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ENGENHARIA/2010 600 WWW.BRASILENGENHARIA.COM.BR T CNICAS DIVISÕÉS Dinheiro mais barato para engenheiros Instituto de Engenharia e a Cooperativa de Crédito de Engenheiros, Arquitetos e Agrô- nomos de São Paulo (EngeCred- O SP) firmaram um Convênio Termo de Parceria Institucional em junho passado, com o objeti- vo de proporcionar apoio ao desenvolvimento profissional e patrimonial de seus associados e fortalecer ambas instituições. A construção de ativos pelos associados é a principal missão da EngeCredSP, possibilitando aplicar dinheiro a taxas maiores e tomar empréstimos com taxas menores em relação ao mercado. O evento aconteceu na sede do Instituto gos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e técnicos de nível médio domiciliados na Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com o convênio agora firma- do o Instituto de Engenharia, ao contar com a parceria da EngeCredSP, poderá estender os produtos financeiros da EngeCredSP a seus associados e todos aqueles inscritos no Crea-SP. “Nosso perfil não é assisten- cialista, mas empresarial. O objetivo é pos- sibilitar apoio ao engenheiro, ao arquiteto, ao agrônomo e às empresas, para construir seu patrimônio e entrar na cadeia produti- va com o apoio da EngeCredSP”, explica o Evento da assinatura de convênio entre o Instituto de Engenharia e a EngeCredSP, ocorrido em junho, contou com palestra do engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e grande defensor do sistema de cooperativas desde os seus tempos de faculdade, nos anos 1960 de Engenharia e contou com uma palestra do ex-ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues. Foi apre- sentado também um case de sucesso da Cooperativa de Crédito dos Engenheiros e Arquitetos de Goiânia (EngeCredGO), de- tentora de um ativo total superior a 133 milhões de reais, pelo gerente de negócios Cristhiano Melgaço Felipe. Criada em 2007, a EngeCredSP é uma cooperativa financeira composta por enge- nheiros e demais profissionais e empresas regulamentadas pelo Sistema Confea/Crea- SP ou profissionais congêneres como geólo-

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Dinheiro mais barato para engenheiros

Instituto de Engenharia e a Cooperativa de Crédito de

Engenheiros, Arquitetos e Agrô-nomos de São Paulo (EngeCred-

OSP) firmaram um Convênio Termo de Parceria Institucional em junho passado, com o objeti-vo de proporcionar apoio ao desenvolvimento profissional e patrimonial de seus associados e fortalecer ambas instituições. A construção de ativos pelos associados é a principal missão da EngeCredSP, possibilitando aplicar dinheiro a taxas maiores e tomar empréstimos com taxas menores em relação ao mercado.

O evento aconteceu na sede do Instituto

gos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e técnicos de nível médio domiciliados na Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com o convênio agora firma-do o Instituto de Engenharia, ao contar com a parceria da EngeCredSP, poderá estender os produtos financeiros da EngeCredSP a seus associados e todos aqueles inscritos no Crea-SP. “Nosso perfil não é assisten-cialista, mas empresarial. O objetivo é pos-sibilitar apoio ao engenheiro, ao arquiteto, ao agrônomo e às empresas, para construir seu patrimônio e entrar na cadeia produti-va com o apoio da EngeCredSP”, explica o

Evento da assinatura de convênio entre o Instituto de Engenharia e a EngeCredSP, ocorrido em junho,contou com palestra do engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura egrande defensor do sistema de cooperativas desde os seus tempos de faculdade, nos anos 1960

de Engenharia e contou com uma palestra do ex-ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues. Foi apre-sentado também um case de sucesso da Cooperativa de Crédito dos Engenheiros e Arquitetos de Goiânia (EngeCredGO), de-tentora de um ativo total superior a 133 milhões de reais, pelo gerente de negócios Cristhiano Melgaço Felipe.

Criada em 2007, a EngeCredSP é uma cooperativa financeira composta por enge-nheiros e demais profissionais e empresas regulamentadas pelo Sistema Confea/Crea-SP ou profissionais congêneres como geólo-

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presidente da entidade, engº Jomázio Avelar, enumeran-do a seguir algumas das vantagens proporcionadas pelo sistema. “Trabalhamos com as menores taxas de juros do mercado nas ope-rações de empréstimo e a maior remuneração de capi-tal investido, em relação ao

CDI, para qualquer importância de aplica-ção. Oferecemos a mesma infraestrutura de um banco. Temos talões de cheques, cartões de crédito, internet banking, fazemos apli-cações e tudo que um banco faz.”

Ele informa ainda que as cooperativas de crédito, como instituições financeiras que são, só podem operar com autoriza-ção concedida pelo Banco Central do Brasil, sendo a gestão das operações amplamen-te aberta a todos os sócios. Além disso, a legislação isenta as cooperativas de crédi-to do Imposto de Renda (IR) sobre o lucro, enquanto que os bancos são obrigados a recolher o IR de 45%. “No nosso caso os lucros são distribuídos anualmente entre os sócios”, ressalta Jomázio.

Não só os profissionais e seus familiares,

mas também as empresas e seus empregados, mesmo aqueles que não sejam profissionais regulamentados pelo Crea/SP, podem se in-tegrar à cooperativa. “E como em São Paulo são 420 000 profissionais e 37 000 empresas passíveis de registro no Crea/SP, esperamos poder crescer muito com esse acordo.”

Além disso, foi instituído dentro da Enge-CredSP o Fórum de Negócios, onde há pos-sibilidade dos associados participarem de ne-gócios com o apoio financeiro da EngeCredSP, o que não fariam isoladamente e sem o efeito da cooperação. Outro projeto em andamen-to se enquadra no programa federal Minha Casa, Minha Vida, segundo o qual associados da EngeCredSP fizeram sociedade na realiza-ção de um empreendimento imobiliário de 72 unidades residenciais em Avaré.

“Acreditamos muito no conceito de que a cooperativa é a face humana do desen-volvimento. Essa é a filosofia que estamos implantando na EngeCredSP , e com ob-jetivo de partilhá-la com o maior número possível de profissionais e empresas”, pros-segue Jomázio (mais informações pelo site www.engecredsp.com.br).

O presidente da EngeCredSP destaca que a grande vantagem do crédito cooperativo é

que todos são, ao mesmo tempo, clientes e donos da cooperativa que distribui lucro aos seus sócios e deve ter administração transpa-rente. “Infelizmente o Brasil está atrasado na utilização desse instrumento de crédito, pois apenas 2% de brasileiros participam do cré-dito cooperativo – nos Estados Unidos 60% da população utiliza e na Alemanha 80% –, sendo necessário, portanto, que se estimule essa natureza de empresa, dada as vantagens para o país. O sistema de cooperativas possi-bilita corrigir o social através do econômico.”

Ao ser fundada a EngeCredSP, seus as-sociados estabeleceram metas de cresci-mento, visando levar oportunidades para todos e espelhando-se nos resultados obti-dos pela EngeCredGO que no exercício en-cerrado em 2009 auferiu lucros de 12 mi-lhões de reais, com ativo de 133 milhões de reais e capital social de 76 milhões de reais.

Um case de sucesso

O gerente de negócios da EngeCredGO, Cristhiano Melgaço Felipe, fez uma ex-posição sobre o histórico e os resultados obtidos até agora pela cooperativa na sua região. Criada em abril de 2000, em assem-bleia no Clube de Engenharia de Goiás, as atividades da EngeCredGO só tiveram iní-cio em 2001, quando foi inaugurada sua primeira sede.

Melgaço conta que desde então a co-operativa tem trabalhado para suprir cada vez mais as demandas dos cooperados por produtos e serviços financeiros diferencia-dos, sem a prática dos altos custos cobrados pelas instituições financeiras convencionais.

Trata-se de uma “cooperativa de crédito singular”, filiada ao Sistema Cooperativo de Créditos de Goiás (Sicoob Goiás), composto atualmente por uma cooperativa central, 34 cooperativas singulares e, ainda, 42 pos-tos de atendimento cooperativo nos esta-dos de Goiás e Tocantins, possuindo mais de 20 000 cooperados. As cooperativas de crédito singular são instituições financeiras pertencentes ao Sistema Financeiro Nacio-nal, com administrações independentes, au-tônomas, assumindo responsabilidades pró-prias e individuais, autorizadas a funcionar e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil.

Melgaço conta que em 2002, logo após Engº Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, engº Jomázio Avelar, presidente da EngeCredSP,engº Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia, durante assinatura de convênio

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a fundação, surgiram contes-tações, com alguns pedindo para fechar a cooperativa. Mas em abril/maio daquele ano foi proposto um aporte de capital, numa reunião coletiva junta-mente com a central. A decisão foi pelo aporte de capital, entre os conselheiros e os cooperados, numa ação de confiança nos

princípios propostos durante a sua criação. “A partir daquele momento a cooperativa se tornou viável. No final de 2002 já fechamos no azul, com distribuição e também retorno do capital para os responsáveis pelo aporte feito em maio. Além disso, foram registradas sobras, o que fez acreditar ainda mais na co-operativa e passar às pessoas a ideia de que realmente esse sistema é confiável.”

Em setembro de 2003 a organização passou a contar com um diretor executi-

vo, Fabrício Modesto Cesar, o que pro-porcionava decisões mais rápidas, menos burocratizadas, agilizando o processo. “O cooperativismo precisa disso, para se tor-nar competitivo”, assegura Melgaço Feli-pe. “Por exemplo, hoje existem operações de crédito que levam 180 dias para serem analisadas via banco. Nós fazemos a mes-ma análise e liberamos a operação em 15 dias. O ramo da engenharia, mais dinâmico, exige que seja assim.”

Melgaço relaciona quais foram as ações realizadas a partir de setembro de 2003, com a gestão profissionalizada. “Para que a cooperativa desse lucro e viesse a crescer recorreu-se à pessoa jurídica, porque não há como a cooperativa trabalhar em cima de varejo, competir com bancos e mesmo assim obter resultados. Não é como vender laranja na esquina. A gente trouxe grandes empresas para a cooperativa, e complemen-

tando essa integração com as empresas, a cooperativa partiu para a integração com o governo de Goiás e de outros estados, além de algumas entidades. Isso é importante porque o cooperado da Engecred de Goiás não trabalha só naquele estado. Ele trabalha em contrato com outros estados também.”

Segundo Melgaço, a Engecred vai onde seu cooperado está. “Já fomos a Manaus, São Paulo, Ceará, Tocantins e outros, acompa-nhando o itinerário do cooperado, para gerar recursos e ajudá-lo. Por isso é tão importante a integração com os órgãos governamentais e entidades do ramo da engenharia.”

Também foi estabelecido um progra-ma de metas, a exemplo do que fazem os bancos, visando com isso não o lucro da entidade mas a sua capacidade para rever-ter as sobras aos cooperados. “Em 2010 a meta é dobrar esse patrimônio de oferta de capital, trazendo o capital do nosso coo-

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perado para a cooperativa e oferecendo assim produtos personalizados, lapidados especificamente para a ne-cessidade do cooperado”.

Finalmente, enfatizou que é preciso levar em conta que, apesar de ter um cres-cimento sustentável – cres-ce a cada ano, com sobras

–, a média de taxa de juros da cooperativa é menor do que aquela praticada no mercado financeiro. “Trata-se de um sistema finan-ceiro mais justo, para baratear as movimen-tações e os custos diante do mercado.”

“O momento é agora”O ex-ministro Roberto Rodrigues, de-

fensor entusiasta do sistema de coopera-tivas desde seus tempos de faculdade, na década de 1960, garante que, mais do que nunca, agora é o momento de o Brasil ala-vancar o cooperativismo em grande escala, como há muito já acontece nos países ricos.

“Por outro lado, após a crise de 2008, sabemos que o velho modelo de economia mundial está morrendo, mas ninguém sabe o que o substituirá. As sociedades estão aguar-

dando algum sinal e o cooperativismo pode ser considerado o braço econômico da or-ganização das sociedades. Estamos vivendo num cenário de mecanismos dramáticos de desenvolvimento, e o cooperativismo se in-sere nesse contesto”, prevê Rodrigues.

A seu ver, o homem, sendo um animal gregário, por sua natureza tende a coope-rar. Mas as cooperativas só surgiram com

a Revolução Industrial, porque este movi-mento excluía socialmente e concentrava economicamente, dando origem às lutas de classe. “Os excluídos, então, como não tinham como se vingar daqueles que os excluíram, juntaram-se em cooperativas”, ensina. “Esse movimento se alastrou pelo mundo e passou a se constituir numa ter-ceira via, entre o capitalismo e o socialismo. Mais tarde, com a queda do Muro de Ber-lim, o capitalismo se transformou em libe-ralismo. Essa perplexidade, nos anos 1990, obrigou as lideranças globais do sistema a se organizarem e reverem valores.”

Ora, pergunta Roberto Rodrigues, se aca-bou a primeira via e acabou a segunda via, qual será então a terceira via? “Certamente o cooperativismo é a doutrina perfeita, prin-cipalmente para países em desenvolvimento. No entanto, até agora ela só foi adotada ma-ciçamente em países como os Estados Unidos, Alemanha, Japão, Canadá, Holanda, Áustria e Suíça. É uma contradição dramática. O mundo já tem 800 milhões de pessoas em cooperati-vas, enquanto que no Brasil estamos engati-nhando, com apenas 6 milhões de cooperati-vados. O mesmo acontece na Bolívia, na China e outros países em desenvolvimento.”

1) Número de páginas: o artigo deve obedecer ao limite de 12 laudas com 1 200 toques por lauda, considerando-se texto e toda a matéria agregada como tabelas, figuras, fotos, ilustra-ções ou desenhos.2) Matéria agregada: toda a matéria agre-gada deverá ser inserida no respectivo texto da forma pela qual será publicada. Na eventualidade de inserção de fotos, as mesmas deverão possuir resolução mínima de 300 dpi. 3) Envio: o artigo técnico será enviado por e-mail para a secretaria das Divisões Téc-nicas do Instituto de Engenharia ([email protected]) endereçado ao diretor responsável da REVISTA ENGENHARIA, com cópia para ([email protected]).4) Análise: o artigo será submetido pelo diretor da revista à análise de um ou mais membros da Comissão Editorial, um dos quais poderá entrar em contato com o autor para eventuais esclarecimentos ou comple-

mentações: a) o autor deverá, se de acordo, proceder às modificações sugeridas, reen-viando o artigo revisado completo no prazo máximo de 15 dias para o endereço eletrô-nico indicado pelo membro da comissão que o analisou.5) Os trabalhos técnicos para publicação po-derão ser elaborados por autor não sócio do Instituto de Engenharia, desde que sejam de real interesse à profissão.6) Originalidade: a juízo da Comissão Edi-torial, não poderão ser inseridos artigos já publicados em outros veículos de informa-ção, salvo se: a) houver interesse na am-pliação de seu universo de divulgação, pela oportunidade e importância; b) tratar-se de trabalho apresentado na defesa de tese em concursos universitários ou em pós gradu-ação acadêmica; c) tratar-se de trabalho apresentado em congressos ou eventos similares, em nome do Instituto de Enge-nharia, ou apresentados em eventos das

Divisões Técnicas, inclusive para o concurso à premiação anual de trabalhos; d) apresen-tados em eventos internacionais e ainda não publicados em português.7) Bibliografia: ao final do trabalho será in-dicada a bibliografia utilizada, indicando-se além do autor e nome do trabalho, a edito-ra, cidade e ano de publicação. No caso da Internet, deverá constar o endereço respec-tivo bem como a data da consulta: a) fica implícito que o autor também permitirá a publicação da matéria apresentada nos sites da REVISTA ENGENHARIA e do Instituto de Engenharia na Internet, independentemente de autorização expressa para esse fim; b) a aprovação de um artigo não implica na sua publicação.8) Informações adicionais podem ser obtidas na editora no telefone (11) 5575 8155 ou na secretaria das Divisões Técnicas do Instituto de Engenharia pelo telefone (11) 3466 9250 com Claudionor.

NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE ARTIGO

O engº Roberto Rodrigues é um defensor entusiasta do sistema de cooperativas desde seus tempos de faculdade

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