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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE METEOROLOGIA
CENTRO DE PESQUISAS E PREVISÕES METEOROLÓGICAS
Boletim Meteorológico Especial Coronavirus #19
Atualizado em 20/07/2020 Próxima atualização: 27/07/2020
Tendência para a semana de 20/07/2020 à 26/07/2020
Semana de calor até quinta-feira; chuva e frio retornam no fim de semana
Depois de dias com temperaturas negativas e muito frio no estado, o veranico* tem marcado
presença desde o último final de semana, com temperaturas típicas de
verão ocorrendo pelo estado. As madrugadas serão caracterizadas por temperaturas amenas
(muito altas para o período) e durante a tarde, temperaturas de até 30˚C serão observadas em
praticamente todo o Rio Grande do Sul. Essa condição de tempo mais seco e temperaturas
mais elevadas para a época, devem persistir até a próxima quinta-feira (23).
Na sexta-feira uma frente fria traz o retorno da chuva ao estado e o subsequente frio no final de
semana com temperaturas mínimas na casa dos 5 ˚C no sábado e domingo. O volume de
chuva será moderado com acumulados entre 20 e 40 mm. Até o fechamento deste boletim não
havia previsão de tempestades severas para a semana.
Importante registrar que depois de -1˚C na quarta-feira dia dia 15/07, cinco dias depois, no
domingo 20/07, Pelotas registrou 30˚C, uma variação extrema com grande impacto para a
saúde.
*Veja a definição de veranico e sua ocorrência no sul do Brasil no artigo dos meteorologistas
William Jacondino, Ana Nasciemnto e Prof. Humberto Conrado da Meteorologia Ufpel. no link
http://www.anuario.igeo.ufrj.br/2018_2/2018_2_377_389.pdf
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Tendência para o fim de julho Os modelos indicam um final de julho típico de inverno com frio e chuva de moderada
intensidade com maior umidade na porção leste do estado.
Previsão climática para o trimestre julho-agosto-setembro
Chuvas de julho estão muito acima da média na metade norte do RS. O volume
acumulado mensal de chuva está muito acima da média mensal em vários municípios nas
áreas norte, noroeste, Serra e região metropolitana de Porto Alegre (Figura 2). Na zona sul
as chuvas do mês estão próximos a metade da média. Por exemplo, a estação de Pelotas
registrou 62 mm em julho (Figura 1). O trimestre maio-junho-julho de 2020 registra chuvas
acima da média e já há boa recuperação do déficit hídrico do estado. Porém, em julho há
uma diferença grande na distribuição das chuvas: metade norte com rios cheios e metade
sul com níveis próximo à média climatológica (Figura 2). Os modelos climáticos indicam um
inverno com chuvas dentro da média para o Rio Grande do Sul, ou seja com valores entre
120 e 150 mm mensais dependendo da estação meteorológica. As temperaturas mínimas
tendem a ficar ligeiramente abaixo da média devido ao número de dias secos e frios. Já as
máximas tendem a ficar dentro da média. Mais detalhes acompanhe abaixo no Boletim
Climático de Inverno (Anexo 1) elaborado pelo grupo de pesquisa do Prof. Julio Marques,
especialista em Climatologia.
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Figura 1: Precipitação acumulada mensal (barras azuis) e média climatológica mensal (linha vermelha) para a estação de Pelotas-RS (EAPel - Estação Agroclimatológica de Pelotas mantida pela UFPel, Embrapa e Inmet). Este boletim foi elaborado de forma colaborativa entre equipe do CPMET, PET Meteorologia, professores, alunos de graduação e pós graduação em Meteorologia da UFPEL inseridos no projeto de ensino Bjerknes e o pós-doutorando do PPGMET Dr. Douglas Lindemann. O modelo de previsão do modelo climático do Prof. Julio Marques está sendo rodado nos computadores da universidade. Desde o boletim #14 são inseridas previsões do modelo Ensemble do projeto Prof. Mateus Teixeira. O boletim é atualizado sempre no início da semana e disponível no site do CPMET e da UFPEL. Para maiores informações de monitoramento e previsão do tempo acesse o site do CPMET/UFPEL http://wp.ufpel.edu.br/cppmet/
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Julho 2020 (até dia 19)
Junho 2020
Maio 2020
Abril 2020
Março 2020
Fevereiro 2020
Janeiro 2020
Dezembro 2019
Novembro
Outubro 2019
Setembro 2019
Agosto 2019
Figura 2: Anomalia de precipitação mensal, ou seja, precipitação acumulada no mês menos a média climatológica para o respectivo mês. Fonte: Cptec/Inpe.
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O CICLONE EXTRATROPICAL EXPLOSIVO DE 01 Para entender o ciclone extratropical, indicamos algumas leituras interessantes sobre o
fenômeno Ciclone Extratropical Explosivo (ou bomba).
- Artigo dos Profs. Vilson Ávila e André Becker da UFPEL:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/233725
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/download/233725/27286 (pdf)
- Tese do Prof. Vilson de 2018 sobre Ciclones Explosivos no Atlântico do Sul
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/189064
- Artigo Climatologia Ciclones Extratropicais (2013)
por Daniel Bitencourt, Marcia Fuentes e Camila Cardoso (Fundacentro e IFSC)
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862013000100005&ln
g=pt&tlng=pt
- NOTA DO INMET:
https://portal.inmet.gov.br/noticias/ciclone-bomba-fortes-ventos-e-tempestades-associad
os-à-formação-do-ciclone-extratropical-e-ao-desenvolvimento-de-uma-ciclogênese-expl
osiva-ou-ciclone-bomba
NOTA METEOROLOGISTAS INTERNACIONAIS (texto completo abaixo no Anexo 2)
Link
https://drive.google.com/file/d/1tLw538WEzVXjyFMQLp2yKYKQrmNJvnBX/view
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ANEXO 1: BOLETIM CLIMÁTICO DE INVERNO 2020 Prof. Julio Marques
Climatologia do Inverno - Rio Grande do Sul
O inverno austral no Hemisfério Sul começa no final de junho (este ano no dia 20), no entanto o período de frio intenso no Sul do Brasil ocorre normalmente centrado nos meses de junho e julho (inverno climatológico). O inverno austral no RS apresenta grande variabilidade térmica ao longo do trimestre, com influencia de fortes massas polar, preferencialmente no inicio e influencias maiores de massas tropicais no seu final. É comum ocorrer veranicos (períodos quentes) preferencialmente no mês de agosto. A climatologia das temperaturas mínimas (Figura 1) mostra maior possibilidade de ocorrer frios intensos e formações de geadas em regiões de maior relevo e preferencialmente no mês de julho, reduzindo gradativamente para os demais meses. As variações climáticas das temperaturas máximas mensais (Figura 2) são bastante similares às temperaturas mínimas, apresentando gradativo aumento no decorrer do inverno, especialmente na parte oeste do RS. A climatologia da precipitação Acumulada (Figura 3) durante o inverno é semelhante às demais estações do ano no RS, apresentando gradiente de sudoeste para nordeste. A similaridade entre os totais sazonais é função da regularidade das frentes frias ao longo do ano. No entanto, as precipitações durante o inverno são mais efetivas para reabastecer as reservas hídricas. Maior efetividade da precipitação é devido a menor evaporação durante o inverno. O saldo entre a precipitação e evaporação indica o potencial hídrico disponível para armazenamento. Regiões próximas a grande lagos e oceanos apresentam menor evaporação em relação as mais distantes (Figura 3), como o litoral e oeste do RS.
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Previsão para Inverno 2020 - Rio Grande do Sul
As previsões apresentadas são resultados do Modelo Regional Climatológico implementado no Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (UFPel). A saída do modelo é mensal (julho, agosto e setembro) para melhor representar a variação intra-sazonal do inverno de 2020. As anomalias previstas (diferenças em relação à climatologia) para as temperaturas mínimas (Figura 4) e máximas (Figura 5) mostram um começo de inverno (mês de julho) com predomínio de temperaturas um pouco mais baixas (anomalias negativas) e um final com temperaturas mais elevadas (anomalias positivas). A tendência mostra para o mês de julho predomínios de massas de ar frias mais intensas, causando anomalias negativas em todas as regiões do RS, aumentando a probabilidade de formação de geadas. Já o gradativo aumento padrão das temperaturas no final do inverno deverá ser mais intenso, especialmente a partir do mês de agosto.
Os padrões previstos de anomalias das precipitações (Figura 6) sobre o RS mostram começo e meio do inverno com irregularidades, oscilando entre normal e pouco abaixo na parte oeste e entre normal e pouco acima na parte leste. No final do inverno as precipitações tendem a aumentarem, especialmente na metade norte do RS.
As anomalias de precipitação mensais acumuladas (Figura 7) para o todo o inverno (julho, agosto e setembro) quando sobrepostas mostram duas regiões bem distintas ao longo do inverno, uma no oeste e outra no nordeste. Estes totais acumulados são em relação a normal climatológica, os quais indicam deficiência de entre 40 e 90 mm no oeste e excesso entre 90 e 140 mm no nordeste. No entanto, o saldo entre a precipitação prevista e evaporação prevista representa melhor o potencial hídrico disponível para armazenamento. A figura 7 mostra os saldos Efetivos e notam-se valores pequenos no oeste, indicando pequeno potencial de recuperação hídrica durante o inverno. A recuperação hídrica natural ao longo do inverno no RS aumenta significativamente em direção à região nordeste. Salienta-se a necessidade de permanecer controlando os recursos naturais, especialmente no oeste do RS, visto que ainda estamos com grande deficiência hídrica acumulada dos últimos meses.
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ANEXO 2: “Análise Preliminar do Tempo Severo de 30 de junho de 2020 no
sul do Brasil” Grupo Internacional de Meteorologistas . Disponível em
https://drive.google.com/file/d/1tLw538WEzVXjyFMQLp2yKYKQrmNJvnBX
/view
Análise do Tempo Severo de 30 de junho de 2020 no sul do Brasil
Documento “PRELIMINAR” elaborado por “Grupo de Meteorologistas Internacionais”:
Allef Matos (Brasil), Bruno Capucin (Brasil), Fernando Rafael (Brasil), Gabriel Cassol (Brasil), Vitor Goede
(Brasil) José Gálvez (EUA) e Néstor Santayana (Uruguai)
Agradecimentos:
Bruno Zanetti (Brasil), Nelson Quispe (Peru) e Sergio Dorrego (Uruguai)
Hipótese: Estados de Santa Catarina, Paraná e norte de Rio Grande de Sul afetados por um Derecho. Resumo
da situação sinótica e sua evolução
Durante a pré-ciclogênese (madrugada de 30 de junho), um cavado invertido estava acoplado a Baixa do
Noroeste Argentino (BNOA) e se estendia até o Rio Grande do Sul. Essa configuração apresentava um Jato de
Baixos Níveis (JBN) superior a 70 km/h em 850 hPa. Já em altos níveis (250 hPa), verificou-se um cavado
associado ao ramo norte do jato polar sobre o norte da Argentina. Entre a madrugada e o fim da manhã do
dia 30, o cavado de nível superior passou a adquirir inclinação negativa (SO-NE), com forte difluência a
jusante. Tais fatores levaram ao rápido desenvolvimento de uma onda frontal sobre o continente durante a
manhã do dia 30, sobretudo entre o norte argentino, sul do Paraguai e o Rio Grande do Sul.
Na tarde da terça-feira (30), o ciclone extratropical se deslocou para sudeste e se intensificou a cerca de 500
km da costa do sul do Brasil e leste do Uruguai. Esse sistema apresentou característica de ciclogênese
explosiva (também denominada bomba atmosférica), termos utilizados para referenciar uma queda
significativa da pressão atmosférica na região central do sistema num curto período de tempo. Sanders e
Gyakum (1980) consideram uma ciclogênese explosiva em 60° de latitude quando a pressão central do
ciclone decresce pelo menos 24 hPa em 24 horas. No entanto, para a latitude do sistema em questão (~33°S),
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uma redução de 16 a 18 hPa em 24 horas já atende ao critério. O ciclone investigado neste estudo
apresentou redução de 35 a 38 hPa em 24 horas (com um centro inferior a 972 hPa), condição atmosférica
potencialmente perigosa e que gerou ventos muito fortes no sul e leste do Uruguai (70-111 km/h) e no litoral
do Rio Grande do Sul (80-116 km/h). Além disso, elevadas ondas devido ao fetch, que oscilou entre 3 a 6
metros na costa, e valores superiores próximo ao centro do ciclone.
Durante à noite da segunda-feira (29) e as primeiras horas da terça-feira (30), o cavado invertido em
superfície juntamente com a difluência nos níveis superiores e a forte confluência dos ventos na saída do
JBN, gerou um ambiente instável que formou tempestades severas. O centro-sul e leste do Paraguai,
assim como o norte e nordeste da Argentina registraram ventos entre 70-100 km/h, granizo de pequeno
e médio porte, chuvas intensas, atividade elétrica e um possível tornado (em campo aberto) em
Paraguai. Esses fenômenos deixaram danos desde a capital paraguaia (Assunção) até o nordeste e leste
do país. No entanto, registros de danos foram reportados também na província de Corrientes, na
Argentina, com as mesmas características de severidade.
Do meio-dia em diante na terça-feira (30), a recém onda frontal formada já afetava os estados do sul do Brasil
com sua frente fria. Uma linha de instabilidade (LI) pré-frontal (na vanguarda do sistema frontal) avançou
rapidamente sobre o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Essa LI adquiriu uma característica
extrema, conhecida na literatura pelo nome de Derecho, deixando um rastro de destruição do Paraguai até o
litoral brasileiro (> 650 km). Os ventos mais intensos foram registrados nos estados do Brasil, permanecendo
intensos por mais de 400 km, com valores entre 90-130 km/h e superiores; principalmente nas cidades de
Santa Catarina. Segundo os noticiários brasileiros, 12 pessoas morreram em decorrência do mau tempo no
sul do Brasil.
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Análise
Conforme a explanação acima, salienta-se que o evento de tempo severo que atingiu a região de estudo teve
suporte das condições dinâmicas e termodinâmicas da atmosfera.
Um cavado de orientação negativa e difluente associado a corrente de jato favoreceu dinamicamente a
formação de um ciclone e seu aprofundamento sobre o Oceano Atlântico, além de aumentar a divergência
sobre a tríplice fronteira (Paraguai, Argentina e Brasil). Em baixos níveis esse padrão esteve acompanhado
por um JBN muito intenso (70/110 km/h), que advectou ar quente e úmido de norte. A instabilidade
contribuiu para movimentos ascendentes em toda a coluna, com valores de lifted de -3/-6, enquanto o CAPE
- Convective Available Potencial Energy - (sem inibição) esteve limitado a 1000 J/kg na área e valores
superiores a 2000 J/kg no Paraná. Com relação a água precipitável, essa esteve entre 20/45 mm. Já o
cisalhamento direcional e de magnitude do vento se mostrou intenso: 0-3 km e 0-6 km, respetivamente.
Ventos intensos (jet streak) no setor oeste de um cavado (500 a 250 hPa) sobre os Andes (~27°S) na
madrugada do dia 30 de junho, favoreceram a inclinação negativa do sistema durante a manhã. Isso
aumentou a ascensão de grande escala, que por sua vez intensificou a convecção sobre o limite frontal
nas horas mais quentes do dia.
A rápida intensificação do ciclone extratropical entre o leste do Rio Grande do Sul e o Oceano Atlântico foi
acompanhada por uma dobra significativa da tropopausa. O fenômeno pode ser observado pela intrusão de
ar estratosférico (rico em ozônio), o que gerou um aquecimento vertical na região central do ciclone entre os
altos e baixos níveis da troposfera. Esse aumento da temperatura na coluna pode ser evidenciado no corte
vertical do modelo numérico (Fig. 03 – direita).
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Dados utilizados para a análise preliminar
Modelos: WRF (CPTEC - Brasil) e GFS (EUA visualizado em Wingridds e Python)
Sensoriamento remoto em superfície e outros dados: Inmet (Brasil), Marinha do Brasil, Simepar (Brasil),
Inumet (Uruguai), Senamhi (Peru), Dincac (Paraguai) Registro de tempo severo do Brasil (Bruno Zanetti e
Guilherme Schild) Satélite Goes 16: Canal 13 e GLM.
Dados de danos e outros relatórios: Diferentes meios de imprensa do Paraguai, Argentina e Brasil.
Conclusões
Diante do que fora exposto, os ventos intensos que causaram grandes prejuízos materiais e vítimas fatais, na
tarde da terça-feira do 30 de junho, sobretudo no estado de Santa Catarina; foram gerados por uma Linha de
Instabilidade (LI) pré-frontal e não diretamente pela ação do ciclone explosivo (ou ciclone bomba)
A Linha de Instabilidade pré-frontal (confirmado em imagens de radar), com ventos entre 90 – 130 km/h (e
maiores) provocou um rastro de destruição por mais de 400 km entre o oeste e o litoral de Santa Catarina
(Brasil), além de partes do estado do Paraná, o que atenderia aos critérios de Derecho estabelecido por JH87.
Devido ao fato de ter sido forçado externamente por uma forçante de escala sinótica (estava associado ao
avanço do sistema frontal), tratou-se de um Derecho do tipo Serial.
Os ventos intensos diretamente relacionados ao ciclone (ventos devido ao aumento do gradiente de pressão
e não relacionado ao Derecho) foram registrados no final de 30 de junho (no Uruguai e no extremo sul do
Brasil) e principalmente durante 1o de julho no litoral do Rio Grande do Sul (Brasil).
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Contudo, trata-se de uma análise preliminar e estudos posteriores serão desenvolvidos a fim de melhor
entender os mecanismos dinâmicos e termodinâmicos envolvidos durante o evento, tendo em vista que
estudos recentes modificaram os critérios de Derecho estabelecidos por JH87.
Esclarecimento
Este documento foi elaborado com o único objetivo de fornecer nosso ponto de vista (preliminar), com
base em uma estrutura meteorológica teórica sobre esse fenômeno severo.
Esclarecendo que, embora houvesse uma relação indireta, não é correto relatar que o fenômeno e os danos
ocorridos em Santa Catarina foram devidos aos ventos do ciclone extratropical (com características
explosivas).
Este relatório pode ser utilizado em pesquisas futuras sob condições da seguinte referência: "Análise
Preliminar do Tempo Severo de 30 de junho de 2020 no sul do Brasil, elaborado pelo Grupo Internacional de
Meteorologistas", em que os nomes dos autores estão listados abaixo no tópico “contatos”.
Conceitos Referenciais
Derecho: zona de ventos intensos de caráter retilíneo, de larga duração e de origem convectiva que se
desloca a uma grande velocidade. Pode ser definido também como um grupo de correntes descendentes
(downbursts ou micro explosões) com ventos em superfície de menos 93 km/h produzidos por um sistema
convectivo de mesoescala que se estende por pelo menos por 400 km (JH87 - American Meteorological
Society).
Fetch: área da superfície do oceano ou lago sobre a qual o vento sopra em uma direção essencialmente
constante, gerando ondas (Meteorology Education and Training).
Eco de arco (Bow echo): pequeno sistema de células convectivas (de 20 a 120 km de comprimento) em forma
de arco. Geralmente é conhecido por produzir longas faixas de ventos prejudiciais na superfície. Eles são
observados como sistemas convectivos isolados, assim como subestruturas de um sistema convectivo maior
e duram geralmente menos de 6 horas (Fujita, 1978).
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Ciclogênese explosiva ou “Ciclone Bomba”: são ciclones que produzem grandes quantidades de precipitação
e geram ventos fortes. No oceano produz ondas altas e pouca visibilidade. Caracteriza-se por um rápido
aprofundamento da pressão em superfície de 1 Bergeron (queda de 1 hPa/hora, em um período de 24 horas,
para uma latitude de 60°) (Sanders e Gyakum, 1980).
Contatos - Meteorologistas
Brasil
Allef Matos - [email protected]
Bruno Capucin - [email protected] Fernando Rafael - [email protected] Gabriel
Cassol - [email protected]
Vitor Goede - [email protected]
EUA
José Gálvez - [email protected] Uruguai
Néstor Santayana - [email protected]
“Análise Preliminar do Tempo Severo de 30 de junho de 2020 no sul do Brasil”
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