Suplemento Diário Económico (2010-02-25)

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Este suplemento faz parte integrante do Diário Económico n.º 4827 e não pode ser vendido separadamente 25 de Fevereiro de 2010 PROJECTOS ESPECIAIS Como a geografia pode impulsionar a sua empresa SISTEMAS DE INFORMAÇÃOGEOGRÁFICA As principais empresas que desenvolvem soluções geoespaciais em Portugal Como a formação em sistemas de informação geográfica está a crescer Como pode ser utilizado um sistema de informação geográfico Tetra Images/Corbis

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Estesuplemento

fazparteintegrante

doDiárioEconómicon.º4827enãopodeservendidoseparadamente

25deFevereiro de2010

PROJECTOSESPECIAIS

Como a geografiapode impulsionara sua empresa

SISTEMASDEINFORMAÇÃOGEOGRÁFICA

l As principais empresas que desenvolvem soluções geoespaciais em Portugal

l Como a formação em sistemas de informação geográfica está a crescer

l Como pode ser utilizado um sistema de informação geográfico

TetraImages/C

orbis

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II DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

PORTUGALNAVANDASTECNOLOGIAS

Raquel [email protected]

Noque respeita a Sistemas de InformaçãoGeo-gráfica (SIG), Portugal está bem e recomenda-se. “Portugal estábastante avançadonaáreadosserviços de informação”. Quem o garante é Pe-dro Sevinate Pinto, director executivo da Geos-fera, empresa que distribui SIG. A ideia é parti-lhadapor outros profissionais. SegundoGonça-lo Magalhães Collaço, administrador da ESRIPortugal, em termos dematuridade, “há inúme-ros projectos desenvolvidos emPortugal que seencontramaonível do que demais avançado sefaz hoje emqualquer parte domundo”, tanto aonível conceptual, como em capacidade de des-envolvimento. PedroSevinatePinto afirma quese trabalha de “forma energética, competente ecomuminteresse crescente”, salienta.Exemplos existem muitos. Rui Andrade, CEOdaNovageoSolutionsdestacaprojectos comooAREANATejo - Agência Regional de Energia e

Ambiente do Norte Alentejano e Tejo, bemcomo o projecto ‘ILUPub’ - Melhoria da Efi-ciência Energética na Iluminação Pública. Oresponsável afirma que os novos paradigmasexistentesnomercado, comoomodelo ‘Softwa-re as a Service’ e o ‘Cloud Computing’, são umbom exemplo de inovação de alto nível, visto“seremmais queo recurso a serviçosdisponibi-lizados remotamente via Internet. Já RicardoArmas, Project Manager da Critical Software,sublinha as tecnologias utilizadas na área de in-tegração e cruzamento de dados, que permitem“integrar dados, cada vezmais completos e pre-cisos”. Gonçalo Magalhães Collaço, Adminis-trador da ESRI Portugal escolhe o portal doIMI, projecto desenvolvidopelaDirecçãoGeralde Informática e Apoio aos Serviços Tributá-rios e Aduaneiros, mas também o trabalho des-envolvido pelos Governos Civis do Porto, e

Santarém, epelaCâmaradeMatosinhos.Para o director-geral daAutodesk Portugal, Jor-geHorta, em2009 “a grande inovação foramossistemas geoespaciais para gestão regional”.Para aquele responsável, a iniciativa da Comu-nidade Intermunicipal doVale doMinho ”é umexemplode integraçãoa todososníveisdas tec-nologias CAD e SIG que iremos ver crescer se-guramente nos próximos anos”. Já AlexandreGomes, director técnico da InfoPortugal desta-ca a aplicação de navegação por GPS Ndrive, asolução “Sapo Mapas” e a aplicação da Google“BuilderMaker”..Apesardadinâmica, omercadodeSIGtemsen-tido alguns efeitos da crise. JorgeHorta, garanteque, “durante o último ano, houve um claro re-trocessonestemercado”. Porém,os indicadorese os projectos em desenvolvimento “permitemestimar algumcrescimentodurante 2010”, diz.

APESARDEREGISTARCRESCIMENTOomercadodeSIGnãoescapouà crise. Noentanto,da suautilização. PorqueumSIG, quandodevidamentedesenhadoe implementado, pode

DESTAQUE

DE

SISTEMASDE

INFORMAÇÃOGEOGRÁFICA

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Quinta-feira25Fevereiro2010 DiárioEconómico III

GUARDA

SIGespera-se novo impulso este ano, comamassificaçãoconstituir omais poderoso sistemadeapoio à decisão.

LibraryofCongress

viaBloom

berg

Na visão de Gonçalo Magalhães Collaço, estaexpansão do mercado deve-se ao “reconheci-mento, cada vez mais evidente, que os SIG,quando devidamente desenhados e implemen-tados, constituem o mais poderoso sistema deapoio àdecisão”.Em Portugal, “o Estado é, e continuará a ser, oprincipal investidor emSIG”, frisaRuiAndrade.É, de facto, na Administração Pública (AP) queimpera a esmagadora maioria das soluções. ASinfic temSIGparaaAP, “principalmentecomosuporte na gestão de processos”, explica PaulaCalado, Coordenadora de Equipa da Moderni-zação Administrativa da Sinfic. Segundo a res-ponsável, “muitos municípios têm projectos demodernização administrativa, mas apenas par-ciais”. Porém, ressalvaestar a caminhar-se “parauma consciência da necessidade de moderni-zar, para se tornaremmais eficientes em termos

de recursos e mais eficazes nos serviços queprestam aos cidadãos”. Essa maior consciênciaexiste tambémno sector privado, pelo que a lis-ta é vasta quando se fala na sua utilização nosmais diversos sectores de actividade: geo-marketing, turismo, saúde, agricultura de preci-são, serviçosde localizaçãodocliente, gestãodefrotas, transportes, telecomunicações, serviçospúblicos de abastecimento de água, electricida-deougás, e empresas financeiras, etc..Já sãomuitos os projectos desenvolvidos,mas ocrescimentodestemercadoé ilimitado.Alexan-dre Gomes garante que os SIG são “o maiorexemplodeglobalização tecnológica existente”,e ressalva que este mercado tem espaço paracrescer, “uma vez que nunca o mundo teve tãosedento de informação geográfica. Por isso, es-tabelecer um limite ao crescimento desta infor-mação seria insensato”, afirma.n

FORUM EMPRESAS

n “As ferramentasSIGestãoamigrar doDesktoppara aWeb.Aubiquidadeda Internet assimoobriga.A informação só faz sentido seestiverdisponível sempreeestamos cadavezmais online,não fazendo sentidoestarmosdependentes docomputador doescritório oude casaparaconseguirmosaceder ealterar informação”.

Novageo Solutions:Rui Andrade, CEO

n “Ainda hámuito para fazer em todos ossectores. Mesmo nas áreas ondemuito foi jádesenvolvido. Se tivermos em conta que os SIGnos permitem conceptualizar toda a nossaacção emnovos termos, qualquer área denegócio temumpotencial extraordinário. Oapoio à decisão é uma tendência geral nautilização de SIG”.

ESRI Portugal: Gonçalo MagalhãesCollaço,Administrador

n “A tendência épara amassificaçãoegeneralizaçãodo seuusoa todas as áreas epessoas, deixandoapenasde ser utilizadosporespecialistas. Depois da consolidaçãodainformação3D, o futuro caminhaaindaparaaincrementaçãoda componente4D, ou seja, adiçãodo factor tempoà informaçãogeorreferenciada”

InfoPortugal:Alexandre Gomes, director técnico

Qual considera ser a tendência nacionalno uso de Sistemas de InformaçãoGeográfica?

n “Os SIG estão a abandonar as fronteiras dopassado e a transformar-se em sistemas deinformação de pleno direito, integrados comoutras soluções, sendo aplicados e aplicáveisem todas as áreas de actividade. NaAdministração Pública, os projectos demodernização têm conduzido a umaumento daprocura de soluções combase emvalores deeficiência, transparência emodernidade”.

Sinfic: Paula Calado.Coordenadora de Equipa daModernização Administrativa

n “O cliente está cada vezmais conscientedaquilo que quer. Os SIG deixaramde ser umacaixa negra para amaioria das pessoas. Sintoque as pessoas procurammuitomais asaplicações dos servidores e que existemaiorconsciência por parte domercado privado, dasvantagens dos SIG na estrutura e nos processosinternos da empresa”.

GeosferaPedro Sevinate Pinto, director executivo

n “Àmedida que a recolha e armazenamentode dados se intensificam, há uma tendênciacada vezmaior para as entidades procuraremformas de explorar e compreender esses dados.A percepção de que a exploração dos dadosrecolhidos e armazenados pode ser útil para aoptimização dos recursos e actividades écrescente”.

Critical SoftwareRicardo Armas, Project Manager

n “Sou bastante crítico quanto à tendênciaactual. Continuamos a ver os SIG a estratificar-se em ilhas, ainda combaixo nível deconsolidaçãomacro e utilizandomuito pouco aestruturação dos conteúdos conseguida aonível do CAD.Mas o cenário vaimudar, muitodevido ao open Source”.

Autodesk PortugalJorge Horta, director geral

OmapaRicci é o primeiromapa completo conhecido nomundo e representa a China.Foi feito em 1602 por um padre – Matteo Ricci – e está em exposição até Abril ma Livrariado Congresso emWashington.

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IV DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

IrinaMarcelino

[email protected]

Tudo - ou quase tudo - tempor trás um sistemade informação geográfica. Ainda não percebeucomo? Émelhor apressar-se e começar por lerjá este artigo.OsSIGestãoemtodoo lado...

7:00Oalarme toca, você levanta-se e acende as lu-zes. Tanto o rádio como as luzes em sua casafuncionam com electricidade, e essa elecrici-dade vemde uma empresa que usa sistemas deinformação geográfica para gerir os quilóme-tros e quilómetros de linhas de alta tensão quetêm espalhadas por todo o país. Através dosmapas, controla, monitoriza e analisa toda asua rede.

7:15Toma um banho. A água vem de companhiasque têm a sua rede de distribuição todamapea-da.Mas não só. É provável que tenham incluídonum sistema de informação geográfica a partedo serviço ao cliente, resposta de emergência,manutenção das infraestruturas, entre muitosoutros aspectos de engenharia ou mesmo ges-tão. Também a água dos esgotos que sai para oraloécontroladaatravésde sistemasquesabemporondevai eparaondevai.

7:45Sai de casa e leva o lixo. Pela limpeza, sabe queos camiões de recolha de resíduos sólidos pas-saram por ali na noite anterior. Curiosamente,os camiões fazemmenosbarulhodoque faziamhá alguns anos. Provavelmente isso deve-se àspolíticas de poupança de combustível das em-presas de resíduos sólidos na sua zona. Entre asmedidas que contribuiram para essa poupançaestão os percursos. As empresas utilizam SIGpara definir os caminhos a fazer aopormenor e,com isso, pouparemmilhares de euros por anoemcombustível.

8:00Bebe um café, cuja origem longínqua está algu-res na Costa Rica. A empresa que o comerciali-za, no entanto, é italiana, e tem sistemas de in-formação geográfica através dos quais controlaa origem dos produtores, o transporte dos pro-dutos e a sua chegada embomestado ao consu-midor final. O vendedor que, aliás, costuma irvender aquelamarca em específico ao café quefrequenta, leva sempre um PDAcom GPS (umtipo de SIG) consigo, no qual a sua empresa es-tabeleceu o percurso que deve visitar (para nãoperder tempo e dinheiro) e o tipo de produtos

que cada cliente necessita.No final do dia, é fei-toumbalançode tudo.

8:15Apanha o comboio não sem antes comprar ojornal. Tanto a transportadora como a empre-sa demedia proprietária do jornal sabem a im-portância de um sistema de informação geo-gráfica. A transportadora porque é através deum que controla, monitoriza e disponibilizainformações sobre as linhas e comboios parasi própria e para os seus clientes. A empresademedia porque, através de um sistema de in-formação geográfica sabe localizar os quios-ques e as zonas que mais vendem jornais seuse, com isso, determinar o tipo, quatidade e lo-calização do seumarketing. Além disso, com aajuda de um SIG, o departamento de circula-ção conseguirá definir o circuito que vai fazerpara chegar a todos os pontos de venda essen-ciais.

13:00Aproveita a sua hora de almoço para passar nafarmácia e comprar o protector solar de queprecisapara ir àpraianeste fimdesemana,.Masazar dos azares, a marca que quer não há. Já

NAS24HORASDOSEUDIA utiliza, directa ou indirectamente, sistemas de informaçãoestão em todo o lado e o ajudam a si e à sua empresa a funcionar.

Como um SIG entra no seu dia-

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Quinta-feira25Fevereiro2010 DiárioEconómico V

n 1. Localizar acontecimentos e identificar padrõesOlhando para os acontecimentos nummapa, conseguir-se-á identificar, noterritório, padrões e tendências. Na imagem, ummapa interactivo deterramotos nos EUA,

O QUE SE PODE FAZER COM UM SIG?

n2. Descobrir o que temdentro e o que tem pertoDesde que exista informaçãosobre uma área em específico,pode descobrir-se o que ela temdentro e ao redor. Exemplo?Localizar, no mapa de um bairro,a incidência criminal e postos depolícia. Ou identificar, ao redorde um rio, qual será a possívelárea atingida por cheias.

n3. QuantificarPor região, por local, porprédio, porque não? ComumSIG, pode quantificar-se umdeterminado temapor região e relacionar asregiões commaiorincidência entre si. Naimagem, ummapa queidentifica crianças comacompanhamentopediátrico numadeterminada região.

n4. Localizar alteraçõesAo localizar a movimentação das coisas num período de tempo, consegue-se saber como é o seu comportamento. Ummeteorologista, por exemplo,analisa geograficamente os furacões para conseguir descobrir ondeincidirão futuramente. Ou um responsável policial poderá analisar aevolução de crimes semanalmente por região, decidindo depois queprofissionais deve enviar para essas zonas e que tipo de acções devemtomar.

n5. Localizar densidadesConseguir identificar, nummapa, o local em específico que temdeterminadas estatísticas ou padrões nummapa por vezes pode ser difícil.Através de uma imagemde 3D das densidades, por exemplo, essaidentificação émais fácil.

geográfica. Saiba como é que estes sistemas

a-dia

sabe a que farmácia há-de ir: à que fica a cami-nho da praia que costuma frequentar. A marcaem questão sabe, através de sistemas de infor-mação geográfica que utiliza para definir a suaestratégia de distribuição e marketing, queaquela é a farmácia onde se vendem mais pro-tectores solares fortesdamarca emquestão.

17:00Noseu local de trabalho, umacompanhiade te-lecomunicações - que também ela controla emonitoriza todos os seus clientes através deumSIG - , recebe uma encomenda. Já sabia queia chegar agora. Veio a acompanhá-la ‘online’desde a sua saída de Paris, há dois dias. A em-presa de ‘courier’ que a trouxe disponibilizaesse serviço e controla as encomendas dosseus clientes através de um... sistema de infor-mação geográfica!

19:00Está a sair tarde e aproveita a boleia deumcole-ga seu. No carro, o primeiro aparelho a ligar é oGPS, umdos sistemasgeoespaciaismais conhe-cidos do mundo. Pelo caminho compram, numrestaurante assinalado pelo aparelho, o jantarpara levarpara as suas respectivas casas.

20:30Acabou de ver no telejornal as notícias sobre aMadeira. Não esperamais e vai ver como está otempopara este fimde semana por lá. Domapaem que se avistam as nuvens que se deslocamrapidaemte segue para as imagens de satélitedo Google Earth, onde se consegue ver que es-tragos fizeram as chuvadas. OGoogle Earth e oGoogle Maps, assim como o SAPOMapas, sãoalguns dos SIGmais conhecidos do mundo,tendo, aliás, contribuído para a abertura destessistemas aosutilizadoresnormais.Também no jornal ficou a saber que entidadescomoaProtecçãoCivil ou o INEMtêmavança-dos sistemas de informação geográfica atravésdos quais controla emonitoriza o que acontecenoPaís.

23:30Antes de se ir deitar, pesquisa no portal SAPOMapas “Restaurantes de peixe emPeniche” quesurgem no mapa, com direito a fotografia, nú-mero de telefone e até a locais de interesse aoseu redor.OSAPOMapas, umdosmais concei-tuados sistemas de informação geográfica emPortugal, vai disponibilizar em breve esse tipodeessa informaçãogeoespacial. n

Em resposta ao terramoto que

atingiu o Haiti no passado dia 12

de Janeiro, o Harvard Center for

Geographic Analysis lançou de

imediato umportal de sistemas de

informação geográfica para ajudar

nos esforços da reconstrução do

Haiti. O site seguiu omodelo de um

outro do género, que foi

desenvolvido depois do terramoto

do ano passado que atingiu a China.

O portal geográfico chamava-se

Earthquake Geospatial Research

Portal, e foi desenvolvido pelo

Fairbank Center for Chinese Studies.

Foto 1. Eric Alderman e Jean Lucien

Ligondé, do Centro de Dados

HarvardMIT estuda omapa

impresso para amissão da Boston

University.

Foto 2. Osmapas são analisados por

especialistas durante e depois das

primeiras visitas de campo.

Foto 3. Sempre commapas à frente,

o discute-se sobre asmedidas a

tomar como presidente haitiano

René Préval.

Foto 4. Imagemdo site, disponível

emwww.haiticrisismap.org.

MAPASQUEAJUDAMNOHAITI

Adrian

White/via

Bloom

berg

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VI DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

[email protected]

Os Sistemas de Informação geográfica (SIG)estão na moda. A necessidade de aperfeiçoarconhecimentos e obter novas competências égrande e, comonão há licenciatura na área, uni-versidades e institutos superiores alargam e re-novamoseu lequedecursos.A formação neste mercado “tem vindo a cres-cer, talvez por haver uma ideia geral de que éuma área com empregabilidade”. Quem o diz éJosé Alberto Gonçalves, professor auxiliar daFaculdade deCiências daUniversidade do Por-to (FCUP). Segundo o responsável, quemmaisprocura estes cursos são “profissionais comcompetências no domínio dos SIG”. Ideia parti-lhada por Estima deOliveira, director da EscolaSuperior de Tecnologia e Gestão de Águeda(ESTGA). Nesta escola, sente-se uma maiorprocura por parte de quem exerce uma profis-são nos domínios da engenharia geográfica, in-formáticaeSIG.Oqueseexplica, frisa, pelo fac-to destes cusos “permitirem a aquisição decompetências que possibilitarão a concepção eimplementação de soluções informáticas inte-gradorasdeáreas funcionais fundamentais paraobomdesempenhodasorganizações”.Nesta escola a nova licenciatura em tecnologiasde informação “teveuma forteprocuranos seustrês anos de funcionamento, que se traduziunumamédia de cerca de 55 alunos por ano”, in-formaEstimadeOliveira.Já naUniversidade Lusófona, tem-se assistido auma diversificação de alunos. “Existe cada vezmais procura de formandos que têmou preten-dem exercer actividades em áreas que até hápouco temponãoviamosSIGcomoumavanta-

gem”, refere Pedro Alves Luis, coordenador doCentro de Estudos do Território em Sistemasde Informação Geográfica daquela universida-de, acrescentando que o maior crescimento naprocura tem vindo a ser observado nos últimostrês anos. Aqui, “em média no conjunto de to-dos os cursos e ciclos de estudo são, com certe-za, acimadeumacentena”, afirma.No que toca à FCUP, os cursos na área dos SIG“têmmantidoumaprocuraestável”, diz JoséAl-bertoGonçalves, acrescentandoque “requeremuma formação prévia em áreas da engenhariaou em ciências com cariz tecnológico, o querestringe um pouco o leque de alunos”. Já naESTGA,omaiorcrescimentoaconteceucomoscursosdeespecialização tecnológica comoa to-pografia e o desenho assistido por computadorouoSIG.

O sucesso destes cursos explicam-se, em partepela crescente visibilidade e popularidade des-tes sistemas, mas também pela cada vez maiornecessidadeporpartedasempresase seuscola-boradores emsabermelhor funcionar comSIG.Neste contexto, sem dúvida que a implementa-ção do acordo de Bolonha, “veio dar resposta aesse aumento de procura, com o aparecimentode vários novos cursos, nomeadamente em po-litécnicos e universidades privadas”, sublinhaJoséAlbertoGonçalves, que aponta o dedo a al-guns programas curriculares. De acordo com oprofessor auxiliardaFCUP, “nemsempreoper-fil curricular dos cursos oferecidos permite ob-ter uma formação que vá de encontro ao que omercadoprocura”.Osprogramas são “demasia-do focados na utilização/exploração acrílica de‘software’ SIG, havendo lacunas nos conceitossubjacentes à produção de informação geográ-fica e dasmetodologias de controlo de qualida-de”, acusa, frisando que “muita da formaçãoestá enviesada para a aprendizagem do uso do‘software’ com um défice no que respeita aosconceitos científicos envolvidos na produção etratamento de informação geográfica”. O res-ponsável lamenta ainda a tendência “excessiva-mentevoltadaparao saber fazer emenospara aaprendizagemdeconceitos”.JoséAlbertoGonçalves sublinhaoutras tendên-cias, tais comouma “significativa evoluçãoparao uso do ‘software open source’”, que considera“positiva”. Assevera, no entanto, que a explora-ção do ‘software’ “não deve ser o ponto princi-pal de uma formação quando se pretende maisdo que preparar exclusivamente técnicos ope-radores”, garantindo que a FCUP “dá umavisãoalargada das metodologias de produção e con-trolo de qualidade da Informação Geográfica”.A conjugação entre conhecimentos informáti-cosegeográficoséumanecessidadepreementede quem trabalha com SIG, pelo que a forma-ção, no futuro deve ter em conta também esseaspecto. Sobre isto, Estima deOliveira, directorda ESTGA, diz que, no futuro, a formação naárea dos SIG “tenderá a seguir aquilo que omercado procura” e que, segundo revela, tem aver com “os aspectos que envolvem a gestão dainformação geográfica por parte das institui-ções que a produzem, detêm ou dela necessi-tam”, mas também “a integração crescente dosSIG com um grande número de outras áreas, o‘geomarketing’ baseado em SIG, a absorção ouintegraçãodeoutras plataformas e ademocrati-zaçãodousode IGcomacrescente disponibili-zaçãodamesmaede aplicações robustas e combaseem ‘open source’”.No entanto, temvindo adar-se umaviragemnosentidodaespecialização. SegundoPedroAlvesLuis, coordenador do Centro de Estudos doTerritório em Sistemas de Informação Geográ-fica da Universidade Lusófona, “cada vez maisas formações são direccionadas para uma áreade actividade e não tanto para formações de ca-rácter geral”. O responsável afirma sentir a ne-cessidade por parte dos alunos de adquirir co-nhecimentos relativamente a “novos ‘softwares’e ferramentas que carecem de actualização, autilizaçãode técnicasmais avançadaseespecia-lizadas como a utilização e construção de basesde dados”, acrescentando haver igualmentecrescenteprocuraemformaçãonautilizaçãode‘softwares’ de ‘open source’. n

Mais oferta naformação respondea procura crescente

“Existe cada vez mais procura deformandos que têm ou pretendemexercer actividades em áreas queaté há pouco tempo não viam osSIG como uma vantagem”, referePedro Alves Luis, da Lusófona.

AESPECIALIZAÇÃO começa a ser uma tendênciana formação emsistemas de informação geográfica.

O QUE DIZEMOS EX-ALUNOS

n Miguel Tavares, 41 anos,escolheu o Bacharelato emEngenharia Geográfica naEscola Superior deTecnologia e Gestão deÁgueda, que lhe permitiu“renovar conhecimentos”.Entretanto, tirou duas pós-graduações, uma emmodelação tridimensionale uma emSIGmunicipal,por gosto “porque aprofissão a isso obriga”.

MIGUEL TAVARES,coordenador de SIGda câmara de Águeda

n Licenciada emastronomia pela Faculdadede Ciências da Universidadedo Porto, CarolinaRodrigues, de 28 anos,soube de ummestrado emSIG, que a levou a estagiarna InfoPortugal, ondeacabou por ser convidada aficar a trabalhar.

CAROLINARODRIGUES,departamento de fotografiaárea da Infoportugal

n Paulo Bianchi Candeias,de 30 anos, é o único alunoportuguês a frequentar oprograma ErasmusMundos em ciências geo-espaciais. O 1º semestre foiemPortugal, no ISEGI e o2º será na Alemanha, paraonde irá embreve, comototal apoio da autarquia deOeiras, onde trabalha.

PAULOBIANCHICANDEIAS, técnicona câmara de Oeiras

n Como 12º ano esegurança aeroportuáriono aeroporto de Lisboa,Diogo Fonseca, de 24 anos,quis especializar-se emSIG,uma área que sempre lheatraiu. Soube de um cursona Lusófona comgrau debacharelato e não hesitou.Agora procura empregocomboas perspectivas.

DIOGO FONSECA,desempregadomas comperspectivas de emprego

Comonão há licenciaturas emSIG,as universidades e os institutos superiorestêm vindo a alargar e a renovaro seu leque de cursos.

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Quinta-feira25Fevereiro2010 DiárioEconómico VII

João

PauloDias

Naárea dos SIG ede umponto de vista pro-fissional, devemos dividir os intervenientesentre produtores e utilizadores.Os produto-res são responsáveis pela arquitectura dasbasesdedados, pela selecçãoda informaçãocartográfica e pela consistência espacial esemântica da informação, tendo em vista autilização que vai ser dada ao SIG. O utiliza-dor vai utilizar o SIG para fazer análises quevão apoiar a tomada de decisões e vai carre-gar para o SIG informação decorrente des-sas análises. São portanto necessárias com-petências diferentes para os produtores eparaosutilizadores.Osprodutores têmque tercompetências ro-bustas na área da produção de informaçãogeográfica numérica e organizaçãode infor-mação em bases de dados; os utilizadorestêm que ter competências na área de negó-cio a que o SIG se destinamas também sen-sibilidade para a temática da utilização decartografia numérica ebasesdedados.Em Portugal não existe certificação profis-sional na área dos SIG, ao contrário dosEUA, onde existe um GIS Certification Ins-titute no seio da URISA (Urban and Regio-nal Information Systems Association), quecertificaosprofissionais deSIG.A certificação da profissão é necessária, se-gundoaURISA,nomeadamenteparagarantirreconhecimentodosparesdequeoprofissio-nal de SIG demonstra competência e integri-dadenoexercíciodaprofissão;motivaropro-fissional de SIG para realizar formação contí-nua ao longoda sua vida profissional; assegu-rar um comportamento ético no exercício daprofissão e fornecer uma base para dirimirqueixas contra profissionais de SIG; apoiarpotenciais empregadoresno recrutamentodeprofissionais de SIG; assegurar que aqueles

que produzem informação geográfica detêmum núcleo determinado de conhecimento ecompetências; apoiar aspirantes a profissio-naisdeSIGaescolheruma formaçãoadequa-da; contribuir para o desenvolvimento dasCiênciasdeInformaçãoGeográfica.Os SIG devem ser implementados por equi-pas multidisciplinares, que integrem produ-tores (queconhecema informação) eutiliza-dores (que conhecemonegócio).Umaequi-pa robustadeSIGdeve ter competências emdomínios tão diversos como o das Tecnolo-giasGeoespaciais, do Processamento deDa-dos ou dos Fundamentos Conceptuais daGeografia. Nestas equipas os EngenheirosGeógrafos são elementos indispensáveis,dado que como produtores têm competên-cias que não são detidas por mais nenhumaáreade formaçãosuperiore indispensáveisaumaboaorganizaçãoda informaçãoegaran-tia da sua qualidade. Aémdisso tambémpo-dem ser utilizadores se o SIG se destinar àsáreasdenegóciodos seusdomíniosde espe-cialização. Os EngenheirosGeógrafos são osprofissionais que com maior facilidade pas-sariam num sistema de certificação. A pro-fissão já é regulamentada a nível europeu econstantedaClassificaçãoNacionaldasPro-fissões do Instituto de Emprego e FormaçãoProfissional. n

A necessidadecertificar uma

profissão

OPINIÃO

AnaMariaFonseca,PresidentedoColégioNacionaldeEngenharia

GeográficadaOrdemdosEngenheiros

Em Portugal não existecertificação profissional

na área dos SIG, ao contráriodos EUA, por exemplo.

Page 8: Suplemento Diário Económico (2010-02-25)

VIII DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

[email protected]

Professor Catedrático e conhecido especialistana área dos Sistemas de Informação geográfica(SIG), no Instituto Superior de Estatística eGes-tãode Informação,daUniversidadeNovadeLis-boa, Marco Painho disse ao Diário EconómicoacreditarnumfuturopromissordosSIGemPor-tugal.Admitiuhaveraindamuitoafazernaáreaedefendeuumalicenciaturaemgeoinformática.

ComocaracterizaomercadodeSIG?Omercado de SIG cresceumuito, sobretudo naúltima década. Sofreu no ano passado algumaquebra em termos de facturação das empresas,mas avançaram-se alguns projectos novos. Po-rém, penso que rapidamente se vai recuperar, e,se a economia não estagnar, o crescimento serámuito grande nos próximos anos, uma vez queum SIG é uma tecnologia que está cada vezmais ligadacomos sistemasde informaçãocen-trais das empresas, já indissociáveis da activida-de empresarial. Por isso, pensoque éumaques-tãode tempopara a recuperação.

Acha que o que se faz em Portugal em SIG estáaonível deoutrospaíses?Temos capacidade tecnológica, temos recursoshumanos especializados e empresas no merca-do com dimensão suficiente para abarcar gran-des projectos e temos conhecimento para os fa-zer. Mas em termos de utilização, penso que,quando comparados comos EstadosUnidos daAmérica, sobretudo ao nível das empresas pri-vadas, temos ainda que dar alguns passos signi-ficativosnesta área.

Entãoondeéquepoderiamosevoluir?Na área da banca e seguros há muito a fazer.Penso que nenhuma das áreas ainda se aperce-beu das potencialidades que os SIG têm para asua actividade. Já utilizam SIG, mas de formamuito simples, pelo que é preciso ir mais alémnas aplicações.

Então depreendo que este mercado tem muitoporonde crescer emPortugal.Temmuitamargemde crescimento, mesmo nomercado autárquico, onde existe maior utiliza-ção e projectos demuita qualidade. É que aindaháautarquias quenãoutilizamestes sistemas.

Quais as principais tendências e mudanças queestemercado temregistado?Temos que ver esta questão de dois pontos devista. Emtermosde tecnologia assistimosàpas-sagem de uma utilização baseada no posto detrabalho, de um técnico especialista, para umsistema democratizado, em que através da in-tranet, as aplicações ficam disponíveis a todos.Do ponto de vista do que se faz com os SIG, háuma transição entre a fase onde o SIG era uminventário de coisas, para a fase em que as apli-cações já exigem muita customização desoftware. Passamos do saber o que temos, paraoprocesso imediatode tomadadedecisão.

Quais as vantagens que destaca dos SIG para asempresas?Oespaçopermite relacionar tudo e fazer cruza-mentodedadosede informação.Por issoavan-tagem para as empresas é ter o espaço comoelemento integrador. Podem integrar as infra-estruturas físicas, comoummapa, por exemplo,com informação de clientes, fluxo de materias,fluxodeclientes, etc..

Como caracteriza a formação em SIG emPortu-gal?Há um paralelo entre a formação para SIG - re-portório, listagem, cadastro e a formação para oSIG - processo tomada de decisão. Para este úl-timo, são precisas pessoas que não só com-preendam bem estas questões dos dados geo-gráficos, as suas caracteristicas e como funcio-nam, mas que tenham também fortes conheci-mentos informáticos, porque a passagem doSIG - repositório, para o SIG - tomada de deci-são obriga a customizar, a desenvolver o‘software’ que compramos. Quando integramoso SIG no processo de decisão das empresas épreciso perceber de redes, de internet, de co-municações e portanto o especialista SIG temque ter saber a componente análise espacial,mas teruma forte componente informática.

Eachaque se estáa seguir essa tendência?InfelizmentenãoexistememPortugal licencia-turas na área da geoinformática como existemnoutros países e isso fazia falta. Temos capaci-dade para ter entre duas a três licenciaturas naárea que formassem reais especialistas emSIG.O que temos são cursos especializados. E aí, aonível domestrado, está a caminhar-se para tor-nar os mestrados que tinham muito compo-nente de análise e modelação espacial, paramestrados com componentes tecnlógica maispesadas. Mas ainda é insuficiente, pois muitasempresas que recrutam pessoas para departa-mentos de SIG acabam por ir buscar pessoasde informática que depois aprendem a partegeográfica. Portanto, o ideal é juntar estes doisdomínios e o futuro da formação deverá passarpor aí. n

SEGUNDOMARCOPAINHO, estas são algumas das áreas que ainda nãose aperceberam das potencialidades dos SIG para os seus negócios.

“Na área da bancae seguros hámuito a fazer ”

ENTREVISTA MARCO PAINHO, professor catedrático emSIG, no ISEGI, UniversidadeNova

João

PauloDias

Oficializar aprofissãoSIG:Simounão?

nSerá que existe umaprofissão que possareclamar para si os SIG?OsEngenheiros Geográfos eos Geográfos reclamam,mas sãomuitas asprofissões que utilizamestes sistemas. MarcoPainho considerainteressante a temática aonível “da afirmação daprofissão e de se podercontratar um técnico ouadministrador de SIG”,acreditando que issoaumentava o“reconhecimento social”.Porém, admite que aohaver a oficialização daprofissão, o organismo decertificação criaria umconjunto de regras “quepodiam travar o dinamismona evolução da profissão, oque seria negativo”, diz.

R.C.

As empresas “podem integrar as infra-estruturas físicas, como ummapa, com informação de clientes”.

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X DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

Raquel [email protected]

O Instituto Geográfico Português (IGP) temum novo director geral desde Janeiro. CarlosMourato Nunes falou ao Diário Económico so-bre asmetas a atingir frente ao IGPeoquepen-sa do actual momento do mercado e das pers-pectivasde futuro.

Qual o balanço que faz do papel que o IGP temtido no desenvolvimento e divulgação dos Siste-masde InformaçãoGeográfica (SIG) emPortugal?O IGP assume um papel preponderante napromoção e divulgação da Informação Geo-gráfica e das respectivas tecnologias em Por-tugal. Faz a coordenação do Sistema Nacionalde Informação Geográfica (SNIG). Nestaqualidade, tem participado em projectos na-cionais e internacionais, visando dotar o paísdas infra estruturas de informação mais ade-quadas, promover o desenvolvimento domercado e disseminar o conhecimento sobrea informação geográfica e tecnologias asso-ciadas. Está empenhado na criação do projec-to SiNErGIC (Sistema Nacional de Explora-ção e Gestão de Informação Cadastral), quevai dotar o país de um sistema de informaçãopara a gestão e exploração de informação ca-dastral, bem como na criação de uma RedeNacional de Estações Permanentes (ReNEP),que será um grande contributo para o apoioao trabalho de campo, para a produção regu-lar de coberturas ortofotocartográficas, e paraa abertura do mercado aos agentes privadosna produção de cartografia.

Quais sãoos seusobjectivos à frentedo IGP?Trabalhar para que o IGP imponha a sua pre-sença pela qualidade, iniciativa, e participaçãoem projectos de âmbito nacional e internacio-nal. Farei com que o papel nuclear do InstitutocomoAutoridadeNacional deGeodesia, Carto-grafia e Cadastro seja concretizado e tentareireforçar a área de investigação e desenvolvi-mento emciências e tecnologias de informaçãogeográfica.

Comoestáomercadodos SIGemPortugal?EmPortugal a área dos SIG sempre foimuito di-nâmica e inovadora, designadamente aonível dosector público, mas também ao nível do sectorprivado, pelo que se pode considerar como umdos países onde a utilização dos SIG se encontramais desenvolvida. O mercado SIG está aindamuito ligado aos utilizadores do sector público,designadamente às autarquias locais. Por outrolado, assiste-sehoje àdisseminaçãodosSIGpelosector privado, onde são considerados como sis-temasde informação, assumindoum importantepapel na criação de valor e de vantagens compe-titivas para as empresas. Em termos de evoluçãoexistem grandes esperanças para o futuro próxi-mocomos investimentosarealizarnoâmbitodocadastro predial, designadamente para a consti-tuiçãoeoperacionalizaçãoSiNErGIC.

Estemercado temaindaespaçopara crescer?Diria que mais de 80% do mercado ainda estácentradonaAdministraçãoPública. É e seráumsegmento importante para omercado de Infor-maçãoGeográfica,mas importa reterqueouni-verso de potenciais utilizadores é substancial-mente maior no sector privado. É aqui que setêm vindo a registar significativos avanços. Acrescente disponibilização de dados e ferra-mentas acessíveis, conjugada com a naturalapetência dosportugueses pela adopçãoda tec-nologia, estão na base do desenvolvimento devários projectos empresariais de exploraçãoconteúdosgeográficos. n

PORTUGAL é umdos países onde a utilização de SIG se encontramais desenvolvida.ParaMourato Nunes, pode caracterizar-se estemercado como dinâmico e inovador.

“Universo de potenciais utilizadoresémaior no sector privado”

Mais de 80% domercado aindaestá centrado na AdministraçãoPública, mas assiste-se a umadisseminação dos SIG no privado.

ENTREVISTA CARLOS MOURATO NUNES, director geral do Instituto Geográfico Português

“OmercadoSIGaindamuito ligado aos utilizadores

do sector público, designadamente às autarquias locais”,

refere CarlosMourato Nunes, que afirma ainda: “assiste-se

hoje à disseminação dos SIG pelo sector privado, onde são

considerados como sistemas de informação, assumindo

um importante papel na criação de valor e de vantagens

competitivas para as empresas”.

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Quinta-feira25Fevereiro2010 DiárioEconómico XI

PauloAlexan

dreCoelh

oPUB

Como compara omercado de SIG nacional com

o mercado mundial, e por exemplo, com a vizi-

nhaEspanha?Dada a dimensão dos dois países, o mercadonacional é, naturalmente, menor que o da vizi-nhaEspanha, embora a respectivaproporciona-lidade não seja directa, isto porque a adopçãoprecoce da InformaçãoGeográfica e das tecno-logias de informação que lhe estão associadassempre fez de Portugal um exemplo a nívelmundial.Sublinho que, o nosso sector público, central elocal, se encontra bem apetrechado de meios erecursos humanos capazes de dinamizar pro-jectosbaseados em informaçãogeográfica.Os municípios portugueses têm vindo a fazer,por força das suas inúmeras e diversificadasatribuições e competências, uma aposta fortenesta tecnologia, promovendo a implementa-çãodesoluções transversaisdesuporteàgestãonas suasdiversas áreasde actuação.

Quaisasnovidadesmais inovadorasquedestaca

destemercado?

A adequação das soluções às necessidades dosseus utilizadores, externos e internos, é o prin-cipal factor de destaque que importa reter dassoluçõesmais inovadoras.Ovalor do investimento, a tecnologia, o volumede dados, os utilizadores, são parâmetros im-portantes para caracterizar as soluções SIG,mas o seu grau de sucesso deve ser sobretudomedido pela forma como se conseguem inte-

grarnoquotidianodasorganizações.As soluções inovadoras com informação geo-gráfica distinguem-se: pela sua capacidade deresposta às necessidades e à dinâmica de trans-formação das organizações; pelo nível de inte-gração funcional com outros sistemas de infor-mação existentes, nomeadamente a gestão do-cumental, processual ou mesmo financeira, daía importância da adopção de standards e nor-mas de qualidade. A possibilidade de publicarinformaçãonaweb,porviadaimplementaçãodesoluções webSIG, veio permitir às organizaçõesdisponibilizar informação geográfica e serviços‘online’,pesquisarumpontodeinteresseutilizan-do um critério geográfico, consultar a informa-ção de um Plano DirectorMunicipal, obter umaplanta de localização, georeferenciar uma recla-maçãoousugestão.

Qual a tendência nacional no uso de SIG dos úl-

timosanosaestaparte?

ApostaremsoluçõesSIGintegradas,ajustadasàsnecessidades e exigências das organizações (pú-blicas ou privadas), na perspectiva da melhoriados processos de gestão interna, do incrementodaqualidadedo serviçoprestadoeda integraçãoe articulação entre os principais actores do pro-cessodemodernizaçãoadministrativa.Acredito que se irá manter o alinhamento dodesenvolvimento dos SIG segundo três eixos, asaber: alargamento a novas áreas; adopção detecnologias ‘open source’ e incorporação nodia-a-diadasorganizações edocidadão.n

“Portugal é exemplomundial”O futuro dos SIG passa por “soluções integradas”.

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XII DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

n ANIVERSÁRIOO Sistema Nacionalde InformaçãoGeográfica começouhá duas décadas.

20

[email protected]

O Sistema Nacional de Informação Geográfica(SNIG)completounopassadodia 13deFeverei-ro, 20 anos. O SNIG é a infra-estrutura nacionalde dados espaciais, tendo sido pioneira na dis-ponibilização de dados na Internet em 1995.“Constitui-se comouma rede de partilha de da-dos e serviços, congregando produtores e utili-zadores de informação geográfica para ummesmo fim, a promoção da utilização da Infor-mação Geográfica em Portugal”, explica Mou-rato Nunes, director-geral do Instituto Geográ-fico Português (IGP), entidade que gere, pro-move, coordena e acompanha os trabalhos dogeoportal.O responsável classifica este sistemacomo“umprojecto pioneiro e inovador tanto a nível euro-peucomomundial”.OSNIG representa umalicerce primordial paraa implementação da Directiva Inspire (Infras-tructure for Spatial Information in Europe) quetem por objectivo a criação da IDE Europeia.Tendo em conta a directiva, 2006 foi um ano deviragem. Foi nessa altura que se iniciou umanova fase do SNIG comummodelo conceptualem conformidade comos princípios e normati-vos estabelecidos pela Inspire, em vigor desde15 deMaio de 2007 e já transporta para a ordemjurídica nacional através do Decreto-Leinº180/2009, de 7deagosto.Mas este sistema tem outro relevante papel. Éum importante suporte ao funcionamento dasestruturas administrativas do país. Conscientedessa importância, o IGP “tem vindo a efectuaruma aposta contínua, desde 2002, na renovaçãoe consolidação do SNIG”, afirma o director-ge-

ral do IGP. que salienta o facto desta aposta játer colhido frutos: “o SNIG acaba de ser reco-nhecido internacionalmente com um prémioeuropeu de boas-prácticas, atribuído no âmbitodoprojecto eSDI-NETplus”.Para o responsável, este éum“importante reco-nhecimento na conjuntura actual emque se en-contra emdesenvolvimentoa infra-estruturadedados espaciais europeia”.

Mas não só. Mourato Nunes vê este prémioigualmente como “um incentivo para continuara desenvolver e implementar a orientação es-tratégica seguida pelo IGP para construir infra-estruturas de dados espaciais de suporte à mo-dernização administrativa de Portugal, dasquais sedestacamoSNIGeoSiNErGIC”.

De salientar que Portugal não tem um cadastrogeográfico, daí a importânciadoSiNErGIC.A directiva Inspire, aprovada em 2007, temcomo objectivo a criação de uma Infra-estrutu-ra Europeia de Informação Geográfica, atravésda articulação das infra-estruturas dos Estados-membros, encontrando-se já transposta para oordenamento jurídiconacional.Mourato Nunes esclarece que a Directiva “foiinicialmente gizadapara servir de suporte às in-tervenções na área do ambiente, mas rapida-mente tem vindo a ser assumida como baseorientadoraparaos restantes sectores”.Os trabalhos estão ainda a ser realizados, sendoque os mesmos são, segundo caracteriza o pre-sidente do IGP, ” longos e detalhados”, esten-dendo-se até 2019.No final, garante que Portugal sairá a ganhar,uma vez que a directiva “irá proporcionar umeficaz acesso e manipulação de informaçãogeográfica de várias fontes, seja em termos deescala, seja emtermos temáticos”.Mourato Nunes realça ainda, “o papel rele-vante do IGP, enquanto National ContactPoint”, uma vez que compete ao instituto fa-zer “a articulação da comunicação entre Por-tugal, as suas instituições, e a Comissão Euro-peia”, frisa.Segundo explica, este “é um processo eminen-temente colaborativo” que tem vindo a ser des-envolvidonoseiodo recém-criadoConselhodeOrientação do SNIG, uma estrutura inter-insti-tucional, que congrega 12 entidades públicas,comoobjectivode assegurar a coordenação es-tratégicadoSistema.n

LANÇADOHÁ20ANOS o SNIG é a infra-estrutura nacional de dados espaciais queprimeiro disponibilizou dados na Internet em conformidade com a directiva Inspire.

Jason

Alden/B

loomberg

SNIG reconhecido com prémioeuropeu de boas práticas

Éprovavelmente umdosSIGmais conhecidos domundo: o GPSémais do que ummero localizador.

O SNIG é um relevante suporte aofuncionamento das estruturasadministrativas do país, vistopermitir a partilha de dados eserviços de informação geográfica

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XIV DiárioEconómico Quinta-feira25Fevereiro2010

[email protected]

‘Open source’. São estas duas palavras que pro-metem mudar o panorama dos sistemas de in-formação geográfica em Portugal e no mundo.O ‘open source’ veio abrir omercado dos SIG àgeneralidade dos potenciais utilizadores e per-mitiu que “muitas empresas podem desenvol-ver as suas soluções de SIG sem ficarem refénsdos grandes fornecedores deste mercado e dasua tecnologiaproprietária”, explicou, aoDiárioEconómico, umespecialista emSIG, que garan-te: “o ‘open source’ permitiu revolucionar omercado do lado da oferta”. Isto apesar demes-mo as grandes empresas tambémestarem a op-tar pelo ‘software’ livre para o desenvolvimentodos seus produtos. É o caso da NovaGeo oumesmo da Esri. “Do ponto de vista de quemdesenvolve produtos que são uma integraçãode várias tecnologias de base, o aparecimentodestas permite desenvolver aplicações comumaqualidade igual oumaior do que desenvol-vendo sobre tecnologias proprietárias”, explicaRui Andrade, o CEO da NovaGeo Solutions,que deixa dois grandes exemplos de ‘software’geográfico livre bem sucedidos: oPostgreSQL/Postgis (SGBD geoespacial) e oMapServer (gerador de mapas). “Do ponto devista de quem desenvolve produtos que sãouma integração de várias tecnologias de base, oaparecimento destas ferramentas permite des-envolver aplicações com uma qualidade igualoumaior do que desenvolvendo sobre tecnolo-gias proprietárias”, diz, ainda, Rui Andrade, quedestaca o facto de, desta forma, os custos paraempresas e clientes ser menor: “permite ofere-cermais aumcusto idênticoouaumvalormaisreduzido”.Mais longe vai GonçaloMagalhães Collaço, ad-ministrador da ESRI Portugal. A empresa, quedesenvolve e comercializa ‘software’ próprio,também utiliza soluções em ‘open source’ que,refere, “não trouxe desvantagem alguma aomercado.A começar pelo facto deo ‘open sour-ce’ ter trazido à comunidade SIG “umanova ge-ração de entusiastas” e “uma extensa rede deprogramadores” que desenvolvem softwaresque, “noutras circunstâncias, nenhuma outragrande empresa se poderia dar ao luxo de reali-zarnosmesmos termos”.ParaMagalhãesColla-ço, a contribuição destes projectos é “inestimá-vel”.NocasodaEsri, o ‘open source’ veio ajudara que a empresa se concentrasse no “desenvol-vimentodeuma tecnologia cadavezmais sofis-ticada e no desenvolvimento de projectos cadavezmais complexos edemaiordimensão”.A oportunidade de desenvolver mais e melho-res serviços à medida, adaptados às necessida-des das organizações é uma das vantagens queas empresas de sistemas de informação geográ-fica passaram a ter. “Como gastam menos di-nheiro na compra de ‘software’ comercial, pas-saramapoder dedicar-semais ao fornecimentode serviços orientados para as necessidades decada cliente”, explica Francisco Cardoso, coor-denador do Gabinete de Informação Geográfi-ca daCâmaraMunicipal doMontijo, que desta-ca, em Portugal, o projecto Sapo Mapas comoumdos desenvolvidos com ‘software’ livre commaior relevo.Para Jorge Horta, director geral da AutodeskPortugal, “na área dos sistemas geoespaciais, àimagem de em muitas outras áreas, o opensource deixou de ser um fenómeno para passar

a seruma tendência”. Egarante: “Existemsecto-res onde claramente já representa a melhor al-ternativa”. A própria Autodesk, que desenvolvee comercializa ‘software’ próprio, tem mesmooptado pela doação para ‘software’ livre. “Hátrês anos, quando terminou de desenvolver oMapGuide Enterprise , ofereceu-o de imediatoàFundaçãoOSGeoem ‘opensource’, dandoori-gemaoMapGuideOpenSource”, lembra.MasaAutodesk não se ficou por aqui. Um ano maistarde colocou também como ‘software’ livre asua tecnologiaFDO–FeatureDataObjects.Adesvantagemdo ‘software’ livreparaoutiliza-dor final é a falta de apoio no desenvolvimentode projectos, que um ‘software’ comercial emprincípio garante, lembraFranciscoCardoso.GonçaloMagalhãesCollaço concorda edestacaaindao facto denemsempreos ‘softwares’ livreseguirem os ‘standards’ da indústria, ou seja,“da observação de todas as normas” que permi-tem a integração da informação” geográfica. Edefende: emprojectos empresariais desenvolvi-dos de raiz não é aconselhável a utilização de‘open source’.JorgeHorta conclui: “o recurso às comunidadesinformais para fazer crescer os negócios, comoé o caso da comunidade open souce é, desde hámuito, uma estratégia estudada, reconhecida eutilizada com êxito emmuitos sectores empre-sariais. Assim, apoiada no necessário bom sen-so, deve ser acarinhada e potenciada, já que irárepresentar cadavezmaisumactivodevalornacomunidadeglobal”. n

O ‘OPENSOURCE’ – ou ‘software livre’ – chegou aossistemas de informação geográfica e veio para ficar.

Uma revoluçãono ‘software’geoespacial livre

O ‘open source’ trouxe àcomunidade SIG “uma novageração de entusiastas” e “umaextensa rede de programadores”que desenvolvem ‘softwares’ que,“noutras circunstâncias, nenhumaoutra grande empresa se poderiadar ao luxo de realizar nosmesmos termos”, afirma GonçaloMagalhães Collaço, da Esri.

Jim

Young/Reuters

OGoogle criou vários serviços úteis nos Jogos Olímpicos de Inverno,e os sistemas de informação geográfica não ficaram de fora. E paraque os seus serviços - que incluem omapeamento dasmensagensTwitter enviadas emdeterminadomomento (na foto embaixo) -sejam osmelhores, a empresa chegou a levar um ‘jet-ski’ equipadocomGPS emáquinas fotográficas para conseguir asmelhoresimagens 3D e localizações de algumas dasmontanhas onde osJogos vão decorrer.

DEONDEVÊMOSTWITTS?

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Quinta-feira25Fevereiro2010 DiárioEconómico XV

>A informação geográfica de 15 concelhos do distritodePortalegre está disponível online no Geoportal.

DEMAPASCOM INFORMAÇÃO ’online’ a viagens revisitadas em3D, sãomuitosos projectos que existem na área da informação geográfica emPortugal.

Os bons exemplos nos SIGdo território nacional

OSPICOSDOMUNDODEJOÃOGARCIAEM3DForam precisas 16 horas para con-cretizar a ideia ‘Retrospectiva 3Dutilizando SIG’, pensada para o pro-jecto “À Conquista dos Picos doMundo”. O alpinista João Garcia foidesafiadopelaESRIpara fazerpartede um trabalho que tinha como ob-jectivo, ”proporcionar uma formade documentar melhor as suas ex-pediçõese tornar as suas apresenta-ções ainda mais atractivas, ajudan-do as audiâncias a compreender adimensãodosseusfeitoseocontex-to geográfico”, informa Rui Santos,geomentor doprojecto.No fundo, oque se pretendia era explicar “ondeé que as fotografias foram tiradas,compreenderos limitesdospaísesesuas implicações,eoqueoJoãosen-te em determinado ponto do per-curso”, frisa. Para tal, foram preci-sas quatro sessões de duas horascada com o protagonista, e mais 8horas para processar os vídeos, oque implicou, segundo Rui Santos,“grande conhecimento do terreno,conjugado com a tecnologia e da-dos da ESRI e produção conjuntacom o João Garcia”. O alpinista foio pilar central do projecto. Mastudo foi feito a seis mãos, visto Ca-tarina Clemente, técnica da ESRIter participado com as coordena-das. Com este projecto, quandoJoão Garcia fala sobre um local deêxodo político e conflitos, é agora“perceptívelpara todosondeepor-queéqueeles acontecem”. n R.C.

15MUNICÍPIOSDOALENTEJONUMSÓPORTALSão 15 municípios num só portal e,também, de um só distrito, o dePortalegre. Os concelhos de Alterdo Chão, Arronches, Avis, CampoMaior, Castelo de Vide, Crato, El-vas, Fronteira, Gavião, Marvão,Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Por-talegre eSousel, que fazempartedaComunidade Intermunicipal doAlto Alentejo, têm assim disponí-veis num portal - o Geoportal - in-formações cartográficas e ortofoto-gráficas, Planos Municipais de Or-denamento do Território, informa-ção estatística oumesmopontos deinteresse turísticos. FuturamentetambémoCadastroGeométrico daPropriedade Rústica da região vaiser disponibilizado. Com cerca de2000 visualizações por mês, essen-cialmente feitas por munícipes,também os próprios municípiospodem aceder e gerir em ‘backoffi-ce’ toda a informação territorialexistente no seu geoportal munici-pal, possuindo para isso módulosespecíficos que permitem fazeresta gestão. Um dos módulos maisinteressantesnaactualizaçãodeda-dos, destaca Joana Patrício, da Co-munidade Intermunicipal do AltoAlentejo, é o ngMobileStudio, quepermite descarregar temas de car-tografia para um PDA equipadocom GPS, actualizar em campo ainformação descarregada e actuali-zar a informaçãoatravésdeumme-canismode sincronização. n I.M.

INSTITUTODAVINHAEDOVINHOMAISDESCENTRALIZADOO Sistema de informação da Vinhae do Vinho (SIvv) foi implementa-do pelo Instituto da Vinha e do Vi-nho (IVV)na sequência da neces-sidade sentida de “desenvolver umsistema de informação que integreos conteúdos e optimize os proces-sos de gestão”, explica Edite Aze-nha, vice-presidentedo instituto.O SIvv é constituído por seis mó-dulos que abrangem todas as áreasdenegóciodo IVV.Atravésdas tec-nologias Oracle e iSMART, o IVVarmazena dados alfanuméricos egeográficos. faz sua gestão e arma-zena umconjunto de tabelas para aconstrução e gestão da topologia.O objectivo “era simplificar os pro-cessos admnistrativos, aumentar atransparência e eficiência e des-centralizar serviços, bem como au-mentar a capacidade de planea-mento estratégico”, explica. O ba-lanço é positivo. É que antes da en-trada em produção do SIvv, todosos contactos eram feitos sob a for-ma analógica, o que, aliado aos re-cursos humanos existentes, “con-duzia a uma resposta nem sempredentro dos prazos”. Ao fazer-se agestão emweb, “todooprocesso setornou mais célere e mais transpa-rente para os utentes”, diz EditeAzenha, frisandoque “osprazos fo-ram encurtados, houve uma dimi-nuição da despesa e os recursoshumanos redireccionados para ou-tras actividades. n R.C.

SAPO MAPAS: O ‘GOOGLE MAPS’PORTUGUÊS EMELHORADOA funcionar desde Outubro de2006, o SAPOMapas é umdosme-lhores exemplos de sistema de in-formação geográfica a funcionarem Portugal. O SAPO Mapas temfeito “um trabalho de ligação e di-vulgação dos SIG por todo o país”,ligando as mais diversas institui-ções e empresas da área. O SapoMapas está por trás da maior basede dados de conteúdos georrefe-renciados em Portugal, contandoneste momento com mais de 200mil pontos de interesse, transpor-tes públicos para a área da grandeLisboa, conteúdos em directo, visi-tas virtuais e fotografias 360º, alémde cartografia detalhada do País. OSAPOMapas tem ainda umaplata-forma de SIG montada sobre osconteúdos do SAPO, georreferen-ciando os dados do portal, comofotos, vídeos, blogues ou notícias,em tempo real. Neste momento,afirma Nuno Pereira, da DirecçãodeGestãodoProdutodoPortal, “játemosmais de 2milhões de pontosde interesse georreferenciados”.Em breve, o SAPO vai apresentar anova pesquisa do SAPOMapas quesuporta vários formatos de pesqui-sa, nomeadamente por códigospostais, número de porta, telefone,pesquisa nas redondezas comapre-sentação de pontos de interesse(hóteis, restaurantes, transportes,compras, utilidades, etc.) e outraspesquisasmais complexas. n I.M.

>“ÀConquista dosPicos doMundo”.O alpinista João Garcia foi

desafiado pela ESRI para fazer parte integrante de um trabalho em três

dimensões - ou 3D - que tinha como objectivo proporcionar uma forma

de documentar melhor as suas expedições.

>OSistema de informaçãodaVinha e doVinho foiimplementado pelo Instituto

da Vinha e do Vinho na

sequência da necessidade

sentida de “desenvolver

um sistema de informação

que integre os conteúdos

e optimize os processos

de gestão.

>Ummapa commuita e boa

informação sobre Portugal, é o que

pretende ser o SAPOMapas, a

funcionar desde 2006 e commuitas

novidades para apresentar em breve.

DESTAQUE

DE

SISTEMASDE

INFORMAÇÃOGEOGRÁFICA

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O FUTURO COMEÇOU HÁ 20 ANOS

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