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“A Candle for lhe Devil” Susanne McCarthy Julia 701 Ele jurou reconquistar a ulher que lhe !ertencia""" Olívia, deslumbrante em seu vestido de noiva, tinha acabado de entrar no Rolls Royce que a levaria à igreja quando o motorista deu a partida, sem tempo de que o tio, que a conduziria ao altar, também subisse. Apavorada, ela percebeu que o carro seguia para outra rua, bem distante da igreja onde iria se casar. Olhou para o espelho retrovisor e suocou um grito. Adam! O homem por quem se apai"onara seis anos antes. #le a estava raptando. $oltara para cumprir a promessa de impedir que se casasse com Richard! Di#itali$a%&o'  Silvia (evis&o e )orata%&o' CSo*ra

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“A Candle for lhe Devil” 

Susanne McCarthy

Julia 701

Ele jurou reconquistar a ulher que lhe !ertencia"""Olívia, deslumbrante em seu vestido de noiva, tinha acabado de entrar no RollsRoyce que a levaria à igreja quando o motorista deu a partida, sem tempo de que o tio,que a conduziria ao altar, também subisse. Apavorada, ela percebeu que o carro seguiapara outra rua, bem distante da igreja onde iria se casar. Olhou para o espelhoretrovisor e suocou um grito. Adam! O homem por quem se apai"onara seis anosantes. #le a estava raptando.

$oltara para cumprir a promessa de impedir que se casasse com Richard!

Di#itali$a%&o' Silvia(evis&o e )orata%&o' CSo*ra

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

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+,tulo ori#inal' A Candle for lhe Devil/radu01o5 $era *aria *arques *artins

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:G andar %#= >':'><(>' ? )1o =aulo#sta obra oi composta na #ditora 8ova %ultural -tda.

mpress1o e acabamento5 Hr3ica %írculo

Ioto da capa5 %ora $erlag

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CA./+2 3

Olívia viu a madrasta olhar alarmada para a porta do sal1o, onde amigos eamiliares haviam se reunido, apJs o enterro de seu pai. $irou<se e oi sua vez de levarum susto que a dei"ou gelada.

? *eu 7eus! ? e"clamou com voz suocada. ? O que ele veio azer aquiK

-eonora -ambert, parecendo ainda mais ria e severa no traje de luto,continuava a i"ar o recém<chegado com evidente aborrecimento.

? *as é muita aud3cia! ? criticou. ? 2uanto ao que veio azer aqui, sJ podeestar querendo nos causar problemas. 81o podia ter esperado mais alguns diasK

Olívia tinha a impress1o de que ia desmaiar. 7evia estar muito p3lida, masninguém acharia estranho, num momento de tanta tristeza.

O sal1o da mans1o dos -ambert estava cheio de gente, que ora prestar aLltima homenagem a -e" -ambert, undador da empresa -ambert, /aylor e )impson,que dirigira por quase cinqMenta anos. Adam /aylor n1o podia dei"ar de perceber oespanto que sua presen0a provocava, mas parecia alheio a tudo. A arrogante posturado corpo, o jeito orgulhoso, provavam que ele n1o mudara nada nos Lltimos seis anos. O

rosto de linhas duras talvez estivesse mais ino, mas o cabelo arto continuava t1oescuro quanto antes. #le ainda irradiava uma aura de or0a m3scula, que era t1oatalmente atraente para as mulheres.

%omo se pressentisse que Olívia o observava, Adam voltou<se e encarou<a.7epois, dirigiu<lhe um sorriso rio e comedido, antes de olhar novamente para amulher que o acompanhava.

Olívia olhou<a também, pensando que apenas Heorgina teria coragem de vestir<se de vermelho para um enterro, maquilada como uma vampira de ilmes dc terror e

com o cabelo loiro eri0ado num penteado e"travagante. )J ela, que nunca escondera aatra01o que sentia por Adam, teria o mau gosto de lev3<lo à casa dos -ambert. #radiícil de compreender como essa sobrinha de -eonora podia ser t1o dierente doresto da amília.

8esse instante, Richard, irm1o de Heorgina, apro"imou<se de Olívia.

? $iu quem est3 aíK ? perguntou, abra0ando<a protetoramente pela cintura.

? $i ? ela airmou, tentando sorrir. ? #le teria de aparecer, mais cedo ou maistarde, n1o éK

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? 81o teve nem a dec4ncia de esperar alguns dias ? ele censurou, repetindo aspalavras da tia. ? )e Adam pensa que voltar3 para a irma e come0ar3 a impor suasideias, icar3 decepcionado. /em apenas um ter0o das a0Nes.

Richard parou de alar por alguns instantes, observando a irm1 com desgosto.

? *esmo que Heorgina seja tola o bastante para apoi3<lo, do que n1o duvido ?prosseguiu ? os dois juntos sJ icar1o com quarenta e tr4s por cento das a0Nes./rinta e tr4s dele e dez dela. $oc4 e eu, juntos, seremos mais ortes.

? =ode ser que ele tenha vindo com a inten01o de nos vender sua parte ? elaconjeturou.

Richard riu secamente.

? Hostaria dc acreditar nisso, porque me d3 nos nervos saber que, enquanto

trabalh3vamos, ele tomava sol na Austr3lia, levando um ter0o dc nossos lucros semazer nada de nada.

-eonora lan0ou<lhe um olhar de advert4ncia.

? #vite cenas desagrad3veis, Richard.

? 81o se preocupe comigo ? ele sossegou<a. ? )e houver alguma cena, n1oser3 por culpa minha.

? $amos andar um pouco ? a tia sugeriu, ? Iingindo que nada de anormal est3acontecendo.

Olívia precisou de toda autodisciplina para circular pelo sal1o sem reagir aoscochichos dos circunstantes. )eis anos haviam se passado, mas pelo jeito nada aindaora esquecido. 8ervosamente, girou no dedo o anel de noivado que Richard lhe dera,uma jJia pesada e muito valiosa. )eis anos atr3s, ela usara o anel de Adam, masescondera<o no undo dc uma gaveta da penteadeira, quando o e"<noivo ora preso cenviado para...

? 2ue perda terrível ? uma senhora murmurou, abra0ando<a. ? *as um atodeve conort3<la5 seu pai aproveitou bem os setenta e dois anos de idade.

? Obrigada ? Olívia respondeu mecanicamente.

Outras pessoas a cercaram, mas ela n1o pde dei"ar de notar que Adamapro"imara<se e parara atr3s dela. 81o poderia ignor3<lo completamente, para n1ocausar mais coment3rios, mas era o que desejava azer.

*ostrando<se impassível, apesar das batidas aceleradas do cora01o, virou<se,surpreendendo<se quando deparou com ele, prJ"imo demais. #mbora n1o osse bai"a eestivesse usando sapatos de salto alto, precisou olhar para cima para it3<lo no rosto.)entiu<se agredida pela e"press1o de ria animosidade que viu nos olhos e"pressivos.

? oa tarde, Adam ? cumprimentou, estendendo<lhe a m1o num gesto ormal.

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#le e"aminou<a de alto abai"o com um olhar rio.

? Oi, anjo ? respondeu lacnicamente.

9m arrepio de emo01o correu pelo corpo de Olívia. Adam sempre a chamara deFanjoF.

? #stou contente por ter vindo ? ela disse bai"inho, por pura cortesia,azendo um esor0o enorme para n1o dei"ar transparecer o quanto ele a aetava.

Adam ergueu uma sobrancelha, ironicamente.

? #st3 mesmoK

Olívia dei"ou pender a m1o que ele se recusara a apertar. =ercebeu que corava,enquanto procurava com desespero algo para dizer.

? Iaz... Iaz muito tempo ? balbuciou por im.

? 7e ato.

? $oc4 ainda... mora em )ydneyK ? Olívia perguntou, hesitante.

Ioi envolvida por sLbita vertigem e estranhou a prJpria voz, que parecia vir demuito longe. Olhou em volta, vendo que os restos da amília a cercava5 Richard, a m1edele, Iranc4s )impson, e -eonora.

? O que veio azer aqui, AdamK ? o noivo interpelou, sem nenhuma polidez.

Os olhos escuros dc Adam cintilaram, divertidos e sarc3sticos.

? O que vim azerK O mesmo que as outras pessoas que est1o aqui5 prestar umahomenagem a -e".

-eonora itou<o com indisar0ada animosidade.

? 81o é bem<vindo nesta casa, Adam /aylor.

#le encarou<a com um olhar que ulminaria uma mulher mais vulner3vel. *as-eonora orgulhava<se quando diziam que ela era eita de erro.

? Assim como n1o era bem<vindo, seis anos atr3s ? Adam retrucou. ? $oc4 meimpediu de alar com -e".

? -e" n1o queria v4<lo ? ela inormou com ria dignidade. ? # penso que voc4n1o devia ter vindo agora, tampouco.

Heorgina passou o bra0o pelo dele, numa atitude possessiva.

? Adam veio comigo ? declarou, desaiadora. A m1e ungou, escarnecendo.

? 8inguém alou com voc4, que é a vergonha da amília. 2ue ideia oi essa deaparecer num enterro vestida de vermelhoK 81o se importa com o que os outros

pensam de voc4K

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? 8em um pouco ? a mo0a replicou com ar de desprezo. ? *as, se isso a dei"amais tranqMila, n1o entrei no cemitério. Iiquei no carro, com meu amigo persona nongrata.

Adam observou os rostos sombrios a sua volta, com um sorriso de zombaria.

? O que oiK P verdade que n1o est1o gostando de me ver aquiK Richard deu umpasso a rente, amea0ador.

? $oc4 veio para tumultuar a empresa. *as pode desistir. #ntre Olívia e eu,lemos a maioria das a0Nes. )ua opini1o, seus palpites, jamais ter1o qualquer inlu4nciano andamento dos negJcios.

? =or que eu desejaria Ftumultuara empresaFK ? Adam retorquiu, aetandoinoc4ncia. ? #stou pereitamente satiseito com os resultados.

? Aposto que est3 ? o noivo de Olívia respondeu, n1o disar0ando a raiva. ?Hanhou dinheiro sem esor0o e levou a vida que pediu a 7eus, nesses Lltimos seis anos.

Os olhos proundos de Adam tomaram<se duros, sem o menor tra0o de humor ousarcasmo.

? 7urante um ano estive na pris1o ? observou secamente. ? Acha que alguémpediria esse tipo de vida a 7eusK

Olívia sentiu<se suocar e os outros silenciaram, incapazes de qualquercoment3rio. Adam sorriu<lhes com desprezo e aastou<se com Heorgina, enla0ando<a

pela cintura.%om a garganta subitamente seca, Olívia oi servir<se de conhaque. =recisava de

uma bebida orte, que lhe acalmasse os nervos estra0alhados. Rever Adam nummomento j3 emocionalmente diícil ora um golpe terrível. 8unca imaginara que icariat1o abalada, quando voltasse a ilar os olhos escuros c hipnJticos que um dia a haviameito acreditar que o amava. 8o entanto, descobrira mais tarde, conundira amor comatra01o ísica. )uperara a ilus1o de mocinha imatura e sonhadora. /ornara<se adulta.

? $oc4 est3 bem, OlíviaK ? o noivo perguntou, juntando<se a ela.

? #stou, sim ? ela assegurou depressa. ? Iiquei surpresa ao ver Adam aqui,depois de tanto tempo, sJ isso.

)orriu<lhe, compreendendo seus sentimentos. O uturo marido devia estarpreocupado e com ciLme. Ainal, ela j3 ora noiva de Adam, antes de comprometer<secom ele.

O noivado com Richard estendia<se j3 por tr4s anos. %ontudo, esperavam pelomomento certo para marcar a data do casamento. %omo pe0a importante no mecanismoda empresa, o noivo ainda n1o pudera ter érias e recusava<se a casar sem o tempo

necess3rio para uma longa viagem de lua<de<mel.

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? Receio que minha querida irm1zinha tenha ultrapassado os limites, desta vez? ele comentou, olhando aborrecido na dire01o de Adam e sua acompanhante. ?*am1e est3 umegando de raiva e -eonora n1o hesitar3 era envenen3<los, sedemorarem a partir.

Olívia olhou para o par, no outro lado do sal1o, no instante em que Heorgina riaalto, indierente à atmosera solene. #ra Jbvio que Adam dissera algo engra0ado.

? )abe de uma coisa, RichardK 8unca entendi por que Adam cometeu aquelaidiotice. )empre teve de tudo. 81o precisava recorrer a um crime ridículo.

Richard encolheu os ombros, num gesto de indieren0a.

? Acho que ele ainda era muito imaturo quando assumiu o lugar do pai. Alémdisso, n1o precisou se esor0ar para subir na vida e penso que ele é do tipo que gostade lutar.

? /alvez voc4 tenha raz1o ? Olívia concordou, admirada com o toracomplacente do noivo.

Olhou novamente para Adam, que mesmo a distQncia, parecia envolv4<la cora seucharme. # n1o era apenas ela que se sentia atraída. /odos era volta olhavam para ele.2uando Adam /aylor entrava numa sala, ninguém conseguia ignor3<lo.

=rovavelmente ele achara o trabalho que herdara do pai monJtono demais.Hostava de lutar, como dissera Richard. =recisava de desaios. 7esse modo, entrara

numa aventura conden3vel, brincando cora a polícia,como outros homens arriscavam a vida correndo de automJveis ou praticandooutros esportes perigosos. #, com certeza, julgara<se muito esperto para serapanhado.

? =reocupo<me pensando no que Adam poder3 azer agora ? o noivo prosseguiu.? 81o tem nenhum interesse em prejudicar a empresa, mas quem garante que ele n1ovoltou em busca de vingan0aK

? $ingan0aK! ? Olívia e"clamou, surpresa. ? %omo assimK O que aconteceu com

Adam oi somente por culpa dele mesmo.Richard sorriu com amargura.

? 81o podemos adivinhar o que se passa numa mente distorcida, meu bem.

? O que voc4 acha que ele poderia azerK

? 81o sei. #spero que ele volte para a Austr3lia bem depressa, mas até que issoaconte0a, temos de icar vigilantes.

medida que as horas da tarde escoavam<se, aumentava a diiculdade de Olívia

em manter a compostura diante de toda aquela gente. O -e" -ambert que todos

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e"altavam, como marido aei0oado, pai e"emplar e patr1o benevolente, tinhapouquíssima semelhan0a com o homem que ela conhecera na intimidade.

8unca ora apegada ao pai. A irma de engenharia que ele undara quasecinqMenta anos antes, com mais dois amigos, tomara todo seu tempo e ora seu maior

orgulho. =ouca aten01o dera à amília e talvez nem lamentara a perda da m1e de Olívia,que morrera meses apJs o nascimento tardio da ilha.

%asara<se, ent1o, com -eonora, a cunhada do terceiro membro da sociedade,mais por conveni4ncia do que por qualquer outro motivo. Iora um arranjo comercial, umato que nenhum dos dois se preocupara cm esconder. #la dirigia os empregadosdomésticos, desempenhava à perei01o o papel de anitri1 e acompanhava -e" emestas e outros compromissos sociais. #m troca, icava contente com o que a riqueza ea posi01o lhe proporcionavam.

8o entanto, Olívia sabia que o pai dedicara aeto sincero a Adam, a quemconsiderara como o ilho que sempre desejara e nunca tivera. #ssa amizade cresceraainda mais, depois que Adam, aos dezoito anos de idade, perdera os pais num acidentede carro. 8a verdade, -e" -ambert educara Adam para ser o presidente da -/), até aterrível desilus1o, seis anos atr3s.

8inguém suspeitara de nada, naturalmente. A polícia rotulara os roubos deobras de arte como trabalho proissional, muito bem e"ecutado, que ugia à habilidadede um ladr1o vulgar. 2uem planejava os roubos

Dentendia de arte e sabia pereitamente o que tinha real valor. Al;m disso, devia

mandar as pe0as para o estrangeiro, pois seria impossível vend4<las em leilNes e lojasde antigMidades, onde seriam prontamente reconhecidas.

2uando um vaso chin4s do século S$, de valor inestim3vel, ora encontradonum dos engradados despachados por uma das iliais da -/), a polícia aparecera namatriz da empresa. Alvoro0ados, os empregados e diretores teceram as maise"travagantes teorias, mas a pris1o de Adam ora um choque para todos. O abalo

quase matara -e", que apesar dos sessenta e seis anos, conservada o vigor de umhomem muito mais jovem. =raticamente da noite para o dia, ele perdera a energia e oentusiasmo pela vida, tornando<se um velho r3gil e deprimido. 8os Lltimos anos devida, sorera v3rios acidentes vasculares cerebrais e deteriorara a ponto dc n1opoder mais andar. =erdera o controle sobre o lado direito do corpo e a capacidade demanter uma conversa01o normal.

O escQndalo abalara a companhia até os alicerces. %om -e" hospitalizado, aempresa perdera a credibilidade c ora Richard quem a sustentara na crise,impedindo<a de nauragar. Até mesmo -e", que sempre o julgara menos capaz que

Adam, tivera de admitir que ele trabalhara muito melhor que o esperado.

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Richard n1o se importava com as compara0Nes entre ele e Adam, c nas quaisinvariavelmente saía perdendo. %om sua paci4ncia característica, desculpava -e",dizendo que na velhice odos tinham o direito de implicar com alguém.

7uas pessoas n1o poderiam ser mais dierentes que Richard e Adam. 8o

entanto, quando muito jovens, os dois tinham sido amigos insepar3veis. IreqMentando amesma escola, competiam entre si pelos melhores lugares nos estudo e no esporte, debom humor e sem dei"ar que a competi01o estragasse a amizade. Adam era maisdinQmico, aventureiro e ousado. Richard tornava<se um pouco apagado, perto dele, comseu jeito comedido e sério.

)epararam<se ao chegar ao curso universit3rio. Olívia nunca soubera ao certo oque estremecera uma amizade t1o sJlida. Richard dei"ara escapar, anos atr3s, quehouvera um incidente envolvendo a irm1, Heorgina, que j3 estava casada, na época. *as

n1o entrara em detalhes c Olívia n1o izera perguntas que poderiam embara03<lo.#mergindo do devaneio que a izera esquecer por alguns instantes onde seencontrava, Olívia olhou novamente para Adam. #le n1o parecia

(

ter a mínima pressa de ir embora conversando com um grupo de diretores da*arstonTs, cliente antiga da -/).

2ual seria o motivo real de seu retornoK =arecia pouco prov3vel que ele tivesseeito a longa viagem apenas para comparecer ao enterro de -e". /alvez Richard e

Heorgina estivessem certos em achar que ele pretendia causar problemas. Olíviaarrepiou<se, pressentindo o perigo.

%ontudo, ninguém imaginaria o que se passava em sua mente, olhando<lhe o rostoimpassível. Aprendera a controlar e esconder as emo0Nes e era muito parecida com opai, quando desejava mostrar<se indierente c ria. /ambém era parecida com eleisicamente. Uerdara a estatura elegante e a esbeltez de -e", assim como suasei0Nes aristocr3ticas. A m1e legara<lhe o cabelo loiro, cor de mel, que ela usava presonum coque rou"o, c os olhos grandes e cinzentos.

Alguns dos convidados despediram<se, atinai, e Olívia decidiu que precisavaicar a sJs, tomar um pouco de ar resco. O mais discretamente que pde, saiu dosal1o e desceu a escadaria principal, saindo para o jardim silencioso.

#ra o pico do ver1o c as rosas loresciam com e"uberQncia, misturando seuperume ao da alazema c do jasmim. 7istraída, aspirando proundamente o arperumado, Olívia desceu pela alameda de cascalho que levava ao riacho que cortavaecVside, a e"tensa propriedade dos -ambert, 8a margem, erguia<se o pavilh1ogracioso, imita01o de um pagode chin4s, que sempre ora o reLgio predileto de Olívia.

#la empurrou a porta e entrou, sendo invadida no mesmo instante por recorda0Nes dainQncia, doces e amargas. Ao longo das janelas largas, alinhavam<se as

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espregui0adeiras de lona, que deviam estar quentes de sol. astNes de críquete etrajes de banho apareciam nos arm3rios que icavam de portas abertas para evitarumidade.

Olívia estendeu<se numa das espregui0adeiras, dei"ando o pensamento livre

para voltar ao passado.%onhecera Adam a vida toda. As tr4s amílias reunidas na -/) eram amigas c

todos tratavam<se como parentes. #la era muito mais jovem que os ilhos dos outroscasais, mas Adam sempre a tratara com gentileza c tornara<se seu herJi idolatrado.#la completara apenas sete anos quando os pais dele morreram no tr3gico acidente e,apesar da pouca idade, compreendera a dor de Adam e também sorera.

Adam reqMentava a universidade, na época, e -e" insistira para que elepassasse as érias de ver1o em ecVside. -eonora n1o gostara muito da ideia. Olívia

sentia que Adam n1o gozava da simpatia de sua madrasta, embora a mulher n1odissesse uma Lnica palavra contra ele ou sua perman4ncia na propriedade.

7evia estar entre quinze e dezesseis anos quando percebeu que os sentimentosque dedicava a Adam come0avam a mudar. Até aquela idade, estivera mais interessadaem cavalos do que no se"o oposto, mas no ambiente da escola sJ para mo0as,desenvolvera uma curiosidade quase obsessiva a respeito dos ascinantes mistérios dohomem.

81o era de surpreender que suas antasias de mocinha se dirigissem para seu

primeiro amigo. *aduro, soisticado e lindo, Adam reletia a imagem pereita quepovoava seus sonhos romQnticos.

=elo menos ela tivera a sensatez de perceber que ele diicilmente seinteressaria por uma adolescente angulosa, desajeitada e ine"periente. Além disso,Adam tinha namorada, uma garota ruiva de nome dierente. $Qnia. )im, era esse onome da mo0a.

2uando Olívia estava com dezessete anos, ele levara $Qnia para passar o 8atalem ecVside. /odo mundo imaginara que anunciariam o noivado e Olívia odiara a ruiva

de beleza estonteante e cabe0a oca.9m acontecimento bastante banal acabara com o romance. A Ltil e egoísta

$Qnia icara uriosa quando o c1o de estima01o dos -ambert, um labrador brincalh1o,estra0alhara sua estola de peles. Adam a consolara c prometera comprar outra estola,mostrando<se muito compreensivo, mas rira com Olívia quando a jovem partira,declarando que o namoro acabara.

8o ver1o seguinte, nenhuma espinha maculava a pele acetinada de Olívia, quedei"ara o cabelo crescer até abai"o dos ombros. O corpo perdera a angulosidade,

arredondando<se nos lugares certos, em curvas suaves. $oltando para casa, parapassar as érias, ela estava consciente de que se tomara adulta.

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Iazia seis meses que n1o via Adam, porque ele viajara na =3scoa, dei"ando de ira ecVside. 8o primeiro domingo do ver1o, quando ele chegou para almo0ar, portou<secom naturalidade, mas Olívia captou o brilho surpreso dos olhos escuros pousados emseu rosto.

#la, ent1o, esor0ou<se ao m3"imo para esconder que o amava. *as coravaquando ele lhe dirigia a palavra e nunca encontrava o coment3rio certo para azer arespeito das coisas mais simples. =assou a evit3<lo, temendo trair seu segredo.

*as isso aconteceu, semanas mais tarde. 8uma tarde quente do inal de julho,ela oi ao pavilh1o chin4s pretendendo vestir o biquíni e nadar no riacho. Ao sair dovesti3rio, quase colidiu com Adam.

? Oi, anjo.

? Oh! ? ela e"clamou num gritinho, sentindo<se corar e azendo um gestoinstintivo e inLtil para cobrir o corpo seminu. ? $e... $eio procurar papaiK #le est3 noescritJrio.

Adam sorriu, itando<a com e"press1o estranha.

? #u sei. Acabei de sair de l3. 7ecidi nadar um pouco, porque est3 muitoquente, hoje. ncomoda<se, se eu lhe izer companhiaK

? 81... 81o. %laro que n1o.

O cora01o pulsava com tanta or0a no peito, que Adam devia estar ouvindo as

balidas desenreadas. #le a itava de uma maneira dierente, com uma e"press1o queela n1o sabia deinir. #ra como se soubesse que lhe causava perturba01o. *as n1oestava rindo.

Olívia recuou e ele dei"ou o olhar percorrer o corpo jovem, apenasdesabrochado.

? =arece que az uma eternidade que n1o a vejo ? comentou com voz rouca.

? )eis meses ? ela observou. ? 8a =3scoa voc4 n1o veio a ecVside porqueestava nos #stados 9nidos.

? #stava, sim. )enti alta de voc4s.

? 8Js também sentimos sua alta ? ela replicou, sem encar3<lo.

? $ai dei"ar a escola este ano, OlíviaK

? 81o. =retendo azer um curso de administra01o de empresas. #le riu, domesmo jeito que azia quando a arreliava, muitos anos

antes.

? P mesmoK 2uer trabalhar, quando terminar os estudosK

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? *ais ou menos. -e" diz que preciso saber o mínimo indispens3vel a respeitode negJcios, porque vou azer parte da diretoria da empresa.

? #ntendo.

#la arriscou olh3<lo de relance. %orou novamente ao notar como ele a e"aminava.

? A... Acho que vou cair na 3gua ? gaguejou, embara0ada. ? #st3 muito calor.

#le a pegou pelo bra0o, impedindo<a de se aastar.

? =or que est3 com tanta pressa de me abandonar, OlíviaK 8otei que voc4 andame evitando. =osso saber o que est3 acontecendoK

? 8a... nada.

? Iiz alguma coisa que a oendeuK

? Oh, n1o!#le riu bai"inho e a soltou.

? $3 para a 3gua. #u a seguirei dentro de um minuto.

#la correu, saindo do pavilh1o e entrando na plataorma de madeira que usavamcomo trampolim. 8aquele ponto o riozinho tinha oito metros de larguraapro"imadamente e era bastante undo para permitir um mergulho. A 3gua cintilavacomo cristal, caindo da encosta rochosa e correndo à sombra dos salgueiros<chorNesque cresciam nas margens.

Olívia mergulhou suavemente, deliciando<se com o rescor da 3gua na pelequente. *as o calor que sentia ora provocado pelo olhar interessado de Adam, porsua e"press1o admirada e gulosa. 8ada tinha a ver com a temperatura do dia, #lasonhara tanto com o momento cm que ele a veria como mulher. #ntretanto, quando issoacontecia, icava apavorada. A inoc4ncia que e"istira no relacionamento delesterminara para sempre.

oiando de costas, ela viu quando Adam saiu do pavilh1o e percorreu aplataorma. #le usava o mais minLsculo cal01o de banho que ela j3 vira, e que dei"ava à

mostra o corpo magníico, musculoso, dc torso largo e pernas ortes. #stavabronzeado e p4los escuros cobriam a pele morena do peito, até a cintura, e as longaspernas m3sculas.

#le mergulhou, nadou por bai"o da 3gua por alguns instantes e emergiu a unsdois metros de Olívia. #la riu, um tanto nervosamente, e bateu os pés, espirrando 3guanele. A rea01o n1o se ez esperar. Adam sorriu perversamente e pu"ou<a pelo pé,aundando<a.

#la livrou<se com um pontapé enérgico e come0ou a nadar contra a corrente,

vigorosamente. #le alcan0ou<a e tornou a pu"3<la para bai"o. 2uando subiu à tona,Olívia descobriu que estavam muito prJ"imos. O lugar era undo e ela n1o conseguia

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icar de pé, ao contr3rio dc Adam, que muito mais alto, irmava<se no leito arenoso.#la sabia que ele n1o demoraria a aproveitar<se dessa vantagem, como sempre acon<tecia, quando brincavam no rio,

%ontudo, daquela vez era dierente. #le agarrou<a e a submergiu. 7ei"ou<a subir

para respirar e tomou a aund3<la, até que ela, sem lego, oi obrigada a recostar<senele para descansar. #nt1o, invadida por emo0Nes ortes e desconhecidas, Olívia achouque jamais teria or0as para nadar de volta à margem.

Adam abra0ou<a, olhando<a intensamente, e sem sorrir.

? O que houve com voc4, garotaK Outro dia mesmo, parecia um potrinho,gracioso mas desajeitado, de pernas longas demais. Agora... ? ele murmurou,apertando<a nos bra0os. ? Oh, anjo, eu n1o devia aproveitar<me de voc4 assim. -e"mandaria me a0oitar se soubesse.

/r4mula, Olívia adivinhou que ele ia beij3<la. )entiu<se girar numa vertigemdoida, quando a boca irme pousou na sua, aminta e possessiva. Iechou os olhos eentreabriu os l3bios, dei"ando que ele aproundasse o beijo.

81o tinha mais consci4ncia da 3gua ao redor de suas pernas, sabendo apenasque Adam a desejava, que o corpo poderoso tremia como o seu, dominado pela pai"1o.

CA./+2 33

? Oi, anjo.Olívia enrijeceu<se na espregui0adeira e prendeu a respira01o ao ouvir a vozzombeteira. Adam a encontrara!

? #ngra0ado ? ele prosseguiu, irnico. ? %omo adivinhei que a acharia aquiK

)entou<se na borda da mesa mais prJ"ima, muito à vontade.

? O que voc4 querK ? Olívia perguntou, ainda abalada pela surpresa.

? 8ada.

? =or que veio ao pavilh1oK? Assim como voc4, garota, eu também quis ugir dos olhares curiosos.

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? )e n1o queria despertar curiosidade, por que voltouK ? ela replicou comraiva.

? $oltei para acompanhar -e" em sua Lltima viagem. %uriosidade e me"ericosoram eeitos colaterais inevit3veis.

Olívia riu secamente.

? 2uer me enganar, dizendo que sentiu a morte de meu paiK

? 81o quero enganar ninguém. =or mais estranho que possa parecer, iqueimuito triste com a morte de -e". )empre gostei dele.

? *as isso n1o o impediu de eri<lo, h3 seis anos. *eu pai o adorava e o quevoc4 ez quase o matou. )e pensarmos bem, oi a decep01o que acabou com ele. -e"nunca mais oi o mesmo, depois daquilo.

? )e e!e realmente gostava tanto de mim, por que me considerou culpado, antesmesmo do julgamentoK ? Adam retrucou, sarc3stico. ? /odos se convenceram muitodepressa da minha culpa, n1o oiK Até voc4. ? Iez uma pausa, meneando a cabe0a comamargura. ? $oc4 n1o quis ouvir minha vers1o dos atos, anjo. ateu o teleone semme dei"ar alar, lembra<seK

#la se lembrava. $ividamente. %ontudo, n1o o dei"aria saber que os tristesacontecimentos continuavam gravados em sua mente e seu cora01o.

? )ua vers1o dos atos, AdamK A prova era bastante conclusiva. # os jurados

n1o tiveram nenhuma diiculdade em julg3<lo culpado. Ioi um veredicto unQnime.? $oc4 oi ao julgamento ? ele observou em tom acusador. ? =ensa que n1o a

viK $i, sim. $oc4 icou na Lltima ileira, sentada ao lado de Richard. =or que se deu aotrabalho de ir assistir à minha condena01oK #sperava que me atirassem aos leNesKsso caiu de moda h3 alguns séculos.

Olívia recostou<se na espregui0adeira, ingindo indieren0a.

? Richard quis ir ? inormou com um tra0o de desdém na voz.

? =or qu4K

? =ara ouvir todas as acusa0Nes e conseguir convencer<se de que voc4 erarealmente culpado. #le n1o podia acreditar que voc4 osse um...

? 9m ladr1o ? Adam completou, apertando os l3bios. ? Richard n1o podiaacreditar que eu osse um ladr1o, mas acreditou assim que ouviu a senten0a. 8unca meperguntou se eu era culpado ou inocente. # saiu<se muito bem, como presidente dacompanhia, n1o é verdadeK 81o satiseito, planeja casar<se com um ter0o das a0Nes,ou seja, com voc4.

? 81o tem o direito de... ? Olívia reagiu, corando.

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? 2uando vai ser o grande diaK < ele prosseguiu, interrompendo<a. ? $i oanLncio do noivado, nos jornais. *as j3 az muito tempo.

#la inclinou a cabe0a para tr3s, olhando<o com rieza.

? Ainda n1o marcamos a data, mas quando o izermos, voc4 ser3 o primeiro asaber.

? F2uandoFK ? ele perguntou, zombeteiro. ? 81o seria melhor dizer FseFK

? %laro que n1o. Richard e eu vamos nos casar.

? $oc4 n1o quer se casar com ele, anjo. # sabe que Richard n1o a ar3 eliz.2uando estiverem azendo amor, ele estar3 pensando nos livros de contabilidade eazendo contas.

? 81o vou icar ouvindo suas bobagens, Adam. #u...

? )er3 um desperdício, minha querida ? ele continuou, imperturb3vel,descendo da mesa e ajoelhando<se ao lado da espregui0adeira.

%omo que hipnotizada, Olívia encarou<o, dominada pela or0a dos olhos escurose penetrantes.

Adam aagou<lhe o rosto com as costas da m1o.

? 7iga, se or capaz, anjo, que est3 satiseita com os beijos de Richard. 2ue

n1o pensou em mim, que n1o me desejou, durante todos esses anos.nclinou a cabe0a e Olívia entreabriu os l3bios, vencida.

? 2ue diabo est3 acontecendo aquiK

A voz 3spera de Richard penetrou a névoa de encantamento e despertou Olíviado transe. Adam soltou<a e levantou<se, rindo.

? #stou seduzindo sua noiva ? declarou, atrevido. ? O que vai azer paraimpedirK

Richard olhou de um para o outro, com ar interrogativo e magoado. Olíviapigarreou, recuperando o domínio sobre as emo0Nes.

? 81o d4 aten01o a Adam ? pediu ao noivo, erguendo<se da espregui0adeira ?#le est3 dizendo asneiras.

Richard itou<a, desconiado, e ela entrela0ou os dedos nos dele, pu"ando<opara a porta.

? #st1o com pressaK ? Adam zombou.

? $oc4 é quem deveria estar com pressa de partir ? Olívia respondeu cm tomgélido. ? $olte para a Austr3lia e dei"e<nos em paz.

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Adam torceu os l3bios num sorriso cínico.

? 2uanta lealdade! $oc4 é um homem dc sorte, RicVy. )e eu osse voc4, meamarraria a Olívia o mais r3pido possível, antes que alguém a roubasse dc mim, juntamente com os trinta e tr4s por cento das a0Nes ? deseriu, caminhando para a

porta, onde parou e virou<se para os dois. ? )into desapont3<los, mas n1o pretendodei"ar a nglaterra t1o cedo.

)aiu batendo a porta, mas o ambiente continuou pesado e opressivo. Olíviaestremeceu e Richard abra0ou<a, pu"ando<a para si.

? 2ue petulQncia! %hamou<me de FRicVyF, como nos velhos tempos!

? =ercebeu o tom de amea0a na voz deleK ? ela gemeu. ? F81o pretendodei"ar a nglaterra t1o cedoF. $eio para nos atormentar, Richard!

? 81o dei"e que ele a perturbe, querida. Adam n1o pode azer coisa algumapara nos erir, mesmo que queira.

Olívia repousou a cabe0a no ombro largo do noivo e echou os olhos, e"austa.2uerido Richard, coni3vel, honesto, gentil. 7e sLbito, as palavras de Adam ecoaramem sua mente5 F7iga que est3 satiseita com os beijos de Richard. 2ue n1o pensou emmim, que n1o me desejou, durante todos esses anosF. )obressaltada, livrou<se doabra0o, com absurda sensa01o de culpa.

? $amos voltar para casa ? sugeriu com voz tr4mula. ? -eonora icar3

aborrecida, se n1o icarmos junto dela até o im deste dia miser3vel.Richard sorriu<lhe, prestativo.

? /em certeza de que agMentar3K

? /enho. 81o dei"arei que Adam pense que nos assustou. $amos nos reunir aosoutros, Richard.

7e bra0os dados, percorreram as alamedas do jardim. Olívia pensou no que aspessoas diziam, ao v4<los juntos5 um casal pereito.

Olívia sempre gostara de cavalgar pelas colinas, bem cedo, pela manh1. #raquando a neblina ainda lutuava nos vales e o orvalho brilhava no capim, cintilando aosraios racos do sol. Welly, a égua parda, movia<se com gra0a c agilidade, subindo pelaestrada de uma encosta. O céu azul<p3lido, raiado de rosa e dourado, prometia um dialuminoso e quente. # o ar com cheiro de mato azia Olívia sentir<se revigorada, depoisda noite mal dormida.

=assara horas acordada, com a mente tumultuada por pensamentosperturbadores. 2uase permitira que Adam a beijasse. 8a verdade, o beijo teriaacontecido, se Richard n1o entrasse no pavilh1o. =or que ela se dei"ara dominar pelo

magnetismo daqueles olhos proundos, t1o e"pressivosK

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/entara suavizar o ato, dizendo a si mesma que ora envolvida pelaslembran0as do passado, mas n1o se desculpava pela raqueza.

Richard n1o izera perguntas, aceitando sua e"plica01o. %oniava nela. #ssacerteza, no entanto, sJ servia para aumentar o remorso que sentia pelo deslize.

7e sLbito, a égua ergueu a cabe0a, alerta, e relinchou bai"inho. Olívia, ent1o,ouviu o som de cascos batendo na trilha dc terra, atr3s dela. Olhou por cima do ombroe viu um cavalo preto. O homem que o montava tinha cabelo castanho<escuro e ombroslargos. Adam!

Obrigou a égua a seguir a galope. )entindo<lhe a agita01o, o animal disparou,sacudindo a longa crina. *as o cavalo preto vencia a distQncia rapidamente.

A persegui01o oi intensa e breve. 9ltrapassando Olívia, Adam parou no meio datrilha, obrigando<a a parar com um pu"1o brusco nas rédeas. A égua quis empinar,assustada, mas Adam segurou<a pelo brid1o, azendo<a estacar. Olívia dardejou<lheum olhar urioso.

? *uito obrigada, mas n1o preciso de sua ajuda para dominar minha montaria.

#le e"ibiu um sorriso diabolicamente ascinante.

? P bom saber ? respondeu, sem no entanto soltar a rédea, como para impedirOlívia de ugir.

? =ensei que tivesse voltado para a cidade com Heorgina ? ela observou, em

tom indierente.#le deu uma risadinha.

? Ah, sim, Heorgina ? resmungou, como se houvesse esquecido completamentea e"ist4ncia da mulher. ? 7eus de me livre dela! /em sua utilidade, mas icainsuport3vel, depois de algumas horas.

Olívia encarou<o com raiva.

? 2ue sem<vergonha voc4 é, Adam /aylor! %onessa usar uma mulher e depois...

#le deu de ombros, displicente.? Heorgina também me "ingou de Fsem<vergonhaF ? conessou. ? *as isso n1o

me preocupa. #star3 a minha disposi01o, se eu voltar a precisar dela.

? %omo pode estar t1o certoK ? Olívia perguntou, sarc3stica. #ntretanto, sabiaque Adam atraía as mulheres de modo incrível c

n1o duvidava de sua declara01o. Olhou para a m1o que segurava o brid1o daégua, impedindo<a de sair a galope e dei"3<lo alando sozinho. Welly, como uma traidoravulgar, esregava o ocinho pardo no do magníico garanh1o.

=or im, Adam ez o cavalo andar, seguindo ao lado da montaria de Olívia, queele continuava a segurar pela rédea.

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Olívia ignorou<o, erguendo o rosto para o céu e respeitando undo. %omo puderaimaginar que estivera apai"onada por alguém como AdamK #le era arrogante, egoísta,e desconhecia o signiicado da palavra FrespeitoF.

O sil4ncio estendeu<se como um abismo, dei"ando<a inquieta.

? #sse cavalo é o HeneralK ? or0ou<se a perguntar, depois dc longosinstantes. ? =ensei que o tivesse vendido, quando...

? 2uando ui para a cadeiaK ? Adam ajudou, desinibido. ? $endi, sim, paraXohn =otts.

? O velho cavalari0o de papaiK

? O prJprio. %uidou bem de Heneral. #ste cavalo deve estar com quinze anos,mas continua orte como um potro. ? Adam inclinou<se c acariciou o pesco0o do

animal. Achei que ele n1o se lembraria de mim, mas icou louco, querendo sair da baia,quando me viu. 81o é verdade, ilh1oK

O cavalo me"eu as orelhas e virou a cabe0a para o lado, entendendo que Adamalava com ele. Olívia sentiu um nJ na garganta, perguntando<se se alguém, t1ocarinhoso com os animais, podia ser inteiramente inescrupuloso. *as j3 aprendera queAdam n1o linha escrLpulos e que chegara a roubar. #squecer esse ato, nem que ossepor um segundo, era muito perigoso.

? $ou compr3<lo de volta ? Adam murmurou, alando mais para si mesmo que

para Olívia. ? Amo este cavalo.? %ompr3<loK! ? ela e"clamou, surpresa. ? # mand3<lo para a Austr3lia, denavioK

#le olhou<a com um sorriso enigm3tico.

? 81o sei se voltarei para a Austr3lia. #u j3 quase me tinha mc esquecido dosatrativos deste condado de 7erbyshire ? comentou, provocador. ? #stou pensandoem icar aqui para sempre.

Olívia encarou<o, alarmada com o comportamento do prJprio cora01o, que

disparara no peito. #ntendera que n1o ora sJ à beleza da regi1o que ele se reerira.Adam estava disposto a seduzi<la, como airmara a Richard, com espantosa alta depudor. # ela, que icara apavorada com a ideia dc t4<lo por perto durante alguns dias,talvez tivesse de acostumar<se a v4<lo seguidamente, e para sempre!

Adam soltara a rédea de sua montaria, mas Olívia n1o sentiu o impulso de ugir.

? %omo est3 seu ador3vel noivo, esta manh1K ? ele perguntou em tom dedeboche.

#la nem se surpreendeu, pois previra que mais cedo ou mais tarde Richard seriamencionado.

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? #st3 muito bem, obrigada.

? )air da cama e dei"ou<o sozinhoK #la sentiu o rosto queimar de embara0o.

? 81o! #u n1o...

? 81oK! ? ele e"clamou, visivelmente divertido.Olívia procurou manter a atitude digna e ria. Adam era a Lltima pessoa com

quem ela discutiria detalhes íntimos de sua vida pessoal. *as os olhos escuros ebrilhantes eram perspicazes demais e pareciam ter o poder de ler sua alma.

? Ora, ora ? Adam murmurou no odioso tom de zombaria que n1o abandonaradesde o dia anterior. ? 81o me diga que n1o vai para a cama com seu noivo!

#la engoliu em seco, detestando<o por dei"3<la t1o perturbada.

? 8Js... em, decidimos esperar até estarmos casados.

? 81o acredito! RicVy concordou em esperar lodo esse tempoK 8unca imagineique meu velho amigo osse t1o desinteressado de certas coisas.

Olívia lan0ou<lhe um olhar gelado.

? )ou eliz com Richard. #le é uma boa pessoa.

? oa pessoaK! P um imbecil. 9ma coisa é certa, anjo. #u n1o teria esperadotr4s anos, se estivesse no lugar dele. # voc4 também n1o desejaria esperar.

? *as n1o est3 no lugar de Richard ? ela observou secamente.

? -embra<se de quando eu a beijavaK ? ele perguntou, ligeiramente rouco. ?#ra como uma ebre que nos consumia. Olhando para voc4, agora, sinto<me tentado abeij3<la outra vez. )J que n1o sei se conseguiria me contentar com beijos. O querealmente quero é azer amor com voc4. Aqui, numa encosta batida de sol.

? Acha que eu permitiriaK ? ela replicou, mal podendo respirar.

? 2uem disse que eu pediria permiss1oK Além disso, n1o creio que voc4 merejeitasse.

? Arrogante! ? ela gritou, erguendo a m1o para bater<lhe no rosto. Adamsegurou<lhe o pulso.

? )ou ? concordou com um sorriso, antes de erguer a m1o dela e beijar apalma. ? *as n1o pode negar que me deseja, meu anjo ador3vel e sensual. )emprehouve pai"1o entre nJs.

Olívia n1o desviou o olhar, presa por uma espécie de eiti0o.

? 81o, Olívia, voc4 n1o me rejeitaria ? ele disse num murmLrio insinuante.

)oltou<a, ent1o, desazendo o encanto. %heia de Lria, Olívia pu"ou as rédeasbruscamente, transmitindo sua inquieta01o ao animal, que bateu os cascos no ch1o.

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? 81o ponha as m1os em mim! X3 n1o chega todo o mal que causouK 81o icoucontente, com o que ez ao meu paiK $3 embora, Adam! 7ei"e<nos em paz! #u te odeio!

#le sorriu cinicamente.

? /alvez odeie mesmo. *as ainda me quer. O desejo que sente por mim é algoque n1o pode controlar, por mais que tente. 2uanto a mim, poderia ter passado a noitenos bra0os de Heorgina. *as n1o quis. )abe por qu4, anjoK =orque quero voc4. $ai sermuito bom, quando izermos amor. $er3 que valeu a pena esperar seis anos.

Olívia sentiu que corava intensamente. 8um movimento nervoso, pu"ou asrédeas para um lado, azendo a montaria aastar<se. Apertou os calcanhares no lancoda égua, que saiu a galope. Adam continuou parado, mas Olívia sabia que ele aobservava. /alvez com um sorriso de vitJria nos l3bios.

#la se dei"ara envolver novamente por seu charme, apesar dc ter decidido queele era perigoso como uma serpente e que devia ser mantido a distQncia. Adam, porém,era esperto demais e e"periente na arte da sedu01o. %ompletamente desavergonhado,obrigara<a a visualiz3<los, azendo amor em algum recanto das colinas, sob o céu,usando a grama alta como cama. # ela, era obrigada a admitir, em vez de repudiar aimagem erJtica, icara e"citada, quase sentindo os beijos ardentes que ele espalhariaem seu corpo.

#ntretanto, jamais trairia Richard, permitindo que Adam a tentasse com asdelícias da pai"1o. *as e"perimentar uma atra01o ísica t1o poderosa j3 n1o seria

trai01oK /alvez osse. /odavia, ela continuava t1o indeesa diante do que sentia porAdam quanto ora tantos anos atr3s.

O primeiro beijo entre eles ora a realiza01o de todos os seus sonhos democinha ing4nua e romQntica. %ontinuara abra0ada a Adam, no meio do riacho, prontapara dar<lhe tudo o que ele quisesse. %ontudo, ele a soltara e rira com um leve tom desarcasmo que a dei"ara conusa e magoada.

? A brincadeira est3 icando perigosa, anjo. 81o queria perder o controledessa maneira.

#le estava t1o oegante quanto ela, e os olhos castanhos ulguravam com umaluz de desejo selvagem, mas isso n1o diminuía a dor causada pela rejei01o.

? Adam... ? Olívia murmurou em tom de sLplica, com os olhos cheios del3grimas.

#le, porém, aastava<se dela.

? 7esculpe, anjo. O calor deve ter abalado meus miolos. 81o se preocupe. sson1o tornar3 a acontecer.

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)aiu da 3gua, dei"ando Olívia envergonhada e com dolorosa sensa01o de vazio.#la se comportara como uma leviana qualquer e n1o poderia reclamar, se Adam adesprezasse.

7epois do incidente no rio, ele n1o apareceu em ecVside por duas semanas e

-eonora estranhou sua aus4ncia prolongada. Olívia comentou que ele devia estarocupado. 8em em sonhos conessaria à madrasta que Adam estava ugindo de uma jovem tola que estava disposta a atirar<se em seus bra0os.

9ma tarde, estava lendo à beira do riacho quando o sono a venceu. 81o poderiadizer quanto tempo dormira, quando despertou, sobressaltada. Abriu os olhos cdeparou com Adam, que a observava, pensativo.

)entou<se depressa e abra0ou os joelhos num gesto instintivo de prote01o. Osuti1 do biquíni mal cobria os seios e ela arrependeu<se de n1o ter levado uma

camiseta, quando ora tomar sol. Adam sorriu de um modo que a ez arrepiar<se.? Oi, anjo ? ele cumprimentou, deitando<se ao lado dela na grama e apoiando a

cabe0a na m1o. ? A tarde est3 linda, n1oK

? #st3 ? ela respondeu num io de voz. ? Aproveitando bem as ériasK

? #stou, obrigada.

#le riu e pegou uma das mechas do longo cabelo loiro, enrolando<a no dedo.

? =arece nervosa, Olívia. O que est3 acontecendoK

#la sentiu o sangue subir ao rosto e desviou o olhar, acanhada.? 8ada. #u...

? #st3 havendo alguma coisa e nJs dois sabemos o que é. ? #ntrela0ou os dedosno cabelo dela e Olívia n1o poderia ugir, mesmo que quisesse. ? /entei icar longe devoc4, anjo, porque sinto<me tentado a azer algo que n1o devo. $oc4 é jovem demais,ainda.

Olívia sentiu a boca seca e quase n1o podia respirar, perturbada por violentaemo01o. 81o resistiu quando ele a pu"ou para si. Iechou os olhos, agudamenteconsciente da dureza do corpo m3sculo, aspirando o perume almiscarado da pelebronzeada.

? $oc4 é uma coisinha inocente ? ele cochichou, aagando<lhe o rosto. ? 8oentanto, est3 pronta para o amor.

/omou os l3bios tr4mulos num beijo sensual e proundo. Olívia rendeu<se àmagia, abra0ando<o pelo pesco0o e correspondendo ao beijo. Adam deitou<se sobreela, quase esmagando<a sob o peso do corpo musculoso.

? Oh, anjo ? ele gemeu, beijando<a no ombro. ? $oc4 se transormou numalinda mulher.

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%ome0ou a acarici3<la, lenta e deliberadamente, correndo as m1os pelas curvassuaves. /odos os desejos incoerentes que haviam perseguido Olívia nos Lltimos mesessubiram à tona e ela arqueou<se contra ele, guiada pelo instinto.

#nquanto a beijava com pai"1o e impaci4ncia, Adam e"plorava<lhe o corpo com

toques cada vez mais ousados, dei"ando que as m1os subissem para os seios.Olívia quase chorou de emo01o e prazer, quando os dedos quentes aagaram os

mamilos eretos, apertados contra o tecido el3stico da parte de cima do biquíni. Algoabsurdo estava acontecendo. #ra como se uma dor deliciosa latejasse em seu ventre,dei"ando<a eliz e agoniada, querendo mais daquela doce tortura e ao mesmo tempopedindo alívio.

Adam ergueu o corpo, apoiando<se nas m1os e itou<a intensamente. Os olhoscastanhos pareciam mais escuros e e"ibiam uma e"press1o aminta e aturdida. =or

im, desviaram<se dos dela para pousar no vaie entre os seios palpitantes.#la prendeu a respira01o quando ele tornou a estender<se sobre ela e, passando

as m1os por debai"o de seu corpo, soltou o echo do suti1.

A onda de eminina submiss1o que a assaltou era<lhe totalmente desconhecida,mas Adam pareceu reconhec4<la, pois sorriu satiseito, enquanto desnudava ospequenos seios irmes.

Olívia echou os olhos, e"tasiada, dei"ando<o acariciar um mamilo com a pontade um dedo. Xamais e"perimentara tal sensa01o de prazer e estremeceu, gemendo

languidamente.? Agora, voc4 é quase uma mulher ? ele sussurrou com voz enrouquecida.

nclinando a cabe0a, beijou um seio e depois o outro. #nt1o, os l3bios echaram<se ao redor de um mamilo e Olívia pensou que ia desintegrar<se em milhNes decentelhas de ogo, a mente anuviada pela vertigem do prazer.

Abra0ou Adam pelos ombros e ergueu o corpo, oerecendo<se sem medo oureserva. =or um instante, ele pareceu render<se à tenta01o, abrindo<lhe as co"as comuma das pernas e aninhando<se entre elas. *as de repente, levantou o corpo com. umgemido de rustra01o.

? Oh, anjo, n1o podemos azer isso.

? =or avor, Adam... ? ela suplicou num murmLrio. ? Amo voc4. =or avor...

#le escorregou para o lado e acariciou<lhe o rosto, aastando as mechas Lmidascoladas nas aces aogueadas.

? $oc4 me ama, anjoK ? perguntou com um sorriso indecir3vel.

? Amo.

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? em, ent1o teremos de nos casar, embora eu n1o imaginasse que isso osseacontecer t1o cedo.

#la encarou<o, atnita. Adam alara mesmo em casar<se com ela ou ora tudo umsonho r3pido e loucoK

? =eguei<a de surpresa, n1o oiK ? ele comentou, rindo bai"inho. ? #utencionava esperar até que osse um pouco mais velha. 9ma garota de dezoito anos é jovem demais para assumir tanta responsabilidade. )eu pai me amaldi0oaria, se eupedisse sua m1o agora.

? $oc4 pensava mesmo em casar<se comigoK )J estava esperando que euicasse mais velhaK

? 8aturalmente, meu bem ? ele garantiu, beijando<a na ponta do nariz. ? #ent1oK 2uer ou n1o ser minha esposaK

? 2uero, Adam! 8em imagina quanto!

#le tornou a beij3<la na boca, longamente. Olívia n1o lhe negaria nada, naqueleinstante. O corpo virgem tremia de desejo por ele e a mente recusava<se a pensar comsensatez. *as Adam estava no controle das prJprias emo0Nes. nterrompeu o beijo elevantou<se, ajudando<a a se erguer.

? $amos azer tudo direito, anjo. 81o quero aborrecer seu pai. #le perderia aconian0a em mim, se eu abusasse de sua ine"peri4ncia.

? Acha que papai ar3 alguma obje01o ao nosso casamentoK ? ela indagou,subitamente amedrontada.

? 8o momento, talvez, mas icar3 encantado com a ideia, dentro de um ano oudois.

? #spero que sim ? ela murmurou, bai"ando os olhos.

# se Adam mudasse de ideia, depois de iludi<la com tal vis1o de elicidadeK=arecendo compreender<lhe as dLvidas, ele abra0ou<a e enterrou o rosto na massa decabelo loiro.

? Hostaria de mie casar com voc4 hoje mesmo, Olívia, mas n1o seria sensato./enho de dar<lhe tempo, para que tenha certeza do que vai azer.

? 81o preciso de tempo ? ela declarou, inundada de alegria.

? =recisa, sim.

? 81o. Iaz muito tempo que sei que amo voc4, Adam. Acho que sempre estiveapai"onada pelo herJi da minha inQncia. -e" concordar3 com nosso casamento. /enhocerteza. # se ele se opuser, podemos... podemos ugir juntos.

#le riu, meneando a cabe0a.

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? 81o. 8Js o convenceremos, com paci4ncia e tato. )e conhe0o bem seu pai, eleacabar3 achando que a ideia de nos casarmos oi dele!

$oltou a beij3<la com ternura e pai"1o. Olívia retribuiu a carícia com ardor ecomprimiu<se contra ele. %om a malícia perversa de uma mulher que desabrochava para

o amor, movimentou o corpo languidamente ro0ando<se nele, testando sua capacidadede resistir à tenta01o.

Adam agarrou<a pelos pulsos e aastou<a com gentileza. ? P melhor ir embora,anjo ? determinou, itando<a com um olhar incendiado de desejo. ? )e icar,precisar3 desistir do vestido branco e da grinalda para o casamento religioso.

? *as...

#le pegou o suti1 do biquíni, que icara no ch1o, e ajudou<a a vesti<lo.

? 81o use mais essas coisas provocantes perto de mim. 81o sou de erro,sabiaK ? 7eu<lhe um tapinha no traseiro, empurrando<a na dire01o da alameda. ? $3para casa. #sconda<se do lobo.

? *as ainda é cedo! ? Olívia conseguiu protestar.

? 81o é, h1o. #st3 quase na hora do almo0o.

#la amuou, ultrajada com os modos dele. Adam ousava despach3<la, como se elaosse uma crian0a! =arou a alguns passos dele, hesitante, presa entre o desejo deicar e o medo natural da virgem diante de um homem e"citado. =or im, correu na

dire01o da casa, atravessando o e"tenso gramado.#ntrou pela cozinha, imaginando se sonhara com os acontecimentos de poucos

instantes atr3s. /udo ora r3pido e inesperado. #ra diícil acreditar que Adam aamava e que j3 pensara em casar<se com ela. #le era um homem de vinte e nove anos,amadurecido, e"periente, que tivera v3rias mulheres soisticadas e lindas em sua vida.%omo pudera interessar<se por uma garota que acabara de completar dezoito anos,ing4nua e romQnticaK

Olívia suspirou, pensando em como ora tola. )e osse mais esperta, n1o teria

nenhuma diiculdade em descobrir por que Adam se mostrara t1o ansioso em casar<secom ela, a Lnica herdeira de -e" -ambert. %om as a0Nes dela, seria o acionista maisorte da empresa. Adam n1o a amava. Amava o poder.

# ora astuto e perverso, envolvendo<a num jogo de emo0Nes, deliberadamentedespertando o desejo em seu corpo, quando ela era jovem demais para deender<se daprJpria pai"1o. 8aturalmente, o ato de ela ser virgem tomara a brincadeira maise"citante para ele. #la ouvira dizer que havia homens que adoravam ser os primeirosna vida de uma mulher.

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9m arrepio a percorreu. 7epois dc seis anos, Adam prosseguia com o jogo. # ela,embora tentasse negar, sabia que continuava r3gil como sempre ora, enredada emseu encanto.

CA./+2 333

=arada diante da janela de seu escritJrio, Olívia olhava para os prédios quecompunham o império da -/). As salas dos e"ecutivos icavam no Lltimo andar doediício principal, atr3s do qual estendiam<se os galpNes. -e" acreditara que conservartodas as instala0Nes num mesmo lugar acilitava o trabalho e as rela0Nes entrepatrNes e empregados. )empre orgulhara<se de conhecer todos os uncion3riospessoalmente e de chamar cada um deles, desde o mais importante até o mais humilde,pelo nome de batismo.

? #st3 p3lida, Olívia.

#la olhou para a porta que ligava seu escritJrio ao de Richard. O noivo itava<a,preocupado, enquanto se apro"imava.

? #stouK 81o notei, quando me olhei no espelho,

? )ente<se bemK ? ele quis saber, solícito, beijando<a no rosto. ? 81oprecisava vir trabalhar, hoje. #u poderia cuidar de tudo, se voc4 quisesse descansarpor alguns dias.

? 81o. #stou bem. O dia oi muito estressante, ontem. Iiquei chocada em verAdam aparecer descaradamente em nossa casa, depois do enterro.

Reletiu, conusa com o prJprio comportamento, que n1o mencionara ,> encontrocom Adam quando saíra para cavalgar, de manh1. 8unca escondia coisa alguma deRichard.

O noivo sorriu<lhe, sem desconiar de nada.

? 81o dei"e que Adam a preocupe.

? Acha mesmo que ele vai tentar causar problemasK

? 81o sei, mas pode ser que sim. 8o entanto, penso que Adam n1o seria

estLpido a ponto de querer prejudicar a galinha que bota os ovos de ouro que v1o parao bolso dele.

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Olívia arrancou algumas olhas secas da planta que eneitava o parapeito da janela.

? 81o lhe ocorreu que ele possa estar querendo contribuir para o progresso daempresaK

? 7urante seis anos n1o demonstrou o mínimo interesse ? o noivo observou. ?81o sei por que se interessaria agora.

? As coisas mudaram, com a morte de -e". Apesar de n1o decidir mais nada nosLltimos tempos, meu pai continuava sendo a pessoa mais importante da empresa. *asagora...

Richard riu.

? )ei que Adam julga<se melhor do que eu e que adoraria assumir o controle da

companhia. Acha que ele se sujeitaria a trabalhar aqui, comigo na presid4nciaKOlívia sorriu, meneando a cabe0a numa negativa. 8em podia imaginar a situa01o.

? /alvez ele esteja entediado. %ansou da vida ociosa na Austr3lia. Richard riu.

? A vida ; injusta. #nquanto Adam ia à praia todos os dias, nJs nosesal3vamos de trabalhar. 2uanto tempo az que n1o temos um im de semana inteiropara descansarK )J tivemos alguns dias de olga no 8atal!

Olívia sorriu<lhe, carinhosa.

? #u n1o venho ao escritJrio aos s3bados ? lembrou<o. ? $oc4, sim, corre orisco de tornar<se um maníaco por trabalho.

Richard abra0ou<a pela cintura, pu"ando de encontro ao corpo.

? #stive pensando... O que acha de passarmos alguns dias longe do trabalhoK=oderíamos ir a =aris.

#la encarou<o, surpresa.

? =arisK *as voc4 est3 t1o ocupado...

? 7arei um jeito dc conseguir uns dias de érias. Ambos merecemos uma lua<de<mel, n1o achaK

? -ua<de<melK! #st3 sugerindo que nos casemosK

? 81o entendo seu espanto, querida. Ainal, estamos noivos h3 tr4s anos!

? *a... *as... Acha que seria apropriado nos casarmos logo depois da morte demeu paiK /alvez osse melhor esperarmos mais um pouco.

? 9m pouquinho sJ ? ele concedeu. ? /odos compreender1o que n1o se tratade alta de respeito, Olívia. X3 é tempo de construirmos nossa vida. Além disso, gosta

da ideia de continuar morando com -eonora, agora que -e" se oiK

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81o, ela n1o gostava daquela ideia, absolutamente. A casa seria dela, um dia,mas de acordo com o testamento, -eonora viveria l3 até a morte. 8a verdade, amadrasta j3 tecera planos para redecorar todos os ambientes, apagando a lembran0ade -e" da suntuosa mans1o.

? 81o, eu n1o quero morar com -eonora ? admitiu inalmente.? #nt1o, a melhor solu01o é o casamento. 81o vai poder ser t1o depressa

quanto eu desejaria, porque teremos de distribuir os convites e esperar que osproclamas sejam editados. $oc4 ter3 de mandar azer o vestido e escolher as damasde honra. Acha que estar3 tudo pronto em meados dc setembroK

? 9m m4s e meioK

? sso. P tempo suiciente, n1o éK

? 81... 81o sei.magens vividas turbilhonavam em sua mente e ela viu Adam sorrindo com

sarcasmo, sugerindo que izessem amor nas colinas, a céu aberto.

? OlíviaK ? o noivo chamou, observando<a com um olhar ansioso. ? 81o mudoude ideia, mudouK

/omou<lhe a m1o esquerda, onde ulgurava o anel de brilhantes, símbolo de seucompromisso. Olívia olhou<o, pensativa. Richard era e"celente pessoa. 81o merecia queela icasse em dLvida, depois dc um noivado longo c sereno. Adam n1o podia

intrometer<se entre eles. 81o era justo!? P claro que n1o mudei de ideia ? assegurou, sorrindo. ? *as iquei surpresa

e um pouco preocupada com sua decis1o de marcar o casamento para t1o breve.%onhe0o voc4 muito bem, Richard, e sei que n1o é impulsivo.

#le suspirou com alívio e beijou<a na testa.

? /alvez devesse ceder mais vezes aos meus impulsos. O que me responde,queridaK *arcamos o casamento para setembroK

? #st3 bem, Richard. O m4s de setembro é lindo. 8aturalmente haver3 algumatropelo, mas podemos pedir ajuda a -eonora. #la icar3 contente em encarregar<seda lista de convidados.

? %erto. Aceita uma sugest1oK

? %laro.

? $3 para casa e comece a azer planos, anotando tudo o que ser3 necess3riopara que a cerimnia e a esta sejam pereitas.

? /eleonarei a -eonora e a convidarei para almo0ar na cidade ? Olívia decidiu.

? 2uanto a voc4, ligue para o reverendo =eter, marcando hora para uma reuni1o entrenJs tr4s.

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Richard oi até a escrivaninha e consultou o calend3rio.

? #starei livre, na tarde de quinta<eira. # voc4K

? 2uinta est3 Jtimo ? ela concordou. Olívia sorriu para a governanta.

? =ode ir para casa, 7ee.? /em certeza de que n1o precisa mais de mim, senhoritaK

? /enho. )e quiser caé, eu mesma prepararei.

? #st3, sim, senhorita. oa noite.

? oa noite, 7ee.

A mulher retirou<se e Olívia reclinou<se na poltrona, echando os olhos. A casaestava vazia e silenciosa. #ra a noite da semana em que -eonora ia jogar bridge e a

madrasta jamais permitiria que um ato de menor importQncia, como a morte de ummarido, intererisse em sua vida social.

Iazia sete dias que -e" ora sepultado. )eis que ela e Richard haviam marcadoa data do casamento. 7ias movimentados, em que n1o tivera tempo para reletir.7epois que comunicara a -eonora que se casaria em setembro, perdera o controle detudo, como se girasse num carrossel.

A madrasta icara eliz demais com a notícia do casamento, levando Olívia adesconiar que sua presen0a se tornara um estorvo. -eonora lan0ara<se numa

atividade renética, planejando tudo, arrastando Olívia da costureira para a lorista,da gr3ica encarregada de imprimir os convites às lojas de presentes, onde dei"avamlistas de sugestNes.

8inguém negaria que -eonora possuía um talento muito especial para organizarestas, mas Olívia jamais esperara que ela izesse quest1o de encarregar<se de todosos detalhes, dei"ando<a despreocupada. 8uma atitude passiva, aceitara a ideia deentrar na igreja acompanhada por cinco damas de honra e um pajem. 81o protestara,quando a recep01o íntima, inicialmente planejada, transormara<se numa esta para milpessoas. 7ei"ara -eonora à vontade.

%om um sorriso triste, Olívia reletiu em como tudo ora dierente, da outravez em que pensara em casamento. A madrasta nem se esor0ara para esconder quedesaprovava sua uni1o com Adam, alegando que Olívia era jovem demais. A verdade,porém, era que nunca tolerara Adam e ele n1o perdia oportunidade de zombar dela porseu esnobismo.

Olívia suspirou e com um movimento impaciente, girou a poltrona c pegou ospapéis que pretendia e"aminar. Richard estudava a possibilidade de comprar umairma local com diiculdades inanceiras e incorpor3<la à empresa. /ratava<se, porém,

de um passo arriscado e ela queria conhecer a undo a an3lise eita pelos técnicosavaliadores.

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%ontudo, o relJgio antigo, no aparador da lareira, batia as horasine"oravelmente, sem que ela conseguisse concentrar<se o bastante para acabar deler o relatJrio.

-eonora chegou às onze e meia e entreabriu a porta do escritJrio para

cumpriment3<la.? =retende icar acordada até tarde, OlíviaK

? 81o. $ou subir daqui a pouco.

? =or avor, queridinha, n1o a0a barulho. #stou com uma dor de cabe0a derachar. magine que ui obrigada a jogar de parceria com a louca da =olly Yyngale! Pclaro que sJ perdemos.

? =or que n1o toma um comprimidoK

? Acho que vou ter dc tomar. em, querida, boa noite. 81o trabalhe muito.? #st3 bem, -eonora. oa noite.

=assava de uma hora, quando Olívia inalmente echou a pasta de documentos.%om um bocejo, jogou algumas olhas dc rascunho no cesto de papéis e levantou<se.-evou a pasta até o core de parede e tornou a pu"ar a estante que o escondia deolhares curiosos.

#stava cansada. /rabalhara mais do que o necess3rio no e"ame dos balan0osapresentados pelos técnicos. *as sabia que n1o adiantava ir para a cama cedo, porquenos Lltimos dias demorava a dormir, rolando de um lado para outro. #nt1o, quandoadormecia, quase sempre de madrugada, seu sono era povoado de sonhos inquietantes.

#ntrando na suíte que ocupava no primeiro andar da mans1o, decidiu que umbanho morno a ajudaria a rela"ar. Ioi ao banheiro, tirou a roupa c envolveu<se numroup1o elpudo. #ncheu a banheira e perumou a 3gua generosamente com sais. =orim, tirou o roup1o e aundou na 3gua tépida. Iechou os olhos, tentando pensar apenasem coisas boas. *as os nervos estavam tensos demais e a mente repetia as mesmasperguntas que a vinham perseguindo, e para as quais parecia n1o haver respostas.

2ueria realmente casar<se com RichardK %laro que queria. #la o amava. 81o,talvez, da mesma orma intensa com que amara Adam, mas aquilo ora uma ilus1o daadolesc4ncia. 9ma pai"1o ísica t1o desenreada seria base desastrosa para umcasamento. O que ela sentia por Richard era algo muito mais tranqMilo e duradouro.Aprendera a coniar nele e a admir3<lo. Iora Richard quem icara a seu lado nos diasde desespero, quando Adam ora preso e -e" icara t1o doente. #le sempre a trataracom delicadeza e era incapaz de pression3<la. 8ada mais natural que icassem noivos.

Richard nunca passara dos limites, querendo que se tornassem amantes. )em

realmente discutir os assunto, os dois haviam dei"ado implícito que preeriam esperarpelo casamento para iniciar o relacionamento ísico. /odavia, muitas vezes Olívia

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imaginava por que o noivo n1o demonstrava desej3<la. #ra um pensamento estLpido,mas os homens tornavam<se audaciosos quando achavam uma mulher atraente. #lagostaria que Richard n1o a tratasse sempre como se ela osse intoc3vel.

rritada com o rumo das rele"Nes, saiu da banheira e enrolou<se numa toalha

grande e oa. F/udo tem seu tempo certoF, pensou, en"ugando<se vigorosamente.F2uando nos casarmos, Richard ser3 uma marido apai"onadoF.

7e repente, um ruído a ez esquecer o devaneio. Amedrontada, olhou para aporta do banheiro. =arecia que havia alguém andando em alguma parte da casa. #, sehouvesse, sJ poderia ser um ladr1o. *as comoK #la mesma ligara o sistema de alarme,antes de subir.

81o era nada. #stava nervosa, sJ isso. =rovavelmente ora um galho de 3rvoreque batera na parede, movido pelo vento. *as, por via das dLvidas, precisava

certiicar<se de que tudo eslava em ordem. $estiu o roup1o, amarrou<a na cintura e oipara o quarto. Ali n1o havia ninguém. 8um impulso, abriu o arm3rio e pegou umaraquete de t4nis antes de sair para o corredor. 8a ponta dos pés, desceu a escadariaaté o andar térreo.

$iu, horrorizada, luz por debai"o da porta do escritJrio. /inha certeza de queapagara todas as lQmpadas. =recisava chamar a polícia. Antes, porém, era necess3rioter certeza de que n1o era -eonora. Ainal, o ladr1o teria de ser um antasma paraentrar sem disparar o alarme.

)egurou o cabo da raquete com um das m1os e usou a outra para torcer ama0aneta da porta, que empurrou silenciosamente. Olhou para o interior da sala egelou, estarrecida. A estante que escondia o core, e que uncionava como uma porta,girando em dobradi0as, estava entreaberta. A porta de a0o do core achava<seescancarada.

*al podendo respirar, de t1o abalada, Olívia olhou para o outro lado. )entadonuma poltrona e com os pés apoiados numa mesinha bai"a, Adam lia documentosconidenciais!

$estia<se como um assaltante, todo de preto, e usava sapatos com solas deborracha, que abaavam o som dos passos. Olívia itava<o, petriicada, quando eleergueu os olhos do papel que estava lendo e sorriu<lhe, com ar de deboche.

? Oi, anjo. $ai jogar t4nisK

? O qu4... %omo... %omo entrou aquiK

Os olhos escuros reluziram, quando ele tomou a sorrir.

? 9m pequeno truque que aprendi na cadeia. As prisNes s1o verdadeirasacademias do crime. 8ada para azer, a n1o ser ouvir os melhores proessores de

malandragem.

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? *as... O que veio azerK

? 9m pequeno trabalho de investiga01o ? ele e"plicou, sacudindo os relatJriosque ela lera naquela noite. ? -eitura muito interessante e elucidativa. RelatJrios muitomelhores do que aqueles que a empresa me manda, j3 censurados.

? %omo ousaK ? ela quase gritou, come0ando a atravessar a sala na dire01odele. ? )1o documentos conidenciais e voc4 arrombou o core para peg3<los!

? 81o arrombei coisa alguma ? ele protestou. ? Ioi um servicinho limpo. Achoque precisa mandar instalar um sistema de alarme mais moderno, anjo.

? #sse é o melhor que e"iste no mercado.

? #ra ? ele corrigiu. ? #st3 ultrapassado. 2ualquer crian0a, com uma chave deenda e um peda0o de arame de usível, o dei"aria inutilizado em menos de trinta

segundos.Olívia encarou<o, uriosa.

? 81o vou icar discutindo sistemas de alarme com voc4! )aia imediatamente,ou chamarei a polícia!

Adam ergueu as sobrancelhas, ingindo espanto.

? /em coragem de me mandar prender por arrombamento e invas1o dedomicílioK %om minha icha, pegarei no mínimo seis meses.

? 7evia ter pensado nisso antes ? ela comentou com rieza, caminhando para aescrivaninha, onde pousou a raquete.

#ntretanto, n1o pegou o teleone, como ora sua inten01o. %om um suspiro dedesQnimo, voltou<se para Adam, que endere0ou<lhe um sorriso vitorioso.

? #nt1o, Richard est3 planejando pegar a irma de *iVe )auterK

? #st3. Alguma obje01oK

? 8ossa empresa eliminar3 um pequeno competidor e ter3 algum lucro com a)auterTs, uturamente. *as alguém pensou nos trabalhadores que icar1o sem

empregoK -e" sabia o que voc4s tinham em menteK#la hesitou por uma ra01o de segundo, lembrando<se dos coment3rios

contundentes do pai a respeito daquele negJcio.

? )abia, claro.

? *as n1o gostou nem um pouco da ideia, n1o oiK ? Adam desaiou. ? # voc4,OlíviaK P dessa maneira que trabalha, agoraK Ou simplesmente segue os passos de seunoivo, o gentil e dedicado Richard )impsonK

#la itou<o com raiva, recusando<se a e"plicar que discordara de Richard noassunto da )auterTs. )abia pereitamente o que Adam pretendia5 indisp<la com

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Richard, abordando um dos poucos pontos em que os dois pensavam de modo dierente./rabalho perdido. #la apoiaria o noivo, sempre.

? )e j3 disse tudo o que queria, saia daqui ? ordenou em tom glacial. ? )e n1osair, serei obrigada a chamar a polícia.

%om um gesto decidido, estendeu a m1o para o teleone. Adam, com agilidadeespantosa, levantou<se e correu para ela, segurando<a pelo pulso antes que ela pegasseo aparelho.

? 7esculpe, mas n1o posso permitir que a0a uma coisa dessa comigo ?declarou em tom de amea0a. ? 81o tenho a mínima inten01o dc voltar para tr3s dasgrades.

#la ergueu os olhos para ele, alarmada. Os dedos ortes apertavam<lhe o pulso,erindo a pele delicada, mas n1o era sJ a amea0a ísica que a assustava. A pro"imidadeobrigava<a a aspirar o perume de almíscar da pele morena, trazendo lembran0as dctempos elizes. # por um instinto poderoso seu corpo reagira, invadido pelo calorinconundível do desejo.

Adam obviamente percebeu, porque sorriu, analisando<a com insol4ncia. Olíviaolhou para o decote do roup1o, onde ele i"ara o olhar c viu, horrorizada, que o cintoarou"ara. Os seios apareciam, redondos, irmes e arantes.

/entou recuar, mas Adam prendeu<a contra a escrivaninha, continuando asegur3<la pelo bra0o.

? 81o oi prudente descer quase nua, meu anjo. 9ma vez lhe disse que n1o soude erro, lembra<seK

#la olhava para ele, hipnotizada pela luz apai"onada dos olhos castanhos. # omodo como ele a chamava de Fmeu anjoF despertava recorda0Nes doces e ternas...

? # voc4 icou mais linda ? Adam prosseguiu. ? *ais tentadora. 8aqueletempo, era quase uma crian0a, sedutora em sua inoc4ncia. *as agora é toda mulher eininitamente desej3vel.

%om a m1o livre, acariciou os seios mal encobertos pelo tecido atoalhado. Olíviasabia que ele a desaiava a protestar, mas n1o emitia ura som.

%om um gemido suocado, Adam abra0ou<a e enterrou os dedos no longo cabelosolto, or0ando<a a inclinar a cabe0a para tr3s. #nt1o, quase rudemente, esmagou<lhe aboca com um beijo selvagem e e"igente. O roup1o escorregou de um ombro, e"pondoum seio de mamilo rosado e ereto. Adam acariciou<o, possessivo e ousado. =ara seuhorror, Olívia descobriu que o desejo a inundava. nterrompendo o beijo, ele riu comar de triuno.

? 2uero voc4, anjo, e voc4 me quer. 81o dei"arei que se case com Richard.#u vou me casar com ele! ? ela reagiu, meio suocada. ? X3 est3 tudo acertado.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? 81o. $oc4 é minha. )empre oi. 81o vou permitir que a roubem de mim. Iujacomigo, querida, para bem longe daqui. $iveremos em pecado glorioso!

#la sacudia a cabe0a reneticamente, tentando n1o ouvir o que ele dizia, aomesmo tempo em que o empurrava. Adam dominou<a com acilidade, comprimindo<a

contra o peito musculoso.? )abe, meu anjo, quando eu estava preso, costumava deitar no meu catre e

imaginar que voc4 estava l3 comigo. # era t1o real que chegava a sentir seu corpo nuembai"o do meu, os seios mornos palpitando em minhas m1os, nossas co"as coladas.

medida que alava, ele a obrigava a inclinar<se de costas sobre a escrivaninha,or0ando<a a abrir as co"as para que as suas se aninhassem entre elas.

? Odiei voc4 por n1o coniar em mim. *as continuava a desej3<la,arrependendo<me de n1o t4<la possuído. *as voc4 era t1o jovem e inocente que eu n1oqueria assust3<la. # agora, vai casar<se com Richard. -ogo com quem! Richard )impson!

? )olte<me! ? Olívia e"igiu, amedrontada com a e"press1o eroz dos olhoscastanhos, cheios de m3goa, raiva e desejo.

? =resumi que ele estivesse saboreando os rutos que me neguei ae"perimentar. *as vejo que me enganei. =ode imaginar como me sinto ao descobrir quevoc4 n1o pertenceu a RichardK #sperei tanto tempo, anjo!

Olívia n1o podia acreditar no que estava acontecendo. Adam ia tom3<la ali

mesmo e nem seria uma viol4ncia, porque ela n1o queria impedi<lo! 7ei"ou a cabe0apender para tr3s, todo o corpo latejando no desejo de render<se.

Ioi nesse momento que um estrondo no vestíbulo os ez separar<seabruptamente. Ouviram -eonora resmungar, com a voz pastosa de sono5

? =orcaria de vaso! 2uem o colocou aquiK

#nrolando<se no roup1o, Olívia correu para a porta. A madrasta, de joelhos, juntava os cacos de um vaso chin4s que sempre estivera na mesinha do vestíbulo.

? O que aconteceuK ? Olívia perguntou. ? =or que desceu, -eonoraK

? Achei que tinha ouvido um barulho. X3 estava quase dormindo. # voc4K 81ome diga que ainda est3 trabalhando!

? 81o. =ensei que n1o tivesse echado o core e desci para me certiicar. 7evoter eito barulho e acordado voc4. 7esculpe. #u recolherei os cacos. $3 dormir.

? #st3 bem. )e conseguir dormir, depois disto, me darei por eliz. oa noite,querida. 81o se esque0a de apagar as luzes.

? oa noite, -eonora.

Olívia observou a madrasta subir a escada, meio cambaleante, antes deajoelhar<se para recolher os peda0os de porcelana.

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? #squeceu de echar o coreK ? Adam zombou da porta do escritJrio. ? =orque n1o contou que eu estava tentando seduzi<laK =ercebeu que se tomou minhacLmpliceK

Olívia olhou<o com raiva.

? $3 embora ? ordenou. ? # n1o tome a azer o que ez hoje, porque n1ohesitarei em entreg3<lo à polícia.

#le sorriu com arrogQncia.

? 81o minta a si mesma, meu anjo. *as ique calma. $ou embora, sim. 7escobrio que desejava e agora estou mais certo do que nunca de que n1o se casar3 comRichard.

? #u me casarei com ele no dia dezenove de setembro ? ela inormou. ? Os

convites est1o prontos e...? sso n1o signiica nada. ? )orrindo, ele passou por ela sem toc3<la. 7irigiu<se

à arca no vestíbulo que escondia a cai"a do alarme e habilmente retirou o que usarapara bloquear o sistema.

=iscou sugestivamente para Olívia e saiu pela porta principal.

CA./+2 3:

#ram quase dez horas da manh1 e o trQnsito na estrada para 7erby estavacalmo. #nquanto dirigia o carro possante, azul<escuro, Olívia pensava em toda angLstiaque vinha e"perimentando, no sentimento de culpa, nas dLvidas e incertezas.

Iazia tr4s dias que Adam estivera em ecVside, entrando na casa como umladr1o. # ela ainda n1o encontrara coragem para contar a Richard. /eria de encontraruma boa raz1o para e"plicar por que n1o chamara a polícia e, pior ainda, por quementira a -eonora. O uturo marido jamais coniaria nela depois daquilo.

*as seria obrigada a contar que Adam lera os documentos reerentes à comprada )auterTs e que tomara conhecimento de todos os detalhes da transa01o. # se oprJprio Adam decidisse contar tudo a RichardK A situa01o icaria ininitamente maiscomplicada.

81o, ela n1o daria chance ao azar. Ialaria com o noivo naquela manh1. #leentenderia, com toda certeza.

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2uando chegou à empresa, estacionou o carro na vaga reservada, junto do deRichard. A secret3ria sorriu ao v4<la entrar.

? Oi, Olívia! =ensei que n1o viesse trabalhar, hoje. 2uer que eu lhe traga umcaéK

? 2uero, sim, #laine, por avor. )abe se o )r. )impson est3 desocupadoK

? Acho que est3 em reuni1o, mas posso perguntar à secret3ria dele.

? 81o, #laine, obrigada. Apenas pe0a a ela para dizer ao )r. )impson que eugostaria de alar com ele, assim que or possível.

#ntrou no escritJrio e echou a porta. Uavia uma pilha de cartas a sua espera ede acordo com a agenda, teria uma reuni1o com os publicit3rios da empresa depois doalmo0o.

#laine levou<lhe o caé e tomou a sair. )J ent1o Olívia sentou<se, or0ando<se acome0ar a trabalhar. Hostava do que azia e era com satisa01o que percebia que j3vencera a relutQncia dos homens em consider3<la uma igual. /erminara o curso deadministra01o de empresas dois anos antes e passara a representar o pai, na irma.

8o entanto, naquele dia a rotina de trabalho a estava aborrecendo. =ousando orelatJrio que come0ara a ler, pensou de novo em Adam.

Richard entrou pela porta de liga01o, sobressaltando<a. )ua e"press1o sombriaa ez e"perimentar uma sensa01o de pQnico.

? #le j3 come0ou a se intrometer, Olívia.#la sabia pereitamente a quem o noivo se reeria, mas ingiu n1o entender.

? 2uemK

? Adam. $eja isto.

? O que éK ? Olívia perguntou, pegando o papei que ele lhe estendia.

? Adam est3 e"igindo uma reuni1o e"traordin3ria. 2uem pode dizer quais s1oseus motivosK

? $amos concordarK

? 81o temos escolha. Ialei com Herald e ele disse que, de acordo com osestatutos da empresa, somos obrigados a marcar uma reuni1o.

Olívia reletiu que aquele era o momento certo de contar que Adam invadira oescritJrio de -e", abrira o core e lera todos os documentos conidenciais. *as n1oencontrou coragem. Olhou o papel onde Adam escrevera o requerimento e viu o timbredo hotel mais e"clusivo da cidade.

? #le est3 hospedado no =ennineK ? #st3. =or qu4K? =ensei que osse icar na casa de Heorgina.

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? =or que icariaK /em bastante dinheiro, que ganhamos para ele, parahospedar<se num hotel lu"uoso. Ouvi dizer que comprou um carro também, de Lltimotipo.

? P mesmoK ? 81o oi 3cil para Olívia manter a e"press1o de indieren0a. ?

Acha que ele pretende icar muito tempo por aquiKRichard deu de ombros.

? )ei l3. 81o me surpreenderia se ele tivesse vindo para a nglaterra or0adopor alguma circunstQncia obscura.

? O que quer dizer, RichardK

? 8ada concreto, mas suspeito que aprontou alguma na Austr3lia.

? =or que pensa assimK

? #le est3 esbanjando dinheiro demais. 8Js dois sabemos qual a renda querecebe da empresa. 81o seria suiciente para mant4<lo no estilo de vida a que pareceestar acostumado. 2uem garante que ele n1o usou seus Ftalentos especiaisF em)ydneyK

Olívia sentiu<se gelar. O que Richard dizia, apesar de repugn3<la, azia sentido.Adam ora condenado por roubar obras dc arte. #ntrara cm sua casa como um ladr1o,dias atr3s. )eria com o produto de roubo que ele mantinha o alto padr1o de vidaK A-/) ia bem, mas os dividendos n1o tornavam os sJcios propriamente milion3rios. #

Adam n1o recebia um sal3rio complementar, como Richard e ela.%om seu charme ineg3vel e sua posi01o social, Adam devia reqMentar as casas

mais ricas de )ydney e de outros lugares da Austr3lia. 9ma oportunidade pereitapara descobrir objetos valiosos e encontrar alhas nos sistemas dc seguran0a.

? 2ueria alar comigo, OlíviaK Recebi seu recado.

? O qu4K

? *inha secret3ria disse que voc4 desejava alar comigo ? ele repetiu com umponta dc impaci4ncia.

? Oh... 81... 81o é nada importante. #u sJ queria saber se voc4 almo0ariacomigo ? ela improvisou, achando que ainda precisava de tempo para alar com o noivoa respeito da FvisitaF de Adam.

? )into muito, querida, mas vou almo0ar com *iVe )auter.

? Acha que desta vez *iVe vai concordar com nossa propostaK Richard deu umarisadinha de satisa01o.

? #le n1o tem saída, Olívia. Ou nos vende a irma, aceitando nossas condi0Nes,

ou vai à al4ncia.

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Olívia assentiu. A )auter j3 ora prJspera, mas o pai de *iVe entendia mais deengenharia do que de inan0as e cometera erros graves. Ao assumir a dire01o, *iVelutara para salvar a empresa, mas ora inLtil. =ara isso precisaria dc um investimentosubstancial, algo impossível diante da diícil situa01o econmica que o país

atravessava. X3 rejeitara a oerta de Richard por duas vezes, mas inalmente pareciaque chegara ao im da linha. #ra vender ou alir.

? Richard... em... #stive analisando os documentos dessa transa01o, outranoite e... iquei preocupada com as medidas que leremos dc tomar, quando assumirmosa dire01o da )auterTE. )eremos obrigados a despedir empregados...

? X3 analisei essa quest1o, Olívia. )e vamos e"pandir nossos negJcios,poderemos oerecer trabalho à maioria dos empregados de *iVe.

? sso é Jtimo! ? ela e"clamou com um sorriso de alívio. ? *as iquei

preocupada, porque quando discutimos o assunto pela Lltima vez, voc4 pensava emazer cortes dr3sticos no quadro de uncion3rios.

#la repreendeu<se por n1o ter coniado mais em Richard. 7evia saber que eleencontraria um modo de n1o prejudicar os trabalhadores.

? Iinalmente um sorriso! O que acha de comemorarmos a e"pans1o da -/) comum jantar a doisK

? )eria muito bom ? ela concordou.

? #nt1o passarei para peg3<la às oito.? %erto.

Richard saiu e ela levantou<se, indo até a janela. Iicou olhando para o p3tio deestacionamento, l3 embai"o e alguns minutos depois viu o noivo entrar no carro cpartir. Retornou 1 escrivaninha e tentou continuar a leitura do relatJrio, mas a menteteimava em divagar.

Olívia n1o podia negar que se ressentia da pouca aten01o que Richard lhe dava,mas sabia que estava sendo egoísta. #le vivia ocupado, trabalhando longas horas todos

os dias, inclusive aos s3bados, pelo bem da empresa. /alvez, se estivessem agindocomo um verdadeiro casal de noivos, ela n1o seria presa t1o 3cil do charme de Adam.

%om um gemido, enterrou o rosto nas m1os. Ainda sentia<se humilhada aorecordar o que acontecera na noite em que surpreendera Adam no escritJrio damans1o. #la correspondera aos seus beijos violentos, estremecera de prazer com suascarícias. 2uase o dei"ara...

O toque insistente do teleone arrancou<a das recorda0Nes e ela atendeu,automaticamente.

? 9m homem deseja alar<lhe, Olívia ? a secret3ria inormou. ? 81o sei sedevo completar a liga01o, porque ele n1o quis se identiicar.

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9m arrepio a percorreu. )abia de quem se tratava.

? %omplete, #laine.

Uouve um estalido e ent1o a voz a voz que ela esperava ouvir, prounda ezombeteira, soou<lhe ao ouvido.

? om dia, anjo. %omo est3 passandoK

? *uito bem, Adam, obrigada ? ela respondeu secamente. #le riu suavemente.

? %ontou a Richard que estive em ecVsideK

? Ainda n1o.

? *enina travessa! #sconde coisas de seu querido noivoK 81o sabe que isso éalta de conian0aK 2ue base irme para um casamento!

? 81o estou escondendo coisa alguma! Acontece que Richard trabalha demais en1o tivemos tempo para conversar.

? #ntendo. # o que dir3, quando inalmente conseguir alar com eleK

? /udo.

? /udoK! Até que esteve em meus bra0os, seminua, e que quase dei"ou que eu apossuísseK

? %ontarei o que or importante ? ela declarou com rieza.

? 81o acha importante o ato de que esteve a ponto de trair seu noivoK Opobre homem nem imagina que sua prometida arde de desejo por mim.

? sso é mentira! ? ela protestou. ? O que houve entre nJs n1o tornar3 aacontecer.

? 81o mesmoK

? 81o, porque amo Richard.

? Richard é um idiota ? Adam censurou, sem perder a suavidade. ? Acha quevoc4 j3 lhe pertence. *as voltei, Olívia, e pretendo tomar tudo o que é meu.

? 81o sou sua. $ou me casar com Richard no m4s que vem.

? $oc4 j3 me disse. *as n1o se esque0a de que muita coisa pode acontecer emum m4s, meu anjo.

#la echou os olhos, perturbada. Adam deu uma risadinha de esc3rnio, como seadivinhasse seu sorimento.

? #u a verei na reuni1o e"traordin3ria que convoquei, anjo. /alvez antes, se meder vontade.

Olívia n1o podia dei"ar de perceber a amea0a velada. )entiu<se acuada, sabendoque n1o estaria segura nem em sua prJpria casa, se Adam decidisse ir v4<la. )eria

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obrigada a sugerir a -eonora que trocassem o sistema de alarme por outro, maismoderno e eiciente.

? Ah, antes que me esque0a, Olívia ? ele continuou, apJs alguns segundos desil4ncio ? certiique<se de que tem remédio para indigest1o, no escritJrio.

? Remédio para indigest1oK! =or qu4K

? /alvez a comida do almo0o n1o a0a bem a Richard ? ele respondeu,enigm3tico. ? /chau, meu bem.

7esligou sem que Olívia pudesse dizer uma Lnica palavra. #la icou olhando parao aparelho por longos instantes, antes de pous3<lo no gancho. A comida do almo0o...Richard ia almo0ar com *iVe )auter! /eria Adam encontrado um meio de sabotar onegJcioK 81o era possível! #ra sim, pois ele lera a documenta01o.

8ervosa demais para sequer pensar em trabalhar, levantou<se e come0ou aandar pela sala, pensando se deveria ir ao encontro de Richard no restaurante ondeele almo0aria com *iVe )auter. *as de que adiantariaK #la n1o azia a mínima ideia decomo Adam planejava agir.

nquieta, dirigiu<se à porta de liga01o e entrou no escritJrio de Richard, #rabem maior que o seu e mais lu"uoso. Iora a sala de -e", naturalmente, e sua presen0aainda parecia dominar o ambiente.

%om um suspiro, ela sentou<se na larga poltrona de couro atr3s da escrivaninha

e olhou para o grande retrato do pai, na parede oposta.#ra daquela maneira que Olívia lembrava<se do pai5 uma igura imponente queimpunha respeito e às vezes causava medo. #la aprendera muito cedo a trat3<lo comcautela.

Adam ora o Lnico que realmente conseguira sentir<se à vontade com oautorit3rio presidente da -/) e lev3<lo a concordar com suas ideias. -e" -ambert n1ovia deeito no jovem que educara para ocupar seu lugar na empresa.

Olívia lembrava<se com total clareza do dia em que ela e Adam quase haviam

eito amor na beira do riacho. #la entrara pela cozinha e correra escadas acima,receando que alguém a visse. #slava certa de que adivinhariam o que se passara, se lheobservassem o rosto aogueado. 8o hall de distribui01o do primeiro andar, pararapara olhar pela janela e vira Adam atravessar o gramado. #nt1o, voltara para aescadaria e sentara<se num degrau, escondendo<se atr3s do balaLstre de colunas tor<neadas. Adam entrara, indo bater na porta do escritJrio.

7urante muito tempo ela icou sentada no degrau, ouvindo o murmLrio dc vozes.7e vez em quando o pai alava mais alto, como se osse come0ar a gritar, mas voltavalogo ao tora moderado. #ra Jbvio que Adam dominava a conversa e Olívia sorriu,

tranqMilizada. )J ent1o decidiu ir para o quarto, tirar o biquíni e vestir o vestido novo,azul c branco.

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7epois de arrumada, tornou a descer. %hegara ao meio da escada quando aporta do escritJrio abriu<se e Adam saiu. 2uando a viu, sorriu daquele modoencantador. #sperou<a no pé da escadaria e tomou<a pela m1o.

? #st3 tudo bem, anjo. )eu pai concordou. $enha alar com ele. -e" estava

sentado na enorme poltrona diante da lareira apagada. Orosto de ei0Nes duras suavizou<se num sorriso, quando o olhos cinzentos

pousaram em Olívia.

? *uito bem, mocinha. #nt1o est3 pensando em casar<seK /em certeza de queé isso que desejaK

? Oh, sim papai ? ela murmurou, olhando para Adam com adora01o.

? 81o é m3 ideia, ainal ? o pai concedeu, passando os dedos pelo ainda arto

cabelo branco. ? *orrerei sem preocupa0Nes, dei"ando Adam no controle de doister0os das a0Nes.

? 81o ale em morrer, papai.

? /odos morremos, um dia ? o velho observou. ? # é melhor que se case agora,com Adam, do que tornar<se alvo da cobi0a dc algum aventureiro. #stou contente comsua escolha, Olívia.

#la riu, euJrica. #ra maravilhoso ouvir -e" dizer que estava satiseito com ela,pelo menos uma vez.

? *as n1o se esque0a, garota ? o pai continuou ? que ter3 de acabar seusestudos antes de casar<se.

? Ah, n1o, papai! ? ela protestou. ? 81o voltarei à escola!

? #la pode azer o curso de administra01o de empresas na politécnica local ?Adam interveio calmamente. ? Hostaríamos de nos casar o mais depressa possível,-e".

? #la acabou dc completar dezoito anos! ? o velho replicou, carrancudo. ? Pquase uma crian0a!

? 81o, papai. )ou uma mulher.

? #stava pensando que poderíamos nos casar em setembro ? Adamacrescentou. ? P uma época bonita, sem muita chuva.

Olívia sentiu<se enrubescer. )abia que a pressa de Adam nada tinha a ver com aépoca do ano. -e" riu complacente. 81o era tolo e também compreendera.

? $oc4s venceram. O casamento est3 marcado para setembro.

Os almo0os de negJcio de Richard nunca terminavam antes de duas c meia datarde. 8aquele dia, porém, era uma e quinze quando Olívia ouviu<o entrar na sala dasecret3ria e gritar com a mo0a, quando ela lhe perguntou por que voltara t1o cedo.

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#le irrompeu no escritJrio como uma Lria e Olívia levantou<se de um salto,assustada com seus modos.

? O que oi, RichardK O que aconteceuK

? Ioi tudo por 3gua abai"o!

? %omo assimK

? O desgra0ado do )auter recuou no Lltimo instante.

? 81o entendo! O homem est3 à beira da al4ncia!

? #stava. #ncontrou um investidor, cujo nome n1o quis revelar. Richard oi atéo bar e serviu<se de meio copo de uísque puro. Olívia

viu que suas m1os tremiam.

? O investidor entrou como sJcioK ? perguntou.? 9m sJcio passivo, digamos assim. 81o tomar3 nenhuma decis1o c deu a )auter

a op01o dc comprar sua parte daqui a cinco anos.

Olívia ranziu a testa, conusa.

? =arece bom demais para ser verdadeiro.

? omK!

? =ara *iVe, naturalmente. #ncontrou um salvador que investir3 dinheiro e o

dei"ar3 no controle da empresa.? 9m salvador louco ? o noivo resmungou.

Adam, pensou Olívia. 7isso tinha certeza. )J n1o imaginava onde ele encontraradinheiro suiciente para injetar vida nova em uma irma quase alida, t1o depressa.Olhou para Richard, sentindo<se horrivelmente culpada. 81o lhe contara que Adamconhecia a situa01o de )auter a undo e nem encontrava coragem para contar, naquelemomento.

? Iaz alguma ideia de quem possa ser o misterioso investidorK #le serviu<se de

mais uma dose generosa de uísque e come0ou aandar pela sala como um le1o na jaula.

)J uma pessoa no mundo teria interesse em estragar meus planos. )J Adamarriscaria milhares de libras num negJcio duvidoso, pelo prazer de me prejudicar.

? =or que ele aria issoK ? ela perguntou, desabando numa cadeira ao lado daescrivaninha. ? )J se Adam o odiasse, para...

? #le me odeia, Olívia.

? *as por qu4K Richard riu com aspereza.

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? =orque eu tenho a Lnica coisa que ele realmente quer5 a dire01o da empresa.O que eu gostaria muito de saber é como ele soube que eu pretendia comprar a)auterTs ? o noivo prosseguiu. ? Alguém aqui de dentro dei"ou vazar a inorma01o.Ah, mas se eu descobrir quem oi...

Olívia engoliu em seco. /inha de contar como ora que Adam tomaraconhecimento do assunto. *as n1o quando ele estava com tanta raiva. *ais tarde,talvez.

Richard oi até a poltrona de couro e sentou<se, apoiando os bra0os naescrivaninha numa atitude rígida de tens1o.

? # Adam que n1o pense que me derrotou. #le ez uma tremenda asneira,ligando<se a *iVe )auter.

=egou uma pasta de documentos e abriu<a, disposto a mergulhar no trabalho.Olívia levantou<se e itou<o indecisa, sem nada dizer. =or im, ele ergueu os olhos eencarou<a, carrancudo.

? =rometi que a levaria para jantar, n1o oiK

? )e n1o der, entenderei ? ela apressou<se em dizer.

? 81o se importa mesmo, OlíviaK ? O tom de alívio em sua voz erainconundível. ? 7esculpe, querida, mas perdi a vontade de me divertir e n1o h3 maisnada para comemorar. Além disso, vou ter muito trabalho, pesquisando outra irma

para incorporarmos à nossa empresa. /alvez n1o saia daqui antes das nove da noite.? #st3 tudo bem. ? #la escondeu a decep01o. ? em, n1o quero atrapalhar. $ouvoltar para minha sala. /ambém lenho muito que azer.

? Ztimo.

Olívia oi para o prJprio escritJrio e echou a porta. )entiu que tremia edei"ou<se cair na conort3vel poltrona giratJria. Adam come0ara a guerra.

7ez dias depois, Richard e Olívia visitavam a eira anual de equipamentos deengenharia, quando notaram que Adam os observava, alguns estandes adiante.

? O maldito Adam est3 azendo isso de propJsito! ? o presidente da -/)e"plodiu. ? 81o é possível que seja coincid4ncia. Iaz mais de uma semana que ele andaem nossos calcanhares.

? 81o se esque0a de que Adam também é engenheiro, Richard. 8ada maisnatural que queira...

? 81o acredito que este encontro desagrad3vel oi por acaso, *as como eledescobriu que viríamos aqui, neste hor3rioK /em poderes paranormaisK

Olívia achou que sJ podia ser imagina01o sua, mas parecia que Richard a olhavacom alguma suspeita. %ontudo, como poderia supor que Adam entrara às escondidas em

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

sua casa e vasculhara todos os papéisK 7evia ter lido as anota0Nes em sua agenda,também, para saber onde ela estaria e a que horas, odos os dias até o im do m4s.

O segredo tornava<se cada vez mais pesado e mais diícil de revelar. Richardizera um escQndalo na empresa, tentando descobrir quem inormara a Adam sobre o

negJcio da )auterTs. Os membros da diretoria sentiram<se oendidos e um clima demal<estar instalara<se entre todos. 7epois disso tudo, se Olívia admitisse que Adamconseguira as inorma0Nes abrindo o core de sua casa, e que ela escondera o ato,Richard jamais a perdoaria.

? Olhe o cara<de<pau ? o noivo cochichou, urioso. ? #st3 vindo para c3.Aquela mo0a que o acompanha n1o é a ilha de Xim *arston, um de nossos melhoresclientesK

Olívia j3 notara que Adam caminhava na dire01o deles. Assim como notara a

loira alta junto dele. %onhecia Xoanna *arston, mas pouco. 81o tinha nenhum motivopara n1o gostar dela. 8o entanto, para ser ranca, estava morrendo de ciLme.

? Richard, Olívia! 2ue surpresa! ? Adam e"clamou com uma desa0atez deenurecer, parando diante deles. ? Xoanna, voc4 j3 conhece meus sJcios, n1oK

? %laro ? a mo0a respondeu com um sorriso incerto, naturalmente percebendoa tens1o entre os tr4s. ? %omo vai, OlíviaK /udo bem, RichardK

Adam olhou em volta.

? A eira cresceu muito, desde a Lltima vez em que a visitei ? comentou, semse incomodar com o embara0o que criava, mencionando sua longa aus4ncia. ? Ah,RicVy, j3 que nos encontramos, gostaria de lembr3<lo de que estou esperando quemarquem a reuni1o que requisitei.

Richard corou ao ouvir o apelido de inQncia, mas manteve a compostura.

? )er3 avisado, n1o se preocupe.

? O requerimento oi deerido, ent1oK

? 8aturalmente. 7e acordo com os estatutos da empresa, qualquer acionista

tem o direito de convocar uma reuni1o e"traordin3ria.? Ztimo ? Adam sorriu. ? Até logo, ent1o.

=egou Xoanna pelo bra0o e os dois se aastaram, conversando. Olívia reletiuque ormavam um belo par. # se Adam se interessasse verdadeiramente pela mo0aK)eria a melhor coisa que poderia acontecer, porque ele a dei"aria em paz. # eraapenas isso o que ela desejava. 81o eraK

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CA./+2 :

8os quatro lugares da grande mesa oval da sala de reuniNes da -/) havia blocosde papel em pastas de couro com o logotipo da empresa, l3pis e canetas. #ra a primeiravez que os quatro acionistas se reuniriam ormalmente e Olívia estava nervosa,olhando para o relJgio a cada minuto, enquanto permanecia à janela, observando op3tio de estacionamento.

Ialtavam cinco para as dez e Adam deveria chegar a qualquer instante.Aparentemente, n1o e"istia nenhum motivo para ansiedade. 8ada mais normal que umdiretor, ausente da empresa durante seis anos, quisesse discutir o andamento da

companhia. /odavia, Adam sempre ora inormado de tudo o que acontecia, através derelatJrios que lhe eram enviados todos os meses. Olívia sJ podia imaginar que eledesejava causar encrenca.

#la passara as duas Lltimas semanas sentindo<se como se andasse na cordabamba. Richard icava ora de si cada vez que mencionava o Fvazamento deinorma0NesF. Ialara até em comunicar o ato à polícia. )e ela houvesse contadoimediatamente o que Adam izera, tudo seria muito mais 3cil. *as calara<se e aconiss1o tornara<se impossível.

81o. mpossível, n1o. /eria de enrentar a raiva de Richard e contar<lhe tudo.Aquela situa01o horrível estava acabando com ela. =erdera o sono e o apetite,apavorada com o pensamento de que Adam poderia revelar tudo na reuni1o.

)obressaltou<se quando alguém abriu a porta, atr3s dela. Richard entrou,olhando aborrecido para a mesa arrumada. %om passadas largas, oi até a cadeira dopresidente e sentou<se.

? Uoje é o grande dia. Ainda n1o descobri a inten01o de Adam. )er3 que ele,por n1o ter o que azer na vida, decidiu desperdi0ar nosso tempo tambémK

Olívia oi acomodar<se na cadeira a sua direita. Aquele era seu lugarcostumeiro, nas reuniNes mensais. Heorgina sentava<se diante dela, mas se n1ocomparecesse aos encontros, n1o aria a menor alta. O pai de Heorgina conhecia bema ilha e ora por isso que lhe dera apenas dez por cento das a0Nes, mantendo vinte etr4s por cento com o ilho, Richard.

8a verdade, as reuniNes de todos os meses n1o passavam de mera ormalidade,desde que Richard e Olívia resolviam tudo sozinhos.

? =ensando bem, talvez seja bom conversar com Adam ? o noivo continuou. ?

=reciso saber o que ele tem em mente e pode ser que dei"e escapar alguma coisa.

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Olívia pegou a caneta de ouro e rodou<a entre as palmas das m1os. 7uvidavamuito que Adam dei"asse Fescapar alguma coisaF que n1o quisesse. O que ele poderiarevelar de propJsito era o que a estava matando de preocupa01o. Respirou undo e iacome0ar a contar que Adam invadira sua casa, quando uma leve batida na porta

interrompeu<a. #ra a secret3ria de Richard.? O )r. /aylor e a )ra. %ollins acabam de entrar no estacionamento, senhor ?

a mo0a inormou, mal podendo disar0ar a e"cita01o.

? Obrigado, *aureen ? o chee agradeceu num tom pereitamente calmo queenganaria a prJpria Olívia, se ela n1o soubesse da verdade. ? *ande<os entrar assimque subirem, por avor.

A mo0a concordou com um gesto de cabe0a e retirou<se.

? Richard... ? Olívia come0ou, hesitante.

? Xim *arston teleonou h3 poucos instantes ? o noivo cortou<a, envolvido emsuas prJprias preocupa0Nes. ? 7isse que n1o gostou do pre0o dos mandris dediamante.

? Richard, é a respeito das inorma0Nes que Adam obteve ? Olívia desioudepressa, conseguindo captar<lhe a aten01o. ? 8inguém teve culpa de nada. Adam leuos documentos guardados em meu core.

#le encarou<a, atnito.

? *a... *as... Olívia! 2ue diabo voc4 est3 dizendoK? 2ue Adam pegou os documentos.

? *as comoK

? nvadiu minha casa, uma noite, e abriu o core.

? nvadiuK

? #ncontrei<o no escritJrio, de madrugada, lendo meus papéis, muito à vontade? ela e"plicou, apertando as m1os, que tremiam. ? 81o chamei a polícia porque...

pensei... que tal publicidade prejudicaria a empresa.Richard continuava a it3<la, perple"o.

? *as por que n1o contou a mim, OlíviaK 7ei"ou que eu pensasse... ? #streitouos olhos, desconiado. ? O que mais aconteceuK

? 8ada!

? 81oK #nt1o, por que n1o me contouK

? #u ia contar, mas receei que icasse zangado comigo.

? [angado, se voc4 n1o teve culpaK Agora sim, tenho motivos para...

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A porta abriu<se e a secret3ria entrou, acompanhada de Adam e Heorgina.)urpresos, Olívia e Richard pararam de alar e olharam para os recém<chegados,incapazes de disar0ar a tens1o.

Heorgina itou<os com um sorrisinho debochado. $estia minissaia de couro preto

e busti4 da mesma cor, colado ao corpo, curto e decotado, dei"ava boa parte doestmago e dos seios à mostra. 9m traje bastante imprJprio para uma reuni1o denegJcios.

#la cumprimentou o irm1o e Olívia com um gesto de cabe0a e sentou<se.

Olívia lan0ou<lhe um olhar de censura mas acabou por itar Adam, de pé atr3sda cadeira que ocuparia. #le estava impec3vel, usando um temo cinzento que acentuavaa largura dos ombros m3sculos. 9m sorriso irnico pairava nos l3bios irmes, enquantoele olhava de Richard para Olívia.

? 7esculpem. %hegamos num momento inoportunoKO sil4ncio caiu sobre eles. Richard levantou<se, echando os punhos, mas Olívia

pegou<o pelo bra0o, azendo<o sentar<se outra vez. Adam itou<os, obviamentesatiseito, e acomodou<se na cadeira.

Richard i"ou o olhar no papel a sua rente.

? =odemos come0arK ? perguntou. A secret3ria, sentada ao lado dele, masaastada da mesa, preparou<se para estenograar. ? #"iste algum assunto que deseje

discutir, AdamK ? prosseguiu, sem olhar para o sJcio. ? )e n1o, gostaria de saber porque convocou a reuni1o.

? 81o concordo com seus planos de echar uma de nossas 3bricas subsidi3rias? Adam anunciou.

? O caso ter3 de ser colocado em vota01o. Ioi uma solu01o que encontrei paradiminuir os gastos. A 3brica realmente n1o est3 produzindo tanto que n1o possa serdesativada. # Olívia concorda comigo. 81o é mesmo, queridaK

? )im, claro.

Adam olhou<a com animosidade.? sso me espanta, Olívia. 8unca imaginei que concordasse com uma medida que

dei"ar3 tanta gente sem emprego.

Richard deu uma risadinha de pouco caso.

? 81o é possível azer uma omelete sem quebrar alguns ovos. # algunsempregados ser1o aproveitados na 3brica daqui.

Olívia reme"eu<se na cadeira, inquieta. 81o concordava totalmente com Richard

naquela quest1o. *as n1o podia declarar que era contra a ideia, diante de Adam.

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? O lugar ica longe de 7erby ? Adam observou. ? )er3 um transtorno para osempregados chegarem aqui, principalmente para os que n1o t4m carro.

Richard deu de ombros.

? #les que se mudem para mais perto.

? 81o é t1o 3cil assim ? Adam ops. ? Os aluguéis em 7erby s1o mais caros eos sal3rios que pagamos n1o s1o nenhuma maravilha.

Richard e"plodiu, dando um murro na mesa.

? A -/) é uma empresa, n1o uma institui01o de caridade!

? Os trabalhadores n1o querem caridade ? Adam replicou. ? Apenas desejam justi0a. =arece incrível, mas os resultados s1o e"celentes, quando uma empresa d3prioridade ao bem<estar de seus empregados.

? esteira! ? o presidente gritou.

? 81o, n1o é. Até mesmo industriais à moda antiga perceberam isso. -e"aplicou a técnica, com sucesso. =or que n1o tentou aprender alguma coisa com ele,enquanto era tempoK

Richard olhou<o, p3lido de raiva.

? #u nem podia chegar perto dele, com voc4 bajulando<o o tempo todo! ?deseriu, surpreendendo Olívia com o tom de amargura.

? #nt1o, oi isso ? disse Adam. ? $oc4 sempre me odiou porque eu o derrotavaem tudo, dei"ando<o em segundo lugarK A verdade est3 come0ando a aparecer,inalmente.

Olívia olhava de um para o outro, aturdida com o rumo que a troca de ideiastomara. Adam estava enganado. Richard n1o o odiava. Ao contr3rio, sempre oadmirara, nunca se ressentira de seus sucessos, no esporte, ou no trabalho. *esmodepois que Adam ora preso, Richard levara muito tempo para acreditar em sua culpa.

Richard empenhava<se numa luta eroz para controlar<se. Os sinais apareciam

em seu rosto, p3lido e contorcido numa e"press1o de ira. =or im sorriu, meiorigidamente, dispensando as acusa0Nes de Adam com um gesto da m1o.

? $oc4 é que n1o tolera estar em segundo plano, agora. *as isso n1o importa.Iique sabendo que iremos adiante com nossos planos, queira voc4 ou n1o. 81o h3 nadaque possa azer para nos impedir.

? 81oK ? Adam duvidou, irnico. ? =ois v1o descobrir que ainda posso pralguns obst3culos em seu caminho.

Richard riu com desprezo.

? Amea0a sem undamento. $oc4 n1o me assusta. Adam também riu e levantou<se.

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? 81o a0o amea0as v1s. #sperem e ver1o. $amos, HeorginaK

A mulher ergueu<se, mal podendo equilibrar<se nos saltos altíssimos.

? 81o desperdice energia lutando contra Adam, irm1ozinho ? aconselhou. ?)air3 perdendo. #le é centenas de vezes mais esperto que voc4.

Os dois saíram e Olívia e Richard icaram em sil4ncio. A secret3ria continuavasentada, ingindo indieren0a, mas sem dLvida muito interessada no que estavaacontecendo.

Richard, depois de alguns segundos, olhou para a mo0a com um sorriso or0ado.

? 2ue perda de tempo, hein, *aureenK 9ma reuni1o para discutir dieren0aspessoais. #spero que o ato n1o a tenha impressionado desavor3vel mente.

? 81o, senhor, de modo algum.

? Ztimo. A reuni1o est3 terminada.

Olívia sentiu uma onda de alívio. /emera tanto aquela reuni1o! Ielizmente,acabara. #la e Richard ainda teriam de alar sobre a noite em que Adam entrara emsua casa, mas num t3cito acordo, esperaram até entrarem no escritJrio dele eecharem a porta a chave.

Richard sentou<se à escrivaninha e olhou para Olívia com um sorriso sem calor.

? 81o adianta chorar sobre o leite derramado. $oc4 n1o me contou o que Adam

ez, quando devia, e ponto inal. *as espero que daqui por diante sejamoscompletamente honestos um com o outro. $enha c3.

#la abeirou<se da mesa e ele tomou<lhe a m1o.

? Adam adoraria se nos separ3ssemos, Olívia. 81o pretendo dar<lhe essasatisa01o.

? 8em eu ? ela assegurou, sorrindo<lhe aetuosamente. ? )into muito,Richard. 7evia ter contado tudo, na mesma noite.

? 8em que tivesse de me acordar ? ele acrescentou. ? *as o que passou,

passou. 81o vamos mais alar nisso.? Obrigada.

? O que precisamos azer é evitar novos desastres ? o noivo observou, olhandopara a enorme pilha de papéis a sua rente. ? Adam vai tentar nos impedir de echara 3brica de 7erventside. =reciso revisar nossos planos e veriicar que n1o e"istenenhum ponto raco que ele possa usar.

%ome0ou a ler um documento e Olívia hesitou, relutando em perturb3<lo. *asprecisava lembr3<lo de que tinham um compromisso, na noite seguinte.

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? 81o v3 se esquecer do jantar de Ielicity, amanh1 ? disse por im, or0ando<se a parecer alegre.

#le ranziu o cenho, impaciente.

? Amanh1K X3 havia me esquecido. )into muito, querida, mas n1o tenho certezade que poderei ir. )e eu n1o or, pe0a desculpas por mim, por avor.

? P claro ? ela concordou, desapontada.

X3 perdera a conta de quantas vezes cancelara um compromisso social no Lltimoinstante, ou ent1o ora sozinha, porque Richard precisava trabalhar.

#le tornou a pegar<lhe a m1o e beijou<a.

? 81o se preocupe, meu bem. #sta mesa estar3 limpa, no prJ"imo im desemana. 81o pretendo levar uma pasta de documentos em nossa lua<de<mel.

Olívia sorriu sem muita vontade. Ialtava pouco mais de uma semana para ocasamento. #ra certo que o tempo voava. # ela, como noiva, devia estar cheia deanima01o e alegria. 8o entanto, sentia um enorme vazio por dentro. 81o. #stavaimaginando coisas. /ratava<se apenas de nervosismo.

Olhou para o noivo, j3 debru0ado sobre os papéis. 81o era justo que sezangasse com ele por causa do jantar em casa de Ielicity. Ainal, ele estavatrabalhando pelos dois, cuidando dos interesses da empresa.

# Adam cometera uma injusti0a, acusando<o de n1o se importar com o bem<estar dos empregados. Richard importava<se, e muito. *as sabia que para manter umairma em tempos de crise inanceira era necess3rio tomar decisNes dr3sticas, àsvezes. #la duvidava que Adam izesse um trabalho melhor, se osse o presidente da-/).

Ielicity e 7onald =arVer eram americanos, mas moravam na nglaterra desdeque 7onald aceitara o lugar de cirurgi1o<chee no hospital de 7erby, um ano antes.Olívia conhecera Ielicity através de uma comiss1o que levantava undos para a comprade uma unidade de cobalto para o hospital. A mulher era animada, simp3tica, sincera, e

as duas haviam eito amizade rapidamente.=assava um pouco das oito, quando Olívia estacionou o carro na entrada da casa

agrad3vel, na perieria da cidade. Olhou os outros veículos e viu que conhecia muitosdeles. =elo menos n1o icaria constrangida por ter ido sozinha. #staria entre amigos.X3 teleonara a Ielicity, avisando<a da aus4ncia de Richard, de modo que n1oprecisaria dar e"plica0Nes aos outros.

A americana abriu a porta pessoalmente, quando Olívia tocou a campainha.

? Oi! 2ue bom que chegou! #ntre, meu bem.

? 7esculpe o atraso, Ielicity ? Olívia murmurou, tirando o blazer de seda paraque a amiga o guardasse no arm3rio do vestíbulo. ? Iui a Lltima a chegarK

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? Ioi, mas n1o se preocupe. Ainda n1o nos sentamos à mesa.

? Richard mandou dizer que sente muito e que viria, se pudesse. *as surgiramalguns problemas e ele...

? #st3 tudo bem, menina. Arranjei um cavalheiro para icar a seu lado, na mesa? a mulher contou, dando o bra0o a Olívia e guiando<a através da casa até a sala, nosundos, onde os outros estavam reunidos. ? %harmosa, lindo e inteligente.

? Onde encontrou essa maravilhaK

? *aravilha mesmo ? a americana conirmou, rindo. ? /1o generoso! Ioi %arol)auter quem nos apresentou. =arece que ele é sJcio do marido dela, ou algo assim.$oc4 me conhece. X3 ui pedindo uma prenda para nossas rias e ele...

A amiga parou de alar, quando entraram na sala, onde cerca de doze pessoas

conversavam. Olívia, porém, sJ via uma. =or um instante, quase em pQnico, quis saircorrendo e esconder<se, mas Adam j3 a vira. )orriu<lhe, sem mostrar a mínimasurpresa.

Ielicity acenou para ele, sem perceber que Olívia estacara.

? Adam, venha c3! 2uero que conhe0a outra companheira da comiss1o. ? #leoi até elas, sempre com aquele sorriso sarc3stico, e a americana Fapresentou<osF5 ?Olívia, este é Adam /aylor. Adam, Olívia -ambert. %omo ia dizendo, ele é muitogeneroso. =rometeu nos da uma cai"a de champanhe ranc4s, como prenda.

? 2uanta bondade ? Olívia comentou com voz doce./entava adivinhar de que modo ele manipulara a situa01o para ser convidado

para o jantar de Ielicity. %omo sabia que ela estaria l3 era 3cil de imaginar. Adamdevia ter decorado sua agenda. 2ue plano diabJlico estaria engendrandoK

Os olhos dele aiscavam, divertidos, percorrendo o corpo envolto no elegantevestido de seda cinza<prata. Olívia sentiu<se despida.

? $ai ter uma surpresa e tanto, Ielicity ? ele avisou com um sorriso travesso.? )abe que Olívia e eu j3 nos conhecemos, e muito bemK

? $erdadeK

? $erdade. #stivemos noivos e íamos nos casar, mas n1o deu certo.

? =u"a! ? a mulher e"clamou, tapando a boca com a m1o. ? )into muito...7esculpem... #u n1o sabia.

? #st3 tudo bem ? Adam acalmou<a. ? X3 az muito tempo e agora Olívia e eusomos bons amigos. 81o é verdade, anjoK

? %laro ? Olívia mastigou a palavra, uriosa. *as n1o podia dei"ar a coitada da

amiga ainda mais embara0ada. ? )omos amigos.

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? 9a, que alívio! ? a mulher e"clamou. ? em... #i, pessoal, o que acham deirmos para a sala de jantar, agoraK 7onaldK

O marido oereceu<lhe o bra0o e os dois abriram caminho até uma salaespa0osa, onde a mesa, no centro, e"ibia cristais e talheres de prata que cintilavam à

luz de velas.? )entem<se onde quiserem ? a dona da casa concedeu. ? 81o h3 necessidade

de sermos ormais, n1o éK

Adam seguia Olívia, que procurava desesperadamente um modo de escapar dele.*as n1o houve jeito. #le pu"ou uma cadeira para ela, dei"ando<a sem alternativa. )erecusasse sentar<se perto dele, criaria uma situa01o muito constrangedora.Resignada, acomodou<se e abriu o guardanapo de linho no colo.

? 2ue sorte a minha encontr3<la aqui ? Adam comentou, sentando<se juntodela. ? *as que pena que Richard n1o tenha podido vir.

? #le est3 muito ocupado ? ela replicou secamente.

? 81o é um pouco de imprud4ncia dele, dei"3<la vir sozinhaK

? =or que seriaK

? #le n1o tem medo de que um lobo mau apare0a para roubar<lhe a noivaK

? Richard sabe que pode coniar em mim. #, para seu governo, contei a ele quevoc4 invadiu minha casa.

Adam riu bai"inho.

? %ontou tudo o que aconteceuK Richard aceitou muito bem a coniss1o, n1ooiK )e osse comigo, eu n1o agiria t1o civilizadamente, pode crer.

#la sorriu com desdém.

? *as Richard é um cavalheiro. 81o resolve seus problemas com os punhos.

? Acredito.

Olívia or0ou<se a e"perimentar o pei"e que Ielicity preparara como entrada.#ra melhor portar<se com naturalidade, antes que alguém percebesse como estavaagitada.

? =arece que as inorma0Nes que conseguiu sobre o negJcio com )auter oram<lhe muito Lteis ? comentou.

? #"tremamente Lteis ? Adam concordou. ? Richard icou muitodesapontadoK

? P claro que n1o icou satiseito ? ela admitiu, encarando<o. ? =or que o

odeia tantoK O que Richard lhe ezK

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? /enho minhas razNes, Olívia. *as no caso do *iVe )auter, eu sJ quis ajudarum amigo e evitar que uma boa empresa desaparecesse.

? 81o ia desaparecer! Richard ia salv3<la da al4ncia! ? #mbara0ada, notou quealara alto demais e que algumas pessoas a itavam com curiosidade. ? P Jbvio que

teríamos de azer alguns cortes ? prosseguiu em tom bai"o. ? *as...? Iazer cortesK ? Adam interrompeu<a. ? #st3 alando igualzinho a Richard!

*as por que me surpreendoK #le n1o se arriscaria a dar<lhe o direito de pensar com aprJpria cabe0a.

Olívia lan0ou<lhe um olhar desconiado.

? O que est3 insinuandoK

? #le icou t1o preocupado com voc4, depois que eu ui preso! Richard, o bom, o

coni3vel, oereceu<lhe um ombro para chorar. #nvolveu<a em sua teia pegajosa e voc4nem percebeu!

#la tentara n1o ouvir as palavras insidiosas, mas ora inLtil. #stava a ponto dechorar, pensando em como Richard ora bom e desinteressado. #la n1o sabia o queteria eito sem ele, quando Adam ora preso e -e" tivera o derrame que quase omatara. 81o podia permitir que Adam torcesse a verdade, alando de seu noivo comose ele osse um ser perverso e calculista.

7a cabeceira da mesa, Ielicity observava<a com preocupa01o. Olívia sorriu para

tranqMiliz3<la, mas n1o agMentava mais ingir. #ra impossível azer justi0a aos pratosdeliciosos, com aquele nJ na garganta.

A reei01o terminou, por im, mas ainda icaram sentados à mesa, tomandocaé. A maioria da pessoas presentes era iliada ao movimento de Ielicity. /odostinham ideias para a campanha do hospital e a conversa alongou<se por mais de umahora.

Ioi um alívio para Olívia, quando todos partiram e ela pde ir para a cozinha coma anitri1, sob o prete"to de ajud3<la com a lou0a.

? Ioi tudo bem, n1o oiK ? a amiga perguntou, pondo na lavadora os pratos queOlívia passava sob a 3gua da torneira para retirar os resíduos. ? %onesso que estavaum pouquinho nervosa.

? #stava tudo maravilhoso ? Olívia garantiu.

? Aben0oada tecnologia moderna! ? a dona da casa e"clamou, echando alavadora com um suspiro de satisa01o. ? 2uer mais caé, OlíviaK

? 2uero, sim, obrigada.

7ecidira demorar<se um pouco mais para n1o correr o risco de encontrar comAdam, que poderia icar à espera, na rua.

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? 2uero que me desculpe pelo ora que dei, meu bem ? a mulher pediu,servindo<lhe uma "ícara de caé. ? #u n1o sabia que voc4s tinham sido noivos, nemmesmo que se conheciam. #le é o F/aylorF da -/)K

? P sim. O pai de Adam oi um dos undadores, juntamente com o meu e o de

Richard. Os pais de Adam morreram num acidente quanto ele tinha dezoito anos,dei"ando<lhe um ter0o das a0Nes como heran0a.

? #ntendo.

Olívia tomou um gole de caé e suspirou.

? Acho melhor eu lhe contar, antes que outra pessoa lhe conte...

? 2ue Adam esteve presoK ? a amiga antecipou<se. ? #le me contou.

? Adam contou<lhe que esteve na pris1oK

? %ontou. *as sei que Adam n1o é mau. 81o pode ser.

? As apar4ncias enganam, Ielicity.

? s vezes. 8o caso de Adam, n1o tenho medo de me enganar. #le disse que n1oera culpado, que oi preso injustamente.

? /odos os condenados n1o dizem a mesma coisaK ? replicou Olívia, cética.

? Acredito em Adam ? a mulher teimou. ? Ioi por isso que voc4 desmanchou onoivadoK =or que ele oi para a cadeiaK

? Ioi ? Olívia respondeu.? em, n1o vou dar nenhum palpite ? a americana decidiu. ? 81o é da minha

conta, n1o é mesmoK

%ontinuaram a conversar, sentadas à mesa da cozinha, alando de amigoscomuns e do trabalho da comiss1o, até que Olívia disse, olhando para o relJgio depulso5

? em, acho que j3 vou. Obrigada pelo jantar delicioso. oa noite, 7onald ?

acrescentou para o marido de Ielicity, que se juntara a elas.? oa noite ? o dono da casa despediu<se, dando<lhe um beijo no rosto. ?7irija com cuidado, ouviu bemK

Ielicity acompanhou<a até o vestíbulo e entregou<lhe o blazer.

? Até a prJ"ima semana, Olívia. X3 temos boas prendas para nossas rias epara o bingo.

Olívia deu uma risada.

? 7isso eu n1o duvido.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

O carro de Olívia era o Lnico ainda estacionado na entrada da casa dos =arVer.#la ajeitou<se atr3s do volante e colocou a chave na igni01o. Hirou<a e nada aconteceu./entou de novo, incrédula. O motor estava morto!

-evou um susto, e quase gritou, quando a porta do seu lado abriu<se. ? #st3 com

algum problema, anjoK

CA./+2 :3

Adam olhava<a com um sorriso divertido, o que a ez pensar que ora ele queprovocara algum tipo de deeito no carro.

? 81o quer pegar ? e"plicou, olhando<o detidamente, procurando umaconirma01o para sua suspeita.

? 81o diga! 2uer me dei"ar tentarK ? ele perguntou com uma preocupa01opereitamente ingida.

? Acho que n1o vai adiantar ? ela respondeu em tom gélido. Ielicity, que

continuava parada na porta, come0ou a andar na dire01odo carro.

? O que aconteceuK ? perguntou. Olívia apressou<se em sorrir.

? 81o sei. *eu carro n1o quer pegar.

? #u a levarei para casa ? Adam oereceu, e"atamente como Olívia esperavaque ele izesse.

? Oh, n1o! 81o quero lhe dar tanto incmodo! $ou chamar o servi0o de socorro.

? #les podem demorar até uma hora para chegar aqui ? Adam argumentou. ?Além disso, n1o s1o todos os deeitos que conseguem sanar ora da oicina.

? /alvez eu tenha sorte ? ela replicou.

? 81o ser3 muito mais 3cil mandar uma oicina guinchar o carro, amanh1 demanh1K ? ele insistiu. ? Assim, n1o obrigar3 7onald e Ielicity a icar acordados atétarde, esperando o socorro com voc4.

Aquele era seu truno, Olívia pensou. A amiga j3 a olhava com ar curioso, talvezimaginando por que ela n1o aceitava a carona, se, como Adam airmara, eram grandes

amigos.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? #st3 bem ? rendeu<se. ? Agrade0o muito.

? Ainda bem que n1o ui embora assim que saí de sua casa ? Adam comentoucom a anitri1.

Olívia saiu do carro e echou a porta.

? oa noite, Ielicity.

? oa noite, Olívia.

Adam segurou<a pelo bra0o e caminharam até a cal0ada. =erto da esquina, umAston cinzento luzia à luz do poste.

? P seuK ? ela perguntou.

? P. ? #le lhe abriu a porta. ? #ntre.

=ouco depois, rodavam mansamente pela rua. Olívia tinha certeza de que eletramava alguma coisa. O que poderia serK Antes que icasse mais nervosa do que j3estava, decidiu que rela"aria tanto quanto possível. Adam n1o seria t1o louco a pontode rapt3<la, portanto era melhor acalmar<se.

#ntretanto, quando chegaram ao im da rua e ele virou à esquerda, em vez de àdireita, ela assustou<se.

? Aonde est3 indo, Adam. 2uero ir para casa.

? *ais tarde. Agora, vou lev3<la para ver algo muito interessante.

? O que éK? /enha paci4ncia. %laro, voc4 até j3 pode saber de tudo. )e or o caso, pedirei

desculpas por t4<la eito perder tempo.

? 7e que é que voc4 est3 alandoK ? ela irritou<se. ? 2uer parar de azergracinhas e me levar para casaK

? #u vou levar ? ele prometeu. ? O que vamos azer n1o vai demorar nada.

Olívia recostou<se no assento, rígida de tens1o. 7esabaou a raiva "ingando<o

mentalmente e desiando o ros3rio de idiotices que ele izera desde que voltara paraa nglaterra. *as, no espa0o coninado do carro, era impossível n1o ser aetada porsua presen0a dominadora. #ra obrigada a reconhecer que perto de Adam sentia<semuito mais mulher. 8unca e"perimentara tal sensa01o junto de Richard.

Ioi com alguma surpresa que percebeu, de repente, que se dirigiam para8ottingham. *as icou atnita quando, entrando na cidade, Adam tomou o rumo de umdos quarteirNes mais eios, sujos e mal<aamados.

? =osso saber aonde est3 me levandoK ? ela perguntou, olhando para os

armazéns altos e dilapidados que ladeavam a rua.? 8unca esteve aquiK ? ele replicou, itando<a com um sorriso indecir3vel.

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? 81o. # preiro ir embora imediatamente.

? 81o ique com medo. /omarei conta de voc4.

=or im, virou à esquerda e entrou num p3tio cal0ado de paralelepípedos ecercado por muros altos. Admirada, Olívia notou que havia muitos carros estacionados,todos de lu"o.

Assim que Adam desligou o motor, ela desaivelou o cinto e abriu a porta, semesperar que ele a ajudasse. *as hesitou, apreensiva com o aspecto do lugar.

? =ode descer ? Adam encorajou<a. ? Os seguran0as daqui podem trabalharde um modo nada convencional, mas s1o eicientes.

)J ent1o ela viu vultos andando na escurid1o, junto aos muros, e um arrepio demedo a perpassou. Onde estavamK =or que Adam a levara até aliK *as nunca lhe daria

o prazer de saber que conseguira assust3<la. $irou<se para ele, com e"press1o ria.? *uito bem, n1o sei que lugar é este, mas chegamos. 2uer me dizer o que

pretendeK

? $amos entrar ? ele respondeu, apontando para a rente.

? #ntrarK!

Adam desceu do cano, contornou<o e pegou Olívia pelo bra0o.

? $eja onde pisa ? recomendou. ? O terreno é meio acidentado. 81o quero que

tor0a o pé, apesar de que adoraria, se precisasse carreg3<la no colo.[angada, Olívia come0ou a andar na rente dele. *as era e"tremamente diícilandar de saltos altos no piso de paralelepípedos desiguais. Ioi obrigada a parar eapoiar<se no bra0o de Adam, antes que levasse um tombo vergonhoso.

%hegaram, ent1o, ao alto de uma escadinha de tr4s degraus, que desceram,alcan0ando uma pesada porta de madeira. Adam abriu<a e dei"ou Olívia entrar narente. #spantada, ela viu que se encontrava numa sala de recep01o lu"uosamentedecorada. O tapete espesso e o veludo que revestia as paredes eram cor de vinho, damesma cor das cLpulas dos abajures com pés de bronze que iluminavam o ambiente.

#nquanto Olívia olhava em volta, perple"a, um homenzarr1o, ainda mais alto doque Adam, surgiu por uma porta, aos undos da sala. O nariz amassado como o de umpugilista e o corpo maci0o, que o traje a rigor n1o tomava mais elegante, davam<lhe aapar4ncia inconundível de um arruaceiro de rua. 9m capanga, Olívia pensou,encolhendo<se instintivamente.

Os olhos astutos e miLdos perscrutaram Adam de alto a bai"o.

? P sJcio, senhorK

? 81o. *eu nome é Adam /aylor. Uarry est3 a minha espera.

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A julgar pela mudan0a operada no rosto do seguran0a, Uarry era alguém muitorespeitado por ali.

? 8aturalmente, senhor ? o homem respondeu sorrindo. ? Uarry )cott avisou<me de sua visita. 2ueiram me acompanhar, por avor.

-evou<os até uma porta também recoberta de veludo, pereitamente disar0adana parede. Abriu<a e aastou<se para o lado para dei"ar Adam e Olívia entrar. )ubirampor uma escadinha estreita, até um pequeno vestíbulo racamente iluminado. Oseguran0a abriu a Lnica porta e Olívia hesitou, sentindo a boca seca e as m1os Lmidas.81o azia ideia do que Adam desejava mostrar<lhe, mas estava prestes a descobrir. Oinstinto dizia<lhe que n1o ia gostar do que veria.

A sala era grande e de teto rebai"ado, iluminada por abajures com cLpula deseda vermelha. 8um dos lados icavam uma enorme escrivaninha de mogno e um core

antiquado, verde<escuro, com uma roda de metal no lugar de ma0aneta. O carpetevermelho que recobria o ch1o era evidentemente caro.

*as o que mais chamava a aten01o no ambiente era o bar, de madeira escura,e"ibindo grande quantidade de garraas e bancos orrados de veludo.

Uavia apenas dois homens na sala. Ao ver Adam, o mais velho levantou<se e oiao seu encontro, abra0ando<o.

? Adam! 2ue bom ver voc4, depois de tanto tempo! O que vai beber, amig1oK

Olívia observava<o, desconiada. %omo o grandalh1o que os levara até l3, ohomem usava traje a rigor. *as os modos e o sotaque eram grosseiros, desmentindo aapar4ncia elegante de pessoa ina. 7evia ter cerca de cinqMenta anos e possuía rostomagro, de ei0Nes angulosas. Os olhos eram os mais cínicos que Olívia j3 vira.

Onde Adam o teria conhecidoK #ra Jbvio que e"istia amizade e respeito entreos dois. 8a pris1o! Olívia seria capaz de apostar que ora no presídio que a estranhaamizade come0ara.

Adam pu"ou<a gentilmente pela m1o.

? Anjo, gostaria que conhecesse um grande amigo ? apresentou comnaturalidade, como se estivessem numa esta. ? #ste é Uarry )cott.

? #nt1o, voc4 é o FanjoF de Adam ? o homem comentou, olhando<a comindisar0ada admira01o. ? #le sempre alou muito em voc4, menina. Iomoscompanheiros de FapartamentoF, num dos piores FhotéisF de )ua *ajestade, a rainha#lizabeth .

? P uma satisa01o conhec4<lo ? ela respondeu num murmLrio.

? O que gostaria de tomar, Fanjo do AdamFK

? 9m pouco de uísque com 3gua, obrigada.

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Olívia raramente bebia, mas no momento precisava urgentemente de algo orteque a ajudasse a lidar com os acontecimentos cada vez mais espantosos da noite.

? =ara mim, uísque puro ? Adam escolheu.

O seguran0a desaparecera e o outro homem, sem esperar ordens, oi até o bare preparou as bebidas. astante jovem, devia ser apenas um pouco mais velho do queOlívia. /inha boa apar4ncia, mas pecava pela ostenta01o. 9sava anéis em v3rios dedose uma pulseira grossa, de ouro, no pulso direito.

O rapaz voltou com as bebidas e ao entregar o copo a Olívia analisou<a com umolhar despudorado, como se avaliasse seu valor no mercado da prostitui01o. #la gelou<ocom um olhar altivo. O que o idiotinha estava pensandoK 2ue Adam a pegara em algumaesquina, planejando uma noite de divertimentoK

Uarry deu uma gargalhada, dei"ando perceber que n1o perdera um lance dosilencioso duelo.

? em<eito, 7uVe. A mo0a colocou<o em seu lugar ? arreliou, antes de voltar<se para Adam. ? O anjo n1o deve estar gostando muito dc nJs.

Adam riu e abra0ou Olívia pela cintura, com ar de posse, o que ez 7uVe it3<locom inveja declarada. #la tomou um gole do uísque, sem tentar aastar<se de Adam. Apulsa01o acelerara e uma onda de quente e"cita01o a invadira.

? /ive de usar um pouco de malandragem para traz4<la aqui ? Adam e"plicou

ao amigo. ? 81o é que ela n1o goste de voc4s. #st3 com raiva de mim.Uarry piscou<lhe com cumplicidade.

? #nt1o, acho que est3 na hora de ela saber por que voc4 a trou"e ? sugeriu,atravessando a sala.

=u"ou uma corda de ios de seda, azendo correr a cortina de veludo vermelhoque cobria uma das paredes. Apareceu uma janela, saliente para ora, de modo que erapossível ver tudo o que passava num sal1o, no andar de bai"o. Olívia, compelida pelacuriosidade, n1o protestou quando Adam a empurrou delicadamente para a rente.

? =ode olhar à vontade. A janela é eita de vidro especial ? ele e"plicou. ?7este lado, a gente v4 l3 ora. 7e ora ninguém v4 nada.

#la nunca se preocupara em saber como seria um sal1o de jogos de azar.Admirada, viu um amplo recinto com ilumina01o raca. Acima de cada mesa de jogo,porém, pendurava<se uma lQmpada bai"a. O ar estava azulado de uma0a de cigarros.

8o centro da sala icavam tr4s roletas e dos lados, mesas para carteado. Olugar estava lotado. #m volta de uma das roletas as pessoas riam, obviamentedivertindo<se, mas nas mesas de jogos de cartas ninguém conversava.

2uase todos os jogadores eram obviamente cavalheiros de boa posi01o social.As poucas mulheres presentes pareciam uncionar como meros objetos de adorno,

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bonitas e muito jovens. Uavia também mo0as que trabalhavam no estabelecimento5crupi4s e gar0onetes lindas, vestindo trajes pretos, brilhantes e sum3rios.

%ontudo, observando a cena deprimente, Olívia imaginava com que intuito Adama levara àquele lugar. O que haveria de t1o mportante que... #nt1o, um dos homens

sentados a uma mesa de Fvinte e umF ergueu a cabe0a e Olívia reconheceu<o, chocada.Richard!

7eu um passo instintivo para tr3s, como se osse ugir, mas Adam segurou<a.

? -embre<se de que ele n1o pode v4<la, Olívia.

%ontinuou a prend4<la pelo bra0o, obrigando<a a olhar para Richard, quechamava uma gar0onete.

9ma jovem loira, de pernas compridas e curvas generosas, apro"imou<se com um

sorriso lQnguido. Richard e"aminou<a longamente, como quem e"amina uma mercadoria.A mo0a anotou o pedido e ele deu<lhe um tapa no traseiro empinado, quando elacome0ou a aastar<se.

Olívia e"perimentou uma sensa01o de vertigem que a ez oscilar. Adam levou<apara uma banqueta do bar e obrigou<a a sentar<se. #la itou<o, conusa. /eria sido umamiragem, ou realmente vira Richard naquele antroK

O jovem dos dedos cheios de anéis verteu mais uísque em seu copo e ela bebeutudo em um gole. O líquido queimou<lhe a garganta, mas pareceu controlar as balidas

desesperadas do cora01o. O espanto, ent1o, transormou<se em Lria. *ais uma vezora manipulada por Adam, que a movimentara como um pe1o num jogo de "adrez.

? Ioi para isso que me trou"e aquiK ? perguntou por entre os dentes.

? Ioi ? ele respondeu, itando<a nos olhos.

? =or qu4K O que é que isso provaK 2ue Richard, de vez em quando, reqMentaum clube de jogoK $oc4 também, pelo jeito.

? $oc4 sabia que ele gosta de jogarK

? 81... n1o, mas... ? ela hesitou, sentindo<se tr4mula. ? 2ue dieren0a issoazK Richard n1o me precisa me contar tudo o que az.

? 81oK 2ue beleza de relacionamento liberal voc4s t4m ? ele zombou.

? O que pretendia, AdamK -evar<me a pensar que ele rouba dinheiro daempresa para pagar dívidas de jogoK =erdeu seu tempo. #"amino tudo5 livros decontabilidade, contratos, tudo mesmo. )e houvesse algum erro, eu saberia.

Adam meneou a cabe0a, negando a acusa01o.

? 81o sei se Richard est3 agindo de modo ilegal ou n1o. O que eu pretendia era

mostrar<lhe que ele n1o é o noivo virtuoso, trabalhador e devotado que inge ser.

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)entindo<se nauseada, Olívia admitiu que aquilo era verdade. *as n1o dei"ariaAdam saber que conseguira uma vitJria.

? =or avor, leve<me para casa ? pediu, deslizando da banqueta para o ch1o.

Adam sorriu secamente.

? #st3 bem ? concordou, sem tentar argumentar. ? oa noite, Uarry.Obrigado pela valiosa inorma01o.

? 81o oi nada ? o homem respondeu, apertando<lhe a m1o em despedida. ? Oimportante, agora, é planejar o que vai azer a seguir.

? Acho que vou esperar e dei"ar que nosso caro Richard d4 o prJ"imo passo.

? %uidado ? o amigo aconselhou. ? A atitude dele pode ser imprevisível. 81oquer que eu lhe empreste dois dos meus rapazes, por seguran0aK

? Obrigado, Uarry, mas acho que n1o ser3 necess3rio.

? %omo queira. )e mudar de ideia, avise<me.

Olívia olhava<os atnita. 2ue conversa ridícula era aquelaK #stavampraticamente declarando que Richard era um elemento perigoso!

%laro que ela icara abalada ao descobrir que ele mentira, alegando n1o poderacompanh3<la ao jantar de Ielicity por ter de trabalhar. /ambém nunca esperara queele reqMentasse lugares como aquele sal1o de jogo. *as tinha de ser justa. 9m

homem que trabalhava tanto precisava de um pouco de distra01o.*as n1o daquele tipo, uma voz maldosa soprou<lhe. O Richard que ela conhecian1o tinha necessidade de aventurar<se em jogos de azar, nem de lertar comgar0onetes seminuas, como um bo4mio vulgar.

#ntretanto, ela teria de ingir que achara o comportamento do noivocompreensível, pelo menos. Adam n1o podia, em hipJtese alguma, perceber o quantoestava desorientada e cheia de dLvidas.

#nt1o Uarry virou<se para ela e n1o havia o mais leve tra0o de cinismo em seus

olhos escuros, quando ele indicou Adam com um gesto de cabe0a.? =ode coniar nele, menina ? disse em tom sério. ? $3 por mim. Reconhe0o um

homem honesto quando o vejo.

Olívia encarou<o, duvidosa. O homem parecia muito convicto do que dizia, mascomo coniar na palavra de um e"<presidi3rioK /odavia, a sinceridade que via nos olhosdele mergulhou<a em conus1o. # se ele estivesse certo a respeito de AdamK #nt1o...

#stava icando maluca, ou haviam posto alguma droga em sua bebidaK %omoduvidar da culpa de AdamK A polícia, o juiz, os jurados...#stariam todos erradosK

Adam teria sido vítima de um erro judici3rioK 81o. sso era raro.

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? oa noite ? disse apenas, em tom rio, antes de virar<se e preceder Adam nadire01o da porta.

Ioi um alívio sair para o ar resco da noite. #ra como escapar de uma armadilha,de um pesadelo. =ara n1o precisar da ajuda de Adam, tirou os sapatos ao come0ar

atravessar o p3tio, sem se importar com o estrago em suas meias inas.81o trocaram uma Lnica palavra no percurso até a casa dela. 7e vez em quando,

Olívia itava Adam disar0adamente, mas o rosto m3sculo mostrava<se echado einescrut3vel. O que estaria pensandoK Xulgaria que alcan0ara algum tipo de vitJria,mostrando<lhe a raqueza de RichardK #stava errado. A conian0a que ela depositavano car3ter do noivo seria mais orte que suas maquina0Nes perversas.

%ontudo, o que vira naquele maldito sal1o icaria para sempre gravado em suamemJria. Richard comportando<se como um ordin3rio qualquer, devorando a gar0onete

com os olhos, batendo<lhe no traseiro! # ele nunca sequer insinuara que gostava de jogar, que reqMentava algum tipo de cassino.

2uando entraram na longa alameda de ecVside, Olívia ainda n1o chegara anenhuma conclus1o. 2ueria coniar no noivo, mas seu comportamento a dei"araconusa. =recisava continuar acreditando na alta dc escrLpulos de Adam, mas Uarryalara bem dele com tanta sinceridade!

Adam parou diante da porta principal e desligou o motor. O sil4ncio da noiteenvolveu<os. *esmo no escuro, ela sentia que ele olhava em sua dire01o. )entiu<se

novamente a mocinha vulner3vel e tola que o amara com pai"1o.? #st3 satiseitoK ? indagou com raiva, protegendo<se da emo01o. ? $i o que

voc4 queria que eu visse. *as isso n1o ez a menor dieren0a. Acha mesmo quedescobrir que Richard gosta de se divertir de vez em quando, como qualquer mortal,me ar3 duvidar de seu car3terK O jogo n1o é ilegal neste país.

? #ssa lealdade é tocante ? Adam replicou em tom cínico. ? 81o a mereci, seisanos atr3s. 8em por um instante voc4 duvidou de minha culpa.

#le se virara no assento e apoiara o bra0o no encosto. Olívia estremeceu quando

sentiu<o acariciar uma mecha de cabelo que escapara do coque elegante e discreto.? Aceitou acilmente a ideia de eu ser um ladr1o ? ele prosseguiu em tom

amargurado. ? Ioi por pura sorte que nenhum vigia oi morto, durante os assaltos deque ui acusado. *as o assaltante andava armado e uma noite disparou alguns tiroscontra o guarda que o perseguiu. Acha que eu seria capaz disso, OlíviaK

? #u...

#la n1o pde continuar. O tom persuasivo da voz de Adam e o perume de suapele estavam agindo sobre ela, conundindo suas emo0Nes e virando seu mundo da

cabe0a para bai"o.

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? $oc4 n1o coniou em mim nem um pouquinho, meu anjo ? ele acusou,deslizando para mais perto. ? # me conhecia t1o bem! 7izia que me amava, no entanton1o acreditou em mim.

#la n1o reagiu, quando ele curvou a cabe0a para beij3<la. Adam murmurou algo

incompreensível e colou os l3bios nos dela num beijo lento e inebriante. #la deslizoupara o centro de um redemoinho de sensualidade, sem desejo de lutar contra suaor0a.

Adam aagou<lhe um seio e ela arqueou<se contra ele numa rea01o imediata,pedindo sem acanhamento que ele repetisse a carícia ousada. 81o protestou quandoele soltou os pequenos botNes perolados da rente do vestido e abriu o echo do suti1 entre os seios.

A m1o quente e audaciosa acariciou<a, envolvendo<a em ondas de prazer. O beijo

aproundou<se, possessivo e e"igente. Adam gemeu bai"inho, e"citado, mas de algumamaneira parecia estar no controle das prJprias emo0Nes. Olívia sentiu medo. #leempenhava<se num jogo envolvente, sem perder a clareza de raciocínio.7eliberadamente, tentava derrubar suas deesas, usando a raqueza de seu corpopara domin3<la.

Agredia Richard, desencadeando uma pai"1o que o noivo nem suspeitava e"istir.

Adam interrompeu o beijo, por im, mas continuou a prend4<la nos bra0os.

? 8em tudo voc4 esqueceu, anjo. 81o esqueceu o desejo que sentia por mim.

)ua mente pode protestar, mas seu corpo sabe que voc4 me pertence.? 81o!

? 81oK X3 sentiu com Richard o que est3 sentindo agoraK 7uvido. #le n1o temsangue nas veias. 81o saberia azer amor com voc4 da maneira certa. #u sei.

#la tentou negar, mas sentiu o rosto queimar ao lembrar<se de como estiverapronta para entregar<se a ele. O desalinho das roupas, e"pondo os seios aindarementes e os mamilos eretos era a prova de que Adam dizia a verdade.

? )e eu quisesse, a tomaria aqui, neste carro, agora ? ele declarou. ? #st3usando o anel de noivado que Richard lhe deu, mas é a mim que quer, Olívia. Xamaissentir3 prazer com outro homem, porque é minha. )empre oi.

%om a ponta de um dedo, ele tra0ou o contorno do bico de um seio. Olívia gemeu,indeesa, escravizada pelo desejo que ele despertava,

? Adam... ? murmurou, pedindo mais carícias.

? Aqui, n1o, meu anjo. 8em agora. /enha paci4ncia, porque est3 chegando o diaem que aremos amor sem nenhum obst3culo entre nJs. )er3 melhor do que teria sido

h3 seis anos, voc4 vai ver.

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%om gestos r3pidos e precisos, tomou a abotoar o suti1 e o vestido. Antes queela pudesse protestar, saltou do carro e oi até o lado do passageiro para ajud3<la adescer.

#la cal0ou os sapatos e saiu, sentindo um arrepio de rio quando a brisa noturna

tocou<lhe a pele incendiada de pai"1o.? 81o comente com Richard sobre o que viu esta noite ? Adam recomendou em

tom estranhamente compenetrado.

? =or que n1oK

? =oderia ser perigoso. Richard perder3 muita coisa, se perder voc4. Ocontrole da empresa, por e"emplo, e que é tudo o que ele sempre quis. O poder, paraRichard, é uma obsess1o. # qualquer obsess1o, minha querida, torna os homensirracionais.

#la deu uma risadinha tr4mula.

? $oc4 enlouqueceu. 8unca ouvi tanta bobagem junta.

? #u queria que osse bobagem ? Adam replicou com tristeza. ? *as,inelizmente, n1o é.

Olívia vacilou. #le parecia sincero. Reagindo, ela meneou a cabe0avigorosamente. 81o se dei"aria enganar. Adam poderia ter talento para o teatro.Recitava uma ala para perturb3<la, como numa pe0a. 2ueria que ela acreditasse que

Richard, o incans3vel deensor dos interesses da empresa, era also e perigoso.Adam riu, certamente compreendendo sua luta íntima.

? 81o sei como poderei convenc4<la de que digo a verdade, meu anjo. *as umacoisa é certa5 n1o dei"arei que se case com Richard.

? 81o pode me impedir ? ela retrucou.

? $eremos. Oh, quase me esque0o de devolver<lhe isto. ? =s a m1o no bolso eretirou alguns pequenos objetos, que entregou a ela. ? 74 ao mecQnico, quando ele orbuscar seu carro. 81o h3 necessidade de comprar novos, se estes est1o pereitos.

? O qu4...

? Os usíveis ? ele esclareceu com um sorriso provocador. /ornou a entrar nocarro e ligou o motor. O veículo deslizou pela

alameda, dirigindo<se ao port1o. Olívia icou olhando, até n1o ver mais as luzesvermelhas das lanternas.

Aos poucos, as batidas do cora01o voltaram ao normal. #la, porém, sabia queseria inLtil ir para a cama e tentar dormir. #stava tensa demais. %ome0ou a andar pelo

 jardim e sem perceber, oi até o pavilh1o à beira do riacho.

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)entou<se na poltrona perto da janela, reletindo sobre todas as mudan0as emsua vida, desde que Adam reaparecera. =or que ele voltaraK =ara reme"er nas cinzas opassado, azendo ressurgir a dorK =ara acus3<la de ler sido desleal, de n1o acreditarem sua inoc4nciaK

*as como poderia acreditar, se todos o julgavam culpadoK O tempo jamaisapagaria de sua lembran0a o sorimento que ela e"perimentara naquele dia terrível.

Xustamente quando eslava t1o eliz, planejando tudo para o casamento com seuadorado Adam, o mundo desabara.

CA./2 :33

8aquele dia, seis anos antes, Olívia mantinha<se pacientemente de pé no ateli4da modista, diante do espelho, dei"ando que a mulher izesse pequenos ajustes. Ovestido de noiva, dc renda c cetim, todo branco, era o mais lindo que ela j3 vira.

=arecia saído de um conto de adas e era digno de uma princesa. %om um sorriso parasua imagem, Olívia imaginou<se deslizando pela nave da igreja. Adam estaria a suaespera, no altar, e sorriria ao v4<la t1o linda no traje imaculado.

A prova estava quase terminada quando o teleone locou e a modista oiatender. Olívia espantou<se quando a mulher anunciou que -eonora desejava alar comela. O que a madrasta teria de t1o importante para dizer, que n1o podia esperar queela chegasse em casaK %uriosa, e também um pouco impaciente, pegou o aparelho dasm1os da )ra. Xames.

? AlK

? #stou no hospital ? a madrasta avisou bruscamente.

? 8o hospitalK Iazendo o qu4K

? Acho melhor vir depressa, Olívia. )eu pai... em ele teve um ataque.

? O qu4K ? Olívia e"clamou, sentindo a cabe0a girar. ? 9m ataqueK %omoK

? O médico diagnosticou um acidente vascular cerebral. 9m derrame, como sediz.

? *eu 7eus, -eonora! #le est3 bemK? 81o sei. #st3 na unidade de terapia intensiva.

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? #stou indo ? Olívia respondeu, com a sensa01o de que ia desmaiar.

A costureira tirou<lhe o teleone das m1os tr4mulas e colocou<o no gancho.

? O que aconteceu, srta. -ambertK #st3 t1o p3lida!

? *eu pai est3 no hospital. 8em posso acreditar! #le sempre teve boa saLde!Orgulha<se de jamais pegar resriados e...

? O que houve com eleK

? /eve um derrame. Oh 7eus, preciso ir v4<lo imediatamente!

O ateli4 da costureira n1o icava longe do hospital. Olívia venceu a curtadistQncia até o hospital como se estivesse se movendo num pesadelo. # se -e"morresseK =or que Adam n1o ora busc3<la na costureira, por que n1o teleonara, nolugar de -eonoraK /alvez se recusasse a sair de junto de -e". O que estava muito

certo. O pai icaria mais conortado, caso estivesse consciente, tendo Adam porperto.

Ioi uma grande surpresa para Olívia ver que era Richard, e n1o Adam, quem aesperava no hospital.

? Onde est3 AdamK ? oi sua primeira pergunta.

Richard hesitou, talvez desaprovando que ela perguntasse pelo noivo em vez depreocupar<se com o estado do pai. %ontudo, ela precisava da or0a de Adam paraenrentar o que poderia estar a sua espera.

Richard pegou<a pela m1o, come0ando a gui3<la pelo corredor.

? #"plicarei tudo, mas venha ver seu pai, primeiro. 81o se assuste, Olívia. #leparece muito mal.

? #le vai morrerK ? ela perguntou num cochicho tr4mulo, olhando o pai atravésdo vidro da unidade de terapia intensiva.

? Acho que n1o. *as o médico ainda n1o sabe a e"tens1o do dano. Ioi umderrame muito orte.

#la meneou a cabe0a, completamente conusa.? 81o entendo. #le parecia t1o bem, esta manh1! %omo pode acontecer uma

coisa dessa dc um instante para outroK ? Olhou para o amigo e sJ ent1o percebeu quehavia mais que tristeza em sua e"press1o. ? O que aconteceu, RichardK =or que meupai icou doenteK

7e repente, o sil4ncio os rodeou. Richard a itava, relutante. #nt1o, levou<a atéuma saleta de espera, no im do corredor. Obrigou<a a sentar e segurou<lhe as m1os,olhando<a nos olhos.

? Adam oi preso ? comunicou em tom gentil.

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? O qu4K ? Olívia gritou, sentindo que a cabe0a girava e que ela ia cair numabismo sem undo. ? Adam oi presoK =or qu4K

? P algo relacionado com o vaso chin4s que a polícia encontrou em um de nossosengradados. Os agentes estiveram na empresa, investigando.

? #u sei ? ela concordou, num io de voz. ? *as o que Adam tem a ver comissoK

? A polícia tem motivo para acreditar que ele esteja envolvido no roubo do vaso? o amigo e"plicou em tom de incredulidade. ? Ioi preso esta manh1. -e" icoupossesso de raiva. 8unca o vi t1o urioso. %ome0ou a berrar amea0as e de repentecaiu.

? magino como papai se sentiu, sabendo que acusavam Adam dc roubo. *asisso é um absurdo! =or que a polícia suspeita deleK

Richard sacudiu a cabe0a, parecendo perple"o.

? 81o sei, Olívia. sso n1o az o menor sentido. 81o posso crer que Adam setornasse um ladr1o. )e ele estivesse precisando dc dinheiro, daria para entender, masesse n1o é o caso.

Olívia tremia sem poder controlar<se.

? 81o pode ser verdade, Richard! %ometeram um terrível engano, prendendoAdam! /emos de azer alguma coisa.

#le abra0ou<a e a ez recostar<se em seu ombro, quando ela come0ou a chorarconvulsiva mente.

? %alma, querida. P claro que a polícia se enganou. *as n1o se preocupe. /udoser3 esclarecido.

Os solu0os desesperados sacudiam o corpo dc Olívia, que enterrou o rosto nopeito de Richard para aba3<los. #le oereceu<lhe um len0o e beijou<lhe o cabelo,dei"ando<a chorar até a e"aust1o. 7epois de muito tempo, ela ergueu a cabe0a eitou<o, contrita.

? 7esculpe, Richard ? pediu com voz entrecortada. ? *olhei seu paletJ.

? #st3 tudo bem, garotinha ? ele tranqMilizou<a, sorrindo. ? 2uer entrar naunidade para ver seu pai, agoraK

? 2uero, mas espere sJ um minuto.

-ivrou<se do abra0o e assoou o nariz. 7epois, tirou um espelhinho da bolsa ee"aminou o rosto vermelho e inchado. 2uase nunca usava maquilagem, mas decidiu queprecisava disar0ar o estrago causado pelas l3grimas. %om alguns toques de pJ

compacto e um pouco de batom rosa<claro, conseguiu melhorar a apar4ncia. 8ada,porém, apagaria de seus olhos a e"press1o dc desespero e incredulidade.

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? $amos ? convidou, guardando o estojo de maquilagem na bolsa. Richardpassou um bra0o por seus ombros e levou<a pelo corredor,

até a porta de vaivém da unidade de terapia intensiva.

Olívia entrou e estacou, abalada. 2uando olhara pelo vidro, sJ vira o rosto dopai, meio escondido pela m3scara de o"ig4nio. 81o notara os aparelhos que produziamruídos estranhos e eram cheios de luzes piscantes, ligados ao corpo imJvel por umaininidade de ios.

-e" encontrava<se numa maca alta, de rodas. #stava imJvel, p3lido, e mantinhaos olhos echados.

-eonora entrara na unidade enquanto Richard dava as m3s notícias a Olívia, nasala de espera. )entara<se numa cadeira de erro, de espaldar reto, e pareciaaturdida, sem saber como comportar<se naquele ambiente estranho e opressivo.-evantou<se assim que os dois se apro"imaram da maca.

Richard apertou<lhe o ombro num gesto de simpatia.

? %omo ele est3K ? cochichou.

? 81o sei ? a mulher respondeu, parecendo desamparada. ? Acho que n1omelhorou nem piorou.

Olívia abeirou<se da maca, impressionada com os aparelhos e com a alta dee"press1o no rosto do pai. #ra como se o espírito combativo e voluntarioso j3

houvesse abandonado o corpo doente. 8aquele instante, uma enermeira saiu de tr3sde uma cortina e parou junto da maca, sorrindo para ela.

? P ilha deleK

? )ou.

? )eu pai é muito orte ? a mo0a comentou, removendo a m3scara dc o"ig4nioe observando o rosto do paciente. ? #le est3 respirando sozinho, agora. sso é bomsinal.

? #le vai... icar bomK ? Olívia perguntou, hesitante.

? Ainda é cedo para dizermos alguma coisa, mas muitas pessoas recuperam<sepereitamente de um acidente vascular.

? )e ele viver, icar3 inv3lidoK

? =ode ser que n1o ? a enermeira respondeu. ? *as também pode icar comalguma pequena seqMela.

Olívia assentiu com um sorriso tr4mulo. A mo0a estava querendo conort3<la,mas era diícil imaginar o pai saindo daquela maca, andando sozinho e agindo de

maneira normal. # o que aconteceria, se ele n1o morresse, mas icasse preso a uma

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cadeira de rodasK A invalidez seria pior que a morte para -e" -ambert. # tudo o queacontecesse seria por culpa de Adam!

#la estremeceu, pensando que saíra de um sonho e mergulhara num pesadelo. Apolícia prendera Adam. 7evia e"istir alguma prova contra ele. 8ervosa, rodou no dedo

o anel de sairas e brilhantes que ele lhe dera duas semanas atr3s. -embrou<se do quepensara, com apreens1o atalista, quando ele lhe colocara o anel no anular esquerdo5uma elicidade muito grande dava medo, como se estivesse destinada a n1o durar.

Richard locou<a no bra0o, tirando<a da rele"1o.

? $ai icar mais um poucoK ? indagou. ? -eonora quer ir embora e me pediupara lev3<la.

$ou icar, sim. Obrigada por tudo, Richard. 2uando icou sozinha, sentou<se nacadeira e dei"ou que novas l3grimas escorressem por seu rosto. =ouca dieren0a aria,se icasse junto de -e", ou n1o. #le n1o percebia sua presen0a. *as precisava icarsozinha, para tentar compreender o caos em que se transormara sua vida. 9ma or0acruel esacelara seus sonhos de amor e elicidade, dei"ando<a perdida.

2uando Richard voltou, horas depois, Olívia continuava sentada na cadeiradesconort3vel, sentindo<se um zumbi.

? 2uer ir para casa agora, OlíviaK

? 2uero, sim.

7ei"ou que ele a guiasse pelo labirinto de corredores e escadas, até que saíramno p3tio de estacionamento.

Richard ajudou<a a entrar no carro e sentou<se atr3s do volante.

? O advogado de Adam alou comigo ? anunciou, quando rodavamvagarosamente pela alameda dc saída.

? O que ele disseK ? Olívia perguntou, ansiosa e incapaz de reprimir uma ondade esperan0a.

? $ai tentar libert3<lo sob ian0a, amanh1 de manh1, mas acha que a promotoriavai contestar o pedido.

? Onde ele est3, RichardK ? ela perguntou num murmLrio. ? )er3 que medei"ar1o v4<loK

? 8o momento, n1o ? ele respondeu. ? /alvez daqui um dia ou dois...

? Acha que Adam é culpadoK ? ela perguntou, sentindo que era e"tremamenteimportante que outra pessoa acreditasse na inoc4ncia dele.

? 81o sei, Olívia. /emos de esperar até que se saiba mais alguma coisa, antes

de e"ternar uma opini1o.? %laro.

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Adam tinha de ser inocente. As autoridades acabariam por descobrir o engano eo libertariam.

*as isso n1o aconteceu. #la poderia ler ido à audi4ncia preliminar, mas n1oencontrou coragem. 81o suportaria ver Adam entre dois policiais, como um criminoso

vulgar, sem ter um ataque de nervos cm pleno tribunal.Richard oi, porém. 2uando a procurou, na casa dela, tinha uma e"press1o grave

no rosto. Olívia esriou de medo, ao v4<lo.

? %omo oi a audi4nciaK ? perguntou num io de voz, percebendo que elerelutava em alar.

? 8ada bem, inelizmente.

? U3 provas contra eleK

? /estemunhas viram o carro de Adam nas redondezas da casa de onde o vasooi roubado.

? *as e"istem muitos carros iguais ao dele!

? As marcas dei"adas no ch1o conerem com as ranhuras dos pneus doautomJvel de Adam.

Adam escreveu<lhe da pris1o da cidade, onde ora recolhido provisoriamente.Olívia sentiu<se doente ao abrir o envelope grosseiro c retirar a olha de papel brancocom o carimbo do diretor do presídio. #ra uma carta muito curta, em que Adamsimplesmente declarava<se inocente e implorava que ela osse visit3<lo.

#la icou indecisa. #le podia estar dizendo a verdade, o que signiicaria que aXusti0a cometera um erro. =ouco prov3vel, porém. 81o havia uma e"plica01o plausívelpara o ato de o carro dele ter sido visto no local do crime. Além disso, o vaso oraencontrado num dos engradados da empresa, pronto para ser enviadoclandestinamente para o e"terior.

Richard oi jantar com ela e -eonora naquela noite. Olívia alou<lhe da carta etornou a e"pressar suas dLvidas a respeito da culpa de Adam.

? O carro dele oi sozinho até o localK ? perguntou a madrasta, com ironia.

Richard pousou o garo e limpou os l3bios com o guardanapo, parecendopensativo.

? =ensei na hipJtese de os ladrNes terem roubado o carro e depois devolvido,mas a polícia disse que era impossível.

-eonora riu.

? %laro que é impossível. Os ladrNes puseram o carro na garagem, trancaram a

porta e devolveram as chaves ao chaveiro de AdamK? # se alguém quis incrimin3<lo deliberadamenteK ? Olívia opinou.

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? 2uemK ? a madrasta replicou, com desdém. ? Acho que Adam ; meio louco equis divertir<se brincando de ladr1o.

? =ode ser que ele tenha algum inimigo ? Olívia insistiu. -eonora torceu osl3bios, cética.

? %onhece alguém que iria a tal e"tremos para atingi<loK sso sJ acontece emilmes, menina. O que acha, RichardK

? Acho que todos temos desaetos, mas concordo em que a hipJtese devingan0a seja ant3stica demais.

? P isso! ? a mulher e"clamou, triunante. ? =essoalmente, n1o duvido da culpade Adam. 8unca gostei de seus modos charmosos, de mo0o bonzinho. =uro ingimento.)J meu marido oi incapaz de perceber que ele n1o era boa coisa. -e" o adorava, n1osei por qu4.

? Adam sempre oi bom para papai! ? Olívia reagiu.

? %laro! /inha interesse em agradar -e", de olho na presid4ncia.

? 81o! #le...

? $oc4 é muito jovem, garota, e muito boba ? a madrasta declarou. ? Adam émais esperto que uma raposa e enrolou até mesmo seu pai. -e" icou radiante com aideia de t4<lo como genro. Acreditou na histJria dc amor e...

? Adam me ama! ? Olívia gritou, desesperada.

? 81o creio ? a mulher contrariou. ? #le ama o poder. /alvez viesse a ser opresidente da empresa, mas n1o podia estar muito seguro, relendo apenas um ter0odas a0Nes. =recisava do seu ter0o, também.

)entindo<se mal, com a impress1o de que garras dc a0o lhe apertavam agarganta, Olívia pediu licen0a e dei"ou a mesa. %orreu cegamente para o pavilh1ochin4s e dei"ou<se cair numa chaise<longue, chorando. A venda caía<lhe dos olhos, porim. Iora uma estLpida, uma completa idiota. %omo pudera pensar que Adam seapai"onaria por uma mocinha tola e ine"periente que ainda nem saíra da escolaK

Adam tivera namoradas lindas, mulheres vividas c soisticadas, perto dc quem abeleza juvenil de Olívia se apagava. )e nenhuma daquelas mulheres ora capaz deprende<lo, azendo<o apai"onar<se, como pudera ela acreditar que ora capaz de tala0anhaK 81o ora Olívia -ambert que conquistara Adam, mas a parte de a0Nes queherdaria com a morte de -e".

Richard encontrou<a no pavilh1o, debulhada em l3grimas. #la levantou<se e quisugir, mas ele prendeu<a nos bra0os, murmurando palavras de carinho e consolo.

? )olte<me ? ela e"igiu, mas sem energia para livrar<se do abra0o.

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? 81o até que se acalme. 81o chore, Olívia. /enho certeza de que -eonora est3errada. Adam ama voc4.

? 81o. -eonora tem e"peri4ncia e viu o que eu até agora n1o quis en"ergar ?ela admitiu entre l3grimas. ? )ou uma imbecil, Richard. 9ma burra!

? 81o é nada disso. =are de chorar, simK $ai icar doente, se continuar a semartirizar dessa orma.

? 2uero icar doente! 2uero morrer!

? =ense em seu pai, Olívia.

%om uma aguilhoada de culpa, ela lembrou<se do estado crítico de -e". #n"ugouas l3grimas, raivosamente. Ainal, ora por causa de Adam que o pai sorera oderrame. Adam, inconseqMente e mau, espalhara sorimento entre todos os que haviam

coniado nele.? -eonora tem raz1o. Adam é louco. # ladr1o. Richard suspirou.

? 81o podemos ter tanta certeza de sua culpa.

? 8em de sua inoc4ncia ? ela replicou, saindo do pavilh1o. Alguns dias depoischegou a segunda carta de Adam. Olívia jogou<a

no li"o, sem abrir.

-e" era resistente e sobreviveu. Ioi retirado da unidade de terapia intensiva e

levado para um apartamento do hospital. #ntretanto, a recupera01o era lenta. Assemanas passavam e ele lutava contra as limita0Nes ísicas impostas pela doen0a.Ialava mal, icara com o rosto repu"ado de um lado e perdera o movimento do bra0oesquerdo.

9m dia, Olívia entrou em casa, voltando de uma visita que izera a ele, quando oteleone tocou. Atendeu, apavorada com a ideia de que o pai pudesse ter tido umarecaída repentina.

? Al.

? Al, anjo. %omo vaiK#la dominou a onda de emo0Nes desencontradas que a envolveu, decidida a

trat3<lo com rieza.

? oa tarde, Adam.

? %omo est3 seu paiK ? ele perguntou era tom preocupado, que n1o a enganoude maneira alguma.

? #st3 se recuperando, obrigada.

Adam icou alguns segundos em sil4ncio, dei"ando<a perceber que se espantaracom seu tom rio.

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? Recebeu minhas cartas, OlíviaK ? indagou inalmente.

? Recebi.

? -eu<asK

? )J a primeira. A outra, joguei ora sem ler.? $oc4 n1o me julga um ladr1o, n1o é, queridaK

? #u... preiro n1o alar com voc4, Adam ? ela replicou, sentindo um aperto nocora01o.

? =or avor, meu anjo, escute...

#la ps o teleone no gancho antes que ele conseguisse eneiti03<la com aquelavoz morna e tocada de sinceridade. )abia que se lhe desse ouvidos, ele seria capaz deconvenc4<la de qualquer coisa, até mesmo e que a /erra era plana e a lua um enormequeijo. %omo a convencera dc que a amava.

7epois daquele teleonema ele n1o ez mais nenhuma tentativa de entrar emcontato com ela. Olívia n1o sabia se devia icar aliviada ou desapontada. /udo o queconseguia compreender era que mergulhara num po0o de sorimento, do qual n1o podiasair.

*as o tempo oi passando e a dor come0ou a diminuir. 2uatro meses depois, nodia do julgamento, ela sentia<se bastante orte para assisti<lo. =or algum motivo,achava que devia estar l3, ouvir tudo o que osse dito, para banir de uma vez por todasqualquer dLvida que ainda pudesse ter.

Assim num dia gelado de janeiro, tr4s semanas depois do 8atal, ela se sentou naLltima ileira da sala de julgamentos, ao lado de Richard. Ouviu os argumentos daacusa01o, que apresentou provas de ineg3vel precis1o. 2uando a deesa tentou reut3<las, o resultado oi lament3vel. 81o conseguiu persuadir o jLri da inoc4ncia de Adam eo veredicto oi unQnime. %ulpado.

Adam levantou<se, algemado a um policial, para ouvir o juiz. 81o inclinou acabe0a, como seria de esperar de um condenado. #ncarou o magistrado com arrogQncia

e n1o reagiu quando ouviu a senten0a5 tr4s anos!9m murmLrio percorreu a assist4ncia e Richard inclinou<se para Olívia.

? =egou pouco tempo ? comentou num cochicho. ? Réu prim3rio. /er3 direito arecorrer e pedir livramento condicional. )uponho que icar3 um ano, mais ou menos, nacadeia.

Olívia sentiu os olhos encherem<se de l3grimas. 9m ano passava depressa,quando uma pessoa estava em liberdade. *as no coninamento dc uma cela, deverialevar uma eternidade para acabar.

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8o instante em que os guardas o levavam para ora da sala, Adam olhou para aassist4ncia, procurando alguém. %ravou os olhos em Olívia, quando a viu, e ela achouque o cora01o ia parar de bater. )e os olhos eram o espelho da alma, ent1o Adamperdera a sua. 81o havia nada naquele olhar que j3 a itara com tanta ternura, um dia.

Olívia chorava sem controle, quando emergiu de tantas e dolorosas recorda0Nes.Iora uma tortura rever todos os momentos de agonia que conhecera por causa deAdam. *as sJ lembrando o que sorera icaria imune à inlu4ncia que ele tentavae"ercer sobre ela.

O eeito, porém, ora inesperado. $oltando ao passado, vira<se obrigada aadmitir que nunca dei"ara de amar Adam. 81o adiantava lutar contra a verdadegravada em seu cora01o. O amor icara em estado latente durante todos aqueles anosde separa01o. rasa oculta pelas cinzas, mas nunca e"tinta.

/odo seu uturo mudava com o reconhecimento de que nunca dei"aria de amarAdam. sso, porém, n1o signiicava que ela o dei"aria seduzi<la, usando<a comoinstrumento para erir Richard.

O pensamento i"ou<se na cena espantosa a que assistira naquela noite. =areciamentira que vira o noivo numa mesa de jogo. /alvez houvesse muitas coisas que ela n1osabia sobre ele.

%om um movimento enérgico, sacudiu a cabe0a, augentando a ideia insidiosa.#ssa era justamente a inten01o de Adam5 plantar a suspeita c a dLvida em sua mente.

*as ela a rustraria.%onversaria civilizadamente com o noivo e... *as como abordaria o assuntoK 81o

podia conessar que o estivera espionando, mesmo contra a vontade. /eria deencontrar uma maneira de discutir o assunto com Richard. )J assim retiraria o venenoque Adam instilara em seu íntimo.

Ialtava uma semana para o casamento. /empo curto demais. #la e"perimentounovamente a sensa01o de encontrar<se num carrossel enlouquecido. /udo passava porela em velocidade vertiginosa, impedindo<a de interromper a ciranda. /alvez devesse

adiar o casamento. sso, porém, magoaria Richard proundamente c de certo mododaria a vitJria a Adam.

*as seria certo casar<se com um homem, amando outroK *esmo que osse umamor sem esperan0a de realiza01oK # por que n1oK *erecia um pouco de paz, se n1o deelicidade. Richard era bom, compreensivo, nada prepotente. )eria justo n1o poderoerecer<lhe amorK /alvez n1o, mas para compens3<lo, ela seria uma boa esposa, leal ecarinhosa.

#m algum lugar uma coruja piou. 7evia ser muito tarde. O ar rio atravessara o

tecido ino da roupa, dei"ando<a enregelada.-evantou<se, meio zonza, e saiu do pavilh1o, rumando para a casa às escuras.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

7espertou na manh1 seguinte, surpresa ao descobrir que dormiraproundamente, o que n1o acontecia havia semanas. A e"aust1o emocional anocauteara. O dia estava lindo e ela decidiu que sairia para uma cavalada. Welly, a éguaparda, gostaria de um passeio pelas colinas, depois de tantos dias em que icara

esquecida.As 3rvores come0avam a mudar de cor, prenunciando o outono, e a brisa j3 era

ria. #ra uma época que Olívia adorava. %ontudo, naquele dia n1o rela"ava com a vis1odo vale banhado de sol. /ensa, achava que a qualquer instante ouviria o som dos cascosde outro animal, correndo em sua persegui01o. Olhava para tr3s repetidamente,temendo ver Adam montado em seu garanh1o preto.

#le n1o apareceu, mas quando ela voltava para o est3bulo, viu o carro de Richardentrando na alameda. Assim que tirou os arreios da égua e entregou<a ao jardineiro,

que também trabalhava como cavalari0o, saiu da cocheira, vendo que o noivo caminhavaao seu encontro.

? Oi ? cumprimentou sem entusiasmo. ? 81o esperava v4<lo neste im desemana.

#le abriu o sorriso largo e sincero que lhe dava um ar de garoto.

? #stou cabulando o trabalho ? admitiu, come0ando a andar ao lado dela. ?Achei que podíamos sair para almo0ar em algum restaurante aastado da cidade.

? )eria Jtimo ? ela aceitou, sorrindo mecanicamente. ? /rabalhou ale muito

tarde, ontem à noiteK? 81o. s dez horas n1o agMentei mais e parei. =ensei em ir até a casa de

Ielicity, mas depois decidi que j3 era tarde. #, se osse, n1o seria boa companhia.#stava cansado e tenso.

? O que ez para espairecerK

? Iui até um clube em 8ottingham. 81o é um lugar aonde eu pudesse lev3<la,querida.

9ma onda de alívio a invadiu. Richard estava lhe contando com a maiornaturalidade que ora divertir<se num lugar n1o apropriado para mulheres. )e tivessealgo a esconder, mentiria, inventando qualquer coisa.

? =or que n1o poderia me levarK ? ela perguntou com um sorriso provocador.

#le riu e passou<lhe um bra0o pelos ombros.

? $oc4 icaria horrorizada. P um lugar de jogo, bebida e mulheres seminuasandando entre as mesas.

? P mesmoK ? ela replicou, adorando desempenhar o papel de mulhere"periente e imperturb3vel. ? =arece divertido.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? /alvez um dia eu a leve até l3 ? ele prometeu, tomando a rir. ? # ospreparativos para o casamento, OlíviaK $oc4 e -eonora deram conta de tudoK #uqueria ler participado mais, mas sabe como tenho andado ocupado.

#la hesitou, ainda perturbada pelo dilema em que se encontrara na noite

anterior, descobrindo que jamais dei"ara de amar Adam. ai"ou os olhos, receandoque o noivo visse a verdade.

? Olívia... ? ele chamou bai"inho. ? Aconteceu alguma coisaK #la n1orespondeu, sem saber o que dizer.

? O problema é Adam, n1o éK ? ele indagou, parando e pu"ando<a de encontroao corpo. ? /ive medo de que isso acontecesse desde o momento em que ele apareceu,no dia do enterro dc seu pai. $oc4... $oc4 ainda o amaK

Olívia itou<o, mortiicada com o tom de tristeza que detectara em sua voz.

? 81... n1o sei ? gaguejou, incapaz de ser completamente sincera. Richardapertou<a contra o peito, num gesto possessivo.

? )abe que amo voc4, n1o ;, queridaK ? murmurou. ? /anto que, se tivessecerteza de que Adam a aria eliz, eu me aastaria. *as ele nem sequer gosta de voc4.

? #u sei ? ela conseguiu dizer. ? *as...

? 81o est3 pensando em me abandonar, est3, OlíviaK ? ele perguntou alito,olhando<a quase com desespero. ? =or avor, querida. 81o pe0o nada em troca. )J

desejo dar<lhe amor e a elicidade que voc4 merece.? *as eu amo voc4, Richard! ? ela declarou, querendo enganar<se para ugir da

conus1o cm seu íntimo.

#le sorriu, radiante.

? 81o pensou em cancelar o casamento, ent1oK

? 81o.

? Oh, meu amor! ? ele e"clamou, abra0ando<a com or0a. ? 2uase morri de

preocupa01o, achando que voc4 n1o me queria mais.Olívia entregou<se ao abra0o, sentindo<se em paz. /omara a diícil decis1o inal.

81o podia erir Richard, depois de tudo o que izera por ela naqueles anos. #le n1omerecia sorer.

#la seria uma boa companheira e m1e de seus ilhos. Acabaria por esquecerAdam, que quase a destruíra, uma vez.

? Olívia, gostaria que voc4 aceitasse uma sugest1o ? o noivo disse depois dealguns instantes.

#la itou<o, curiosa.

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? 2ue sugest1oK

? =ode achar que estou sendo antasioso, mas algo me diz que Adam ar3 tudoo que puder para impedir nosso casamento. 2uero que voc4 tenha um guarda<costas.

#la icou boquiaberta de espanto.

? 9m guarda<costasK!

2ue estranha ironia! Richard insinuava que Adam poderia atentar contra suaseguran0a. 8a noite anterior, Adam o acusara de ser um elemento perigoso. #ra umaverdadeira loucura, mas um abismo de Jdio abrira<se entre os dois, que j3 haviam sidot1o grandes amigos.

? )J até o casamento ? o noivo persistiu. ? 7epois que ormos marido emulher, Adam nos dei"ar3 em paz. *as até l3, quero icar sossegado, sabendo que

voc4 est3 protegida.#la hesitou. )abia que n1o precisava de prote01o, mas se osse para Richard

sentir<se melhor...

? #st3 bem ? concordou por im. ? *as e voc4K /ambém andar3 acompanhadopor um guarda<costasK )e Adam estiver planejando atacar um de nJs dois, é maisprov3vel que escolha voc4.

O noivo riu e beijou<a na ponta do nariz.

? 81o precisa preocupar<se comigo, querida. )ei me cuidar.

CA./+2 :333

Olívia olhou<se uma Lltima vez no espelho de corpo inteiro, montado no antigo

suporte de carvalho, que sempre izera parte da decora01o de seu quarto. O grandedia chegara, inalmente, e dentro de uma hora ela j3 seria a )ra. Richard )impson.

/odo mundo j3 saíra para a igreja5 as damas de honra, cinco lindas meninas emvestidos de organdi rosa, arrastando o pajem relutante, um garotinho que parecia umquerubim\ -eonora, num vestido e"clusivo, elegantíssimo, em tons de azul, e chapéu deaba larga\ Heorgina, e"travagante, mas n1o muito, num traje pLrpura complementadopor acessJrios da mesma cor.

Olívia icara sozinha com a modista, que ora vesti<la. #nquanto a mulher

ajeitava as an3guas sob a saia rodada do vestido de noiva, ela pensou em todas aspessoas que se reuniriam para assistir a seu casamento. #staria cercada de parentes e

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amigos, gente que, de uma maneira ou de outra, aziam parte de sua vida. Ialtaria...Adam.

#ra perturbador perceber que n1o conseguia parar de pensar nele. *as n1o ovira mais, desde a noite em que ele a levara ao clube de jogo. Ainal, a ideia que

Richard tivera de contratar um guarda<costas para acompanh3<la ora boa. Adam n1oousara causar<lhe mais nenhum incmodo.

8o entanto, ela estava quase certa de que ele a seguira de longe, cm muitasocasiNes. 8o ensaio para a cerimnia religiosa, por e"emplo, olhara para o balc1o docoro e tivera a impress1o de v4<lo, meio escondido nas sombras. 81o comentara nadacom ninguém, receando provocar um escQndalo.

? =ronto ? a costureira anunciou, levantando<se do ch1o, onde ajoelhara paraarrumar as saias sobrepostas de voile. ? $oc4 est3 linda.

Olívia teve de concordar. O vestido era muito bonito, de modelo tradicional,com decote princesa, rodeado por pérolas minLsculas. O véu longo era preso no alto dacabe0a por uma tiara de pérolas e o buqu4, colocado sobre a cama, era de rosasnaturais, brancas e rosadas.

#ra inevit3vel que pensasse no outro vestido de noiva, o que nunca chegara ausar. O que acontecera com eleK #stranho, mas nunca pensara nisso. =rovavelmenteora vendido a outra noiva. -eonora jamais desperdi0ava o que quer que osse e deviater providenciado para que a )ra. Xames o vendesse.

# l3 eslava ela, toda de branco, muito bonita e serena. *as se alguém a ilasseproundamente nos olhos, veria o tumulto de suas emo0Nes.

? )eu tio j3 deve estar impaciente, esperando l3 embai"o ? a modistalembrou<a.

/io Herald, o Lnico irm1o vivo de seu pai, a levaria ao altar e ora busc3<la comum Rolls<Royce branco que alugara para a grande ocasi1o.

? X3 vou descer ? Olívia respondeu. ? =oderia me dei"ar a sJs um minuto, poravorK

? 8aturalmente ? a mulher concedeu, juntando os apetrechos que espalharapelo quarto.

)aiu do quarto c Olívia abeirou<se da janela, olhando para o jardim, banhadopelo sol da manh1. *esas preparadas para a esta espalhavam<se no gramado,protegidas por toldos de lona listrada de azul e branco. )eu casamento... =or que n1oestava elizK =or que a sensa01o horrível de que estava cometendo uma loucuraK 81oseria injusti0a casar<se com Richard, sabendo que amava AdamK Ainda estava emtempo de...

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? Olívia! ? o tio chamou, do corredor. Obviamente se cansara de esperar nosal1o. ? O que est3 acontecendoK $amos nos atrasar e Richard icar3 preocupado.

%om um arrepio, ela reconheceu que dei"ara a arsa ir longe demais. X3 eratarde para arrependimentos. )eria cruel dei"ar Richard esperando inutilmente na

igreja, diante de toda a congrega01o. #la n1o podia humilh3<lo daquela orma. $oltoupara a rente do espelho, olhando<se com severidade. =rometera a si mesma que ariaRichard eliz e n1o quebraria a promessa, enquanto vivesse. /alvez, com o tempo,pudesse sentir mais que amizade pelo marido, recompensando<o por sua bondade eamor.

? Olívia! ? o /io tornou a chamar, aparecendo na porta do quarto.

? X3 vou ? ela respondeu com um sorriso, pegando o buqu4 com uma das m1os esegurando a cauda do vestido com a outra.

Herald sorriu com l3grimas nos olhos, ao v4<la.? $oc4 est3 linda, minha ilha. O pobre -e" icaria muito orgulhoso, se a visse.

? =ode ser que ele esteja me vendo tio ? ela murmurou. ? 2uem sabeK

)e n1o osse pelo que Adam izera, -e" n1o teria icado doente e talvez aindaestivesse vivo para acompanh3<la ao altar, Olívia reletiu com amargura. #ssepensamento lhe daria coragem, impedindo<a de raquejar no Lltimo instante. 8umimpulso, beijou o rosto do tio e acompanhou<o escadas abai"o.

? #squeci o charuto aceso no sal1o ? ele lembrou<se, quando chegaram aoLltimo degrau. %orreu para apag3<lo e quando voltou, piscou com ar cLmplice paraOlívia. ? -eonora vai ter um ataque quando sentir o cheiro.

Olívia riu, sentindo<se mais descontraída. 7eu<lhe o bra0o e os dois saíram dacasa.

Olívia, ent1o, viu o Rolls<Royce todo eneitado com itas brancas de cetim. Omotorista ardado os esperava, j3 acomodado no assento, c a costureira mantinha aporta de tr3s aberta.

/io Herald ajudou<a a entrar e ela acomodou<se cuidadosamente, arrumando assaias esvoa0antes no assento.

? 81o v3 amassar o véu ? recomendou a modista, que esperara para v4<lapartir. ? =e0a a alguém para ajeit3<lo, antes de entrar na igreja.

? #st3 bem, obrigada ? Olívia agradeceu, sorrindo.

Herald echou a porta e deu a volta no carro para entrar pelo outro lado. Olíviaechou os olhos, concentrando<se em si mesma. #stava indo ao encontro de Richardpara casar<se com ele. A cerimnia terminaria em menos de meia hora e ent1o...

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Abriu >E olhos, assustada, quando o carro saiu em disparada, azendo os pneusguincharem no cascalho. /io Herald oi dei"ado para tr3s, boquiaberto de espanto.

Olívia, ent1o, olhou para o espelho retrovisor e seus olhos encontraram<se comos do motorista. Olhos escuros, sorridentes e triunantes.

? Oi, anjo.

? 2ue voc4 est3 azendoK ? ela gritou, uriosa. ? =are j3!

? 7esculpe se estou sendo dram3tico demais, querida, mas avisei que n1o adei"aria casar<se com Richard.

? $oc4 est3 louco! =are! 7ei"e<me descer!

2uando ele diminuiu a velocidade para azer a curva, saindo da alameda emdire01o à estrada, Olívia agarrou a ma0aneta da porta, tentando abri<la. Ioi inLtil.

? 8em pense em atirar<se para ora, meu anjo ? ele aconselhou. ? As portasest1o trancadas.

#la encolheu<se, procurando dominar o pQnico. Adam enlouqueceracompletamente. Richard a avisara de que ele poderia ser perigoso, mas n1o acreditara.)em alternativa, decidiu que precisava manter a calma. #stava sendo seqMestrada porum demente, um homem dominado pelo desejo de vingan0a. 7e que desejava vingar<seera algo que ela n1o compreendia, mas um doente mental n1o necessitava de motivos.

Adam tirou o boné de motorista. O disarce a enganara pereitamente. Acharaestranho que o homem ao volante n1o saísse do carro, quando ela aparecera comHerald, mas n1o dera importQncia ao ato.

? )ou obrigada a reconhecer que oi muito esperto ? observou em tom 3spero.? =ode me dizer como conseguiu icar no lugar do motoristaK )ubornou<o ou odesacordou com um socoK

Adam riu.

? 8ada t1o dr3stico. /eleonei à locadora de carros e inormei que houverauma ligeira mudan0a nos planos. =edi que mandassem o carro diretamente para c3,vinte minutos depois do hor3rio previamente combinado, sem passar pela casa de seutio.

8isso, um Rolls<Royce branco passou por eles indo no sentido contr3rio. Iitasbrancas dc cetim esvoa0avam ao vento. Olívia acenou, tentando chamar a aten01o domotorista do outro carro, mas j3 era tarde demais. Irustrada, recostou<se no assento,mordendo o l3bio para n1o chorar.

? )into muito que tenha de ser assim, meu anjo ? Adam observou, olhandorapidamente para tr3s com um sorriso provocante. ? *as n1o pude chegar perto devoc4, depois que seu noivinho a colocou sob a guarda daqueles capangas. #ram quatro,

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n1oK /rabalhando em turnos de seis horas. Richard é muito cuidadoso com objetos devalor.

? #le n1o me considera um objeto.

? 81oK /udo bem. sso n1o az a menor dieren0a, agora. O que importa é queele icar3 à espera da linda noiva, no altar, até descobrir que ela o chutou. )er3 opalha0o do ano.

? Odeio voc4! ? ela semeou, por entre os dentes. ? *as n1o sair3 impune. )er3condenado por seqMestro e icar3 preso por muito tempo. # sabe o que vou azerK reivisit3<lo na cadeia, sJ para rir de voc4.

#le meneou a cabe0a, olhando<a pelo espelho com ar divertido.

? 81o vou ser preso, querida. 2uando a polícia nos alcan0ar, voc4 ser3 a

primeira a dizer<lhes que oi tudo um mal<entendido e que eu n1o a seqMestrei.? )J um louco pode acreditar num absurdo desse ? ela replicou, virando o

rosto para olhar pela janela.

Adam sara da estrada principal e seguia por um caminho secund3rio, semnenhum movimento. =ara onde a estaria levandoK #la olhou em volta, procurando umponto de reer4ncia que lhe permitisse reconhecer o lugar. *as a estradinha eraladeada por cercas<vivas, muito altas, que n1o dei"avam ver coisa alguma.

=or im, ele entrou por uma vereda e parou no meio de um grupo de 3rvores

antigas e rondosas. )urpresa, Olívia viu um enorme reboque, odo echado, daquelesusados para transportar cavalos. %om espanto crescente, observou Adam descer docarro e abrir a porta traseira do reboque. 81o havia cavalos, mas apenas duas grandespranchas de madeira que ele inclinou para o ch1o, ormando uma ponte de embarque.7epois, voltou para o carro e com ininito cuidado levou<o pelas pranchas ate ointerior do reboque.

? =ronto ? e"clamou, virando<se para Olívia com um sorriso travesso. ? Iiquequietinha e n1o se preocupe. 81o estamos longe do nosso destino.

#la virou o rosto e empinou o nariz, cheia de altivez. Adam riu e abriu a porta docarro o m3"imo que pde, mas mesmo assim era uma abertura muito estreita. %om ocanto dos olhos, Olívia viu<o espremer<se para sair. Ouviu<o saltar para o ch1o,recolocar as pranchas no interior do reboque e echar a porta. $iu<se, ent1o,mergulhada em escurid1o quase completa.

nstantes depois, o carro que pu"ava o reboque come0ou a uncionar e Olíviasentiu que estavam rodando. =ara onde, sJ Adam sabia. #la se tomara uma prisioneira,sem esperan0a de ser salva. 2uem suspeitaria de um inocente veículo transportadorde cavalosK 8inguém imaginaria que levava um Rolls<Royce e uma noiva em trajes

nupciais. 9ma noiva raptada! )itua01o digna do mais mirabolante romance! *as era a

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mais terrível realidade. 8um gesto de raiva, Olívia arrancou o véu e atirou<o noassento, a seu lado.

#ra or0ada a reconhecer a intelig4ncia do plano que Adam punha cm pr3ticacom tanta serenidade. sso, porém, n1o devia causar admira01o. #le era e"periente cm

aventuras criminosas.*as para onde planejava lev3<laK %ontando com a possibilidade de poder

escapar, ela tentava memorizar todas as curvas, retas, aclives e declives, para quepudesse encontrar o caminho de volta. 7esistiu, depois de algum tempo. )em ver aestrada, tomava<se impossível manter o senso de dire01o.

=ensou em Richard e no que ele deveria estar passando. /io Herald certamenteligara para a igreja no mesmo instante e o noivo chamara a polícia. UaveriahelicJpteros sobrevoando a regi1o, bloqueios nas estradas, e todos os veículos seriam

revistados.O que Adam aria, se o mandassem pararK #sperto e carism3tico como era,

talvez conseguisse blear, passando pelos policiais sem ser molestado. 81o. Richard eos outros sabiam que ela ora raptada por Adam e a polícia j3 devia ter distribuídootos entre os patrulheiros. #le seria reconhecido c preso.

Adam voltaria para a pris1o. Olívia sentiu um aperto doloroso no perto aoimagin3<lo trancaiado e condenado a uma condi01o indigna. #la n1o devia importar<secom isso, mas de alguma orma n1o conseguia desejar<lhe mal. 8em icar com medo

dele. 8o undo do cora01o, sabia que ele jamais a maltrataria.A viagem terminou muito mais depressa do que ela esperara. O carro que pu"ava

o reboque parou e ela ouviu Adam descer, dei"ando o motor ligado. *omentos depoisele tomou a subir no carro e, pela mudan0a no som, Olívia percebeu que entravam numagaragem.

Iicou tensa quando Adam entrou no reboque. Aquela podia ser sua Lltima chancede ugir. 2uando descesse do carro... *as, para sua decep01o, viu que ele echara aporta da garagem. #la olhou pelo vidro de tr3s, vendo que se encontravam mesmo numa

garagem, grande o bastante para abrigar tr4s carros e o reboque. O Aston cinzaestava l3. 9ma lQmpada sem quebra<luz pendurava<se do teto, e havia uma bancada dcoicina encostada na parede.

Adam abriu a porta do carro branco e pegou<a pelo pulso.

? $amos descer ? ordenou.

? X3 vou ? ela reagiu, pu"ando o bra0o para livrar<se. ? 81o precisa ser bruto.

#le deu uma gargalhada.

? #st3 bem, madame. 2uer azer o grande avor de sair desse canoK

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Ioi com diiculdade que Olívia desembarcou, porque a porta do Rolls<Royce n1oabria completamente, no espa0o e"íguo do reboque. )entiu<se ridícula ao saltar para och1o, segurando a cauda do vestido. 7e sLbito, ouviu o ruído de tecido rasgando. Abarra do traje se prendera num gancho e o pano se rompera. Iicou olhando o estrago,

horrorizada. #nt1o, quase deu uma gargalhada, à beira da histeria. 81o aria nenhumadieren0a se o vestido icasse em trapos. 81o haveria mais casamento. #la nem sequersabia se alguém tomaria a v4<la viva.

%om um pu"1o raivoso, soltou o tecido e olhou em volta. 8um dos cantos, umaescada sem corrim1o subia ao andar superior. 9ma garagem com aposentos em cima,para um motorista, ela calculou. #ra evidente que tudo aquilo azia parte de uma casagrande, de gente abastada. *as de quemK

%om um gesto galante, Adam indicou<lhe que subisse a escada, #la obedeceu e

encontrou<se num quarto espa0oso que, apesar da mobília barata e desparelhada, erabastante conort3vel. 8um dos cantos havia uma espécie de cozinha, com pia e umpequeno og1o. Olívia viu um aparelho de televis1o, duas poltronas e uma cama decasal, de pinho, coberta por um acolchoado de retalhos.

#stacou, olhando para a cama com certo pQnico.

? )into muito, anjo, mas agora terei de amarr3<la ? Adam inormou, entrandoatr3s dela. ? $ou precisar me ausentar e n1o quero que uja.

Olívia encarou<o, tentando descobrir se ele alava sério. 7escobriu que sim,

quando ele pegou<lhe as m1os c amarrou<as nas costas com um len0o de pesco0o.7epois, ele atou<lhe os pés com outro len0o c amorda0ou<a com uma echarpe.%ertiicou<se de que ela n1o conseguiria livrar<se, nem gritar por socorro, e ergueu<ado ch1o, levando<a para a cama.

#la itou<o nos olhos, imaginando o que ele planejava azer. 2uaisquer queossem suas inten0Nes, estaria sem deesa, amarrada daquele jeito.

7eitada sobre as m1os atadas, ela parecia oerecer<se, e percebia que os seioscomprimiam<se contra a rente do vestido a cada movimento da respira01o agitada.

Adam olhava i"amente para seu peito e ela oi envolvida por uma onda de calor, comose ele a acariciasse.

? Anjo... ? ele murmurou, sentando<se na beirada da cama e aagando<lhe orosto. ? 81o tenha medo. )abe que eu nunca lhe aria mal, n1o sabeK /ive de azer oque iz, para seu bem e para o meu também.

Os olhos castanhos a atraíam e ela mergulhou neles, esquecendo<se dc que oraraptada no dia do casamento. Iantasiou, imaginando que ela e Adam eram amantes eque ele a levara para um lugar isolado, onde viveriam juntos e elizes, para sempre.

#nt1o, oi como se algo dentro dela se partisse. Iazia muitos anos que amavaAdam. -utara para esquecer esse amor, para resistir ao apelo do corpo e da alma, que

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a impeliam para ele. 81o podia mais lutar. )e pelo menos ele a seqMestrasse por amor,e n1o para vingar<se de Richard, ela seria a mais eliz das mulheres. )e Adam aamasse, ela o seguiria ate os conins da terra. $iveria com ele na pobreza. Iariaqualquer coisa para n1o perd4<lo.

%omo se lesse seus pensamentos, Adam sorriu com ternura.? #u n1o podia dei"ar que se casasse com Richard ?justiicou<se. ? )ua vida

correria perigo, se voc4 se tornasse mulher dele. )ei que n1o acredita em mim agora,mas muito em breve lhe darei provas.

ncapaz de responder, ela apenas itou<o, procurando um tra0o de amor nosolhos castanhos.

Adam inclinou<se c beijou<a levemente na testa.

? =reciso sair, meu anjo. Iicarei ora por duas horas, mais ou menos. *as n1oentre em pQnico. /udo vai acabar bem.

-igou a televis1o, colocada num suporte na parede, e saiu, trancando a porta.

Olívia ouviu<o descer a escada correndo. A porta da garagem abriu<se,guinchando nos trilhos. 7epois, pelo barulho, ela percebeu que ele saía com o reboque.A porta da garagem deslizou outra vez, ruidosamente. *omentos depois, o ronco domotor do carro que pu"ava o reboque perdeu<se na distQncia.

Adam, dissera que sua vida estaria em perigo, se ela se casasse com Richard.

81o podia ser verdade. O noivo a amava, era uma pessoa de bom car3ter. *as haviasinceridade nos olhos de Adam e irmeza em suas palavras. =ela primeira vez, como seuma cortina se abrisse, ela via a possibilidade dc ele estar dizendo a verdade.

)e estivesse, as implica0Nes seriam terríveis. A mente de Olívia desdobrou<se,tecendo hipJteses que a dei"avam desesperada. # se, desde o come0o, seis anos atr3s,tivesse sido Richard a urdir o plano diabJlico de separar os doisK O noivo, ent1o, teriacometido os roubos de obras dc arte e preparado todo o esquema para incriminarAdam. =or amor a elaK 81o. Richard se casaria com ela, sim, mas por ambi01o, paragarantir o controle da empresa em suas m1os.

# ela ora enganada miseravelmente. =arecia incrível, contudo...

%om dezoito anos, ela era ing4nua e a pai"1o que nutria por Adam a ]ornava maisinsegura, mais apta a acreditar em sua trai01o. 81o era um ato que ela achara ummilagre que ele se apai"onasse por ela, quando estava habituado a conquistar mulhereslindas e e"perientesK

Richard percebera essa raqueza, essa brecha em sua adora01o por Adam, eaproveitara<se, iniciando um jogo paciente que durara seis anos! #nquanto se mostrava

arrasado com o crime de Adam e relutante em aceitar sua culpa, induzira<a aacreditar naquela torpeza. 9m jogo inteligente. # cruel.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

Olívia sentiu<se rodopiar num torvelinho de pensamentos conusos. A medidaque e"aminava a possível trama tecida por Richard, via toda a situa01o sob uma luzdierente. O noivo tinha tanta necessidade dc roubar quanto Adam, isto é, nenhuma.*as e quanto a necessidade psicolJgica de ler suas opiniNes acatadas na empresaK

Apesar de inteligente e trabalhador, ora e"cluído do comando. -e" escolhera Adam eo repudiara. Assim, a inveja e a rustra01o teriam sido os motivos de suas a0Nestorpes.

# Adam sempre estivera certo pelo menos num ponto5 para Richard, a empresaera uma obsess1o. O sucesso era sua Lnica meta. =rovavelmente ele acalentara o sonhode aastar Adam desde que os dois come0aram a trabalhar na companhia, depois deormados. #nt1o, Richard soubera que ela se casaria com Adam, e que o poder icariainapelavelmente ora dc seu alcance. 7ei"ara<se dominar pelo desespero e procurarano crime um meio dc tirar os obst3culos de seu caminho.

%onseguindo que Adam osse condenado, passara a cortej3<la. %omo sabia queela jamais o amaria como amara Adam, contentara<se com um aeto tranqMilo,oerecendo<lhe apoio num momento caJtico.

=equeninos detalhes iniltraram<se na mente de Olívia, completando seuraciocínio. =or que, no dia do enterro de seu pai, quando Adam aparecerainesperadamente, Richard dissera que ele voltara para vingar<seK #la estranhara epedira que o noivo se e"plicasse. Richard observara que ninguém podia prever o que sepassava Fnuma mente distorcidaF. Abalada com estava pela emo01o de tomar a ver

Adam depois de tanto tempo, ela aceitara a e"plica01o.8o entanto, o uso da palavra Fvingan0aF ora inadequado. #la sJ podia supor que

o subconsciente de Richard o traíra, revelando a verdade.

%omo Richard teria agido para incriminar Adam e lev3<lo à pris1oK A prova maisimportante ora o carro, visto no local do crime. Adam, porém, airmara nodepoimento que, voltando do clube, pusera o carro na garagem, trancara a porta eentrara em casa. #ntretanto, a porta da garagem n1o ora arrombada, nem haviaindícios de que alguém tivesse eito a liga01o direta no carro. sso aastava a hipJtese

de que os ladrNes dos objetos de arte houvessem roubado o veículo para us3<lo noassalto. 9ma testemunha, porem, airmara ter visto o automJvel em *arVet 7rayton,a setenta e cinco quilmetros de 7erby. O nLmero da placa era o mesmo e as marcasdos pneus encontradas nas pro"imidades da casa assaltada coincidiam com as ranhurasdos pneus do carro de Adam.

8aturalmente, e"istiam muitos carros iguais e havia a possibilidade de placasalsas terem sido usadas. *as e as marcas dos pneusK A menos que... O pensamentoatingiu<a com tanta intensidade que Olívia tentou se levantar da cama, esquecendo<sede que estava amarrada.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

=neus podiam ser trocados! # se Richard alugara um carro igual, alsiicara asplacas de licen0a e, depois do assalto, pensando nas marcas dei"adas, colocara ospneus do carro alugado no de AdamK #ra uma e"plica01o t1o incrivelmente simples queela teria rido, se n1o estivesse amorda0ada.

*as, por outro lado, reletiu cautelosamente, tudo n1o passava de hipJtese./anto poderia ter acontecido o que ela pensara, como n1o. =recisava ser cuidadosa en1o tirar conclusNes apressadas. )ua mente estava muito inclinada a seguir os impulsosdo cora01o.

%ansada de icar na mesma posi01o, come0ou a mover os pulsos presos pelolen0o. Adam a amarrara com irmeza, mas n1o com tanta or0a que pudesse machuc3<la. 7epois dc tentar arou"ar os nJs por alguns minutos, desistiu. /eria de resignar<sea esperar pela volta de Adam.

Olhou para a televis1o e viu que e"ibiam um ilme antigo em branco e preto.9ma comédia com %ary Hrant. Arrastando<se de costas, ela conseguiu sentar<se eapoiar as costas na cabeceira da cama. O ilme a distrairia e o tempo passaria maisdepressa.

)ua situa01o era no mínimo ridícula. -3 eslava ela, amarrada como uma salsicha,assistindo a uma velha comédia romQntica, num quarto estranho, enquanto deveriaestar na esta de seu prJprio casamento.

A polícia certamente continuava a procur3<la, pensou, olhando para a tela do

televisor, mas n1o prestando aten01o. =or onde andaria Adam, e por que escolheraaquele lugar para escond4<laK 7e quem era aquela casaK

O ilme acabou e o notici3rio da tarde entrou no ar. =rimeiro as notíciasnacionais e as internacionais, que n1o a interessaram. #nt1o, as locais, e ela viu oprJprio rosto na tela. *ostravam uma de suas velhas otos e por um instante elapensou tolamente que poderiam ter escolhido uma melhor. Richard apareceu, arrasado,tentando controlar<se para responder às perguntas dos repJrteres que o cercavam.

Olívia observou<o com nova e ria objetividade. A ali01o dele parecia legítima,

mas o que se esconderia por detr3s da m3scara de sorimentoK #staria preocupadocom a seguran0a da mulher que amava, ou com medo de que ela descobrisse suasalcatruasK

X3 estava quase escuro quando Adam retomou. #la ingiu que dormiu.

c observou<o por entre as p3lpebras semicerradas, quando ele entrou no quarto.81o havia nenhuma e"press1o em seu rosto que revelasse o que ele estava pensando.

Abriu os olhos, quando ele acercou<se da cama.

? %oitadinha da Olívia. 7esculpe t4<la dei"ado sozinha por tanto tempo, mas oi

necess3rio. )entiu alta de mim, anjoK

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

#la itou<o com ressentimento. #le riu e acendeu a luz do abajur na mesinha decabeceira, antes de caminhar até a janela e echar a cortina.

? Apareceu no notici3rio, sabiaK %laro, voc4 deve ter visto. FA noivaseqMestradaF. #ssa oi a manchete do jornal vespertino. /udo muito comovente.

Richard desempenhou o papel de noivo desesperado com perei01o invej3vel. 8adamais lJgico, n1o achaK #le tem muita pr3tica, como ator. ? $oltou e sentou<se na cama.? 81o a culpo por permitir que Richard a enganasse ? declarou, com aquele sorrisoque ela sempre achara irresistível. ? Ainal, ele enganou a todos. # voc4, meu anjinho,era jovem demais, muito ing4nua e insegura. #u devia ter voltado para voc4 assim quecumpri minha pena. *as dei"ei<a à merc4 das maquina0Nes daquele pilantra.

Olívia olhava<o ansiosa, querendo descobrir o que mais ele pensava. *as tudo oque via nos olhos castanhos era o brilho de ternura que ela um dia conundira com

amor. ? )e eu a procurasse, talvez a convencesse de minha inoc4ncia e teríamospartido juntos para a Austr3lia ? ele prosseguiu, desatando a morda0a.

Olívia respirou undo, aliviada, e sacudiu a cabe0a, desmanchando o coque ondeo véu estivera preso.

? =or que tem tanta certeza de que oi Richard quem tramou contra voc4K ?perguntou meio rouca, por causa da garganta ressecada. ? 81o eram grandes amigos,voc4s doisK

? #st3 com sedeK ? ele perguntou.? #stou.

Adam levantou<se e oi até a pia, enchendo um copo com 3gua do iltro. $oltoupara junto dela e abra0ou<a pelos ombros, dando<lhe de

beber.

Olívia suspirou e tornou a encostar<se na cabeceira, enquanto ele pousava ocopo na mesinha.

? Responda a minha pergunta Adam.#le hesitou. 9ma sombra de tristeza tornou mais escuros os olhos e"pressivos.

? Iomos amigos, sim ? come0ou por im. ? =elo menos, eu pensava assim,porque era realmente amigo de Richard. %rescemos juntos e eu o considerava umirm1o.

Olívia sentiu que ele n1o desejava alar sobre o assunto. %om sua intui01o demulher, percebeu que as lembran0as eram dolorosas para ela. *as precisava sabertudo o que acontecera entre os dois.

? $oc4s brigaram, quando oram para a universidade ? observou. ? =or qu4K

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? #le roubou um de meus projetos ? Adam revelou. ? #ra a primeira parte deum trabalho que eu teria de apresentar. 8em mesmo valeria como tese, mas eraimportante. 8unca pensei em esconder de Richard a ideia que eslava desenvolvendo.*ostrei<lhe os c3lculos, discuti todos os detalhes com ele.

=arou de alar por alguns instantes, olhando para a parede em rente, perdidoem recorda0Nes.

? 2uando descobri o que Richard tinha eito, nem acreditei ? prosseguiu. ? Opior dc tudo oi quando o interpelei. #le negou com a cara mais lavada deste mundo quetivesse roubado meu projeto. Ao contr3rio, assegurou que a ideia era dele e que euora o ladr1o.

Olívia captou o tom inconundível de sinceridade cm sua voz e come0ou aacreditar naquela histJria repugnante.

? =or que voltou da Austr3lia, AdamK? X3 lhe disse mais de uma vez, querida. $im para o enterro de -e". #u gostava

muito dele. /ambém pretendia me desligar da empresa e pensei em vender as a0Nes avoc4s dois, se quisessem comprar. *inha inten01o era icar apenas uma ou duassemanas na nglaterra.

? =or que mudou de ideiaK #le sorriu com desdém.

? =rimeiro, porque comecei a ouvir coment3rios preocupantes sobre o modo

como Richard estava dirigindo a empresa. #u n1o podia virar as costas e ir embora,sem saber ao certo o que estava acontecendo.

? 2ue coment3riosK

? #ntre outros, que ele estava jogando sujo com empres3rios em diiculdades,alguns deles amigos meus, como *iVe )auter, por e"emplo.

? $oc4 se desdobrou para impedi<lo de apossar<se da )auterTs ? Olíviacomentou, quase totalmente convencida de sua integridade. %ontudo, ainda lutuavaum resto de suspeita entre eles. ? Ioi muito esperto.

? Acho que ui. # quanto mais sujeiras descobria, mais eu compreendia quemau<car3ter Richard era. )abia que alguém me izera uma armadilha, seis anos atr3s,mas n1o sabia quem. %omecei a juntar as pontas soltas e concluí que tinha sidoRichard.

? =arece mentira ? ela murmurou.

? /ambém me custou acreditar. 81o podia calcular que ele me odiasse tanto. ?Iilou<a nos olhos e Olívia rendeu<se, acreditando em cada palavra. ? #le enganou a nJsdois, meu anjo. Richard nos separou.

? $oc4... disse que me daria provas de sua inoc4ncia ? ela lembrou<o, hesitante.? =erdoe<me, Adam, mas ui t1o traída que...

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? =osso provar o que quiser, querida, mas se voc4 precisa de provas paraconiar em mim, ent1o... %onie em seu instinto. *ostre<me que <me ama e queacredita cm mim. )eja minha, esta noite, sem impor condi0Nes. =or avor, meu anjo.

#la olhou<o longamente. /odo o amor que tentara suocar emergiu do abismo de

desilusNes e m3goas.? Acredito em voc4, Adam ? declarou num suspiro.

CA./+2 3;

Adam colou os l3bios nos dela, num beijo suave que rapidamente transormou<senuma carícia ardente. Olívia continuava com as m1os amarradas atr3s das costas, masn1o pediu que ele as soltasse.

2uando ele interrompeu o beijo, sorriu divertido, analisando o virginal vestidobranco.

? Acho que a primeira coisa a azer é livr3<la dessa roupa ? comentou com vozenrouquecida de pai"1o.

? $ai ter muito trabalho ? ela brincou. ? U3 uma ileira de botNes nas costas.

? #nt1o acho melhor come0ar j3.

Abra0ou<a até que suas m1os alcan0aram a abertura de abotoamento. )empressa, iniciou a tarea de soltar todos os botNes minLsculos, itando Olívia nos olhose dc vez em quando beijando<a no rosto e nos l3bios.

#la sustentava<lhe o olhar, lembrando<se do dia, seis anos antes, cm que ele lhetirara o suti1 do biquíni, na beira do riacho. *as parara de beij3<la, quando ela julgara

que ariam amor, e a mandara entrar em casa. 81o aconteceria nada parecido, daquelavez. riam até o im, entregando<se mutuamente, selando o amor reconquistado.

8o entanto, a natureza ciumenta de Olívia a ez pensar na mo0a que oacompanhara à eira dc engenharia.

? O que aconteceu com Xoanna *arstonK ? indagou com certa rieza.

#le riu bai"inho.

? -evei<a para jantar ora, uma Lnica vez.

? # HeorginaK ? ela insistiu, achando que a e"plica01o, naquele caso, n1o seriat1o sucinta.

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? HeorginaK! ? ele espantou<se. ? O que tem elaK

? $oc4s n1o tiveram um caso, muito tempo atr3s, quando ela ainda estavacasadaK

#le parou de soltar um bot1o da casa e encarou<a.

? /ivemos um caso r3pido, sim, mas Heorgina era solteira. #u n1o passava de umgaroto deslumbrado, na época.

? 81o houve mais nada, depoisK 8enhum deslize, depois que ela se casou comaquele coitadoK

Adam ranziu a testa, parecendo aborrecido.

? 81o. Acha que eu me envolveria com uma mulher casada, OlíviaK

? Acho que n1o, mas Richard disse que...

? Richard! ? ele e"clamou em tom de desprezo. ? )J podia ser! O que oi queele disseK

? 81o airmou nada abertamente ? ela admitiu. ? *as insinuou que voc4sbrigaram na universidade por causa de Heorgina.

? rigamos porque ele roubou meu projeto ? Adam contraps. ? 81oacreditou na minha vers1o da histJriaK

? Acreditei ? ela airmou com um sorriso contrito. Adam riu.

? Oh, anjo, quando voc4 me olha desse jeito...Aninhou<a contra o peito procurando<lhe a boca para mais um beijo aminto. Ioi

um pouco rude, como se desejasse puni<la por sua desconian0a.

#nt1o, continuou a desabotoar o vestido.

? 81o posso ser censurada por imaginar que e"istia alguma coisa entre voc4 eHeorgina ? ela alegou, provocadora, olhando<o por entre os cílios. ? #la sempre deu aimpress1o de que o adorava.

#le sorriu, meio contraeito.? Reconhe0o que oi um pouco diícil livrar<me dela. =obre Heorgina! Ioi t1o

mimada, quando era crian0a, que acha que pode possuir tudo o que desejar. #la queriaque eu me casasse com ela, acreditaK

? %omo oi que o relacionamento acabouK

? %onversei claramente com Heorgina. #la zangou<se e achou que me dei"ariacom ciLme se arrumasse outro namorado. Acabou casando<se com ele, mas n1o oieliz. /omou<se cínica e amarga. s vezes acho que contribuí para sua inelicidade e

sinto remorso.

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Olívia pousou a cabe0a em seu ombro, compadecida.

? #rros da juventude. %omo oi que estavam juntos no dia do enterro de -e"K

? 8Js nos encontramos por acaso, no lado de ora do cemitério. Iicamos juntosporque, apesar dos pesares, nunca omos inimigos. 7epois, acompanhei<a à recep01o,porque desejava ir, mas n1o tinha certeza de como seria recebido.

? O valente Adam icou com medoK

? )ou humano, meu bem. 81o me conunda com nenhum super<homem, sJporque me ama,

? 7epois da recep01o voc4 oi à casa delaK

? 81o. %onesso que ela sugeriu algo mais. Ioi embara0oso para nJs dois.

#la olhou<o carrancuda, simulando raiva.

? 81o oi muito gentil de sua parte, dei"ar que eu pensasse que haviamreatado.

#le j3 abrira bastante o vestido para desliz3<lo pelos ombros de Olívia. eijou<ano pesco0o, azendo<a arrepiar<se.

? #u queria dei"3<la enciumada.

7esceu mais o vestido, e"pondo o come0o dos seios livres. Olívia prendeu arespira01o, antecipando o momento em que ele os desnudaria.

? 2uase conseguiu ? murmurou num sopro.? 2uaseK ? ele replicou, olhando ascinado para os seios que descobria

lentamente. ? /ive mais motivos para n1o voltar para a Austr3lia. 81o quer saberquais s1oK

? 81o oi apenas por causa da empresaK

? 81o.

? =or que mais, ent1oK

O vestido escorregou mais um pouco para bai"o e um mamilo rosado econvidativo apareceu. Adam envolveu o seio na m1o em concha, livrando<o do tecido.

? =ensei que a tivesse esquecido, meu anjo ? murmurou, i"ando os olhosincendiados de desejo nos dela. ? 8em perdi o sono, quando vi o anLncio de seunoivado nos jornais. *as quando tornei a v4<la, descobri que a queria tanto quantosempre a quis.

%om a ponta do polegar, ele acariciou o bico ereto do seio, azendo Olíviae"perimentar um arrepio de prazer.

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? =ercebi que toda a amargura que senti, quando voc4 se voltou contra mim, n1otinha sido capaz de matar meu amor. $endo<a ao lado de Richard, descobri que voc4n1o o amava. %omo poderiaK 81o havia vida, nem ogo, nos olhares casuais que voc4strocavam. # minha Olívia n1o oi talhada para uma rela01o an4mica e ria.

As incríveis sensa0Nes que a percorriam eram uma prova do que ele dizia. #lagemeu, erguendo o corpo para ele, quando Adam e"ps os dois seios, enterrando orosto entre eles. eijou o vale perumado e quente, antes de tornar a il3<la com umsorriso enlevado.

? Apai"onei<me por sua inoc4ncia e do0ura, seis anos atr3s. 7e crian0a voc4passou a mulher, t1o de repente, que iquei assombrado com a mudan0a. # t1o linda,que eu n1o me cansava de olh3<la, mas quando lhe dirigia a palavra, voc4 corava.

Adam riu, envolvido pelas lembran0as.

? Iiquei quase chocado com as ideias que comecei a ter a seu respeito ?prosseguiu. ? 81o parava de dizer a mim mesmo que voc4 era jovem demais e que, poruma quest1o de respeito, eu tinha de esperar mais um pouco.

%om um gemido rouco, ele inclinou a cabe0a e sugou um mamilo, titilando<o com aponta da língua. Olívia estremeceu, pega de surpresa por uma onda de prazer. Adamaumentou o ritmo da carícia e todo pensamento consciente evaporou<se. #lamovimentou o corpo, lutando para soltar as m1os. 2ueria apert3<lo nos bra0os, parater certeza de que n1o estava sonhando.

Adam desatou o len0o e ela abra0ou<o, 3vida e apai"onada, enquanto ele erguia<lhe as saias e locava as co"as mornas, cobertas pelas meias brancas de seda. Iitou<ocom alguma timidez e ele sorriu<lhe, parecendo eliz e orgulhoso.

? $oc4 sempre, oi minha, Olívia. 7esde o come0o. O destino a guardou paramim, mesmo quando eu estava tentando esquec4<la.

)oltou<se do abra0o e dei"ou as m1os acariciantes deslizarem pelas longaspernas, pu"ando a meia<cal0a para bai"o até que alcan0ou os tornozelos presos pelolen0o. 7esamarrou<os e retirou a meia, jogando<a no ch1o. Olívia o observava, submissa

e calada.? Agora, vou tomar o que sempre, me pertenceu ? ele declarou num murmLrio

sensual.

7esatou os dois la0os que prendiam a calcinha branca nos quadris esbeltos elogo a pe0a oi juntar<se à meia, no ch1o.

8um movimento instintivo de virgem, Olívia echou as pernas, que ele come0ou aseparar com a m1o gentil, mas insistente. O medo que ela sentiu ao adivinhar<lhe ainten01o deu lugar ao 4"tase, quando os dedos e"perientes a tocaram cm sua

eminilidade, numa carícia íntima e inebriante. 9ma sensa01o doce, como algo líquido e

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quente, luiu por seu corpo, e ela oereceu<se, permitindo qualquer liberdade que elequisesse tomar.

 Audacioso, Adam dei"ava<a ligeiramente chocada, mas e"citava<a sempre maiscom os toques que pesquisavam, testavam, insistiam, até que ela abandonou<se ao

prazer que ele lhe dava.2uase grilou de rustra01o, quando ele interrompeu os aagos e voltou a

abra03<la, apertando<a contra o corpo, respirando pesadamente de encontro ao seurosto.

? 81o consegui icar longe de voc4, anjo ? sussurrou, beijando<lhe o cabelo. ?*esmo sabendo que era quase uma crian0a. *as depois releti que minha m1e nemtinha dezoito anos ainda, quando casou<se com meu pai. # oram e"tremamenteelizes.

$oltou a acariciar os seios palpitantes e a beij3<los, tremendo de desejo, masaparentemente decidido a esperar um pouco mais.

? /ive medo de que alguma coisa acontecesse e eu acabasse por perd4<la,Olívia. 81o queria me arriscar e achei que deveríamos agarrar a elicidade com ambasas m1os.

9ma nota de tristeza na voz prounda e sensual ez com que ela o olhasse,preocupada. )abia o que ele estava pensando. Algo acontecera, realmente. Adamperdera o respeito da sociedade e ora preso, mesmo sendo inocente, traído por

alguém que considerara amigo.9ma Lnica l3grima, um tributo dc amor e solidariedade, escorreu pelo rosto de

Olívia. Adam viu<a e secou<a com a ponta de um dedo.

? 81o chore, minha querida. O tempo de chorar acabou. 7aqui por diante, sJhaver3 alegria e amor para nJs dois.

eijou<a novamente e Olívia jamais saberia dizer como oi que, pouco depois,estavam ambos nus, arantes e impacientes nos bra0os um do outro.

Adam, inalmente, deitou<se sobre ela e aninhou<se entre suas co"as.? 81o tenha medo, meu amor ? ele pediu. ? 81o vou machuc3<la. Olívia sentiu

apenas uma onda de jLbilo, quando, com uma investida,

Adam penetrou<a, sem causar nenhuma dor.

=or um longo momento ele icou imJvel, dei"ando que ambos saboreassem aprounda satisa01o de saber que seu amor vencera. #nt1o, come0ou a mover<se,vagarosamente a princípio, mantendo<se apoiado nas m1os para n1o soltar todo o pesosobre ela. =or instinto, Olívia soube como movimentar<se acompanhando as e"ig4ncias

de Adam, procurando dar<lhe o mesmo prazer. =s as m1os nas costas largas, enter<rando os dedos nos mLsculos desenvolvidos e rijos.

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Os corpos despidos enla0aram<se, compartilhando o calor, undindo<se um nooutro. #squecidos do mundo, abrigados num reLgio dc euoria e amor, os doisseguiram o ritmo do desejo.

Olívia sentiu, ent1o, que no recesso mais proundo de seu corpo avolumava<se

uma onda pulsante, eita de agonia e 4"tase. Algo maravilhoso estava para acontecer eela echou os olhos, à espera.

? Adam! ? O grito escapou<lhe da garganta, quando a onda quebrou<se numr4mito de gozo. =or v3rios segundos continuou abra0ada a ele, que a inundava com aseiva de seu prazer.

Recebeu<o nos bra0os, apertando<o contra os seios Lmidos dc suor, quando eledei"ou<se cair sobre ela, oegante. Acariciou o cabelo grosso c macio, sorrindomaravilhada.

Olívia despertou sentindo cheiro de caé e espregui0ou<se languidamente. Ocorpo um pouco dolorido pela noite de pai"1o estava saciado. Uaviam desperdi0adoseis anos, ela pensou, e numa noite apenas empenhado<se em recuperar o tempoperdido. 9ma onda de calor subiu<lhe ao rosto, quando ela se lembrou dos detalhespicantes e deliciosos de sua inicia01o. Ainda sentia um certo acanhamento, o que deviaser natural, mas jamais se arrependeria dos arroubos, dos beijos e das carícias a quese entregara naquela noite inesquecível.

Adam teleonara para um restaurante e mandara que lhes levassem comida

chinesa e champanhe. %omeram na cama, j3 de madrugada, entre beijos e provoca0Nesque a aziam rir, eliz e desinibida.

)orrindo às lembran0as, ela sentou<se entre as cobertas revoltas e viu ovestido de noiva amontoado no ch1o. =erdera a brancura imaculada, estava sujo deterra e rasgado na barra. Observou<o com um pensamento irnico5 n1o se casara, mastivera uma noite de nLpcias deslumbrante. Xamais teria sido a mesma coisa comRichard. 8a verdade, o simples pensamento de azer amor com o e"<noivo causava<lherepulsa.

Adam encontrava<se no canto reservado à cozinha, e virou<se quando percebeuque ela acordara. )orriu<lhe e ela, nua como estava, saiu da cama e oi até ele,abra0ando<o.

eijaram<se longa e suavemente. Adam comprimiu<a contra o corpo e ela achoudelicioso o contato da roupa que ele vestia contra sua pele.

? Uum... 2ue jeito gostoso de dizer bom<dia ? ele murmurou, dei"ando as m1osquentes descerem pelas costas macias.

#la beijou<lhe o rosto e recuou ligeiramente, rindo.

? Acabo de descobrir uma coisa ? anunciou.

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Julia 701 Meu Anjo (e*elde Susanne McCarthy

? O qu4K

? 81o tenho nada para vestir. )J aquilo. ? Apontou para o vestido dc noiva. ?O que vou azerK

Adam empurrou<a com gentileza para poder e"aminar o corpo nu com e"press1odeleitada.

? $ai icar nua o dia inteiro. 2ue sorte, a minha!

#la tornou a rir, livre e satiseita. Adam a azia sentir<se desej3vel ecompletamente mulher. #la icaria naquele quarto com ele, a vida inteira, sem jamaispreocupar<se com roupas, se osse possível. 8o entanto, nem todos os problemasestavam solucionados.

? 81o acha que deveríamos teleonar à polícia e pedir que parem de me

procurarK ? sugeriu, rendendo<se às e"ig4ncias da realidade. ? # RichardK /emos dealar com ele.

? #le n1o levar3 muito tempo para chegar aqui ? Adam declarou,surpreendendo<a.

? %omo assimK

? 7ei"ei pistas para ele seguir ? Adam e"plicou, sério. ? =or alar nisso, ;melhor voc4 se vestir. U3 algumas roupas naquela sacola.

Olívia olhou para onde ele apontava e viu uma bolsa de. n3ilon, num canto doquarto. Ioi peg3<la e pu"ou o zíper, curiosa para ver o que havia dentro. Xeans e umacamiseta de algod1o, macia e de tonalidade rosada. O tipo de roupa que ela gostava dcusar, seis anos atr3s.

? 81o percebeu ainda que n1o tenho mais dezoito anos e que agora sou umae"ecutivaK ? brincou.

#le apro"imou<se e abra0ou<a por tr3s, enterrando o rosto na massa dc cabelorevolto.

? =ara mim, voc4 sempre ter3 dezoito anos, meu amor. *esmo quando ormosvelhos e tivermos bisnetos. 8unca poderei olhar para voc4 sem ver a garota que beijeina margem do riacho cm ecVside.

? #u era muito boba ? ela lembrou<o.

? 81o. Adoravelmente ing4nua ? ele corrigiu, beijando<lhe a nuca. ? *uitobem, mocinha, vista<se e vamos sair daqui.

? )air daquiK

? 81o podemos receber Richard no apartamento do motorista, n1o achaK

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#la adivinhara que a garagem e as depend4ncias, em cima, pertenciam a algumacasa, provavelmente muito grande e lu"uosa. *as n1o havia modo de saber quem era odono da propriedade.

#nt1o, quando saíram da garagem c come0aram a andar de m1os dadas pela

entrada de carros, ela descobriu.? 81o acredito! ? e"clamou, atnita. ? Adam! $oc4 ; mesmo doido. 81o pensou

que este poderia ser o primeiro lugar que a polícia procurariaK

? 81o apareceu ninguém ? ele observou.

? 81o. =or qu4K

? 8inguém sabe que comprei a casa de volta. Ialei diretamente com os donos,que nem estavam pensando em vend4<la, e consegui convenc4<los.

)orriu com aquele ar triunante e malicioso que lhe dava o ar irresistível de umdemnio simp3tico.

A casa pertencera aos pais dele e Adam crescera ali. 7e tijolos aparentes,adquirira com o tempo um tom suave de marrom, mas grande parte das paredes oraencoberta por hera e trepadeiras que loresciam na primavera. #ra como se a casabrotasse naturalmente do terreno ajardinado, cheio de 3rvores c canteiros de lores.

? Oh, Adam! 2ue bom que n1o a modiicaram! P t1o linda, t1o aconchegante!

#le itou<a, sorrindo.

? Acho que devo carreg3<la até l3 dentro ? comentou. ? )ei que ainda n1oestamos casados, mas isso é apenas um detalhe insigniicante.

? 2uero que me carregue ? ela anunciou, aceira. ? %omo estamos azendotudo às avessas, talvez seja bom seguir alguma tradi01o, pelo menos. =ara apaziguar osdeuses.

Adam riu e ergueu<a nos bra0os ortes, levando<a pelo resto do caminho. )ubiuos poucos degraus e parou no pJrtico, para destrancar a porta.

? )eja bem<vinda a sua nova casa, utura )ra. /aylor ? ele recitou, colocando<a no ch1o, assim que entraram no vestíbulo.

A casa era t1o charmosa por dentro quanto por ora. %heia de luz c lores,e"alava o cheiro bom da cera que dera polimento aos mJveis e pisos de madeira.

Olívia andou até a porta da sala de estar e parou, encantada.

? P tudo t1o lindo, Adam! 2uero ver todos os aposentos!

? %laro, meu amor. *uitos dos mJveis e objetos que pertenceram aos meus paisestavam armazenados numa empresa de mudan0as, mas j3 trou"e tudo para c3. Algunsquartos continuam vazios e poderemos decor3<los juntos. O que achaK

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? Acho maravilhoso!

? $enha conhecer seus domínios, ent1o.

Recorda0Nes de tempos elizes os envolveram enquanto eles percorriam a casa.8o quarto principal, Olívia pensou que quase podia sentir o perume loral que FtiaF-izzy costumava usar. # a sala de visitas era igual ao que sempre ora, com as portascorredi0as abrindo para o pequeno lago rodeado de salgueiros<chorNes e juncos.

)eis anos antes ela sonhara entrar ali vestida de noiva, nos bra0os de Adam.*as a maldade de Richard destruíra suas ilusNes. Adam ora preso e mandara oadvogado vender a casa. Augentou os pensamentos tristes, reletindo que, apesar dosanos de atraso, o sonho se tornara realidade. em, ainda n1o era esposa dc Adam, masera sua mulher. =ertencia<lhe, ainal, de corpo e alma.

/erminaram o passeio numa sala que Adam transormara em escritJrio, noandar de bai"o. O computador de Lltima gera01o, completamente equipado, dei"ouOlívia impressionada. /ambém havia aparelhos de comunica01o e estantes repletas delivros.

? 8ossa! ? ela e"clamou, atnita. ? =ara que tudo isso, AdamK #le riu esentou<se diante do computador, azendo<a sentar<se cm

seu colo.

? =ara qu4K X3 vou lhe mostrar. ? Acionou os comandos e na tela apareceu um

detalhado relatJrio de contabilidade. ? #ste é o ruto dc cinco anos de trabalho3rduo, meu amorzinho. # n1o usei um centavo do dinheiro da -/).

? 81o estou entendendo.

? Apresento<lhe o resumo do trabalho das minhas empresas, na Austr3lia. 81oachou que eu icaria todo esse tempo tomando sol e levando vida de playboy, pensouK

? 81... 81o sei...

A prova do esor0o e do sucesso dc Adam estava diante de seus olhos. #lealcan0ara um resultado ininitamente maior que o conseguido pela empresa, pequena

em compara01o, que seus pais haviam undado, Richard morreria de um ataque, sesoubesse. #le acusara Adam de estar planejando tomar o controle da -/) com truquessujos. 8em podia imaginar o poder que seu odiado rival tinha nas m1os. O que ela via,representado na tela, era um império inanceiro internacional.

? %ome0ou tudo isso com o dinheiro que herdou de sua m1eK ? Olíviaperguntou, aturdida.

? #"atamente ? ele conirmou. ? X3 havia comprado algumas 3bricas naAustr3lia, antes de ser preso. 2uando saí da pris1o, era apenas lJgico que eu osse

para l3. 2ueria icar o mais longe que pudesse dc 7erby.? *as como oi que seus negJcios cresceram tantoK ? ela insistiu, admirada.

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? A Austr3lia é um campo novo e értil. A economia est3 em ase de grandee"pans1o.

Olívia sorriu de seu jeito modesto. #le poderia alegar mil motivos dierentespara seu sucesso, inclusive sorte, mas ela sabia que atr3s de tudo estava seu enorme

talento e muito trabalho.? )e n1o usou os dividendos da -/), o que ez com o dinheiroK

? indagou, curiosa.

? 7oei<o a uma institui01o de caridade voltada para a assist4ncia a e"<presidi3rios.

? O qu4K ? ela e"clamou, entre assombrada e divertida. ? Richard icar3urioso, quando souber! #le n1o quis nem azer uma doa01o à campanha em avor da

#tiJpia!7esceu do colo de Adam e come0ou a perambular pela sala enorme, e"aminando

a aparelhagem abulosa.

? O que acha do meu equipamentoK ? ele quis saber.

? 8unca vi nada igual. =retende dirigir seus negJcios sem sair deste escritJrioK

? *ais ou menos. /erei de viajar de vez em quando, é claro, mas conio nose"ecutivos que trabalham para mim. #les tomar1o conta do andamento rotineiro dasempresas.

? $ai assumir a dire01o da -/)K

? )e Richard quiser vender suas a0Nes.

? 81o vender3, nem morto ? Olívia comentou. ? Iala da empresa como seosse a maior do mundo.

Adam sorriu com alguma tristeza.

? sso ele aprendeu com -e". Ali3s, oi a Lnica coisa. Richard nunca desejounada, além de ocupar o lugar de seu pai. Acho que sabe que é incapaz de construir algo

por si mesmo.Ialava como se sentisse pena, e Olívia ilou<o, surpresa. )eria capaz de perdoar

o homem que tanto mal que lhe causaraK

? /em provas suicientes contra Richard para entreg3<lo à políciaK

? ela perguntou.

? 81o. *esmo que tivesse, n1o sei se o entregaria. Uarry est3 investigando avida de Richard e vai descobrir se ele associou<se com gente suspeita ou envolveu<se

em alguma atividade ilegal, depois do roubo das obras dc arte,Olívia sentiu um arrepio ao pensar no homem que conhecera no clube de jogo.

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? Uarry me dei"ou apavorada, com aqueles olhos rios e cínicos

? conessou. ? 81o sei como voc4 pode ser t1o amigo dele.

? 81o julgue pelas apar4ncias ? Adam censurou com um sorriso,

? Uarry n1o é nenhum criminoso, mas um honesto homem de negJcios.? P mesmoK

? )im, senhora. Uarry come0ou trabalhando com sucata e icou rico. Adoraapostar nos cavalos, ent1o comprou alguns puros<sangues, que est1o sempre nas pistas./ambém gosta de carteado, por isso comprou um clube de jogo. )atiseitaK

? 81o ? ela replicou, teimosa. ? )e ele n1o cometeu nenhum crime, o queestava azendo na cadeia, onde voc4 o conheceuK

? Ioi condenado por raude no pagamento dos impostos.

? 2ue santinho!

? #le n1o teve culpa. O respons3vel oi o contador, que decidiu complementar aprJpria renda com raudes.

? # Uarry nunca percebeu nadaK

? #le n1o gosta que saibam, meu anjo, mas era analabeto, 8o entanto,construiu uma ortuna de dois milhNes de libras, sem ter ido à escola. #u o alabetizeina pris1o, e, ouvindo sua histJria, desconiei do contador.

%alou<se, espica0ando a curiosidade dc Olívia.? # daíK ? ela pressionou, apro"imando<se dele.

? Aconselhei<o a pedir revis1o de processo, sob a alega01o de que oraenganado. A pena oi comutada e o verdadeiro culpado, preso. 7esde ent1o, icamosamigos.

? =or que n1o me contou tudo na noite em que me levou ao clubeK

? ela reclamou, um pouco envergonhada de si mesma.

? =orque, meu amorzinho, voc4 n1o acreditaria ? ele e"plicou, levantando<se dacadeira e abra0ando<a. ? #spero que tenha aprendido a li01o e nunca mais desconiede mim,

? =rometo que n1o arei mais isso, meu senhor ? ela respondeu com humildadee"agerada, azendo<o rir.

? *uito bem ? ele murmurou, inclinando a cabe0a para beij3<la.

? P assim que eu gosto.

9ma risada carregada de sarcasmo sobressaltou<os, e os dois olharam para aporta, onde Richard os observava.

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? 2ue cena comoventeK ? o homem comentou.

? Richard! ? Olívia gritou, espantada. ? O que est3...

? O que estou azendo aquiK ? ele completou, entrando na sala,

? $im acabar o que comecei seis anos atr3s. #ncontrar voc4s dois juntos oimuito conveniente.

=s a m1o no bolso interior do paletJ e tirou uma arma. Olívia suocou um gritode pavor.

Adam icara imJvel, com o corpo rijo de tens1o.

? $ai nos matarK ? perguntou, desaiador. ? O que ganhar3 com

((

issoK #stou pronto para comprar suas a0Nes da empresa. %om o dinheiro, poder3reconstruir sua vida em outro lugar. )er3 um homem livre e rico. Ao contr3rio,tornando<se um assassino, passar3 o resto da vida da cadeia.

Richard sorriu com desprezo.

? 2uem disse que irei para a cadeiaK Os jurados me ver1o como um noivodesesperado, que oi procurar a noiva seqMestrada e n1o teve bastante autocontrolepara esperar pela polícia.

? 81o estou entendendo ? Adam replicou, tentando ganhar tempo. Richard deu

uma risadinha maldosa.? #"plico. *inha histJria ser3 tr3gica. 7irei que cheguei aqui e encontrei Olívia

estuprada e morta por estrangulamento. 2ue voc4 me atacou com esta arma. ?)acudiu o revJlver no ar. ? -utamos, desarmei<o e matei<o em legítima deesa.Alguém ter3 coragem de me condenarK

Olívia olhava<o, estupeata. O homem com quem pensara em se casar era umlouco.

? )eu plano n1o dar3 certo, Richard ? arriscou, em desespero. #le encarou<a,

um tanto surpreso.? =or qu4K

? )abemos de tudo o que voc4 ez para mandar Adam para a pris1o. Alugou umcarro igual ao dele, usou placas alsas e assaltou aquela casa. 7epois, tirou os pneus docano de Adam, pondo os do automJvel alugado no lugar, para que as marcas dei"adasno local ossem provas irreut3veis contra ele.

=or um r3pido instante, uma sombra de incerteza passou pelos olhos de Richard.

? Ioi isso mesmo, RicVy ? Adam conirmou. ? *eus investigadores j3descobriram a locadora que alugou o carro e veriicaram os registros.

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Richard, porém, recuperara a autoconian0a.

? $oc4s est1o bleando ? escarneceu. ? A locadora n1o guardaria registros deseis anos atr3s.

? O que quer apostarK ? Adam desaiou. ? )ua liberdadeK Aturdido, Richardquis or0ar um sorriso, mas n1o conseguiu.

? 2uer discutir minha proposta de comprar suas a0NesK ? Adam prosseguiu emtom cordial. ? =agarei à vista e com dinheiro vivo. # reze para que Olívia e eu vivamospor muitos e muitos anos, porque se algo nos acontecer, as provas contra voc4 ir1oimediatamente para as m1os do chee de polícia. 8enhuma FhistJria tr3gicaF o salvar3das grades.

Richard hesitou e ent1o largou<se na cadeira mais prJ"ima. ? 2ue o diabo televe para o inerno, Adam /aylor. 2ue o diabo te leve!

E./2<2

)entada na poltrona de couro, atr3s da enorme escrivaninha, Olívia sentia<se

pereitamente à vontade. *as, naturalmente, assim que Adam retornasse daAustr3lia, o escritJrio seria dele. #la suspirou, saudosa, girando a alian0a no dedoanular da m1o esquerda.

O casamento ora uma loucura. Apressados, haviam requerido uma licen0aespecial e, elizmente, o juiz mostrara total compreens1o.

A cerimnia simples reunira apenas amigos íntimos e parentes mais chegados./io Herald a levara ao altar, eliz, mas ainda um pouco conuso com a virada dosacontecimentos.

)orrindo à lembran0a do dia em que realizara seu sonho de amor, Olívia olhoupara o retrato do pai. #le parecia it3<la, com aquele ar carrancudo. O que -e"pensaria de toda a conus1o que passara como um vendaval pela vida dela e pelaempresaK =rovavelmente airmaria que jamais duvidara da inoc4ncia de Adam. -e"-ambert jamais daria o bra0o a torcer, ela reletiu com um sorriso complacente.

O que importava era que tudo acabara bem. Adam inalmente assumira apresid4ncia da -/), como ora o desejo dc -e" e...

/irada das reminisc4ncias, quando a porta do escritJrio se abriu, Olívia saltou

da poltrona, e"citada. Adam voltara!

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%om um grito de alegria, ela atravessou a sala correndo e atirou<se cm seusbra0os.

? Adam! Oh, meu querido! #u...

81o terminou o que ia dizer, silenciada por um beijo apai"onado. #rguendo<a doch1o, Adam oi até a poltrona e sentou<se com ela no colo. Olívia aninhou<se contraele, aspirando com prazer o cheiro almiscarado do corpo viril.

? 81o esperava que voltasse hoje, meu amor ? murmurou. ? =ensei quechegasse amanh1.

? %onsegui partir um dia antes e, se visse com que velocidade vim de Ueathro^até aqui, me internaria num hospício. #stava morrendo de saudade de voc4, meu anjo.

#la echou os olhos, entregando<se à elicidade de estar nos bra0os dele. Adam

tivera de ir à Austr3lia logo apJs o casamento para eetuar a transer4ncia da sedede suas empresas para a nglaterra. #la n1o pudera acompanh3<lo, substituindo<o nadire01o da companhia.

? 81o ter3 de viajar t1o cedo, n1o éK ? ela perguntou, ingindo<se amuada.

? 81o. # quando tiver de ir à Austr3lia, voc4 ir3 comigo. 81o agMento icar semminha corajosa mulherzinha.

? %orajosaK =or qu4K

? )e n1o osse por sua presen0a de espírito, Richard poderia ter nos matado,naquele dia.

#la riu, beijando<o ruidosamente na boca.

? $oc4 oi esperto, pegando a dei"a e amea0ando<o com os registros dalocadora de carros ? ela observou, icando séria. ? =obre Richard! 81o posso dei"arde ter pena dele. 7esperdi0ou anos preciosos da vida, remoendo<se de inveja,amargurando<se e tramando maldades.

? 81o temos mais de nos preocupar com o Fpobre RichardF ? Adam assegurou.? #le n1o ousar3 nos perturbar, depois que descobri certas sujeiras em seus negJcios.

? Ztimo ? Olívia murmurou, sorrindo<lhe com amor.

? %omo oram as coisas por aqui, enquanto estive oraK ? ele quis saber. ?Algum problemaK

? 8ada grave. ? 81o comentou que a partida brusca de Richard gerara v3riosproblemas, mas que ela soubera lidar com eles, e que gostara da e"peri4ncia. ? Agoraque voltou, vai assumir a presid4ncia, n1o vaiK

#le lan0ou<lhe um olhar surpreso.

? 81o. Hosto de dei"ar e"ecutivos competentes à testa das minhas empresas.81o posso cuidar de tudo sozinho.

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? X3 pensou cm alguém para pr em seu lugarK ? ela indagou, aborrecida epronta para discutir.

? =retendo entrevistar uma Lnica pessoa ? ele inormou com um sorrisoprovocante. ? )e tudo der certo...

#nt1o, Olívia compreendeu. %om um gritinho jubiloso, abra0ou<o e cobriu<lhe orosto de beijos.

? Oh, Adam! Adorei dirigir a empresa na sua aus4ncia! #st3 alando de mim, n1oéK

? 7e quem mais poderia serK 7e HeorginaK

? 2uer que o mate, aqui mesmoK

#le riu e come0ou a desabotoar a blusa que ela usava. Olívia impediu<o de

continuar, segurando<lhe as m1os.? Aceito o cargo de presidente, mas quero um contrato.

? 9m contratoK ? ele admirou<se. ? =or qu4K

? =ara poder incluir uma cl3usula sobre licen0a<maternidade. Adam parou desorrir e itou<a, esperan0oso.

? Olívia... *eu anjo... $oc4 est3...

? #stou.

#le riu, e"ultante.? 7esde quandoK

? /enho certeza de que aconteceu em nossa primeira noite. =arece que Adam/aylor nunca perde tempo.

? 81o mesmo ? ele admitiu, beijando<a com pai"1o.