Surpresa!

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Edição 120 - Março de 2013

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3revista notícias da construção / março 2013

Sergio Watanabeé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CbiCe diretor da Fiesp

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

Desoneração justa

O ideal seria baixar a alíquota sobrea folha e criar tabela de conversão

e D i t O r i a l

reajustados por esses índices.Diante destes problemas, deveria se

deixar à opção de cada construtora migrar ou não para a nova sistemática da contribuição. Há um precedente: as empresas podem esco-lher entre lucro real ou presumido, e isso não cria ônus adicional à fiscalização da Receita.

Também seria justo permitir ao contra-tante principal o abatimento das contribui-ções ao INSS feitas pelas terceirizadas para a construção da mesma obra.

A contribuição deveria incidir somente sobre a receita da venda da obra e não sobre a totalidade do faturamento. Se a construtora vender um terreno para uma Sociedade de Propósito Específico que construirá o empre-endimento, não será correto contabilizar esse valor para efeito de cálculo da contribuição.

Também serão necessárias regras de transição tanto para a construtora que en-trar na nova sistemática como para aquela que sair no final do período de vigência da medida. E uma tabela de conversão precisa ser criada, para evitar distorção no valor dos créditos a serem recebidos pelas construtoras.

No momento em que redigíamos este editorial, no início de mar-ço, o setor buscava solucio-nar essas questões junto com a equipe econômica. Contudo, diante da com-plexidade do problema, seria conveniente encon-

trar uma fórmula mais simples para que a desoneração ocorra a partir de abril de 2013 beneficiando todas as construtoras.

O ideal seria reduzir de 20% para 10% a contribuição previdenciária das empresas do setor. Isto não somente viabilizaria a necessária desoneração da produção, como permitiria a todas as empresas do setor usu-fruírem de recursos para a elevação dos seus investimentos e de sua produtividade.

Imaginemos a cena. Com a melhor das intenções de colaborar para a elevação da produtividade e da competitividade da cons-trução, a equipe econômica reúne-se no final de 2012 para incluir o setor entre aqueles a serem beneficiados com a desoneração da folha de pagamentos.

Surge na mesa um número: as construto-ras recolhem anualmente um total de R$ 6,2 bilhões em contribuições previdenciárias, o que corresponde a cerca de 3,8% de seu fa-turamento. Daí resulta a decisão do governo: o recolhimento não seria mais sobre a folha e passaria a ser feito à alíquota de 2% sobre o faturamento, resultando numa desoneração de R$ 2,8 bilhões. Simples assim.

Reivindicação antiga da construção, a intenção do governo foi muito bem recebida pelo setor. Entretanto, da forma como saiu a Medida Provisória 601, será onerada a maioria das construtoras de edificações, aquelas que contam com uma folha reduzida e subcontratam uma série de serviços. Se esta nova regra não mudar ao longo de março, elas já não poderão deduzir os recolhimentos feitos pelas subcontratadas.

Com a entrada em vigência da medida em abril, as construtoras que tivessem re-colhido o INSS relativo a obras concluídas ou em estágio avançado teriam de recolher novamente a contribuição, desta vez sobre a receita auferida.

Outra questão preocupante será a queda brusca dos indicadores de custos da constru-ção, como o CUB, ajustando para baixo as prestações e o saldo devedor dos contratos

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OBRAS ESPORTIVAS ........................................ 30• Obra da Arena Corinthians avança

RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................... 33• ConstruSer: é hora das inscrições

REGIONAIS ...................................................... 30• Prefeito de S. André promete habitação• Santos visita novos secretários• Baixada verá planejamento na Ficon• Mogi forma novos mestres• Cursos para mestres são disputados• Campinas quer acelerar aprovações• Bauru quer agilizar projetos• Rio Preto treina para trabalho em altura

s u m á r i O PresidenteSergio Tiaki Watanabe

Vice-PresidentesCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos NetoHaruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

diretoresPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides(Relações Internacionais)

Diretores Das regionaisAntonio Carlos Ribeiro Abibe (Sorocaba)Eduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)José Luiz Goulart Botelho (São José dos Campos)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

representantes junto à FiespTitulares:Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio PortoSuplentes:João Claudio Robusti; José Romeu Ferraz Neto

assessoria De imprensaRafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

Conselho eDitorialDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

superintenDenteJosé Luiz Machado

eDitor responsávelRafael Marko

reDaÇÃoNathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Homero Ferreira (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

arte e DiagramaÇÃoMarcelo da Costa Freitas/Chefe de ArteSanders Caparroz Giuliani/ Designer Gráfico

puBliCiDaDeVanessa [email protected](11) 3334-5627Pedro Dias [email protected](11) 9212-0312Bruna Batista [email protected](11) 3334-5659

enDereÇoR. Dona Veridiana, 55CEP 01238-010, São Paulo-SP

Central de relacionamento sindusCon-sp(11) 3334-5600

Ctp/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

tiragem desta edição: 15,4 mil exemplares

opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do sindusCon-sp

[email protected]

www.sindusconsp.com.br

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

• Desempenho requer “cinto e suspensório”• NBR abandona limite de andares

QUALIDADE.......................................................10• Argamassas: Consitra dará dicas

CARGA TRIBUTÁRIA...........................................14• Desoneração acabará onerando• CUB poderá ter queda

OBRAS PÚBLICAS .............................................18• Começa revisão do Sinapi

MEIO AMBIENTE ...............................................21• Resíduo terá consulta pública• Simão Pedro abre canal de diálogo

HABITAÇÃO ...................................................... 22• Centro ganhará 20 mil casas populares• Prefeitura avalia Aprov eletrônico

RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO .........................24• Lei do trabalho escravo vigora• Nota sobre terceirização: retrocesso

SINDUSCON-SP EM AÇÃO ................................ 28• Watanabe dá dicas a futuros engenheiros• Segurança: revista homenageia o sindicato• Missão Técnica irá ao Japão• Eletropaulo cria canal para o setor• Escopo: manuais ganham novo site

C a p aNORMA DE DESEMPENHO VALEPARA MAIS DE CINCO ANDARES .......... 6

Conjuntura | Robson Gonçalves ..................................5

Gestão da Obra | MaRia anGélica covelo silva .............12

Jurídico | alexandRe navaRRo PeReiRa Gonçalves..............16

Gestão Empresarial | MaRia anGelica l. PedReti .........26

Saúde | claudia nakaMuRa ........................................32

Marketing | antonio Jesus de bRitto cosenza ................34

Solução Inovadora | claudio MitidieRi e anne Waelkens 44

Construção da Carreira | FeliPe scotti calbucci .........46

c O l u n i s t a s

v O z D O l e i t O r

MaiS VergaLHÃo - 1Neste momento em que o consumo de vergalhões cresce numa velocidade maior que a produção e os fabricantes de vergalhões pedem ao governo a elevação da alíquota de importação de 12% para 35%, o melhor a fazer seria zerar o imposto, para que a siderurgia nacional seja estimulada a investir na ampliação de sua capacidade instalada e na melhora de seus custos, tornando-se mais competitiva frente aos preços do mercado internacional.

mauricio BianchiVice-presidente de Relações Institucionais do SindusCon-SP

MaiS VergaLHÃo - 2Em vez de elevar a alíquota do Imposto de Importação sobre vergalhões, o governo não somente deveria zerá-la, como elevar a competitividade da siderurgia brasileira, estimulando-a a incrementar sua produtividade e incentivando siderúrgicas do exterior a virem produzir aços longos no Brasil.

eduardo ZaidanVice-presidente de Economia do SindusCon-SP

eSCreVa Para eSta SeçÃoe-mail: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

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5revista notícias da construção / março 2013

do real compensou em parte o aumento dos preços dos combustíveis nas refinarias, com reflexos sobre o IGP que tem 60% de sua variação atrelada aos preços no atacado.

No varejo, as altas de preços de ônibus, como as ocorridas na região metropolitana de BH, e o repasse da alta dos combustíveis na bomba, foram parcialmente anulados por duas ações: a redução expressiva do preço da energia elétrica e o adiamento e escalo-namento dos reajustes de ônibus e metrô na capital paulista, a pedido do Ministério da Fazenda. No campo fiscal, ficou explícito que o superávit primário de 2012 só ficou em 2% do PIB graças a algumas práticas contábeis lícitas, mas não recomendáveis.

Colocados os pingos nos “is”, que dizer do terceiro tempo? Ao final de fevereiro, ainda tínhamos câmbio quase fixo, embora abaixo de R$ 2 por dólar. Mas, até quando? Serão necessários novos artifícios fiscais para bater as metas de superávit? Por que? O centro da meta inflacionária foi abandonado? E qual o instrumento de combate à inflação em uso: a

taxa de juros básica, como antes, ou os pedidos da Fazenda?

A despeito das melhores intenções em garantir o cres-cimento e a melhora

contínua da distribuição de renda, o terceiro tempo da política econômica do governo Dilma está deixando muitas dúvidas no ar. E a incerteza sempre foi e sempre será inimiga mortal do investimento produtivo.

Mudanças são sempre bem-vindas e, para problemas novos, muitas vezes é preciso en-contrar soluções novas, ou novas combinações dos mesmos ingredientes tradicionais. Mas tudo precisa ser feito da forma mais explícita possível.

robSon gonçaLVeS é professor dos Mbas da FgV e consultor da FgV Projetos

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Janeiro de 2013 se tornou um marco na história da política econômica brasileira. Em algum momento na segunda quinzena do mês, teve início o terceiro tempo da política econô-mica do governo Dilma Roussef. Esclareço.

Desde que assumiu em janeiro de 2011 até 31 de agosto daquele ano, a presidente manteve os três pilares da política econômica herdada de seus antecessores: metas de infla-ção, superávit primário e flutuação cambial administrada. Foi uma decisão prudente naquele momento. Afinal, mudanças bruscas nas regras do jogo econômico trazem tristes lembranças do passado.

Mas, no final de agosto de 2011, o Banco Central reverteu abruptamente a trajetória da Selic, embora a meta inflacionária ainda estivesse sob ameaça. Começava uma espécie de regime de transição: maior tolerância com a inflação, sem descuidar do teto da meta de 6,5% ao ano para o IPCA, combinada, meses depois, com uma taxa de câmbio quase fixa que progressivamente deslizou para mais de R$ 2 por dólar.

A partir de meados do segundo semestre de 2012, surgiram alguns balões de ensaio indicando um novo regime de política econô-mica, bastante distinto dos anteriores. Quando janeiro chegou, tudo ficou mais claro.

Depois de uma série de medidas de proteção à indústria nacional, com destaque para a elevação do Imposto de Importação e o combate à “Guerra dos Portos”, o governo permitiu que o câmbio recuasse, voltando a níveis abaixo de R$ 2 por dólar. A valorização

terceiro tempo

Boas intenções do governo aindadeixam algumas interrogações no ar

c O n j u n t u r a

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c a p a

norma de Desempenho

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marco na história da normatização técnicade edificações no país, nBr 15.575confrontará a qualidade prometida como desempenho fornecido em prédios habitacionais de todos os portes

natHalia BarBOza

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Foi publicada em 19 de fevereiro, pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a NBR 15.575 – Desempenho de Edificações Habitacionais, a chamada Nor-ma de Desempenho. A partir de 19 de julho de 2013 ela passará a ser exigida nos novos projetos de prédios habitacionais de todos os portes protocolados em órgãos públicos.

A Norma de Desempenho é só o início de um novo tempo na construção civil. Sua importância é indiscutível e seu mérito é in-troduzir no setor o conceito de desempenho de uma edificação, alinhado às tendências internacionais, em complemento às normas prescritivas.

A NBR 15.575 traduz tecnicamente as necessidades dos consumidores brasileiros de imóveis, levando em conta o estágio técnico e socioeconômico do Brasil.

A abordagem de desempenho está ligada ao comportamento que se espera de uma edificação quando em uso, dentro de determinadas condições, tendo como foco as necessidades de seus usuários, ao longo do seu tempo de vida útil. Ela institui parâmetros técnicos para vários requisitos (condições que expressam qualitativamente

os atributos que o edifício habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências do usuário) e critérios de desempenho (especificações quantitativas mensuráveis dos requisitos). Exige-se o cumprimento de um nível mí-nimo obrigatório de desempenho acústico, desempenho térmico, durabilidade e garan-tia, por exemplo.

“A Norma de Desempenho também representa a pedra fundamental de uma nova correlação de responsabilidade sobre a execução da edificação e, com certeza, trará

norma de Desempenho

um impacto com relação a todos os insumos do setor, desde a sua forma de embalagem, na qual todas as informações devem ser prestadas de maneira clara e transparente”, afirma Paulo Eduardo Fonseca de Campos, superintendente do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02).

“As normas prescritivas ditam a receita do bolo. Se o construtor fizer tudo o que lhe for exigido, terá um bolo. A Norma de De-sempenho não entra neste mérito. Ela só diz que quer um bolo fofinho e quentinho. Cabe à empresa se esforçar para chegar a isto”, compara Fabio Villas-Boas, conselheiro do SindusCon-SP e membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade), que trabalhou como coordenador da Comissão de Estudos responsável pela recente revisão da NBR 15.575, publicada originalmente em 2008.

“Construtoras, incorporadoras, direto-res de marketing e corretores de imóveis de-verão ter muito mais cuidado ao anunciarem ‘janelas acústicas’, ‘pisos antiderrapantes’, ‘fachadas autolimpantes’, ‘cobertura tér-mica’, ‘instalações com magnífica dura-bilidade’ e outros jargões, todos passíveis de serem qualificados ou quantificados”,

comenta o engenheiro do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Ercio Thomaz, que fez parte do grupo de revisão da norma.

“A versão de 2010 da norma já era aplicável; não estava errada, mas o mercado sabia que ainda não se mostrava madura, e por isso não foi colocada em exigência. O lado bom desta revisão é que aparentemente conseguimos uma grande concertação em todos os itens. As revisões anteriores tor-naram a norma cada vez mais conhecida, e o interesse agora foi muito maior e mais abrangente”, diz Villas-Boas.

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capa

É consenso no mercado que a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575) estabele-ce uma relação de corresponsabilidade ainda mais forte e transparente entre projetistas, fabricantes, construtores, incorporadores e consumidores. Mas o rol de encargos dos projetistas a partir da exigência da norma fica ainda maior.

Por isso, Fabio Villas-Boas, coordena-dor da Comissão de Estudo de Revisão da NBR 15.575, e conselheiro do SindusCon-SP, recomenda que os construtores passem a usar como prática pedir ao projetista que assine um Termo de Declaração de Conformidade. “Projetista não pode descumprir normas. A exigência de um termo destes funciona tal qual o chamado ‘cinto e suspensório’: garan-tiria ao construtor que o profissional esteja cumprindo o que o arcabouço normativo determina”, afirma.

ConferênciaEle lembra que o número de normas

técnicas que interferem em um projeto “é enorme” e acredita que em breve as próprias construtoras terão de criar estruturas de avaliação e conferência dos seus projetos. “Não é necessário buscar os laboratórios para testar os sistemas. Vários fornecedores já informam a qualificação de desempenho dos seus produtos. A Associação Drywall, por exemplo, oferece isso há bastante tempo”, comenta Villas-Boas.

Segundo ele, há também universidades e empresas que farão novas pesquisas sobre o assunto. “Em 99% dos casos, as construtoras vão se utilizar de informações já divulgadas.”

Significa que a NBR 15.575 traz im-plícita uma visão holística da obra. A partir dela, não é mais possível olhar só para uma determinada vedação vertical sem preocu-

Desempenho requer“cinto e suspensório”

par-se com o desempenho da cobertura e de tudo aquilo que influencia nos níveis de de-sempenho térmico e acústico. “O foco é de fato o usuário”, afirma Paulo Campos, supe-rintendente do CB-02.

“As boas empresas vão colocar a norma no catálogo de vendas. O consumidor vai questionar os concorrentes e os fornecedo-res de materiais que não fizerem o mesmo”, garante Villas-Boas.

Segundo ele, será muito fácil até para um leigo verificar o desempenho de uma edificação. “O dedo preso numa maçaneta, por exemplo, é um bom sinal de que algo não vai bem. Antes, como havia apenas normas prescritivas, era preciso lançar mão de peritos para verificar”, diz. “As pessoas entendem o que é desempenho, se um ambiente é quente demais, frio e úmido ou muito barulhento. Ninguém precisa ensiná-las sobre isso. Além do mais, já existe uma cultura do Selo Pro-cel, que nada mais é do que uma indicação de desempenho. Em pouco tempo, o Selo Procel Edifica vai orientar o consumidor de edificações”, aponta.

Para os dois, a cadeia da construção precisa rapidamente tomar conhecimento da Norma de Desempenho e fazer com que ela seja de fato um instrumento de evolução do setor como um todo.

Pelo lado do construtor, o negócio tam-bém fica mais seguro. “Um talher caindo no chão não é critério para medir o isolamento acústico dos ambientes. A norma diz exata-mente como fazer esta medição e em quais condições”, exemplifica Villas-Boas. “Po de-se fazer um apartamento padrão e mandar ensaiar. Os laboratórios ficariam só para coisas novas ou projetos diferenciados.”

Para Villas-Boas, usuário comum saberá detectar o desempenho e vai exigi-lo do mercado

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A versão anterior da NBR 15.575 definia sua abrangência para os edifícios de até cinco pavimentos. Isto foi derrubado na versão final, o que significa que não há mais restri-ções sobre sua utilização para todos os tipos de prédios residenciais novos (não abrange obras prontas, retrofit nem reformas).

A NBR 15.575 foi dividida em seis par-tes: Requisitos Gerais (NBR 15.575-1); Siste-mas estruturais (NBR 15.575-2); Sistemas de pisos (NBR 15.575-3); Sistemas de vedações verticais internas e externas (NBR 15.575-4); Sistemas de coberturas (NBR 15.575-5), e Sistemas hidrossanitários (NBR 15.575-6).

Ela influenciará todas as demais normas técnicas relativas à construção de edifica-ções, com uma visão absolutamente objetiva do que deve ser exigido. “Tudo foi feito com base técnica sólida, pelos melhores especia-listas e de uma forma bastante realista para o mercado atual. Não há fantasia ou ideali-zação”, garante Paulo Campos, do CB-02.

Novo conteúdoAcústica e pisos foram os itens que mo-

bilizaram o maior número de modificações na revisão. O prazo de vida útil para estrutura também subiu de 40 anos para 50 anos.

Na NBR 15.575-3, de desempenho de pisos, mudou-se a abrangência, não restrin-gindo-se mais aos pisos internos e incorpo-rando os externos. A norma traz uma nova concepção do que é sistema de pisos e cada camada que o compõe, afetando os critérios de avaliação do dano e de segurança contra incêndio. A parte de desempenho acústico também foi revisada e um texto explicativo dos fatores que afetam o escorregamento foi adicionado à norma.

Quanto ao ruído aéreo, a exigência subiu, segundo o engenheiro mecânico Ví-tor Litwinczik, professor na Universidade Federal de Santa Catarina especialista em acústica. O desempenho do sistema de piso

nBr abandona limite de andaresentre unidades autônomas em que um dos recintos seja dormitório deverá ser igual ou superior a 45 dB, 5 dB mais restritiva do que propunha a versão anterior.

Já o nível de ruído mínimo de impacto do piso (Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado Ponderado, LnT’w) entre uni-dades autônomas passou a ≤ 80 dB (era < 80 dB). Mas foi feita referência a áreas de uso coletivo sobre unidades habitacionais que, nesse caso, exige ≤ 55 dB para o desempenho mínimo da laje. Se houver salão de festas, sala de jogos ou similares em cima do apar-tamento, a laje precisa garantir desempenho de 55 dB.

Na parte 4 da NBR, de vedações verti-cais internas e externas, ressalta Litwinczik, os critérios relativos ao Estado Limite de Utilização ou de Serviço e os critérios re-lativos ao Estado Limite Último. “No caso das esquadrias externas, por exemplo, houve mudanças nas exigências ligadas à estanquei-dade à água e nos requisitos de isolação a ruídos aéreos de fachadas, constando agora três situações a serem consideradas (locais pouco ruidosos, locais muito ruidosos e situação intermediária). Nas vedações ver-ticais internas, a principal modificação foi para isolação a ruídos aéreos: o critério relativo a isolação entre hall e apartamento deu lugar ao critério relativo à isolação entre apartamentos, passando pelo hall”, comenta.

A maioria das sugestões de alteração da norma que foram re-provadas pela Comissão de Estudo serão encaminhados para uma nova revisão.

Para adquirir a ABNT NBR 15.575 (Partes 1 a 6) é preciso ir ao site da ABNT (www.abntcatalogo.com.br/) ou entrar em contato pelo (11) 3017-3652.

Norma é realista e adequada ao mercado brasileiro, diz Paulo Campos, do CB-02

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empreiteiros que trabalham para as empresas do consórcio, além de buscar dialogar com os laboratórios para discutir novas metodologias de controle tecnológico das argamassas e revestimentos.

O SindusCon-SP terá papel importante neste item. Yorki Estefan, que também coor-dena a Comissão de Trabalho de Vedações e Revestimentos do CTQ (Comitê de Tec-nologia e Qualidade) do SindusCon-SP, vai sugerir ao comitê que convoque os laborató-rios de análise para participar deste debate.

“Precisamos mostrar todas as variáveis que o preparo e a aplicação de uma arga-massa implicam e estudar como elas serão controladas”, afirmou Maria Angélica.

Vanderley John expôs o que considera as propriedades mais importantes de uma argamassa, o que de fato deveria preocupar os agentes do mercado.

“É muito comum, à medida que a obra ergue novos pavimentos, os problemas começarem a aparecer. Então é importante dizer que não adianta fazer os testes de ade-rência, módulo de elasticidade, resistência superficial, estanqueidade, acabamento e sensibilidade frente às condições de apli-cação no térreo”, comentou John. “Nos andares mais altos, tanto em superfícies internas quanto em externas, o problema é mais crítico”, apontou.

Segundo ele, o envelhecimento da ar-gamassa reduz a aderência devido à fadiga associada a ciclos de deformação, e quanto maior a espessura do revestimento, maior tende a ser o risco de fissurar.

Estudos destacados por John mostram que a presença de rugosidades na base aumenta a sua área de contato, tendendo a aumentar a resistência de aderência. “Mas só são preenchidos poros com abertura dez vezes maiores que o diâmetro das partículas. Por isso é importante fazer um apicoamento ou chapisco”, recomendou.

q u a l i D a D e

Mudar a prática de aplicação de arga-massas na construção civil, trazendo para o canteiro métodos e procedimentos mais eficientes e seguros e promover a inovação em revestimentos argamassados, é a grande missão do Consitra 2 (Consórcio Setorial para Inovação Tecnológica em Revestimento de Argamassa – fase 2), reativado em 2012.

Em breve, o consórcio oferecerá ao mer-cado uma série de Recomendações Técnicas. “Ou a gente se propõe a controlar certas coisas no canteiro ou nada vai melhorar”, desafiou a professora Mercia M. S. Barros, da Poli-USP, coordenadora do Consitra 2, ao lado da consultora Maria Angélica Covelo Silva, da NGI Consultoria e articulista de Notícias da Construção. O grupo tem ainda o apoio de Yorki Estefan, representante do SindusCon-SP, e dos professores da Poli-USP Rafael Giuliano Pileggi e Vanderley John.

No final de fevereiro, uma reunião no prédio da Engenharia Civil da Poli-USP definiu os próximos passos para formatar como serão transmitidas ao setor as suas recomendações do consórcio, que reúne 10 universidades do país , a cadeia produtiva de fornecedores e as construtoras, por meio de entidades como SindusCon-SP, Abai (Asso-ciação Brasileira de Argamassas Industriali-zadas) e Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento).

A ideia do Consitra é ter o texto das Recomendações Técnicas pronto em meados de abril e depois trabalhar no sentido de criar estratégias de treinamento de engenheiros que atuam diretamente nos canteiros de obra e de divulgação de informações para os

para melhorar a argamassa

consitra recomendará práticas e padrõespara revestimentos

Para Maria Angélica, ferramental usado ainda hoje no Brasil lembra o da Roma antiga

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Mesmo assim, segundo John, para ga-rantir que a argamassa vá penetrar nos vãos do bloco, é preciso fazer testes diretamente na obra. “Onde estiver úmido é porque a argamassa aderiu. Se estiver seco, é sinal de que ela não chegou lá.”

Projeção mecânicaO grupo chegou à conclusão de que a

projeção mecânica da argamassa na fachada dá resultados melhores e muito mais homo-gêneos que a aplicação manual. “O método manual torna a obra incontrolável. Temos de mudar a mentalidade para encontrar o que é o ótimo para o resultado final da obra”, justificou Mercia Barros.

Baseado nisso, o Consitra recomendará a projeção mecânica de eixo horizontal e, em último caso, a redução do tamanho da colher de pedreiro. “Estudos mostram que a colher menor melhora a aderência”. Mas Yorki Es-tefan alegou não ser possível controlar hoje o uso deste ferramental na obra. “Teremos de mergulhar nesta questão da mecanização. Ou a gente enfrenta isso e segue os países civilizados ou vamos continuar tupiniquins. É vergonhoso; as ferramentas que usamos são rústicas, como no Império Romano. Te-mos de agir rápido para incrementar nosso ferramental”, comentou Maria Angélica. No entanto, ela admitiu que será preciso ter cuidado com um período de transição.

Segundo o grupo, a argamassa projeta-da resulta em ganhos de área de estocagem, de recebimento do material na obra e de produtividade (se bem utilizada), além de melhorar exponencialmente a qualidade da aplicação e liberar as de pranchas para outras tarefas.

Para melhor desempenho, deve-se con-trolar bem o processo de mistura na arga-massadeira e nunca na betoneira, considerada inapropriada para uma mistura eficiente. Mercia defendeu uma ação do Consitra no sentido de pressionar os fornecedores de misturadoras de argamassa para que sejam incorporados à máquina um timer e um me-canismo de desligamento automático.

“É preciso padro-nizar a argamassadeira disponíveis no mercado brasileiro”, concluiu Ra-fael Pileggi.

John lembrou da im-portância de con-trolar a reologia da argamassa e sua qua-lidade. “Os testes de dosagem na obra definem apenas o acerto de um ma-terial, aplicado sob determinadas cir-cunstâncias, que nunca se reproduzem em toda a obra, nem mesmo todo o tempo. Se a massa unitária mudar, acende-se o sinal vermelho”, disse.

Segundo ele, desde que não prejudique a reologia da argamassa, um aumento limitado do teor de ultrafinos, como a cal hidratada, pode melhorar a aderência, pois melhora o preenchimento da superfície da base, dimi-nuindo micro-defeitos de interface.

Outro item crítico é a limpeza da base. “A presença de contaminantes (sujeira, par-tes soltas, filmes de desmoldante) impede o contato com ela. Por isso é fundamental la vá-la de cima para baixo sob pressão”, afirmou Mercia. Segundo ela, a cura da argamassa aumenta o seu grau de hidratação.

“Em São Paulo, a cura da argamassa não é comum. Em Brasília, se faz isso todos os dias”, disse. Se o chapisco não for curado, cai junto com o revestimento, afirmou. “De manhã cedo, use uma lavadora com pres-são mínima e lave até onde ela alcançar”, ensinou. “Se repetir a cura por três dias, a resistência vai aumentar muito.”

O Consitra também recomendará para fachada argamassas com módulo dinâmico de elasticidade o menor possível. “Um que tenha até 8 GPa, para dar pouca resistência a compressão e boa aderência”, explicou John. Segundo ele, o teste laboratorial do módulo dinâmico é “barato, confiável e rápido”.

(Nathalia Barboza)

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Maria angeLiCa CoVeLo SiLVa é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da ngi Consultoria e Desenvolvimento

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É hora de agirG e s t à O D a O B r a

Os acidentes com mortes dos últimos meses –como o incêndio na boate em Santa Maria, os desabamentos de marquises em São João da Barra e Belo Horizonte, o des-moronamento de uma estrutura metálica na Bahia e a queda de uma criança ao passar por um “vão” no guarda-corpo da varanda de um hotel no Rio de Janeiro– são apenas algumas das ocorrências diárias com relação à segurança em edificações.

Aparentemente, nada têm a ver com o setor “organizado” da construção a negli-gência do proprietário da boate, as falhas de engenharia no desabamento das marquises ou a falta de observância da norma técnica no projeto do guarda-corpo do hotel.

E se somos um setor “organizado”, por que permitimos que nada se faça contra o fato de que espuma de poliuretano sem aditivos retardantes de chama possa ser vendida livremente no mercado, se é de co-nhecimento técnico claro que este produto sem os aditivos queimará muito rapidamente, gerando um gás altamente letal (isocianato) que matou as pessoas sem lhes dar chance de tentarem se salvar?

A concentração deste gás necessária para matar é de apenas 0,5 mg por m³ de ar contra 3,9 mg do monóxido de carbono, por exemplo. A norma NBR 9178:2003 - Espu-ma flexível de poliuretano - Determinação das características de queima estabelece o método de determinação das características de queima (velocidade de combustão) em espumas flexíveis de poliuretano e o material

é aprovado se a velocidade de queima Vq for < 100 mm/min ou se a chama se extinguir antes da primeira marca de referência colo-cada no corpo de prova.

A não conformidade às normas técnicas é um fantasma que assombra a construção ci-vil brasileira há décadas e que, a despeito de todos os avanços do setor, nos coloca como subdesenvolvidos, porque em países desen-volvidos esta não conformidade desmedida não está presente no setor da construção.

Desta vez o fantasma não só assombrou como, até o fechamento desta edição, fez 239 vítimas fatais em Santa Maria. Outras inúmeras continuarão a ser vítimas de ma-teriais que não atendem normas e estão no mercado livremente, de projetos elaborados sem atender suas respectivas exigências normativas ou projetos inexistentes, ou que resolvem por pura opção do projetista desres-peitar normas técnicas por considerarem que “sempre fizeram de outra forma e a norma é exagerada” ou por execução totalmente amadora da obra.

O relatório emitido pelo Crea-RS, com a participação de conselheiros e de profes-

sores/pesquisadores da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul, aponta de manei-ra precisa e técnica as causas do incêndio em Santa Maria.

Por que não usamos este importante do-cumento para analisarmos, de forma madura, como setor verdadeiramente “organizado”, o que é preciso fazer para educar proprie-tários, aprimorar conhecimento técnico, declarar guerra à não conformidade e outras ações, em vez de fazermos de conta que não é conosco e ficarmos esperando a próxima tragédia envolvendo edificações?

mais uma vez a não conformidadecom normas técnicas causou mortes

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c a r G a t r i B u t á r i a

Rosilene: atenção para eventuais mudanças e para as disposições da Receita

A maioria dos responsáveis pelas cons-trutoras de edificações estava desconcertada no início de março, data do fechamento desta edição. Faltando pouco menos de um mês para a entrada em vigor da nova forma de cálculo da contribuição previdenciária patronal, era visível o desconforto. Feitas as contas, grande número dessas construtoras constatava que teria prejuízo financeiro com a mudança de cálculo do valor do recolhi-mento, que passará a ser de 2% sobre a receita em vez de 20% sobre a folha.

Embora a desoneração fosse uma an-tiga reivindicação da construção, a Medida Provisória 601, de 28 de dezembro de 2012, determinou que essa mudança obrigatória, válida para o período de abril de 2013 a dezembro de 2014, não mais permitirá às construtoras o abatimento das contribuições feitas pelas subcontratadas.

A MP também determinou que a alí-quota da contribuição previdenciária sobre o valor de empreitadas parciais caia de 11% para 3,5%, de abril de 2013 a dezembro de 2014. E baixou de 6% para 4%, desde 1º de janeiro de 2013, a alíquota do Regime Es-pecial de Tributação (RET), sobre a receita mensal recebida das incorporações feitas em patrimônio de afetação.

OrientaçõesCaso em mar-

ço não haja alte-rações, a partir de abril, as construto-ras de edificações ainda deverão aten-tar para duas hipó-teses, se exercerem outra atividade que não tenha sido en-quadrada na nova

regra de recolhimento, tais como obras de infraestrutura ou incorporação:

• caso a receita da atividade não enqua-drada seja superior a 5% da receita bruta da empresa, as receitas originárias das di-versas atividades devem ser segregadas e a empresa recolherá 2% sobre a receita da atividade enquadrada e 20% sobre a folha de pagamentos;

• caso a receita da atividade não enqua-drada na desoneração seja inferior a 5% da receita bruta da empresa, não haverá segre-gação e a contribuição deve ser calculada exclusivamente à alíquota de 2% sobre a receita.

Ao alertar sobre isso, a advogada Rosi-lene Carvalho Santos, da assessoria jurídica do SindusCon-SP, informa que todas as em-presas de edificações e suas terceirizadas de-verão atentar para mais dois procedimentos:

• manter proporcionalmente a contribui-ção previdenciária patronal incidente sobre o 13º salário, relativamente aos meses de janeiro a março de 2013;

• a partir de abril, para efeito da base de cálculo do recolhimento de 2% sobre a receita bruta, esta deve ser considerada sem o ajuste a valor presente das operações a longo prazo e dela poderão ser excluídas as receitas decorrentes de vendas canceladas, descontos incondicionais concedidos, o IPI quando incluído na receita bruta e o ICMS, quando cobrado na condição de substituto tributário.

Segundo Rosilene, aguardava-se orien-tação da Receita sobre como segregar as receitas, quais serão os códigos de recolhi-mentos etc..

A advogada ressalva que tudo isso po-derá mudar se a MP 601 for aprovada com emendas e/ou se novas mudanças forem feitas na Lei 12.546. Recomenda que as construtoras atentem para a tramitação da legislação e para as futuras disposições da Receita.

Desoneração acabará onerandoraFael marKO

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15revista notícias da construção / março 2013

Ana Castelo: declínio no índice quase anularia o aumento dos últimos doze meses

No fechamento desta edição, a constru-ção aguardava uma posição do Ministério da Fazenda com relação a pleitos apresenta-dos em fevereiro, para evitar prejuí zos com a mudança da contribuição previdenciária. As propostas haviam sido formuladas por representantes do SindusCon-SP, da CBIC e de outras entidades.

Na reunião com o governo, a coor-denadora de projetos da FGV, Ana Maria Castelo, mostrou que a mudança provocará uma queda brusca nos índices de custos da construção. Se a medida tivesse sido aplicada em dezembro, por exemplo, a taxa do CUB daquele mês cairia 6,58%, quase anulando o crescimento de todo o ano de 2012, que foi de 7,29%. Isso levaria a uma distorção: uma queda desproporcional no reajuste das prestações e do saldo deve-dor dos créditos a serem recebidos pelas construtoras.

A economista também demonstrou o efeito negativo da mudança para constru-toras com pouca mão de obra própria. E alertou para outro prejuízo: no momento em que ocorrerem as mudanças, aquelas construtoras que já tiverem recolhido a contribuição sobre obras concluídas terão de efetuar novamente esse recolhimento, desta vez em cima da receita.

AdiamentoPesquisa nacional realizada pela CBIC

com o apoio do SindusCon-SP apontou que 64% das construtoras querem que a mudança só vigore a partir de janeiro de 2015 e que entre abril de 2013 e dezembro de 2014 a contribuição previdenciária das construtoras se reduza de 20% para 10% sobre a folha.

Das empresas consultadas, 61% não consideraram interessante que, na mu-dança da contribuição previdenciária, as construtoras estejam impedidas de deduzir,

CUB poderá ter quedada base de cálculo do encargo, as contribuições feitas pelas subcon-tratadas.

Das respondentes, um terço foi de construtoras do Estado de São Paulo, entrevistadas pelo Sin-dus Con-SP. No universo destas empresas, 83% manifestaram-se pelo adiamento e 69% não con-sideraram interessante a impos-sibilidade de abatimento das contribuições das subcontratadas.

No CongressoNo projeto de conversão de outra MP,

a 582, a Câmara dos Deputados aprovou em fevereiro dispositivo que permitiria às empresas de atividades incluídas na deso-neração optarem entre mudar ou não para a nova fórmula de cálculo da contribuição. O dispositivo ainda dependia do crivo do Senado e da Presidência da República, mas o Ministério da Fazenda sinalizava que seria vetado.

Já na tramitação da MP 601, os depu-tados Ricardo Izar (PSD-SP), Arnaldo Jar-dim (PPS-SP) e Eduardo Sciarra (PSD-PR) apresentaram seis emendas. Izar propôs que, quando a empresa estiver enquadrada em mais de uma CNAE, poderá escolher a forma de recolhimento. Ele também su-geriu a dedução dos recolhimentos feitos pelos subcontratados.

As outras três emendas são de Arnaldo Jardim: que a empresa possa optar pela forma de recolhimento, redução da alíquo-ta de 2% para 1%, e contribuição de 2% facultativa para as empresas que abrirem o CEI da obra até 31 de março de 2013.

Sciarra pediu que a contribuição previ-denciária das empresas de infraestrutura e incorporação imobiliária (não incluídas na MP 601) seja reduzida de 20% para 10% sobre a folha de pagamentos.

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16 revista notícias da construção / março 2013

aLexanDre taDeu naVarro Pereira gonçaLVeS é advogado em São Paulo, sócio da navarro advogados, especialista em estruturação de operações e negócios imobiliários e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP desde 2001

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

A Lei 12.744/12 alterou a chamada Lei de Locações (Lei 8.245/91), com a intenção de regular os contratos usualmente denomi-nados de built to suit (bts) ou “locação por encomenda”, que já vêm sendo praticados há mais de 15 anos no Brasil apesar das dúvidas iniciais quanto à interpretação que poderia ser dada pelo Judiciário ante a atipicidade de suas condições, livremente contratadas, extrapolando os limites estreitos de uma mera relação locatícia.

O Congresso Nacional, uma vez mais, mostra o quanto distante está da realidade, ao produzir uma norma totalmente desneces-sária e obtusa, repetindo o vício do excesso de regulação, indesejado em ambientes que somente conseguem prosperar com liberdade e criatividade.

Pretender criar uma tipicidade onde ela não cabe, ao contrário de contribuir para maior segurança jurídica, poderá trazer in-desejáveis e desnecessários questionamentos e dúvidas. A norma até seria um útil alguns anos atrás, quando ainda havia grande número de incertezas e insegurança; hoje, certamente, é um estorvo, piorando sem qualquer razão o ambiente jurídico, que já estava estabilizado.

Mostramos de modo objetivo os moti-vos da irresignação e do espanto:

• limita-se sua aplicação a “locação não residencial de imóvel urbano”, já expondo o quanto desconhecem a realidade do merca-do, uma vez que muitas operações de bts são de centros de distribuição e logística, fora das áreas urbanas;

estorvo legalj u r Í D i c O

• o modelo legal prevê que “o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros”, excluindo sem razão muitas outras formas jurídicas usuais, tais como o direito de superfície, o comodato e a cessão onerosa. Também ficou difícil saber se são três as hipóteses contempladas (aquisição – construção – substancial reforma) ou se a construção ou reforma foram instituídas como subcondições alternativas e subse-quentes à aquisição;

• o final do art. 54-A confessa sua inutilidade, ao dispor que “prevalecerão as condições livremente pactuadas no contra-to”. Se a lei diz que prevalece a liberdade, é porque não se faz necessária a lei, por óbvio;

• a previsão de que “poderá ser con-vencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis”, apesar de positiva, poderá trazer a dúvida quanto à efetiva possibilidade de outras renúncias a direitos (por exemplo, os de compensação e à ação renovatória), igualmente essenciais para uma operação de bts.

Ao menos houve por bem a presidenta Dilma vetar a inacreditável obrigação de registro do contrato em Cartórios de Títulos

e Documentos, cujo benefício seria apenas dos próprios cartórios.

Estamos infeliz-mente diante de uma novidade normativa

que poderá tumultuar um mercado que se desenvolve positivamente e é essencial para o crescimento do país, contribuindo para a implantação de infraestruturas. Lamentamos ser a iniciativa totalmente desprovida de nexo mínimo com a realidade desse mercado por estar desvinculada dos verdadeiros interesses do setor e ser plenamente desnecessária.

Os contratos built to suitganham norma mambembe

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18 revista notícias da construção / março 2013

Messias: Sinapi deve ter curvas ABC diferentes para infraestrutura e edificações

Com o objetivo de aferir e ampliar o banco de composições do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), a Fundação para o De-senvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), contratada pela Caixa Econômica Federal para realizar a missão, chamou o Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) para coordenar o trabalho, que já foi iniciado.

A revisão do Sinapi é uma das notícias mais esperadas entre as empresas que traba-lham em obras com financiamentos de cons-trução da Caixa Econômica Federal e em licitações de obras e serviços de engenharia do governo federal. O sistema baseia a elabo-ração e análise de orçamentos, as estimativas de custos, os reajustamentos de contratos e os planejamentos de investimentos.

“Este trabalho tem uma grandeza significativa e sem paralelo, no Brasil e no exterior”, disse o professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, coordenador do trabalho.

O trabalho vai requerer muito fôlego e deverá durar cinco anos. Para começar, Espinelli organizou dois grupos, um deles formado por especialistas em cada classe de serviços que compõe o Sinapi e o outro por experts em avaliação de eficiência na produção. O primeiro passo será a aferição dos composições de serviços. Para isso, se-rão feitas 5 mil coletas de informações em campo, em centenas de obras representativas de todas as regiões do Brasil, que balizarão a aferição dos indicadores orçamentários.

Segundo Espinelli, todo o banco de composições de serviços será aferido e novas composições serão criadas. “A neces-sidade se baseia no fato de que a eficiência na produção varia ao longo do tempo, seja por mudanças técnicas ou organizacionais e, portanto, periódicas aferições são neces-sárias para manter sempre o sistema o mais

fiel possível à realidade vigente”, explicou.As composições estão divididas em

três grandes lotes, sendo que representam as obras de edificações, de saneamento e de infraestrutura urbana.

Para determinar os itens mais signifi-cativos nos custos das obras por onde se ini-ciaria a revisão do Sinapi, o vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias, sugere que seja feita uma curva ABC para infraestrutura e outra para edificações. “Na sequência, as mudanças nas composições de preços unitários, apontadas pela FDTE, deveriam ser convalidadas pelo segmento empresarial e não somente pela Caixa”, opinou. “Precisariam, também, ser implementadas imediatamente, à medida que fossem validadas”, recomendou Messias.

CritériosOs critérios conceituais e práticos do

trabalho visam “reconhecer o resultado (pro-dutividade da mão de obra, consumo unitário de materiais e eficiência no uso dos equipa-mentos) como função de um conjunto de fatores presentes (características do produto, do processo e da gestão do cotidiano de uma obra), criando a base para que um conjunto relativamente grande de levantamentos em campo (de resultados e de fatores) permita chegar a uma aferição o mais confiável pos-sível para as composições”, disse Espinelli.

Ele afirmou esperar que o setor colabo-re em todas as etapas do processo e que as construtoras facilitem o acesso às obras das pessoas responsáveis da FDTE pela coleta de dados, “essenciais para a viabilidade do trabalho”.

Segundo Espinelli, após a aferição de cada lote de serviços, a Caixa disponibilizará o resultado em consulta pública. “Nesse mo-mento, esperamos que os agentes contribuam na discussão técnica das composições.”

(Nathalia Barboza)

começa revisão do sinapi

O B r a s p Ú B l i c a s

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20 revista notícias da construção / março 2013

Órgão gerenciador de limpeza pública na cidade de São Paulo, a Amlurb (Autori-dade Municipal de Limpeza Urbana), ligada à Secretaria Municipal de Serviços, está disposta a debater em profundidade com representantes da construção civil a gestão de resíduos sólidos do setor. Esta foi a mensagem do presidente do órgão, Silvano Silvério da Costa, transmitida em entrevista exclusiva a Notícias da Construção.

Silvério destacou o papel do Sindus-Con-SP como referência do mercado por ter desenvolvido diversos estudos e trabalhos a respeito do tema e reforçou que a Secretaria de Serviços quer a contribuição dos empre-sários (veja na pág. ao lado).

Segundo o presidente da Amlurb, o SindusCon-SP poderá contribuir muito durante o processo de consultas públicas que a Prefeitura promete que irá acontecer ao longo deste ano para o debate do Plano Municipal de Resíduos Sólidos.

Ele reconheceu que o Plano Municipal criado em 2012 não passou pela discussão com a sociedade. “Corrigiremos isto em 2013. Discutiremos com a cidade inteira ações para gestão de todos os resíduos, es-pecialmente os da construção civil. Vamos definir diretrizes e estratégias de atuação”, afirmou. “Queremos debater com mais profundidade a gestão de resíduos não só dos grandes geradores mas também dos pequenos e das obras públicas.” Uma das metas a incluir será a elevação de 80 para 140 ecopontos no município.

Solução de mercadoSão Paulo conta com quatro aterros de

inertes licenciados pela Cetesb na Região Metropolitana e outros três contratados na

resíduo terá consulta pública

m e i O a m B i e n t e

cidade. A despeito da queixa do setor em relação a isto, Silvério considerou a quan-tidade “razoável” e disse que uma solução no sentido de elevar o número de ATTs na Capital só poderá ser dada pelo mercado. “Mais aterros de inertes e de reciclados só serão abertos à medida que tivermos mais demanda por materiais desta reciclagem”, comentou.

Para ele, antes disso, o melhor seria que houvesse plantas de reciclagem nos próprios canteiros de grandes obras. “As-sim, só se descartaria o que não dá mesmo para reciclar”, afirmou. Da mesma forma, um número crescente de recicladoras só apareceria “se o mercado demonstrar atratividade para a compra de material resultante de agregados, pó de pedra ou brita”, apontou.

Segundo ele, a Prefeitura deverá traba-lhar para garantir mecanismos que tornem a atividade atrativa. “Uma discussão que teremos de desenvolver é a das compras sustentáveis do município”, admitiu.

Já o Plano de Gerenciamento de In-formatizado de Resíduos da Construção, gestado pelo SindusCon-SP há mais de cinco anos, recebeu o apoio da Prefeitura de São Paulo, que pretende aderir à ferramenta no futuro para acompanhar a logística dos resí-duos sólidos da construção civil na cidade. Silvério declarou que a plataforma online de declaração e acompanhamento confiável e verificável da gestão de resíduos da cons-trução “é uma ideia muito positiva”. Entre as vantagens do sistema está a padronização do gerenciamento de resíduos, que beneficia sobretudo as pequenas e médias construtoras.

(Nathalia Barboza)

Silvério: meta do município é aumentar número de ecopontos de 80 para 140

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O secretário Municipal de Serviços, Si-mão Pedro Chiovetti, abriu o diálogo da Pre-feitura de São Paulo com o SindusCon-SP sobre a gestão de resíduos sólidos da construção civil na cidade. O fato ocorreu durante reunião na qual recebeu, em janei-ro, na sede da Secretaria, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e o vice-pre sidente de Meio Ambiente, Francisco Vasconcellos Neto.

Simão Pedro quer avançar na discussão do tema, e pediu ao SindusCon-SP que apre-sente os gargalos que travam ou impedem a gestão de resíduos e as ações que seria fundamental implementar.

Vasconcellos lembrou que desde 2000 o sindicato vem discutindo o tema resíduos e avançando no processo por meio de um bom canal de discussão com a SMA (Secretaria de

Simão Pedro abre canal de diálogoMeio Ambiente) do Estado de São Paulo, que assinou convênio com o SindusCon-SP, e do Grupo de Resíduos da Câmara Ambiental da Construção Civil, ligada à Cetesb. Entretan-to, ele afirmou que o assunto não conseguiu avançar no âmbito da Prefeitura.

Watanabe citou a preocupação do setor com “o pequeno número de aterros na cidade de São Paulo disponíveis para destinação de resíduos da construção”, além da distância em relação às obras, o que, segundo ele, “acaba encarecendo o custo de um empreen-dimento”.

Pelo SindusCon-SP também participa-ram da reunião o coordenador do Comasp (Comitê de Meio Ambiente), André Aranha Campos, e o gerente de Produção e Mercado, Elcio Sigolo. Silvano Silvério, presidente da Amlurb, acompanhava o secretário.

Secretário pediu informações sobre gargalos da gestão de resíduos

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22 revista notícias da construção / março 2013

H a B i t a Ç Ã O

Foi autorizada no final de fevereiro pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a abertura de licitação para a construção de mais de 20 mil uni-dades habitacionais no centro expandido da capital. Na ocasião, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também assinou um protocolo de intenções para participação da prefeitura na Parceria Público-Privada (PPP), que viabilizará a iniciativa.

Além do governador e do prefei-to, estiveram presentes ao evento o vice-governador e presidente do Conselho Gestor de PPP, Guilherme Afif Domingos, o secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres; e o secretário Municipal da Habi-tação, José Floriano de Azevedo Marques Neto. O SindusCon-SP foi representado por João Claudio Robusti, vice-presidente de Habitação Popular.

Os investimentos iniciais são estimados em R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 2,6 bilhões das empresas participantes e R$ 1,6 bilhão do governo estadual. A prefeitura da capital deve apoiar o projeto com R$ 404 milhões, sendo R$ 20 mil por unidade habitacional.

A perspectiva do governo é de que após consulta pública, o edital de licitação deva ser aberto até maio. Segundo Torres,

centro ganhará 20 mil casaspopulares

No final de fevereiro, a nova gestão da Prefeitura de São Paulo avaliava o Aprov eletrônico e analisava mais de 300 processos de licenciamento de empreendimentos que deram entrada pela nova sistemática.

A informação foi dada pela titular da Secretaria Especial de Licenciamento da Prefeitura de São Paulo, Paula Motta Lara,

Prefeitura de São Paulo revisa Aprov eletrônicoao receber o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe. Ele convidou a secretária para dar uma palestra no sindicato e salientou a importância de a Prefeitura continuar a ser parceira na realização do seminário anual sobre licenciamentos do SindusCon-SP. Paula agradeceu e afirmou que a Prefeitura seguirá apoiando o evento.

os primeiros contratos devem ser assinados em outubro.

O projeto pretende atender famílias com renda de até R$ 10.848, priorizando as famílias com renda de até R$ 3.775. Serão beneficiados trabalhadores do centro que não possuírem imóveis em seu nome.

Requalificação A estratégia será promover a requa-

lificação de imóveis subutilizados em bairros ou áreas próximas aos corredores de transporte e avenidas centrais. A maior parte dos empreendimentos será viabilizada em pontos ainda não explorados dentro das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), que já foram definidas no Plano Diretor da cidade, elaborado em 2002.

De acordo com os planos anunciados em solenidade na Sala São Paulo, os em-preendimentos devem ser concluidos entre dois e seis anos.

Em um segundo momento, o governo pretende iniciar o processo de licitação de PPPs para outras áreas da região metropo-litana de São Paulo.

Na fase inicial, a perspectiva é a ge-racão de mais de 60 mil empregos a partir do programa. (Fabiana Holtz)

Torres, Afif, Azevedo Marques, Alckmin e Haddad durante anúncio dos planos para Habitação Popular

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24 revista notícias da construção / março 2013

Romano aguarda regulamentação da lei para entender melhor sua aplicabilidade

A perspectiva de ser punido com a cassação da inscrição no cadastro de contri-buintes do ICMS por irregularidades traba-lhistas cometidas por terceiros relacionadas a condições análogas à escravidão, prevista pela Lei Estadual 14.946, tende a levar mais transparência aos canteiros de obra. É o que sugere o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do Sindus Con-SP, Haruo Ishikawa. “Para evitar surpresas acho válida a criação e manutenção de um arquivo de imagens dos alojamentos. O papel fiscaliza-dor desse registro inibiria as irregularidades”. Segundo Ishikawa, por estar ciente de sua responsabilidade subsidiária, recentemente uma construtora se viu em apuros após o empreiteiro sumir com o dinheiro que lhe foi repassado para pagamento do salário dos subcontratados. Em represália, os tra-balhadores destruíram os alojamentos. Na Justiça, os subcontratados obtiveram parecer favorável e a construtora acabou assumindo a responsabilidade de pagamento por todo o passivo.

Aliado ao registro fotográfico, as empre-sas precisam refinar seu processo de contra-tação dos empreiteiros. “É fundamental ter referências e conversar com empresas que já utilizaram seus serviços antes de contratar”, disse Ishikawa. Ele considera que ainda existe muita informação truncada. “O pro-blema está na não definição do que vem a ser trabalho escravo e do que seriam condições análogas”, acrescentou, ao afirmar que se a lei existe é para ser cumprida.

Parecer jurídicoRenato Romano Filho, assessor jurídico

do SindusCon-SP, informa que a Portaria CAT 19, de 22/02/2013, da Secretaria da Fazenda de São Paulo, estabelece que a pe-nalidade prevista na lei estadual somente será aplicada após “comunicação, expedida pelo Poder Judiciário ou Ministério Público, da condenação das pessoas envolvidas no crime de redução de pessoa a condição análoga à de escravo”. Romano chama a atenção para o fato de que a competência para legislar sobre matéria trabalhista seria da União. “Quem tem competência para apurar esse tipo de irregularidade é o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho. A competência para julgar é do Judiciário Trabalhista.”

OrientaçõesEm fevereiro, o SindusCon-SP partici-

pou de audiência de esclarecimento sobre a lei no Ministério Público do Trabalho da 2ª Região, que contou com a presença do Procurador-Geral do Trabalho, Luís Antonio Camargo de Melo. O encontro, que tinha como objetivo tirar dúvidas, acabou levan-tando diversas questões que ainda precisam ser esclarecidas. “Em determinados momen-tos o próprio MP reconheceu que é preciso dialogar mais com a sociedade e entender melhor o alcance da lei”, observou. Romano participou do encontro ao lado de Ishikawa e da advogada Izabel Flores de Oliveira.

Ishikawa e Paulo Vanzetto Garcia, pre-sidente do SindusCon-RS, foram convidados para falar sobre o assunto na CPI do Trabalho Escravo, em Brasília, o que estava previsto para março. Veja a lei na íntegra em http://alturl.com/nmp6j .

(Fabiana Holtz)

lei de combate ao trabalho escravo vigora em são paulo

r e l a Ç Õ e s c a p i t a l - t r a B a l H O

transparência éa melhor defesa

contra irregularidades

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25revista notícias da construção / março 2013

O Ministério do Trabalho emitiu em dezembro a Nota Técnica 394/2012, que trata da fiscalização de serviços terceiriza-dos na construção civil. Seu texto revoga a NT 88/2008, que determinava a não distinção entre as atividades meio e fim com o propósito de atestar a legalidade ou não das terceirizações. Na avaliação da assessoria jurídica do SindusCon-SP, a nova orientação é confusa e coloca na mesma condição a subempreitada e a terceirização fraudulenta.

Para Renato Romano Filho, assessor Jurídico do sindicato, a subcontratação de serviços é inerente à atividade econômica da construção civil. “Tanto é assim que o artigo 455 da CLT a autoriza explicitamen-te; e o setor não é capaz de empreender sem subcontratar. Além do mais, definir o que vem a ser atividade meio e atividade fim na construção civil não é tarefa fácil. O que deve ser levado em conta é a realidade do setor. Uma construtora subcontrata serviços desde a terraplenagem até o acabamento de uma obra. Não é possível que alguém domine todas as etapas de um empreendi-mento”, pondera.

Na opinião de Romano, a NT 394 po-derá trazer muitos transtornos. “O mais sen-sato é a fiscalização verificar se os serviços subcontratados estão sendo executados por empresa idônea, se os trabalhadores estão

Nota sobre terceirizaçãopode gerar transtornos

registrados e se as condições fixadas na lei e na norma coletiva estão sendo cumpridas”, acrescenta.

O assessor jurídico chama a atenção também para o que considera mais impor-tante: as construtoras são responsáveis por escolher bem seus subcontratados e fiscali-zar se estes trabalham de acordo com a lei.

InoportunaPara Haruo Ishikawa, vice-presidente

de Relações Capital-Trabalho do Sindus-Con-SP, a NT 394 veio em um momento totalmente inoportuno, confundindo ainda mais o entendimento sobre o que é a ter-ceirização dentro da construção civil. “A subcontratação na construção é claramente um contrato de serviços especializados”, afirmou, ao ressaltar que a terceirização não representa a deterioração do setor, como alguns afirmam.

Na avaliação de Ishikawa, a NT an-terior esclarecia muito bem o que é sub-contratação e o seu cancelamento torna a decisão de punir ou não uma empresa completamente subjetiva.

No Estado de São Paulo, em parti-cular, o vice-presidente considera que os auditores-fiscais têm capacitação suficiente para entender a estrutura administrativa de um canteiro de obras. A nova orientação, porém, abre espaço para injustiças.

No sentido de reestabelecer a NT 88/2008, o Sindus Con-SP tem feito gestões no governo federal em conjunto com a Câ-mara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Para ler a NT 394/2012 na íntegra, acesse ht tp: / /www.sinpai t .com.br/download/pdf/nt3942012sitmte.pdf .

(Fabiana Holtz)

não é possível que alguém domine todas

as etapas de um empreendimento

Ishikawa considera o novo texto inoportuno

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26 revista notícias da construção / março 2013

Maria angeLiCa LenCione PeDreti é professora de Contabilidade e Finanças da FgV e mestra em administração de empresas; trabalha em Planejamento estratégico

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vantagens da sOX

legislação norte-americana funcionamelhor quando controle é pulverizado

G e s t à O e m p r e s a r i a l

Em consonância com nossos últimos artigos, abordaremos nesta edição a famosa Lei Sarbanes-Oxley (SOX).

Datada de julho de 2002, a SOX tornou-se obrigatória para companhias negociadas nos Estados Unidos, inclusive aquelas estrangei-ras em níveis 2 e 3.

Esta lei foi criada em resposta aos escân-dalos contábeis daquela época, com o objetivo de proteger os investidores, por intermédio do aprimoramento da precisão e da garantia de maior confiabilidade das informações divul-gadas pelas empresas.

A SOX possui 11 seções, das quais gos-taria de destacar:

• responsabilidade do CEO (Chief Executive Officer – em português, Diretor Presidente) e CFO (Chief Financial Officer – em português, Diretor Financeiro) sobre os controles e seus testes periódicos, de pro-cessos e sistemas;

• estabelecimento de penalidades cri-minais pela violação de leis do mercado de capitais;

• proibição de empréstimos para admi-nistradores;

• exigência de devolução dos bônus re-cebidos pelos agentes em caso de retificação das Demonstrações Financeiras: afinal, se o resultado foi revisto, a premiação pode não ser justificada;

• Divulgação de Código de Ética, con-tando com os direitos e as obrigações de que tratamos na última edição de Notícias da Construção;

• Restrições à prestação de serviços (de

consultoria, por exemplo) pelas empresas de auditoria. Esta seção entende que a empresa de auditoria independente só será mesmo considerada como tal se não participar das decisões da empresa a qual ela mesma audita;

• aumento da responsabilidade do Co-mitê de Auditoria, principalmente no sentido de garantir fé pública sobre as informações divulgadas pela empresa.

Como podemos perceber pelas seções acima, a intenção da legislação é sempre a de aumentar a transparência das informações.

Desta forma, os acionistas sem participa-ção no cotidiano das empresas poderão enten-der melhor o que acontece no dia a dia delas e o que explica as decisões tomadas pelos seus respectivos gestores, que culminam nos resultados das Demonstrações Financeiras.

Em outras palavras, esta lei se aplica muito mais a empresas e países em que as em-presas têm seu controle acionário pulverizado

e, como consequência, um presidente de com-panhia tem mais infor-mação e mais poder de decisão que um acio-nista não participante

do dia a dia da empresa. Não podemos nos esquecer de que o

mercado de capitais no Brasil ainda está em processo evolutivo e se caracteriza muito mais por empresas cujo poder está concentrado nas mãos de poucos acionistas. Estes, então, possuem toda a informação de que necessitam para a tomada de decisão.

Por este motivo, muitos argumentam que a SOX não pode resolver os problemas de agência das empresas brasileiras (quando seus profissionais decidem mais motivados por benefícios pessoais) tão bem como ela resolve esses problemas em países de controle acionário pulverizado.

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Uma formação acadêmica sólida, ser um bom interlocutor, buscar especialização contínua e estar bem informado sobre preços de insumos e novos processos produtivos são condições básicas para um bom engenheiro, afirmou Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP, ao palestrar para estudantes do primeiro ano de engenharia da Faap.

No painel “As perspectivas da constru-ção civil em 2013 – demanda por engenhei-ros”, Watanabe ressaltou que o mercado é extremamente demandante, mas como em qualquer lugar do mundo o engenheiro pre-cisa estar bem preparado.

Diante da perspectiva de manutenção de um crescimento moderado da economia para os próximos anos, Watanabe considera que o mercado voltará a valorizar o engenheiro por seu desempenho. “Por isso, se preparem para essa nova fase de crescimento do Brasil”. Em 2013, o SindusCon-SP estima que a constru-ção civil brasileira crescerá cerca de 3,5%, enquanto o PIB nacional deve apresentar um crescimento da ordem de 3% a 3,5%.

Para Watanabe, o principal desafio do

Watanabe palestra para futuros engenheiros

Watanabe afirma que elevar a produtividade da mão de obra é o principal desafio

s i n D u s c O n - s p e m a Ç Ã O

setor se tornou elevar a produtividade da mão de obra.

O presidente da Fiabci/Brasil, Basílio Jafet, que também participou do painel, disse considerar boa a visão acadêmica dos engenheiros formados hoje, mas ain-da falta mais contato com o mundo dos negócios. Em sua apresentação, Cláudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, cha-mou a atenção para o desenvolvimento urbano com sustentabilidade.

Para Aloizio Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia, a engenharia está sendo chamada de volta após 25 anos de crise. “Não vejo necessidade de recorrermos aos estrangeiros”, comentou ao lançar a ideia de um pacto pelo progresso.

O evento contou com aula magna do governador de São Paulo, Geraldo Alck-min. A mesa do painel foi coordenada por Antonio Muscat, diretor da Faculdade de Engenharia da Faap. Também compareceu pelo SindusCon-SP o vice-presidente de Imobiliário, Odair Senra.

(Fabiana Holtz)

sinduscon-sp recebe homenagem da cipaO lançamento da 400ª edição da revista

da Cipa em fevereiro foi comemorado ao lado de todos os seus parceiros e apoiadores na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Homenageado na categoria de parceiro ins-titucional, o SindusCon-SP foi representado pelo superintendente, José Luiz Machado.

A cerimônia foi comandada por José Roberto Sevieri, diretor de operações do grupo Cipa, e contou com a participação da deputada estadual Célia Leão (PT); do secre-tário do Estado do Emprego e Relações do Trabalho, Carlos Ortiz; do superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, Carlos Frederico Zimmermann Neto; e do presidente do Sintracon-SP, Anto-nio de Sousa Ramalho. (FH)

Foto

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e

Deputada Célia Leão foi a anfitriã da cerimônia

Page 29: Surpresa!

A Diretoria de Relações Internacionais (DRI) do Sin-dusCon-SP, conduzida pelo diretor Salvador Benevides, iniciou as tratativas para or-ganizar a Missão Técnica do sindicato que viajará ao Japão neste ano, possivelmente no início de setembro.

A programação deverá ter como foco a produtivida-de nas obras. Além de visitas a canteiros, também haverá contatos com instituições de ensino e pesquisa. Um dos dias deverá ser dedicado a conhecer uma “cidade sustentável”.

A DRI também proporcionou o apoio institucional do SindusCon-SP a duas ou-tras missões: a 4ª Missão Técnica Ecobuild

missão técnica irá ao japão

Benevides prepara a programação

Londres 2013, realizada pela agência ArqTours no início de março, visitando o evento considerado um dos maiores de sustentabilidade do pla-neta; e a visita que a Inter-business Tours programou para a 30ª Bauma – Feira Internacional de Máquinas de Construção, Máquinas para Materiais de Construção, Máquinas para Mineração, Veículos e Equipamentos para Construção, em Muni-que (Alemanha), em abril.

Outro apoio do Sindus-Con-SP por intermédio da DRI foi dado a uma visita a ser feita à Batimat-Paris em novembro. A programação será divulgada em breve.

Em prosseguimento às reuniões realiza-das com a Eletropaulo, o CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP iniciou um projeto piloto com aquela con-cessionária, destinado à agilização dos processos de ligação provisória e defintiva.

Para tratar da questão, visitaram o sin-dicato em fevereiro o gerente de Marketing da Eletropaulo, Rogério Jorge; o coorde-nador de Clientes Varejo, Silvio Duarte Jr. e o coordenador de Clientes Corporativos, Fernando Arruda.

Eles foram recebidos pelo vice-presi-dente de Tecnologia e Qualidade do Sindus-Con-SP, Paulo Sanchez, e pelo coordenador do CTQ, Jorge Batlouni. A Eletropaulo in-formou as providências em andamento para um atendimento especializado às demandas da construção, que serão testadas no projeto piloto pelos membros do CTQ.

Eletropaulo cria canal para o setor

Com apoio técnico do SindusCon-SP e do Sindinstalação, foi lançada em fevereiro, no Secovi-SP, a versão 2.0 do site dos Ma-nuais de Escopo para a indústria imobiliária (www.manuaisdeescopo.com.br). Nos últi-mos dois anos, os 14 manuais passaram por uma revisão e atualização de conteúdo, com destaque para questões como sustentabili-dade, Norma de Edificações Habitacionais – Desempenho e tecnologia BIM. Na ocasião também foi lançado o 15º volume, que trata de encargos da incorporação imobiliária.

Entre as novidades do site, agora os usuá rios podem fazer consultas on-line de todos os guias, além de checklists. Os manu-ais também estão disponíveis para montagem de uma proposta técnica, através da utiliza-ção específica e gratuita de uma versão do Sistema Navis. Hoje, 26 mil usuários estão cadastrados no site.

escopo: manuais ganham novo site

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30 revista notícias da construção / março 2013

Caldeirão: torcedores ficarão bem próximos do campo de jogo

Uma das obras mais vigiadas do país, a Arena Corinthians estava 63% concluída em 22 de fevereiro. Mais de 1.800 trabalhavam na obra, quando Antonio Gavioli, diretor de Contrato da Odebrecht Infraestrutura, apre-sentou os detalhes da construção a um grupo de jornalistas latino-americanos, entre eles a reportagem de Notícias da Construção.

A grandiosidade da obra, que ocupa 189 mil m² de um terreno de 198 mil m², pode ser percebida em vários números. São 45 km de estacas profundas (no total, 3.520 pré-moldadas e estacas raiz), 900 pilares, 2.500 vigas-jacaré, 4.000 degraus e 9.700 lajes (perfazendo 11 mil m³), tudo em con-creto pré-moldado. A cobertura metálica atinge 31.500 m². Cerca de 1 milhão m³ de terra foi movimentado, sendo que 200 mil m³ foram descartados e o restante reaproveitado. O muro de proteção do terreno, um fundo de vale, também é o maior deste tipo no país. Há ainda 98 camarotes, 502 sanitários, 59 lojas, 1 auditório, 15 elevadores, 4 restaurantes/ba-res, 1 cozinha industrial, 10 escadas rolante, 990 vagas cobertas e 1.943 descobertas.

Sem vidros verdesÚnico em tamanho no país, painel de

LED, estruturado em 8.900 m² de pele de vi-dro branco no prédio Oeste, terá 200 metros de largura por 20 m de altura e servirá como uma das fachadas da arena. A face oposta será de vidro com geometria orgânica. “Os vidros não podem ser verdes por conta do rival. Então estamos importando um lote de vidros brancos da Bélgica”, conta Gavioli.

A cobertura será revestida por uma man-ta plástica branca da Firestone e terá células fotovoltaicas que gerarão 0,5 megawatt.

O sonho dos corintianos mereceu outro

cuidado inédito. A Odebrecht montou o guin-daste Liebherr 11350, o de maior capacidade já utilizado em uma obra na América Latina. O equipamento suporta até 1.500 toneladas e foi fundamental para erguer com segurança peças metálicas enormes montadas no chão, evitando acidentes e perdas no canteiro. “Nossa opção foi trabalhar o maior número de homens/hora no solo e levantar peças prontas de até 350 toneladas”, releva Gavioli.

O prédio Oeste abrigará 60% da infra-estrutura do estádio, desenvolvido para 48 mil torcedores –durante a Copa do Mundo serão 65 mil. Muitas instalações internas precisarão ser modificadas por conta dos jo-gos da Copa. “Toda a área de vagas cobertas será revertida para abrigar a infraestrutura de imprensa e muitos camarotes darão espaço a mais sanitários”, conta Gavioli.

A área central começava a ser escavada em fevereiro e preparada para receber o sis-tema de drenagem a vácuo e o gramado. O prazo de entrega é dezembro de 2013.

Uma amostra da Arena poderá ser vista no Salão de Grandes Construções da Cons-truction Expo 2013, que acon-tecerá no Centro de Exposições Imigrantes, de 5 a 8 de julho.

(Nathalia Barboza)

Finalmente em casa

O B r a s e s p O r t i v a s

Operários checam estrutura metálica. Abaixo, guindaste carrega peça moldada no chão

Page 31: Surpresa!

SÃO PAULO

DIAS 5 e 12Planejamento Estratégico para Obtenção de Melhores Resultados

DIA 9Gestão de Resíduos e os Processos para Certificação Ambiental Voluntária na Construção Civil

DIA 23Responsabilidade das Empresas de Construção Civil no Momento de Terceirizar Serviços

DIA 25Licitações de Obras e Serviços de Engenharia

BAURU

DIAS 19 e 20Planejamento Estratégico para Obtenção de Melhores Resultados

CAMPINAS

DIAS 17Desoneração Previdenciária da Folha de Pagamento no Âmbito da Construção Civil

RIBEIRÃO PRETO

DIAS 8 e 9NR 35 - Trabalho em Altura

DIA 18Desoneração da Folha de Pagamento no Segmento daConstrução Civil

SANTOS

DIA 4Classificação Fiscal de Mercadorias (NCM) e os Impactos no Sped Fiscal, EFD Contribuições e NF-e

DIAS 11 e 12NR 35 -Trabalho em Altura

DIA 23FundamentosFiscais sobre oICMS, IPI e ISS,Aplicados àConstrução Civil

S. J. DO RIO PRETO

DIA 25Desoneração Previdenciáriada Folha de Pagamento noÂmbito da Construção Civil

ABR IL 2013

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Page 32: Surpresa!

32 revista notícias da construção / março 2013

controle da rinite

p r e v e n Ç Ã O e s a Ú D e

A rinite, irritação e inflamação aguda ou crônica da mucosa nasal, atinge 30% das pes-soas; entre as crianças, 40%. A doença pode ser causada por vírus e bactérias ou por fatores ambientais como pó, mudança de temperatura e fumaça.

A rinite não alérgica pode estar associada à mudança brusca da temperatura ou decorrer de problemas anatômicos das vias aéreas. A mais comum, no entanto, é a alérgica, relacio-nada a alérgenos como poeira, pólen, ácaros, substâncias químicas e descamação da pele de animais domésticos.

Os sintomas mais comuns são coceira, obstrução nasal, crise de espirros e coriza, geralmente clara. A coceira pode acometer também os olhos, a garganta e o céu da boca, podendo provocar também tosse seca irritativa.

O diagnóstico da rinite alérgica é clínico e leva em conta os sintomas do paciente, dados sobre o ambiente domiciliar e profissional, seus hábitos, antecedentes familiares de alergia, utilização de medicamentos, fatores agravantes e desencadeantes, e o exame físico.

O tratamento inclui medidas de higie-ne ambiental, limpeza nasal com solução fisiológica diária e uso de medicamentos anti-histamínicos e corticosteróides em forma de spray, sempre sob orientação médica.

Na rinite alérgica, observa-se um fenôme-no peculiar: quanto mais a pessoa fica exposta aos alérgenos, menores quantidades destes são necessárias para desencadear a reação. Daí a importância que assume o controle ambiental. Algumas orientações:• evite objetos que acumulem poeira no quarto

de dormir, como livros, revistas e bichos de pelúcia;• Evite colchões e travesseiros de pena ou pluma;• Envolva colchão e travesseiro com capas plásticas impermeáveis;• Troque a roupa de cama ao menos uma vez por semana, lavando-a em água aquecida;• Se possível, use pisos laváveis, como madei-ra, cerâmica ou vinil;• Evite tapetes, carpetes, cortinas e almofadas. Dê preferência a persianas ou painéis de fácil limpeza;• Combata o mofo e a umidade nas paredes do quarto, mantendo os ambientes sempre bem arejados;• Evite espanadores, vassouras, aspiradores de pó e produtos de limpeza com cheiro forte;

• Evite inseticidas, per-fumes, talcos, desodo-rantes sob forma de spray e amaciante de roupa;• Evite fumaça de ci-

garro direta ou indiretamente;• Substitua cobertores de lã por edredons. Mantenha as roupas de inverno sempre bem limpas e arejadas, lavando-as antes do uso, de preferência também com água aquecida.

A obstrução nasal causada pela rinite pode forçar à respiração pela boca, prejudicial às vias aéreas inferiores por não aquecer o ar ins-pirado. Isso pode levar também a alterações de oclusão dentária e do desenvolvimento facial, principalmente nas crianças.

A diminuição ou ausência de ventilação nasal facilita o aparecimento de sinusites e otites. A rinite alérgica pode acarretar danos à qualidade de vida, trazer problemas de con-centração, comprometer o sono e limitar a in-teração social. Por todas essas razões, procure o médico diante dos primeiros sintomas.

CLauDia naKaMura é pediatra do Seconci-SP, formada pela unifesp/ePM, com especialização em alergia infantil

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

evite tudo o que acumule poeira, comotapetes, carpetes, cortinas e almofadas

Page 33: Surpresa!

r e s p O n s a B i l i D a D e s O c i a l

Representantes de várias empresas de construção civil aceitaram o convite da vice-pre sidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Maristela Honda, para conhecer melhor, num café da manhã, em fevereiro, os detalhes do 6° ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família), que acontecerá em 13 de abril.

Os integrantes dos setores de Responsa-bilidade Social, RH e Segurança do Trabalho de empresas como Mendes Jr., MRV, Conx e Praia Grande obtiveram informações do ConstruSer por meio de um vídeo sobre o 5° ConstruSer e de outro, que mostra como é o processo de inscrição no canteiro de obra.

Para Maristela, a participação massiva das empresas será importante para atingir a

Hora de inscrever os trabalhadores

meta de 10 mil participantes na Capital nesta sexta edição do ConstruSer –para o Estado, a expectativa é de chegar a 53 mil.

Roseane Petronilo, gerente de Estratégia e Produtividade do SindusCon-SP , lembrou a necessidade de as empresas agendarem a vi-sita gratuita aos seus canteiros o mais rápido possível, para que os agentes do Sindus Con-SP possam informar os trabalhadores sobre os benefícios de participar e efet ivar as fichas de inscritos. “Estamos ao inteiro dispor das construtoras interessadas”, completou José Luiz Machado, superintendente do sindicato.

As inscrições devem ser feitas até o dia 8 de abril, uma semana antes do ConstruSer.

(Nathalia Barboza)

Page 34: Surpresa!

34 revista notícias da construção / março 2013

antonio JeSuS De britto CoSenza é consultor de empresas e professor da eaeSP-FgV e da bbS

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

criação integrada

vinhetas precisam ser harmonizadascom demais elementos de marketing

m a r K e t i n G

Alguns alunos meus de graduação da EAESP/FGV pediram-me auxílio em um trabalho sobre “sound marketing”, segundo eles, a mais recente ferramenta conceitual na área.

Disse-lhes que a ferramenta não era recente nem conceitual, mas apenas um tipo de criação elaborado por qualquer agência. Orientei-os a visitarem o museu da propagan-da, na ESPM, e conhecerem peças brilhantes criadas a partir dos anos 50. Zigmunt Bauman chama isso de “fragmentação do conheci-mento”. Ela é tão grande que chegaremos a encontrar alguém especializado em uma mí-nima parte de uma única atividade que integra um simples processo. A formação ampla não mais existirá. É uma grande perda para cada um dos seres humanos.

Eles ficaram surpresos e me mostraram um texto no site www.learnmarketing.net/soundmarketing.htm . Argumentei que o texto não continha heresias, mas que tudo não passava de um nome novo para uma antiga peça do “P” de Promoção do marketing mix. Assim como o marketing mix continua sendo formado por quatro Ps, as vinhetas continuam sendo “vinhetas”. Difícil esquecer o “plin, plin” da Globo, os acordes do repórter Esso, a chamada dos cobertores Parahiba, o jingle do Leite Paulista, os acordes da Varig e o seu jingle de Natal, a liquidação do Mappin (“até meia noite, Mappin”) e tantas outras. Argu-mentei ainda que esses novos nomes eram uma brincadeira ou irresponsabilidade de pessoas que, ao pretenderem ganhar dinheiro facilmente, prejudicavam com a sua ignorân-

cia atrevida o aprendizado dos jovens futuros executivos, empreendedores ou empresários.

Esses “livros” (se é que podemos chamá-los de livros) eu enquadro na categoria “autoajuda”, isto é, que ajudam o autor e mais ninguém. Eles ganham dinheiro dando vazão à sua ignorância ambiciosa e contribuindo para que ela se espalhe rapidamente pelas re-des sociais. Até quando ficarão impunes? No nosso país, para todo o sempre, infelizmente.

Já há até agências especializadas em “sound marketing”. Só trabalham com isso. Só focam o sensorial, a experiência emocional do shopper –argh!!–, seu “envolvimento” com a marca através da audição, do olfato, da visão (haja quantidade de tons).

Envolvimento emocional com a marca é importante para reter clientes, mas seja-

mos profissionais de marketing e não “mar-queteiros”. Vamos atri-buir a uma vinheta o seu papel. Ela precisa ser criada de forma

integrada ao nome de marca, ao logotipo, à ambientação do ponto de venda, ao perfil do público alvo.

Não é a imprensa a responsável por essa confusão e sim alguns militantes da área de marketing. São marqueteiros, marreteiros, aproveitadores.

Nenhum dos instrumentos de uma or-questra pode atuar isoladamente. É o conjunto que cria a beleza da peça musical e envolve emocionalmente a plateia. O profissional de marketing é um regente. Ele é o maestro que harmoniza todos os instrumentos necessários à execução de uma peça. A agência faz a “orchestration”, como dizia David Ogilvy.

A “fragmentação do conhecimento” não leva à compreensão do contexto e inibe o crescimento do ser humano.

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trabalho na indústria da construção NR33 – Capacitação para trabalhadores em

espaços confinados NR10 – Segurança em instalações e serviços

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Page 36: Surpresa!

36 revista notícias da construção / março 2013

r e G i O n a i s

Prefeito de S. André prometemais habitação e saneamento

Em entrevista a Notícias da Constru-ção, o novo prefeito de Santo André, Carlos Alberto Grana (PT), afirmou que pretende retomar os programas de reurbanização, construir 3 mil unidades habitacionais em parcerias com os governos estadual e fede-ral, e implantar um programa de abasteci-mento de água e coleta de esgoto.

Eleito deputado estadual em 2010, Grana atuou na articulação do acordo na Câmara Setorial para a revitalização da indústria automobilística. Integrou o Codefat e no Grande ABC participou da criação do Fórum da Cidadania, da Câmara Regional e da Agência de Desenvolvimento Econômico.

Nascido em São Bernardo em 1966, cresceu na Vila Palmares, bairro carente de Santo André. Iniciou sua militância política aos 14 anos, na Pastoral da Juventude. For-mou-se ferramenteiro pelo Senai, trabalhou na Metalúrgica Brosol e ocupou cargos de destaque no movimento sindical, chegando à presidência da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

Quais as suas prioridades?Santo André já viveu período intenso

de dinamismo em que todos reconheciam o crescimento e as transformações na cidade. Temos de recuperar a autoestima do povo andreense. O município é muito grande para apontar uma ou outra prioridade. O PT, historicamente, faz governo muito pautado por ações sociais. Basta comparar o que foi feito durante as gestões de Celso Daniel em Santo André, e pelos presidentes Lula e Dil-ma em nível nacional. Mudamos o Brasil e Santo André para melhor. As administrações petistas que se seguiram na cidade, ainda que interrompidas por breves períodos, contri-buíram para consolidar modelo de trabalho

reconhecidamente vitorioso, o qual alçou o município ao patamar de exemplo de implan-tação de políticas públicas, fazendo nossas gestões ganharem prêmios regionais, esta-duais, nacionais e até mesmo internacionais. Nosso retorno ao governo andreense repre-senta a retomada de projetos bem-sucedidos e o avanço em áreas que estavam estagnadas, como saúde, educação, habitação, desenvol-vimento social e econômico e mobilidade urbana. Tudo envolvendo e incentivando a participação popular nas decisões.

O que pretende realizar na área ha-bitacional?

O déficit habitacional de cidade é preo-cupante. Nada foi feito nos últimos quatro anos. Entre as várias ações, vamos retomar os programas de reurbanização e regulari-zação fundiária, garantindo a titularidade da moradia aos cidadãos andreenses que moram em núcleos habitacionais; construir 3 mil unidades habitacionais em parcerias com os governos estadual e federal, priorizando famílias com renda de até três salários mí-nimos; e implantar nos núcleos e conjuntos habitacionais programa de abastecimento de água e coleta de esgoto. Temos de dar vida digna ao povo.

Qual a importância da construção civil para o município?

A construção civil cresceu muito em Santo André nos últimos anos, acompa-nhando a pujança da cidade. O setor tam-bém aproveitou a privilegiada localização geográfica do município, próximo ao porto de Santos e aos aeroportos de Congonhas e Cumbica. O segmento contribui muito e pode fazer ainda mais para o desenvolvimento andreense. (Sueli Osório)

Grana: construção contribui muito para o crescimento da cidade

Page 37: Surpresa!

santos visita novos secretários A Regional Santos, representada pelo

seu diretor Ricardo Beschizza, realizou vi-sitas de cortesia aos secretários municipais Ângelo José da Costa Filho, da Infraestrutura e Edificações; Luciano Cascione, do Meio Ambiente; e Nelson Gonçalves de Lima Jú-nior, do Planejamento. Conforme Beschizza, já é uma tradição esse primeiro contato, logo após a posse de cada nova administração municipal.

“Procuramos os representantes das pastas diretamente ligadas à construção, como forma de apresentar o SindusCon-SP aos secretários, e colocar a Regional San-tos à disposição da municipalidade”, disse Beschizza. Segundo ele, o objetivo é deixar a entidade aberta para discutir problemas e soluções com as autoridades, bem como pro-por melhorias que visem ao desenvolvimento do município. (Giselda Braz)

Baixada Santista verá planejamento no FiconO planejamento das cidades da Região

Metropolitana da Baixada Santista será debatido entre empresários santistas e auto-ridades no 3º Ficon (Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região), em 6 e 7 de maio, no Mendes Convention Center.

“Depois de cinco anos de expansão da construção na região, agora é o momento de planejar as cidades para que o crescimento não afete a qualidade de vida”, disse o di-retor da Regional Santos do SindusCon-SP,

Ricardo Beschizza. “No caso de Santos, quase restrita à ilha, é importante encontrar-mos formas de aproveitar melhor o espaço, com estacionamentos subterrâneos e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)”.

O 3º Ficon, iniciativa de A Tribuna de Comunicação, prevê visita técnica entre 13 e 19 de abril a Chicago (EUA), famosa pelos telhados verdes. Ainda serão debatidos o cenário econômico nacional e a tendência do mercado imobiliário regional. (GB)

Page 38: Surpresa!

15 a 21 de abril de 2013,

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roteiro13 de abril (sábado) - são paUlo / london

Apresentação no aeroporto internacional de Guarulhos para embarque com

destino a Londres.

14 de abril (domingo) - london / MUnich

Chegada ao aeroporto de Londres e conexão para Munique. Chegada, traslado ao

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Page 39: Surpresa!

reGiOnais

A Delegacia de Mogi das Cruzes do SindusCon-SP comemorou a formação de mais 27 mestres de obra na cidade. Autorida-des, parceiros do SindusCon-SP, formandos e seus familiares se reuniram no Sesi de Mogi das Cruzes em fevereiro, para celebrar a conclusão de mais um curso.

Para o Diretor da Delegacia, Mauro Rossi, essa foi uma conquista não só do SindusCon-SP, mas de todo o município. “Estamos formando novos profissionais de uma categoria fundamental nos canteiros de obras e que vai agregar qualidade e produ-tividade nas construções. É um ganho que

trará frutos a médio e longo prazo”, afirmou.O sucesso desse curso também está

refletido no novo processo seletivo realizado pela entidade. Quase 110 pessoas realizaram a prova de seleção, para 32 vagas. As aulas tiveram início em fevereiro.

O programa de formação acontece em parceria com a Escola Senai e, ainda segundo o Diretor da Delegacia, novas ações estão previstas para este ano. “Buscamos parceiros para a qualificação de mão de obra e atual-mente estamos planejando junto ao Senai um novo curso que possa atender a Lei do Menor Aprendiz”, informou. (Tatiana Vitorelli)

Os formandos com os diplomas, no Sesi localMogi forma novos Mestres

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Page 40: Surpresa!

reGiOnais

A Regional de São José dos Campos do SindusCon-SP comemorou os excelentes resultados nas inscrições para o curso de Mestre de Obras, que teve início no final de fevereiro nas cidades de São José, Taubaté e Mogi das Cruzes.

Na cidade sede da Regional, foram mais de 320 inscritos, em Mogi; 110 profissionais participaram do processo de seleção, e 100 pessoas em Taubaté.

Para esse ano, São José comemorou também uma conquista: a abertura de mais uma turma para o curso, que formará 64 no-vos profissionais ao final do ano letivo, em vez de 32. Em cada uma das demais cidades, o número permanece em 32 vagas.

Fazem parte dos componentes curricu-lares matérias como Comunicação Oral e Escrita, Processos Construtivos, Segurança e Controle Ambientais, Técnicas de Super-visão e Controle e Projeto de Planejamento da Obra.

Sucesso em RibeirãoO curso de Mestre de Obras, pro-

movido pela Regional Ribeirão Preto do S indusCon-SP, Senai-SP e Prefeitura, rece-beu 116 inscrições, para 32 vagas. O índice de candidatos por vaga (3,63) é semelhante ao de cursos oferecidos pela USP-Ribeirão, como Química (3,53), Enfermagem (4,25) e Pedagogia (4,28).

“A procura cresce e dobrou em relação ao ano passado”, comentou a coordenadora da Regional, Maria Cecília Rocha. “A qua-lificação é um dos grandes gargalos da cons-trução, por isso não medimos esforços para oferecer treinamentos e cursos como esse.”

Gratuito, o curso está na sétima edição. (Tatiana Vitorelli e Marcio Javaroni)

Cursos paraMestres sãodisputados

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O diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti, reuniu-se com o prefeito da cidade, Jonas Donizette, em fevereiro. No encontro, ele abordou os entraves à aprovação de projetos.

As propostas de rever a legislação urba-nística de Campinas e retirar dos textos das leis as subjetividades já haviam sido feitas ao prefeito antes das eleições. As subjetivi-dades dão margem a interpretações diversas, dificultam a análise de projetos e foram responsáveis pela aprovação irregular de empreendimentos na cidade, que acabaram embargados pelo Ministério Público.

“Foi uma iniciativa muito boa do pre-feito buscar a opinião do setor para resolver o problema”, ressaltou Benvenutti.

O Grupo Pró Urbe (GPU), recém-criado e formado por integrantes da construção, entregou um documento a Donizetti, pedindo

campinas quer acelerar aprovaçõesa retirada total dos textos das leis, de termos como “dependendo de estudos específicos”, “a critério da Prefeitura”, “mediante laudo técnico” e “sob consulta ao Poder Executi-vo”, porque essas expressões deixam a cargo de funcionários decisões que trazem grandes impactos e custos maiores para a construção.

O prefeito considerou que a falta de cla-reza em artigos das leis também abre espaço para a corrupção, já que favorece interpre-tações. Por isso, solicitou a formação de um grupo de trabalho envolvendo as secretarias, com participação da sociedade, para apontar incongruências e subjetividades na legislação que disciplina as construções na cidade. O foco serão as leis de uso e ocupação de solo, de parcelamento do solo, de Empreendimen-tos Habitacionais de Interesse Social (Ehis), de planos urbanísticos e de polos geradores de tráfego. (Vilma Gasques)

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reGiOnais

Diretores da Regional Bauru do Sindus-Con-SP receberam em fevereiro a visita do novo secretário municipal de Planejamento, Paulo Ferrari. Os empresários apresentaram as principais demandas da construção e ou-viram as propostas do secretário para atender às reivindicações.

Uma das solicitações da construção foi a otimização da análise e aprovação de projetos de obras, que têm demorado meses para sair. Segundo Ferrari, a demora se deve às exigên-cias da legislação, complexas e minuciosas. “O caminho para agilizar é simplificar as leis”, disse.

Ferrari informou estarem em andamento as revisões da Lei de Zoneamento, do Código de Obras e da Lei de Parcelamento do Solo. “A ideia é deixá-las mais simples e claras, seguindo as determinações do Plano Diretor. Elas devem determinar o essencial e deixar os detalhes para normas técnicas e regulamen-tadoras. Se simplificarmos as leis, 50% dos

problemas estarão resolvidos”, comentou.Os empresários pediram para participar

das revisões. “Muitas leis são redigidas por pessoas que não atuam na construção. Aí aprovam exigências inexequíveis. Depois de aprovada a lei, é muito mais difícil mudá-la. O ideal seria podermos debater e opinar des-de o início”, ressaltou o diretor da Regional Bauru do SindusCon-SP, Renato Parreira.

Ferrari comprometeu-se a atender à so-licitação e ainda pediu que o setor apresente sugestões de melhorias. “Se vocês tiverem conhecimento de leis de outras cidades que funcionam bem, tragam para nós. Vamos adotar tudo que for bom para Bauru”, acres-centou. (Sabrina Magalhães)

X

Bauru quer agilizar projetos

Ferrari e Parreira, na sede do sindicato: consenso sobre revisão da legislação

O SindusCon-SP oferecerá às constru-toras treinamentos para trabalho em altura, informou a coordenadora da Regional São José do Rio Preto, Mércia Godoy.

A partir de 27 de março, os trabalha-dores que precisarem trabalhar em alturas acima de dois metros, bem como as equi-

pes de emer-g ê n c i a e salvamento, precisarão ter recebido treinamento específico comprova-do, de acor-do com a

Rio Preto treinará para trabalho em alturaNorma Regulamentadora 35 - Trabalho em Altura.

O técnico de segurança do trabalho da Regional, Douglas William Hakini, par-ticipou do curso “Preparação Didática de Instrutores do Curso NR-35”, em São Paulo, junto com os técnicos de segurança de outras regionais. O objetivo foi capacitar os profis-sionais para multiplicar o conhecimento das novas regras.

Douglas também coordena os grupos de estudos de segurança organizados pela Re-gional Rio Preto. Segundo ele, este trabalho já tem apresentado resultados. “Estamos es-tudando estas alterações e nossas associadas estão se adaptando”.

(Ester Mendonça)

Fiscalização exigirá comprovação do treinamento

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projetos e Bims O l u Ç Õ e s i n O v a D O r a s

A comprovação do desempenho das edi-ficações é um desafio para os profissionais de projetos que pode ser superado. A necessidade dessa comprovação conforme norma técnica e adoção dos conceitos e softwares BIM podem se complementar se forem incorporadas como premissas para o desenvolvimento do projeto.

A partir da publicação da norma ABNT NBR 15575: Edificações habitacionais – De-sempenho, abre-se novo horizonte: obter e organizar os dados de desempenho de sistemas, para que sejam devidamente adotados nos projetos de edificações, em particular nos de arqui-tetura.

Projetos e ferramentasA organização e apresentação do projeto

em softwares CAD 2D são semelhantes às produzidas em pranchetas. Trata-se de melhora de uma ferramenta, saindo da prancheta física para a digital. As melhoras oferecidas estão na eliminação de trabalhos repetitivos e demora-dos, pela possibilidade de edição de desenhos, impressão de múltiplas cópias, aproveitamento de desenhos para elaboração de revisões.

A inclusão da terceira dimensão nos pro-gramas de projeto de arquitetura representou um aumento considerável na quantidade de informações visualizáveis do projeto. No en-tanto, assim como os softwares de CAD 2D, os de CAD 3D não apresentaram uma revolu-ção na forma de desenvolvimento do projeto, mantendo-se a fragmentação da informação em vários arquivos e formatos, sem interope-rabilidade entre si.

Segundo Ferreira, R. C., “o projeto pode ser visto como uma forma organizada de in-formações que devem ser compartilhadas pelos intervenientes na construção do objeto”. As

informações são agregadas ao projeto em di-versos momentos e é necessário um local onde possam ser armazenadas de forma organizada, “identificado com uma base de dados ou como um modelo de informações”.

Este modelo precisa contemplar produtos, processos, documentos, informações geomé-tricas, de desempenho e outras pertinentes na sua criação ou acrescentadas após em um só local, além de permitir o estabelecimento de relações entre as informações adicionadas, de forma organizada.

BIM é um processo que centraliza infor-mações de um edifício com o estabelecimento de relações entre as mesmas, em um modelo, com auxílio de ferramentas digitais. Seu ob-jetivo é otimizar o processo de projeto, com significativa melhora na organização e acessi-bilidade de informações em relação a processos de projeto anteriores, e redução das incertezas ao longo de toda a vida útil.

Objetos paramétricosO que torna um modelo interessante é

a informação que contém em seus diversos “objetos”.

De acordo com Eastman, C. et al., objetos paramétricos possuem definições geométricas e são associados a dados e regras, não são re-dundantes, modificam geometrias associadas quando inseridos em um modelo, podem ser definidos em diversos níveis de agregação, es-tabelecer relações, exibir ou exportar conjuntos de atributos, como propriedades estruturais, características dos materiais, dados de com-portamento acústico, energético, entre outros,

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]@thorntontomasetti.com

anne CatHerine WaeLKenSé design intern no escritório thornton tomasetti em nova York

CLáuDio ViCente MitiDieri FiLHo é mestre pelo iPt – Mestrado Profissionalizante em Habitação: Planejamento e tecnologia

mudança é irreversível mesmo comlacunas de dados sobre desempenho

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mudança é irreversível mesmo comlacunas de dados sobre desempenho

a outros aplicativos e modelos. Tais objetos podem estar relacionados a

características e informações de desempenho de produtos de mercado, de responsabilidade dos respectivos produtores.

Supondo que houvesse abundância de dados de desempenho de componentes e sistemas construtivos, a utilização de filtros em bibliotecas digitais para a localização de produtos parametrizados reduziria o tempo gasto na busca pelos sistemas construtivos mais adequados para determinado projeto e viabi-lizaria a utilização do modelo para análises complexas, envolvendo ferramentas de apoio como programas de simulação, análise estrutu-ral e verificação de normas. A identificação de não conformidades motivaria ações corretivas já nas fases iniciais do projeto.

Projeto, desempenho e BIMCom a organização de informações e

características de desempenho de sistemas construtivos, a elaboração e disponibilização de famílias de objetos paramétricos correspon-dentes, o processo de projeto considerando a norma de desempenho torna-se mais acessível.

A ausência de dados de desempenho para alguns sistemas construtivos e a escassez de objetos nas bibliotecas de objetos virtuais existentes ainda são obstáculos ao método de trabalho. No entanto, o desenvolvimento destas questões é uma tendência irreversível com grande potencial de modificação sobre as estruturas de desenvolvimento de projeto existentes.

Em países como os EUA e alguns da Eu-ropa, já é comum o uso de ferramentas BIM em grande parte ou totalidade do projeto. Ainda há restrições relacionadas à interoperabilidade, o que gera a perda de informação na tradução de arquivos ou mesmo a necessidade de produção de diversos modelos semelhantes.

O projeto e análises realizadas com base em modelos têm credibilidade e ajudam na visualização de problemas do projeto por meio de gráficos diversos projetados sobre a geometria. Após a configuração do código pictórico para expressão do fenômeno físico

estudado, é possível identificar as áreas críticas. Por exem-plo, em uma análise de estruturas, confi-gura-se determinado componente para que mude de cor assim que as deformações ou os deslocamentos sofridos excedam o limite colocado pelo projetista, que pode ser aquele da Norma de Desempenho. Ou, em uma análise dos níveis de iluminação ,determinada área se destaca, assim que sair do intervalo de aceita-ção definido como critério de projeto.

Análise das perspectivasÉ viável identificar de imediato sistemas

construtivos com potencial de atendimento às exigências da norma, com acesso aos critérios da ABNT NBR 15.575, com dados de de-sempenho de sistemas construtivos e algumas referências de boas práticas de projeto,

O pleno aproveitamento das ferramentas disponíveis depende de uma série de fatores como revisão dos processos de projeto mais utilizados atualmente, formação quanto a ques-tões técnicas como desempenho de sistemas construtivos e treinamento na utilização de software, além de desenvolvimento de bibliote-cas virtuais com objetos paramétricos repletos de informações e com formato que permita a interoperabilidade.

A superação das questões colocadas será feita gradualmente, porém, caracterizando uma tendência irreversível de desenvolvimento no processo de projeto. É importante, antes da utilização de softwares de modelagem, en-tender seu funcionamento e avaliar se este é próprio para a avaliação desejada. Além disso, é fundamental, como em qualquer avaliação, manter um olhar crítico sobre o conjunto dos resultados.

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FeLiPe SCotti CaLbuCCi égraduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

Compartilho um texto sobre 11 con-ceitos para se tornar um líder melhor, de Dave Kerpen, presidente da empresa norte--americana Likeable Media. Os conceitos são simples, frequentemente ignorados em detrimento do faturamento, e surgiram a par-tir de entrevistas com líderes bem sucedidos de empresas de diferentes setores.

1) Ouvir. Quando falarem com você, procure escutar completamente. A maioria das pessoas não ouve. Ouvir é base para qualquer bom relacionamento. Os grandes líderes escutam atentamente seus clientes, fornecedores, colegas e sua equipe. Além disso, estão abertos a novas ideias.

2) Contar histórias. É a melhor ma-neira de implementar suas ideias. Líderes têm a habilidade de vender seus produtos e, principalmente suas ideias de maneira mais convincente, muitas vezes usando boas analogias. Essa é a melhor maneira de fazer as pessoas colocarem suas ideias em prática.

3) Autenticidade. “Eu não tinha ideia de como ser autêntica me faria ganhar tanto dinheiro” (Oprah Winfrey). Os maiores lí-deres são exatamente como dizem serem e têm a integridade de se deixarem comparar. Costumamos ajudar as pessoas autênticas a ter sucesso. Estas tendem a conseguir coisas improváveis de seus clientes, fornecedores, colegas e equipe.

4) Transparência. A verdade é o me-lhor caminho. Nos negócios não há espaço para segredos ou mentira, algum dia a verda-de vem à tona e basta apenas uma crise para que as pessoas percam a confiança em você.

um líder melhorc O n s t r u Ç Ã O D a c a r r e i r a

5) Trabalho em equipe. Não importa o tamanho de sua empresa, você terá inte-ração diária com pessoas. Deixe os outros brilharem e crescerem, incentive suas ideias, pratique a humildade. Dessa forma você terá uma equipe leal.

6) Capacidade de resposta. A diferen-ça está em como você reage às adversidades. Os melhores líderes respondem a todas as situações junto a seus clientes, fornecedores, colegas e equipe. Responder de maneira positiva mostra que você se importa com os problemas dos outros. Não há nada pior para um funcionário do que pedir inúmeras vezes uma resposta, com um cliente nem se fala.

7) Adaptabilidade. O mundo muda, bem como os negócios e as pessoas. Um grande líder deve se adaptar rapidamente, assim sua equipe e seu negócio mudarão primeiro e poderão liderar seu mercado.

8) Paixão. A única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você

faz! Um líder trabalha com paixão e contagia todos à sua volta.

9) Surpresa e alegria. Um grande líder sempre guarda

uma surpresa na manga para surpreender positivamente seus clientes, fornecedores e equipe. Isso estimula a equipe a fazer o mesmo com seus clientes, gerando ótimos resultados.

10) Simplicidade. As melhores ideias são as simples. Quanto mais simples a ideia, maior será a capacidade de entendimento do interlocutor e sua adesão.

11) Gratidão. Agradecer aos seus clien-tes, fornecedores, colegas e equipe é fazê-los se sentirem importantes.

Para finalizar, uma regra de ouro: Trate os outros como gostaria de ser tratado!

conheça as atitudes que fazem adiferença na gestão dos negócios

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Razões para associar-se ao SindusCon-SP:

SindusCon-SP:inovar, desenvolver e construir

um Brasil cada vez melhor

Associe-se e façaparte desta história

Informações: (11) 3334-5600

1 - SindiCato atuante na defesa, promoção e desenvolvimento do setor

2 - rePreSentação PolítiCa junto aos governos federal, estaduais e municipais

3 - amPla rede de relacionamento profissional

4 - aSSeSSoria jurídica

5 - rePreSentação nas principais regiões administrativas do estado

6 - rePreSentação nas negociações sindicais e trabalhistas

7 - orientação sobre saúde e segurança no Trabalho (ssT)

8 - manuaiS téCniCoS sobre tecnologia, inovação e meio ambiente

9 - CondiçõeS eSPeCiaiS para eventos e treinamentos

10 - aCeSSo exCluSivo às informações do setor

11 - informaçõeS eStratégiCaS, pesquisas e dados do setor para tomadas de decisões

12 - CaPaCitação profissional, elevação de escolaridade, qualidade de vida e centro de atividades através do sesi - senai-sP

13 - ConliCitação - informação sobre licitações no estado de são Paulo

14 - ComPraCon-SP - filiação automática à associação de Compras da Construção Civil

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