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CADERNOS DA SAÚDE O psicólogo Artur Franco Henriques, que é natural do concelho de Mafra, e que é o autor dos livros “Co- municar com Audiências Segredo de Especialistas?” e “A Mulher Dominou o Mun- do e … Voltará a Fazê-lo!”, acaba de lançar a sua obra “À Descoberta da Vida”, um livro com 36 páginas e ilus- trações coloridas do artista plástico Fernando Jorge. A temática do livro tem a ver com o sangue e a sua importância, abordada de uma forma criativa, esta- belecendo comparações com a natureza de forma a tornar mais perceptível para o público a que se dirige, o público jovem, quanto é essencial o san- gue, sensibilizando para uma atitude voluntária de doação. O livro tem os seguintes capítulos: “As férias no cam- po”, “O reinício das aulas”, “A seiva nas árvores”, “A sei- va nas plantas e o sangue nas pessoas”, “De novo o Tiago”, “Afinal o que é o san- gue?”, “Onde é «fabricado» o sangue?”, “Como circula o sangue e que benefícios traz ao organismo”, “O que são transfusões e porque são necessárias” e “A dá- diva de sangue”. Na última página o autor faz questão de lembrar que “do mesmo modo que uma planta cresce, se desenvol- ve e se mantém viva graças à seiva que percorre o seu interior, os seres humanos também vivem graças ao sangue que lhes circula o corpo”. “À Descoberta da Vida” tem uma tiragem de 150 mil exemplares, com o patro- cínio do Instituto Português LIVRO DIRECCIONADO PARA PÚBLICO JOVEM “À descoberta da vida” sensibiliza para a importância do sangue do Sangue e edição da Fe- deração das Associações de Dadores de Sangue de Portugal, destinando-se, essencialmente, aos estu- dantes mais jovens. É possível adquirir um exem- plar, gratuitamente, nas áreas da actividade da Associação de Dadores de Sangue, através dos agrupamentos dos conce- lhos de Mafra e Sintra (em Terrugem). Rogério Batalha

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CADERNOS DA SAÚDEO psicólogo Artur Franco Henriques, que é natural do concelho de Mafra, e que é o autor dos livros “Co-municar com Audiências Segredo de Especialistas?” e “A Mulher Dominou o Mun-do e … Voltará a Fazê-lo!”, acaba de lançar a sua obra “À Descoberta da Vida”, um livro com 36 páginas e ilus-trações coloridas do artista plástico Fernando Jorge.A temática do livro tem a ver com o sangue e a sua importância, abordada de uma forma criativa, esta-belecendo comparações

com a natureza de forma a tornar mais perceptível para o público a que se dirige, o público jovem, quanto é essencial o san-gue, sensibilizando para uma atitude voluntária de doação.O livro tem os seguintes capítulos: “As férias no cam-po”, “O reinício das aulas”, “A seiva nas árvores”, “A sei-va nas plantas e o sangue nas pessoas”, “De novo o Tiago”, “Afinal o que é o san-gue?”, “Onde é «fabricado» o sangue?”, “Como circula o sangue e que benefícios

traz ao organismo”, “O que são transfusões e porque são necessárias” e “A dá-diva de sangue”. Na última página o autor faz questão de lembrar que “do mesmo modo que uma planta cresce, se desenvol-ve e se mantém viva graças à seiva que percorre o seu interior, os seres humanos também vivem graças ao sangue que lhes circula o corpo”.“À Descoberta da Vida” tem uma tiragem de 150 mil exemplares, com o patro-cínio do Instituto Português

LIVRO DIRECCIONADO PARA PÚBLICO JOVEM

“À descoberta da vida” sensibilizapara a importância do sangue

do Sangue e edição da Fe-deração das Associações de Dadores de Sangue de Portugal, destinando-se, essencialmente, aos estu-dantes mais jovens.É possível adquirir um exem-plar, gratuitamente, nas áreas da actividade da Associação de Dadores de Sangue, através dos agrupamentos dos conce-lhos de Mafra e Sintra (em Terrugem).

Rogério Batalha

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A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, o Ins-tituto Português de Reumato-logia e a SPMFR- Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação lan-çaram uma campanha de informação para o doente, abordando o tema da dorDe facto, quem é que já não se sentiu incomodado e pre-ocupado com uma dor de origem desconhecida e que não é ultrapassada com o recurso aos analgésicos ha-bituais? A dor persiste, prolon-ga-se no tempo, causando estados de ansiedade e de preocupação acrescida. De facto, quando tal acontece, quando se está perante uma dor persistente e sem explicação, significa que se pode estar perante uma dor neuropática“A dor é uma reacção na-tural do organismo que nos informa sobre disfunções orgânicas ou factores ex-ternos de lesão. Em geral, a dor aguda é um sinal de aviso fundamental para a vida, protege-nos, por exemplo, de queimaduras e indica-nos a presença de ferimentos e infecções. A duração da dor aguda, que está associada a uma lesão e desaparece após a sua cura, é inferior a um mês. Contudo, quando a dor não desaparece algum tempo após a reparação ou cura da lesão inicial, pode tornar--se crónica, o que constitui um verdadeiro problema com o qual não é fácil viver”, alerta as associações. A dor neuropática é exac-tamente um tipo de dor crónica que resultou de uma lesão nos nervos ou numa região do sistema nervoso central que transmite sinais de dor, designadamente a espinal-medula e o cérebro. Este tipo de dor, não assume o papel protector da dor aguda e deve ser devida-mente diagnosticado e tratado.As causas da dor neuropá-tica podem ser diversas. Por exemplo, há doenças que lesionam directamente os nervos e levam ao apareci-mento de dor neuropática, designadamente a escle-rose múltipla ou lesões por acidente. A amputação de um membro é outra causa de dor neuropática,

mais conhecida pela dor do membro fantasma. Mas a dor neuropática pode igualmente dever-se a uma complicação relativamente comum de outras doenças relacionadas com os nervos, designadamente diabe-tes, zona (herpes zoster) ou lombalgia . Assim se explica porque é que a dor neuro-pática está cada vez mais associada à dor crónica.A primeira condição para atenuar ou resolver a dor neuropática passa pelo doente assumir que a sua dor é real, que não está perante nenhuma criação ou sugestão. “A descrição, clara e precisa, da dor que se sente, pode facilitar o diálogo com as outras pes-soas. Também o ajudará a compreender a dor e a facilitar o diálogo com o médico. Quando começar a perceber a dor consulte o médico. Poderá já ter falado sobre o assunto, mas se sen-te que o seu tratamento não está a ter efeito, deve voltar a referi-lo. Pode necessitar de outro tratamento ou de ser encaminhado para um especialista ou uma clínica especializada no tratamento da dor”, até porque a dor neuropática requer trata-mento prolongado.Dado, ser rara a recupera-ção total dos nervos danifi-cados, a dor pode manter--se durante bastante tempo. As técnicas modernas para o tratamento da dor podem reduzir consideravelmente a sua intensidade. O médi-co pode recomendar um

tratamento ou a prática de técnicas que podem con-tribuir para que mantenha activamente a vida diária.Importante mesmo é não se querer lidar com a dor sozi-nho. É fundamental manter e ampliar a vida social, com os familiares e amigos. Falar abertamente acerca da dor para que se apercebam de como o está a afectarr. Os grupos de apoio são tam-bém uma ajuda fundamen-tal. As pessoas que sofrem

de dor crónica devem falar acerca dos seus problemas, ouvir as recomendações dos especialistas e fazer pergun-tas para saber mais acerca da dor neuropática.Aconselhe-se sobre a práti-ca de exercício físico e de outras técnicas que podem ser úteis. Embora o seu mé-dico possa prescrever um medicamento para aliviar a dor, existem outras opções terapêuticas possíveis, tais como: Intervenções físicas (por exemplo, o calor); Fi-sioterapia (exercícios de alongamento); TENS (Estimu-lação nervosa transcutânea eléctrica); Acupunctura e exercício físico e técnicas de relaxamento.“A dor neuropática é causa-da por lesões nervosas. Uma vez que a cura destas lesões é rara, a dor poderá manter--se durante bastante tem-po. O sofrimento prolongado causado pela dor neuropáti-ca é, esse sim, muitas vezes desnecessário. Poderá ter de fazer tratamento durante o resto da vida. Contudo, o alívio sintomático da dor é importante para participar activamente na vida diária”, sugerem as três Associações de apoio ao doente.

CAMPANHA SENSIBILIZA PARA O PROBLEMA DA DOR CRÓNICA

“O alívio sintomático da doré importante se participar

activamente na vida diária”

Hospital de Vila Franca de Xira

O consórcio Escala Vila Franca de Xira, liderado pela José de Mello Saúde, assumiu a gestão do Hospital de Reynaldo dos Santos no passado dia 1 de Junho, durante os próximos dois anos, período em que se espera que esteja construído a nova unidade hospitalar de Vila Franca de Xira.Para já vão ser criadas, ainda nas actuais instalações, quatro novas valências Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Neurologia e Pneumologia, com reforço dos meios de diagnóstico. Trabalha-se, igualmente, em diversas alterações a nível da organização dos espaços internos. A Comissão Executiva nomeada para gerir o hospital é presidida por Vasco Luís de Mello e conta com António Nunes e Pedro Bastos como administradores executivos. O hospital Reynaldo dos Santos serve cerca de 235 mil pessoas dos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira.

Fórum saúde na amadora

De 17 a 19 de Junho realizou-se o Fórum Saúde e Bem-estar, uma iniciativa que pretendeu alertar para a máxima “mente sã em corpo são”. Workshops, exposições, actividades de rua e possibilidade de realização de testes de diagnóstico (colesterol, glicemia, visual, auditivo, cardiovascular, densidade de massa corporal, densidade óssea, tensão arterial e monóxido de carbono),foram as acções principais de um fim-de-semana diferente. Trata-se de uma actividade que tem como objectivo principal a sensibilização da população para um estilo de vida saudável, e com o propósito de trazer as pessoas para a rua, para que ganhem o gosto pelo exercício físico e para que tomem consciência de alguns problemas relacionados com a saúde física e mental.

GráVidas de odiVelas têm de ir para a amadora

A maioria PS/PSD que gere a Câmara de Odivelas decidiu retirar do Orçamento municipal as verbas destinadas ao arranjo dos espaços exteriores dos novos centros de saúde que se comprometeram construir este ano nas freguesias de Ramada e Póvoa de St.º Adrião. Na Ramada e na Póvoa de St.º Adrião, vedaram os terrenos mas, muitos meses passados, mais nada foi feito, denunciam os vereadores da CDU.Em Odivelas e de acordo com as informações prestadas pela vereadora com o pelouro da saúde, o diploma que criaria as respectivas unidades de saúde familiares, ficou na gaveta, por assinar. Como se não bastasse as condições degradantes em que se encontra a prestação dos cuidados de saúde em Odivelas, onde mais de um terço dos utentes não tem médico de família e foram extintas todas as especialidades, como a pediatria ou a ginecologia, com o encerramento da Maternidade Magalhães Coutinho, em Lisboa, muitas das mulheres que pretendem aceder às consultas de obstetrícia ou realizar os seus partos têm agora de se deslocar ao Hospital Fernando Fonseca, na Amadora.

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Em Portugal estima-se que uma em cada dez pessoas sofra de problemas de tirói-de. São patologias frequen-tes que afectam sobretudo mulheres e cujos principais distúrbios são o hipertiroidismo e o hipotiroidismo. A crescente prevalência destas patologias preocupa os especialistas que apontam a pouca infor-mação e divulgação como a principal causa para o tardio diagnóstico da do-ença. Em Portugal, surgem anualmente 400 novos casos de cancro de tiróide, dos quais 20 resultam em morte. A conclusão faz parte de um estudo desenvolvido pelo Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).Estimativas recentes colocam em cerca de 10 por cento a incidência das doenças tiroideias, o que em Portugal significa cerca de um milhão de doentes. No entanto, acredita-se que apenas uma parte tenha consciência da sua condição, porque os sintomas das patologias da tiróide podem passar des-percebidos durante anos. De facto, os sinais de que algo não está bem podem ser muito discretosO que é a tiróide?A tiróide é uma glândula loca-lizada na base do pescoço, à frente da traqueia e abaixo da «Maçã de Adão» e tem a forma de uma borboleta. A tiróide controla o metabolismo através da produção de duas hormonas: triiodotironina (co-nhecida como T3) e a tiroxina (conhecida como T4). A tiróide trabalha em parceria com duas partes distintas do cérebro de forma a assegurar que a quantidade correcta de hormona tiroideia circula no sangue. Quando a tiróide não produz a quantidade correcta de hormonas podem ocorrer problemas. As hormonas tiroideias são essenciais para o funcionamento adequado de todos os tecidos e órgãos e permitem ao organismo utili-zar as suas reservas de energia de modo eficiente, manten-do-o quente e assegurando um bom funcionamento dos músculos. Para a produção das hormonas a tiróide capta iodo do sangue e combina-o com um aminoácido – a ti-rosina. O diagnóstico de mau funcionamento da tiróide faz-se através da medição das hormonas no sangue. Apesar de muito frequentes as doenças de tiróide são ainda pouco conhecidas e

valorizadas. É possível identificar diferentes tipos de desordens na Tiróide: Hipertiroidismo, Hipotiroidismo, Tiroidite, Bócio, Nódulos da Tiróide e Cancro da Tiróide. O hipertiroidismo é uma per-turbação causada pelo ex-cesso de hormonas tiroideias no sangue. Ocorre quando a glândula tiróide está hipe-ractiva. Esta patologia pode adoptar diversas formas que incluem a doença de Graves, o bócio tóxico nodular e o hipertiroidismo secundário. Se não for tratado o hipertiroidis-mo pode levar a arritmias car-díacas ou mesmos a ataques cardíacos. Adicionalmente, e em especial em mulheres na menopausa, o risco de osteoporose aumenta.A doença pode ser detec-tada com um simples teste de sangue para pesquisar os níveis de TSH (a hormona estimuladora da tiróide). Não existe um tratamento igual para todos os doentes com hipertiroidismo. A terapêutica é normalmente escolhida em função do tipo e severidade da patologia, da idade e das outras possíveis patologias do paciente. As opções de tra-tamento incluem, fármacos anti-tiroideios que bloqueiam a capacidade de produ-ção de hormonas tiroideias; Cirurgia para remoção da glândula da tiróide e Terapia com iodo radioactivo para destruir as células da tiróide.Já o hipotiroidismo resulta da produção insuficiente ou mesmo nula de hormonas tiroideias pela tiróide. Esta subprodução de hormonas diminui o metabolismo do corpo, fazendo com que os pacientes se sintam frios, cansados e depressivos. Os sintomas físicos do hipoti-roidismo podem afectar a auto-estima, o trabalho e a vida familiar dos pacientes. Quando não tratado o hi-potiroidismo não só diminui a qualidade de vida, como pode ter sérias complicações, entre as quais ritmo cardíaco tão baixo que pode levar a coma, tensão arterial e níveis de colesterol que podem resultar em doenças cardí-acas, infertilidade e doença de Alzheimer.Geralmente o diagnóstico é confirmado através de um simples exame de sangue e o tratamento passa pela substituição das hormonas tiroideias. Os pacientes de-vem tomar levotiroxina (hor-mona tiroideia produzida sinteticamente) para o resto da vida de forma a controlar

os sintomas. Com um trata-mento adequado, os doentes deverão ser capazes de ter uma vida normal.A tiroidite é uma inflamação da glândula tiróide, que pro-voca um hipertiroidismo transi-tório muitas vezes seguido de um hipotiroidismo também transitório. Noutros casos não produz mudança nenhuma no funcionamento da tiróide. O Bócio é o aumento da dimensão da tiróide e resulta principalmente da insufici-ência crónica de iodo na alimentação. O tabagismo e a exposição a níveis elevados de nitratos poderão contribuir para o desenvolvimento de bócio. Os Nódulos da Tiróide são “caroços” que aparecem normalmente no interior da glândula da tiróide. Cerca de 5 por cento das pessoas em idade adulta pode ter um nó-dulo palpável. Os nódulos da tiróide são grupos de células que crescem anormalmente no interior da tiróide, podem também ser quistos provoca-dos por inflamação na tiróide. O crescimento dos nódulos da tiróide é muito lento, pelo que estes passam geralmen-te despercebidos durante anos. A grande maioria dos nódulos na tiróide não são cancro e poucos têm inter-ferência com a saúde de quem os tem. O bócio e a maior parte dos nódulos não provoca queixas, são normalmente detecta-dos por acaso pelo doente ou pelo médico durante uma ecografia feita por outras ra-zões. Em casos raros podem provocar dor na parte da frente do pescoço e provocar impressão ao engolir. Ain-da mais raramente podem

provocar tosse ou mesmo falta de ar caso apertem a traqueia. Existem três tipos de trata-mento possíveis. A escolha depende do diagnóstico feito a cada paciente e passa por tratamento com medicação, radioterapia com iodo ou cirurgia, se as alterações da tiróide forem malignas ou se o tamanho do bócio se tornar desconfortável. Pode, ainda, acontecer uma extrac-ção parcial ou completa da glândula da tiróide. Indepen-dentemente da terapia uma dieta com as doses de iodo recomendadas é essencial. O Cancro da Tiróide apresen-ta-se na maior parte das vezes sob a forma de um nódulo na tiróide. Ocasionalmente, sob a forma de gânglio lin-fático cervical aumentado, rouquidão, dificuldade em engolir ou respirar. Em 90% dos casos este tipo de cancro têm um bom prognóstico pois a cirurgia é na maior parte das vezes curativa, não causa dor ou incapacidade e o tratamento é geralmente eficaz. O carcinoma da tiróide é mais frequente em pessoas que receberam tratamento de radiação na cabeça, pescoço ou peito. Há quatro tipos de cancro da tiróide: papilar, folicular, anaplástico e medular.Quem tem maior risco?As doenças da tiróide são mais frequentes em mulheres, principalmente em mulheres grávidas e naquelas que foram mães recentemente. No entanto, é importante lembrar que os problemas da tiróide também afectam o homem, as crianças e os adolescentes. Os grupos de risco são aque-

les que incluem indivíduos com história familiar de tiroi-dite, que sofrem de diabetes tipo 1 ou qualquer outra doen-ça auto-imune, com mais de 50 anos ou mulheres na idade da menopausa, que fizeram cirurgia à tiróide, com síndro-me de Down ou de Turner, que fizeram terapêutica com iodo radioactivo, expostos a raios-X ou a radioterapia do pescoço, caucasianos ou asiáticos.Importância do iodo O iodo é essencial para a pro-dução da hormona tiroideia. O seu teor na alimentação condiciona o funcionamento e as doenças da tiróide. O iodo está presente no peixe, no marisco, no pão, no queijo, no leite de vaca, nos ovos, nos iogurtes e nas algas. As neces-sidades de iodo aumentam desde o nascimento até à adolescência mantendo-se depois constantes no adulto, excepto na gravidez e na amamentação em que são ainda maiores.A deficiente ingestão de iodo pode levar à diminuição da produção das hormonas tiroideias (hipotiroidismo) e a um aumento da TSH (hormo-na hipofisária que estimula a tiróide) na tentativa de com-pensar essa diminuição. Estas alterações podem levar ao aumento do tamanho da tirói-de (Bócio). Se o hipotiroidismo

ocorrer durante o desenvolvi-mento pré-natal ou na infância pode levar a atrasos mentais e de crescimento. Em Portugal, graças à profi-laxia iodada, levada a cabo no distrito de Castelo Branco, nos anos 60 e 70 e também à melhoria progressiva das redes de comunicação e de distri-buição de alimentos, o bócio endémico foi praticamente erradicado. O Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) levou a cabo um estudo epide-miológico junto de grávidas de várias maternidades do país. A primeira fase desse estudo revelou que existe uma carência em iodo moderada a grave na generalidade das regiões estudadas. 80 por cen-to dos casos revelaram valores abaixo do desejável e 20 por cento dos valores encontrados eram mesmo muito baixos. Os resultados preliminares da segunda fase indicavam um aporte de iodo insuficiente em 46,3% das crianças ava-liadas, e níveis adequados em 53,7%. A investigação, a nível nacional, foi feita a partir de uma amostra de três mil crianças, entre os 7 e os 12 anos, e procurou avaliar a necessidade de introduzir suplementos alimentares iodados.

SEGUNDO O GRUPO DE ESTUDOS DA TIRÓIDE DA SPEDM

Pouca informação e divulgação é a principal causa do tardio diagnóstico da doença de tiróide

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