SUSCETIBILIDADE A ENCHENTES A PARTIR DA ANÁLISE DE ...

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Revista Equador (UFPI), Vol. 5, Nº 5, p.151 167, 2016 Home: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador SUSCETIBILIDADE A ENCHENTES A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÁVEIS MORFOMÉTRICAS, NA BACIA HIDROGRÁFICA RIO BONITO EM IRATI-PR- BRASIL Marilaine Alves SANTOS Mestranda em gestão do Território pela Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG [email protected] Silvia Méri CARVALHO Professora adjunta do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Gros [email protected] Valdemir ANTONELI Membro do Programa de Pós- Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste [email protected] RESUMO: O presente trabalho aborda a caracterização física de um sistema hidrográfico, na região centro sul do Estado do Paraná, Brasil, o recorte espacial é a bacia do Rio Bonito no município de Irati. Tem principal objetivo apresentar a análise morfométrica desta bacia e identificar a possibilidade de suas características físicas terem correlação com a ocorrência de enchentes na bacia hidrográfica do Rio Bonito, tendo por características cheias rápidas. A análise morfométrica é uma metodologia proposta por Christofoletti (1969), que caracteriza quantitativamente todos os elementos dentro de uma bacia hidrográfica, possibilitando uma interpretação adequada dos fenômenos e correlação com sua morfoestrutura. Os dados para realizar a análise morfométrica foram retirados da base cartográfica do Exército Brasileiro (1980) da qual foram extraídos os limites da bacia e curvas de nível, e outros indispensáveis para aplicação do processo equacional de análise morfométrica. Utilizou-se também uma imagem da bacia do ano de 2012 concedida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). As variáveis analisadas foram relação do relevo, índice de circularidade, índice de sinuosidade, distância da foz até a nascente, densidade de drenagem, amplitude altimétrica. Os resultados obtidos apontaram um elevado potencial para enchentes nesta bacia, principalmente por ter característica circular e amplitude altimétrica baixa. Palavras-chave: Parâmetros físicos. Enchentes. Bacia hidrográfica.

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SUSCETIBILIDADE A ENCHENTES A PARTIR DA ANAacuteLISE DE VARIAacuteVEIS

MORFOMEacuteTRICAS NA BACIA HIDROGRAacuteFICA RIO BONITO EM IRATI-PR-

BRASIL

Marilaine Alves SANTOS

Mestranda em gestatildeo do Territoacuterio pela Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

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Silvia Meacuteri CARVALHO Professora adjunta do Departamento de Geociecircncias da Universidade Estadual de Ponta Gros

silviamaribrturbocom

Valdemir ANTONELI Membro do Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste

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RESUMO O presente trabalho aborda a caracterizaccedilatildeo fiacutesica de um sistema hidrograacutefico na

regiatildeo centro sul do Estado do Paranaacute Brasil o recorte espacial eacute a bacia do Rio Bonito no

municiacutepio de Irati Tem principal objetivo apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica desta bacia e

identificar a possibilidade de suas caracteriacutesticas fiacutesicas terem correlaccedilatildeo com a ocorrecircncia de

enchentes na bacia hidrograacutefica do Rio Bonito tendo por caracteriacutesticas cheias raacutepidas A

anaacutelise morfomeacutetrica eacute uma metodologia proposta por Christofoletti (1969) que caracteriza

quantitativamente todos os elementos dentro de uma bacia hidrograacutefica possibilitando uma

interpretaccedilatildeo adequada dos fenocircmenos e correlaccedilatildeo com sua morfoestrutura Os dados para

realizar a anaacutelise morfomeacutetrica foram retirados da base cartograacutefica do Exeacutercito Brasileiro

(1980) da qual foram extraiacutedos os limites da bacia e curvas de niacutevel e outros indispensaacuteveis

para aplicaccedilatildeo do processo equacional de anaacutelise morfomeacutetrica Utilizou-se tambeacutem uma

imagem da bacia do ano de 2012 concedida pelo Ministeacuterio do Meio Ambiente (MMA) As

variaacuteveis analisadas foram relaccedilatildeo do relevo iacutendice de circularidade iacutendice de sinuosidade

distacircncia da foz ateacute a nascente densidade de drenagem amplitude altimeacutetrica Os resultados

obtidos apontaram um elevado potencial para enchentes nesta bacia principalmente por ter

caracteriacutestica circular e amplitude altimeacutetrica baixa

Palavras-chave Paracircmetros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica

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SUSCEPTIBILITY TO FLOODING FROM THE ANALYSIS OFMORPHOMETRIC

VARIAacuteVEIS IN BEAUTIFUL RIVER WATERSHED IN IRATI-PR-BRASIL

ABSTRACT The present work deals with the physical characterization of a hydrographic

system in the South Central region of Paranaacute State Brasil and cut the space basin Rio Bonito

in the city of Irati Has the main objective to introduce this morphometric analysis basin and

identify the possibility of their physical characteristics have correlation with the occurrence of

flooding in the watershed of the Rio Bonito with full features The morphometric analysis is

a methodology proposed by Christofoletti (1969) featuring quantitatively all elements within

a river basin allowing a proper interpretation of the phenomena and correlation with its

showed The data to perform a morphometric analysis were taken from the Cartographic base

of the Exeacutercito Brasileiro (1980) from which was extracted the basin boundaries and contours

and other indispensable for application of morphometric analysis as Equational process It

was also an image of the year 2012 granted by the Ministry of environment (MMA) The

variables analyzed were relief relationship circularity sinuosity and distance from the mouth

to the source drainage density and amplitude design The results obtained showed a high

potential for flooding in the basin mainly for having circular feature and amplitude low

elevations

Keywords Physical Parameters Floods The water catchment area

SUSCEPTIBILIDAD A LAS INUNDACIONES DESDE EL

ANAacuteLISIS DE MORFOMETRIacuteA ARIAacuteVEIS EN LA CUENCA DEL RIacuteO HERMOSO

EN IRATI-PR-BRASIL

RESUMEN El presente trabajo aborda la caracterizacioacuten fiacutesica de un sistema hidrograacutefico

en la regioacuten Sur Central del estado de Paranaacute Brasil y corta el espacio hermoso cuenca en la

ciudad de Irati El objetivo principal de introducir esta cuenca de anaacutelisis morfomeacutetricos e

identificar la posibilidad de sus caracteriacutesticas fiacutesicas tiene correlacioacuten con la ocurrencia de

inundaciones en la cuenca del de la Rio Bonito con caracteriacutesticas completas El anaacutelisis

morfomeacutetrico son una metodologiacutea propuesta por Christofoletti (1969) con cuantitativamente

todos los elementos dentro de una cuenca lo que permite una adecuada interpretacioacuten de los

fenoacutemenos y la correlacioacuten con su demostrado Los datos para realizar un anaacutelisis

morfomeacutetricos fueron tomados de la cartograacutefica base del Exeacutecito Brasileiro (1980)) del que

se extrajeron los liacutemites de Cuenca y contornos y otros indispensables para la aplicacioacuten del

anaacutelisis morfomeacutetrico como proceso ecuacional Era tambieacuten una imagen del antildeo 2012

otorgada por el Ministerio de medio ambiente MMA) () Las variables analizadas fueron la

relacioacuten de ayuda circularidad sinuosidad distancia de la desembocadura a la fuente

densidad de drenaje disentildeo de amplitud Los resultados obtenidos mostraron un alto potencial

de inundaciones en la cuenca principalmente por tener caracteriacutestica circular y elevaciones

baja amplitud Palavras-chave Parametros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica

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INTRODUCcedilAtildeO

A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena

aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de

um canal fluvial (SILVA et al 2003)

De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer

hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma

drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode

ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano

Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que

recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que

possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de

aacutegua e sedimentos soluacuteveis

Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no

acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia

ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta

forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para

mitigar essa situaccedilatildeo problema

Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia

Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a

bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na

interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da

instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)

Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance

do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute

caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal

A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na

reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos

estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo

desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees

Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra

alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito

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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao

uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis

Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o

escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o

aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades

humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees

podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve

e de calotas de gelo

A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma

importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a

fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por

Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem

relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a

dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta

interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)

Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida

em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e

analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com

objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas

da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo

MATERIAIS E MEacuteTODOS

A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de

Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-

C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)

A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de

niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi

utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo

Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares

Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro

Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a

junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional

de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR

Procedimentos metodoloacutegicos

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por

Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz

(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias

hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas

aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos

canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal

principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do

Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a

anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e

Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea

Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o

volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o

volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no

interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua

da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)

Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia

Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido

eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada

amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a

velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode

incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

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GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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SUSCEPTIBILITY TO FLOODING FROM THE ANALYSIS OFMORPHOMETRIC

VARIAacuteVEIS IN BEAUTIFUL RIVER WATERSHED IN IRATI-PR-BRASIL

ABSTRACT The present work deals with the physical characterization of a hydrographic

system in the South Central region of Paranaacute State Brasil and cut the space basin Rio Bonito

in the city of Irati Has the main objective to introduce this morphometric analysis basin and

identify the possibility of their physical characteristics have correlation with the occurrence of

flooding in the watershed of the Rio Bonito with full features The morphometric analysis is

a methodology proposed by Christofoletti (1969) featuring quantitatively all elements within

a river basin allowing a proper interpretation of the phenomena and correlation with its

showed The data to perform a morphometric analysis were taken from the Cartographic base

of the Exeacutercito Brasileiro (1980) from which was extracted the basin boundaries and contours

and other indispensable for application of morphometric analysis as Equational process It

was also an image of the year 2012 granted by the Ministry of environment (MMA) The

variables analyzed were relief relationship circularity sinuosity and distance from the mouth

to the source drainage density and amplitude design The results obtained showed a high

potential for flooding in the basin mainly for having circular feature and amplitude low

elevations

Keywords Physical Parameters Floods The water catchment area

SUSCEPTIBILIDAD A LAS INUNDACIONES DESDE EL

ANAacuteLISIS DE MORFOMETRIacuteA ARIAacuteVEIS EN LA CUENCA DEL RIacuteO HERMOSO

EN IRATI-PR-BRASIL

RESUMEN El presente trabajo aborda la caracterizacioacuten fiacutesica de un sistema hidrograacutefico

en la regioacuten Sur Central del estado de Paranaacute Brasil y corta el espacio hermoso cuenca en la

ciudad de Irati El objetivo principal de introducir esta cuenca de anaacutelisis morfomeacutetricos e

identificar la posibilidad de sus caracteriacutesticas fiacutesicas tiene correlacioacuten con la ocurrencia de

inundaciones en la cuenca del de la Rio Bonito con caracteriacutesticas completas El anaacutelisis

morfomeacutetrico son una metodologiacutea propuesta por Christofoletti (1969) con cuantitativamente

todos los elementos dentro de una cuenca lo que permite una adecuada interpretacioacuten de los

fenoacutemenos y la correlacioacuten con su demostrado Los datos para realizar un anaacutelisis

morfomeacutetricos fueron tomados de la cartograacutefica base del Exeacutecito Brasileiro (1980)) del que

se extrajeron los liacutemites de Cuenca y contornos y otros indispensables para la aplicacioacuten del

anaacutelisis morfomeacutetrico como proceso ecuacional Era tambieacuten una imagen del antildeo 2012

otorgada por el Ministerio de medio ambiente MMA) () Las variables analizadas fueron la

relacioacuten de ayuda circularidad sinuosidad distancia de la desembocadura a la fuente

densidad de drenaje disentildeo de amplitud Los resultados obtenidos mostraron un alto potencial

de inundaciones en la cuenca principalmente por tener caracteriacutestica circular y elevaciones

baja amplitud Palavras-chave Parametros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica

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INTRODUCcedilAtildeO

A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena

aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de

um canal fluvial (SILVA et al 2003)

De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer

hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma

drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode

ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano

Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que

recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que

possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de

aacutegua e sedimentos soluacuteveis

Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no

acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia

ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta

forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para

mitigar essa situaccedilatildeo problema

Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia

Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a

bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na

interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da

instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)

Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance

do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute

caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal

A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na

reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos

estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo

desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees

Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra

alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito

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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao

uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis

Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o

escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o

aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades

humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees

podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve

e de calotas de gelo

A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma

importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a

fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por

Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem

relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a

dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta

interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)

Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida

em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e

analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com

objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas

da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo

MATERIAIS E MEacuteTODOS

A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de

Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-

C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)

A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de

niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi

utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo

Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares

Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro

Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a

junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional

de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR

Procedimentos metodoloacutegicos

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por

Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz

(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias

hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas

aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos

canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal

principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do

Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a

anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e

Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea

Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o

volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o

volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no

interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua

da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)

Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia

Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido

eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada

amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a

velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode

incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

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GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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INTRODUCcedilAtildeO

A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena

aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de

um canal fluvial (SILVA et al 2003)

De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer

hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma

drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode

ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano

Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que

recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que

possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de

aacutegua e sedimentos soluacuteveis

Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no

acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia

ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta

forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para

mitigar essa situaccedilatildeo problema

Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia

Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a

bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na

interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da

instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)

Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance

do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute

caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal

A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na

reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos

estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo

desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees

Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra

alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito

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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao

uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis

Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o

escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o

aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades

humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees

podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve

e de calotas de gelo

A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma

importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a

fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por

Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem

relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a

dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta

interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)

Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida

em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e

analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com

objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas

da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo

MATERIAIS E MEacuteTODOS

A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de

Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-

C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)

A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de

niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi

utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo

Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares

Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro

Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a

junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional

de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR

Procedimentos metodoloacutegicos

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por

Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz

(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias

hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas

aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos

canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal

principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do

Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a

anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e

Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea

Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o

volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o

volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no

interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua

da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)

Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia

Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido

eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada

amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a

velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode

incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao

uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis

Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o

escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o

aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades

humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees

podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve

e de calotas de gelo

A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma

importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a

fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por

Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem

relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a

dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta

interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)

Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida

em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e

analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com

objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas

da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo

MATERIAIS E MEacuteTODOS

A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de

Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-

C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)

A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de

niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi

utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo

Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares

Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro

Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a

junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional

de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR

Procedimentos metodoloacutegicos

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por

Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz

(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias

hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas

aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos

canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal

principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do

Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a

anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e

Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea

Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o

volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o

volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no

interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua

da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)

Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia

Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido

eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada

amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a

velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode

incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

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STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

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prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a

junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional

de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR

Procedimentos metodoloacutegicos

Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por

Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz

(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias

hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas

aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos

canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal

principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do

Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a

anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e

Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea

Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o

volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o

volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no

interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua

da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)

Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia

Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido

eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada

amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a

velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode

incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos

Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)

Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

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lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

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SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

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STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

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prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina

que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem

surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de

canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de

segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim

sucessivamente

Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti

(1969) Christofoletti (1981)

Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta

entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti

(1981)

Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com

que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias

com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida

diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela

foacutermula

(Eq 1)

Onde

Dd densidade de drenagem (km kmsup2)

L comprimento total dos rios ou canais (km)

A Aacuterea da bacia (kmsup2)

Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu

comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a

velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante

da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula

(Eq 2)

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento

vetorial do canal principal (Km)

Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia

aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela

foacutermula

(Eq 3)

Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2

P Periacutemetro (Km)

Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude

altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a

suscetibilidade de enchentes

(Eq 4)

Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento

da bacia

Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua

(Eq 5)

Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo

Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com

um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho

(Eq 6)

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

150

200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

319

46

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente

pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de

2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno

espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes

nesta bacia se expressa com pontos vermelhos

Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de

Strahler (1964)

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta

de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois

rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma

rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

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Precipitaccedilatildeo mensal em mm

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

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CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

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lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma

extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela

presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva

Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e

cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao

norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que

abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia

Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no

entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea

total da bacia

A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade

espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao

norte e nordeste da bacia

A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia

e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda

homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem

A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia

representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo

pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia

A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a

porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e

menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da

bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na

realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al

(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo

de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

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246

1072 847

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Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

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REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

Home httpwwwojsufpibrindexphpequador

GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR

Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010

Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial

de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler

em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se

apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados

negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et

al (2011)

Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito

Bacia Rio Bonito Resultados

Aacuterea 2038 Kmsup2

Periacutemetro 2164 km

Nuacutemero de canais 27 canais

Comprimento do canal Principal 744 km

Comprimento vetorial do canal principal 570 Km

Altitude maacutexima 920 m

Altitude miacutenima 820 m

Amplitude Altimeacutetrica 100 m

Ordem do coacuterrego 4deg ordem

Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2

Iacutendice de Sinuosidade 130 m

Iacutendice de Circularidade 054

Declividade predominante 25 deg

Relaccedilatildeo do Relevo 806

Forma da Bacia 0 89

Coeficiente de Compacidade 106

Comprimento total dos rios 121km

Fonte Autoria proacutepria

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

64

0

50

100

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200

250

300

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

17

201

0 0 0

75

0 0 0 0 0 0 07 08 0 0

562

89

09 0 0 166

216 26

26 132

55

192 134

0

50

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

0 0 0

154

0 0 0 0

92 92

02

31

12 0 0 0 0 0 0 02

0

369

404

17 38

36

0

5

09 02

133

0

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30

40

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

10

02

58 0

74

0

48 0

106

433

138

258

02

102 303

32 49

61

16 0 0 77

0

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46

0

10

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal

principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia

quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor

eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)

A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica

constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto

maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor

escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia

enchentes

Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem

menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2

meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas

Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou

seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes

poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto

Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal

tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os

valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM

1963)

A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica

estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio

Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e

volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz

O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que

indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia

de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a

cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui

formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas

possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos

1975)

A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito

em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte

espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

Home httpwwwojsufpibrindexphpequador

Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

236

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de

aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em

sua maior parte plana

De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim

pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10

indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de

inundaccedilotildees e cheias instantacircneas

O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor

associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma

circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular

Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias

de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de

setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves

inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo

Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015

Fonte Inmet 2015

Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de

precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de

cheias

Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369

mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea

urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute

inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que

neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo

379 422

2602

864 1155

2129 1846

246

1072 847

1733

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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Precipitaccedilatildeo mensal em mm

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

369

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

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92 92

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12 0 0 0 0 0 0 02

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

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GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado

404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia

de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem

na formaccedilatildeo de enchentes

Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014

Fonte Inmet 2015

O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter

propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de

precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns

fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem

contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

0 0

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

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Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007

BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a

partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In

XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba

Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286

CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo

Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30

n2 p 241-248 Mar2006

CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro

LTC 2013

CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia

Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64

COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e

CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg

Ediccedilatildeo 94-148 1995

EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do

Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

Home httpwwwojsufpibrindexphpequador

GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel

em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014

GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD

PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto

Alegre ABRH 1 2001 p3-12

GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T

CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016

INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr

portal Acesso em 10 de Jun 2015

SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of

America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100

SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias

hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p

STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America

Bulletin v63 1952 p923-938

TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para

prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196

TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento

Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152

VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda

financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade

estadual do Centro Oeste-UNICENTRO

Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016

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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015

Fonte Inmet 2015

Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como

se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais

raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores

de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno

investigado

Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de

precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos

solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta

ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter

umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que

as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais

intensas

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise

morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes

constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear

enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena

no entanto esse potencial natildeo se estende por toda

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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro

Precipitaccedilatildeo mmdia

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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis

pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular

Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde

ocorre o encontro de dois rios principais

As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre

uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

agriacutecola ou do relevo iacutengreme

Trabalho enviado em Junho de 2016

Trabalho aceito em Novembro de 2016

REFEREcircNCIAS

ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa

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Mapa de Solos ndash SiBCS 2007

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CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand

Brasil 2006 337-393

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana

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1975 245p

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pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a

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Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento

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ocorre o encontro de dois rios principais

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uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas

Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que

embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional

diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade

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Brasil 2006 337-393

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1975 245p

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Brasil 2006 337-393

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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil

1975 245p

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