhar livremente sobre a pedra e a liberdade
de movimento do lra~ado. Entre os que experimentaram essa tecnica estao Pissarro, Cezanne,
Van Gogh, Renoir, Manet, entre cutros. Em 1805 surge a primeira empresa litografica na
Itiliia, logo difundindo-se em outros paises da Europa (ODAHARA, 1995),
No Brasil, considera-se que a primeira pessoa a trabalhar corn gravura tenha sido 0
Padre Jose Joaquim Viegas de Menezes, que em 1797 seguiu para Lisboa, Portugal, onde
freqOenlOu a Regia Oficina Tipognifica, Calcognifica, Tipoplastica e Literaria, dirigida pelo
Frei brasileiro Jose Mariano da Concei9ao Veloso. Entretanto, nenhuma das gravuras
produzidas por ele restam ou foram devidamente registradas, sendo 0 seu pioneirismo apenas
resgatado por depoimentos antigos (LEITE, 1966).
Com rela~ao a gravura em metal, pode-se afirmar que os primeiros foram os
portugueses Romao Eloi Casado e Paulo dos Santos Ferreira, que acompanharam Frei Veloso
ao Brasil, passando a trabalhar na Impressao Regia, fundada por D. Joao VI. E, portanto, em
lorno da Impressao Regia que se inicia 0 movimento da gravura no pais (LEITE, 1966).
I-Ia registros da lecnica litognifica no Brasil em 1818, enquanto que a xilogravura
demorou a florescer, ocorrendo depois de 1870, com 0 peri6dico 0Meqlletrefe, produzido por
Modesto Brocos y Gomes. Deve-se considerar que 0 processo xilografico estava ainda sendo
utilizado como meio de reproduvao, estando longe ainda de atingir seu valor artislico. Isso se
deu muitos anos depois, quando Goeldi retornou da Europa com as novas tendencias (LEITE,
1966).
No Brasil do seculo XIX, a lilOgrafia desenvolveu-se principal mente corn a
colabora~ao dos europeus, aplicada principal mente it transmissao de paisagens urbanas. 0
artista frances Arnaud Julien Palliere fbi chamado por D. J03.0 VI, em 1822, para trabalhar
como professor da Academia Militar no Rio de Janeiro, sendo uma das primeiras pessoas a
realizar litografias no Brasil. AJguns anos mais tarde, em 1825, 0 suivo Johan Jacob
Steinmann, que havia frequentado as oficinas de Senefelder na Europa, e contratado como
litografo oficial e protessor da Academia Militar, sendo considerado 0 introdutor oficial da
lecnica lilogrMica no Brasil (DASILVA,1976).
A xilogravura restringia-se ainda it ilustra9ao de livros. Ji no come~o do seculo xxlemos 0 cicio de xilos populares, sobretudo no Nordeste, manifestando-se na Literatura de
Cordel. A introdu9ao da tecnica xilogrifica no Cariri cearense deu-se com a implanta9ao da
imprensa, tendo como jornal pioneiro "0 Araripe" de 1855. Mas 0 jornal que realmente
impulsionou a xilogravura no nordeste [oi "0 Rebate", criado em 1909 para lutar pel a
emancipa¥ao politica do povoado. As paginas deste semanario traziam as primeiras
ilustra~oes e caricaturas politicas que recorriam as matrizes xilograficas (CARVALHO,
1997).
Esse mesmo jornal tornou acessivel a seu publico textos da literatura de folhetos, na
sec;ao Lyra Popular, que republica va versos de Leandro Gomes de Barros e Cordeiro Manso.
Assim tloresceu a Literatura de Cordel, que tern em seu repert6rio narrativas escritas ou orais
de fatos corriqueiros ou hist6rias recriadas. 0 nome "cordel" refere-se ao fio de barbante onde
os folhetos eram pendurados para serem vendidos (fig. I). A literatura de Cordel e de origem
europeia, trazida ao Brasil pelos portugueses, mas rapidamente incorporou as tradic;oes
populares relacionadas com 0 cicio do cangac;o e figuras hist6ricas como 0 padre Cicero,
figura central dos relatos.
o romeiro alagoano Jose Bernardo da Silva, que fazia 0 circuito das feiras e festas
religiosas, teve a ideia de colocar os folhetos a venda, junto com as suas outras mercadorias.
As vendas foram Hio expressivas que logo ele passa de ambulante a editor. Ao final dos anos
20 adquire sua primeira impressora. Sentindo necessidade de incrementar os folhetos, recorre
a mao de obra especializada de escultores de ex-votos e santeiros da regiao, que deveriarn dar
forma aos dragoes, valcntcs e princesas para tornar os folhetos mais atraentes e contribuir para
o incremento da atividade. Assim, "a xilogravura ligou-se, urnbilicalmente, ao folheto, ao
romance e a hist6ria. Passou a ser uma especie de sintese da narrativa, a partir dos elementos
mais fortes e expressivos, e tornou-se a imaginac;ao visual desse imaginario, de tanta
reccptividade por parte das camadas subalternas da sociedade" (CARVALHO, 1997, p.9).
A produc;ao dos folhetos de cordel comec;ou a decair ao final dos anos 50,
consequencia da seca, da crescente industrializaC;ao e da chegada da TV, moditicando 0
imaginario popular e tirando 0 tempo dedicado it leitura dos folhetos. Assim, essa arte foi se
perdendo no tempo. Nas feiras que ainda restam no Nordeste, pouco espac;o sobrou para os
folhetos de cordel, misturados entre infmidades de produtos importados; as xilogravuras sao
raramente encontradas, perdidas entre artigos utilitarios e decorativos. E os cantadores do
cordel abandonaram as ruas, preferindo soltar a voz nos pro,b'Tamas de radio.
Apesar disso, a xilogravura continuou a se manifestar como expressao estetica de
muita fon;:a, tendo Abraao Batista e Stenio Diniz com atuac;ao marcante, produzindo xilos de
forte conteudo social e politico. De certa forma, a crise dos folhetos de cordel promoveu uma
renovac;ao da xilogravura, levando os artistas a busca de novas formas de expressao e
sobrevivencia.
Atualmente, na tentativa de nao deixar morrer esta tradi,ao popular, a Funda,iio de
Cultura de Caruaru mantem 0 Museu do Cordel. Ha os mais otimistas que afirmam que 0
cordel nao esta se acabando - pelo contrario, esta se remodelando. Ha dezenas de estudiosos
publicando livros sobre 0 assumo, estudos em universidades, oficinas e ate sites na Internet,
que trazem artigos, gravuras, folhetos e ate concurso de repente. Para acompanhar as
mudan~as, 0 folheto de cordel prescindiu da xilogravura, para dar lugar a capas mais coloridas
e chamativas, e formato urn pouco maior. (Revista PALAVRA, 2000).
Apesar disto, a gravura s6 encontrou uma pnitica artistica mais salida no Brasil no
pcriodo modernista, com nomes como LASAR SEGALL, OSV ALDO GOELDI e LivID
ABRAMO. A partir desses grandes nomes, surgem algumas escolas e oficinas espalhadas
pelo Brasil. No Parana, GUIDO VlARO, POTY LAZZAROTTO e FERNANDO
CALDERARI sao alguns nomes que merecem destaque.
2.2 - Grandes ncmes da gravura no Brasil
Nao ha como realizar este capitulo sem cometer algumas injustic;as. Seria
impossivel colocar aqui todos os nomes que representam um trabalho de alta qualidade em
gravura, principal mente no que se vern realizando na atualidade. Neste capitulo estao alguns
dos nomes mais importantes na historia da gravura no pais, nomes que, alem de seu trabalho
gravado, acabaram influenciando novas gerac;oes de gravuristas.
LASAR SEGALL
Segall nasceu na Litufinia, em 1890 e foi urn dos primeiros a fazer gravura no Brasil.
Chegando aqui em mead os da decada de 20, encanta-se com a paisagem e belezas naturais,
que inspiram parte de suas pinturas e gravuras. Toda sua obra, porem, e de grande
importancia, qualitativamente e quantitativamente, tendo se apropriado cedo das leis que
regem a gravura, trabalhando com rnestria oa litografia, xilografia e gravura em metal,
elaborando uma obra pessoal, de altissirna qualidade e importancia.
As primeiras estampas de Segall sao litografias e datam de 1910, executadas no tempo
de aprendizagem em Dresden e Berlim, influenciado pelo Expressionismo alemao e pelo
impressionismo de Corinth. Segall, porern, parte para novas tecnicas e experiencias, na busca
de afirmat;ao de urn estilo rnais condizente com sua personalidade, para uma obra que tivesse
a sua propria voz.
As caracteristicas mais marcantes de seu trabalho sao caracteristicas formais que
aparecem em todas as suas gravuras, como a utilizac;ao da linha reta, a simplificat;ao
geometrica das rormas, a estrutura~o do espa~ com 0 auxilio das diagonais, sem falar 00
elevado conteudo emotivo, que aparecem nit ida mente nas fisionomias e atitudes dos
personagens. Estas caracteristicas se mantern ainda na gravura em metal e na xilogravura,
que sera sua forma de expressao favonta desde 1918. Alguns de seus trahalhos sao inspirados
em obras literarias, como as de Dostoiewsky, Jorge de Lima (oa serie Mongue), Mario de
Andrade e Manoel Bandeira, entre outros.
10
Em contata com 0 meio brasileiro, e encantando-se com as paisagens exuberantes,
SegaJl produzini uma srhie de trabalhos com lemas loeais (Morro, Pe de cafe, Cabe(fQ de
prelO, Fazel/da), intercalados com temas que dernonstram a saudade da sua terra natal.
GraVOll em todas as tecnicas utilizadas em sua epoea (xilogravura, litografia e metal).
Na litografia, inicia sellS trabalhos com obras impressionistas, logo abandonadas quando 0
artista cncontra a linguagem expressionista. Na decada de 30 utiliza a xilogravura e metal. A
obra gnifica de Segall apresenta estudos de corpos e de expressoes faciais, numa tentativa de
expor a alma humana em sua obra. Conseguiu assim, diversas matrizes que sao uma critica aordem social brasileira. Morreu ern Sao Paulo, ern 1957.
il
Villi:! c eu. 1910 - LilograJiIl (lig. 2)
Mulhcrcsdo M;'IlIb'lIC com Espclho. 192<) - Agll:l-tonc (fig.3)
12
OSVALDO GOELD!
Nasccu em 1895 e faleceu em 1961, no Rio de Janeiro. Filho de sui~os, estudou na
Europa de 1915 a 1919. Voltando ao Rio, cxpoe desenhos na Semana de Arte Modema de
1922. Nesta epoea, 0 desenho era seu unico meio de expressao. A partir de 1924 passa a
dedicar-se it gravura, tendo prefenencia pel a xilogravura, tecnica em que descobriu sua
capacidade criadora. Alias, revelou-se como urn autentico expoente da xilogravura do seculo
Xx. Toda sua obra recebe influencias do Expressionismo, e em especial dos artistas Kubin,
Gauguin e Munch. Kubin, par sua vez, foi escolhido par Goeldi como mestre, 0 que nao
impediu que encontrasse urn estilo unico, com grande autenticidade. Goeldi dizia: «Nunca
sacrifiquei a qualqucr modismo 0 rneu proprio eu - caminhada dura, mas a unica que vale
todos os sacrificios" (IN: LEITE, 1966, p.14). Nao se pode negar que Goeldi atingiu uma
elevada brasilidade em suas gravuras, captando 0 dia-a-dia carioca, com seus tipos anonimos,
pescadores e vagabundos. Retratou as chuvas, os dies, os peixes, as nlas e praias, a Amazonia
e suas Jendas, sempre de uma maneira emocional, saindo de sua necessidade expressiva.
Entre os anos de 1924 a 1930,0 artista produz 0 album «10 Gravuras em Madeira" As
gravuras deste album (Roceiro, Preta, Itltriga, Mil/heres, Carro("a de Lixo, Hairro Pohre,
Lllzes. AhalldoJ/o . .lardim e Amanhecer l1a Praia) revelam 0 amadurecimento continuo e 0
dominio da tecnica, 0 que 0 leva a dedicar-se ainda mais a partir de 1931, nesta fase
revelando-se e consagrando-se ainda mais pel a sua vi sao pessimista dos seres e das coisas, e a
maneira de retratar nos objetos banais "0 sentimento tragico de quem nao tern ilus6es"
(LEITE, 1966, p.IS). Aparecem em seus trabalhos figuras como urubus, lampioes notumos,
gatos, tubaroes e paisagens tropicais. Nesta epoca realiza tam bern suas primeiras expericilcias
com cor, de uma maneira que a cor integra-se it gravura, tomando-se a cor gravada, com era
sua busca.
Sua obra sempre tende ao poetico, ao satirico, ao macabro, ao fantastico. Por vezes eaUlQr, assim como espectador nas paisagens que constituiu, «tern a brutalidade sinistra das
miserias das grandes capitais, a soledade das casas de comodos onde se morre sem
assistencia, 0 imenso ermo das ruas pela noite morta e dos cais pedrentos batidos pel a
violencia de s6is explosivos" (BANDEIRA in: LEITE, 1966, p.16). Com essas
caracteristicas, Goeldi acabou criando grandes milOs visuais, onde urn fantastico mundo se
ahre e em que a fauna e os objetos se rebelam contra os homens, ganhando forc;a estetica e
13
caracteristicas proprias em suas gravuras Estes mesm05 mitos 0 consagrariam como um dos
maiores gravadores do seculo xx.
Mercado de Pcixcs - xilogravura (fig.~)
14
LivlO ABRAMO
Representa urn clemento de ligac;:ao entre Segall e Goeldi . Nasceu em Araraquara >
Sao Paulo, em 1903. Iniciou-se como gravador na decada de 30, sendo tambem desenhista,
pintor, jornalista e professor. Foi autodidata em sua formayao artistica, e suas primeiras
experiencias acontcceram usando uma lamina de barbear para gravar em pedayos de madeira
de caixotes. Seu trabalho aprcsentou sempre rcaJismo, seus temas cram sempre humanos e
sociais, uma vez que recebeu influencia de Segall e Goeldi. Torna-se urn dos introdutores da
gravura moderna brasileira.
As primeiras gravuras em madeira datam de 1926, onde experimenta materiais e
instrumentos diversos. Em 1928 adota a linoleogravura, processo de mais faeil manipuia9ao
Oepois de uma pausa de alguns anos no trabalho com gravura, em que se dedica apintura e ao desenho, tern contato com a obra de Segall, retornando definitivamente it
xilogravura, explorando a temiltica dos suburbios paulistanos, com seus habitantes e
paisagens. Por ser uma pessoa preocupada com as quest6es sociais, aproveita-se do
expressionismo alemao para acentuar a realidade que representa. Nesta linha expressionista,
Abramo abordaria a vida do operariado paulistano, alem de expor seu protesto com dezenas
de desenhos e gravuras sobre a Guerra Civil Espanhola. Segundo Mario Pedrosa em
AMARAL, 1987:
ele 0 primeiro urtista, no que se SIdhu, u lnlllspor pam a xiloo lemll da lulu de clIlSSC: 0 opt..">flirionu [limen, 0 opL'nlrio coleliYmm.'llle COlprotesto, a "cUm fitbric.'l de Iccidos com 0 seu perfil recortado, grades c chaminesen.ius COIll uma infimlariu em facc do inillli~o c cm voIla, pelu aci<k.'lltadalopogmtin (ldjacenle, 0 ca~lI;o opcrario, em grupos, Ircpados pelas clc\,.u;:Ocscomo troIVos emboSUldos de assallanles (gucrrilhciros?) llu\'ja, nas xilos clinokos de Abramo, llllm descnho limpido c forte, \lm accnto caloroso desoJidaried'ldc declassc.(AMARAI.,1987,p.36)
Mesmo trabalhando a gravura como "arte uti I", a partir de seu envolvimento com a
ilustra9ao de preocupa9ao social, gradativamente abandona 0 figurativismo, sem, porem, abrir
mao do tema. Em fun9ao de solu.;6es de ordem formal que Ihe exigiam as ilustra90es, sua
gravura se abre em pesquisas que resultariam em urn beneficio da gravura como urn todo, em
estrutura e conteudo. A partir das ilustra90es que realiza para Afonso Arinos (''relo Sertao".
de 1948), embora a tema seja sempre 0 ponto de partida de suas obras, em inumeras series de
gravuras sua concentra~ao sera na estrutura~ao da imagem propriamente dita. Na serie de
gravuras '"Rio", apresenta urn lirismo ate entao oculto. Sao paisagens do Rio de Janeiro, cenas
de macumba, fa vel as. Oepois, na serie "Festa", em que se inspira nos fogos de artificio e
festas juninas, e que surgira "uma 1inb'1lagem pessoal, equidistante do figurativismo e do n30-
figurativismo, uma linguagem de mestre autentico de seu meio expressivo" (LEITE, 1966.
p.2S).
2.3 ~ Expoentes no Parana
Gumo VIARO
17
Nasceu em Badia Polesine, Veneto, Italia, em 1897, Iniciou seus estudos de pintura
em Veneza, continuando mais tarde em Bolonha. Em 1928, chegou ao Brasil, fixando-se
inicialmente em Sao Paulo. Em 1930, transferiu-se para Curitiba, dedicando-se ao ensino de
desenho em escolas particulares , alem de pintura.
Durante toda a sua vida, diversificou tecnicas, as vezes utilizando-as simultaneamente,
como, por exemplo, desenho sobre monotipia ou monotipia sobre pintura. Isso dava a seus
trabalhos caracteristicas proprias e uma grande expressividade, as linhas rapidas, que dao
movimento e fluidez para suas obras.
A gravura teve especial importancia na vida de Viaro, pois significou uma renova~ao
de seus meios expressivos. Porern, utilizou-a de maneira diversificada, investindo rnais na
gravura invertida, onde os tra~os aparecem em branco. Isso deu urn grande vigor ao seu
trabalho, pois a tecnica consiste em desenhar a luz e nao a sombra. Outro detalhe curioso, era
que Viaro imprimia suas gravuras em papel comum, sem durabilidade, as vezes nem
numerava ou assinava suas gravuras. Apesar de parecer que 0 artista dava pouca importancia
para a gravura, foi dela que retirou as linhas fortes e vigorosas que apareceram mais tarde,
quando retomou a pintura. Desenvolveu a pintura raspada, com a tela preparada com gesso,
onde, raspando, aparece a cor de fundo. Viaro ainda fez dezenas de monotipias, bastante
caracteristicas, onde a transparencia se alia as linhas do desenho, que ele utilizava em
interferencias sobre a linta, 0 que tomavam suas monotipias lmicas. Nas obras de Viaro
aparecem a preocupa~ao com 0 "destino do homem simples, do homern que sofre, do hornem
para quem a vida e uma luta, do homem comum" (AMARAL, 1987, p.180)
Faleceu em Curitiba em 1971.
19
POTY LAZZAROTTO
Nasceu em Curitiba em 1924. Napoleon Potyguara Lazzarotto, autodidata, desenholl
dcsde os cinco anos de idadc. Publicou suas primeiras historias em quadrinhos ao dezoito
all os, no Diario da Tarde. Em 1942, rai para 0 Rio de Janeiro para cursar a Escola Nacional de
Belas Artes, na qual fai ailino de Osvaldo Goeldi. Se diplomoll em 1945. Em 1950,
organizou 0 primeiro curso de gravura do Museu de Me de Sao Paulo e em Curitiba. curso
que se tarnoll marco inicial do ensino de gravura no Parana
Administrou, juntamente com Guido Viaro, a revista mensal "Joaquim", cuja
qualidade u!cnica das iluslra<;oes valorizavam a publicac;ao. Poty trabalhava em metal, pondo
"em foeo tad a uma sincera e emocionante exaltac;ao humana, que e 0 grande trabalho co mum
de roda a sua obra" (AMARAL, 1987, p.180)
Vagao de trcm - gr.lvum cm mctall :lIlQS 50 (fig. 7)
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FERNANDO CALDERARI
Nasceu oa Lapa em 1939.Aos dezoito anos veio para Curitiba, passando a estudar
pintura com Guido Viaro. Formou-sc pela Escola de Belas Artes do Parana. Frequentou a
curso de gravura em metal do Museu de Ane do Rio de Janeiro. Tornou-se artista plastico e
professor, contribuindo para a forma~ao de tad a uma gcra~ao de jovens artistas paranaenses,
lecionando Desenho, Pintura, Gravura e Teoria da Conserva~ao oa EMBAP. Orientou 0
Atelier de gravura da easa de Alfredo Andersen, Centro de Criatividade de Curitiba e Atelier
Poty LazzarottQ, Realizou individuais no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Sao PauIo,
alem de mostras coletivas no exterior. Em seu trabalho, nao demonstra preocupa93o pela
figurayao e sim, em solucoes formais que the sao caracteristicas.
S/lituio, Agua Tinta e Agua Forte (fig.9)
22
2.4- As lecnicas de gravura
Gravura e 0 ato de produzir imagens sebre uma superficie, por meio de incisoes,
visando sua reprodu~ao em papel OU Dutra base. E llma tecnica bastante intimista, que exige
tempo, pois a beleza das imagens revela-se lentamente.
Para a realizac;ao de urn trabalho com gravura, mesmo sendo aplicada com materiais
alternativos, e imprescindiveJ que 0 professor compreenda os principais meios pelos quais as
gravuras sao produzidas. Por isso, neste item, sao abordadas as tecnicas mais utilizadas em
gravura atualmentc e algumas expJica~oes sebre como proceder em sua utilizayao. Vale
lembrar que, apesar deste trabalho ter buscado tecnicas alternativas para utiliz3yao de criany3s
pequenas (8 e 9 anos), sao u!cnicas possiveis de serem utilizadas com alunos maiores.
A arte da gravura abrange urn conjunto de opera~6es como 0 acabamento da prancha,
o desenho, a incisao, a tintagem, provas e retoques, vindo a culminar com a impressao da
estampa. Poderia ser definida como a arte do tra~ado resultante de incisiio em uma superficie
(madeira, metal, couro, etc.), de modo a permitir a prensagem, possibilitando multiplos da
imagem gravada.
*Gravura em relevo:
Neste modo de produ~ao da gravura, a superficie de impressao sofre urn
deshastamento das partes nao ocupadas pelo desenho, que aparecerao em branco na estampa,
e apos entintada vem a ser reproduzida por pressao, contra urn papel. Assim funcionam a
xilogravura e a linoleogravura.
*Gravura de ental he:
Os sulcos abertos sobre a chapa rnetalica recebem a tinta e sao depois abertos sobre 0
papel. As tecnicas mais comuns sao buril, ponta-seca, agua-forte, agua-tinta.
*Gravura planografica: a impressao da-se por rcacao quimiea. estando num mesmo
nlvel a sllperfieie de impressao e de nao-impressao. A tecnica e a litografia.
Reeentemente a gravura em silk-screen e bastante utilizada, na qual 0 desenho e feito a
estelleil sobre uma trama de seda e pode ser reproduzido em qualquer tipo de superficie plana
(serigrafia).
23
2.4.1 - XILOORA VURA
Palavra derivada do grego (xylol1= madeira + grapheill= escrever).
Na xilogravura, apbs a execu~ao do desenho sobre a madeira, iniciam-se os cortes
que irao proporcionar os brancos, ao passe que as partes intocadas proporcionam cor
A xilogravura apresenta dois sistemas de corte:
a gravura a fio, quando 0 corte e executado no sentido das nervuras da madeira;
empregam-se goivas e facas de varios formatas.
gravura de topo, quando 0 corte e transversal ao tronco, au seja, contrariando
na vertical 0 sentido dos tios; utiliza-se 0 buril, ferramenta que perm ire corte raso e
linhas de todos as tipos.
A impressao na gravura de topo ou a tio se processa da mesma maneira e de dois
modos:
*em pape! tina, por frota~ao. atraves da fric~ao manual com uma col her sobre 0
dorso do papel colocado sobre a prancha de madeira gravada e tintada;
*em papel mais espesso, utilizando-se uma prensa manual vertical de rosca ou
horizontal de mesa.
2.4.2 - L1TOORAFIA
A tecnica da litografia e, entre todas as tecnicas de gravura. a que mais se assemelha it
pintura e ao desenho, pais as imagens sao realizadas diretamente sobre a matriz com lapis ou
linta. E urn processo de impressao planografico, ou seja, as imagens e as zonas que naD serao
impressas estao no mesmo nivel de superficie da pedra, diferentemente da xilografia e da
gravura em metal.
A matriz litografica e uma pedra calcaria. encontrada no subsolo, a aproximadamente
dais metros de profundidade, e que possui propriedades hidrofilas e lipofilas, au seja, possui
afinidades com a agua e a gordura. Para uso litografico, essas pedras sao preparadas de forma
ret angular e com espessura de 8 a 10 centimetros, 0 que permite a reutiliza9aO dessa matriz.
As tecnicas para realiza9ao de uma litografia sao variadas, podendo ser usadas em
conjunto num rnesmo trabalho. As mais comuns sao:
Litografia a tapis - 0 lapis litografico possui uma ponta gordurosa composta de sebo, saba~,
cera, goma laca e preto furno, sendo utilizado para fazer 0 desenho diretamente na pedra. Esse
processo permite uma grande variedade de tons.
Lilografia it lillfa - utiliza-se uma tinta composta per corpos gordurosos ou graxos e goma
laca; apresenta-se Iiquida au salida e requer bast ante pratica do gravador.
Malleira Negra - e a tecnica em que se cobre toda a superficie da pedra com lapis ou tinta
litografica, raspando-se delicadamente a imagem com raspadores ou pontas secas. 0 desenho,
assim, e obtido em negativo.
Deve-se tomar alguns cuidados para se realizar uma boa impressao IitogrMica. 0
desenho deve ser executado invertido e nao se pode locar as partes brancas da pedra • pois a
gordura corporal facilmente se fixa a essa superficie, aparecendo na impressao.
Para a impressao, a pedra passa ainda por alguns processos quimicos, esperando-se ate
24 horas para que a gordura se fixe. Oepois de todo urn processo e que a matriz poden'!. ser
emimada, indo para a prensa, onde coloca-se urn papel intermediario entre 0 papel de
impressao e a prensa, e ainda uma placa de madeira (recoberta de couro) ou de acrilico com
graxa na parte superior para que possa deslizar facilmente, 0 que evita que 0 papel original
amasse ou que a prensa fique suja com a tinta de irnpressao. Apbs prontas e secas, as gravuras
sao numeradas con forme a edi9ao e assinadas a lapis.
2.4.3 - GRAVURA EM METAL ( CALCOGRA VURA)
o termo "calcogravura", origimlrio do grego «ka/kos" (cobre), se refere a toda brravura
em que os sui cos sao gravados na matriz de metal. As variayoes desta tecnica sao muitas,
variando da incisao a buril a ulilizayao de vernizes e oulros produtos. Pemlite linhas mais
tinas e maior precisao da imagem. Entre as principais tecnicas estao:
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Gral'lIra a hurd - sabre uma chapa pol ida de metal, cava-se os sulcos com a pant a
afiada de urn buril de a~o. Os sulcos produzidos sao de profunrlidade varia vel. 0 trac;o do
buril e seeD e n!tido.
Aglla:/brle - uma chapa de metal, polida e desengordurada, e coberta por uma tina
camada de verniz. composto de cera de abelha, betume em po e breu. Depois do vemiz seeD,
faz-se 0 desenbo retirando a cera com uma panta, expondo 0 metal. a mordente (acido
nitrico, por exemplo), penetfa nos trac;os abertos e ataca 0 metal, gravando a imagem. 0
desenho deve estar invertido. 0 trac;o da agua-fone nao e lao limpo e seeo como 0 do buri!.
POJlfa-seca - 0 gravador segura 0 instrurnenlo, uma pont a com born corte, como se
Fosse urn lapis. A ponta corta a superficie do metal, mas nao retira 0 mesmo, fere-o,
levantando-o nas margens, deixando uma fina rebarba. A impressao resultara numa linha
aveludada.
2.4.4 - PAPELOGRA VURA
Esla u!cnica foi criada por Orlando Dasilva e e uma das mais faceis de se trabalhar,
principal mente na escola, devido aos baixos custos dos materiais empregados. E, basicamente,
estampagem feita com impressao em relevo. A matriz e constituida de papelao firme e nele
sao produzidas alturas com cola, tinla, corda, dobraduras, etc. Pode-se ainda aproveitar a
lextura natural do papel, que pode ser amassado, rasgado, cortado, furado, colado urn sobre 0
outro. Oeve-se impermeabilizar a matriz com verniz, Oll, cola branca, no caso de ser feita na
escola. Apos seea a rnatriz, pode ser enlinlada.
A tinta deve ser passada corn rolo sobre a matriz, nao atingindo, assim, as partes mais
baixas. A impressao pode ser feita em prensa caJcognifica ou simplesmente it mao, por
fricr;ao nas costas do papel.
o result ado final da impressao revela-se bastante interessante, pela diversidade de
materiais que podem ser empregados, produzindo uma grande variedade de texturas.
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24.5 - METODO MARCON
o artista plastico Lorival Marcon criou urn processo alternativo para criac;ao de matriz
para gravura. Trata-se de um metoda bastante diferente, pais utiliza a argila e 0 gesso como
base para 0 trabalho.
o primeiro passo e criar a imagem em pape! fino. Esta imagem sera passada para uma
superficie de argila, ja perfeitamente ali sad a, utilizando-se urn rolo regular (pade ser ate urn
cabo de vassoura) sobre uma chapa de vidro. As lin has do desenho impressa na argila
molhada scrao retiradas com auxilio de urn pal ito, ate que se possa enxergar 0 vidro que esta
abaixo. Com quatro peda.;;os de madeira (varinhas regulares do tamanho dos lades do vidro
onde esta a argjla), faz-se uma "cama", fechando-se bern as laterais com argila mais diluida.
Prepara-se, entao, 0 gesso, que sera derramado sobre essa "cama", penetrando assim naqueles
vaos onde a argila roi retirada. Quando 0 gesso estiver seco, retira-se a argila (que pode ser
reaproveitada) e esta pronta a matriz para impressao. A tintagem se faz com 0 mesmo rolo
para xilogravura.
2.4.6 - MONOTlPlA
o metodo consiste em uma imagem (mono), pintada sobre uma superficie com tinta,
que pode ser it base de 61eo ou agua. e em seguida transferida para 0 pape! por pressao das
maos ou outro meio de pressao.
A caracteristica desse metodo e que nao ha duas impress6es iguais. 0 que permite
grande esrontaneidade e beleza ao trabalho. Nao ha como reproduzir a mesma forma duas
vezes.
Dependendo do efeito que se deseja dar ao trabalho, utiliza-se nao s6 os dedos, mas
quaisquer outros instrumentos que possam dar novas caracteristicas a linta, como escovas de
dente, palitos, esponjas, penas, etc.
2.4.7- SERIGRAFIA OU SILK-SCEEN
Essa tecnica ja era utilizada no Oriente, para impressao de tecidos, no comC90 de
nossa era. Apesar da tecnica ja scr conhecida no Ocidente desde 0 seculo XVI, e no seculo
XIX que surgira maior interesse pela tecnica, devido ao desenvolvimento da indllstria textil.
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No campo anistico, sua utilizaiVao e relativamente recente; por volta de 1936 e que
alguns artistas percebem 0 pader expressivo do silk-screen. 0 terma "serigrafia" (do latirn
sericlIl1I= seda) foi utilizado pel a primeira vez par Carl Zigrosser, hisloriador e cUfador do
Museu de Ane Moderna da Filadelfia, designando estampas produzidas com propositos nao
comerciais.
E a mais industrial das tecnicas e foi bastante utilizada pelos artistas da Pop Art, pais
real9ava 0 seillido simb61ico de seus trabalhos, ligados a reprodutibilidade da obra de arte e a
sua massifica9ao, conseqOencia da sociedade industrial onde viviam.
A serigrafia (au silk-screen), e urn processo de stencil. Uma pelicula e fixada sabre a
lela de seda ou nylon, esticada firmemente na extremidade de urn bastidor. A estrutura da tela
deve ser de tal maneira que permita por pressao de urn rodo ser atravessada em sua trama pel a
tinta. As areas para imprimir sao abertas na peHcula. As areas que receberao tinta sao
bloqueadas por essa mesma pelicula ou emulsao fotogrMica, quando for usado este processo
para fixayao da imagem. A serigrafia nao utiiiza, como as demais tecnicas, a prensa, usando
somente uma mesa para impressao.
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2.4 - A gravura em sala de aula - uma proposta
A gravura come<;:a na vida da crianya a partir do momento em que ela faz uso das
pr6prias maos. A maioria dos arte-educadores. por vezes se preocupam com 0 uso de
materiais sofisticados e se esquecem que e alraves do uso das maos, da sensibilizayao do tato,
e que a crianya descobre 0 seu mundo.
Os trayos a dedo sao as ptimeiras realizayoes das crianyas na feitura de impressoes.
Ate ao manipular 0 harro e pressionar as maos sabre a parede au muro, a crianya esta
descobrindo 0 seu grande potencial como gravadora, a marca passive! atraves de seu corpo.
o trabalho com gravura em sal a de aula requer urn certo numero de materiais
alternativos, que os pr6prios alunos podem arrecadar, como, por exemplo, bandejas de isopor,
sahao em pedra, legumes, azulejos, papeJao, folhas secas. A impressao pode ser feita em papel
simples, como papel jomal, barateando ainda mais. Apesar de nao garantir a mesma qualidade
de impressao, a tinta guache e 0 recurso que a escola dispoe e pode ser utilizada para
impressao dessas gravuras realizadas na escola.
o import ante e que 0 aluno participe ativamente do processo de coleta dos materiais,
pais assim ele ja estanl incorporando 0 gosto pel a tecnica, pelo fato de utilizar-se de materiais
tao simples, do seu dia-a-dia, eve-los lransformarem-se em gravuras. Isso permile lambem
que 0 educando nao se iniba pela dificuldade da tecnica~ pelo contni-rio, com a facilidade dos
materiais disponiveis, ele se sente muito mais il vontade para experimentar e criar novas
trac;os e formas.
o trabalho com a gravura pode iniciar-se com urn diil!ogo rico em informac;oes sobre
esta tecnica. E interessante que 0 professor leve ate os alunos matrizes em linoleo, madeira e
ate metal, permitindo aos alunos 0 toque, a textura dos materiais e as diferentes resultados
obtidos. Eles apreciam muito este primeiro contato, que deve ser seguido de informac;oes a
respeito do material que e empregado para fazer as incisoes na matriz, alertando para 0 perigo
de corte e de acidentes mais serios. Outro ponto importante e colocar it. disposic;ao dos alunos
gravuras de artistas como Lasar Segall ou Osvaldo Goeldi, para que os alunos possam ler
tambem a leitura de obra. No caso dos artistas em questao. analisamos as diferenc;as tema.icas
29
e formais dos seus trabalhos, percebendo tambem teda a poetica humana concentrada na obra
desles dais artistas gravadores.
o conceito de gravura e trahalhado no momento ern que se leva aos alunos lOdos os
maleriais, matrizes e obras e se explica aos alunos que a gravura nao e uma simples imagem
ou figura, e sim, 0 resultado de uma MARCA, realizada em uma MATRlZ, que permite 0
MULTlPLO, au seja, diversas capias, quantas 0 artista julgar necessarias. Tendo entendido
este conceito, a crianc;:a est3 apta para explorar a tecnica da gravura em materiais alternativos.
como 0 sabao, 0 papeHio, 0 isopor e ate a argila. E importante tambem que 0 professor nao
fique presQ apenas it tecnica, mas que permita ao seu aluno a possibilidade de expressao. Para
a crianca, a beleza do processo esta na surpresa de descobrir a imagem invertida. 0 prazer da
tintagem e da ansiedade em ver 0 resultado do seu trabalho, gratificando-se em ver como
ficaram no papel as suas impressocs, lin has, texturas e formas E urna emocao que leva it
satisfacao e realizacao pessoaJ.
30
2.5.1 - Relato de experiencias
Esta experiencia priltica com a gravura em sal a de aula foi realizada na Escola
Municipal Professora Sonia Maria Coimbra Kenski - Ensino Fundamental, em Curitiba, PR.,
com 32 crian~as da Primeira Etapa do II Cicio de Aprendizagem (correspondendo a antiga Y
serie), que possuiam entre 8 e 9 anos. As atividades foram realizadas durante tres meses,
sendo que as aulas de Ensino da Arte nesta escola sao semanais, com dura~ao de I hora e 30
minutes.
A primeira tecnica que realizei com os alunos de 8 e 9 anos foi a impressao da
propria mao, espalmada e lateral mente. Antes da impressao, porem resgatei 0 conceito de
gravura, que requer uma matriz, uma marca, para enHio a realizayao da tintagem e impressao.
Perguntei a eles se com 0 nosso corpo poderiamos fazer marcas, e se nele proprio ( a corpo)
poderiam ser feitas marcas. Com a resposta afirmativa, passamos entao a observayao das
maos, suas linhas e marcas. A mao de cada urn seria enHio, uma matriz, ja com as marcas
realizadas e que, sendo entintadas, realizariam a impressao no pape!.
Fizemos entaD, as impressoes, e com as irnagens secas os alunos fizeram
interferencias, desenhando formas que eles pudessem imaginar olhando para a gravura da
mao.
32
MONOTlPIA
o trabalho com esta tecnica foi bastante prazeroso para as criancas. 0 material
solicit ado roi azulejos e caixinhas de leite. Surpreendentemente, nao foi dificil para os alunos
encontrarem os azulejos~ alguns alunos chegaram a levar dois ou tn8s, 0 que garantiu que
lOdos pudessem realizar 0 trabalho. Essa tecnica consiste fla elaborac;ao de uma pintura a
dedo, com tinta guache, sabre uma superficie lisa, e em seguida feita uma uniea impressao no
papel. Pela facilidade da tecnica, os alunos puderam realizar varios trabalhos, percebendo.
eles proprios, onde falharam na execuc;ao de suas gravuras e surpreendendo-se com 0
resultado final da impressao.
];
ISOPOR
Em outra aula. pedi para que os aillllos trouxessem bandejas de isopor, aquclas que
servcm de embalagcll1 P,lnl produtos diversos. Resgatei aqui a import:.lncia dn linha.
relembrando as difercncas do trabalho de Segall e Goeldi, e que naquelc m:nerial poderia ser
conscguido liohas mais suttas do que em lima xilo, uma vcz que se assemelha bast ante com 0
dcscnho convencional. pois a incisao no isopor pude ser teita com lapis COIllUI1l. Expliquci
larnbem que para que a imagem aparecesse era necessario se fazer um leve suleo no material,
que daria 0 tipo de linha dcscjada, Qllante ao lemil da gravura, diSClltiu-sc sabre paisagens.
tClHando coloenI' elementos diferentes, uma breve tcnlaliv3 de fuga de estercotipos.
Elvis, 9 anos
SAI3Ao
35
Na tcrccira aula pedi para que {rouxessclll lIIll saban ern barra. aqueJe de lavar roupa,
o mais harato passive!. Nesta lecrLica os alunos perceberam a difercm;a de linhas c fornms
conscgllidas. pois 0 material cxigc maiores incisoes. e pDf medidas de scguranva, os materials
que clcs utilizaram foram tesourinhas, colhcrcs, gart-inhos e faquinhas scm ponta.
Andressa,9 anos Gabrielle, 9 anos
36
CARlMBOS COM LEGUMES
Com esta atividade e passivel explorar 0 conceito de lextura visual. Cada aluno
fabrica urn carimbo com 0 seu legume (batala, cenoura, etc.). A incisao pode seT feila com
tesourinhas, col heres. garfes, evitando-se levar para a sala de aula instrumentos cananles. Os
alunos sentem urn poueo de dificuldade nesta incisao~ POf isso deve-se sugerir a e1es que
criem fafmas bastante simples. Para imprimir, os alunos fazem 0 procedimemo de carimbar
sabre 0 papel, varias vezes, criando uma textura.
E import ante ressaltar a quesHio da textura, explorando tambem outras atividades,
como, por exemp[o, a frottagem de folhas e troncos de arvores e objetos ao redor da escola.
38
PAPELOGRA VURA
o trabalho com a tecnica da pape!ogravura requer, no minima, duas aulas: uma para
a prepara~ao da matriz. que requer urn certo tempo para secagem, e culra para impressao.
Nesta tecnica, utiliza-se peda.;:os de papeJao, cola branca, e quaisquer Qutros materiais que
possam seT col ados a superficie e que produzam rei eva, como folhas secas, barbante, corda,
papeis dobrados, etc" pais a imagem, nesta tecnica, ao contnirio de oUITas, nao utiliza incisao,
e sim 0 rei eva, este revelando a imagem fla impressao.
o desenho e feilo com uma cam ada espessa de cola. Quando este desenho estiver
seeD, impermeabiliza-se a matriz, com cola tamhem, mas agora aplicada com urn pincel sabre
tada superficie do papeliio. Ao secar, realiza-se a tintagem, de preferencia com urn rolinho,
coloca-se a folha a ser impressa, e com as pr6prias maos 0 aluno faz a pressao para obter a
i'1'&gem.
40
ISOPOR COM TEMATICA PROPOSTA
Ao final de todas essas experiencias em gravura, com os mais diversos materiais,
analisamos a obra "Mendigo" de Lasar Segall. Fizemos uma descriyao formal, analisando os
claro-escuros conseguidos pela tecnica da xilogravura, as linhas Tetas e angulosas que
permeiam a fcieao do mendigo e, alern disso. os alunos perceberam a solidao e tristeza
colocadas por Segall nesta imagem. Conversamos a respeito dos temas que seriam viaveis
para a reaiizayao de lim trabalho artistico, como a tristeza e solidao ja citados, e os temas
sugeridos por eles variaram dos mais flgurativos, como "natureza", ate os sentimentos mais
abstratos, como "arnoT", "amizade", "vida" etc. Fei feita uma grande listagem , que ficou no
quadro para eseolha dos alunos. A proposta desta aula seria, entao, que os alunos buseassem
urn desses temas e produzissem uma gravura bastante especial, onde eles conseguissem
eoloear sua emoyao e poesia. Os trabalhos que aparecem em anexo surpreenderam pela
dedicayao e envolvimento dos alunos com 0 trabalho. 0 prirneiro trabalho e de urna aluna
que retratou urn momento dineil de sua vida, onde 0 pai estava seriamente doente. Poueos
dias depois eIe veio a falecer (ver trabaIhos em anexo).
.,Como finaliza~ao deste trabalho. os alunos tiveram a oportunidade de visitar 0 Museu
Metropolitano de Arte, urn dos espa~os que sediararn a XII Mostra da Gravura - Cidade de
Curitiba.
La, os alunos rOTam monitorados e puderam entTar em contata com obras de grandes
rnestres, como Gilvan Samico, urn dos maiores gravadores brasileiros. Os alunos assistiram a
um video sabre 0 artista, em que fala do seu trabalho e sua rela~ao com a xilogravura e as
historias e leodas populares. ViTam tambem, em Dutra sala de exposir;oes. livros gravados pela
!listoria dos judeus que tiveram suas almas marcadas pela intolerancia e cruel dade da I1
Guerra MundiaL
A XII Mostra da Gravura, com 0 lema "Marcas do corpo - Dobras da Alma" resgata
naD 56 a gravura tradicional, em papel, mas 0 seu sentido amplo, buscando levar ao publico
urn apanhado da experiencia humana e estetica da arte da gravac;ao. 0 objetivo e relacionar
os conceitos de gravura com 0 corpo, a ferida, a tatuagem, a dor. Segundo Ana Gonzalez, em
entrevista ao jomal Gazeta do Povo, "0 que importa e a prodU(;:ao de sentidos, em quaJquer
processo que se utilize" (Gazeta do Povo, 1J de junho de 2000).
Portanto, a Mostra da Gravura pensa a gravura num sentido mais amplo: a repeti<;3o da
forma, a reprodu<;ao da imagem, a apreensao da realidade, 0 decalque e fixa<;3o das marcas
que podem estar tanto numa matriz de madeira quanta numa pinlura, escultura, instala<;ao,
desenho, livros e tudo que se atine de alguma forma it linguagern da prensa (FERNANDES,
Gaze'a do Povo, II de junho de 2000).
Foi uma experiencia muito significativa e marcante para as crian<;as; muitas
expressaram seu desejo de frequcntar mais exposi<;5es e outras, ainda, manifestaram ° desejo
der continuar fazendo gravura.
"3
CAPiTULO 3
Conclusao
A tecnica da gravura e muito sofisticada, de resultados surpreendentes. Os detalhes
que envolvem 0 trabalha com a imagem fazem cada gravura unica, e engrandecem tambem 0
talento e habilidade dos artist as que se interessam par essa tecnica, Hio minuciosa e
apaixonante.
o presente tTabalha mostrou as diversas possibilidades de trabalho utilizando-se a
tecnica da gravura. Fica claro, parern, que muito mais poderia lef sido explorado, 0 que nao
foi possivel devido a carga hanifia, disposi~ao da turma em continuar, espal(o fisico, etc.
Perern, nao era prop6sito desta pesquisa rnostrar urn trabalho pronto e acabado,
estanque, com receitas prontas de como trabalhar a gravura na escola. Ela se prestou apenas
em mostrar que 0 universo da gravura e fascinante, diversificado, e que muito mais pode ser
feito.
Vale lembrar tambem os aspectos formais que se trabalham, direta e indiretamente,
como tipos de tra~o, linha, rela~ao figura-fundo, planas, espacialidade, posi~ao e direc;ao,
composi~ao e equilibrio, texturas, etc" que mesmo nao sendo exigidos ou comentados
direlamente com as crian~as, sao incorporados e revelados em desenhos e produ~es
realizadas peias mesmas. Ainda assim, 0 maior objetivo deste trabalho encontra-se em
sensibilizar as crian~as para a grande arte da gravura e os arte-educadores a encontrar novos
caminhos.
"AtenQao! Devagar com a certeza, que as verdades envelhecem. Arte e atitude, Esta
mais no processo que no produto. Estaremos sempre perguntando!" (pablo Picasso).
56
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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