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A escolha de quem pensa! 1

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01. “Despojados de suas terras, inúmeros camponeses emigravam para a cidade, onde seriam clientes das famílias ricas ou iriam engrossar a massa de desocupados, pobres e famintos.”

COTRIM, 1994, p. 99.

O texto refere-se a um fenômeno social que se construiu na antiga República Romana e cujo conceito – cliente-lismo – se estendeu a várias situações que relacionam poder e dependência, ao longo da história, inclusive na história do Brasil.

Com base nessas considerações e nos conhecimentos sobre o assunto, indique um fator que favoreceu o flo-rescimento do clientelismo na antiga República Romana e outro quefavoreceu sua prática no Brasil.

• Fator referente à Antiga República Romana:• Fator referente ao Brasil:

02. O trecho abaixo foi escrito por Suetônio, biógrafo dos primeiros imperadores romanos, nascido no final do século I d.C. Trata-se do registro de algumas reformas feitas por Júlio César, logo após este ter assumido o poder. A partir da leitura do texto, analise as principais mudanças na vida dos romanos no contexto do final da República e início do Império romano.

“Distribuiu oitenta mil cidadãos em colônias transmarinas. Para garantir que a cidade de Roma não ficasse despovoada, proibiu a todo cidadão de mais de vinte e menos de sessenta anos, à exceção dos que servissem no exército, ficar mais de três anos fora da Itália. Proibiu os filhos de senadores de se ausentarem a não ser que estivessem acompanhados de um coman-dante militar ou magistrado. Obrigou que os pastores tivessem, ao menos, um terço dos criadores púberes livres de nascimento. Aos médicos e profissionais libe-rais atuantes em Roma conferiu a cidadania, a fim de fixá-los aí e atrair outros profissionais”.SUETÔNIO. A vida dos doze césares, Vida de Júlio César, 42.

03. “À Ilíada, epopeia guerreira, sucede a Odisseia, pacífica coletânea de lendas e aventuras marítimas. Esse contraste corresponde a uma mudança, quando os povos da região renunciam às lutas em territórios muito estreitos e se voltam para os países longínquos. Os poemas homéricos são contemporâneos da grande expansão marítima dos fenícios e a Odisseia está cheia de violências e rapinas de todo tipo praticadas pelos fenícios, apresentados como mercadores descarados e bandidos sem escrúpulos; mas devemos levar em conta, nessas narrativas, as rivalidades comerciais.”

GABRIEL-LEROUX, J. As primeiras civilizações do Mediter-râneo. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 67-68. (Adaptado).

a) Segundo o texto, quais seriam as razões históricas da diferença entre a Ilíada e a Odisseia?

b) Como a organização política de fenícios e gregos os diferenciava da civilização egípcia?

História 1

04. “Chegamos à terra dos Ciclopes, homens soberbos e sem leis (...) Não têm assembleias que julguem ou deliberem, nem leis; vivem em grutas, no cimo das altas montanhas: e cada um dita a lei a seus filhos e mulheres, sem se preocupar uns com os outros”.

HOMERO. Odisseia. Século VIII a.C.

“Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles não têm nem entendem nenhuma crença, segundo parece. E, portanto, se os degredados que aqui hão-de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, fazerem-se cristãos e crerem na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade e imprimir-se-á [facilmente] neles qualquer cunho que lhes quiserem dar”.

CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1.º de maio de 1500.

Os textos apresentados expressam valores próprios às sociedades em que foram produzidos: a Grécia da antiguidade e a ibérica do século XV.

a) Que diferença de valores pode ser constatada entre essas sociedades, a partir dos textos?

b) Além do objetivo expresso pela Carta de Caminha, a colonização portuguesa do Brasil teve uma clara finalidade econômica. Qual finalidade era essa?

05. (...) é no último quartel do século VII [a.C.] que a economia das cidades (...) volta-se decididamente para o exterior; o tráfico por mar vai então amplamente ultrapassar a bacia oriental do Mediterrâneo, entregue a seu papel de via de comunicação. A zona dos intercâmbios estende-se a oeste até a África e à Espanha, a leste até ao Mar Negro.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 1991.

O texto aborda a expansão das cidades gregas no século VII a.C. Explique

a) por que o autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de comunicação”.

b) os principais motivos dessa expansão.

06. Leia o texto.

A guerra não é nem pode ser anomia, ausência de regras. Ao contrário ela se desenrola no quadro de normas aceitas por todos os gregos, precisamente porque essas regras se originam do conjunto de práticas, de valores, de crenças comuns. Ainda aqui, o quadro só é verdadeiro até certo ponto. De início porque a guerra jamais ficou confinada unicamente nas fronteiras do mundo grego. Desde então, dividida em dois campos antagônicos, a Grécia engajou-se numa luta cujo risco, escala e forma não eram mais os mesmos. Foi todo um sistema de regras antigas que se rompeu.

VERNANT, Jean-Pierre. Mito e sociedade na Grécia Antiga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992. p.38-39. (Adaptado).

AULA I ANTIGUIDADE CLÁSSICA – GRÉCIA E ROMA

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Neste fragmento, o historiador Jean-Pierre Vernant avalia a transformação no ordenamento das cidades--Estados, advinda com as guerras contra os persas. Diante do exposto, explique:

a) a ordem política das cidades-Estados, anterior à guerra contra os persas;

b) a mudança ocorrida na ordenação das cidades-Estados em virtude da guerra contra os persas.

07. Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir.

“Os pensadores gregos confirmaram os romanos nessa convicção natural, ‘as artes do vulgo, as artes sórdidas’, escreveu Sêneca, ‘são, segundo o filósofo Posidônio, as dos trabalhadores braçais, que empregam todo seu tempo em ganhar a vida; tais ofícios nada têm de belo e em nada se parecem com o bem’”.ARIÊS, Philippe; DUBY, George.História da Vida Privada. v. I.

São Paulo: Companhia das Letras, 1985, p. 115.

a) Explique o que significam “as artes do vulgo, as artes sórdidas”, citadas no texto.

b) Por que, de acordo com Posidônio, o trabalho “nada tem de belo”?

08. Na passagem da época romana para a época medieval, houve não só rupturas, mas também continuidades.

Caracterize essas continuidades no campo da

a) religião.b) língua.

09. Os impérios desenvolveram diferentes estratégias de inclusão. O império romano permitia a multiplicidade de crenças, desde que a lealdade política estivesse assegurada. Espanha e Portugal, entretanto, apesar de terem incorporado povos de línguas e culturas diversas sob seus governos, impuseram uma uniformidade legal e religiosa, praticando políticas de intolerância religiosa como caminho preferencial para assegurar a submissão e a lealdade de seus súditos.

SCHWARTZ, Stuart B. Impérios intolerantes: unidade religiosa e perigo da tolerância nos impérios ibéricos da época moderna,.

In: VAINFAS, R.; MONTEIRO, Rodrigo B. Império de várias faces. São Paulo: Alameda, 2009, p. 26. (Adaptado).

a) A partir do texto, diferencie o império Romano dos impérios ibéricos modernos.

b) Quais as políticas praticadas pelas monarquias ibéricas na Era Moderna que caracterizam a intolerância religiosa?

10. Nada é mais presente na vida cotidiana da coletividade do que a oratória, que partilha com o teatro a característica de ser a manifestação cultural mais popular e mais praticada na Atenas clássica. A civilização da Atenas clássica é uma civilização do debate. As reações dos atenienses na Assembleia eram influenciadas por sua experiência como público do teatro e vice-versa. Trata-se de uma civilização substancialmente oral. O grego era educado para escutar. O caminho de Sócrates a Aristóteles ilustra perfeitamente o percurso da cultura grega da oralidade à civilização da escrita, que corresponde, no plano político e social, à passagem da cidade-estado ao ecumenismo helenístico.

MASARACCHIA, Agostino. La prosa grecadel V e del IV secolo a.C. In: D’ANNA, Giovanni. Storia del la letteratura greca.

Roma: TascabileEconomici Newton, 1995, p. 52-54. (Adaptado).

a) Estabeleça relações entre o modelo político vigente na Atenas clássica e a importância assumida pelo teatro e pela oratória nesse período.

b) Aponte características do período helenístico que o diferenciam da Atenas clássica.

11. Leia o fragmento a seguir.

O regime dos Césares era muito diferente das monarquias que nos são familiares, a saber: a realeza medieval e moderna. Sob o Império Romano (40 a.C - 476 d.C), a palavra “República” nunca cessará de ser pronunciada. Sob o Absolutismo, todos estarão a serviço do Rei; um Imperador, ao contrário, estava a serviço da República: ele não reinava para a sua própria glória, à maneira de um Rei, mas para a glória dos Romanos.

VEYNE, Paul. L’EmpireGréco-Romain. Paris: Seuil, 2006. p. 15-41. (Adaptado).

O texto acima compara e distingue dois regimes po-líticos. Explique o que diferenciava a legitimidade do poder político de um imperador romano da legitimidade do poder político de um rei absolutista.

12. A palavra colonização deriva do verbo latino “colo”, com significado de “morar e ocupar a terra”. Nesse sentido geral, o termo colonização aplica-se a deslocamentos populacionais que visam ocupar e explorar novas terras. Nos séculos VIII e VII a.C., os gregos fundaram cidades na Ásia Menor, na península itálica, na Sicília, no norte da África. Identifique algumas das características desse processo de colonização que o diferenciam da colonização realizada pelos europeus no continente americano nos séculos XVI ao XIX.

13. A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (europeia, entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto contrastantes.

Indique aspectos que são:

a) comuns às cidades antiga e medieval.b) específicos de cada uma delas.

14. As figuras escavadas em pedra nos mármores de Elgin, que circundavam o Parthenon, encorajavam as esperanças dos atenienses. Assim batizadas em honra do nobre inglês que as levou para Roma no século XIX, elas podem ser apreciadas hoje no Museu Britânico. Nos mármores estão esculpidas cenas em honra da fundação de Atenas e aos seus deuses. Celebrava-se o triunfo da civilização sobre o barbarismo.

SENNET, Richard. A pedra e a carne. O Corpo e a Cidade na Civilização Ocidental. Rio de Janeiro: Record. 2003, p. 37.

(Adaptado).

a) O que significava “bárbaro” na Atenas Clássica?b) Segundo o texto, o que o Parthenon e seus

mármores significavam?c) Explique por que a apropriação desses mármores

pelos ingleses se dá no século XIX.

15. Comente a Democracia ateniense, destacando a exclusão da mulher, dos metecos e dos escravos.

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Gabarito

01. Fatores referentes à Antiga República Romana:• Guerras de conquistas na República Romana,

propiciando a entrada de grande número de escravos nas áreas rurais e urbanas, fazendo concorrência ao trabalho livre dos plebeus. Empobrecidos e arruinados, esses plebeus migram para as cidades, engrossando a população da plebe urbana, tornando-se clientes dos patrícios;

• Grande concentração de plebeus empobrecidos nas cidades romanas, no período republicano, levando-os a se colocarem sob a proteção dos patrícios, em troca da execução de determinadas obrigações. Tornavam-se, assim, seus clientes;

• Dificuldades econômicas enfrentadas pelos plebeus após as guerras de conquistas ocorridas no período republicano, levando-os a se colocarem como clientes dos patrícios, de quem recebiam proteção e auxílio para sua sobrevivência, em troca da execução de determinadas obrigações.

Fatores referentes ao Brasil:• Períodos colonial e monárquico:

– Estruturação da sociedade patriarcal fundamentada na posse da terra e de escravos, na qual os paren-tes pobres, pequenos proprietários e prestadores de serviços dependiam da proteção dos grandes senhores, de quem se tornavam clientes, em troca de fidelidade e obrigações.

• Período republicano:– Concentração do poder econômico nas mãos dos

coronéis, que também assumiam grande poder político. Os que ficavam fora dessa esfera de poder, a exemplo dos componentes das classes desprivilegiadas, especialmente nas áreas rurais, dependiam de favores e proteção dos coronéis. Estes, por sua vez, exigiam fidelidade de voto e participação a seu lado nas disputas políticas ou de terras que aconteciam nessas áreas brasileiras.

– Laços de dependência fortalecidos também me-diante as relações de compadrio.

02. O texto refere-se o temor de despovoamento de Roma, na medida em que a exploração das áreas colonizadas tornava-se atraente para diversos romanos das mais diversas profissões. O controle sobre vastas áreas na África e Europa e a disponibilidade de mão de obra escrava determinou o deslocamento de milhares de indivíduos, dada a ideia de maior possibilidade de enriquecimento.

03. a) Segundo o texto a Ilíada retrata uma grande aventura militar, durante a Guerra de Tróia, quando povos gregos desenvolveram uma política de expansão. A Odisseia retrata a relação amistosa entre os povos gregos, num contexto marcado pela expansão do comércio.

b) Tanto os fenícios como os gregos antigos se organizavam politicamente em cidades-estado, ou seja, as cidades eram unidades políticas soberanas e não estavam subordina-das a um governo central. Isso significa que para essas duas sociedades, o fato de pertencerem a um povo não significou a formação de uma nação. Na antiguidade, fala--se em povo fenício, mas não existiu um “Estado fenício” e o mesmo ocorreu com os gregos, pois tratamos de povo grego ou da mitologia grega e não existiu a Grécia enquanto Estado.

04. a) Homero descreve a sociedade dos ciclopes do ponto de vista grego, ou seja, destacando as características das cidades gregas, que valorizavam a soberania, com suas formas próprias de organizar o poder e definir a participa-ção dos cidadãos, a partir de uma ótica política. Caminha também se utiliza de uma ótica própria para definir e entender os nativos da América, a partir de um ponto de vista religioso, cristão, uma vez que a religiosidade tinha papel preponderante na formação cultural europeias, em particular Ibérica.

b) Caminha expressa um objetivo religioso, de catequização (apesar de ainda ter sido realizado o Concílio de Trento e de não existir a ordem dos jesuítas). O objetivo econômico pode ser compreendido pelo “sentido da colonização”, ou seja, obter riquezas nas áreas colônias. A obtenção e

acumulação de riqueza eram a base do mercantilismo, que pressupunha que a riqueza de uma nação era definida pelo acúmulo de metais preciosos e que estes poderiam ser obtidos a partir da intensificação do comércio de produtos tropicais na Europa.

05. a) Porque o mar Mediterrâneo era a principal via de circulação de navios do mundo antigo, integrando diferentes regiões e povos da Europa, Ásia e África.

b) Muitos historiadores contemporâneos apontam como causa para a expansão das cidades gregas no século VII a.C, necessidades comerciais e o grande crescimento demográfico que se iniciara no final do Período Homérico. Porém, há discordância quanto aos motivos comerciais, pois muitas das regiões colonizadas não tinham nenhum atrativo comercial para os gregos. Observa-se que bons portos, excelentes pontos para o desenvolvimento da ativi-dade comercial, não foram ocupados por nenhuma colônia grega, indicando que nem sempre o objetivo mercantil era o principal para a expansão das cidades. Assim sendo, pode-se apontar que o principal motivo da expansão territorial grega tenha sido a busca de uma solução para a crise decorrente da explosão populacional iniciada no século VIII a.C. As condições geográficas da área con-tinental da Grécia, um solo pouco fértil e pedregoso e o relevo montanhoso, não atendiam as demandas de uma população crescente. Esse movimento é conhecido como Segunda Diáspora Grega.

06. a) As cidades-Estados conservavam sua autonomia política, embora culturalmente formassem uma unidade.

b) A mudança ocorrida se relaciona com a guerra contra os persas, que exigiu certa unidade entre as cidades-Estados efetivada com a formação da Liga de Delos, liderada por Atenas. Doravante, Atenas se aproveitaria da liga para impor seu domínio sobre as demais cidades-Estados. O expansionismo ateniense seria contraposto ao poderio de Esparta na guerra do Peloponeso, cujo resultado seria o enfraquecimento do conjunto de cidades-Estados, o que facilitou a conquista da Grécia pelos macedônios.

07. A estrutura social da sociedade antiga privilegiava a riqueza e o ócio, duas características vistas como virtudes. A vida e a dignidade do homem não são medidas pelo seu trabalho, mas por sua habilidade em viver de renda. A vida ociosa permite o tempo necessário de se dedicar a tarefas reser-vadas para aqueles moralmente dignos, que enaltecem a existência humana, tais como a filosofia e o serviço público. A hierarquia social da sociedade antiga foi baseada na divi-são entre aqueles com meios de garantir seu sustento sem ter que trabalhar e os demais, que desenvolviam tarefas braçais ou serviços considerados menos dignos. Assim, o trabalho é visto como obrigação relegada àqueles que, por causa de sua condição social, são incapazes de contribuir para o desenvolvimento humano, uma condição perniciosa à sociedade antiga. O poder político na sociedade antiga estava altamente limitado e reservado para aqueles que viviam de renda e dedicavam a vida à ociosidade.

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08. a) No campo da religião, o cristianismo, oficializado no Império Romano pelo imperador Teodósio em 391 através do Edito de Tessalônica, sobreviveu à queda de Roma e consolidou-se como religião dominante na Europa Medie-val, sobretudo devido à conversão dos povos bárbaros. O cristianismo constituiu-se como um dos elementos de unidade cultural da Europa Medieval.

b) No campo da língua, o latim sobreviveu como língua oficial da Igreja e idioma culto, mesmo deixando de ser idioma corrente, pois na Idade Média conviveu com os idiomas bárbaros.

09. a) Desde a origem de Roma, os romanos já cultuavam vários deuses e ao longo dos séculos, assimilaram diversas influências religiosas. A expansão territorial e o advento do Império levaram à incorporação de cultos orientais, além daqueles de origem helenística. O cristianismo sofreu perseguições, pois os cristãos negavam o caráter divino do imperador. Quanto aos impérios ibéricos, durante sua formação, Portugal e Espanha eram leais à Igreja Católica e em-penhavam-se no propósito cruzadista de expansão da fé

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católica impondo a religião aos povos de seus domínios. b) Nas áreas conquistadas e colonizadas pelos países

ibéricos, o catolicismo foi imposto aos nativos por meio da catequese realizada por missionários, sobretudo os jesuítas. Também foram significativas a atuação da Inquisição como instrumento de combate às eventuais práticas consideradas heréticas e prática dos espanhóis de construírem igrejas sobre as ruínas de templos das civilizações pré-colombianas.

10. a) Na democracia anteniense, os cidadãos participavam diretamente da vida pública, atuando nos debates sobres as questões políticas, e envolviam-se praticamente da mesma forma nas apresentações das tragédias e comé-dias. A oratória, comum às duas situações, possuía valor relevante, tanto para a reflexão sobre questões políticas, quanto sobre valores morais.

b) O período helenístico caracterizou-se pela formação de um vasto império de caráter universal, diferentemente do regionalismo da Atenas clássica. A democracia foi superada pelo centralismo autocrático de Alexandre, o Grande. A cultura helênica, fundamentada no racionalis-mo, foi superada ao se fundir à cultura oriental, na qual se sobressaía a suntuosidade e o realismo excessivo, dando lugar à cultura helenística.

11. A legitimidade política de um Imperador Romano era oriunda da soberania popular: do poder que lhe era delegado pelo povo e pelo Senado. Ele não ocupava o trono na qualidade de seu proprietário, mas como mandatário da coletividade encarregado por ela de dirigir a República. Mesmo que um descendente substituísse ao pai imperador, essa substituição não era assegurada pelo princípio da sucessão dinástica, tal como veremos no Absolutismo.A legitimidade política de um rei absolutista, ao contrário, era oriunda do poder divino. Um rei era proprietário de um reino, que era seu patrimônio familiar legítimo. Esse poder era transmitido a um descendente que lhe sucedia pelo princípio da hereditariedade.

12. A colonização grega dos séculos VIII e VII a.C., relaciona-se ao processo conhecido como “Segunda Diáspora”, vincu-lado à desintegração do sistema gentílico (dos genos). Já a colonização do continente americano resultou da Expansão Marítimo-Comercial Europeia, inserida no contexto da tran-sição feudo-capitalista. No caso da colonização grega, surgiram cidades-Estado que mantinham relações comerciais com a metrópole, mas não se subordinavam à economia da segunda e a produção baseava-se no escravismo antigo.Quanto às colônias americanas da Idade Moderna,não dispunham de autonomia econômica, pois estavam intei-ramente subordinadas aos interesses da metrópole. Nelas empregava-se o trabalho escravo, porém em moldes capita-listas, isto é, associado à acumulação primitiva de capitais.

13. a) Aspectos comuns: • Os vínculos entre a área urbana e seu entorno rural; • O fato de as cidades constituírem centros de trocas

comerciais, salvo algumas exceções, como no caso de Esparta;

• O fato de algumas comunas medievais apresentarem autonomia política como a verificada nas poleis grega.

b) Aspectos específicos de cada uma delas: • A cidade grega antiga apresentava-se de forma mais

dispersa e possuía um caráter mais urbanístico. Já a cidade medieval caracterizava-se pela aglomeração de edifícios que, em muitos casos, eram local de moradia e trabalho. Além disso, seu espaço era delimitado por muralhas.

• Quanto às estruturas sociais, na cidade antiga predominava o poder de uma aristocracia vinculada à terra. Na cidade medieval, devido ao desenvolvimento do comércio (simultâneo ao das cidades), setores vinculados às atividades mercantis detinham o poder político e a disseminavam novos valores, com ênfase na liberdade, em contraposição aos valores calcados na submissão e dependência, típicos da sociedade feudal.

14. a) Para os atenienses, “bárbaro” era todo aquele que não fosse grego ou aquele que não possuísse a cultura grega.

De modo pejorativo, o termo designava a inferioridade cultural dos que pertencessem a outros povos, quando comparados com o termo “helênico” (grego).

b) De acordo com o texto, o Parthenon e seus mármores simbolizavam a superioridade da cultura helênica em relação aos demais povos, considerados pelos gregos como bárbaros.

c) Durante a fase imperialista das potências industriais no século XIX, as principais potências, em particular Inglaterra e França, devido ao poder e à pretensa superioridade cultural em relação aos demais povos, se apropriaram dos tesouros arqueológicos e artísticos dos países con-siderados mais fracos, sobretudo onde se desenvolveram grandes civilizações na antiguidade.

15. A democracia ateniense foi instituída por Clístenes a partir de 510 a.C. com reformas que estabeleceram o direito de cidadania independentemente de nascimento ou renda. Porém, considerava-se cidadão apenas os homens livres maiores de 18 anos, nascidos em Atenas e filhos de pais atenienses, excluindo-se dos direitos políticos as mulheres, os escravos e os estrangeiros (Metecos).

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01. Leia o trecho abaixo e responda ao que se pede.

Quando Maomé fixou residência em Yatrib, teve início uma fase decisiva na vida do profeta, em seu empenho de fazer triunfar a nova religião. A cidade de Yatrib, que doravante seria chamada Medina (cidade do profeta), tornou-se sede ativa de uma comunidade da qual Maomé era o chefe espiritual e temporal.

a) Que tipo de Estado (forma de governo) foi criado por Maomé na Arábia por volta de 615 e, posteriormente, adotado em várias regiões conquistadas pelo Islã?

b) Cite e analise uma semelhança e uma diferença entre a religião muçulmana e a religião cristã durante a Idade Média.

02. Entre os séculos V e VI, as monarquias romano-germâ-nicas foram se consolidando como entidades políticas independentes nos territórios do extinto Império Romano do Ocidente. Cite alguns exemplos dessas monarquias, apontando as principais características que as vinculam, em termos ideológicos e culturais, à tradição baixo-imperial romana.

03. “No início do século XIV, o inquisidor Bernardo Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.” FALBEL, Nachman. Heresias medievais. São Paulo: Perspec-

tiva, 1977, p. 66. (Adaptado).

a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja do período?

b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média.

04. A Idade Média, na Europa, foi caracterizada pelo aparecimento, apogeu e decadência de um sistema econômico, político e social denominado “feudalismo”. Esse sistema começou a se estruturar na Europa, ao final do Império Romano do Ocidente (século V), atingiu seu apogeu no século X e registrou-se o seu declínio ao final do século XV.

MELLO; COSTA, 1994, p. 235.

De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o sistema econômico e político-administrativo que caracte-rizou o feudalismo na Europa, indique uma característica do seu apogeu, no século X, e um fator responsável pelo seu declínio no final do século XV.

• Século X – apogeu:• Século XV – declínio:

05. Durante os séculos XII e XIII, a introdução de novos métodos de trabalho agrícola, de tecnologias, de plantio e desenvolvimento da pecuária provocou o crescimento econômico da sociedade feudal, que produziu cada vez mais alimentos. Entre o século 1000 e 1300, está estimado que a produção de alimentos na Europa e sua população dobraram. O crescimento econômico também criou as bases para o desenvolvimento de atividade comercial, cultural e para a expansão de cidades. As transformações introduzidas na sociedade feudal estimularam também mudanças nas relações sociais e políticas. Porém, ao se entrar no século XIV, o período de crescimento econômico e avanços tecnológicos rapidamente deu lugar à fome e à doença.

a) Apresente quatro exemplos de novos métodos de tecnologia e produção agrícola que foram introduzidos na sociedade feudal durante os séculos XII e XIII.

b) Cite quatro razões para a crise e o declínio da sociedade feudal na Europa no século XIV.

c) Que grande epidemia ocorrida no século XIV reduziu drasticamente a população europeia?

06. Até o século XII, a mulher era desprezada por ser considerada incapaz para o manejo de armas; vivendo num ambiente guerreiro, não se lhe atribuía outra função além de procriar. A sua situação não era mais favorável do ponto de vista espiritual; a Igreja não perdoava Eva por ter levado a humanidade à perdição e continuava a ver em suas descendentes os acólitos lúbricos do demônio.

BONASSIE, Pierre. Amor cortês. In: Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1985, p. 29-30.

(Adaptado).

a) Identifique no texto as razões para a mulher ser considerada inferior na sociedade medieval.

b) Quais características da sociedade medieval configuraram um “ambiente guerreiro” até o século XII?

07. A partir do século IX, aumentou a circulação da ciência e da filosofia vindas de Bagdá, o centro da cultura islâmica, em direção ao reino muçulmano instalado no Sul da Espanha. No século XII, apesar das divisões políticas e das guerras entre cristãos e mouros que marcavam a península ibérica, essa corrente de conhecimento virou um rio caudaloso, criando uma base que, mais tarde, constituiria as fundações do Renascimento no mundo cristão. Foi dessa maneira que o Ocidente adquiriu o conhecimento dos antigos. No quadro pintado pelo italiano Rafael, A escola de Atenas (1509), o pintor daria a Averróis, sábio muçulmano da Andaluzia, um lugar de honra, logo atrás do grego Aristóteles, cuja obra Averróis havia comentado e divulgado.LEWIS, David Levering. God’s Crucible: Islam and the Making

of Europe, 570-1215. New York: W. W. Norton, 2008, p. 368-69, 376-77. (Adaptado).

a) Identifique no texto dois aspectos da relação entre cristãos e muçulmanos na Europa medieval.

b) Relacione as características do Renascimento cultural europeu à redescoberta dos valores da Antiguidade clássica.

AULA II ALTA IDADE MÉDIA ORIENTAL E OCIDENTAL

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08. Leia o texto a seguir.

A Igreja, arcabouço principal da sociedade, tenta estabelecer uma ordem menos selvagem e procura convencê-los, antes, a ajudar Deus a manter a paz na terra, do que a semear o terror.

DUBY, Georges. Ano 1000, ano 2000: na pista de nosso medos. São Paulo: Unesp, 1999, p. 98-99.

A citação faz referência à relação entre a Igreja Católica e os cavaleiros na Europa cristã, por volta do ano 1000.

Responda o que se pede.

a) Qual a relação entre o direito de herança prevalecente e o “terror” semeado pelos cavaleiros?

b) Cite os dois movimentos liderados pela Igreja que visavam “estabelecer uma ordem menos selvagem”. Explique-os.

c) Explique como os cavaleiros poderiam “ajudar Deus a manter a paz na terra”.

09. No feudalismo, a organização da sociedade baseava-se em vínculos de dependência pessoal como os de vassalagem e servidão.

Descreva o que eram e como funcionavam, na socie-dade feudal,

a) a vassalagem;b) a servidão.

10. Os motivos que levaram Colombo a empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.

TODOROV, Tzvetan. Viajantes e Indígenas. In: GARIN, Eu-genio. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença,

1991, 233. (Adaptado).

a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?

b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

11.

Catedral de Saint Denis, França, 1144. Disponível em: <http://saint-denis.monuments-nationaux.fr/>.

Essa oposição entre o alto e o baixo expressa na construção dos castelos fortificados e das catedrais é muito importante na Idade Média. Corresponde, evidentemente, à oposição entre o céu e a terra, entre “lá em cima” e “aqui em baixo”. É daí que vem a importância dada a elementos como a muralha e a torre. As igrejas medievais possuem, geralmente, torres extraordinárias. As casas dos habitantes ricos das aldeias também tinham torres (...).

GOFF, Jacques Le. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007.

A partir da imagem e do texto, indique:

a) Um estilo arquitetônico medieval que corresponda à descrição.

b) A relação entre poder político e religioso na Idade Média.

12. Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições romanas com instituições bárbaras ou germânicas. Indique e descreva no feudalismo uma instituição de origem

a) romana.b) germânica.

13. Em 1478, o Papa Sisto IV assinou uma bula, através da qual fundou uma nova Inquisição na Espanha. Redigida como resposta às petições dos Reis católicos, essa bula atribuía a difusão das crenças e dos ritos judaicos entre cristãos-novos de Castela e Aragão à tolerância dos bispos e autorizava os reis a nomear três inquisidores para cada uma das cidades ou dioceses dos reinos. Esse poder concedido aos príncipes era até então reservado ao Papa.

BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições. Portugal, Espanha e Itália. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994, p. 17.

(Adaptado).

a) A partir do texto, identifique os aspectos que definem a novidade da Inquisição fundada pelo papa Sisto IV.

b) Quais as mudanças vividas pelos judeus na Espanha entre os séculos XV e XVI?

14. “Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão de obra desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio.”

DUBY, Georges. A Idade Média na França (987–1460): de Hugo Capeto a Joana D’arc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,

1992, p. 256-258. (Adaptado).

a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos econômico e religioso.

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A escolha de quem pensa! 7

SUPER II

b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus na Terra.

15. Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade das Trevas”, para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de práticas e instituições “bárbaras”.

Com base na afirmação acima, indique e descreva

a) duas contribuições relevantes da Idade Média.b) duas práticas ou instituições medievais lembradas

negativamente.

Gabarito

01. a) Estado teocrático/Estado muçulmano.b) Semelhança:

O candidato poderá destacar entre outros aspectos: ambas as religiões são monoteístas fazem referência ao mesmo Deus; ambas têm um caráter expansionista e ideal de conversão; ambas pregam a destruição de imagens de religiões pagãs em áreas convertidas; ambas apresentam dissensões político-religiosas no seu interior.Diferença:O candidato poderá destacar entre outros aspectos: os calendários (o cristianismo inaugurou um novo calendá-rio e o islamismo reformulou o cristão); as localizações geográficas (o centro do império cristão era Roma e o do islã na Arábia); os lugares sagrados (Meca); Maomé era o último profeta de Jesus, mas não era um ser divino); os diferentes livros sagrados (Bíblia e Alcorão).

02. A desintegração do Império Romano do Ocidente foi acom-panhada pela formação dos chamados “Reinos Bárbaros”, de origem germânica. O mais importante foi o Reino Franco, a partir do governo de Clóvis. Convertido ao cristianismo e aliado à Igreja Católica procurou reconquistar as antigas áreas do Império e refazê-lo. Nesse sentido, chocou-se com outros reinos e seus sucessores procuraram conter o avanço dos muçulmanos na Europa.Na mesma época destacou-se o Reino dos Visigodos na Península Ibérica, também vinculado ao cristianismo de origem romana a e Igreja Católica. Sucumbiu no início do século VIII, com a invasão dos mouros.

03. a) Por que colocava o indivíduo em contato direto com Deus e, portanto, desprezava a importância da Igreja Católica. Segundo a instituição religiosa, a Igreja era a formada pelos representantes de Deus na terra e a única que poderia guiar e salvar os homens.

b) A baixa idade média é um período caracterizado por transformações, época das cruzadas e do renascimento comercial e urbano. Para a maioria dos autores, esse pe-ríodo coincide com a formação das monarquias nacionais, quando o poder real tendeu a se fortalecer, o que implicou em perda do espaço por parte da Igreja Católica. Ao mes-mo tempo, as relações entre reis e papas se redefiniram, pois a Igreja e a religião foram importantes instrumentos dos governantes para reforçar seu poder e isso pode ser entendido como um equilíbrio entre os poderes temporal e religioso.

04. Século X – apogeu:Características:

• vigência das relações de suserania e vassalagem;• complexa hierarquia feudal, baseada nas relações de

dependência entre os diferentes papéis representados pela nobreza;

• confirmação do poder figurativo dos reis;• fortalecimento da sociedade estamental, legitimada

pela ideologia católica expressa na “Cidade de Deus” de Santo Agostinho.

• fortalecimento do feudalismo como modo de produção: terra/servidão/economia fechada e autossuficiente.

Século XV – declínio:Fatores responsáveis:

• crescimento demográfico na Europa Ocidental criando novas demandas de consumo;

• renascimento das cidades e ocorrência de lutas visando à autonomia por parte das mais fortes e desenvolvidas;

• revolução comercial na área europeia/mediterrânea, trazendo novas práticas financeiras e comerciais;

• mudanças na estrutura social com a formação da burguesia comercial;

• guerra dos Cem Anos;• peste Negra;• formação das monarquias nacionais e expansão

marítimo-comercial.

05. Durante os séculos XII e XIII, foram introduzidos na socie-dade feudal novos métodos de cultivo, com a introdução de aros que possibilitaram arar o solo pesado. Os agricultores dessa sociedade adotaram métodos asiáticos de utilizar ca-valos para arar a terra ao invés do boi, tornando o processo mais rápido, e introduziram o cultivo de feijão e legumes para repor os nutrientes no solo.Foram introduzidos novos métodos de pastagem do gado, o que permitiu a fertilização do solo. Por sua vez, o excesso de grãos, lã e outros produtos permitiu que agricultores trocas-sem o que não seria consumido por implementos (aros, foices etc.) feitos com aço que também aumentaram a produtivida-de. O aumento da produtividade e do consumo de alimentos estimulou a expansão da população. As razões do rápido declínio da produtividade agrícola e da economia feudal no século XIV refletem uma combinação de múltiplos fatores, tais como a fome e a incapacidade da produção de alimentos de acompanhar o crescimento populacional, as guerras entre senhores feudais, a transmissão de epidemias como a peste bubônica, principalmente nas regiões mais populosas das rotas de comércio, e a crescente intransigência e demandas dos senhores feudais sobre os agricultores obrigados a pagar tarifas cada vez mais elevadas para sustentar modos de vida que não condiziam com o nível de produtividade.

06. a) De acordo com o texto, a mulher era inferiorizada por ser considerada incapaz no manejo de armas e por ser considerada herdeira de Eva, responsável pela perdição da humanidade, o que na perspectiva da religiosidade medieval, tornava-a naturalmente pecadora.

b) As guerras medievais estavam associadas a diversos moti-vos, quais sejam, as disputas territoriais, saques, questões políticas e religiosas, rivalidades familiares e aumento de poder. Pode-se destacar as guerras contra os invasores bárbaros, as disputas por feudos e as Cruzadas, batalhas entre cristãos e muçulmanos.

07. a) De acordo com o texto, pode-se considerar como aspectos da relação entre cristãos e muçulmanos na Idade Média, a transmissão conhecimentos da antiguidade clássica dos muçulmanos ao ocidente cristão e presença islâmica na península ibérica deu origem à guerra da Reconquista.

b) O Renascimento é assim chamado em virtude da re-descoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica durante a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, destacando-se o racionalismo, o antropocentrismo, o individualismo e o naturalismo.

08. Uma vez que apenas o primeiro filho dos senhores feudais herdava o feudo (direito de primogenitura), os demais de-veriam buscar outras formas de subsistência. Portanto, ser um cavaleiro era o destino de muitos nobres despossuídos. Aproveitando-se da posse das armas, esses nobres seme-avam o “terror” por meio de constantes guerras e de ações violentas, como espoliar vilarejos, extorquir camponeses, saquear colheitas, sequestrar senhores em busca de res-gate e assaltar nas estradas. Na tentativa de diminuir os conflitos e de se proteger dessas ações, a Igreja Católica instituiu a “Paz de Deus” (pax Dei) e as “Tréguas de Deus” (tregua Dei) em fins do século X e princípios do século XI, visando diminuir a “selvageria” da cavalaria. O movimento conhecido por “Paz de Deus” ameaçava de excomunhão e punição divina os cavaleiros que atacassem, roubassem ou extorquissem os que não pudessem se defender (eclesiás-ticos, mulheres nobres desacompanhadas, camponeses e camponesas e desprotegidos em geral). Já as “Tréguas de Deus” proibiam os cavaleiros de guerrear nos dias religiosos da semana (das noites de quinta-feira até segunda-feira pela

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A escolha de quem pensa!8

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manhã - lembrança da Paixão de Cristo) e em datas impor-tantes do calendário litúrgico (Advento, Quaresma, Páscoa, Pentecostes). De acordo com a Igreja, Deus esperava que a ordem e a paz terrenas refletissem a ordem e a paz ce-lestes. Construiu-se, assim, o discurso de que cada grupo social deveria cumprir seu papel: os nobres guerreavam, o clero orava e os servos trabalhavam (fórmula celebrada por Adalberon de Laon, no início do século XI). Os cavaleiros, por conseguinte, não deveriam usar das armas para espoliar os pobres, mas para fazer justiça e manter a ordem. Nesse mesmo contexto, foram inauguradas as cruzadas (1095). Perdurando até o século XIII, essas expedições militares e religiosas canalizaram para fora do centro da Europa católica as disputas por terras e riquezas que motivavam as ações dos cavaleiros, além de servir de justificativa para a coesão da comunidade católica, unida em oposição a um inimigo externo. Dessa forma, os cavaleiros tornaram-se “agentes de Deus”, combatendo os infiéis e reconquistando territórios considerados sagrados. O controle da violência por meio da cristianização da cavalaria foi fundamental para consolidar o poder da Igreja Católica, assim como para manter o sistema feudal.

08. a) A vassalagem era a submissão de um indivíduo denomina-do vassalo a um senhor ou suserano, jurando-lhe fidelida-de e trabalho em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Tinha por base a concessão de um feudo, feita pelo su-serano ao vassalo e implicava em fidelidade, lealdade e reciprocidade entre ambos.

b) Servidão feudal, consistia na relação de dependência entre o camponês (servo) preso às terras de um feudo e o senhor feudal. O primeiro devia ao segundo obrigações, pagas com parte da produção (talha) e trabalho (corveia), entre outras. Em contrapartida, o senhor devia proteção ao servo e à família dele.

10. a) De acordo com o texto, Colombo pretendia obter recursos para organizar uma nova Cruzada, evidenciado a fina-lidades religiosas no seu ímpeto para as suas viagens.

b) Expedições militares organizadas pelos cristãos da Europa Ocidental contra os mulçumanos do Oriente Próximo, considerados infiéis, sob o pretexto da reconquista de Jerusalém, a Terra Santa para a Cristandade.

11. a) A imagem corresponde ao estilo gótico, estilo arquitetónico que se desenvolveu entre os séculos XII e XV, na Idade Média, caracterizado pela leveza estrutural na iluminação das naves do interior do edifício, em contraposição à massividade e à deficiente iluminação interior das igrejas românicas, pela assimetria de algumas catedrais, pela ulitização de rosáceas e do arco ogival.nos portais e vitrais. Desenvolveu-se fundamentalmente na arquitetura eclesiástica (catedrais, monastérios e igrejas).

b) Durante a Idade Média, a Igreja Católica influenciava o modo de pensar, a educação e as formas de comporta-mento. Também tinha grande poder econômico, pois pos-suía consideráveis extensões de terras. Em decorrência desses poderes, exercia também o poder político, verifica-do na submissão de reis e nobres à autoridade do Papa.

12. a) A servidão feudal, caracterizada pelo vínculo dos cam-poneses à terra, teve origem no colonato surgido durante o Baixo Império Romano.

b) As relações de suserania e vassalagem entre os nobres feudais, têm suas origens no “comitatus”, tradição ger-mânica de alianças militares que estabeleciam laços de fidelidade entre os chefes tribais e seus guerreiros.

13. a) A novidade foi a transferência do poder de nomeação dos inquisidores para os reis católicos, o que antes era restrito aos papas. Esse fato evidencia o fortalecimento dos laços entre a Coroa espanhola e a Igreja, além do fortalecimento da monarquia espanhola.

b) A partir de 1492, tornou-se obrigatória, na Espanha, a con-versão dos judeus ao cristianismo. Muitos, para escapar das eventuais perseguições, fugiram para outras regiões europeias. Outros, adotaram a fé cristã, originando os chamados “cristãos-novos”.

14. a) A peste negra insere-se no contexto da crise do século XIV e é considerada uma manifestação do esgotamento do sistema feudal. Quanto ao aspecto econômico, as altas taxas de mortalidade ocasionaram a escassez de mão de obra, levando à superexploração dos servos pelos se-nhores feudais e às consequentes revoltas camponesas, destacando-se as “jacqueries”, além de mudanças nas relações de trabalho. Tais eventos acabaram por gerar a crise do trabalho servil.Outro efeito da mortalidade foi a redução do mercado em um contexto de retomada do comércio que, juntamente à paralisação das rotas terrestres, em decorrência particular-mente da Guerra dos Cem Anos, estimularam a Expansão Marítima e Comercial Europeia.Quanto ao aspecto religioso, a peste serviu de argumento para perseguições aos grupos considerados heréticos, cul-pados de atrair a ira divina, em razão de as interpretações sobre a peste estarem inseridas à mentalidade medieval marcada pelo cristianismo.

b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, era determinada pela Igreja e fundamentada no teocentrismo. Assim sendo,a sociedade era estratificada, composta de três ordens: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e os camponeses, os que trabalham.

15. a) Entre as contribuições da Idade Média para a posteridade, podem-se destacar: • A preservação e difusão da filosofia clássica;• A invenção de um novo tipo de arado, a charrua, e

a utilização da rotação trienal (rodízio de campos).b) Entre as práticas ou instituições que conferiram à Idade

Média a denominação de “Idade das Trevas”, conceito este formulado no Renascimento e reforçado pelo Iluminismo, podem-se destacar:• As limitações ao desenvolvimento das ciências, uma

vez que experimentos químicos eram associados à bruxaria;

• As ações violentas da Inquisição para impor os valores e poder da Igreja, vista como monopolizadora do saber.

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A escolha de quem pensa! 9

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01. Nos séculos XIV e XV, o Ocidente cristão passou por crises que levaram ao declínio do modelo social, econômico e político então vigente. Sobre esse período, responda as questões a seguir.

a) A que modelo se refere o enunciado acima?b) Cite quatro características do modelo acima referido.

02. Leia os fragmentos a seguir.

É um país onde as videiras são atadas com salsichas e onde por um dinheiro se compra uma pata e um patinho. Há lá um monte que é todo de puro queijo parmesão gratinado; e os seus habitantes passam o tempo a fazer “maccheroni” e “ravióli”. Corre perto um rio de vinho branco que não tem nem uma gota de água!BOCÁCIO, Decamerón. Apud DELUMEAU, Jean. A civilização

do Renascimento. Lisboa: Estampa, 1994, v. 2. p.18. (Adaptado).

O Ocidente medieval é um universo da fome.LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval.

Lisboa: Estampa, 1995, v.1. p. 280.

A descrição de Bocácio refere-se a um tema recorrente do imaginário medieval, o País de Cocanha. Explique como essa descrição se relaciona à afirmação do his-toriador Jacques Le Goff.

03. Conforme lembrou Marc Bloch, o recurso à “maquinaria” era apenas um meio de os monges se conservarem disponíveis para o mais importante, o essencial, quer dizer, o Opus Dei, a oração, a vida contemplativa. Longe de ser uma instalação corrente, o moinho era uma raridade, uma curiosidade, e a sua construção por monges passava, aos olhos contemporâneos, mais como prova de saber quase sobrenatural, quase traumatúrgico dos monges, do que como exemplo de sua habilidade técnica. (...)Este trabalho monástico tem, sobretudo, aspecto peni-tencial. É porque o trabalho manual se liga à queda, à maldição divina e à penitência, que os monges, peniten-tes profissionais, penitentes de vocação, penitentes por excelência, devem dar esse exemplo de mortificação.

LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média, 1993.

a) Quem exercia o trabalho manual na Europa na Idade Média? Quais valores predominavam em relação ao trabalho manual?

b) Cite um exemplo de valorização do trabalho manual na Idade Média europeia.

04. Leia, com atenção, as considerações sobre o movimento conhecido como Cruzadas e, em seguida, faça o que se pede.

“Guerra proclamada pelo Papa em nome de Cristo e travada como iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou em defesa da

Cristandade contra inimigos externos. O movimento das Cruzadas era em certo sentido uma extensão da guerra que estava sendo travada contra os muçulmanos na Espanha e na Sicília.”

LOYN, H.R. Dicionário da Idade Média.

a) Cite uma motivação de ordem religiosa e outra de ordem socioeconômica para o início das Cruzadas.

b) Cite e analise duas repercussões do movimento das Cruzadas para o ocidente medieval.

05. Podemos ver nas heresias dos séculos XII e XIII uma tentativa de apontar os erros e os desvios da Igreja, como sua intervenção no poder secular à custa de sua missão espiritual. A natureza da sociedade feudal cristã conduzia à visão da heresia como quebra da ordem divina e social. A heresia era uma falta grave, equivalente, no plano religioso, à quebra de um juramento entre um vassalo e seu senhor, de tal modo que infidelidade religiosa e social se confundem.FALBEL, Nachman. Heresias medievais. São Paulo: Perspec-

tiva. 1977, p. 13-15. (Adaptado).

a) Identifique no texto duas características das heresias dos séculos XII e XIII.

b) Como a Igreja reprimia as heresias na Idade Média?c) Como as reformas religiosas do século XVI

contestaram a autoridade da Igreja?

06. Na Europa Ocidental, durante a Idade Média, o auge do feudalismo (século X ao XIII) coincide com o auge da servidão. Explique

a) no que consistia a servidão.b) por que a servidão entrou em crise e deixou de ser

dominante a partir do século XIV.

07. Ao longo da Baixa Idade Média, a Igreja (com o papa à frente) e o Estado (com o imperador ou rei à frente) mantiveram relações conflituosas como, por exemplo, durante a chamada “Querela das Investiduras”, nos séculos XI e XII, e a transferência do papado para Avignon, no sul da França, no século XIV. Sobre essa disputa, indique

a) os motivos.b) os resultantes e sua importância ou significação

histórica.

08. “Grandes são as alegrias - que acontecem no lugarQuando Cid conquista Valença - e entra na cidade.Os que foram a pé - cavaleiros se fazem;E as outras riquezas - quem as poderia contar?Todos eram ricos - quantos os que ali estavam.Meu Cid don Rodrigo - a quinta mandou tomar,Do lucro do saque - ele tinha trinta mil marcos;E de outras riquezas - quem poderia contar?”

VILAR, Pierre. Ouro e Moeda na História: 1450-1920. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 46.

“O Cantar del mio Cid”, escrito no ano de 1110, constitui-se em um exemplo significativo da épica medieval. O texto narra as aventuras e adversidades do nobre castelhano Rodrigo Diaz de Vivar na grande mobilização dos reinos cristãos da Península Ibérica para a retomada das regiões mantidas pelos mouros.

AULA III TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE

MORDERNA

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A escolha de quem pensa!10

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Tendo em vista que a reconquista de Granada pelos castelhanos se realiza em 1492, apresente dois exem-plos que caracterizam a influência que a reconquista de Granada exerceu sobre a conquista da América.

09. O crescimento demográfico na Europa medieval, a partir do século XII, provocou a destruição de milhares de hectares de florestas. Atualmente, surgiu a noção de Endemismo: nome que se aplica a espécies animais e vegetais que ocorrem apenas num determinado lugar. Por exemplo, 80% das espécies de Madagascar são endêmicas e esta ilha africana esta passando por grande devastação florestal. A capacidade de intervenção das sociedades humanas sobre o meio ambiente alterou-se profundamente desde a Idade Média. Explique as causas desta alteração e suas consequências para a vida do planeta.

10. Filho de comerciantes italianos da cidade de Assis, ele mudou não só o conceito de santidade e devoção, mas a atitude da Igreja e dos leigos diante do sagrado, na virada do século XII para o século XIII. Uma das figuras religiosas mais cultuadas do Ocidente, ele é considerado por muitos o santo mais moderno da Igreja, servindo de inspiração para os movimentos sociais da atualidade.

Tomando como ponto de partida o texto anterior, res-ponda às questões propostas.

a) A quem o texto se refere?b) Apresente uma característica da economia e uma da

religião no período em que ele difundiu suas ideias.c) Por que muitas pessoas consideram que as ideias

desse santo podem servir como inspiração para movimentos sociais do mundo atual?

11. No contexto das invasões bárbaras do século X, os bispos da província de Reims registraram: “Só há cidades despovoadas, mosteiros em ruínas ou incendiados, campos reduzidos ao abandono. Por toda parte, os homens são semelhantes aos peixes do mar que se devoram uns aos outros.” Naquele tempo, as pessoas tinham a sensação de viver numa odiosa atmosfera de desordens e de violência. O feudalismo medieval nasceu no seio de uma época conturbada. Em certa medida, nasceu dessas mesmas perturbações.

BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70, 1982,

p. 19. (Adaptado).

a) Estabeleça as relações entre as invasões bárbaras e o surgimento do feudalismo.

b) Identifique duas instituições romanas que contri-buíram para a formação do feudalismo na Europa medieval. Explique o significado de uma delas.

12. Identifique e explique dois elementos marcantes da influência da Igreja dominante na sociedade medieval.

13. Segundo o historiador indiano K. M. Panikkar, a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que ele denominou como a época de Vasco da Gama da história asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de autoridade baseada no controle dos mares, poder detido apenas pelas nações europeias.

BOXER, C. R. O Império Marítimo Português, 1415-1835. Lisboa: Edições 70, 1972, p 55. (Adaptado).

a) Quais fatores levaram à expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI?

b) Qual a diferença entre o domínio dos portugueses no Oriente e na América?

14. Mercantilismo é o nome normalmente dado à política econômica de alguns Estados Modernos europeus, desenvolvida entre os séculos XV e XVIII. Indique

a) duas características do Mercantilismo.b) a relação entre o Mercantilismo e a colonização da

América.

15. No auge do Império espanhol (segunda metade do século XVI e primeira do XVII), dizia-se que o Sol nunca se punha em seus domínios. O mesmo poderia ser dito do Império inglês no século XIX.

Indique as principais características

a) do Império espanhol.b) do Império inglês.

Gabarito

01. Nos séculos XIV e XV, a Europa medieval foi atingida por sérias crises políticas, econômicas e sociais, dentre as quais se destacam a peste negra, a crise agrícola e as revoltas camponesas, que findaram por levar a um lento declínio do feudalismo, que era o modelo social, político e econômico que organizava a sociedade da época, abrindo caminho para um novo modelo de sociedade que irá se organizar ao longo a Idade Moderna. O feudalismo, ou modelo feudal, tinha como características principais: a descentralização política, as relações de suserania e vassalagem, uma intensa hierarquização social, a servidão, a economia baseada na agricultura, o feudo como unidade básica da economia e a hegemonia do pensamento católico.

02. O mundo medieval era assolado pelo medo da fome e pela própria fome. Em muito isso se devia à fragilidade das técnicas de produção e à estrutura econômica. A fome atingia a todos, mas, sobretudo, os camponeses expostos à pobreza e à insuficiência de sua auto-subsistência, já que o excedente de sua produção era apropriado pela classe senhorial. Além disso, no mundo medieval, não havia um sistema de armazenagem e de distribuição de trigo (tal como no mundo romano), o que agravava a situação. É nesse período que se desenvolvem o sonho do País de Cocanha e os mitos das comezainas e que se propagam as lendas dos milagres alimentares, tornando-se importante tema do imaginário medieval. Em meio à fome e à miséria, toda uma civilização sonhava com esses países e paraísos de abundância alimentar.

03. a) Na Europa Medieval, o trabalho manual na era exercido, sobretudo, pelos camponeses submetidos, em sua maio-ria, à condição de servos.A Igreja determinava os papéis sociais e se utilizava de preceitos bíblicos como, “vais comer o fruto do vosso suor”, para justificar otrabalho manual como destinado à “terceira ordem” por determinação divina.

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b) Pode-se mencionar que em decorrência do Renascimento Comercial e Urbano no final da Idade Média, o trabalho artesanal ganhou impulso e sua valorização pode ser verificada com o surgimento das Corporações de Ofício, das quais participavammestres, oficiais e aprendizes ligados à produção artesanal. Tais corporações, visavam o controle da produção e seu comércio nas localidades onde se estabeleciam.

04. a) 1. O aluno deverá citar uma motivação de ordem religiosa do movimento das Cruzadas tal como: a recuperação de terras santas tomadas pelos muçulmanos e a retomada da cidade de Jerusalém, entre outras de mesma natureza.2. O aluno deverá citar uma motivação de ordem sócio--econômica do movimento das Cruzadas tal como: a busca de novos territórios; o excedente populacional e o processo de expansão comercial, entre outras de mesma natureza.

b) O aluno deverá citar e analisar duas repercussões do movimento das cruzadas tais como: o domínio europeu das rotas comerciais do Mediterrâneo; a expansão das atividades comerciais e urbanas como feiras; o desenvol-vimento dos setores sociais urbanos como a burguesia e a maior presença de elementos culturais de origem oriental na Europa, entre outras.

05. a) Negação da autoridade papal e condenação da vida mundana do clero secular.

b) Através dos Tribunais de Inquisição erecorrendo à ex-comunhão.

c) Não reconhecendo o Papa como representante de Deus na Terra e contestando a interferência da Igreja em ques-tões políticas dos Estados nacionais.

06. a) Na servidão característica do feudalismo, os camponeses fixavam-se a uma propriedade territorial sob a dependên-cia e proteção de um senhor, devendo ao proprietário (senhor feudal) obrigações costumeiras em gêneros ou em trabalho.

b) No séulo XVI, as altas taxas de mortalidade,em decorrên-cia da Peste Negra, que reduziam a oferta de mão de obra, aliadas às revoltas camponesas decorrentes da superex-ploração dos servos, contribuíram para que o trabalho servil fosse substituído por novas relações de trabalho. O arrendamento das terras aos camponeses passou a ser em troca de rendas em dinheiro e não mais em obrigações e em algumas terras, empregava-se o trabalho assalaria-do. Acrescenta-se ainda que no entorno das cidades que começavam a ressurgir ou crescer, expandiram-se as terras comunais, nas quais os trabalhadores eram livres.

07. a) A disputa pela hegemonia política entre a Igreja e o Estado durante a Idade Média na Europa Feudal, refletia o conflito entre o poder temporal do Estado, representado pelo rei, e o espiritual, representado pelo Papa. O último porém, por exercer um poder supranacional em decorrência da influência da Igreja na vida social e cultural por toda a Europa Ocidental, se sobrepunha aos reis assumindo também o poder temporal.

b) A partir da fomação nas Monarquias Nacionais durante a Baixa Idade Média, houve o declínio do poder papal frente ao poder real. Nesse mesmo contexto, as transformações econômicas, sociais e culturais pelas quais passava a Eu-ropa Ocidental fragilizaram a hegemonia cultural da Igreja, contribuindo para o enfraquecimento do poder papal.

08. O caráter predatório das conquistas, evidenciado na retra-tação da pilhagem das riquezas dos inimigos presente na narrativasobre a conquista de Granada, pode ser observado na conquista da América pelos espanhóis, sobretudo quando da conquista dos impérios Asteca e Inca.O espírito cruzadista para a expansão da fé cristã, esteve presente não só nas iniciativas de Colombo, quando da ca-pitação de recursos e pessoas para o seu empreendimento, como também no processo de conquista da América, dife-renciando-se porém no contexto das Reformas Religiosas, orientado para a catequese dos nativos, por não se tratar de uma guerra contra infiéis, mas de cooptar fiéis para o catolicismo, diante do avanço do protestantismo na Europa.

09. As alterações no meio ambiente promovidas pela ação humana partir da Idade Média, devem-se inicialmete pelas próprias demandas decorrentes do crescimento populacio-nal. Porém, o advento e desenvolvimento da economia de mercado, cujo auge caracteriza-se pela industrialização combinada à agricultura em larga escala, tornou destrutiva, em muitos casos, a exploração dos recursos naturais. Com efeito, tem-se verificado nos últimos anos uma preocupante diminuição de recursos naturais essenciaiscomo a água potável, a redução da diversidade e alterações climáticas alarmantes no planeta.

10. a) A Francisco de Assis que desempenhou um papel decisivo no impulso das novas ordens mendicantes, difundindo um apostolado voltado para a nova sociedade cristã durante a Baixa Idade Média.

b) A Baixa Idade Média, foi um período de grandes trans-formações, de expansão econômica e de ampliação do comércio em várias partes da Europa. Do ponto de vista religioso, este período caracterizou-se pelas críticas à riqueza da Igreja e ao comportamento do clero e pelo surgimento de doutrinas heréticas contrárias aos dogmas da Igreja, que passou a persegui-las e para recuperar sua imagem, estimulou as ordens mendicantes, como a dos franciscanos.

c) São Francisco é considerado por muitos um “ecologista”, por seu cuidado com a natureza; um “anticonsumista”, por sua opção pela simplicidade; um “feminista”, pela relação que estabeleceu com Santa Clara e a ordem das clarissas. É considerado também “pacifista”, pela sua defesa da não-violência. Também criticou os ricos e defendeu os humildes.

11. a) As “invasões bárbaras” no séculos IX e X, notadamente as invasões normandas (vikings), associadas às inva-sões sarracenas e magiares, contribuíram para acentuar o processo de ruralização das populações da Europa Ocidental, decorrendo daí, a consolidação das relações feudais de produção que já vinham se configurando desde as invasões germânicas no século V.

b) As vilas (Villae) propriedades rurais voltadas para a auto-suficiência e colonato, modalidade de meação que possibilitava a fixação do camponês à terra, através da hereditariedade.

12. 1. Os privilégios dos senhores e a exploração dos servos e plebeus, justificados pela Igreja.2. O justo preço.3. Educação especializada para formação do clero e da nobreza.4. As Cruzadas.

13. a) A Expansão Marítima e Comercial Europeia nos séculos XV e XVI decorreu das demandas geradas pelo desenvol-vimento do comércio no final da Idade Média. Dentre os fatores que a estimularam pode-se apontar: a escassez de metais preciosos na Europa, pois as minas europeias não conseguiam atender a demanda estimulada pelo crescimento das trocas monetárias e era preciso, portanto, encontrar novas minas fora do continente; a aliança entre o rei e a burguesia, pois ambos almejavam respectiva-mente a valorização do comércio e a conquista de novos domínios visando centralização do poder; a procura de um caminho para as índias (Oriente), pois desde o século XI as cidades de Gênova e Veneza dominavam as rotas de comércio no Mediterrâneo Oriental e os avanços tecno-lógicos do século XV.

b) As feitorias foram entrepostos comerciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras, sobretudo na África e no Oriente, que os portugueses construíram para centralizar e, assim, dominar o comércio dos produtos locais para o reino. No Brasil, durante o período pré-colonial também foi adota-do o sistema de feitorias para a exploração do pau-brasil. Com a colonização efetivada a partir de 1530, Portugal es-timulou a produção açucareira orientada para exportação.

14. a) São características do Mercantilismo: metalismo (acu-mulação de metais preciosos), balança comercial favorá-vel, intervencionismo estatal na economia, prote-cionismo alfandegário e sistema colonial.

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A escolha de quem pensa!12

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b) A exploração de colônias na América constituía-se num dos meios de acumulação mercantilista para os Estados Nacionais Modernos da Europa, pois as colônias eram, de um lado, fornecedoras de gêneros tropicais, negociados no mercado europeu, de matérias-primas e metais amo-edáveis, e por outro, consumidoras de manufaturas, além de integrarem o lucrativo tráfico negreiro.

15. a) O Império Espanhol associa-se ao contexto do colonialis-mo da Idade Moderna, concentrou-se no continente ame-ricano, vinculava-se a acumulação primitiva de capitais e ao mercantilismo, foi montado para atender as necessi-dades econômicas do Estado absolutista, baseou-se na exploração de metais preciosos e gêneros tropicais em razão do Pacto Colonial, as colônias não desfrutavam de eliminando qualquer possibilidade de autonomia.

b) O Império Inglês associa-se ao neocolonialismo do século XIX (Idade Contemporânea), concentrou-se na África e na Ásia, vinculava-se ao capitalismo industrial e monopolista e baseou-se na exploração de matérias-primas, cons-tituição de mercados e áreas de expansão de capitais, necessidades econômicas do Estado liberal burguês; os domínios eram divididos colônias, protetorados e Estados soberanos associados à Comunidade Britânica (Commonwealth)

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A escolha de quem pensa! 13

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01. Explique as condições que tornaram Portugal o primeiro país europeu a iniciar a Expansão Marítima.

02. O Renascimento, como expressão de concepções inovadoras de artistas, escritores e cientistas, marcou o campo cultural e o científico da civilização europeia ocidental.

Partindo dos conhecimentos sobre o movimento renas-centista, indique uma concepção, relativa a cada grupo indicado, responsável por modificações na mentalidade da época.

Concepção inovadora de

• artistas:• escritores:• cientistas:

03. Atualmente, o ataque de piratas africanos a navios comerciais é um grave desafio ao comércio internacional. Desde a antiguidade, piratas e corsários são presença permanente nos mares, desafiando potências e provocando insegurança nos navegantes. Em relação a esse fato, responda ao que se pede:

a) Qual é a diferença entre piratas e corsários?b) Qual foi a motivação da rainha britânica Elisabeth I

ao apoiar os saques de corsários ingleses?

04. A formação das Monarquias Nacionais na Europa, entre os séculos XV e XVIII, resultou da superação de antigas práticas feudais e do estabelecimento de novos princípios.

A partir dessa afirmação, identifique uma dentre as práticas superadas e um novo princípio estabelecido para a formação das referidas monarquias.

05. Leia e compare os documentos.

O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Três razões fazem ver que a monarquia hereditária é o melhor governo. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio. A segunda razão é que esse governo é o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha para o seu Estado, trabalha para seus filhos. A terceira razão retira-se da dignidade das casas reais.

BOSSUET, Jacques-Bénigne. A política inspirada na Sagrada Escritura. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos

de História. Lisboa: Plátano,1977. (Adaptado).

Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um presente do céu, e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da razão. Toda autoridade (que não a paterna) vem duma outra origem, que não é a da natureza. Examinando-a bem, sempre se fará remontar a uma dessas duas fontes: ou a força e violência daquele que dela se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe são submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e a quem deferiram a autoridade.DIDEROT, Denis. Autoridade política. In: FREITAS, Gustavo de.

900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1977.

O primeiro documento data de 1708, ao passo que o segundo faz parte da Enciclopédia, cujos volumes foram publicados entre 1751 e 1780. Ambos os escritos tra-tam do poder político e da relação entre governantes e governados, expressando perspectivas distintas. Nesse sentido, identifique e explique os princípios presentes em cada um dos documentos, que definiram a relação entre governantes e governados.

06. Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabeleci-dos como seus representantes para governarem os ou-tros homens, é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de Quem ele é a imagem na terra.

BODIN, J. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 1999. p.

61-62.

O documento citado refere-se a uma forma de governo existente na Europa na Idade Moderna. Sobre ela, responda:

a) Qual era esta forma de governo?b) Como era justificada ideologicamente?

07. “Os palácios de fada eram um incêndio de luzes, antes que a pálida madrugada deixasse ver as monstruosas serpentes de fumo espraiando-se sobre Coketown. Um barulho de sapatos pesados na calçada, um tilintar de sinetas e todos os elefantes melancolicamente loucos, polidos e oleados para a rotina diária, recomeçavam a sua tarefa.

Stephen, atento e calmo, debruçava-se sobre o seu tear, formando como os outros homens perdidos naquela floresta de máquinas um contraste com a máquina poderosa com que trabalhava.

Umas tantas centenas de operários na fábrica, umas tantas centenas de cavalos-vapor de energia. Sabe-se até ao mais pequeno pormenor aquilo que a máquina é capaz de fazer. Não existe qualquer mistério na máquina, porém, no mais mesquinho dentre esses homens existe um mistério jamais decifrado.

O dia clareou e mostrou-se lá fora, apesar das luzes brilhantes do interior. As luzes apagaram-se e o trabalho continuou. Lá fora, nos vastos pátios, os tubos de escapamento do vapor, os montes de barris e ferro-velho, os montículos de carvão ainda acesos, cinzas, por toda parte, amortalhavam o véu da chuva e do nevoeiro.

O trabalho continuou até a sineta tocar o meio-dia. Mais barulho de sapatos nas calçadas. Os teares, as rodas e as mãos paravam durante uma hora.

Stephen saiu do calor da fábrica para o frio e a umidade da rua molhada. Vinha cansado e macilento. Dando as costas ao seu bairro e aos companheiros, levando apenas um naco de pão, dirigiu-se à colina, onde residia o seu patrão numa casa vermelha com persianas pretas, cortinas verdes, porta de entrada negra, onde se lia Bounderby, numa chapa de cobre”.

DICKENS, Charles. Tempos difíceis. São Paulo: Clube do Livro, 1969.

a) Identifique o contexto histórico descrito no texto.b) A partir da interpretação do texto, escreva sobre os

aspectos econômicos e sociais do contexto histórico citado.

AULA IV IDADE MODERNA

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A escolha de quem pensa!14

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08. Com a Reforma e a Contra-Reforma, os dois prota-gonistas principais de uma e de outra foram Calvino e Inácio de Loyola.

Comente o papel e a importância de

a) Calvino para o protestantismo.b) Inácio de Loyola para o catolicismo.

09. A CIDADE IDEAL

Em 1485, uma peste matou quase a metade da população de Milão, na Itália. No final dos anos 1480, Leonardo da Vinci transferiu-se para lá e, entre outros projetos, dedicou-se a planejar a “cidade ideal”, tema e preocupação regular do Renascimento. Quase cinco séculos depois, a busca utópica da cidade ideal prosseguia, manifesta em projetos urbanos como o de Brasília.

“Uma cidade, ou melhor, um lugar, um sítio urbano fixado sobre uma perspectiva que desdobra sobre o olhar o leque simétrico de suas linhas de fuga. A imagem de uma praça deserta, grosseiramente retangular, pavimentada de mármore policrômico, cercada em três de seus lados pela fachada de palácios e de casas burguesas; e um edifício de forma circular, com dois planos superpostos de colunas e uma cobertura cônica, ocupa o centro.”

A cidade Ideal de Urbino. DAMISCH, Hubert. L’origine de la perspective. Paris: Flammarion, 1993, p. 192

“Compara-se [...] Brasília com as duas cidades ideais de Le Corbusier [arquiteto modernista suíço, 1887-1965]. Notem-se as similaridades explícitas entre ambas e Brasília: o cruzamento de vias expressas; as unidades de moradia com aparência e altura uniformes, agrupadas em superquadras residenciais com jardins e dependências coletivas; os prédios administrativos, financeiros e comerciais em torno do cruzamento central; a zona de recreação rodeando a cidade. O ‘pedigree’ de Brasília é evidente”.HOLSTON, James. A cidade modernista: uma crítica de Brasí-lia e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 38

“(...) o modelo urbanístico de Leonardo da Vinci, um desenho de cidade perfeita, detalhava como deveriam ser as ruas, casas, esgotos, etc. Pelas ruas altas não deveriam andar carros nem outras coisas similares, mas apenas gentis-homens; pelas baixas deveriam andar carros e outras coisas somente para uso e comodidade do povo. De uma casa a outra, deixando a rua baixa no meio, por onde chegam vinho, lenha, etc. Pelas ruas subterrâneas estariam as estrebarias e outras coisas fétidas.

A cidade descrita por Leonardo já é, de certa forma, utopia: é uma exigência completamente racional que espera ser traduzida na prática.”

BERRIEL, Carlos Eduardo Ornelas. Cidades utópicas do re-nascimento. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br./pdf/

cic/v56n2/a21v56n2.pdf>.

Figura 1: Artista desconhecido. Painel “A cidade Ideal de Urbino”. Galerie Nationale des Marches. Disponível em: <http://www.itis--einstein.roma.it/sforzinda/citta.htm>.

Figura 2: DA VINCI, Leonardo. Esquema de via de circulação e edifícios, em dois níveis, para a cidade ideal (c. 1485). BUCHHOLZ, Elke. Leonardo da Vinci. Vida y Obra. Barcelona: Konemann, 2000, p. 36.

Figura 3: Brasília. Disponível em: <http://www.skyscraperlife.com>

A partir dos textos e imagens apresentadas, escreva um texto sobre a ideia de “cidade ideal” no Renascimento e no mundo atual, considerando:

• sua relação com as preocupações humanistas e racionalistas do Renascimento cultural e com as concepções de arte que se afirmaram na época de Leonardo;

• as semelhanças de objetivos do urbanismo renascentista com o urbanismo modernista que resultou na cidade de Brasília, capital brasileira.

10. “Já fiz planos de pontes muito leves... Sou capaz de desviar a água dos fossos de um castelo cercado... Conheço meios de destruir seja que castelo for... Sei construir bombardas fáceis de deslocar... galerias e passagens sinuosas que se podem escavar sem ruído nenhum... carros cobertos, inatacáveis e seguros,

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armados com canhões... Estou, sem dúvida, em condições de competir com qualquer outro arquiteto, tanto para construir edifícios públicos ou privados como para conduzir água de um sítio para outro... E em trabalhos de pintura ou na lavra do mármore, do metal ou da argila, farei obras que seguramente suportarão o confronto com as de qualquer outro, seja ele quem for.”

DELUMEAU, Jean. A civilização do renascimento. Lisboa: Editorial Estampa, 1984, vol. I, p. 154.

Esse texto é um fragmento da carta que Leonardo da Vinci escreveu solicitando trabalho na corte de Ludovico, o Mouro, em 1482. Nele explicita-se a relação inequívo-ca entre trabalho intelectual e poder político.

a) Apresente duas características específicas do conhecimento humano à época do Renascimento.

b) Apresente um exemplo concreto e revelador da relação entre conhecimento científico e poder na sociedade atual. Fundamente sua resposta.

11. No contexto do Renascimento, os valores moderno-burgueses ganham destaque, tais como o humanismo, o naturalismo e o individualismo. Analise as principais características do Humanismo.

12. Entre os séculos XV e XVI, ocorreu a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Sintetize as principais características do período Moderno.

13. Considerado um dos mais famosos e copiados pintores dos primórdios do Barroco, Michelangelo Merisi de Caravaggio foi bastante requisitado durante a Contra-Reforma. Observe a imagem a seguir, do quadro “Jantar em Emmaus”, pintado por ele em 1596.

a) A partir da observação da imagem, comente duas características presentes no Barroco.

b) Estabeleça uma relação entre o Barroco e a Contra-Reforma.

14. Um príncipe desejoso de conservar-se no poder tem de aprender os meios de não ser bom.MAQUIAVEL, N. O Príncipe. In: WEFFORT, Francisco. Os clás-

sicos da política. São Paulo: Ática, 1993. p.37.

Com Nicolau Maquiavel (1469-1527), constitui-se um novo pensamento político, crítico em relação aos cri-térios que fundamentavam a legitimidade do príncipe medieval. Explique por que o pensamento político moderno excluiu a bondade como critério legitimador do poder do príncipe.

15. Na segunda metade do século XVIII, as teorias políticas do absolutismo que defendiam um governo forte, em que a “razão do Estado” estaria acima de qualquer outro ideal, passaram a ser contestadas e criticadas. Os intelectuais dessa época anunciavam uma nova sociedade, uma nova concepção de Estado e novos valores condizentes com o momento histórico.A partir dessa afirmação, indique uma mudança política, uma econômica e uma social decorrentes da expansão das novas concepções que se contrapunham direta-mente aos princípios fundamentais do Antigo Regime.

Elabore a sua resposta, utilizando o quadro a seguir, confrontando a situação antiga (Antigo Regime) com a situação resultante da modificação indicada.

Mudanças Princípios do Antigo Regime

Novos Valores/Ideias

Política

Econômica

Social

Gabarito

01. Portugal foi favorecido por uma série de fatores: sua po--sição geográfica privilegiada, pois sendo voltada para o Atlântico, era parada obrigatória de rota de comércio; sua centralização política consolidada ainda no século XIV; e o seu desenvolvimento técnico na área náutica que permitiu o domínio nas artes da navegação.

02. Concepções inovadoras de artistas:• técnicas de perspectiva, de tridimensionalidade,

introduzindo a impressão de realismo;• inclusão de paisagens da natureza;• influência do humanismo na reprodução de formas

humanas;• temas religiosos revestidos de percepção humanista.

Concepções inovadoras de escritores:• humanismo, destacando-se as emoções humanas;• textos em línguas nacionais, abordando temas

profanos e das culturas locais;• revisão crítica de textos clássicos;• inclusão de temas políticos.

Concepções inovadoras de cientistas:• valorização da observação e da experiência;• influência do humanismo, libertando o estudo do

universo e da Terra;• abordagens de estudos no campo da física e no da

medicina.

03. a) Espera-se que o candidato possa apontar as seguintes diferenças:• Piratas são grupos autônomos de navegadores que

buscam a riqueza por meio de saques de navios ou regiões.

• Corsários são navegadores autorizados por meio de Missão de Governo ou Carta de Autorização a saquear navios de outra nação inimiga.

b) Espera-se que o candidato aponte os seguintes interesses da Rainha Elisabeth I:• Enfraquecer militarmente e economicamente a

Espanha, inimiga dos ingleses;• Combater o catolicismo;• Angariar as riquezas do Novo Mundo para a Coroa

Britânica.

04. Século XV ao XVIII.Práticas superadas:

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• economia agrícola e autossuficiente;• autonomia de feudos e cidades;• hierarquia social estamental;• poder pessoal do senhor feudal;• cultura teológica – subordinação à universalidade da

Igreja Católica.Princípios estabelecidos:

• ênfase na cultura racional e científica;• centralização do poder na pessoa do Rei;• fortalecimento das relações comerciais;• desenvolvimento dos centros urbanos – forta-

lecimento da burguesia;• adoção de língua, moeda e legislação nacionais;• soberania do Estado no território nacional; exército

permanente;• flexibilização da sociedade estamental com a

ascensão da burguesia comercial.

05. O princípio que orienta o primeiro documento é o do direito divino dos Reis; já, no segundo, o princípio orientador é o da razão iluminista. Para os defensores do Absolutismo, como Jacques-BénigneBossuet (1627-1704), o poder político dos Reis emanava de Deus, sendo, portanto, um “poder divino” e determinado pelo nascimento (a hereditariedade sustentava a sucessão dinástica). Isso significa que a legitimidade dos monarcas é indiscutível e natural, constituindo, então, uma relação entre governantes e governados, na qual o primeiro tem autoridade e o segundo deve-lhe obediência e fidelidade, na categoria de súdito. Para os iluministas, em geral, e para Diderot (1713-1784), em particular, tal como se pode deduzir da leitura do fragmento, o poder político não é algo natural ou tomado como uma herança divina, uma vez que os homens, amparados pela razão, devem gozar de sua liberdade.Por isso, a relação entre governo e governado depende de fonte distinta: a força (o uso da violência) e o consentimento (o contrato).

06. a) Absolutismo monárquico.

b) Os principais ideólogos do Absolutismo defendiam a so-berania do Estado sobre o indivíduo, por meio de teses como a do “direito divino” e da “soberania do Estado”. A primeira tese pressupunha que o poder do rei provinha diretamente de Deus e contestar o soberano significava opor-se à vontade divina. A segunda tese defendia que as leis de uma nação dependiam exclusivamente da vontade do rei, representante supremo do Estado.

07. a) Trata-se da primeira fase da Revolução Industrial (século XVIII), que se caracterizou pela transição do sistema de produção artesanal doméstico para o sistema fabril.

b) Dentre os aspectos econômicos da Revolução Industrial, pode-se destacar a consolidação do capitalismo e a con-solidação da separação entre capital e trabalho. Dentre os aspectos sociais, o surgimento do proletariado e o fortalecimento da burguesia.

03. a) João Calvino, ao estabelecer a Teoria da Predestinação, em que a salvação eterna estaria condicionada ao sucesso material, criou uma ética religiosa estimuladora das práti-cas capitalistas e portanto, sintonizada às transformações econômicas e sociais que se verificavam no início da Idade Moderna, contribuindo significativamente para a ruptura da unidade cristã em torno da Igreja Católica.

b) Inácio de Loyola organizou a Companhia de Jesus, em reação às críticas que as ordens religiosas católicas vinham recebendo no contexto das reformas religiosas. Os jesuítas tiveram por função, resgatar a credibilidade da Igreja, organizar a educação europeia e a catequização dos indígenas no Novo Mundo.

09. A concepção de “cidade ideal” na Época Renascentista pode ser explicada a partir de um conjunto de fatores, quais sejam:

• A influência dos valores da Antiguidade Clássica que levaram à retomada dos padrões estéticos da arquitetura greco-romana;

• A eliminação ou minimização dos problemas sanitários e de funcionalidade das cidades medievais, cacterizados pela precariedade dos edifícios, os esgotos a céu aberto e as ruas estreitas;

• A influência do racionalismo e o humanismo presentes nas concepções de filósofos, artistas e cientistas quanto à solução de todos os problemas.As semelhanças de objetivos do urbanismo renas-centista com o urbanismo modernista que resultou na cidade de Brasília, podem ser identificadas quanto: ao arrojo dos projetos em relação às respectivas épocas, à amplitude das vias de circulação e quanto à organização do espaço urbanizado, particularmente a setorização das práticas econômicas, administra-tivas e sociais.

10. a) O racionalismo e o antropocentrismo.

b) Entre vários exemplos, pode-se mencionar o domínio da produção de energia nuclear e seu uso como instrumento de guerra.É sabido que o uso da bomba atômica pelos Estados Unidos nos ataques a Hiroshima e Nagasaki ao final da Segunda Guerra Mundial, foi uma demonstração de sua capacidade bélica à União Soviética, com o propósito de conter as pretensões de expansão do comunismo.Em tempos recentes, a Coréia do Norte e o Irã se aprimo-raram na produção de material nuclear para finalidades bélicas e, sob o argumento de serem capazes de produzir armas nucleares, vêm confrontando as determinações internacionais de proibição desse tipo de armas e nota-damente, a hegemonia dos Estados Unidos no cenário internacional.

11. Podem ser apontadas como características essenciais do humanismo, a valorização do homem em todos os seus aspectos, situando-o como o centro do Universo (antro-pocentrismo) e a retomada dos valores da cultura clássica (greco-romana).

12. A Idade Moderna, período entre os séculos XV e XVIII, pode ser considerada um longo período de transição do feudalismo para o capitalismo, pois ao mesmo tempo que o segundo se estruturava, elementos do primeiro se preservaram até o século XVIII.Nesse período, foram fatos marcantes a fase comercial (mercantilista) do capitalismo, o Absolutismo Monárquico, a Expansão Marítima e Comercial Europeia, o Renascimento Cultural, a Reforma Protestante, a formação e estruturação do Sistema Colonial e ainda a Primeira Revolução Industrial, o Iluminismo, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.Pode-se mencionar ainda, em relação aos aspectos sociais do período, o fortalecimento da burguesia e perda de poder da nobreza e do clero, na medida em que se consolidava o capitalismo.

13. a) Observa-se na obra a intensidade da luz que procura dar dinamismo e evidência aos personagens e a composição em diagonal que não é característica fundamental do bar-roco, mas é um recurso utilizado com alguma frequência no estilo. Acrescenta-se ainda, a rigidez do contraste claro-escuro.

b) A arte barroca foi colocada a serviço da Contra-Reforma, na medida em que a pintura e a escultura, incorporadas à arquitetura nas igrejas do período, tinham finalidade didática, ou seja, a evangelização através da imagem, contribuindo, assim, para incutir nos fiéis os valores do catolicismo.

14. Há uma crítica à noção de “bom governo”, fundamental para o pensamento político medieval. Segundo essa noção, o rei deveria ser portador de virtudes cristãs, morais e principes-cas. O príncipe deveria ser amado por seus governados. Para Maquiavel, o rei bom, portador de virtudes morais e religiosas, corre o risco de perecer e perder o seu reino.

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Sua crítica se dirige à ineficiência do rei bom em conservar o poder. Para manter os principados, sobretudo os recém--conquistados, até alcançar respeito e legitimidade entre seus súditos, ele “tem de aprender os meios de não ser bom”. A partir do século XVI, com Maquiavel, o pensamento político se desliga da moral e da religião. Maquiavel substitui na política a categoria “bondade” pela “eficácia”.

15. Observe o quadro a seguir:

Mudanças Princípios do Anti-go Regime

Novos Valores/Ideias

Política- Direito Divino dos Reis

- Absolutismo- Estado Aristocrático

- Constitucionalismo- Divisão dos Poderes Liberalismo / Demo-

cracia- Estado Burguês

Econômica

- Mercantilismo / Colo-nialismo

- Exclusivo Comercial- Capital Comercial

- Liberalismo Econômico- Liberdade de Comércio

- Capital Industrial

Social

- Sociedade de ordens- Poder da aristocracia- Trabalhadores servis e escravos no mundo

colonial

- Sociedade de classes- Poder da burguesia- Trabalhadores assa-

lariados

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01. O século XVIII é considerado o século das revoluções burguesas, assim como foi também um período de grandes convulsões populares, rurais e urbanas. Para o historiador George Rudé, apesar da prosperidade econômica que França e Inglaterra viviam, “o motim da fome continuava sendo a expressão constante e típica do descontentamento popular”, tanto no campo como na cidade.

RUDÉ, G. A multidão na história. Rio de Janeiro: Campus, 1991, p. 22).

Comente as causas da fome na Europa do século XVIII, apesar da prosperidade.

02. Na Inglaterra, por volta de 1640, a monarquia dos Stuart era incapaz de continuar governando de maneira tradicional. Entre as forças sociais que não podiam mais ser contidas no velho quadro político, estavam aqueles que queriam obter dinheiro, como também aqueles que queriam adorar a Deus seguindo apenas suas próprias consciências, o que os levou a desafiar as instituições de uma sociedade hierarquicamente estratificada.

HILL, Christopher. Uma revolução burguesa?. Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 4, nº 7, 1984, p. 10.

(Adaptado).

a) Conforme o texto, que valores se contrapunham à forma de governo tradicional na Inglaterra do século XVII?

b) Quais foram as consequências da Revolução Inglesa para o quadro político do país?

03. Em 21 de novembro de 1806, em Berlim, Napoleão Bonaparte assinou um decreto, em que se estabeleciam as bases do que ele próprio denominou Bloqueio Continental.

Leia este trecho desse decreto:

Considerando [...] Que a Inglaterra considera inimigo todo indivíduo que pertence a um Estado inimigo e, por conseguinte, faz prisioneiros de guerra não somente as equipagens dos navios armados para a guerra, mas ainda as equipagens das naves de comércio e até mesmo os negociantes que viajam para os seus negócios; [...] Decretamos o que segue: Artigo 1º As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de bloqueio, Artigo 2º Qualquer comércio e qualquer correspondência com as Ilhas Britânicas ficam interditados [...] Artigo 3º Qualquer indivíduo, súdito da Inglaterra, qualquer que seja sua condição, que for encontrado nos países ocupados por nossas tropas ou pelas tropas de nossos aliados, será constituído prisioneiro de guerra. Artigo 4º Qualquer loja, qualquer mercadoria, qualquer propriedade pertencente a um súdito da Inglaterra será declarada boa presa. Artigo 5º O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa.

Campo Imperial de Berlim, 21 de novembro de 1806.

A partir da leitura desse trecho e considerando outros conhecimento sobre o conflito, explique as diferenças relacionadas às políticas praticadas pela França e pela Inglaterra.

04. No século XVIII, surgiram novas ideias que despertaram o interesse de muitos adeptos que rejeitavam as tradições e almejavam explicações racionais para compreender os fenômenos naturais e sociais. Como ficaram conhecidos os pensadores desse período e de que modo esses pensadores influenciaram monarcas e ministros europeus?

05. Na Europa, até o século XVIII, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, não apenas em termos de uma longa experiência, mas também da memória de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experiência acumulada não é mais considerada tão relevante. Desde o início da Revolução Industrial, a novidade trazida por cada geração é muito mais marcante do que sua semelhança com o que havia antes.

HOBSBAWM, Eric. O que a história tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea? In: Sobre História. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998, p. 37-38.(Adaptado).

a) Segundo o texto, como a Revolução Industrial transformou nossa atitude em relação ao passado?

b) De que maneiras a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX alterou o sistema de produção?

06. ”A Revolução Inglesa estimulou o desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra. O Parlamento adotou diversas medidas favoráveis aos negócios da burguesia. No final do século XVIII, a Inglaterra foi o primeiro país do mundo a instalar fábricas que utilizavam máquinas a vapor. Começava, então, a Revolução Industrial”.

SCHMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2002.

Analise o texto, destacando os principais fatores que contribuíram para a Revolução Industrial.

07. Cidadãos:O homem nasceu para a felicidade e para a

liberdade, e em toda parte é escravo e infeliz. A sociedade tem por fim a conservação de seus direitos e a perfeição do seu ser, e por toda parte a sociedade o degrada e oprime. Chegou o tempo de chamá-la a seus verdadeiros destinos; os progressos da razão humana prepararam esta grande Revolução, e a vós especialmente é imposto o dever de acelerá-la. Para cumprir vossa missão, é necessário fazer precisamente o contrário do que existiu antes de vós.

ROBESPIERRE, Maximilien de. Paris, 10 de maio de 1793.

Maximilien de Robespierre foi um dos principais líde-res da corrente jacobina da Revolução Francesa. Ao discursar na Convenção acerca dos fundamentos que deveriam orientar a elaboração da primeira Constituição Republicana na história do país, Robespierre aplicou princípios iluministas para defender a construção de uma nova ordem política e social.

AULA V SÉCULOS XVII E XVIII

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a) Aponte uma medida adotada pelos jacobinos no contexto da radicalização do processo revolucionário francês (1792-1794).

b) Explique um princípio iluminista presente no docu-mento.

08. Eu vos exorto, soldados do Exército da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no campo de batalha, porém pode derrotar-vos nos meandros de sua política se não conservardes firme a tenção de estabelecer a liberdade de todos. Pois, se ele vencer, a autoridade régia retornará a vossas leis, o rei Carlos vos terá vencido e à vossa posteridade pela sua política, terá ganho a batalha, embora aparentemente lhe tenhais cortado a cabeça.

Winstanley, 1652.

a) Quais são as ideias defendidas pelo autor no texto?b) Qual o contexto histórico tratado no texto?

09. Analise, de forma crítica, as principais características do Liberalismo econômico.

10. A introdução no processo produtivo de máquinas movidas por energia não-humana permitiu a produção em larga escala e multiplicou as mercadorias em quantidade e em velocidade até então impensáveis. Antes de o petróleo se tornar um dos produtos fundamentais para o mundo industrializado, qual era a principal fonte de energia utilizada na fase da primeira Revolução Industrial e quais as suas consequências para a organização do trabalho e dos meios de comunicação?

11. Explique o que foi o Iluminismo.

12. Relacione a Revolução Americana com os ideais iluministas.

13. Comente a afirmativa:

A Revolução Industrial foi sobretudo a passagem de um sistema de produção marcadamente agrário e artesanal para outro de cunho industrial, dominado pelas fábricas e pela maquinaria.

PAZZINATO e SENISE, 1994.

14. Analise as consequências da Revolução Gloriosa.

15. Leia o seguinte texto:

“As colônias inglesas na América foram criadas por grupos de colonos inspirados por motivos religiosos, políticos e econômicos. Como os colonos gregos, os ingleses quiseram fundar comunidades à imagem e semelhança das que existiam na mãe pátria; diferentes dos gregos, muitos desses colonos eram dissidentes religiosos. (...) Entre os espanhóis aparecem também os motivos religiosos, mas enquanto os ingleses fundaram suas comunidades para escapar de uma ortodoxia, os espanhóis a estabeleceram para estendê-la.”

PAZ, Otávio. Sóror Juana Inês de la Cruz. As armadilhas da fé. São Paulo: Mandarim, 1998, p. 32-33.

Com apoio nesta síntese de Otávio Paz a respeito dos diferentes processos de colonização das Américas, des-creva de que forma as questões religiosas se incluem

entre as motivações da expansão marítima europeia e como essas mesmas questões marcaram a atuação dos colonizadores portugueses e espanhóis.

Gabarito

01. Na Inglaterra, o século XVIII foi caracterizado pela indus-trialização, que incorporou parte da massa camponesa desempregada que havia abandonado as terras por conta da política de cercamentos. O desemprego foi útil aos indus-triais, na medida em que permitia a existência de mão de obra barata, dando origem a uma classe operária miserável. Além disso, grande parte das terras no país eram utilizadas para a criação de animais, que exigia, no campo, um número cada vez menor de trabalhadores.Nos demais países europeus, incluindo a França, a estrutura fundiária estava baseada nas características feudais e parte significativa dos trabalhadores rurais eram ainda servos, determinando a baixa produtividade na atividade agrícola.

02. a) Pode-se dizer que um grande valor se contrapunha a mo-narquia Stuart, a Liberdade. Segundo o texto, a ascensão da burguesia no plano econômico se fazia sentir também na vida política e essa classe pretendeu ocupar lugar de comando na vida do país. Dentro do mesmo contexto se desenvolveu a oposição à religião do Estado, o anglica-nismo, e esta foi dirigida, principalmente, pelos puritanos, grande parte deles burgueses, com o argumento de que a religião deveria se desvincular do Estado.

b) A Revolução Inglesa – puritana e gloriosa – foi responsável pela eliminação do absolutismo na Inglaterra e pela ado-ção de um modelo baseado no Parlamento. A monarquia parlamentarista inglesa foi o primeiro modelo político libe-ral na história moderna e esteve baseada nos princípios iniciais do iluminismo a partir das teorias de John Locke.

03. No início do século XIX existiam diferenças políticas e econômicas entre Inglaterra e França. A Inglaterra era uma monarquia constitucional e liberal, enquanto que a França era caracterizada pela ditadura de Napoleão Bonaparte. Do ponto de vista econômico, a Inglaterra era um país industria-lizado, que havia expandido seus mercados e promovia forte acumulação de capitais, enquanto a França desenvolvia uma política industrialista e possuía poucos mercados, perceben-do a concorrência inglesa como principal obstáculo ao seu desenvolvimento. O Decreto Napoleônico reforça a política expansionista francesa, do ponto de vista militar, como elemento de contenção à política expansionista inglesa, do ponto de vista econômico.

04. Os pensadores dessa época ficaram conhecidos como Ilu-ministas. O movimento iluminista, também denominado de “Ilustração”, nasceu no final do século XVIII, época da Revo-lução Gloriosa na Inglaterra e influenciou toda uma grande geração de pensadores, principalmente na França. A força desse movimento que contestava o absolutismo, fez com que diversos monarcas adotassem algumas de suas ideias, num processo de adaptação parcial, com vistas a reduzir as críticas que sofriam. Esses governantes foram denominados “Déspotas Esclarecidos”. Déspotas por preservaram a maior parte das práticas absolutistas e esclarecidos por conhece-rem e a adotarem algumas características iluministas.

05. a) De acordo com o texto sim, pois antes da Revolução Industrial, “o passado era o modelo para o presente e o futuro”, pois o velho representava a sabedoria, experiência e a memória. Depois da Revolução Industrial, novidade surgida a cada geração ganhou mais importância em relação a sua semelhança com o que havia antes.

b) A Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX promoveu a substituição da produção artesanal como sistema de produção predominante pelo sistema fabril. Promoveu também a mecanização da produção e a perda o controle por parte do trabalhador sobre o processo de trabalho, isto é, a alienação.

06. O texto faz referência à Revolução Gloriosa (1688) que estabeleceu a monarquia parlamentarista na Inglaterra e

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promoveu a ascensão da burguesia ao poder político, o que contribuiu para acelerar o desenvolvimento do capitalismo inglês. Também foram fatores que contribuíram para aRevolução Industrial na Inglaterra: a disponibilidade de capitais acu-mulados na fase mercantilista e aplicados em inovações tecnológicas, os cercamentos e as inovações técnicas no campo, a disponibilidade de matérias-primas e mercados e o Banco da Inglaterra.

07. a) Foram medidas adotadas pelos jacobinos no contexto da radicalização do processo revolucionário: a política do “terror”; a abolição dos escravos nas colônias; a “Lei do Máximo”.

b) Para importantes pensadores iluministas, “a organização política da sociedade só é legítima quando defende os direitos do homem”. Esse princípio iluminista está presente no discurso de Robespierre e deverá ser desenvolvido pelo candidato.

08. a) O texto revela as incertezas quanto aos rumos políticos da República Inglesa diante das ameaças de um eventual retorno da Monarquia.

b) Esse texto insere-se no contexto da Revolução Puritana, particularmente, no período republicano (1649-1658) conduzido por Oliver Cromwell.

09. O liberalismo econômico baseia-se na crença de leis naturais que regem a economia, como a lei da oferta e da procura, e fundamentam o princípio do “laissez-faire” e a defesa da livre iniciativa, contestando a intervenção do Estado na economia, característica básica do mercantilismo, a política econômica da Idade Moderna.

10. Na fase da Primeira Revolução Industrial, iniciada na segun-da metade do século XVIII, a principal fonte de energia era o carvão, utilizadonas máquinas a vapor.O desenvolvimento do sistema fabril, decorrente do uso sistemático das máquinas, alterou profundamenete a orga-nização do trabalho ao concentrar um numeroso grupo de trabalhadores num mesmo espaço, promover a massificação do trabalho assalariado representado pela venda da força de trabalho em horas a um empresário, proprietário dos meios de produção e consolidar a divisão entre o capital e o trabalho, na medida em que a riqueza gerada pela produção não pertenceria ao trabalhador.A introdução da energia a vapor nos sistemas de transportes, possibilitou o desenvolvimento de ferrovias e de barcos a vapor, tornando mais rápida a comunicação entre diferentes regiões e a circulação de pessoas e mercadorias.

11. O Iluminismo constitui um movimento intelectual que sur-giu na Europa, principalmente na França, no século XVIII, estabeleceu uma série de críticas ao Antigo Regime. Suas ideias eram respostas aos problemas enfrentados pela bur-guesia que necessitava, além de poder econômico, poder político. Colocava assim, em destaque, seus valores, o que favoreceu sua ascensão. A reorganização social proposta pelos iluministas, defendia uma maior participação política do cidadão e afirmava que só através da razão o homem poderia atingir o conhecimento.

12. A Revolução Americana relaciona-se diretamente com as ideias iluministas na medida em que implanta uma repúbli-ca constitucional representativa baseada nos princípios de Montesquieu.

13. A Revolução Industrial trouxe as fábricas e suas máquinas, o que consolidou o modo de produção capitalista e modificou suas relações de trabalho. A introdução de máquinas no processo produtivo acelerou sua produtividade e modificou profundamente o sistema, antes marcadamente agrário e artesanal.

14. A Revolução Gloriosa é uma das revoluções burguesas que contribuíram para a consolidação do sistema capitalis-ta. Rompeu com o absolutismo e fortaleceu o Parlamento introduzindo a monarquia constitucional com a Declaração de Direitos, o que deu aos ingleses mais liberdade de ação, na medida que os monarcas submetiam-se as decisões da Câmara.

15. O processo de conquista e colonização da América, coin-cide com os conflitos religiosos na Europa, decorrentes da Reforma Protestante noséculo XVI. Nesse contexto, a colonização inglesa, ocorreu basicamente por grupos de puritanos fugitivos de perseguições desencadeadas pelo governo anglicano, fazendo das colônias um local de refúgio e de livre prática de sua fé. Nos domínios portugueses e espanhóis, como as metrópoles se mantiveram fiéis ao catolicismo, o processo de conquista e colonização era imbuído de um espírito cruzadista para a expansão da fé católica, sobretudo por parte dos missioná-rios e em particular dos jesuítas que se prestavam ao papel de “conversão dos gentios” ao catolicismo. A atuação dos jesuítas também na educação entre os colonos, foi funda-mental para a preservação e expansão do catolicismo no Brasil e nas colônias espanholas.

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01. “As potências europeias tinham podido intervir na África e reparti-la em conformidade com suas ideias próprias de equilíbrio de poder, porque nem os Estados Unidos nem a Rússia estavam diretamente envolvidos nas questões políticas africanas. [...] No Extremo- Oriente, não eram só as potências europeias que, como na África, davam as cartas.”

BARRACLOUGH, Geoffrey. Introdução à história contempo-rânea. São Paulo: Circulo do Livro, 1975, p. 96

No que se refere ao Extremo-Oriente da passagem do século XIX para o século XX, o equilíbrio de poder também resultava da atuação de Estados Nacionais não europeus.

Identifique dois desses Estados Nacionais não euro-peus.

02. Observe o mapa abaixo:

Disponível em: <http://www.culturabrasil.pro.br/neocolonialismo.htm>. Acesso em: 13/9/2010. (Adaptado).

O mapa retrata a África partilhada por países europeus em um processo conhecido como imperialismo.

a) Analise as repercussões desse processo de desenvolvimento do capitalismo desde o final do século XIX.

b) Relacione os impactos desse processo sobre as origens da Primeira Grande Guerra Mundial.

03. Viver numa grande cidade implica o reconhecimento de múltiplos sinais. Trata-se de uma atividade do olhar, de uma identificação visual, de um saber adquirido, portanto. Se o olhar do transeunte, que fixa fortuitamente uma mulher bonita e viúva ou um grupo de moças voltando do trabalho, pressupõe um conhecimento da

cor do luto e das vestimentas operárias, também o olhar do assaltante ou o do policial, buscando ambos a sua presa, implica um conhecimento específico da cidade.

BRASCIANI, Maria Stella. Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1982, p.16.

(Adaptado).

O texto mostra como o forte crescimento territorial e demográfico de algumas cidades europeias, no século XIX, redefiniu formas de convivência e sociabilidade de seus habitantes as quais, em alguns casos, persistem até hoje.

a) Cite e explique dois motivos do crescimento de cidades como Londres e Paris, no século XIX.

b) Indique e analise uma característica, dentre as mencionadas no texto, que se faça presente em grandes cidades atuais.

04. A paz não passa de um engodo, de uma quimera, de um sonho fugaz; a indústria tornou-se o suplício dos povos, depois que uma ilha de piratas [refere-se à Inglaterra] bloqueia as comunicações (...) e transforma suas fábricas e oficinas em viveiros de mendigos.

FOURIER, Charles. Théorie des quatremouvements(1808). In: O Euvres complètes. Paris: Anthropos, vol. I, 1978. Apud.SALI-BA, Elias Thomé. As utopias românticas. São Paulo: Estação

Liberdade, 2003.

O fragmento, escrito em 1808, mostra a visão de Charles Fourier acerca do nascimento das fábricas. Explique

a) por que o autor chama as fábricas de “viveiros de mendigos”.

b) o que leva o autor a afirmar que a Inglaterra “bloqueia as comunicações”.

05. “Ouvimos com frequência que o ‘colonialismo está morto’. Não nos deixemos enganar ou mesmo ser tranquilizados por isso. Eu lhes digo, o colonialismo ainda não está morto. Como podemos dizer que está morto enquanto grandes áreas da Ásia e da África não forem livres?

E lhes peço que não pensem em colonialismo apenas na forma clássica que nós da Indonésia e nossos irmãos em diferentes partes da Ásia ou da África conhecemos. O colonialismo tem também uma roupagem moderna, sob a forma de controle econômico, controle intelectu-al, controle físico real por uma comunidade pequena, porém estrangeira, dentro de uma nação. É um inimigo hábil e determinado, que aparece sob diversas formas. Não desiste facilmente de sua presa.

[...] Não há muito tempo, afirmamos que a paz era necessária para nós porque a eclosão de uma luta em nossa parte do mundo colocaria em perigo a nossa preciosa independência, há tão pouco tempo obtida a tão alto preço.”

SUKARNO, Ahmed. Discurso de abertura da Conferência Afro-Asiática de Bandung, 1955.

A Conferência de Bandung realizou-se em abril de 1955, na Indonésia, com a presença de representantes de 29 países da África e da Ásia, entre eles líderes que haviam participado da luta pela independência de seus países, como o orador (primeiro presidente da Indonésia independente), Nehru (da Índia) e Nasser (do Egito).

AULA VI REVOLUÇÕES BURGUESAS E SÉCULO XIX

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Cite dois princípios adotados por essa Conferência em sua declaração final.

06.

A Guerra dos Bôeres (1899-1902), na África do Sul, levou a Inglaterra a mobilizar aproximadamente 450 mil soldados, trazidos de todo o seu império. A vitória britânica fez com que fosse limitada a autonomia dos estados bôeres. No entanto, o sistema eleitoral permitiu que, terminada a guerra, os africânderes (bôeres) do-minassem o poder político em diversas províncias. No mapa acima, pode-se observar o cenário dessa guerra e a indicação geográfica de fatores a ela relacionados.

a) Apresente uma razão para o início dessa guerra.b) Explique o que permitiu aos bôeres obter o controle

político de diversas províncias, mesmo tendo perdido a guerra para os ingleses.

07. No século XIX, surgiu um novo modo de explicar as diferenças entre os povos: o racismo. No entanto, os argumentos raciais encontravam muitas dificuldades: se os arianos originaram tanto os povos da Índia quanto os da Europa, o que poderia justificar o domínio dos ingleses sobre a Índia, ou a sua superioridade em relação aos indianos? A única resposta possível parecia ser a miscigenação. Em algum momento de sua história, os arianos da Índia teriam se enfraquecido ao se misturarem às raças aborígenes consideradas inferiores. Mas ninguém podia explicar realmente por que essa ideia não foi aplicada nos dois sentidos, ou seja, por que os arianos da

Índia não aperfeiçoaram aquelas raças em vez de se enfraquecerem.

PAGDEN, Anthony. Povos e Impérios. Rio de Janeiro: Objeti-va, 2002, p. 188-194. (Adaptado).

a) Segundo o texto, quais as incoerências presentes no pensamento racista do século XIX?

b) O que foi o imperialismo?

08. “Os libertários – anarquistas e anarcossindicalistas – concentram sua atuação na vida educativa, feita através da propaganda escrita e oral – jornais, livros, folhetos, revistas, conferências, comícios, além de festas, piqueniques, peças teatrais –, no sentido de disseminar o ideal libertário de emancipação social (...)”

SFERRA, Giuseppina. Anarquismo e Anarcossindicalismo. São Paulo: Ática, 1987, p. 21.

Tomando como referência o fragmento de texto acima:

a) indique duas ideias ligadas ao movimento anarquista na Europa do século XIX;

b) analise a concepção de Estado defendida pelos anarquistas.

09. Ao descrever o processo de desenvolvimento capitalista durante o século XIX, o historiador Eric Hobsbawm argumenta que o mundo se dividiu em “dois setores”: o primeiro identificado por países de economias avançadas e o segundo, em regiões onde o processo de desenvolvimento econômico e político foi menos intenso. Desse modo, segundo Hobsbawm, “existia claramente um modelo geral referencial das instituições e estruturas adequadas a um país ‘avançado’, com algumas variações locais”.

a) Indique três características de um país “avançado” no século XIX.

b) Que continente se destacou como centro do pro-cesso de desenvolvimento capitalista durante o século XIX?

c) Identifique três países considerados avançados durante este período.

10. “... A natureza distribuiu desigualmente no planeta os depósitos e a abundância de suas matérias-primas; enquanto localizou o gênero inventivo das raças brancas e a ciência da utilização das riquezas naturais nesta extremidade continental que é a Europa, concentrou os mais vastos depósitos dessas matérias-primas nas Áfricas, Ásias tropicais, Oceanias equatoriais, para onde as necessidades de viver e de criar lançariam o clã dos países civilizados. Estas imensas extensões incultas, de onde poderiam ser tiradas tantas riquezas, deveriam ser deixadas virgens, abandonadas à ignorância ou à incapacidade?

(...) A humanidade total deve poder usufruir da riqueza total espalhada pelo planeta. Esta riqueza é o tesouro da humanidade ... “

SARRAUT, A. Grandeuret Servitude Coloniales. Paris, 1931, pp.18 e 19.

O documento acima refere-se à “Era do Imperialismo”, ocorrida no final do século XIX e início do século XX, quando os países capitalistas conseguiram dominar a África e grande parte da Ásia.

A partir do texto acima e de seus conhecimentos a respeito do assunto:

a) indique a ideia central que o documento apresenta como justificativa para o Imperialismo europeu.

b) indique uma característica comum ao imperialismo dos países europeus na África na Ásia e ao impe-rialismo inglês e norte-americano na América Latina, ao longo do século XIX.

11. A Revolução Liberal de 1830 na França sepultou definitivamente as intenções restauradoras do Con-gresso de Viena de 1815, motivando uma onda de progressismo e de ímpeto revolucionário, que levaria às revoluções de 1848 e a diversos movimentos nacionalistas do período. A partir desta afirmativa:

a) apresente uma resolução do Congresso de Viena que exemplifique suas “intenções restauradoras”.

b) indique um princípio do Liberalismo que caracterize a “onda de progressismo e o ímpeto revolucionário” ocorridos na primeira metade do século XIX.

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12.

Fraternidade (Fraternité). Litogravura de F. Sorrieu, 1848, Fraça.

O Guloso (L’Ingordo). charge, 1915, Itália.

A primeira imagem representa o sonho de construir repúblicas democráticas por toda Europa, em 1848. A marcha fraterna dos povos, cada qual com sua bandeira, simboliza os ideais nacionalistas em voga na primeira metade do século XIX. A segunda imagem retrata o Kaiser Guilherme II e caracteriza o nacionalismo exacer-bado que alimentou todas as potências europeias entre 1890 e 1914, contribuindo para a eclosão da Primeira Grande Guerra.

Com base nessas imagens e em seus conhecimentos:

a) indique duas diferenças entre o nacionalismo que caracterizou a “Primavera dos Povos” e o que conduziu à Primeira Guerra.

b) cite duas rivalidades nacionalistas que ocorreram em solo europeu e que exemplifiquem o nacionalismo exacerbado caracterizado na segunda imagem.

13. Nos Estados Unidos da década de 1870, o projeto político sulista de excluir os negros venceu. Os Republicanos Radicais ficaram isolados em sua defesa dos negros e tiveram que enfrentar a oposição violenta do terrorismo branco no sul. A KuKluxKlan, formada por veteranos do exército confederado, virou uma organização de

terroristas, perseguindo os negros e seus aliados com incêndios, surras e linchamentos. A depressão de 1873 apressou o declínio dos Republicanos Radicais, que sentiram a falta do apoio financeiro dos bancos. Para o público, a corrupção tolerada pelos Republicanos Radicais agora parecia um desperdício inaceitável.EISENBERG, Peter Louis. Guerra Civil Americana. São Paulo:

Brasiliense, 1982, p. 102-105. (Adaptado).

a) De acordo com o texto, aponte dois fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros no sul dos Estados Unidos após a Guerra da Secessão.

b) Quais foram as causas da Guerra da Secessão?

14. No ano passado, aconteceu em Pequim mais uma Olimpíada. No mundo, peças teatrais estão sendo continuamente encenadas. Como se sabe, Olimpíadas e teatro (ocidental) foram uma criação da Grécia antiga.

Discorra sobre:

a) o significado dos jogos olímpicos para os antigos gregos;

b) as características do teatro na Grécia antiga.

15. Os EUA sempre foram tomados, ao lado da Inglaterra, como um dos principais representantes e difusores das ideias neoliberais. Porém as medidas emergenciais tomadas pelo governo dos EUA para conter a grave crise financeira que atinge sua economia de certa forma colocam em xeque justamente as ideias que sustentam o neoliberalismo; estima-se que o socorro governamental poderá se configurar como a maior intervenção do Estado norte-americano no setor financeiro ao longo da história.

Por que as medidas tomadas pelo governo dos EUA colocariam em “xeque as ideias que sustentam o neo-liberalismo”?

Gabarito

01. O candidato deverá identificar os EUA e Japão como Es-tados não-europeus que participaram do jogo de poder no Extremo-Oriente.

02. a) A partilha da África levou ao fortalecimento das potências europeias, mais especialmente Inglaterra e França. O capitalismo entra em sua fase monopolista, aproveitando--se da disponibilidade de matérias-primas, mercados consumidores e mercados de trabalho provenientes das colônias africanas.

b) Para além de uma série de outros conflitos que acabaram por contribuir para a eclosão da Primeira Guerra Mundial destaca-se o clima de disputa em torno da partilha da África, bem como de sua expansão para a Ásia. A Ale-manha, pouco beneficiada com a partilha de territórios e incomodada com a expansão inglesa, buscou se fortalecer estendendo sua área de influência à Europa central.

03. O principal motivo de crescimento dessas duas cidades foi a industrialização, bastante acentuada no decorrer do século XIX, apesar da revolução industrial na Inglaterra ter-se iniciado no século anterior. A segunda metade do século XIX foi marcada pela 2ª Revolução Industrial, que promoveu não apenas as novas tecnologias, mas também um aumento significativo do número de fábricas e, portanto, de postos de trabalho. A segunda causa é a crise no setor agrário, colocado em segundo plano pelos governantes e burguesia dessas nações e que sofreu a interferência do pro-

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cesso de mecanização, principalmente nas últimas décadas do século, provocando desemprego entre os camponeses que, em um primeiro momento, tendiam a migrar para as grandes cidades.No trecho: “(...) o olhar do assaltante ou o do policial, buscan-do ambos, a sua presa (...)”, podemos observar uma situação cada vez mais comum nas grandes cidades, marcadas pelo banditismo e pela organização da criminalidade, com aumen-to constante da violência urbana em praticamente todas as grandes metrópoles brasileiras, que tem como contrapartida a “ação policial” e a preocupação da sociedade civil.

04. a) Nas fábricas dos primeiros tempos da Revolução Indus-trial, os operários trabalhavam em precárias condições, devido às longas jornadas de trabalho em ambiente em insalubre, sujeitos a acidentes e a castigos físicos e em troca de salários insignificantes.

b) A afirmação de Charles Fourier de que a Inglaterra “blo-queia as comunicações”, remete, no contexto em que se deu, à hegemonia inglesa no comércio internacional, con-dição que a Inglaterra ostentava desde o século XVII e que foi consolidada com a Revolução Industrial no século XVIII.

05. Na Conferência de Bandung, realizada entre 18 e 24 de Abril de 1955 na Indonésia, o objetivo principal era a promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao que era considerado colonialismo ou neoco-lonialismo. Foi a primeira conferência a falar e a afirmar que o imperialismo e o racismo são crimes. Nela foram lançados os princípios políticos do “não alinhamento” com as então superpotências (Estados Unidos e União Soviética), sendo empregada a expressão Terceiro Mundo para designar o grupo dos países não alinhados. Estabeleceu-se ainda, o respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações; o reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas; a abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país e a solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.

06. a) Quando da ocupação da África do Sul em 1806, os ingle-ses tomaram a Cidade do Cabo e lutaram, simultanea-mente, contra os nativos negros e os descendentes de holandeses (bôeres), com o objetivo de se instalar na região. Os choques levaram os bôeres a emigrar maciça-mente para o Nordeste (a Grande Jornada, em 1836), onde fundaram duas repúblicas independentes, a do Transvaal e o Estado Livre de Orange.A entrada de colonos ingleses em Orange e no Trans-vaal atraídos pelas ricas em jazidas de diamante, ouro e ferro, levou à tentativa da Coroa britânica de anexar as duas repúblicas. Os bôeres, que ocupavam a região desde 1830, lutaram para preservar sua independência, decorrendo daí a chamada Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902) que termina com a vitória dos ingleses. Os estados bôeres são anexados pela Coroa britânica e em 1910 juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana. A população bôer passa a se chamar africânder ou africâner.

b) Embora militarmente derrotados nas guerras contra os ingleses, os bôeres controlavam politicamente diversas províncias no pós-guerra, pois eram maioria no conjunto da população branca sul africana. A partir de 1911, a mino-ria branca, composta de ingleses e africânderes, promulga na África do Sul uma série de leis com o objetivo de con-solidar o seu poder sobre a população, majoritariamente negra. Essa política de segregação racial, o apartheid (do africâner separação) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional (PN) e perdurou até 1990. O apartheid impedia o acesso dos negros à pro-priedade da terra, à participação política e às profissões de melhor remuneração. Também obrigava os negros a viver em áreas separadas das zonas residenciais brancas. Os casamentos mistos e as relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais.

07. a) De acordo com o texto, as incoerências no pensamento racista do século XIX são:• a origem ariana tanto de indianos quanto europeus,

o que não sustentaria a superioridade inglesa sem relação aos indianos;

• a crença de que em algum momento de sua história, os arianos da Índia teriam se enfraquecido ao se misturarem às raças aborígenes consideradas inferiores sem considerar a possibilidade de os arianos aperfeiçoaram outras raças.

b) O imperialismo do século XIX é designado como o proces-so de ocupação territorial, política, econômica e cultural da África e da Ásia por parte das potências industriais europeias, motivado pela necessidade de mercados consumidores, fontes de matérias-primas e áreas para a expansão de capitais.

08. a) Várias ideias podem ser associadas aos anarquistas na Europa do século XIX dentre elas a de que a educação deve ser um agente revolucionário e ter como objetivo destruir tudo que oprime e explora o ser humano. Outra ideia central do movimento anarquista é a da primazia do indivíduo sobre a sociedade, da qual decorre a noção de que o indivíduo é único e que possui, por sua natureza, direitos que não podem ser discutidos por nenhuma forma de organização social. O movimento também se posiciona contra o sistema de representação caracterís-tico das democracias liberais, afirmando a ação direta do indivíduo na sociedade. As ideias anarquistas também contemplam a crítica a todas as formas de preconceitos morais e ideológicos, com isso pretendiam fazer do indi-víduo um ser sem condicionamentos mentais, garantindo a sua total liberdade.Desse modo, podemos sintetizar assim essas ideias: defe-sa de uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade, coexistência harmoniosa, propriedade cole-tiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.

b) Os anarquistas defendem que em lugar de se apoderarem do Estado, os trabalhadores devem lutar pela sua abolição radical e imediata. Da mesma forma, acreditam que deve ser abolido todo o tipo de autoridade política opressora da liberdade humana. Preconizam a autogestão. E também concordam com a organização dos indivíduos.Essa organização deve levar em conta a ação consciente e voluntária de seus membros, promovendo a total igual-dade de modo a limitar as formas tradicionais de domínio político. Os anarquistas defendem desde o século XIX a criação de sociedades mutualistas, cooperativas, asso-ciações de trabalhadores (sindicatos e confederações), escolas, colônias e experiências de autogestão.

09. Identificam-se os países e as regiões avançados durante o século XIX como aqueles que desenvolveram intensos processos de expansão e crescimento econômico, acom-panhados pelo fortalecimento das instituições do Estado e sua relação com a cidadania. As características básicas, segundo Hobsbawm são:

a) um Estado nacional homogêneo, capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico; a organização social e política representativa, do tipo Liberal-Democrática; for-tes noções de cidadania que têm relação direta com as instituições do governo nacional; um Estado soberano.

b) O mundo avançado se destacou por altos índices de crescimento comercial, pela expansão industrial, pelo rápido crescimento populacional e pelo desenvolvimento de grandes centros urbanos. Este crescimento foi acompa-nhado pela democratização do acesso à educação básica. O continente que se destacou como centro do processo de desenvolvimento capitalista no século XIX foi a Europa.

c) Entre os países, se destacaram como sendo pertencentes ao primeiro mundo: a Bélgica, a Grã- Bretanha, a França, a Alemanha, a Holanda e a Suíça.

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10. a) O documento apresenta como justificativa para o Im-perialismo europeu a desigual distribuição das riquezas e matérias primas no mundo, concentradas na África, Ásia e Oceania, áreas habitadas por “raças incultas, ignorantes e incapazes” de usufruir destas riquezas; e a escassez destes produtos na Europa, habitada pela raça branca, superior pela sua maior capacidade intelectual, inventi-vidade e domínio científico, que a capacitariam para o melhor usufruto destas riquezas. Como estas riquezas são vistas como domínio de toda humanidade, o texto defende, então, o direito ao usufruto comum das mesmas.

b) O candidato poderá identificar uma entre as seguintes características: as inovações técnicas e econômicas (aço, eletricidade e petróleo) ocorridas em meados do século XIX causaram um grande crescimento da produção indus-trial, gerando enormes lucros, caracterizando a chamada Segunda Revolução Industrial, quando ocorre a passagem do capitalismo liberal e industrial para o capitalismo mono-polista e financeiro; as atividades produtivas e comerciais foram submetidas às instituições financeiras através de empréstimos e financiamentos, ou ainda do controle acionário; a busca de áreas para aplicação de capital excedente na forma de investimentos e empréstimos; a necessidade de mercados consumidores para os produtos industrializados; a necessidade de mercados produtores de matérias primas (inclusive fontes de energia); disputa entre as grandes potências, que buscaram nos novos domínios coloniais garantir o aumento de seus lucros e encontrar uma saída segura para seus excedentes de produção; busca de áreas para colocação de população excedente; obtenção de bases estratégicas visando à segurança do comércio nacional; a ideia de que as nações colonizadoras eram portadoras de uma “missão civilizadora, humanitária, filantrópica e cultural”, capaz de “levar a civilização” às áreas consideradas bárbaras; esta “missão civilizadora” era considerada o “fardo do homem branco”; influência do Darwinismo Social.

11. a) As intenções restauradoras do Congresso de Viena expressaram-se nas resoluções tomadas com o objetivo de restaurar a monarquia absoluta, reconduzir a aristocra-cia ao poder e restabelecer a situação política europeia anterior à Revolução Francesa. Para tal, o Congresso de Viena estabeleceu dois princípios: o da legitimidade e o do equilíbrio europeu. O princípio da legitimidade visava restaurar nos Estados europeus as dinastias consideradas legítimas, isto é, as que reinavam antes da Revolução e também restabelecer as fronteiras nacionais desse mesmo período; o princípio do equilíbrio europeu fundamentava--se no restabelecimento das relações de força entre as potências europeias por meio da divisão territorial do continente e também das possessões coloniais no mundo (alguns exemplos: a Inglaterra, a maior beneficiada, ob-teve a ilha de Malta, a região do Cabo, no sul da África, o Ceilão, ex-colônia holandesa, a Guiana na América do Sul e outras ilhas na América Central; a Península Itálica foi toda dividida, restando como Estados autônomos apenas o Reino de Piemonte Sardenha, os Estados Pontifícios e o Reino das Duas Sicílias; a Holanda incorporou a Bél-gica, formando os Países Baixos; a Rússia ficou com a maior parte da Polônia; a Suíça passou a ser um Estado neutro; a Prússia ficou com parte da Polônia e da região do Rio Reno e a Áustria ficou com outra parte da Polônia e o norte da Itália).O candidato poderá ainda indicar a criação da Santa Alian-ça, proposta pelo Czar Alexandre I da Rússia, durante o Congresso, com a justificativa de proteger a paz, a justiça e a religião, cujos objetivos foram lutar contra quaisquer manifestações nacionalistas e/ou liberais decorrentes das ideias difundidas pela Revolução Francesa.

b) O candidato poderá indicar um entre os seguintes prin-cípios do Liberalismo: a defesa da ideia da liberdade como princípio fundamental do liberalismo; a valorização do indivíduo, colocado à frente da razão de Estado, dos interesses de grupo e das exigências da coletividade; a defesa dos direitos à liberdade, igualdade, felicidade e propriedade como direitos naturais dos homens; o racio-nalismo e a crença na descoberta progressiva da verdade pela razão individual; a rejeição aos dogmas impostos pela Igreja, às autoridades, a afirmação do relativismo da verdade e a tolerância; a rejeição ao poder absoluto das

monarquias do Antigo Regime e a proposta de limitação do poder através da aplicação do princípio da separação e equilíbrio dos poderes, vista como uma garantia do indivíduo face ao absolutismo; a defesa de governos ba-seados em leis escritas, as constituições; a defesa da não intervenção do Estado na economia, este deveria apenas garantir que a iniciativa privada, individual ou coletiva, e a concorrência trabalhassem livremente; defesa da livre concorrência, do livre comércio, da liberdade de produção e do respeito às leis naturais.

12. a) O nacionalismo que aflorava nas revoluções de 1848 considerava a nação como comunidade que coexiste pa-cificamente e em condições paritárias com outras nações (Giuseppe Mazzini), ao passo que o nacionalismo que alimentou a Primeira Guerra defendia o expansionismo de uma potência sobre as outras, sobretudo sob a forma do imperialismo, entendido como legítima afirmação externa da supremacia nacional. Além disso, o nacionalismo da primeira metade do século XIX era de caráter liberal e até democrático, enquanto aquele beligerante da segunda metade do século foi uma reação contra a democracia parlamentar e contra os princípios do liberalismo clássico (daí a defesa generalizada do protecionismo econômico após 1873, bem como a exigência crescente da interven-ção do Estado por parte da alta burguesia, para reprimir o movimento operário internamente e para apoiar a ex-pansão imperialista externamente).

b) Como exemplos das rivalidades nacionalistas que eclo-diram na Europa antes da Primeira Guerra, o candidato deverá citar dois dentre os abaixo relacionados:1. o revanchismo francês (movimento de cunho naciona-lista-revanchista, que visava desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha na Batalha de Sedan e recuperar a Alsácia e a Lorena então cedidas ao II Reich);2. o pan-germanismo alemão (pregava a reunificação de todos os povos germânicos da Europa central criando a Grande Alemanha);3. o irredentismo italiano (doutrina que pregava a ane-xação daquelas regiões que por língua e cultura seriam italianas mas que estavam politicamente separada da Itália e submetidas à Áustria, como Trentino e Istria).

13. a) Segundo o texto, o enfraquecimento dos republicanos radicais (favoráveis aos negros) causado pela redução do apoio financeiro dos bancos a eles, devido a depressão de 1873. Por outro lado, desencadeou-se a atividade terrorista praticada pela KuKluxKlan contra os negros nos estados sulistas.

b) Diferenças entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos, sen-do o primeiro industrial, burguês, abolicionista e defensor do protecionismo alfandegário; já o Sul era agroexporta-dor, aristocrático, escravista e defensor do livre-cambismo.

14. a) Os Jogos Olímpicos eram realizados na cidade de Olím-pia em homenagem a Zeus, senhor do Olimpo na mitologia helênica. Para os antigos gregos, significavam ainda a confraternização entre as cidades-Estado e a celebração da superioridade do povo grego.

b) O teatro grego caracterizou-se pela restrição aos homens na atuação como atores, pelo uso de máscaras e as apre-sentações em anfiteatros ao ar livre. Quanto aos temas, caracterizou-se pelas tragédias e comédias.

15. A partir da década de 1970, neoliberalismo passou a significar a doutrina econômica que defende a absoluta liberdade de mercado e a restrição da intervenção estatal sobre a eco-nomia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo (Estado Mínimo). É nesse segundo sentido que o termo é mais usado hoje em dia.

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01. Numa quinta-feira, 24 de outubro de 1929, 12.894.650 ações mudaram de mãos, foram vendidas na Bolsa de Nova Iorque. Na terça-feira, 29 de outubro do mesmo ano, o dia mais devastador da história das bolsas de valores, 16.410.030 ações foram negociadas a preços que destruíam os sonhos de rápido enriquecimento de milhares dos seus proprietários. A crise da economia capitalista norte-americana estendeu-se no tempo e no espaço. As economias da Europa e da América Latina foram duramente atingidas. Franklin Delano Roosevelt, eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, procurou combater a crise e os seus efeitos sociais por meio de um programa político conhecido como New Deal.

a) Identifique dois motivos da rápida expansão da crise para fora da economia norte-americana.

b) Caracterize de maneira geral o New Deale apresente uma de suas medidas de combate à crise.

02. Durante os últimos três meses, visitei uns vinte estados deste belo país extraordinariamente rico. As estradas do oeste e do sudoeste pululam de pessoas famintas pedindo carona. As fogueiras dos acampamentos dos desabrigados são visíveis ao longo de todas as estradas de ferro. Os fazendeiros estão sendo pauperizados pela pobreza das populações industriais, e as populações industriais, pauperizadas pela pobreza dos fazendeiros. Nenhum deles tem dinheiro para comprar o produto do outro; consequentemente há excesso de produção e carência de consumo, ao mesmo tempo e no mesmo país.

Relato feito em 1932 por Oscar Ameringer à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

MARQUES, A. M. et al. História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 1990. (Adaptado).

O depoimento acima faz referência a efeitos da Crise de 1929 para a sociedade norte-americana. Apresente dois fatores que contribuíram para deflagrar essa crise e cite seu principal desdobramento para a economia europeia naquele momento.

03. Leia o texto a seguir.

Cresce a oferta de material neonazista em alemão na internet

Relatório do Jugendschutz.net (literalmente “proteção da juventude”), uma iniciativa de governos estaduais para a proteção de jovens usuários da internet, aponta que extremistas de direita usam cada vez mais a rede mundial de computadores para divulgar suas ideias, combinar ações e conquistar novos adeptos.

Em 2009 foram registrados 1872 sites da cena neonazista com conteúdo em alemão, 237 a mais do que no ano anterior e 839 a mais do que em 2005. Também a oferta de sites dedicados ao partido extremista NPD cresceu, passando de 190 para 242 entre 2008 e 2009.

Segundo Stefan Glaser, responsável pela área que monitora o extremismo de direita na Jugensdschutz, ‘a internet é o meio de propaganda por excelência para os extremistas de direita’.

Ainda segundo o relatório, cerca de 70% do conteúdo extremista disponível em alemão em 2009 estava armazenado em servidores fora da Alemanha, principalmente nos Estados Unidos.”

Disponível em: <http://www.dw-world.de>. Acesso em: 24/8/2010. (Adaptado).

A difusão do ideário nazista, agora facilitada pelas novas mídias, preocupa crescentemente não só as autoridades como também boa parte da sociedade alemã.

Explique dois princípios ideológicos marcantes do na-zismo entre 1920 e 1945.

04. Quando Colin Powell chegar às Nações Unidas hoje para defender a guerra contra Saddam Hussein, as Nações Unidas planejam cobrir a obra-prima de Picasso, “Guernica”, com uma capa azul. Repórteres e câmeras irão cercar o secretário de Estado (cargo equivalente ao de ministro das Relações Exteriores) na entrada do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde a reprodução de “Guernica” está pendurada. De fato, Powell não pode convencer o mundo sobre a necessidade de bombardear o Iraque cercado por mulheres, homens, crianças, touros e cavalos aos gritos e mutilados.

DOWD, Maureen. Powell without Picasso. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2003/02/05/opinion/powell-without-

-picasso.html>. Acesso em 6/12/2010. (Adaptado).

a) Quais eram as mensagens incompatíveis entre a fala de Colin Powell e a obra Guernica de Picasso?

b) Identifique os acontecimentos políticos associados à obra Guernica.

05. Em 1922, Ele marcha sobre Roma. Ele é a Itália em movimento. A Revolução prossegue. Depois de meio século de letargia, a nação cria seu próprio regime. Surge o Estado dos italianos. Seu poder manifesta-se. Suas virtudes vêm à tona. Seu império está em formação.

Esse grande renascimento (...) terá o nome Dele. Em todo o mundo se inaugura um século italiano: o século de Mussolini.

TURATTI, Augusto. Apud. SASSOON, Donald. Mussolini e a ascensão do fascismo, 2009.

O perfil de Benito Mussolini foi escrito em 1928 e mostra algumas características do fascismo italiano. Identifique, a partir do documento, como esse perfil de Mussolini, traçado pelo autor do texto, caracteriza a ideologia fas-cista e se opõe aos princípios políticos democráticos.

AULA VII SÉCULO XX

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06. Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra.

REMARQUE, Erich Maria. Nada de novo no front. São Paulo: Abril, 1974 [1929], p.9.

Publicado originalmente em 1929, logo transformado em bestseller mundial, o livro de Remarque é, em boa parte, autobiográfico, já que seu autor foi combatente do exército alemão na Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por “uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra”, considerando:

a) As formas tradicionais de realização de guerras internacionais, vigentes até 1914 e, a partir daí, modificadas.

b) A relação da guerra com a economia mundial, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX.

07. Existem épocas em que os acontecimentos concentrados num curto período de tempo são imediatamente vistos como históricos. A Revolução Francesa e 1917 foram ocasiões desse tipo, e também 1989. Aqueles que acreditavam que a Revolução Russa havia sido a porta para o futuro da história mundial estavam errados. E quando sua hora chegou, todos se deram conta disso. Nem mesmo os mais frios ideólogos da guerra fria esperavam a desintegração quase sem resistência verificada em 1989.

HOBSBAWN, Eric. 1989 – O que sobrou para os vitoriosos. Folha de São Paulo, 12/11/1990, p. A-2. (Adaptado).

a) No contexto entre as duas guerras mundiais, quais seriam as razões para a Revolução Russa ter simbolizado uma porta para o futuro?

b) Identifique dois fatores que levaram à derrocada dos regimes socialistas da Europa após 1989.

08. Observe a imagem a seguir.

Saudação nazista da seleção inglesa antes de amistoso com a Alemanha (1938)

Disponível em: <http://www.globoesporte.com>.

Havia um projeto fascista, uma utopia capaz de seduzir homens e mulheres, de arrastar multidões para além das interpretações esotéricas e hipnóticas de um líder único.SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. In: REIS FILHO, Daniel A.;

FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. O século XX – o tempo das crises. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2000.

Durante o período do entre guerras, a ideologia fascista teve uma significativa capacidade de atração sobre indivíduos e grupos de diversas regiões do mundo.

Tendo em vista o contexto social e econômico desse período, indique e explique uma prática dos regimes fascistas que tenha mobilizado o apoio popular.

09. Observe a imagem.

Alô, Amigos. 1943. Disponível em: <http://edicaoextrablog.blogspot.com/2010_01_01 archive.html>. Acesso em: 3/2010.

A imagem refere-se a uma cena de Alô, Amigos, filme lançado por Walt Disney, em 1943. Nessa cena, Zé Carioca apresenta o Rio de Janeiro para o Pato Donald, ao som da música “Aquarela do Brasil”, uma composição de Ary Barroso. Na cena, o encontro entre os dois perso-nagens simboliza a aproximação entre Brasil e Estados Unidos, nos anos de 1940. Diante do exposto, explique:

a) o principal interesse que orientou a aproximação entre Brasil e Estados Unidos;

b) com base na imagem como o personagem Zé Carioca expressa uma visão sobre a cultura brasileira no período.

10. A Revolução Russa é o acontecimento mais importante da Guerra Mundial.LUXEMBURGO, Rosa. A revolução russa. Lisboa: Ulmeiro, 1975.

A frase de Rosa Luxemburgo, polonesa então radicada na Alemanha, associa diretamente a ocorrência da Re-volução Russa com a Primeira Guerra Mundial.

Indique e analise possíveis vínculos entre os dois processos, destacando os efeitos da Guerra na vida interna da Rússia.

11. Se nem todas as grandes crises econômicas, como a atual, que, periodicamente acometem o capitalismo, levam a uma transformação no seu funcionamento, todas as grandes transformações pelas quais ele passou foram desencadeadas por uma grande crise.

Situe historicamente e explique as crises que levaram ao chamado capitalismo

a) com participação estatal (keynesiano).b) desregulado (neoliberal).

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12. Franklin D. Roosevelt assumiu a presidência dos Estados Unidos, no ano de 1933, em meio a uma grave crise econômica, iniciada em 1929; também Barak Obama deparou com um problema similar ao se tornar presidente do mesmo pais, em 2009.

a) Com relação ao governo Roosevelt, indique as medidas adotadas por ele para fazer frente à crise de 1929.

b) Com relação à crise de 2008, enfrentada pelo presidente Obama, indique os principais fatores que a desencadearam e como ela se manifestou.

13. Um aspecto fundamental da Guerra Fria (com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945) foi a reorganização das alianças internacionais e o recrudescimento das relações entre nações que pouco tempo antes estavam aliadas. De um lado estava a União Soviética, parte significativa da Europa Oriental e a China (após 1949), e do outro lado, a Europa Ocidental com o apoio explícito dos Estados Unidos, Canadá e os governos dos países da America Latina. Assim, a Guerra Fria representou uma busca permanente pelo equilíbrio de poder entre as duas potências globais. Mesmo que a disputa nunca tenha resultado em um conflito bélico direto entre os Estados Unidos e a União Soviética, em outros continentes como a África, a Ásia, a América Latina e no Caribe, a Guerra Fria foi marcada por conflitos armados prolongados, passando a se incorporar à geopolítica das lutas anticoloniais e de libertação nacional.

a) Identifique dois países asiáticos com os quais os Estados Unidos estiveram envolvidos diretamente em conflitos militares depois de 1945.

b) Cite três países africanos de língua portuguesa que iniciaram processos de libertação nacional na década de 1960.

c) Explique as razões apresentadas pelos Estados Unidos para a invasão da Baía dos Porcos (Cuba), em abril de 1961.

14. Leia os documentos a seguir.

Os camponeses partem para o front com incrível entusiasmo; e as classes superiores da sociedade, quer sejam liberais ou conservadoras, os aclamam, desejando-lhes boa sorte […] Habitualmente, os camponeses sentiam que não tinham nada a fazer a não ser beber; mas agora não é mais assim. É como se a guerra lhes desse uma razão para viver […] No ardor dos soldados russos se percebe o entusiasmo que agita o coração dos antigos mártires se lançando para a morte gloriosa.

LE BON, Gustave. 1916. apud. JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Guerra Mundial. O confronto de imperialismos. São

Paulo: Atual, 1992. p.17.

Após um ano de massacre, o caráter imperialista da guerra cada vez mais se afirmou; essa é a prova de que suas causas encontram-se na política imperialista e colonial de todos os governos responsáveis pelo desencadeamento desta carnificina. […] Hoje, mais do que nunca, devemos nos opor a essas pretensões anexionistas e lutar pelo fim desta guerra […] que pro-vocou misérias tão intensas entre os trabalhadores de todos os países.Conferência de Zimmerwald – 5 a 8 de setembro de 1915. Apud

JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Guerra Mundial. O confronto de imperialismos. São Paulo: Atual, 1992. (Adaptado).

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), estabeleceu-se, sobretudo na Europa, uma disputa de ideias em torno do envolvimento nesse conflito. Com base na leitura de cada um dos documentos, explique as posições assumidas sobre a participação na guerra.

15. Discorra sobre a experiência socialista iniciada na Europa no período entre as duas Guerras Mundiais.

Gabarito

01. a) Um motivo mais geral é o fato de existir, desde o final do século XIX, um modelo capitalismo monopolista, integrado internacionalmente. Além disso, grande parte dos países europeus dependia de investimentos de empresas estadu-nidenses no processo de recuperação de suas economias, abaladas pela Grande Guerra.

b) Foi um programa econômico intervencionista baseado nas teorias econômicas de John Maynard Keynes, que prega-va a importância do Estado como agente de definição da economia – e não o mercado como nas teorias liberais. Dentre as medidas adotadas, as mais destacadas são:• realização de obras públicas.• reforma no setor agrícola, garantindo aos produtores

recursos.• Política trabalhista com um salário mínimo.

02. Dois dos fatores:• especulação financeira.• superprodução agrícola.• superprodução industrial.• desaceleração do consumo.• quebra da Bolsa de Nova York.• reaquecimento das economias europeias.

A crise econômica e financeira, iniciada com a falência de empreendimentos agrícolas e industriais dependentes de capitais norte-americanos, repatriados em função da quebra da Bolsa de Nova York.A superprodução que caracterizou a economia estaduni-dense nos anos 20 está relacionada ao grande impulso da indústria durante a Primeira Guerra Mundial, que manteve seu ritmo acelerado de produção, mesmo com a recupera-ção europeia.Os efeitos da crise de 29 foram sentidos em praticamente todo mundo. Na Europa, os países dependentes dos Esta-dos Unidos para a recuperação, tiveram novamente suas economias abaladas e conheceram um processo marcado por falências e desemprego.

03. O candidato poderá desenvolver, entre outros, dois dos seguintes princípios: o antissemitismo, ou seja, o ódio e perseguição aos judeus; o racismo, ao considerar como seres inferiores todos aqueles que não fossem de origem ariana, como os próprios judeus, ciganos, eslavos etc; o totalitarismo, ou seja, a defesa de que a vida social e o indi-víduo devam estar inteiramente submetidos aos interesses de um Estado autoritário, o que autorizaria a este eliminar as liberdades individuais; as forças políticas de oposição e a democracia representativa; o militarismo, como instrumento de defesa de uma ordem que assegure a obediência ao Estado; garanta um aparato repressivo capaz de impedir qualquer tipo de oposição a suas diretrizes e sirva de base para uma política expansionista; o unipartidarismo, a concep-ção de que um único partido inteiramente identificado com as orientações do Estado totalitário é capaz de representar a sociedade; o pan-germanismo, produto de um nacionalismo extremado que defendia a organização de todos os alemães em um único Estado germânico que fosse a expressão da superioridade da raça ariana.

04. a) Colin Powell defenderá uma postura belicista dos Estados Unidos, que pretendem (2003) invadir e ocupar o Iraque, enquanto que o famoso quadro de Picasso é um libelo contra a guerra, uma obra que denuncia as atrocidades cometidas durante a Guerra Civil Espanhola quando o

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avião alemão bombardeou a vila de Guernica.b) A Guerra Civil Espanhola está associada ao processo de

modernização da Espanha, dirigido pelos republicanos, com apoio dos grupos de esquerda e rechaçado pelos grupos conservadores – latifundiários, Igreja e militares – que apoiaram a ascensão do fascismo na Espanha, em uma época em que ele também se afirmava na Alemanha, Itália e Portugal.

05. O autor do texto faz uma grande exaltação do líder fascista, identificando características de sua personalidade com as da nação. As principais características do perfil de Mussolini estão relacionadas ao dinamismo dado por ele e por seu movimento ao país exaltando a liderança pessoal como necessária para a formação de um império. Percebe-se a necessidade de centralização do poder na figura de um líder, o Duce, desprezando as formas democráticas coletivas e organização e exercício do poder.

06. a) Antes da Primeira Guerra Mundial as batalhas eram caracterizadas por “guerras de movimento”, com o des-locamento de grande contingente humano, com armas pessoais e enfrentamentos “corpo-a-corpo” nos quais os indivíduos eram decisivos. Com o avanço da tecnologia bélica durante a Primeira Guerra Mundial, houve grande modificação nos conflitos, com a percepção de que as armas de destruição em massa é que determinavam as possibilidades de vitória, com a destruição da infraestru-tura inimiga e não necessariamente com a eliminação do exército adversário.

b) A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que tem forte relação ao momento vivido pelo capitalismo do final do século XIX e início do XX, pois um dos principais motivos geradores do conflito foi a disputa imperialista entre as nações europeias, envolvidas no neocolonialismo com o objetivo de explorarem matéria-prima, mão de obra barata e garantir mercado consumidor, instalando suas indústrias e ampliando o poderio econômico. Portanto foi a expansão do capitalismo em sua fase imperialista, com intensa disputava por territórios na África e Ásia que deu origem à Grande Guerra.

07. a) A Revolução Russa representou, no início do século, a possibilidade de construção de sociedades mais justas e igualitárias, de destruição de um modelo capitalista opressor e concentrador de riquezas e estimulou milhões de pessoas, principalmente trabalhadores e jovens, em diversos países do mundo, a uma luta política pela construção de um novo mundo.

b) O ano de 1989 tornou-se emblemático para a crise do socialismo, com a “queda do muro de Berlim”, símbolo da divisão do mundo em blocos antagônicos, que é a principal característica da Guerra Fria. A queda do muro apenas refletiu a crise do modelo soviético, estagnado há décadas, tanto que foi mais uma festa do que uma revolução. A crise do modelo soviético está associada à incapacidade da antiga URSS manter sua política de corrida armamen-tista que tentava acompanhar os Estados Unidos e pela debilidade de seu potencial industrial.

08. Uma prática e respectiva explicação:• política de massas / realizar rituais e cerimônias

grandiosos, criando a ideia da participação ativa de todos na construção de uma nova sociedade mais igualitária

• fortalecimento da identidade nacional / estimular o nacionalismo como forma de contrabalançar a crise de identidade dos indivíduos, principalmente dos trabalhadores desempregados

• construção de uma comunidade idealizada / pregar o resgate de um passado nacional, contrapondo-o ao isolamento das sociedades modernas urbano-industriais

• união entre o trabalho e o capital / construir o discurso da valorização da capacidade do Estado de disciplinar a luta de classes, organizando de forma harmoniosa e corporativa a sociedade em prol do bem comum e nacional

Fazer uma propaganda popular, feita para as massas e

repetitiva era o objetivo constante de Hitler. A propaganda nazista buscava atingir o emocional das grandes massas, gerar uma concepção apaixonada sobre a mensagem emitida. Na propaganda nazista, entre outras práticas predominou a cinematografia e o crescimento político do partido nazista deveu-se sobretudo, à intensa utilização do cinema. Segundo o ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, o cinema era o meio mais moderno de influenciar a população na época.Além do cinema, os eventos aparatosos onde se difundiam os símbolos do nazismo, a noção de ordem e o nacionalismo, também contribuíam significativamente para a identificação do povo alemão com o nazismo.

09. a) Apesar de os Estados Unidos há muito tempo considera-rem as Américas sua área de influência política e cultural, no contexto da década de 1940, o principal interesse que orientou a aproximação entre Brasil e EUA foi a participa-ção brasileira na Segunda Guerra Mundial, determinada, especialmente, após a entrada dos Estados Unidos no conflito, em 1941, e o afundamento de navios brasileiros, em 1942. Antes mesmo do envio da FEB (Força Expe-dicionária Brasileira) à Itália, o Brasil contribuía com os Aliados, comercializando matérias-primas (borracha, minérios de ferro) e cedendo bases militares (em Natal, Belém, Salvador e Recife, dentre outras).

b) Os elementos simbólicos utilizados por Walt Disney in-dicam uma imagem sobre a cultura brasileira, afirmada pela “Política da Boa Vizinhança”, que contribuía para a “americanização do Brasil”. Assim, no caso de Zé Carioca, personagem criado por Walt Disney, ocorre a associação entre as características do personagem e as do “povo brasileiro” como sinônimo de “carioca” (natural da cidade do Rio de Janeiro). Nesse sentido, o papagaio falante, imagem estereotipada do brasileiro, representava a malan-dragem, a alegria e a boemia, características associadas também à cidade, cuja vida urbana evocava o prazer (a cachaça, a praia e o carnaval).

10. A formação de sindicatos, partidos e soviets antecede a Guer-ra e a Revolução, dada as precárias condições econômicas e políticas da Rússia dos Czares. No entanto, a Grande Guerra serviu para agudizar as contradições e a pobreza e permitiu que se ampliasse a discussão política sobre os governantes da época e sobre as possibilidades de mudança. O Partido Bolchevique se opôs à guerra e a identificou como a grande responsável pela miséria dos trabalhadores, utilizando-a em sua propaganda política.

11. a) O capitalismo “keynesiano”, caracterizado por grande intervenção do Estado na economia segundo os princípios do economista inglês John Maynard Keynes, desenvolveu--se a partir da crise de 1929 e sua principal manifestação foi o New Deal, programa de recuperação implementado pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1934, a partir do qual exerceu grande controle sobre o sistema financeiro, sobre as atividades produtivas e sobre as relações de trabalho.

b) O capitalismo desregulado ou neoliberal é aquele onde o Estado não aparece como agente, ou seja, é a própria dinâmica do mercado (Lei da oferta e da procura) que de-termina as relações de produção, os preços, as condições de compra ou venda, considerando-se que, nesse caso o papel do Estado é “mínimo”, apenas de fazer cumprir as leis e zelar para a manutenção da livre concorrência. O neoliberalismo foi impulsionado pelos governos dos Estados Unidos e Inglaterra a partir dos anos 70, fruto da crise do capitalismo internacional provocada pela crise do petróleo.

12. a) No início do governo do presidente norte-americano Franklin Roosevelt, foi implantado o New Deal, plano econômico visando à recuperação da economia estaduni-dense, frente aos efeitos da crise iniciada em 1929. Entre outras medidas, destacam-se: a criação de grandes obras públicas visando à geração de emprego e renda e amplia-ção da infraestrutura; a criação do salário-desemprego; a administração de Reassentamento que transferiu famílias que ocupavam terras de qualidade inferior; a Lei de As-sistência Civil à Conservação e ao Reflorestamento, que criava frentes de trabalho para os jovens e desemprega-dos; a Lei do Ajustamento Agrícola, que subsidiava os

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fazendeiros que reduzissem a sua produção; a concessão de financiamentos a fazendeiros e industriais e supervisão do sistema financeiro pelo governo federal.

b) Podem ser apontados como fatores da crise de 2008-09: a especulação financeira e a má gestão da de grandes corporações favorecidas por preceitos neoliberais.A crise começou no setor imobiliário norte-americano e atingiu, inicialmente bancos, indústrias e as bolsas de valores nos Estados Unidos, mas logo se espalhou pelo mundo, ocasionado recessão econômica e altos índices de desemprego. Para minimizar os efeitos da crise e na medida do possível, reverter esse processo, vários gover-nos adotaram práticas intervencionistas como programas de isenções fiscais e aportes financeiros visando salvar empresas e evitar o aumento do desemprego.

13. Os dois países asiáticos com os quais os Estados Unidos estavam diretamente envolvidos em conflito armado são a Coreia do Norte (1950) e o Vietnam (1964). Em 1950, poucos meses depois da vitória de Mao TseTung na China, os Estados Unidos (liderando uma força militar das Nações Unidas) enviou tropas à Coreia do Sul depois que a Coreia do Norte passou o paralelo que dividia os dois países. O conflito rapidamente se expandiu para guerra envolvendo além dos Estados Unidos, as Nações Unidas, a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e a China. A Guerra da Coreia só terminou quando os Estados Unidos e a Coreia do Norte assinaram um acordo de paz em 1953. Depois de as tropas do Ho Chi Minh derrotarem a França no Vietnam em 1954, paulatinamente os Estados Unidos inicia-ram sua intervenção naquele país, enviando cada vez maior número de tropas. O conflito inspirou um massivo movimento pela paz nos Estados Unidos, mas a guerra só terminou em abril de 1975 quando as tropas norte-vietnamitas tomaram Saigon (antiga capital do Vietnam do Sul). Em ambos os casos, a razão oferecida pelos Estados Unidos era a de deter o avanço do comunismo no mundo. Os três países da África de língua portuguesa que iniciaram lutas de libertação nacional na década de 1960 foram Angola (1961), Guiné Bissau (1963) e Moçambique (1964). Todos lutaram contra a dominação colonial portuguesa e só terminaram em 1974, com a Revolução dos Cravos em Portugal. A invasão da Baía dos Porcos (Cuba) foi uma operação militar organizada pelo serviço secreto norte-americano – CIA, em abril de 1961. Armando refugiados cubanos, o governo de John F. Kennedy tentou derrubar o governo de Fidel Castro, que rapidamente se identificava com os países socialistas e com os movimen-tos de libertação nacional na África e na América Latina. Mais uma vez a justificativa apresentada pelos Estados Unidos para a ação foi a de deter o avanço do comunismo.

14. No caso do primeiro documento, datado de 1916, expressa--se uma posição favorável à participação no conflito, em acordo com o princípio nacionalista. Para os nacionalistas, a guerra associava-se à defesa da Pátria, o que exigia a unidade do povo para defender os interesses internos. Nesse sentido, os nacionalistas atribuíram ao combate um caráter positivo e saneador, inclusive moral. No interior dessa atri-buição, o soldado era visto como um herói e o entusiasmo articulava-se a um sentimento de dever para com a pátria que, por sua vez, preenchia de sentido a vida do combatente.No caso do segundo documento, datado de 1915, a posição é contrária à guerra, sendo a expressão de um princípio socialista. Mesmo considerando as tensões internas ao movimento e a existência de alguns socialistas que apoiavam a participação no conflito, a guerra é interpretada, neste do-cumento, como um sintoma da disputa imperialista e como um entrave aos interesses dos trabalhadores.

15. Ao final da Primeira Guerra Mundial iniciou-se a experiência socialista na URSS. A Revolução de 1917 consolidou-se nos anos seguintes, ao final da Guerra Civil em 1921 e com a implementação de medidas de reordenamento econômico no país, com a NEP e posteriormente com os Planos Quin-quenais. O movimento socialista conheceu grande expansão na Europa e na América, com o crescimento de partidos comunistas e socialistas em diversos países, mas que não chegaram ao poder.Os Estados socialistas do Leste Europeu somente se forma-

ram ao final da Segunda Guerra, portanto, não devem ser considerados na questão.

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A escolha de quem pensa! 31

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01. “No final de 1960, os Estados Unidos já tinham cerca de vinte embaixadas na África. Eram em torno de quarenta os pontos diplomáticos e consulares em diferentes partes do continente.

A União Soviética, por sua vez, manteve acesa sua política africana, que variou em seus objetivos ao longo do tempo”. SARAIVA, José Flávio Sombra. Relações Internacionais, dois

séculos de História: entre a ordem bipolar e o policentrismo (de 1947 a nosso dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 53. (Adaptado).

Cite duas razões para a crescente presença dos EUA e da URSS no continente africano na década de 1960.

02.

Foto aérea de Hiroshima após a destruição causada pela bom-ba atômica. Disponível em: <http://br.groups.yahoo.com/group/

retrans/message/11783>. Acesso em: 31/10/2012.

Os EUA enviaram, em 2010, pela primeira vez, um em-baixador, John Ross, para participar das comemorações relativas ao ataque nuclear em Hiroshima. A cidade industrial de Hiroshima foi bombardeada no dia 6 de agosto de 1945, o que resultou na morte de cerca de 140 mil pessoas. Essa é considerada a maior tragédia nuclear da história. Três dias mais tarde, os EUA lan-çaram uma segunda bomba em Nagasaki, causando mais 70 mil mortes. No âmbito das comemorações em Hiroshima, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-Moon, voltou a apelar pelo desarmamento nuclear no mundo.

Disponível em: <http://dn.sapo.pt>. (Adaptado).

O lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki possibilitou o fim da Segunda Guerra Mun-dial, acarretando, para todos os países envolvidos no conflito, muitas transformações e inaugurando novas tensões internacionais.

Aponte dois efeitos da Segunda Guerra Mundial para a sociedade japonesa e dois efeitos da utilização de armamentos nucleares para as relações internacionais no pós-guerra.

03. Cuba e as reformas do bloco socialista: backtothe future?

Os líderes cubanos excitaram a imaginação do mundo ao lançarem em setembro o mais radical pacote de medidas. As reformas cubanas trazem logo à mente duas grandes ondas de reforma na antiga União Soviética: a Nova Política Econômica - NPE, nos anos 1920, e o início da Perestroika, em meados dos anos 1980. Em ambas, inicialmente, as medidas tomadas e o espírito condutor eram bastante parecidos, mas os resultados das duas foram completamente diferentes. Qual desses caminhos seguirá Cuba, em um mundo cada vez mais globalizado?

SEGRILLO, Ângelo. O Globo, 19 set 2010.

No mundo contemporâneo, países socialistas viveram situações de crise, contornadas por meio da promoção de reformas, como as mencionadas no texto.

Aponte um princípio comum à Nova Política Econômica e à Perestroika. Em seguida, indique principal resultado de cada uma dessas políticas promovidas pelo governo soviético.

04. Em 1929, com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque, ocorreu uma das mais graves crises econômicas do século XX, responsável em parte pela revisão do sistema capitalista, o qual abandonou as tradicionais propostas liberais de controle cambial e deflação.

Do ponto de vista do consumo de bens móveis, de que maneira a Crise de 1929 se relaciona com o desenvol-vimento do sistema de moda?

05. “O fascismo rejeita na democracia o embuste convencio-nal da igualdade política, o espírito de irresponsabilidade coletiva e o mito da felicidade e do progresso indefinido [...] Não se deve exagerar a importância do liberalismo no século passado, nem convertê-lo numa religião da humanidade para o presente e o futuro, quando na realidade ele foi apenas uma das muitas doutrinas daquele século [...] Agora o liberalismo está prestes a fechar as portas de seu templo deserto [...] O presente século é o século da autoridade, um século da direita, um século fascista” .

MUSSOLINI, Benito. In: MAZOWER, Mark. Continente sombrio: a Europa no século XX. São Paulo: Companhia das

Letras, 2001, p. 29.

O discurso proferido por Mussolini explicita a concepção política fascista nos anos 20 e 30 do século passado.

Cite dois aspectos do regime fascista contrários aos princípios liberais.

06. A Primeira Guerra Mundial não resolveu nada. As espe-ranças que gerou – de um mundo pacífico e democrático de Estados-nação sob a liga das nações; de um retorno à economia mundial de 1913; mesmo (entre os que saudaram a revolução russa) de capitalismo mundial derrubado dentro de anos ou meses por um levante dos oprimidos – logo foram frustradas. O passado estava fora de alcance, o futuro fora adiado, o presente era amargo, a não ser por uns poucos anos passageiros em meados da década de 1920.

HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

AULA VIII SÉCULO XX

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O período entre-guerras (1919 – 1939) começou com uma combinação de esperança e ressentimento.

Diversos acordos foram impostos pelos Estados ven-cedores aos derrotados. O mais conhecido deles é o Tratado de Versalhes de 1919. Outros tratados com-plementares também foram assinados e igualmente tiveram grande importância para a geopolítica mundial.

Indique duas transformações na geopolítica mundial decorrentes desses tratados complementares.

Em seguida, cite dois países que foram submetidos a eles.

07. Os animais humanizados de Walt Disney serviam à glorificação do estilo de vida americano. Quando os desenhos de Disney já eram famosos no Brasil, o criador de Mickey chegou aqui como um dos embaixadores da Política da Boa Vizinhança. Em 1942, no filme Alô, amigos, um símbolo das piadas brasileiras, o papagaio, vestido de malandro, se transformou no Zé Carioca. A primeira cópia do filme foi apresentada a Getúlio Vargas e sua família, e por eles assistida diversas vezes. Os Estados Unidos esperavam, com a Política da Boa Vizinhança, melhorar o nível de vida dos países da América Latina, dentro do espírito de defesa do livre mercado. O mercado era a melhor arma para combater os riscos do nacionalismo, do fascismo e do comunismo.TOTA, Antonio Pedro. O imperialismo sedutor: a americaniza-ção do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo: Compa-

nhia das Letras, 2000, pp. 133-138, 185-186. (Adaptado).

Disponível em: <http://www.museu.ufrgs.br/programacao/index.php?messelec=10&&anoselec=2006>.

a) De acordo com o texto, de que maneiras os personagens de Walt Disney serviam à política externa norte-americana na época da Segunda Guerra Mundial?

b) Como o governo Vargas se posicionou em relação à Segunda Guerra Mundial?

08. “Como a Revolução Francesa, em fins do século XVIII e começo do século XIX, as Revoluções Russas que levaram à fundação da URSS modificaram a face do mundo. Para muitos deram início ao século XX. Seja qual for nossa opinião a respeito, é inegável que imprimiram sua marca a um século que só terminou com o desaparecimento dos resultados criados por elas”.

REIS FILHO, Daniel Aarão. As revoluções russas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 37.

a) Identifique duas medidas adotadas pelos bolche-viques entre 1917 e a criação da União Soviética (1922).

b) Explique uma questão de ordem interna à União Soviética que contribuiu para o seu fim em 1991.

09. Na década de 1960, as Américas foram sacudidas por um verdadeiro furacão: a Revolução Cubana. Iniciada em 1959, devastou as estruturas políticas até então existentes. Figuras como Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Che Guevara tornaram-se ícones da juventude do período e foram “imitados” por jovens de todo o mundo que buscavam contestar os regimes políticos e o poder tradicional.

Tendo isso em conta,

a) cite duas causas que expliquem a Revolução Cu-bana;

b) analise as relações entre o governo de Jânio Quadros e os líderes cubanos no período.

10. Enquanto um povo se uniu em 1989 sobre as ruínas de um muro que ia de Dresden a Berlim, outros muros são levantados na atualidade para separar os homens, tornando-os estrangeiros, inimigos.

Observe as imagens e faça o que se pede.

Construção do Muro de Berlim

Muro-vedação que separa a cidade de Nogales (México) da de Sonora (EUA)

a) Caracterize o contexto histórico em que foi construído o muro de Berlim.

b) Identifique dois aspectos relativos às tensões vividas na fronteira entre Estados Unidos e México, na atualidade.

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11. O premiado documentário brasileiro “Condor”, de 2007, dirigido por Roberto Mader, resgatou diferentes versões do que ficou conhecido como “Operação Condor”, ou seja, um conjunto de ações político-militares coordenadas, nos anos 70 do século passado, por diversos governos da América Latina, como Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

a) Apresente um argumento dos governos envolvidos na Operação para levá-la adiante.

b) Em meados da mesma década de 1970, algumas longas ditaduras europeias chegaram ao fim, uma das quais em Portugal.Identifique uma característica da Revolução dos Cravos (1974).

12. Há sessenta anos, com a proclamação da República Popular da China, nascia a maior nação comunista do planeta. Durante esse período, o panorama mundial se transformou, e sucessivos governos chineses promoveram campanhas e reformas que imprimiram ao país um novo perfil.

Disponível em: <http://www.politicalcartoons.com>. Acesso em: 29/9/2009.

Em 1949, a vitória da Revolução levou Mao-Tsé-Tung à presidência da recém-proclamada República Popular da China.

Analise o panorama político mundial da época, expli-cando dois fatores que conduziram a população chinesa à Revolução.

13. Dois norte-americanos se tornaram célebres por caminhar na lua: o comandante Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar no solo lunar em 1969 e, metaforicamente, o ídolo pop Michael Jackson, que eternizou o moonwalker, passo de dança que simula uma caminhada em gravidade zero.

Sobre o contexto histórico-cultural que envolveu essas duas personalidades marcantes do século XX, analise:

a) o contexto geopolítico internacional que levou os norte-americanos a conquistar a Lua;

b) o fenômeno Michael Jackson como um exemplo da globalização cultural.

14. À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quando Nehru anunciava ao mundo uma Índia independente, trens carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade, cruzavam a fronteira entre a Índia e o novo Paquistão, em uma das mais cruéis guerras civis do século XX. Gandhi, profundamente comovido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu.FESTINO, Cielo G. Uma praja ainda imaginada: a representa-

ção da Nação em três romances indianos de língua inglesa. São Paulo: Nankin/Edusp, 2007, p.23. (Adaptado).

a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia?

b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia?

15. A Guerra do Vietnã opôs o norte ao sul do país e contou, entre 1961 e 1973, com participação direta dos Estados Unidos. Relacione esta guerra com a:

a) Descolonização da Ásia.b) Guerra Fria.

Gabarito

01. O candidato deverá citar duas das seguintes razões: os EUA e a URSS buscaram ampliar sua influência política na África agregando novos aliados aos seus respectivos blocos de poder durante a Guerra Fria; os novos Estados nacionais africanos, surgidos do movimento de descolonização, ao buscar aliados políticos internacionais para viabilizar os seus respectivos projetos nacionais aproximaram-se da URSS e dos EUA; o continente africano foi alvo de intensas disputas político-militares entre EUA e URSS durante a Guerra Fria em razão de interesses geopolíticos e econômicos.

02. Dois dos efeitos para a sociedade japonesa:• destruição de cidades.• proibição de rearmamento.• prejuízos para a população civil.• reconstrução nacional em bases capitalistas.• aceitação da rendição incondicional perante os EUA.• ocupação militar e intervenção política e administrativa

norte-americana.• adoção de reformas políticas de restrição ao poder

exercido pelo imperador.Dois dos efeitos para as relações internacionais:

• instauração da Guerra Fria.

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• reavaliação dos riscos decorrentes das guerras.• desenvolvimento de políticas armamentistas

nucleares.• concorrência entre os países pela posse de arsenal

nuclear.A derrota japonesa implicou um conjunto de mudanças po-líticas, militares e econômicas. A intervenção dos Estados Unidos realizou-se com o pretexto de ajudar a recuperar e modernizar o país que, proibido de se armar, investiu em áreas estratégicas da economia naquele momento, como a eletrônica.O final da Guerra implicou na derrota dos principais regimes fascistas e inaugurou o período de Guerra Fria, envolvendo interesses das novas superpotências, Estados Unidos e União Soviética.

03. Um dos princípios:• abertura para a iniciativa privada em pequena escala.• manutenção do controle estatal sobre os setores-

chave da produção.A NPE permitiu contornar a crise e consolidou a orientação socialista soviética.A Perestroika conduziu à desintegração da União Soviética e ao fim do socialismo nos países do bloco sob sua influ-ência direta.

04. Na década de 1920, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca. Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas. Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que fre-quentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

05. O aluno deverá citar, dentre outras, as seguintes caracte-rísticas dos regimes fascistas que se opõem aos princípios liberais: Estado totalitário, corporativismo, unipartidarismo, culto à personalidade.

06. Duas das transformações:• desaparecimentos de impérios centrais multiétnicos

e pluriculturais, como o austro-húngaro e o turco-otomano

• surgimento de novos Estados no leste europeu: Tchecoeslováquia, Polônia, Iugoslávia, além da Áustria e da Hungria, separadas uma da outra

• entrega de territórios anteriormente turcos ao Reino Unido (Palestina, Jordânia e Mesopotâmia) e à França (Líbano e Síria) pela Liga das Nações

• reforço da política de isolamento imposta à Rússia, com a criação de um cordão sanitário, formado também por países surgidos da desagregação do império austro-húngaro

Dois dos países:• Áustria• Hungria• Bulgária• Turquia

07. a) De acordo como o texto, a importância os personagens de Walt Disney serviam para glorificar o estilo de vida americano e propagar a Política de Boa Vizinhança na defesa do livre mercado como uma forma de combater o nacionalismo, o fascismo e o comunismo.

b) O governo Vargas procurou manter uma política de neutra-lidade até 1942. Porém, quando navios brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães, o Brasil entrou na guerra contra o Eixo. A presença brasileira no conflito se deu pelo envio de tropas da FEB para combaterem na Europa e pela permissão do governo brasileiro para a instalação de bases militares no Nordeste para as o uso forças aliadas.

08. a) O candidato poderá indicar, entre outras, as seguintes medidas: Instituição do Conselho de Comissários do Povo; proclamação dos Decretos: sobre a Terra (reforma agrá-ria), Paz (armistício imediato e negociações para a retirada

da Rússia da 1a Guerra), Controle Operário (estatização e direção operária das fábricas); Declaração dos Povos da Rússia (igualdade entre as nações russas e o direito de cada uma delas constituir um Estado nacional próprio); organização do Exército Vermelho para enfrentar os “ exércitos brancos” na Guerra Civil (1918-1921); adoção do “comunismo de guerra” (apropriação de bens e terras; regulamentação da produção etc) durante a Guerra Civil; estabelecimento da NEP (Nova Política Econômica), com a permissão para o ingresso de capital estrangeiro e da ati-vidade de pequenas e médias empresas privadas (1921).

b) O candidato poderá desenvolver, entre outros, os seguin-tes aspectos: a perda de capacidade da URSS de manter taxas crescentes de desenvolvimento econômico, espe-cialmente, na virada para os anos 80; o esvaziamento do discurso igualitário desvelado, por exemplo, nas gritantes desigualdades que separavam os membros do Partido e do resto da população; o fracasso da perestroika (reestru-turação), conjunto de iniciativas tentadas por Gorbachev para reeguer a economia da URSS; o êxito parcial da glas-not (transparência), com a afirmação de um ambiente de liberades e debates públicos acerca das grandes questões que envolviam a URSS e o chamado socialismo realmente existente; o acirramento das disputas entre reformistas (defensores de radicalizar a perestroika e a glasnot) e os conservadores (receosos de que se perdesse o controle sobre as mudanças); a emergência da questão nacional, ou seja, a luta de inúmeras repúblicas, até então abrigadas na URSS, por suas identidades, autonomia e, em muitos casos, independência.

09. a) Espera-se que o candidato discorra sobre alguns dos seguintes tópicos:• Interferência norte-americana nos assuntos internos

de Cuba (“Emenda Platt”);• Ditadura de Fulgêncio Batista;• Desigualdade social;• Guerra Fria.

b) Espera-se que o candidato possa assinalar a ambiguidade de um presidente eleito pela sigla direitista UDN e, ao mesmo tempo, ter condecorado Che Guevara.

10. a) O muro de Berlim foi construído no ano de 1961, no contex-to da Guerra Fria, caracterizada pela bipolarização política, ideológica e militar entre os blocos socialista e capitalista, liderados pela URSS e pelos EUA respectivamente. Após um primeiro momento de tensão envolvendo a Alemanha, em 1948, com o bloqueio terrestre imposto pelo governo soviético à cidade de Berlim, foram instituídas no ano seguinte as duas Alemanhas, a ocidental – República Federal da Alemanha – e a oriental – República Demo-crática Alemã.Em agosto de 1961, foi construído o Muro de Berlim, que separou concretamente os dois lados da cidade (incrus-tada na parte soviética) e se tornou símbolo da separação alemã e da Guerra Fria.

b) O candidato poderá identificar dois entre os seguintes aspectos: • atraídos pelas possibil idades de trabalho e

enriquecimento nos EUA, milhares de pessoas tentam cruzar a fronteira dos EUA com o México (muitas fábricas norte-americanas, conhecidas como “maquiladoras”, instalaram-se nos últimos anos na fronteira com o objetivo de utilizar a mão de obra barata oferecida pelos mexicanos que se concentram no norte do país); estes imigrantes ao cruzar a fronteira podem enfrentar inúmeros problemas como prisões, conflitos com fazendeiros, fome ou afogamento.

• a população de imigrantes sem documentação que mora e trabalha nos Estados Unidos vem crescendo, regularmente, desde a Reforma de Imigração e o Ato de Controle (IRCA) de 1986; esta legislação gerou um maior controle nas fronteiras e a imposição de penalidades contra aqueles que empregam pessoas sem documentação.

• com o reforço da fronteira californiana, a tensão maior encontra-se atualmente na fronteira do Arizona, para

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onde os imigrantes mexicanos passaram a ir devido ao menor controle; na falta de policiamento desta fronteira, os fazendeiros da região assumiram este papel, provocando o aumento da violência e das tensões.

É ao longo desta fronteira que existe um muro intercalado com trechos de arame farpado controlado pela guarda da fronteira norte-americana e por sistemas eletrônicos, com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. Em 2006, foi aprovada a ampliação desse muro, o que tem gerado protestos por parte de organizações não governamentais e de defensores dos direitos humanos.• a fronteira é também um lugar de tensão devido ao

tráfico de drogas e armas.• As diferenças culturais e linguísticas também

provocam o aumento de tensões étnicas e culturais na fronteira.

11. a) A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai), criada com o objetivo de coordenar a repressão aos opositores dessas ditaduras instalados nos seis países do Cone Sul. A operação, liderada por militares da América Latina, foi batizada com o nome do condor, abutre típico dos Andes. Montada no início dos anos 1970, a Operação Condor durou até o processo de redemocratização, na década seguinte. Aação foi conjunta e o governo norte-americano dela tinha conhecimento, conforme demonstram documen-tos secretos divulgados pelo Departamento de Estado em 2001. No entanto, nesses documentos, não há evidências que comprovem a participação ativa dos Estados Unidos.

b) A Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal em 1974, foi o movimento que derrubou o regime salazarista, ditadura estabelecida no país desde 1932 e cujo último representante era primeiro ministro Marcelo Caetano, restabelecendo as liberdades democráticas e promovendo transformações sociais no país.A revolução iniciou-se no dia 25 de abril de 1974, com a execução à meia-noite através de uma emissora de rádio, da música Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso proibida pela censura, adotada como senha para o início do movimento. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto, o que resultou na sua fuga para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim da di-tadura e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento. Uma das primeiras realizações do novo governo português foi reconhecer a independência de suas colônias na África, processo que se iniciara em 1973 com a declaração unila-teral da República da Guiné Bissau, que foi reconhecida pela comunidade internacional, mas não pela potência colonizadora.

12. A Revolução Chinesa de 1949 que levou à implantação do socialismo no país ocorreu no contexto do início da Guerra Fria e em meio às iniciativas imperialistas de países capita-listas em relação à China.A exploração imperialista, agravada com o desemprego e a inflação vivida pelos chineses nos anos que antecederam a Revolução, estimulou um sentimento nacionalista entre a maioria dos chineses e favoreceu a difusão dos ideais socialistas, sobretudo entre os camponeses, fatores que contribuíram para o êxito do movimento liderado por Mao TseTung.

13. a) Espera-se que o candidato aborde:• Competição entre EUA e URSS pelo domínio

espacial;• Guerra Fria.

b) Espera-se que o candidato aborde:• Indústria Cultural;• Cultura pop;• Desenvolvimento dos meios de comunicação e de

novas linguagens midiáticas.

14. a) Segundo o texto, ao promover a separação entre religião e Estado, Nehru procurou conter o poder do hinduísmo majoritário sobre as minorias religiosas, de forma a im-

pedir que estas últimas, particularmente os muçulmanos, sofres-sem perseguições.

b) Não-violência, resistência passiva, desobediência civil e boicote aos produtos britânicos.

15. a) Durante a Segunda Guerra Mundial, com a derrota da França na primeira fase da Guerra, o Vietnã que era um domínio colonial francês foi ocupado pelo Japão. Quando a guerra terminou, a França tentou restabelecer o controle, mas não conseguiu. Os franceses foram derrotados pelo Viet Minh na Batalha de DienBienPhu, em 1954 na pri-meira guerra da Indochina, mesmo com ajuda dos EUA. Na Conferência de Genebra o Vietnã foi dividido em dois países separados, conhecidos como Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.

b) Durante a Guerra Fria, o norte tinha o apoio da China e da União Soviética, enquanto o sul era “apoiado” pelos EUA. Em 1965, os Estados Unidos enviaram tropas para impedir o governo do Vietnã do Sul de entrar em colapso completo devidoas ações do Vietcong (exército comunista no sul) apoiado pelo norte para derrubar o governo do corrupto NgoDinh Diem. Os Estados Unidos pretendiam evitar a invasão do Norte e a unificação do Vietnã sob o regime comunista.

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01. Os impactos políticos e sociais do envolvimento dos Estados Unidos na guerra do Vietnã são contemporâneos à luta pelos direitos dos negros nesse país. Analise as possíveis correlações entre esses fenômenos.

02. Segundo Eric Hobsbawm, Gorbachev lançou uma campanha para transformar o socialismo soviético baseado em dois slogans: a perestroika, que pautava a reestruturação da economia e da política, e a glasnost, que representava a luta por liberdade de informação. Com base nessa afirmação, discorra sobre o colapso da URSS.

03. Ao analisar a crise de 2008 o prêmio Nobel de economia, Paul Krugman, refere-se à explosão da “bolha habitacional” norte-americana, que teria provocado um colapso no sistema bancário e nas empresas em quase todo o mundo. Com base nessa afirmativa, que comparações podem ser feitas entre a crise de 1929 e a de 2008?

04. A contextualização do momento histórico compreendido nas últimas quatro décadas do século XX explica a divulgação de duas teorias político-econômicas – o neoliberalismo e a globalização capitalista –, que passaram a exercer grande influência nas relações internas e externas do mundo atual.

Apresente o conceito de neoliberalismo e indique uma prática resultante da sua aplicação.

• Conceito:• Prática:

05. A política do Estado de Bem-estar (WelfareState) predominou nos países da Europa Central no pós-Segunda Guerra. Desenvolva um texto analisando as principais características dessa política.

06. Analise os textos e a charge.

O arsenal do neoliberalismo inclui o farto uso de neologismos que procuram destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos processos ou conferir respeito apseudoconceitos. Surgem, assim, o pós-moderno, o desenvolvimento sustentável, os movimentos sociais urbanos, a exclusão social, os atores (sociais), as ongs, a globalização, o planejamento estratégico..., que procuram encobrir, ao invés de revelar, a natureza do capitalismo contemporâneo.

Disponível em: <www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/>. (Adaptado).

Certezas que não se desmancham no ar

Os efeitos sociais da atual crise capitalista são pouco mencionados, especialmente nos veículos de comunicação. Existe uma distorção ideológica nesses veículos e em muitas mensagens governamentais sobre a retomada econômica, mas secundarizando o principal problema aí existente: a hecatombe social sobre milhões de trabalhadores. Não é algo automático ou “natural” a retomada econômica e o retorno dos empregos. Depois do fim das crises econômicas, analisa a OIT, entre quatro a cinco anos são necessários para a recuperação dos empregos. (…) A história social parece-nos que sempre se repete no que se refere às crises capitalistas. Por isso, a pergunta é também histórica: quem vai pagar os custos sociais dessa crise.

SILVA, Luiz Fernando da. Disponível em: <www.unesp.br/aci/debate>. (Adaptado).

Explicite os princípios básicos do neoliberalismo e faça afirmações que o vinculem com a crise econômica global e o contexto brasileiro.

07. Em 2008, houve mais um conflito no Cáucaso, onde, anos atrás, já havia ocorrido a Guerra da Chechênia. Dessa vez, o litígio envolveu dois países independentes: a Rússia e a Geórgia. Em relação a essa guerra, pode-mos encontrar causas bem mais antigas. Responda o que se pede a seguir.

a) Qual a relação entre o fim da União Soviética e a guerra entre a Rússia e a Geórgia?

b) Sobre as relações entre a maior parte dos países da Europa Oriental com a União Soviética a partir do período que se inicia logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, responda o que se pede.I. Qual a relação política entre esses países?II. Qual o tipo de economia adotado por eles?III. O que representou o Pacto de Varsóvia?

c) O que simbolizou, do ponto de vista político e econômico, a queda do Muro de Berlim, em 1989?

08. Criado em 1948, o Estado de Israel acaba de completar 60 anos. Discorra sobre:

a) o contexto histórico internacional que levou à criação desse Estado;

b) as razões históricas dos conflitos entre israelenses e palestinos, que persistem até hoje.

09. Constantemente os noticiários informam sobre aten-tados e conflitos diversos no Oriente Médio. Dentre tantos outros motivos, o “ressentimento ilimitado” dos países árabes contra Israel segundo as palavras do ex-secretário de Estado, o americano Henry Kissinger deve-se a três aspectos:

1. O religioso, firmado nos preceitos do Corão, que considera o povo israelense indigno;

2. O político, centrado na criação do Estado de Israel e nas sucessivas derrotas dos árabes nos conflitos armados desde 1948;

3. O sócio-econômico, derivado da criação de uma sociedade moderna e ocidentalizada em Israel, a qual acentuou as diferenças entre israelenses e árabes.

AULA IX SÉCULOS XX E XXI

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A escolha de quem pensa! 37

SUPER II

Dentre os três aspectos, qual se relaciona mais diretamente com a constituição de uma sociedade de Moda? Justifique a sua resposta.

10. Desde a retirada das tropas norte-americanas do Vietnã (1975), o prestígio da liderança dos Estados Unidos sofreu sensíveis abalos. O mapa a seguir apresenta alguns conflitos regionais que questionaram a liderança americana na passagem da década de 1970 para a seguinte.para a seguinte.

GADDIS, John Lewis. História da guerra fria. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 202. (Adaptado).

Explique de que maneira um dos conflitos referidos no mapa contribuiu para o reordenamento do poder político no Oriente Médio ou na Ásia Central.

11. Observe as imagens a seguir.

Muro de Berlim antes de novembro de 1989.Disponível em: <http://www.wikipedia.com>.

Muro de Berlim em novembro de 1989.Disponível em: <http://sãp-paulo.diplo.de>.

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A escolha de quem pensa!38

SUPER II

A derrubada do Muro de Berlim completará vinte anos em 2009. Construído em agosto de 1961, sua destruição é lembrada como marco do fim de uma época.

Indique o significado político da queda do Muro de Berlim para a Alemanha e o significado simbólico desse acontecimento para o contexto político internacional.

12. Leia o texto a seguir.

Tanto mar

Sei que estás em festa, páFico contenteE enquanto estou ausenteGuarda um cravo para mimEu queria estar na festa, páCom a tua genteE colher pessoalmenteUma flor no teu jardim

Sei que há léguas a nos separarTanto mar, tanto marSei também quanto é preciso, páNavegar, navegarLá faz primavera, páCá estou doenteManda urgentementeAlgum cheirinho de alecrim

HOLLANDA, Chico Buarque de. Tantas palavras. São Paulo: companhia das letras, 2006.

A canção de Chico Buarque de Hollanda refere-se à Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal em 1974.

Aponte duas razões que levaram o exército português a liderar o processo revolucionário e explicite a principal consequência da Revolução dos Cravos para a política portuguesa na África.

13. “Um empreendimento de colonização nunca é filantró-pico, a não ser em palavras. Um dos objetivos de toda colonização, sob qualquer céu e em qualquer época, sempre foi começar por decifrar o território conquistado, porque não se semeia a contento nem em terreno já plantado, nem em alqueive. É preciso primeiro arrancar do espírito, como se fossem ervas daninhas, valores, costumes e culturas locais, para poder semear em seu lugar os valores, costumes e cultura do colonizador, con-siderados superiores e os únicos válidos. E que melhor maneira de alcançar este propósito do que a escola?”

BÂ, Amadou Hampâté. Amkoullel, o menino fula. São Paulo: Palas Athena/Casa das Áfricas, 2003.

No trecho apresentado, um dos mais reconhecidos estudiosos dos povos da savana da África Ocidental faz uma análise dos males da escolarização promovida pelos colonizadores europeus no século XX. No entanto, a história da descolonização africana e asiática também mostra uma outra face desse processo, em que o mes-mo instrumento de dominação, a escola, foi usado em benefício dos colonizados.

Justifique a ideia de que a escola de modelo ocidental também contribuiu para criar condições favoráveis à luta pela independência das colônias europeias na Ásia e na África.

14. “Quando a independência chegou, em 1960, havia menos de 30 africanos formados em curso superior em todo o território. A administração da colônia pouco fizera para que um dia o Congo pudesse ser governado por seu próprio povo: dos cerca dos 5 mil cargos do serviço público administrativo, apenas três eram ocupados por africanos. O rei Balduíno da Bélgica chegou a Léopoldville para conceder oficialmente a independência ao Congo. Na ocasião, de um modo um tanto superior, disse o seguinte:

— Cabe agora aos senhores cavalheiros nos mostrar que são dignos da nossa confiança.

O discurso irado com que Patrice Lumumba respondeu de improviso ao rei chamou a atenção do mundo. Lu-mumba acreditava que a independência política não era suficiente para libertar a África de seu passado colonial; era preciso também que o continente deixasse de ser colonizado economicamente pela Europa.”

HOCHSCHILD, Adam. O fantasma do rei Leopoldo: uma his-tória de cobiça, terror e heroísmo na África Colonial. São Paulo:

Companhia das Letras, 1999. (Adaptado).

Relacione os desdobramentos políticos ocorridos no imediato pós-independência do ex-Congo Belga com o contexto internacional da década de 1960.

15. Índia e China ocupam, no atual cenário mundial, um lugar tão importante que já se fala, entre estudiosos de geopolítica, em denominar o século XXI como o “século asiático”.

Sobre as trajetórias históricas contemporâneas des-ses dois países, iniciadas, respectivamente, em 1947 e 1949, é possível estabelecer mais de um paralelo, ressaltando semelhanças e contrastes.

Indique o processo histórico

a) da Índia, a partir de 1947, e seus desdobramentos posteriores.

b) da China, a partir de 1949, e seus desdobramentos posteriores.

Gabarito

01. A luta contra o preconceito e por direitos civis dos negros norte-americanos é anterior à Guerra do Vietnã. Os mo-vimentos sociais contra as leis segregacionistas forçaram a sociedade do país a uma nova reflexão sobre direitos e liberdade e sobre qual o papel do Estado na garantia de cada um deles.

02. As reformas do modelo soviético foram propostas em um contexto de crise do país e de tentativa de salvação para o modelo socialista; elas não pretendiam eliminar o socialismo do país, mas criar uma alternativa à situação delicada então vivida. A decadência econômica associada a maior liberdade política permitiram que surgissem movimentos sociais e políticos que propuseram e encaminharam soluções mais radicais, com grande apoio popular, no sentido de promover a reestruturação do capitalismo.

03. A principal comparação está relacionada à conduta do Estado como agente econômico. Tanto em 1929 como re-centemente em 2008, o Estado adotou uma política de se afastar da gerência da economia, numa postura liberal em 1929, retomada em 2008 (neoliberalismo).

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A escolha de quem pensa! 39

SUPER II

04. Neoliberalismo:Conceito: Teoria política e econômica que se fundamenta na crença do poder de livre regulamentação do mercado; assim sendo, o mercado deve funcionar sem nenhuma restrição, e a liberdade econômica deve ser absoluta.Princípios de economia defendidos, desde 1944, por Frie-drich von Hayek, austríaco naturalizado inglês, autor do livro “O Caminho da Servidão”. A teoria preconiza ainda que a desigualdade social é benéfica, pois tem a função de estimular a concorrência capitalista.Prática:

• Inglaterra – Margareth Tatcher (1979-1990) – Cortou os gastos sociais, aumentou o desemprego, derrotou sindicatos, privatizou empresas estatais e baixou os impostos dos ricos.

• Estados Unidos – Ronald Reagan (1980-1988) – pôs em prática a política de valorização do dólar.

• República Federal da Alemanha – Herbert Kohl – desagregação do estado do bem estar social.

• Brasil – Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso – abriram o mercado à livre concorrência e puseram em prática as privatizações.

05. O estudante deve caracterizar a crise do liberalismo que antecedeu a II Guerra Mundial, em especial a crise de 29 e seus efeitos e destacar como a crise se agravou na Europa devido a Guerra. A partir de então, deve analisar os novos governos do período pós-guerra e a política econômica inter-vencionista, entendida como necessária para a recuperação e como garantia dos serviços básicos para a população.

06. O neoliberalismo é uma teoria econômica que resgata os princípios básicos do liberalismo tradicional de Adam Smith, adaptando-o a realidade capitalista d final do século XX, início do XXI. Parte do pressuposto de que é o mercado, suas necessidades e dinâmica, que devem definir o desen-volvimento da economia, e consequentemente, o Estado não deve interferir. Daí a ideia de “Estado Mínimo”, que representa o aumento de possibilidades e o fortalecimento da iniciativa privada. O lucro é o componente que move a economia das empresas e o componente social é eliminado.Os textos e a charge fazem críticas a essa situação, vincu-lando o neoliberalismo à crise atual do capitalismo (iniciada em 2008 nos EUA). O primeiro texto destaca a maneira como a ideia neoliberal é apresentada e acobertada, vinculada a um processo de alienação, a charge faz referência a uma expressão utilizada pelo presidente Lula – uma marolinha – para se referir ao fato de que o Brasil seria pouco afetado pela crise internacional. O último texto destaca os efeitos sociais nefastos da crise e da política neoliberal sobre a maior parte das sociedades, principalmente, de países do chamado “terceiro mundo”.

07. O desmembramento da União Soviética (URSS), em 1991, levou à criação da Comunidade dos Estados Independen-tes (CEI) e, em seguida, à independência de quase todas as repúblicas que fizeram parte desta última, inclusive a Geórgia. A Rússia, principal república dentro da ex-URSS e da CEI, relutou em perder o poder político que detinha sobre as outras repúblicas. Uma das regiões que reclamou por autonomia, a Ossétia, não conseguiu se constituir em um estado independente. Uma parte do território da Ossétia permaneceu dentro da federação russa, e a outra parte, den-tro da Geórgia. Os interesses econômicos sobre o petróleo e o gás natural levaram a Rússia a defender a separação da Ossétia do Sul do restante da Geórgia, unificando-a sob sua esfera de influência. Essa pode ser considerada a cau-sa imediata dessa última guerra. Após a Segunda Guerra Mundial, quase todos os países do leste europeu, à exceção da ex-Iugoslávia, permaneceram sob a influência econômica e política de Moscou. Esses países foram governados por um partido comunista, que dirigia uma economia socia-lista planificada. Do ponto de vista geopolítico, os países tornaram-se membros do Pacto de Varsóvia, a união das

forças dos países socialistas em oposição à união dos paí-ses capitalistas do ocidente europeu e dos EUA, realizada em torno da OTAN. A queda do Muro de Berlim, em 1989, simbolizou o fim da Guerra Fria, a queda do regime socialista na Alemanha Oriental e a reunificação política da Alemanha. Por extensão, com o fim da URSS, todos os demais países da Europa Oriental sob sua influência também abandonaram, passo a passo, o regime político socialista, integrando a economia de mercado do capitalismo europeu.

08. a) O Holocausto vivido pelos judeus na Segunda Guerra Mundial, fortaleceu o movimento sionista, organizado desde o século XIX, para criação de um Estado Judeu na Palestina. Em 1948, com o aval da ONU, esse projeto foi concretizado a partir da proclamação do Estado de Israel.

b) Em decorrência da guerra de 1948-1949 vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km2 (75% da superfície da Palestina), o território restante foi ocupado pela Jordânia, que anexou a Cisjor-dânia e pelo Egito que ocupou a Faixa de Gaza. O conflito provocou a fuga de aproximadamente 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel, que formaram um imen-so contingente de refugiados dispersos pelos campos do Oriente Médio. Nos anos seguintes, foram frequentemente referidos como a questão palestina que permanece sem solução até os dias atuais.

09. O sócio-econômico, porém intimamente ligado ao religioso, pois na visão dos muçulmanos, sobretudo os fundamentalis-tas, os valores culturais ocidentais levariam a uma corrupção dos fundamentos do islamismo.

10. O candidato poderá escolher os seguintes conflitos:

a) Revolução Iraniana: instalou uma república religiosa islâmica, o que acarretou para os EUA a perda de um im-portante aliado político e militar no Oriente Médio durante a guerra fria; motivou a expansão de movimentos políticos revolucionários de cunho religioso islâmico, que colocava em risco a sobrevivência dos regimes monárquicos árabes aliados dos Estados Unidos;

b) Guerra Irã-Iraque: Fortalecimento geopolítico do Iraque graças ao apoio militar norte-americano e de países eu-ropeus capitalistas, temerosos com a instabilidade política regional e a interrupção do fornecimento do petróleo;

c) Invasão soviética no Afeganistão: Fortalecimento político conjuntural da URSS na Ásia Central após a intervenção militar no Afeganistão: os EUA apoiam os esforços do regime saudita para enviar apoio militar à resistência fundamentalista islâmica anticomunista no Afeganistão.

11. Significado político: para a Alemanha, a destruição do Muro de Berlim definiu o início do processo de sua reunificação política.Significado simbólico: no contexto político internacional, a queda do Muro de Berlim simbolizou o fim da Guerra Fria, do domínio soviético sobre a Europa do leste e, sobretudo, um marco do descrédito da via socialista como contraponto à via capitalista.

12. Duas das razões:• queda vertiginosa da economia portuguesa• desgaste das tropas portuguesas em prolongadas

guerras coloniais• o forte migração de jovens para a Europa e o Brasil

para não participarem do conflito• crescimento de reivindicações corporativas das

Forças Armadas, que aos poucos foram ganhando conotação política

Consequência: fim do antigo sistema colonial português com o reconhecimento pelo governo de Portugal das indepen-dências das suas colônias africanas: Angola, Moçambique, Guiné, Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe.

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A escolha de quem pensa!40

SUPER II

13. O candidato deverá justificar a afirmação considerando diversos fatores, dentre os quais: o domínio do idioma colonial, utilizado como base de comunicação entre grupos e indivíduos, forjou uma identidade linguística em determi-nadas regiões; o contato com a cultura ocidental permitiu a apropriação do discurso em defesa da democracia e do autogoverno, o que fortaleceu a reivindicação da indepen-dência; a continuidade dos estudos em estabelecimentos de ensino na Europa Ocidental criou oportunidades para que surgissem articulações, contatos e movimentos unindo lideranças das diferentes áreas colonizadas.

14. O candidato deverá relacionar os desdobramentos políti-cos no imediato pós-independência do ex-Congo Belga ao contexto internacional da época, considerando o jogo de interesses da Guerra Fria e eventos de ordem interna, tais como:

• a guerra iniciada com a secessão da província de Katanga, seguida por outros levantes e episódios separatistas;

• as intervenções militares da ONU; os interesses econômicos da antiga metrópole;

• a busca de suporte por parte do chefe de governo (Patrice Lumumba) junto a URSS e países a ela alinhados;

• o apoio ocidental aos opositores de Lumumba e o golpe de Estado que terminou por levar ao seu assassinato em janeiro de 1961.

15. a) A Índia obteve sua independência em 1947, sob a lideran-ça de Mahatma Gandhi, juntamente com JawaharlalNehru, depois de quase dois séculos de domínio inglês. Logo após a independência, devido às diferenças religiosas, dividiu-se em União Indiana (hinduísmo), Paquistão (is-lamismo) e Ceilão (budismo). A Índia (República da Índia) estruturou-se como um regime democrático e liberal e, em razão de fatores como a sua grande extensão territorial, ter a segunda maior população do planeta, deter tecnologia nuclear para fins militares e ter alcançado, em tempos recentes, um expressivo desenvolvimento econômico e tecnológico, o país vem se projetando como uma das principais potências entre as nações consideradas emer-gentes, o que não significa a superação dos enormes contrastes sociais.

b) Em 1949, a partir da Revolução Chinesa, liderada por Mao Tse-tung, implantou-se o socialismo no país. Ape-sar do autoritarismo do regime maoísta, verificou-se um expressivo processo de modernização em relação à situação vigente até então. Após a morte do líder Mao, a China passou por profundas reformas econômicas, com caraterísticas notadamente capitalistas, que proporciona-ram um processo de acelerado crescimento econômico. Tal processo, conciliado ao fato de o país ter a maior população do planeta, possuir um vasto território e deter arsenal nuclear, permitiu a elevação da China à condição de potência do século XXI.

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A escolha de quem pensa! 1

SUPER II

01. Explique a relação do esquema a seguir com a substituição da mão de obra escrava indígena pela africana:

02.

A partir da figura acima, escreva um texto de até 10 linhas:

03.

A obra acima nos leva a várias reflexôes. A partir delas, escreva um texto de até 10 linhas.

História 2

04. Segundo o historiador indiano K. M. Panikkar, a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que ele denominou como a época de Vasco da Gama da história asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de autoridade baseada no controle dos mares, poder detido apenas pelas nações europeias.

BOXER, C. R. O Império Marítimo Português, 1415-1835. Lisboa: Edições 70, 1972, p 55. (Adaptado).

a) Quais fatores levaram à expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI?

b) Qual a diferença entre o domínio dos portugueses no Oriente e na América?

05. Nos últimos meses a mídia brasileira tem dado destaque à possibilidade de exploração de petróleo na camada do pré-sal na costa brasileira. Dentre os desafios listados, para além dos geológicos, geográficos, tecnológicos, ambientais, políticos, etc., está em pauta também a forma como a suposta riqueza se refletirá (ou não) em melhores condições de vida aos brasileiros. A história informa que não basta descobrir e explorar uma fonte de riqueza, erros cometidos no passado demonstram isso, pois, em vez de ficarem no Brasil, fortunas foram desviadas por exploradores estrangeiros para seus próprios países.

Cite e descreva um dos chamados ciclos econômicos que serviria a exemplificar essa situação.

06. Leia o texto a seguir.

Ai esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um imenso PortugalAi esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um império colonial

GUERRA, R. ; HOLLANDA, C. B. Calabar – o elogio da traição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985. (Adaptado)

Este refrão musical da peça teatral Calabar caracteri-za a política colonial à qual o Brasil esteve submetido enquanto foi colônia de Portugal. Em um texto de até 10 linhas defina a política colonial aplicada ao Brasil.

07. O quadro a seguir evoca o momento de combate que tem relação com a expulsão dos holandeses do Brasil. Em um texto de até 10 linhas contextualize a produção dessa obra:

AULA I BRASIL COLÔNIA

Page 44: Super2 Historia

A escolha de quem pensa!2

SUPER II

08. Mapa para as questões 1 e 2:

Viagens portuguesas na época moderna

Observe as rotas no mapa e responda:

a) O que representou, para os interesses de Portugal, a rota marítima Lisboa-Cabo da BoaEsperança-Calicute?

b) O que significou a expedição de Pedro Álvares Cabral para o Império Português?

09. Diferencie a Inconfidência Mineira da Baiana quanto a representação social e propostas.

10. Diferencie a sociedade do açúcar da sociedade do ouro quanto a mobilidade social.

Page 45: Super2 Historia

A escolha de quem pensa! 3

SUPER II

01. De que forma a vinda da Família Real para o Brasil contribuiu para o processo de Independência?

02. Qual o significado do desenho abaixo em relação à política interna do II Reinado?

03. A partir dos fragmentos abaixo, escreva um texto de até 10 linhas explicando as divergências de suas abordagens:

Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.

CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (Adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão.

DORATIOTO, F. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (Adaptado).

04. Quais as razões para a abdicação de Pedro I?

05. Qual a repercussão do uso de imigrantes para a lavoura de café e para a modernização de São Paulo?

06. De que forma a ação inglesa contribuiu para o fim do tráfico de escravos?

07. De que forma a lei do sexagenários contribuiu mais os fazendeiros que os escravos?

08. O que foi a questão abolicionista?

09. O que foi a questão militar?

10. Uma carta da Princesa Isabel recentemente descoberta revela sua vontade em indenizar escravos e permitir o direito de voto para as mulheres. A partir dessa informação e de seus conhecimentos sobre a primeira república, contextualize essas propostas.

AULA II BRASIL IMPÉRIO

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A escolha de quem pensa!4

SUPER II

01. “Domesticada politicamente, reduzido seu peso político pela consolidação do sistema oligárquico, à cidade pôde ser dado o papel de cartão postal da República. Entrou-se cheio no espirito francês da belle époque, que teve seu auge na primeira década do século [...]. Mais que nunca, o mundo literário voltou-se para Paris, os poetas sonhavam viver em Paris e, sobretudo, morrer em Paris.

Com poucas exceções, como o mulato Lima Barreto e o caboclo Euclides da Cunha, os literatos se dedicaram a produzir para o sorriso da elite carioca, com as antenas estéticas voltadas para a Europa”.

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados.

Levando em conta o texto:

a) Caracterize o significado da Capital Federal (RJ) nas primeiras décadas da República.

b) Por que Lima Barreto e Euclides da Cunha foram considerados exceções pelo autor?

02. “As fábricas devoram a vida humana desde os sete anos de idade. Sobre as mulheres pesam, de ordinário, trabalhos tão árduos quanto os dos homens; não percebem senão salários reduzidos. Equiparam-se aos adultos, para o trabalho, os menores de quatorze e doze anos… O horário, geralmente, nivela sexos e idades, entre os extremos habituais de nove a dez horas cotidianas de canseira.”

BARBOSA, Rui. A questão social e política no Brasil. 1919.

a) Indique os principais problemas sociais apontados pelo texto;

b) relacione-os com as ideias, reivindicações e formas de luta dos operários, na década de 1910, em São Paulo.

03.

A BA - General Médici com a Seleção tricampeã do mundo (Brasília, 1970)

B - A “Democracia Corinthiana” em campo (São Paulo, 1984)

As fotos acima evidenciam relações entre política e futebol. Observando-as,

a) responda quais as diferenças políticas entre os dois momentos indicados;

b) compare a forma de atuação política dos jogadores em ambos os casos.

04.

O Estado de S. Paulo, 14 ago 2001.

No primeiro plano desta fotografia, Fernando Henrique Cardoso e Fidel Castro juntam as mãos com Hugo Chá-vez. Na década de 1970, esta foto seria impossível, já que os governos do Brasil e de Cuba não mantinham relações diplomáticas.

Aponte duas razões – uma nacional e outra internacional – para essa impossibilidade.

05. “Basta dizer que, desde Juscelino Kubitschek, em 1 de janeiro de 2003, será a primeira vez que um presidente eleito [diretamente pelo povo] passará a faixa para outro presidente também eleito diretamente pelo povo.”

CARDOSO, Fernando Henrique. O Estado de S. Paulo, 6 out 2002.

a) Com base no texto, é correta a afirmação de FHC? Justifique sua resposta.

b) Indique as características do sistema eleitoral no Brasil desde a Constituição de 1946 até hoje.

06.

VERÍSSIMO. Família Brasil. O Estado de S. Paulo, 11 ago 2002.

A partir da charge de Veríssimo, responda:

a) Qual a crítica nela veiculada?b) Qual o papel que o FMI desempenha no atual estágio

do capitalismo?

07. Observe esta charge, em que se ironiza uma suposta reunião de ditadores latino-americanos para a criação de uma jovem nação:

ANGELI. Apud. CAMPOS, Flávio; MIRANDA, Renan Garcia. A escrita da história. Ensino Médio. São Paulo: Escala Educa-

cional, 2005. p. 536.

Identifique e explique um dos aspectos relacionados ao conjunto das ditaduras latino-americanas que se destaca nessa charge.

08. O que foi o Populismo? Cite exemplos:

09. O que foi o desenvolvimentismo defendido por JK?

10. Qual a diferença entre a “linha dura” e a “sorbonne”?

AULA III BRASIL REPÚBLICA

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C E N T R O E D U C A C I O N A LC U R S O E C O L É G I O

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