Suplemento expresso

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PUBLICIDADE EMPRESAS & INTERNACIONALIZAÇÃO INTERNACIONALIZAÇÃO INVESTIMENTO INOVAÇÃO Polónia: Uma economia que emerge na Europa África do Sul Alemanha Angola Argélia Brasil Cabo Verde Canadá China Espanha E.U.A França Irlanda Itália Líbia Portugal Polónia Reino Unido Suíça Venezuela A Polónia é reconhecida como um im- portante player no seio da UE, com instituições sólidas, uma economia diversificada e profundamente in- tegrada na UE. Com uma popula- ção de 38,2 milhões de habitantes e um rendimento per capita de USD 12,7 mil, tem demonstrado, nos últi- mos anos, uma capacidade de resis- tência notável. Em 2009 era o único país da UE a evitar uma recessão, apresentando-se como a economia que mais cresceu, sendo já a maior economia da Europa Central. No entanto, em 2012, o crescimento real do PIB foi moderado: 1,9% face a 4,5%, em 2011. Resultado que teve por base a desaceleração das trocas internacionais dos principais merca- dos de exportação da Polónia face às perspetivas incertas de crescimento da zona euro, a forte quebra do in- vestimento público, bem como a que- da do consumo das famílias, que foi afetado pela quebra de confiança, do rendimento disponível e pelo aumen- to do desemprego. O Executivo polaco lançou um conjunto de reformas des- tinadas a melhorar a competitividade económica, a médio prazo, de forma a melhorar o ambiente de negócios, im- plementando medidas como a promo- ção da inovação e modernização da Administração Pública. A Polónia foi o principal beneficiário de fundos estruturais europeus (2007- 2013), com um sólido histórico de im- plementação, absorvendo os recursos disponíveis. Prepara-se para manter o seu peso e desempenho no próximo quadro financeiro (2014-2020), onde as empresas portuguesas podem en- contrar uma janela de oportunidades quanto às fontes de financiamento. O modelo de aproveitamento dos fun- dos europeus neste país começou da mesma forma que em Portugal, com fortes investimentos em infraestru- turas. Atempadamente, o Executivo alterou a sua estratégia para o desen- volvimento da indústria e das novas tecnologias, considerando-os como sectores prioritários. A Polónia é hoje um exemplo de transição política e económica bem-sucedida, sendo apre- sentado a outros países como caso de sucesso. Face às boas relações institucionais entre Portugal e a Polónia e à repu- tação que os produtos portugueses al- cançam neste país, as trocas comer- ciais entre a Polónia e Portugal têm registado um crescimento sustentado. Relativamente ao comércio interna- cional, o seu principal mercado expor- tador é a Alemanha, representando 25% do total. Portugal é o 33º rece- tor de mercadorias polacas. Quan- to às importações de mercadorias, a Alemanha continua com lugar de des- taque (21% do total) sendo Portugal o 39º fornecedor deste país. Portugal tem aumentado o seu relacionamen- to comercial com a Polónia, registando um crescimento, de 2007 a 2012, nas suas exportações para este país, de 7,6%, e de 7% nas importações. O número de empresas nacionais com exportações para o mercado polaco tem vindo a aumentar: 824 empresas a exportarem para a Polónia, em 2012, face a 767 em 2011, o que significa um acréscimo de 7%, refletindo o sucesso do trabalho feito pelas empresas nacio- nais no que respeita ao processo de in- ternacionalização e captação de merca- dos com potencial. Os sectores onde se verifica maior inves- timento por parte das empresas portu- guesas são: alimentar, energético, cons- trução, informático, médico, financeiro, bancário, imobiliário e de aconselhamen- to legal. O Executivo polaco está confian- te que o envolvimento comercial entre os países aumentará, especialmente no que respeita a investimentos inovadores e ao apoio no âmbito da formação. Salvador Salazar Leite Espírito Santo Research O número de empresas nacionais com exportações para o mercado polaco tem vindo a aumentar: 824, em 2012, face a 767 em 2011, o que significa um acréscimo de 7%, refletindo o sucesso do trabalho feito pelas empresas portuguesas. As oportunidades de exportação De forma a ajudar as empresas portuguesas no proces- so da internacionalização, o Espírito Santo Research, publica periodicamente os ISKOS (www.bes.pt/research- sectorial), onde propõe um conjunto não exclusivo ou exaus- tivo de oportunidades de exportação para empresas portu- guesas. Para a Polónia enumeramos as seguintes: > Polímeros de etileno, em formas primárias; > Aparelhos de iluminação; > Acumuladores elétricos; > T-shirts, camisolas interiores e artigos semelhantes; > Fibras óticas e feixes de fibras óticas; > Vestuário de uso feminino; > Vinhos; > Calçado; > Azeite; > Legumes frescos ou congelados. Estrutura sectorial do PIB da Polónia (2012) 5,6% 4,4% 4,0% 3,7% 3,0% 27,5% Comércio por grosso e a retalho, reparações, hotéis e restaurantes, transportes Indústria 24,6% Administração Pública 13,7% Construção Atividades financeiras e de seguros Outros Serviços Imobiliário Fonte: OCDE Agricultura Informação e Comunicação 8,2% 6,9% Atividades científicas, técnicas e administrativas

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EMPRESAS & INTERNACIONALIZAÇÃO

INTERNACIONALIZAÇÃO INVESTIMENTO INOVAÇÃO

Polónia: Uma economia que emerge na Europa

África do Sul Alemanha Angola Argélia Brasil Cabo Verde Canadá China Espanha E.U.A França Irlanda Itália Líbia Portugal Polónia Reino Unido Suíça Venezuela

A Polónia é reconhecida como um im-portante player no seio da UE, com instituições sólidas, uma economia diversificada e profundamente in-tegrada na UE. Com uma popula-ção de 38,2 milhões de habitantes e um rendimento per capita de USD 12,7 mil, tem demonstrado, nos últi-mos anos, uma capacidade de resis-tência notável. Em 2009 era o único país da UE a evitar uma recessão, apresentando-se como a economia que mais cresceu, sendo já a maior economia da Europa Central.

No entanto, em 2012, o crescimento real do PIB foi moderado: 1,9% face a 4,5%, em 2011. Resultado que teve por base a desaceleração das trocas internacionais dos principais merca-dos de exportação da Polónia face às perspetivas incertas de crescimento da zona euro, a forte quebra do in-vestimento público, bem como a que-da do consumo das famílias, que foi afetado pela quebra de confiança, do

rendimento disponível e pelo aumen-to do desemprego. O Executivo polaco lançou um conjunto de reformas des-tinadas a melhorar a competitividade económica, a médio prazo, de forma a melhorar o ambiente de negócios, im-plementando medidas como a promo-ção da inovação e modernização da Administração Pública.

A Polónia foi o principal beneficiário de fundos estruturais europeus (2007-2013), com um sólido histórico de im-plementação, absorvendo os recursos disponíveis. Prepara-se para manter o seu peso e desempenho no próximo quadro financeiro (2014-2020), onde as empresas portuguesas podem en-contrar uma janela de oportunidades quanto às fontes de financiamento.

O modelo de aproveitamento dos fun-dos europeus neste país começou da mesma forma que em Portugal, com fortes investimentos em infraestru-turas. Atempadamente, o Executivo

alterou a sua estratégia para o desen-volvimento da indústria e das novas tecnologias, considerando-os como sectores prioritários. A Polónia é hoje um exemplo de transição política e económica bem-sucedida, sendo apre-sentado a outros países como caso de sucesso.

Face às boas relações institucionais entre Portugal e a Polónia e à repu-tação que os produtos portugueses al-cançam neste país, as trocas comer-ciais entre a Polónia e Portugal têm registado um crescimento sustentado.

Relativamente ao comércio interna-cional, o seu principal mercado expor-tador é a Alemanha, representando 25% do total. Portugal é o 33º rece-tor de mercadorias polacas. Quan-to às importações de mercadorias, a Alemanha continua com lugar de des-taque (21% do total) sendo Portugal o 39º fornecedor deste país. Portugal tem aumentado o seu relacionamen-

to comercial com a Polónia, registando um crescimento, de 2007 a 2012, nas suas exportações para este país, de 7,6%, e de 7% nas importações.

O número de empresas nacionais com exportações para o mercado polaco tem vindo a aumentar: 824 empresas a exportarem para a Polónia, em 2012, face a 767 em 2011, o que significa um acréscimo de 7%, refletindo o sucesso do trabalho feito pelas empresas nacio-nais no que respeita ao processo de in-ternacionalização e captação de merca-dos com potencial.

Os sectores onde se verifica maior inves-timento por parte das empresas portu-guesas são: alimentar, energético, cons-trução, informático, médico, financeiro, bancário, imobiliário e de aconselhamen-to legal. O Executivo polaco está confian-te que o envolvimento comercial entre os países aumentará, especialmente no que respeita a investimentos inovadores e ao apoio no âmbito da formação.

Salvador Salazar LeiteEspírito Santo Research

O número de empresas nacionais com exportações para o mercado polaco tem vindo a aumentar: 824, em 2012, face a 767 em 2011, o que significa um acréscimo de 7%, refletindo o sucesso do trabalho feito pelas empresas portuguesas.

As oportunidades de exportação

De forma a ajudar as empresas portuguesas no proces-so da internacionalização, o Espírito Santo Research, publica periodicamente os ISKOS (www.bes.pt/research-sectorial), onde propõe um conjunto não exclusivo ou exaus-tivo de oportunidades de exportação para empresas portu-guesas. Para a Polónia enumeramos as seguintes:

> Polímeros de etileno, em formas primárias;> Aparelhos de iluminação;> Acumuladores elétricos;> T-shirts, camisolas interiores e artigos semelhantes;> Fibras óticas e feixes de fibras óticas;> Vestuário de uso feminino;> Vinhos;> Calçado;> Azeite;> Legumes frescos ou congelados.

Estrutura sectorial do PIB da Polónia (2012)

5,6% 4,4% 4,0% 3,7% 3,0%

27,5%Comércio por grosso e a retalho, reparações, hotéis e restaurantes, transportes

Indústria24,6%

Administração Pública

13,7%Construção

Atividades financeiras e de seguros

Outros ServiçosImobiliário

Fonte: OCDE

Agricultura Informação e Comunicação

8,2%

6,9%

Atividades científicas, técnicas e administrativas

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Como definiria as atuais relações económicas entre Portugal e a Polónia?

Podemos considerar que as relações económicas entre Portugal e a Polónia atravessam um grande momento e os dados dos últimos 10 anos assim o comprovam. Após a adesão à União Europeia em 2004, a Polónia assumiu--se definitivamente como um dos mercados mais atra-tivos de investimento para Portugal. Mas já antes, em meados dos anos 90, diversos grupos económicos apos-taram na entrada no mercado polaco. Entre os anos de 2004 e 2008 o número de empresas portuguesas triplica, gerando uma massa crítica de investimento português na Polónia. Atualmente, a Polónia é o mercado mais im-portante na Europa Central e de Leste para o Investi-mento Direto Estrangeiro (IDE) português. De 2005 a 2012 o valor acumulado do investimento direto portu-guês na Polónia foi de 2,5 mil milhões de Euros.

Existem mais de 100 empresas polacas com capital por-tuguês na Polónia, sendo que este investimento carac-teriza-se por ser muito diversificado. As empresas por-tuguesas presentes na Polónia estão ativas em diversos sectores tais como construção, retalho, banca, energia renovável, indústria, tecnologias da informação, imobi-liário, hotelaria e serviços. A grande maioria das empre-sas portuguesas na Polónia são pequenas e médias em-presas, no entanto importa destacar que há um grupo de empresas que ocupam lugares de liderança nos seus

respetivos sectores de atividade. Não existem muitos mercados onde Portugal tem uma presença tão signifi-cativa e isso é um motivo de orgulho e incentivo para to-das os empreendedores portugueses que apostaram no mercado polaco. A evolução das trocas comerciais entre os dois países nos últimos 10 anos tem sido satisfatório, mas existe um potencial enorme por explorar. A balan-ça comercial entre os dois países tem igualmente dado mostras de melhoria, atingido, no final de 2012, os 812 milhões de euros.

Quais as oportunidades de negócio que existem no país para as empresas portuguesas?

A Polónia é um país em constante modernização. Apesar do grande investimento estrangeiro e concorrência for-te que se faz sentir em diversos sectores, existem ainda oportunidades em diversos sectores tais como serviços, tecnologias da informação, indústria, centros de pesquisa e desenvolvimento, logística e retalho. A Polónia possui

uma população de 38 milhões de habitantes, sendo neste momento a oitava maior economia na União Europeia. O país passa igualmente por uma grande transformação no que diz respeito à modernização das suas infraestru-turas. Fortemente apoiado em fundos comunitários, tem--se registado uma forte aposta do país na construção de novas autoestradas, modernização das vias férreas, re-des de metro, aeroportos e hospitais. A Polónia vai ser o maior beneficiário de fundos comunitários, recebendo entre 2014 e 2020, cerca de 105 mil milhões de Euros. Es-tamos em crer que existe igualmente um grande poten-cial para as empresas exportadoras portuguesas nomea-damente na área dos produtos alimentares que não são produzidos na Polónia como o azeite e vinho, maquinaria industrial, têxteis, sapatos e cortiça.

Como é que as empresas têm aproveitado essas oportunidades?

Os grupos económicos portugueses que se estabelece-ram no mercado há mais de 10 anos foram, sem dúvida, os maiores beneficiários da enorme abertura da Polónia ao investimento estrangeiro, da entrada da Polónia na União Europeia e de uma economia em crescimento ace-lerado. A grande maioria das empresas portuguesas que apostaram no mercado polaco tem registado bons resul-tados. Para algumas empresas a Polónia tem sido mes-mo a razão principal para o crescimento do volume de negócios. Temos observado que as empresas portugue-sas que se estabeleceram na Polónia há mais tempo são também âncoras importantes na entrada de novos in-vestidores nacionais no mercado polaco.

Que conselhos é que daria às empresas portuguesas interessadas em entrar na Polónia?

O primeiro conselho que a Câmara de Comércio Polónia – Portugal dá às empresas e empresários portugueses interessados em investir na Polónia é efetuar um estudo do mercado. É igualmente importante visitar a Polónia de forma periódica para fazer contactos com potenciais clientes ou parceiros de negócio e conhecer a realidade do país. O povo polaco privilegia o contacto pessoal a contactos por telefone ou por email. Tanto para empre-sas que pretendam exportar como para empresas que queiram investir é muito importante que seja feita um acompanhamento nos negócios in loco.

Por último, recomendamos que entrem em contacto com a Câmara de Comércio Polónia-Portugal e com a aicep Portugal, ambas as instituições com escritório em Varsóvia, e que certamente poderão disponibilizar in-formação útil sobre o mercado.

Potencial enorme por explorar

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BANCO ESPÍRITO SANTO EMPRESAS & INTERNACIONALIZAÇÃO 3

Empresas à conquista do mercado polaco

A Marcovil quer estreitar relações com o mercado polaco.

Na Polónia, a Intellysys prevê uma presença estruturada em cinco anos.

A Transportes Pascoal quer analisar as especificidades do mercado polaco.

A Introsys pretende ser uma referência na indústria automóvel.

Ricardo VidalAdministrador

João FigueiredoExecutive CEO

Nuno PascoalDiretor Geral

Luís Miguel FloresEngineering and R&D Director

Tiago CostaDiretor Geral da Câmara de Comércio Polónia – Portugal

A Polónia vai ser o maior beneficiário de fundos comunitários, recebendo entre 2014 e 2020, cerca de 105 mil milhões de Euros e isso que dizer que existe um grande potencial para as empresas exportadoras portuguesas, afirma Tiago Costa, diretor geral da Câmara de Comércio Polónia – Portugal.

Acreditar muito na Polónia

Mercado em ascensão À procura de uma parceria

Futuro promissor

Pórticos e pontes rolantes, calandras hidráulicas, cen-trais de betão, túneis automáticos de decapagem e equi-pamentos especiais são o mundo da Marcovil, uma me-talomecânica portuguesa, de Viseu, que está em vários países do mundo, desde o Brasil à Austrália. Há cerca de quatro anos que está na Polónia através de um agente lo-cal. Hoje, Ricardo Vidal, administrador da empresa, não hesita em afirmar que “acreditamos muito na Polónia”. Por isso irá acompanhar “atentamente” tudo o que se passa no mercado polaco e “procurar estreitar relações”.

É que a Polónia está inserida num conjunto de países de uma região que Portugal tem de ver como “extensão na-

A solução para os constantes desafios nos sectores de tra-tamento de superfície e pintura, robótica e automação in-dustrial, sistemas de energia e ambiente industrial, sis-temas de produção eficiente – SPE e projetos industriais especiais.

É assim que João Figueiredo, executive CEO, apresenta a Intellysys. Baseada em Águeda, atua em 12 mercados di-ferentes, com site próprio no Brasil, México e Alemanha.

Como é que surge a oportunidade Polónia? Responde João Figueiredo: “Surge no momento em que analisada a geografia europeia, numa perspetiva de alavancamento da presença na Alemanha, se decidiu abordar o mercado

Há 30 anos que as estradas europeias não têm segredos para a Transportes Pascoal. Atualmente com 348 colabo-radores, infraestruturas recentes com 15 000 m2 de área de parque vigiado, uma frota moderna e armazéns em Portugal, Espanha, França e Inglaterra a empresa quer conhecer as estradas da Polónia. Nuno Pascoal, diretor geral da empresa, fundada em 1982, afirma que a Trans-portes Pascoal aproveitou uma missão empresarial do BES para se dar a conhecer no mercado polaco.

Dessa visita, já há uma certeza: procurar uma “saudável parceria com empresas locais”. Estão em estudo vários cenários possíveis para “a aplicação das estratégias mais adequadas à Polónia”, afirma o responsável da empresa.

O que é que o Volkswagem Polo, o Ford B-Max, o Volkswa-gen Scirocco, o Audi Q3 e o Skoda Fabia têm em comum? São alguns dos projetos de referência da Introsys, empre-sa portuguesa especialista no desenvolvimento e instala-ção de sistemas de controlo para maquinaria pesada.

A empresa é especializada em maquinaria robotizada de soldadura para a indústria automóvel e opera essencial-mente nos grupos BMW, Volkswagen e Ford, afirma Luís Miguel Flores, engineering and R&D director da empresa. A oportunidade de “sondar comercialmente a Polónia surgiu no decorrer de uma missão empresarial organizada pelo BES”, afirma o mesmo responsável.

tural do bloco económico onde está inserido, a Europa”. Apesar de geograficamente estarem em locais opostos, Portugal e a Polónia “são detentores de um grande ca-pital, nós em África e Brasil e eles no Leste e Sudeste europeu”, afirma Vidal. Atualmente o mercado polaco apresenta várias oportunidades de negócio pois há ne-cessidade de construir inúmeras infraestruturas de mo-bilidade e tem um parque industrial bastante “expressi-vo e forte”.

Paralelamente, o facto de terem moeda própria “faz acrescer a sua competitividade produtiva e exportadora”, diz o administrador da Marcovil. A Polónia é também vista como uma excelente plataforma de negócios devido à sua cultura e localização, entre a Alemanha e a Rús-sia. Ricardo Vidal considera ainda que apesar de ser um país com 40 milhões de habitantes, tem uma capital mas depois não existe, claramente, uma segunda ou terceira cidades. “Tem sete cidades que em todos os indicadores ficam no segundo lugar. Ou seja é um país com uma ca-pital e uma rede de sete cidades a competirem entre si para serem a número 2”, afirma.

Ricardo Vidal destaca ainda o facto de ser um país conser-vador ao nível do consumo, sendo os polacos “organizados e esclarecidos face a erros de outros países que, com a entrada na UE, criaram alguns exageros”. A Marcovil, Metalomecâ-nica de Viseu, foi fundada em 1987 e tem a sua atividade económica orientada para o desenvolvimento, produção e inovação de soluções em equipamentos industriais.

polaco como consumidor, mas também como plataforma de fabrico para alimentar os mercados alemão, russo e bielorrusso, onde já operamos”.

A empresa já desenvolveu contactos com eventuais partners e também com alguns clientes finais, “com bas-tante interesse”, refere o mesmo responsável. “As opor-tunidades locais foram identificadas, traduzindo-se em contactos interessantes e em caminhos a serem viabili-zados”, sustentou.

Existe um trabalho de fundo a ser realizado, “com endo-geneização da cultura polaca, na identificação do partner correto, na localização geográfica dentro do território”. Para João Figueiredo a Polónia é um diamante à espera de ser bem lapidado.

“Percebem-se alguns riscos nesta operação, algumas cau-telas a ter em atenção mas, existem casos de sucesso e boas empresas portuguesas já instaladas que podem ser-vir de auxílio” afirma.

A Intellysys prevê na Polónia uma presença estrutura-da em cinco anos, sendo que as estruturas comerciais e customer support serão realidade mais cedo.

Este mercado em ascensão goza de proximidade a outros mercados também em ascensão, com laços fortes à econo-mia alemã, “sendo que se perspetiva um crescendo nas ati-vidades da Intellysys, tendo como objetivo 10% da fatura-ção global da empresa em 2018”, conclui o executive CEO da empresa.

As oportunidades de negócio no país “estão a ser pondera-das principalmente ao nível da logística”. Sobre as expe-tativas que a empresa tem em relação ao mercado e o que pode vir a representar na faturação afirma Nuno Pascoal: “Temos a expetativa de um crescimento na ordem dos 2%. A Polónia é certamente um país que merece a nossa atenção, mas há que analisar as suas especificidades e necessidades de mercado”.

A Transportes Pascoal define-se como “uma empresa de-dicada ao transporte de mercadorias que oferece serviços de transporte nacional e internacional”. Dispõe de uma frota de 287 veículos, recente e em boas condições. É de-tentora de oficinas próprias com equipas de mecânicos permanentes que dão apoio aos seus motoristas. A em-presa já foi diversas vezes distinguida com prémios no estrangeiro. Entre 2008 e 2011 recebeu quatro, três deles atribuídos pela BID (entidade internacional que premeia empresas que se distinguem no seu ramo de atividade).

O mais recente foi em Paris, em abril de 2011. A Transportes Pascoal foi distinguida pela BID com o prémio internacio-nal “ISLQ - International Star for Leadership in Quality”, na categoria de qualidade. Também no mesmo ano, em Bruxelas, foi considerada uma das empresas com maior crescimento a nível europeu no ano de 2010 pela Associa-ção Europeia para o Crescimento Empresarial no Europe’s 500 Awards. No Certificado de Nomeação, a Pascoal foi ca-racterizada como uma empresa com um elevado potencial de inovação, trabalho árduo e perseverança, contribuindo de forma significativa para a criação de novos postos de trabalho e prosperidade na Europa.

A empresa já tem presença na Alemanha, Bélgica, Espanha, Roménia, Rússia, Reino Unido e China.

A Polónia é uma consequência natural da evolução da empresa e também porque o país conseguiu captar in-vestimento de clientes tradicionais da Introsys.

“Faz parte do nosso posicionamento seguirmos os nos-sos clientes pelas mais diversas localizações geográfi-cas”, afirma o mesmo responsável.

A empresa ainda não começou a desenvolver ativida-des na Polónia mas “o futuro parece promissor”, consi-dera Luís Flores.

A empresa, que está instalada na Moita, em Alhos Vedros, foi criada em 2002. Nasceu a partir de um gru-po de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnolo-gia da Universidade Nova de Lisboa.

No seu site define-se como “uma empresa líder, espe-cializada em automação industrial, responsável pelo desenho de softwares entre outras coisas para robots e braços armados industriais, com especial incidência, na Indústria Automóvel e Aeronáutica.

Mais do que pensar o futuro, a Introsys adapta o pre-sente às necessidades de amanhã. A inovação faz parte na cultura da empresa, nos serviços que prestamos, na organização, nos produtos que desenvolvemos”.

A evolução das trocas comerciais entre os dois países nos últimos 10 anos tem sido satisfatória, mas existe um potencial enorme por explorar.

MARCOVIL E A POLÓNIA

- Entrou no mercado há quatro anos- Agente local- Polacos são “organizados e esclarecidos”- Necessidade de infraestruturas

INTELLYSYS E A POLÓNIA

- Presença estruturada em cinco anos- Contactos desenvolvidos com eventuais partners- Trabalho de fundo a ser realizado- Proximidade de outros mercados em ascensão

TRANSPORTES PASCOAL E A POLÓNIA

- Procura de parcerias- Oportunidades de negócio na logística- Analisar as especificidades do mercado- Crescimento na faturação da ordem dos 2%

INTROSYS E A POLÓNIA

- Foco nos clientes tradicionais- País que quer investimento externo- Mercado em estudo- Futuro parece promissor

Mais de 220 associados

A Câmara de Comércio Polónia - Portugal (PPCC) foi fundada em 2008 em Varsóvia através de uma inicia-tiva privada. A missão da PPCC é promover as rela-ções económicas bilaterais entre a Polónia e Portugal e encorajar os investidores portugueses a investir na Polónia e vice-versa. A Câmara de Comércio oferece

serviços a empresas para o estabelecimento de con-tactos comerciais, divulgação de oportunidades de ne-gócio, procura de potenciais parceiros, organização de viagens de negócios, missões empresariais, realização de pesquisas de mercado, organização de seminários, conferências, e presta um apoio integrado às start-ups no mercado polaco através do serviço de virtual & open space office. A Câmara de Comércio tem mais de 220 associados e é composta por empresas polacas com capital português, empresas polacas com interes-ses em Portugal e empresas multinacionais presentes nos dois mercados. O presidente do conselho de admi-nistração é Pedro Pereira da Silva, country manager da Jerónimo Martins na Polónia e em Portugal e C.O.O. do Grupo Jerónimo Martins.

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Grande abertura e curiosidade por Portugal

Conhecer bem a realidade local

Qual é o posicionamento do BESI na Polónia num mercado de banca de investimento muito competitivo e qual é o modelo de negócio?

O BESI abriu uma sucursal na Polónia poucos meses antes do princípio da crise financeira de

2008, num mercado muito com-petitivo com um sector bancário muito líquido, numa economia em crescimento e com um rating superior ao de Portugal. Não po-dendo competir pelo crédito, o BESI está a criar um projeto de banca de investimento local em polaco e para empresas locais para apoiar a sua internacionali-zação futura com o apoio da rede internacional do Grupo BES.

A sucursal tem hoje 55 pessoas, tendo só três empregados não po-lacos. O modelo de negócio pas-sa por uma abordagem multi-produto (ações, obrigações, M/A, project finance) a empresas mé-dias polacas que necessitam de apoio de um especialista local de banca de investimento indepen-dente mas com características de banco. Isto implica um conhe-cimento da realidade local que assenta na nossa equipa de seis analistas de research centrados sobre empresas polacas de mé-dia dimensão e cotadas. Hoje há 443 empresas cotadas na Bolsa de Varsóvia.

Curiosamente, a missão à Poló-nia surge do interesse manifes-tado por um grande grupo de empresas naquele país. Este in-teresse prende-se, por um lado, com a performance económica re-gistada nos últimos anos na eco-nomia polaca e, por outro, com a consolidação da atividade e o re-conhecido sucesso de empresas portuguesas neste mercado.

De facto, o bloco da Europa de Leste, onde a Polónia é um dos principais players, representa o quarto maior destino das ex-portações portuguesas com um crescimento superior a 4% de ja-neiro a julho. Primeiro, é de refe-rir alguns fatores distintivos do contexto polaco e justificativos do fluxo de investimento exter-no crescente no país: um grande

www.bes.pt • www.bes.pt/empresas

O governo polaco tem privilegiado nas privatizações os operadores locais ou estrangeiros que apostam localmente. O BESI, embora sucursal de banco estrangeiro, tem uma estratégia de banco local com forte investimento realizado em Varsóvia. O BESI aproveita a sua estrutura local polaca para suportar as

iniciativas do BES em termos de apoio à internacionalização das empresas portuguesas como o demostrou a recente missão co-mercial organizada em Varsóvia conjuntamente com o PKO BP e a Câmara de Comércio Portugal Polónia.

Adicionalmente, recebemos todas as empresas portuguesas ins-taladas localmente ou com vontade de abordar o mercado pola-co. Concretamente, temos a capacidade, graças à nossa ativida-de de M/A (Fusões/ Aquisições), de procurar parceiros polacos. Além disso temos vindo a apoiar, especificamente nas áreas de energias renováveis e das parcerias público privadas, empresas portuguesas interessadas em posicionarem-se nestes sectores de atividade.

O mercado polaco tem um forte potencial mas exige uma aposta consistente e de longo prazo. O facto de o BESI ser uma entidade com fortes raízes locais permite às empresas portuguesas obter um conhecimento mais aprofundado do mercado e ficarem me-lhor preparadas para o abordarem.

Como é que o BESI apoia as empresas nacionais neste mercado?

Em três dias no território, utilizando o modelo de sucesso da UIP na organização de missões empresariais, contámos com a presença de cerca de 60 empresas polacas.

O facto de o BESI ser uma entidade com fortes raízes locais permite às empresas portuguesas obter um conhecimento mais aprofundado do mercado e ficarem melhor preparadas para o abordarem, afirma o CEO da instituição na Polónia.

Ricardo Bastos Salgado Diretor Coordenador do Dep. Corporate Banking e da Unidade Internacional Premium do BES

Christian MinzoliniCEO do BESI na Polónia

mercado interno com um nível de formação elevado, a estabili-dade política, a grande centrali-dade europeia, rodeado de países de grande dimensão, e finalmen-te, conforme nos foi evidenciado pelos intervenientes que encon-trámos e de enorme importân-cia, um sistema jurídico rápido e eficiente.

Participaram na missão à Poló-nia um grupo de 23 empresas de clusters tão diversos como saúde, tecnologias de informação, robó-tica, metalomecânica, transpor-tes, rochas ornamentais, e em-presas do sector primário.

Esta missão do GBES foi uma iniciativa da Unidade Interna-cional Premium e contou, lo-calmente, com o apoio do BESI

na Polónia, do principal ban-co público polaco PKO BP e da Câmara do Comércio Portugal-Polónia, bem como do AICEP e do Ministério da Economia polaco.

Em 3 dias no território, utilizan-do o modelo de sucesso da UIP na organização de missões em-presariais, contámos com a pre-sença de cerca de 60 empresas polacas para além de terem sido promovidos contactos institucio-nais ao mais alto nível.

Tendo em conta ao caráter ino-vador de muitas das empresas participantes sentimos ao lon-go da missão uma grande aber-tura e curiosidade pelos produ-tos e serviços nacionais. Desta missão surgiram excelentes con-tactos sobre os quais estamos a

trabalhar com os nossos empre-sários e estamos muito confian-tes que no futuro próximo tere-mos histórias de sucesso para contar. Mas também do lado po-laco vieram manifestações de interesse, tendo a Embaixada da Polónia em Portugal feito sa-ber que grandes empresas des-te país manifestaram o desejo de participarem num encontro de oportunidades de negócio em Portugal.

O Banco Espírito Santo já levou cerca de 400 empresas a mais de 10 destinos para promover a in-ternacionalização e a exportação de produtos e serviços portugue-ses. Em 2014 iremos com cer-teza continuar estas iniciativas em novos mercados com elevado potencial, como foi este caso.

Qual a vossa intervenção no processo de privatizações polacas?

O governo polaco tem privilegia-do nas privatizações os opera-dores locais ou estrangeiros que apostam localmente. O BESI, embora sucursal de banco es-trangeiro, tem uma estratégia de banco local com forte inves-timento realizado em Varsóvia. Assim, tem aproveitado de ma-neira significativa esta decisão política para criar uma atividade forte de emissão local de ações.

Como consequência, nos últimos anos, o BESI tem sido regular-mente book runner ou co-orga-nizador de várias privatizações tanto na banca como no sector energético. As operações de 2013 demostram a influência atual do banco: no início do ano o BESI foi

O BESI aproveita a sua estrutura polaca para suportar as iniciativas do BES em termos de apoio a internacionalização das empresas portuguesas como o demostrou a recente missão comercial organizada em Varsóvia conjuntamente com o PKO BP e a Câmara de Comércio Portugal Polónia.

um dos book runners da maior colocação secundária do merca-do polaco correspondendo à pri-vatização adicional de à volta de 10% do capital do PKO BP, primeiro grupo financeiro pola-co por um montante superior a 1 200 milhões de euros.

Atualmente, e conjuntamente com três bancos globais e o PKO BP, somos um dos cinco book runners responsáveis para organizar, até

ao fim do ano, a privatização, através de IPO, da última elétri-ca polaca não cotada, a Energa.

Esta projeção dada pelas priva-tizações assim como o reconhe-cimento do nosso research e da nossa capacidade de distribui-ção tanto local como internacio-nal tem-nos permitido, adicional-mente, participar em vários IPO e colocações secundárias para o sector privado.