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A Revista Super Saudável é umapublicação da Yakult SA Indústria

e Comércio dirigida a médicos,nutricionistas, técnicos e funcionários.

Coordenação geralIchiro Kono

EdiçãoCompanhia de Imprensa

Divisão Publicações

Editora responsávelAdenilde Bringel - MTB 16.649

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ColaboraçãoTania Aquino e

Carlos Eduardo Pretti

FotografiaArquivo Yakult e Ilton Barbosa

CapaDigital Vision

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Cartas e contatosYakult SA Indústria e ComércioAlameda Santos, 771 – 9º andar

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Centro - Santo André - SP - CEP 09020-140Telefone (11) 4432-4000

Crianças em riscoEsta edição da revista Super Saudável traz um alerta a pais e profissionais de saúde: as crianças e

adolescentes estão correndo riscos desnecessários. Hipertensão e depressão são apenas duas das doençasque preocupam especialistas atualmente, porque são genuinamente de adultos e estão atingindo cada vezmais crianças e adolescentes. Todos sabemos que os hábitos de vida mudaram, mas não podemos esquecerde nos preocupar – como pais, educadores, médicos – com a saúde da geração que vai conduzir o País nofuturo. É preciso estar mais atento e orientar melhor esses pequenos cidadãos, que dependem dos adultospara encontrar seu caminho e para ter uma vida mais saudável e produtiva.

Os editores

EDITORIAL

Buenos Aires é a maiseuropéia das cidadeslatinas. Com largasavenidas, a capital daArgentina convida osvisitantes a apreciarcultura, gastronomiae excelentes compras.Sem contar com aoportunidade deconhecer de perto otradicional tango.

Turismo 30

ÍNDICE

O hebiatra Maurício de SouzaLima, do Hospital das Clínicas daFMUSP, alerta para a necessidadede pais, professores e médicosestarem mais atentos àsquestões dos adolescentes

Especial 18

4Matéria de capaA comunidade médica está preocupadacom algumas doenças de adultos queestão atingindo grande número decrianças atualmente, em todo o mundo

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O mioma é uma doença benignaque acomete 70% das mulheresa partir de 14 anos de idade

Classe médica alerta para adesnutrição que atinge todasas classes sociais no Brasil

Cientistas apresentam estudosque demonstram ação demicrorganismos na imunidade

Estudo conduzido na UFPelcomprova ação de probióticosem pacientes com câncer

Pesquisadores brasileirosdescobrem que a mulhertambém tem próstata

Cirurgia de radiofreqüênciajá é usada para corrigirvista cansada no Brasil

Celulite é um mal que atingetodas as mulheres, até as quetêm uma vida mais saudável

Método Rolfing visaequilíbrio e harmoniade postura e movimento

Comerciantes autônomasda Yakult se reúnem emconvenções no Brasil e Japão

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A

CAPACAPA

Depressão e hipertensãosão apenas algumas dasenfermidades típicasde adultos que atingemcrianças, hoje, inclusivena fase pré-escolar

Karina Candido

Até a década de 1980, sarampo, ca-xumba, rubéola e poliomielite eram al-gumas das doenças que mais preocu-pavam os pediatras. Segundo dadosdo Ministério da Saúde, a paralisiainfantil – que pode deixar grandes se-

qüelas e levar ao óbito – chegou a aco-meter mais de 3,5 mil crianças em 1975,

e o sarampo – doença transmissível e con-tagiosa – foi responsável por mais de 11 milmortes de crianças entre 1980 e 1984. Com aimplementação de programas de imunizaçãoe estratégias de controle de epidemias na po-pulação infantil brasileira ao longo das últi-mas décadas, no entanto, houve um declíniona incidência dessas enfermidades, que já nãosão mais comuns ou foram erradicadas – o úl-timo registro da poliomielite foi feito em1989, na cidade de Sousa, na Paraíba. Porém,nos últimos 15 ou 20 anos o comportamentoda população começou a mudar e trouxe ou-tros problemas de saúde pública, em especialpara as crianças. Doenças antes típicas deadultos e que, muitas vezes, só apareciam de-pois dos 40 anos de idade, como hipertensãoe depressão, agora também atingem o públi-co infantil desde a fase pré-escolar.

Se até a década de 1950 os brasileiros cos-tumavam copiar o estilo de vida dos europeus,

Doenças deDoenças de

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gente grande

Luiz Alberto da Silva

Tamara Lederer Goldberg

da segunda metade do século passado atéhoje o modelo vem dos Estados Unidos.“Essa foi uma das piores coisas que acon-teceram na nossa sociedade, porque a ali-mentação dos norte-americanos é total-mente inadequada”, lamenta Luiz Alber-to da Silva, professor assistente de Pedia-tria da Faculdade de Medicina do ABC(FMABC). O médico afirma que a alimen-tação mais rica em frutas, legumes e ver-duras, que era preparada em casa, foi tro-cada pela praticidade dos produtos semi-prontos, industrializados e pelos fast foods.Outro problema apontado pelo especia-lista é a televisão, o videogame e o com-putador, que se tornaram verdadeiras‘babás eletrônicas’, substituindo as anti-gas brincadeiras que favoreciam o movi-mento corporal das crianças.

Tanto as mudanças de hábitos alimen-tares quanto o sedentarismo levaram a umalarmante aumento da obesidade infanto-juvenil no Brasil. Antes, o grande proble-ma era a desnutrição – faltava peso e/oualtura para a idade correspondente. Ago-ra, há maior incidência de crianças e jo-

vens com sobrepeso e obesos do quedesnutridos em algumas regiões do País.Informações divulgadas pela SociedadeBrasileira de Endocrinologia e Metabo-logia (SBEM) indicam que cerca de 15%das crianças sofre de obesidade. ParaTamara Lederer Goldberg, pediatra emédica de adolescentes da Faculdade deMedicina da Universidade Estadual Pau-lista (Unesp), a saída da mulher para omercado de trabalho foi um dos princi-pais fatores para essa mudança de cos-tumes da população. “Hoje, quem pre-para os alimentos raramente é a mãe,porque ela também está trabalhando pa-ra sustentar a família. Além disso, as fa-mílias não partilham o momento da re-feição, as crianças comem de forma er-rada e, pior, na frente da televisão, quechama a atenção para alimentos de me-nor valor nutricional e com excesso degordura”, reforça.

Em pesquisa realizada com 469 ado-lescentes atendidos no Ambulatório deMedicina do Adolescente do Departa-mento de Pediatria da Unesp, TamaraGoldberg constatou que 34% estavamcom sobrepeso ou eram obesos. “Quan-do indivíduos em uma faixa etária tãojovem já apresentam sinais de obesida-de ou estão acima do peso há risco maiselevado de sofrerem mais precocemen-te de problemas de saúde, como hiper-tensão, resistência à insulina, diabetes”,observa. Em vez de ingerirem alimen-tos que oferecem doses certas e equili-bradas de carboidratos, proteínas, lipí-dios, vitaminas, fibras e sais minerais,as crianças consomem quantidades exa-geradas de carboidrato e lipídios de máqualidade, que provocam o acúmulo degordura e, gradativamente, entopem as

artérias. “Além do aumento da força queo sangue faz para circular, que se não fortratado pode lesar as paredes dos vasos,causar acidente vascular cerebral (AVC),infarto do miocárdio ou alguma outradoença do coração, o excesso no consu-mo de gordura também leva a síndro-mes metabólicas, e as mais preocupan-tes na infância são as dislipidemias”, in-forma a médica.

Hipertensão – A especialista em Ne-frologia Pediátrica do Instituto da Crian-ça do Hospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de São Pau-lo (IC-HC-FMUSP), Vera Koch, afirmaque a hipertensão do tipo secundária (as-sociada a malformações renais, vascu-lares, doenças inflamatórias e problemasimunológicos que afetam os rins e os va-sos sangüíneos) sempre esteve relaciona-da à criança. “O diagnóstico que maispreocupa atualmente, pelo aumento daincidência, é a hipertensão do tipo primá-ria ou essencial, que além da predisposi-ção genética está associada ao estilo devida”, destaca. Em ambos os casos a obe-sidade aparece como elemento agravan-te. A médica diz que a ativação do siste-ma simpático – via vasoconstricção vascu-lar – e a tendência à retenção de sal e águaoferecem a base para o desenvolvimentoda doença associada à obesidade.

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CAPACAPA

A obesidade não só agrava doenças,como a hipertensão, como pode acarre-tar problemas psicológicos e até umadepressão nas crianças. Alguns estudio-sos acreditam que o transtorno de humorocorre devido a um desequilíbrio bioquí-mico ou, ainda, que crianças com paisdepressivos também apresentem a doen-ça e desenvolvam os sintomas mais cedo,talvez por influência biológica. Mas a pre-sença de fatores psicológicos e sociaisinterfere de forma importante como cau-sa do problema. “A criança obesa acabarecebendo apelidos de baleia e jumbo, en-tre outros de caráter pejorativo, e começaa se retrair, fica trancada em casa, se-dentária e comendo mais. E isso pode com-prometer o psiquismo, além de deixar acriança deprimida”, ressalta Luiz Albertoda Silva, da Faculdade de Medicina do ABC.O médico complementa que a sociedadeimpõe padrões muito exigentes, inclusivepara as crianças, que têm ainda mais difi-culdade de lidar com as situações e aca-bam sofrendo distúrbios psíquicos, entreeles a depressão.

Segundo Miriam Cruvinel, psicóloga edoutoranda em Psicologia e Desenvolvi-mento Humano da Faculdade de Educaçãoda Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), as crianças obesas, muitas ve-zes, são deixadas de lado nas brincadei-ras e nas aulas de Educação Física, o quepode causar tristeza, sentimento de culpae de rejeição – os principais sintomas dadepressão. “Por esse e diversos outros mo-tivos, como maus-tratos e brigas na famí-lia, por exemplo, a criança pode apresen-tar humor deprimido na maior parte do dia,falta de interesse nas atividades diárias,alteração de sono e apetite, sentimentode inutilidade e pensamentos ou tentati-vas de suicídio, que também indicam o apa-recimento da doença”, enumera.

CONVITE ÀDEPRESSÃO

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Lamentavelmente, muitos pais con-fundem os sintomas da depressão comcomportamentos descritos como ‘ma-nha’ ou ‘birra’ e a doença tem sido de-tectada cada vez mais tardiamente. Apsicóloga Miriam Cruvinel alerta que adepressão pode levar a criança a ter di-ficuldades na interação social e na vidaescolar, além de problemas com drogas.Caso não sejam tratadas, tanto a depres-são como a obesidade podem trazer in-capacidade de a criança se inserir social-mente e, com isso, não conseguir desen-volver suas potencialidades intelectuaise sociais. “No caso da hipertensão, a fal-ta ou a inadequação do tratamento tam-bém afeta o desempenho intelectual”, in-forma Vera Koch.

Atualmente, a tendência dos casaisde terem menos filhos traz, como con-seqüência, uma sobrecarga de exigên-cias e expectativas sobre o filho único,

Miriam Cruvinel

Vera Koch

que não tem tempo de brincar, fica se-dentário – e, conseqüentemente, acimado peso ideal para a idade –, estressadoe nervoso, pois é o centro de todas asatenções, além de ser cobrado pelo bomdesempenho na escola. Outra atitudecada vez mais comum é o excesso de ati-vidades para combater o sedentarismoe evitar que os pequenos passem horasna frente da televisão. Com isso, as co-branças causam estresse e as criançasnão têm tempo de viver uma infânciasaudável. “Muitas crianças têm uma ver-dadeira agenda de executivo e isso preo-cupa muito, porque é um ser em desen-volvimento e crescimento e não umadulto em miniatura”, destaca o médi-co Luiz Alberto da Silva.

Para Vera Koch, a conduta médica,nesse caso, é orientar a família e expli-car que não adianta colocar todas as res-ponsabilidades em cima da criança, quetende a mudar o comportamento parapior, justamente em reação negativa aoque os pais impõem. “Com o tratamen-to, essa criança vai aprender a fazer tudodistribuindo melhor o tempo, vai perderpeso, praticar uma atividade física semculpa e conseguir entender que tirar 8ou 7 na prova pode ser tão bom quantotirar 10”, explica. A especialista acres-centa que, em alguns casos, basta umprimeiro incentivo para que a famíliaaprenda a viver melhor, mas em todasas situações o médico funciona como ummotor do tratamento, tanto para os paiscomo para a criança, para que as duaspráticas mais importantes – alimentaçãoadequada e vida saudável – sejam man-

Orientação dospais é importante

tidas. Por isso, mesmo que aparente-mente a criança não apresente nenhumproblema, o ideal é visitar o pediatra pe-riodicamente não só para consulta clí-nica de rotina, mas para um acompa-nhamento mais detalhado.

Conduta – Dificilmente as criançastêm doenças psíquicas que necessitemde um psiquiatra, mas, freqüentemen-te, podem ter distúrbio de conduta, re-lacionado principalmente à alimenta-ção e ao sono. Para evitar o problema,a psicóloga Miriam Cruvinel recomen-da aos pais terem um olhar mais atentopara os filhos para conhecerem melhoros problemas infantis. “Uma criançaque começa a ter mudanças repentinasde comportamento, como choro exces-sivo, irritação, alteração de sono e ape-tite, não está bem”, alerta. Também éimportante que os pais fiquem atentosao rendimento escolar, pois a queda re-pentina é outro indicador de que a crian-ça pode ter algum problema. Em casode depressão, o tratamento mais indi-cado é a psicoterapia associada a ses-sões de orientação familiar. Outra saí-da é a terapia cognitiva, procedimentobreve, com foco nos problemas atuais,que tem sido bastante utilizado.

Antoninho Perri/Ascom/Unicamp

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A

MEDICINA

Rosângela Rosendo

Ao contrário das antigas donas-de-casa, que tinham a única preocupação decuidar do lar, gerar e educar os filhos,inúmeras mulheres no mundo, prin-cipalmente em meados da década de1970, passaram a disputar espaço nomercado de trabalho. A iniciativa de serauto-suficiente fez com que protelassema formação da prole, deixando a primei-ra gravidez para após os 30 anos de ida-de. A decisão tardia de gerar um filhocoincidiu com um maior número de mu-lheres que desenvolveram leiomiomauterino. A incidência do diagnóstico da

doença gira em torno de 12,8 casos pormil mulheres/ano, e a afecção é respon-sável por 1/3 das indicações de histerec-tomia. Felizmente, os métodos diagnós-ticos e de tratamento avançaram muitonos últimos anos e, além de reduziremos casos de infertilidade, diminuíram par-cialmente o número de histerectomias.

O mioma uterino, como também éconhecido, é uma doença benigna dapelve feminina, hormônio-dependente,que acomete 70% das mulheres emqualquer faixa etária a partir dos 14anos de idade. Mulheres da raça negratêm mais chance de desenvolver a doen-ça, assim como as obesas, devido ao ris-co aumentado de o tecido gordurosotransformar androgênios em estrogê-nios. Mulheres com antecedentes fami-liares também têm o risco aumentadoem até três vezes de desenvolver o pro-blema. A sintomatologia da doença éainda mais freqüente no grupo de mu-lheres entre 35 e 40 anos de idade.

Na maioria dos casos o mioma é assin-tomático – de 35% a 45% das mulheresem idade fértil apresentam sintomas – emuitas só descobrem o problema duranteconsulta rotineira e com a realização deexames ginecológicos e de imagem, comoa ultra-sonografia. “Os miomas são tumo-res uterinos que nascem benignos e mor-rem benignos. Podem aparecer em várioslocais do útero e variar de tamanho cau-sando diferentes sintomas, como sangra-mento, dor e aumento do volume abdo-minal. A incidência diminui depois da me-nopausa”, enfatiza Nilo Bozzini, gineco-logista responsável pelo ambulatório deLeiomioma Uterino do Hospital das Clí-nicas da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Leiomioma uterino éNa maioria dos casos adoença é assintomáticae o tratamento deveser indicado com rigor

doe

Nilo Bozzini

Sintomas – Os casos sintomáticos sãoos que mais interferem na qualidade devida. As manifestações mais freqüentessão sangramento menstrual excessivo, có-licas, dor pélvica em 70% dos casos, emgeral devido ao tamanho aumentado doútero e à compressão das estruturas vizi-nhas, como a bexiga e o reto. Muitas pa-cientes também têm queixa de obstipaçãoe desconforto do trato urinário. Dependen-do da localização e do volume do mioma,os sintomas incluem aumento da regiãoabdominal e dificuldade para engravi-dar. “O mioma como único causador deinfertilidade é raro e está associado a0,1% a 4,3% de todas gestações. Mulhe-res com esse tumor também têm boaschances de engravidar”, diz o médico.

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nça benigna

Rodrigo de Aquino Castro, chefe doAmbulatório de Mioma da UniversidadeFederal de São Paulo (Unifesp), orientaque os casos assintomáticos merecemacompanhamento semestral, com exameslaboratoriais como a dosagem de hemo-globina e ultra-sonografia abdominal etransvaginal para verificar a progressão dadoença. “Há miomas pequenos que nãoprovocam sintomas. Mas, se a cada exa-me o médico perceber que o tumor vemtriplicando de tamanho, é necessário in-tervir com tratamento”, afirma. Combase no diagnóstico, os médicos podemidentificar os diferentes tipos de miomacapazes de acometer as mulheres.

ASSINTOMÁTICOS MERECEM ATENÇÃOLocalizado na parte mais externa da

parede uterina, os miomas subserosos,normalmente, não provocam sintomas.Já os miomas intramurais localizados naparede do útero são responsáveis porcólica e aumento do sangramento, es-pecialmente no período menstrual. Al-gumas pacientes podem apresentar, ain-da, o mioma submucoso, localizado naintimidade do útero e que comprometea cavidade uterina. “Esse tipo de miomaé o responsável por grandes perdas desangue, fora do período menstrual, po-dendo desencadear caso sério de ane-mia na paciente”, acrescenta o médicoRodrigo Castro.

TRATAMENTO

Rodrigo de Aquino Castro

Hoje, as opções terapêuticas são múl-tiplas e algumas permitem preservar oútero. Segundo Nilo Bozzini, o médicodeve explicar as indicações e contra-in-dicações de cada tratamento, de acordocom o histórico clínico e o desejo da pa-ciente de engravidar. Para amenizar ossintomas, os médicos podem indicar pí-lulas anticoncepcionais de baixa dosageme antiinflamatórios não-hormonais. Os anti-hemorrágicos em geral são usados paradiminuir o sangramento e as dores.

Entre os tratamentos cirúrgicos se des-tacam a miomectomia abdominal conven-cional para retirada de mioma de qualquerlocalização e tamanho, com preservaçãodo útero. Pesquisas mostram melhoria noíndice de gravidez em torno de 40% a 50%após a cirurgia. Ainda há tratamentos en-doscópicos conservadores como a histe-roscopia, indicada para a terapia de mio-mas submucosos, e a laparoscopia, maisusada para ressecção de miomas subsero-sos. A embolização também pode ser usa-da para preservar o útero e impede o su-primento de sangue para o mioma. A taxade redução de sintoma é de até 90% e otamanho do mioma reduz entre 40% e 50%.

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CIsabel Dianin

Caracterizada por qualquer disfunçãodo quadro nutricional, a desnutrição nãose restringe apenas aos chamados ‘bolsõesde pobreza’ e é uma realidade em todasas classes sociais no Brasil. Porém, aidéia de que a desnutrição é causadaapenas pela falta de alimentos em quan-tidade adequada faz com que o proble-ma cresça de forma importante nas clas-ses média e alta, que consomem grandequantidade de alimentos ricos em gor-dura e carboidratos em forma de açú-car, e não incluem frutas, legumes, ver-duras, fibras e outros alimentos que pos-suem os nutrientes adequados a umanutrição saudável no cardápio.

Segundo dados de pesquisa realiza-da pelo grupo de Nutrição do Departa-mento de Clínica Médica da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto da USP(FMRP-USP), cerca de 15% da popula-ção brasileira tem desnutrição por faltade acesso aos alimentos em qualidade equantidade adequados, e mais de 70%

apresentam falta de nutrientes pela máqualidade da alimentação. Outro proble-ma acarretado pela má alimentação é aobesidade, também caracterizada comoum tipo de desnutrição.

O Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) indica que o númerode pessoas com excesso de peso aumen-tou nas grandes cidades nos últimos 20anos. “Mesmo os obesos severos sofremde desnutrição”, explica Lenita Zajden-verg, endocrinologista, nutróloga e pro-fessora adjunta da Faculdade de Medi-cina da Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ). A médica afirma queestá havendo uma transição nutricionalno Brasil, onde a população dos bolsõesde pobreza que era afetada pela desnu-trição proteico-calórica – aquela quecausa a magreza – está ficando obesa edesnutrida. “Isso acontece porque háum aporte de alimentos, como pão e fa-rinha, que matam a fome, mas não pos-suem nutrientes como proteínas, ferroe vitaminas”, lamenta.

A desnutrição pode ocorrer em grau

Desnutrição

Mais de 70% dos brasileiros com boacondição socioeconômica apresentamalgum distúrbio nutricional alimentar

sem classe

moderado e, nesses casos, o indivíduopode não perceber a sua deficiência nu-tricional. A doença pode ocasionar, en-tre outros sintomas, apatia, falta de dis-posição e atenção, dificuldade no apren-dizado, sonolência e queda de cabelos.Em grau mais elevado, raquitismo, os-teoporose e até a morte. Em longo pra-zo, a desnutrição moderada pode desen-cadear distúrbios do metabolismo, en-fermidades do coração, hipertensão, dia-betes e alguns tipos de câncer. SegundoJosé Eduardo Dutra de Oliveira, nu-trólogo, professor titular da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e diretor da Associação Brasileirade Nutrologia (Abran), as doenças docoração são as principais causas de mor-talidade, hoje, no Brasil.

“A razão dessas enfermidades não épropriamente o coração, mas, sim, o ti-po de alimentação que o indivíduo temdurante sua vida. Temos de alertar osmédicos sobre a importância da boa ali-mentação na prevenção e tratamento dedoenças. O paciente deve fazer um acom-

social

SAÚDE

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MEDICINAMEDICINA

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panhamento nutricional com a realiza-ção de exames clínicos e laboratoriais,com a mesma atenção que faz anualmen-te os procedimentos preventivos de ou-tras doenças”, frisa. Os exames laborato-riais incluem hemograma e dosagem detransferrina (proteína plasmática do san-gue que transporta o íon ferro) e avalia-ções físicas realizadas com a observaçãoda distribuição da gordura corporal.

A vitrine da má alimentação brasi-leira está refletida nos hospitais. Pesqui-sa realizada no Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da Universida-de de São Paulo (HC-FMUSP) demons-trou que mais de 49% dos pacientes in-ternados, com qualquer tipo de doença,estavam desnutridos. “O indivíduo en-tra no hospital sem saber que está comdesnutrição. Pacientes com hipertensãoe diabetes, por exemplo, estão interna-dos por causa do distúrbio nutricional”,lamenta o professor José Eduardo Du-tra. O médico ressalta que o pacienteque já chega ao hospital com esse qua-dro tem menos defesas no organismo.“Temos de tratar a doença e, paralela-mente, a desnutrição. Isso aumenta otempo de internação, a suscetibilidadea infecções e, conseqüentemente, os cus-tos hospitalares”, ressalta.

Estudo realizado em 25 hospitais doBrasil pela Universidade Federal de Mi-nas Gerais (UFMG) chama a atençãopara o outro lado da desnutrição hospi-talar. “Algumas enfermidades levam opaciente a perder o apetite , diminuir assecreções digestivas e/ou ter dificulda-de para engolir, o que acontece nos ca-sos de câncer em geral”, diz Maria Isa-bel Correa, professora adjunta do De-partamento de Cirurgia da UFMG, mes-tre em cirurgia pela instituição e douto-ra pela Universidade de São Paulo (USP).No levantamento, intitulado InquéritoBrasileiro de Avaliação Nutricional (Ibra-nutri) e coordenado pela professora, adesnutrição moderada estava presenteem 35% dos pacientes, enquanto a for-ma grave atingia 13%. A especialista lem-bra que o quadro de desnutrição poderiaser revertido e gerar grandes economias.“Essa pesquisa originou algumas políti-cas públicas para o controle nutricionalde pacientes internados, mas não para aprevenção”, lamenta.

Os dados foram divulgados no fim da

década de 1990 e publicados pela primei-ra vez em 1999 na Revista Brasileira deNutrição Clínica e, em 2001, na revistaNutrition, uma das mais conceituadasmundialmente na área. O Ibranutri ava-liou 4 mil pacientes internados em hos-pitais gerais públicos ou conveniados aoSistema Único de Saúde (SUS), de 12 es-tados e do Distrito Federal, e constatouque 80% dos prontuários médicos não ti-nham qualquer referência ao estado nu-tricional dos pacientes. Embora 75% doshospitais tivessem balança, apenas 25%dos doentes tinham sido pesados.

Padronização – O Ibranutri foi refe-rência para que o Ministério da Saúde pu-blicasse as portarias 272 e 337 da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (An-visa) que definem a existência de equipemultiprofissional de Terapia Nutricionalem todos os hospitais, composta de pro-fissionais habilitados e com experiênciaem nutrição clínica, principalmente pa-renteral e enteral. Com as portarias, o Mi-nistério da Saúde incluiu a Terapia Nu-tricional na tabela de procedimentos SUSe passou a reembolsar os hospitais comos gastos com nutrição enteral em adul-tos e na pediatria.

Maria Isabel Correa

Perigo nos hospitais

Com Adenilde BringelLenita Zajdenverg

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SAÚDE

Segundo dados do Ministério da Saú-de, desde os anos de 1970 a alimentaçãodo brasileiro não atende às necessidadesnutricionais do organismo. O consumode refrigerantes, por exemplo, aumentouem 400% desde aquela década. As refei-ções industrializadas – ricas em sal, açú-car e gorduras – tiveram crescimento noconsumo em 82% no mesmo período. Jáos embutidos, como salsicha, frios e lin-güiças, registraram aumento no consu-mo de 300%. Anualmente, cerca de 260mil brasileiros perdem a vida em decor-rência de doenças relacionadas à alimen-tação inadequada.

“O ideal seria que o indivíduo inge-risse, todos os dias e em proporções ba-lanceadas, proteínas, hidrato de carbo-no, gorduras, vitaminas, sais minerais,entre outras substâncias”, orienta JoséEduardo Dutra. O médico explica que asrefeições devem ser feitas pelo menostrês vezes ao dia e em ambientes apro-priados, e alerta que comer rápido fazmal, pois não há completo aproveitamen-to do organismo. “Nos intervalos das re-feições deve-se consumir leite ou frutas,por exemplo”, complementa.

A preocupação com a boa nutriçãodeve começar na gestação, com a adequa-da alimentação da mãe. Até os seis mesesde vida da criança, o leite materno supri-rá todas as suas necessidades. Depois des-se período, deve-se começar a introduçãodas frutas e, aos poucos, as proteínas.“Após o primeiro ano de vida é necessárioingerir proteína animal pelo menos duasvezes ao dia. Nos adolescentes e gestan-tes, essa quantidade dobra. Indivíduos queoptaram pela alimentação vegetarianatêm de ter um rigoroso acompanhamen-to nutricional”, lembra Lenita Zajdenverg.

Prevenção começa na mesa

José Eduardo Dutra de Oliveira

Os especialistas alertam que a duplaarroz e feijão constitui uma boa combi-nação no que diz respeito à energia, masé carente de proteínas, vitaminas e saisminerais, encontrados em alimentoscomo laticínios, peixes, verduras, aves,carnes e leguminosas. “Há uma comple-ta falta de informação das classes médiae alta sobre o que é alimentar-se bem.Estamos caminhando para índices comoos dos Estados Unidos e de países da Eu-ropa, onde a desnutrição da populaçãomais abastada, incluindo obesos, passados 40%”, alerta José Eduardo Dutra.

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LACTOBACILOS

Adenilde Bringel

Cientistas de várias partes do mun-do – principalmente do Japão e da Eu-ropa – conseguiram demonstrar, ao lon-go das últimas décadas, a importânciada ação das bactérias probióticas para aestimulação do sistema imunológico.Neste começo de século, no entanto, ospesquisadores procuram descobrir co-mo o sistema imune responde a essaação para se manter mais resistente aosataques de bactérias patogênicas. O assun-to foi apresentado durante o 16º Sim-pósio Internacional sobre a MicrobiotaIntestinal, cujo tema foi Intestinal Floraand Gut Barrier System (Microbiota eSistema da Barreira do Intestino).

O encontro foi realizado no começode novembro de 2007 em Tóquio, no Ja-

Ciência estudaação sobre o

Pesquisadores mostramnovidades no 16ºSimpósio Internacionalsobre a MicrobiotaIntestinal, no Japão

pão, com patrocínio da Fundação Yakultde Biociências e apoio do Ministério daEducação, Cultura, Esportes, Ciência eTecnologia do Japão. As palestras apre-sentadas abordaram os temas ‘A RelaçãoMutuamente Benéfica entre os Microrga-nismos e o Sistema Imune’, ‘A InteraçãoNitrato, Bactérias e a Saúde das Pessoas’,‘Probióticos e Barreira do Epitélio Intes-tinal’, ‘O Sistema de Defesa do Fígado’ ea ‘Endotoxina Produzida nos Intestinos’.

A farmacêutica-bioquímica YasumiOzawa Kimura, da gerência de P&D daYakult no Brasil, que esteve no simpósio,lembra que, quando um indivíduo inge-re um produto com microrganismos pro-bióticos – como os Lactobacillus caseiShirota, exclusivos da Yakult e base doleite fermentado que a empresa produzdesde 1935 –, a membrana que revesteos Lactobacillus confere resistência àpassagem pelo suco gástrico do estôma-go e permite que eles cheguem vivos emgrande quantidade aos intestinos. “An-tes, os cientistas achavam que os Lacto-bacillus liberavam apenas o ácido láticoe diminuíam a população de bactériasnocivas no intestino e a quantidade detoxinas por elas produzidas, favorecen-do o aumento dos microrganismos be-

sistema imunenéficos e melhorando o ambiente intes-tinal. Agora, há evidências científicas deque existem outras substâncias presen-tes nesses microrganismos que estimu-lam as atividades das células imuno-lógicas que estão presentes nas célulasepiteliais da mucosa intestinal”, afirma.

Yasumi Kimura relata que os pesqui-sadores japoneses e europeus estão mui-to avançados nessas pesquisas e que aYakult tem investido para desvendar ou-tras propriedades dos Lactobacillus caseiShirota, tanto no Instituto Central de Pes-quisas Microbiológicas localizado nos ar-redores de Tóquio, quanto no Centro dePesquisas da Yakult na Bélgica. “A Yakultobteve sucesso na decodificação das ba-ses seqüenciais do genoma do L. caseiShirota e está trabalhando para analisaros mecanismos em nível molecular daspropriedades dos probióticos”, acrescen-ta. Nos laboratórios da empresa está sen-do desenvolvido um método que permi-te visualizar os diferentes microrganis-mos em cores distintas por meio da téc-nica da fluorescência. Com essa nova téc-nica, as diferentes características dessesmicrorganismos são identificadas em ní-vel genético, sem a utilização dos tradi-cionais meios de cultura.

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14Super Saudável

LACTOBACILOS

Trabalhos abordam microrganismos

Hiroshi Kiyono, Professor do Departamento de Imunologia da Mucosa do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Tóquio.

O NETWORK REGULATÓRIO DA MUCOSA ATRAVÉS DACONDIÇÃO MUTUAMENTE BENÉFICA ENTRE O SISTEMAIMUNE DA MUCOSA E AS BACTÉRIAS COMENSAIS

Resumo – Os tratos aerodigestivo ereprodutivo estão constantemente emcontato com antígenos externos que in-cluem proteínas alimentares, bactériaspatogênicas e bactérias comensais, pormeio de nossas atividades fisiológicasdiárias como comer, beber, respirar. Asuperfície desses tecidos, que estão emcontato direto com os fatores ambien-tais, é protegida por uma mucosa com osistema imunológico estratégico paradesenvolver uma imunidade ativa paraeliminar bactérias patogênicas, ou umaimunidade passiva para estabelecer to-lerância à microflora comensal e antíge-nos alimentares.

No trato intestinal especialmente, osistema imune da mucosa não só prote-ge o organismo da invasão de patogê-nicos como também estabelece uma re-lação simbiótica com incontáveis bacté-rias comensais. Recentemente, a área depesquisas do sistema de reconhecimen-

to dos padrões de antígenos bacterianos(por exemplo, o receptor Toll-like: TLR)tem progredido notadamente e abertocaminhos para a compreensão da rela-ção simbiótica com as bactérias comen-sais em nível molecular e celular.

As células M são células especiali-zadas de antígenos presentes nas Placasde Peyer, um dos sítios mais bem conhe-cidos no intestino delgado para a in-dução e regulação da imunidade intes-tinal. As células M não capturam somen-te os microrganismos patogênicos comoa Shiguella, mas também bactérias sim-bióticas incluindo os Lactobacillus casei.Assim, as células M são conhecidas pordesempenharem um papel importantena iniciação das respostas imunes ativase passivas da mucosa. Por outro lado,recentes descobertas revelaram que ascélulas M vilosas no epitélio das vilo-sidades estão localizadas no sítio efetorda imunidade.

Essa descoberta sugere que a exis-tência de um novo sistema de induçãoda mucosa do sistema imune, iniciadopelas células M da vilosidade, é muitodiferente do caminho do CMIS, bem co-nhecido, que se originou nas Placas dePeyer. A compreensão celular e mole-cular do ‘mecanismo de crosstalk’ entreo sistema imune da mucosa e a bactériacomensal tem se tornado o centro da dis-cussão da imunologia da mucosa. Foisugerido que a perturbação da condiçãosimbiótica da superfície da mucosa estáaltamente associada com o desenvolvi-mento de várias doenças, incluindo adoença inflamatória do intestino e aler-gias. A elucidação da interação moleculare celular entre células eucariontes e pro-cariontes é bastante atraente e um impor-tante tópico na compreensão da intera-ção parasita-hospedeiro, bem como ocerco terapêutico de doenças intratáveisinduzidas pelas bactérias comensais.

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PROBIÓTICOS E A ATIVIDADE IMUNOLÓGICA DOS INTESTINOSSatoshi Hachimura é Professor Associa-

do da Faculdade de Agronomia e Biologiada Universidade de Tóquio. As suas pesqui-sas se concentram em estudar os mecanis-mos das respostas imunológicas dos intes-tinos, em particular a tolerância oral à pro-dução do IgA e a modulação das respostasimunes aos alimentos.

Resumo – Quando os probióticos são in-geridos são reconhecidos inicialmente pe-lo sistema imunológico nos intestinos. Ointestino não é somente o sítio de absor-ção dos nutrientes alimentares, mas omaior órgão do sistema imunológico doorganismo. O órgão atua como a primei-ra linha de defesa contra microrganismospatogênicos através da produção de anti-corpos de imunoglobulina A (IgA), en-quanto a resposta excessiva às proteínasalimentares ingeridas é controlada e a to-lerância imunológica é induzida (tolerân-cia oral). O sistema imunológico intesti-nal não só reconhece os patogênicos, mastambém as bactérias comensais e os pro-bióticos. Vamos discutir o possível efeitodas bactérias probióticas sobre o sistemaimunológico intestinal, focando o aumen-to da função da IgA de células dendríticase receptores IL-2 (IL-2R) expressando cé-lulas não-T não-B.

Pertencente ao sistema imune dos in-testinos, as Placas de Peyer são conheci-das como o maior sítio indutor da respos-ta da IgA. Muitas células secretoras de IgAestão localizadas na lâmina própria. Está

bem esclarecido que as células T colabo-ram com as células B na produção deanticorpos. Apesar disso, obtivemos evi-dências que populações de células do sis-tema imune do intestino, além das célu-las T e B, estão envolvidas na indução deresposta da IgA.

Citoquinas – TGF-ß media o desenvol-vimento das células B dentro das célulasprodutoras de IgA e a IL-5 e a IL-6 mediama diferenciação das células secretoras deIgA. Demonstramos que as células den-dríticas conhecidas como a maior popu-lação de células estão presentes nas célu-las T, a partir das Placas de Peyer produzi-das em altas concentrações de IL-6 e a pro-dução aumentada de IgA através da se-creção de IL-6. Além disso, descobrimosque a única população de células não-Tnão-B que se expressam para os recepto-res IL-2 (células CD3-IL2R+) nas Placasde Peyer e lâmina própria foram capazesde secretar grandes quantidades de IL-5.As células CD3-IL2R+ também produzemuma classe de fatores conectores TGF-ße são capazes de induzir a secreção deIgA pelas células B. O resultado implicaque diferentes populações de células dosistema imunológico do intestino po-dem produzir IgA.

Ambas as populações expressam re-ceptores Toll-like (TLRs) que desempe-nham um papel crucial no reconhecimen-to dos compostos microbianos. As célulasCD3- IL2R+ da Placa de Peyer expressam

TLRs 2-4 e 6-9 e estimulam, por meio dasligações TLR, como as LPS, CpG DNA ouácido lipoteicóico, a expressão da IL-5.Além disso, notamos que os níveis de IL-5mRNA eram muito baixos em camun-dongos germ-free, sugerindo que essas cé-lulas eram ativadas pelas bactérias co-mensais. Por outro lado, as células den-dríticas das Placas de Peyer produziramIL-6 em resposta ao estímulo às ligaçõesTLR como os LPS ou CpGDNA e induzi-ram secreções de IgA pelas células B naausência de células T.

Recentemente foi demonstrado que ascélulas dendríticas das Placas de Peyermediavam respostas de IgA para as bac-térias comensais. Nossos resultados sãocompatíveis com essa visão. Atualmenteestamos investingando a sua resposta pa-ra as bactérias láticas. A possibilidade deas bactérias láticas poderem aumentar asdefesas do hospedeiro pelo aumento daprodução de IgA está prevista. As célulasepiteliais do intestino, que produzem vá-rias citoquinas e modulam as respostasimunológicas, são também alvo para osprobióticos. Foi relatado que as bactériasprobióticas inibem as doenças alérgicas eisso pode ser mediado pelo sistema imu-nológico dos intestinos. Por meio dos efei-tos das respostas imunológicas dos intesti-nos, os probióticos podem recuperar o es-tado de defesa do organismo comprometi-do pela idade ou pelo estresse, ou a respos-ta imune comprometida por enfermidades,acarretando a prevenção de doenças.

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OAdenilde Bringel

Os cânceres que acometem o aparelhodigestório estão, atualmente, entre os mais re-correntes em todo o mundo. Fatores de risco egenética, aliados a hábitos de vida pouco sau-dáveis, são as principais causas do desenvolvi-mento das neoplasias gástricas, que incluemesôfago, estômago, fígado, pâncreas, intestino,cólon, reto e ânus. Segundo o Instituto Nacio-nal de Câncer (Inca), os tumores mais freqüen-tes são os de cólon/reto e estômago, que ocu-pam a terceira e quarta posições em ocorrênciano mundo, respectivamente. O câncer tambémtem alta taxa de mortalidade em todo o plane-ta. No Brasil, é a segunda causa de morte anuale só perde para as doenças cardiovasculares.

Em geral, o principal sintoma da doença é adesnutrição proteico-calórica dos pacientes, quesofrem rapidamente grande perda de muscula-tura. As causas da desnutrição em câncer sãomultifatoriais e incluem a anorexia causada porum distúrbio dos neuropeptídeos reguladores doapetite, também promovido pelas interleucinaspró-inflamatórias geradas em resposta ao tumor,além de terem influência da dor, ansiedade e deuma série de condições gerais do paciente. Com

Probióticos pa

Estudo realizado naUniversidade Federalde Pelotas demonstraação do Yakult LB notratamento oncológico

PROBIÓTICOS

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objetivo de avaliar a ação dos microrga-nismos probióticos como coadjuvantesno tratamento do câncer, na promoçãodo bem-estar dos pacientes e na melho-ra do prognóstico clínico, a nutricionistaCilene Bicca Dias desenvolveu estudo com40 pacientes com neoplasia gastrointes-tinal submetidos a tratamento quimio-terápico e radioterápico na Fundação deApoio Universitário (FAU). A pesquisafaz parte do trabalho de conclusão de cur-so apresentado em agosto deste ano naUniversidade Federal de Pelotas (UFPel),no Rio Grande do Sul.

Os voluntários foram divididos emdois grupos iguais – intervenção e con-trole – e, inicialmente, responderam aum questionário adaptado do Questio-nário de Ottery. Os pacientes estavamem diferentes estádios da doença e osprincipais sintomas descritos nos ques-tionários eram desconforto gastrointes-tinal e diarréia, vômitos, feridas na boca,dificuldades para deglutir, depressão,presença de edema ou ascite e perda damusculatura e da gordura corporal. Tam-bém foram utilizados como retroanáliseavaliação clínica composta de avaliaçãoantropométrica e exames bioquímicos.A nutricionista ministrou o regulador in-testinal Yakult LB, composto de Lacto-bacillus casei Shirota e Bifidobacteriumbreve, em 20 pacientes do grupo inter-venção, na proporção de três sachês de1 grama por dia.

Os pacientes mantiveram o trata-mento contra o câncer sem qualquer al-

teração e, um mês após o início da intro-dução do LB, a pesquisadora aplicou no-vamente o questionário e verificou me-lhoras no prognóstico de morbidade e deoutros sintomas no grupo intervenção.“Embora não tenha sido um estudo du-plo-cego, os pacientes relataram exata-mente o que sentiram, porque não ti-nham noção de que tipo de melhora po-deria haver com o uso do LB. Isso nos in-dica que eles não sofreram qualquer in-fluência”, explica a nutricionista.

Inédito – O resultado demonstrou ganhode percentual de gordura, menores re-duções de perda da estrutura musculare melhora nos sintomas de desconfortogastrointestinal e na condição física ge-ral dos pacientes que tomaram LB, emcomparação ao grupo controle. “Elestambém relataram, com muita satisfa-ção, que tiveram menos dor, o que podeser resultado do menor desconforto ab-dominal provocado, principalmente, pe-la flatulência”, explica. Os voluntáriosmantiveram a massa magra, analisadapelas dobras cutâneas e pela não-redu-ção de peso, e apresentaram importan-te redução de edemas, que geralmenteocorrem porque a doença provoca a per-da de albumina e de outras proteínas.“Esse é um agravante típico do câncer”,observa Cilene Dias.

A nutricionista escolheu o Yakult LBpara conduzir o trabalho por acreditarna ação positiva dos microrganismosprobióticos no intestino, que é a porta

de entrada para muitas doenças. “Osprobióticos formam uma barreira pro-tetora na mucosa intestinal e permitemmelhor aproveitamento dos nutrientesingeridos através dos alimentos”, defen-de. Cilene Dias lamenta que a popula-ção e a comunidade médica ainda te-nham poucas informações sobre os be-nefícios dos probióticos para a manuten-ção da saúde. “Não há contra-indicaçãono uso de probióticos e na colonizaçãodo intestino com o maior número possí-vel de bactérias boas”, defende. A nutri-cionista Alessandra Doumid Borges Pret-to, co-orientadora do estudo, afirma queo trabalho foi muito inovador na UFPel,onde nunca tinha sido feito nada relacio-nado a probióticos ou alimento funcio-nal. “Os pacientes foram totalmente be-neficiados, acreditaram no estudo des-de o início e a resposta foi inteiramentepositiva”, reforça.

melhoram sintomas emcientes com câncer

Cilene Bicca Dias

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ENTREVISTA DO MÊS/MAURÍCIO DE SOUZA LIMA

gem infantil que o pré-adolescente ouadolescente acha que é ‘mico’. Outras ve-zes, o pediatra não está atento às ques-tões próprias da adolescência, o que paramim é o principal, ainda mais hoje em diaque temos tudo tão precocemente. Valelembrar que todo hebiatra é, antes detudo, um pediatra: faz dois anos de pedia-tria e depois dois anos de adolescência.

Quando começa a adolescência?

Segundo a Organização Mundial daSaúde, a partir dos 10 anos começa aadolescência, que segue até os 20 anos.Mas o que observamos é que antes dos 10anos, muitas vezes, algumas crianças jámanifestam um comportamento adoles-cente. E aí é preciso antecipar algumasconversas, alguns assuntos, para que elasnão busquem essa informação fora de ca-sa. É preciso entender um pouco o univer-so do adolescente e conversar com ele a res-peito de várias coisas que surgem por aí.

Foi para isso que surgiu a especiali-

dade de Hebiatria?

Na verdade foi decorrente das mani-festações físicas da adolescência. O pri-meiro livro de um médico sobre adoles-centes foi escrito em 1904, porque ele viuque nessa época alguma coisa muito di-ferente acontecia, os hormônios jorravame, por causa disso, essa faixa etária mere-ceria uma atenção especial.

Qual o papel fundamental do hebia-

tra na vida do adolescente?

Acho que são dois. Primeiro em rela-ção às questões físicas. O hebiatra é o clí-nico geral do adolescente e vai acompa-nhar peso, estatura, alimentação, se estácrescendo ou não, se é o mais alto ou omais baixo da classe, explicar a importân-

cia dos esportes, verificar colesterol, tri-glicérides, pressão arterial. Atualmente,por causa do sedentarismo, vemos mui-tos adolescentes com glicemia elevada,colesterol elevado, doenças que antiga-mente só víamos nos adultos e, hoje, atin-gem até mesmo as crianças. Além dasquestões físicas é preciso entender o uni-verso social dos adolescentes: o primeirobeijo, a primeira relação sexual, se usouou não camisinha, a curiosidade em re-lação à experimentação de drogas, quehoje é muito mais fácil de adquirir. Exis-tem bebidas alcoólicas dirigidas para opúblico adolescente que têm mais álcoolque cerveja. Em muitas festas, os paiscompram essas bebidas porque achamque são fraquinhas. Portanto, existe umasérie de orientações que podem ser dadasaos pais e adolescentes sobre várias ques-tões. Hoje, os adolescentes têm muito aces-so a informação, mas essa informação nemsempre chega com a profundidade do co-nhecimento que eles precisam. Eles achamque sabem de tudo, mas quando avaliamosas grandes dúvidas e angústias são basi-camente as mesmas de outras gerações.

E quais são as principais dúvidas e

angústias dessa geração?

Em relação ao corpo, ao desenvolvi-mento nessa fase. O adolescente que en-trou em puberdade mais cedo e que podese tornar o popular da classe, aquele quejá beijou, que no fim de semana fica comtrês ou quatro meninas; ou aquela meni-na que tem 12 anos e já tem o corpo pra-ticamente de mulher, que é olhada pelosmais velhos, é convidada para festas e,muitas vezes, tem até relação sexual. Émuito cedo para isso? Sem dúvida, masprecisamos conversar com esses jovenssobre isso. Por outro lado, tem aquele que

O médico dos adolesce

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UAdenilde Bringel

Um dos períodos mais delicados navida do ser humano é, sem dúvida, aadolescência. É nessa fase que surgemas grandes dúvidas com relação ao cor-po, à carreira, ao futuro, à sexualidadee, por isso, pais, familiares e educado-res devem estar muito próximos dosadolescentes, para ouvir seus questio-namentos e ajudá-los a encontrar res-postas para suas angústias. Os médicostambém podem ser grandes aliadosnesse período, especialmente os hebia-tras. O termo Hebiatria é uma referên-cia a Hebe, a deusa grega da juventu-de, filha de Zeus e Hera. Embora tenhasido criada em 1974 no Brasil – maisprecisamente na Faculdade de Medi-cina da Universidade de São Paulo(FMUSP) – a especialidade ainda é des-conhecida pela maioria da população.Nesta entrevista, o hebiatra Mauríciode Souza Lima explica a importância dodiálogo, dos limites e da presença dosadultos nessa importante fase.

Embora a especialização em Hebia-

tria exista desde 1998, poucas pes-

soas conhecem. Por quê?

É verdade. No Hospital das Clínicasda Faculdade de Medicina da USP, porexemplo, a especialidade existe desde1974, mas poucas pessoas sabem disso.Acho que isso ocorre porque as famíliasacabam levando seus filhos aos pediatraspara fazer o acompanhamento de vaci-nas, peso, altura e doenças da infância e,na adolescência, acabam ficando com omesmo médico. Mas, ao chegar aos 9 ou10 anos, a própria criança muitas vezesnão quer mais ir ao pediatra. Além disso,os pediatras às vezes têm aquela lingua-

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é o mais baixinho da classe, que se dis-tancia da média, que tem 14 anos e pare-ce que tem 11. Isso gera uma preocupa-ção, é preciso fazer uma avaliação clíni-ca para investigar alguma patologia e, senão houver nenhum problema, temos dedar suporte a esse adolescente.

Meninas e meninos: quem é o ado-

lescente mais ‘complicado’?

Não dá para afirmar isso. Tem meni-nos e meninas tranqüilos e outros mais‘complicados’, como você diz. O que dápara dizer é que as meninas amadurecemmais cedo que os meninos. Não só no cor-po, como também nesse aspecto psíqui-co. Se compararmos meninas e meninosde 12 anos, as meninas são mais moças eos meninos mais crianças. Para ter umaidéia, no ano de 1900 a primeira mens-truação vinha, em média, aos 16 anos deidade. Hoje a menstruação vem aos 12 eaté aos 10 anos. E menstruar aos 10 anosatualmente não é considerado patologia,não é puberdade precoce. É claro que pre-cisamos ver se está tudo certo com essamenina e, se estiver, só acompanhamos eorientamos. Mas essa é uma menina quepode engravidar aos 12 anos, o que émuito sério. Se não engravida, pode terrelação sexual aos 12 anos.

Que vacinas são importantes neste

período da vida?

A vacina do HPV deve ser administra-da em meninas de 9 aos 23 anos para pre-venir o câncer de colo de útero. Existe avacina contra catapora para evitar adoença quando adulto, que é muito piordo que na infância; a vacina da hepatiteB, que é uma doença sexualmente trans-missível e que o adolescente deve tomar.Vacina do tétano, da meningite...

entesA Medicina tem uma conduta toda

direcionada aos adolescentes?

Sim. É preciso ensinar aos adolescen-tes, por exemplo, a ver a velocidade decrescimento. Temos de verificar os esta-dos de maturação de Tanner, que foi ummédico inglês que, em 1962, classificoua adolescência de acordo com os estados.Para as meninas, a avaliação deve ser deacordo com o crescimento das mamas,que não tem a ver com tamanho, mas comas características das mamas em cadafase; e, para os meninos, em relação aoaumento do volume dos testículos. Depen-dendo do volume dos testículos sabemosem que fase do estirão puberal aqueleadolescente se encontra. O estirão pube-ral é aquele em que a criança vem cres-cendo durante a infância, acelera em de-terminado momento e, depois, vem de-sacelerando. Em um exame clínico, porexemplo, dá para tranqüilizar o adoles-cente em relação a uma série de fatos.

A precocidade está prejudicando a

adolescência?

Acho que a infância está sendo encur-tada. A própria agenda de crianças e ado-lescentes é muito intensa. Antigamente sejogava futebol na rua, hoje tem horáriopara a escola de futebol. E isso não é sóna classe média ou alta. A população decondição socioeconômica menor tambémtem muitas atividades, está sobrecarre-gada, e isso está fazendo com que a in-fância fique achatada.

E que prejuízos isso causa?

Acho que, muitas vezes, os adolescen-tes se lançam imaturos em determinadasjornadas e depois as besteiras acontecemcom intensidade maior, porque eles nãoviveram determinadas etapas que preci-

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”““

ENTREVISTA DO MÊS/MAURÍCIO DE SOUZA LIMA

sariam viver. Às vezes, a adolescência éjogada mais para frente, com pessoas dequase 30 anos ainda morando na casados pais. Isso também vem mudando nosúltimos 15 anos com uma velocidademuito grande. Essa geração está nos en-sinando muitas coisas e os médicos deadolescentes têm de acompanhar essatendência, não podemos parar. Temos desaber o que vem por aí para conseguiracompanhá-los. Até mesmo o consultórionão pode ser convencional. A consulta éum pouco diferente.

É uma consulta clínica com um to-

que de psicologia?

Na verdade, todos os médicos deve-riam ouvir seu paciente, independente-mente da idade. Infelizmente isso foi ou-tra coisa que mudou: os médicos não ou-vem mais seu paciente; perguntam o queele tem e prescrevem um exame ou ummedicamento. É preciso conversar com opaciente. Todos os médicos aprenderamisso, mas muitos não aplicam. E em umaconsulta com adolescente é preciso apli-car. O médico tem de ouvir o adolescen-te, perguntar como está a relação emcasa, como estão os grupos, se faz partede algum grupo ou não. Tudo isso dá de-talhes importantíssimos até para as ques-tões físicas que vêm a seguir. Os adolescen-tes são uns tagarelas; eles falam muito.

Quais as perguntas mais comuns du-

rante a consulta?

Sexo e drogas. A gente pensa que, por-que hoje em dia existem tantas informa-ções nas revistas sobre isso, eles já sabemde tudo, mas os adolescentes ainda têmmuitas dúvidas sobre esses assuntos.

Falta diálogo em casa e na escola para

esclarecer as dúvidas dos jovens?

Acho que é o que falta. Antigamente,as famílias tinham tempo para conver-sar, sentavam à mesa para almoçar e jan-tar e a televisão não fazia parte, não ha-via essa interferência. Hoje em dia, a TV

está ali na frente enquanto as famíliasjantam. Além disso, os pais trabalham,chegam em casa cansados e vêem muitopouco o filho, acompanham muito pou-co esse adolescente ou essa criança e, in-felizmente, não têm mais esse contato tãoimportante. Acho isso uma grande per-da. Nas famílias com melhor nível socio-econômico têm também o televisor noquarto, o computador, o telefone, o Ipod...Então, se forma uma bolha em que os paisnão sabem o que está acontecendo comaquele adolescente e, quando percebem,ficam chocados com o que descobrem queo filho fez. Vejo que muitos pais não sabemo que está havendo com seus filhos.

O que esse ‘abandono’ faz com a ca-

beça desses adolescentes?

O adolescente sempre está testando oslimites, independentemente da época.Quando pegamos textos da Grécia anti-ga vemos que as situações são bastanteatuais. Alguns textos dizem ‘não sei o queserá do futuro do nosso país com esses jo-vens que não ouvem os mais velhos,acham que sabem de tudo’, ou seja, é oadolescente. Só que, hoje, esse adolescen-te tem outras ferramentas. Há 20 ou 30anos ele até ficava isolado no grupo, mastinha convivência em casa. Hoje, fica iso-lado em casa também, naquela ilha, e ospais estão conhecendo pouco os filhos, quecobram seus limites. Alguns adolescenteschegam na consulta e dizem: ‘meu pro-blema é que minha mãe me deixa fazermuita coisa.’ Eles querem limites e os paisnão estão percebendo isso. Por isso, mé-

dicos de adolescentes têm de conversarcom os pais também. Temos de orientaras famílias sobre uma série de coisas que,muitas vezes, elas não percebem.

Que prejuízos um adulto pode sofrer

se tiver uma adolescência sem limi-

tes e com pais ausentes?

Ele não vai saber até onde pode ir e,em uma hora que alguém imponha limi-tes a esse jovem ou a esse adulto, ele po-derá se prejudicar bastante. Uma coisasão os pais colocarem limites nos filhoscom amor e cuidado. Outra é alguém aífora colocar limite, no trabalho ou navida, e esse jovem não saber como agir, sedecepcionar, não dar certo no emprego ouachar que todo mundo está errado e sóele é o certo... Muitos adolescentes nãotêm a quem recorrer e procuramos dar es-ses limites aqui, o que ajuda sem dúvidanenhuma, mas o mais importante é quan-do se tem essa composição com a família.Como a família está um pouco despre-parada nos dias atuais, o adolescente quetenha alguém com quem possa conversar,se abrir, falar, ganha muito quando secompara com um outro.

Será que é por isso que eles estão fu-

mando e bebendo mais?

Acho que sim. O adolescente pensa que,com ele, nada vai acontecer, nada vai lhefazer mal. Ele tem uma falsa sensação deonipotência. E o mercado sabe disso e lan-ça produtos para atrair esses jovens. A be-bida, em relação à saúde, é pior que o ci-garro. Quanto mais cedo se entra em con-tato com o álcool, maior a chance de setornar dependente. O álcool se espalha portodo o organismo, para a unha, a pele, oscabelos e, para o adolescente que está nes-sa fase de estirão puberal, de crescimento,é muito complicado ter o álcool entrandonesses tecidos. O prejuízo é muito grande.

Que tipo de problema pode ocorrer?

O principal é a dependência química,mas também pode haver uma desnutri-

Os adolescentesquerem limites e os

pais não estãopercebendo isso.

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21Super Saudável

“ ”Eles esquecem que correm um grande ris-co de contrair doenças, como a Aids, quevem aumentando entre os jovens, e tam-bém de ter uma gravidez precoce.

É preciso conversar mais sobre isso

com os adolescentes?

Claro. Isso tem de fazer parte das con-versas em casa e na escola, de forma queeles se interessem pelo assunto. Esses as-suntos estão estampados nas revistas e asmeninas e meninos têm interesse nisso.Não podemos impedir os adolescentes deentrar na internet e ter acesso a essas in-formações. Por isso, os pais e professoresprecisam falar com clareza, perguntar aopinião deles, porque eles têm muita coi-sa para falar. Se forem questionados, elestêm muito para falar.

Quais são os sonhos desses jovens?

Eles têm muita preocupação com segu-rança e gostariam de viver melhor. Todoadolescente tem uma história de algum atode violência. Eles estão cada vez mais ex-postos – independentemente da classe so-cial – e tentam buscar alguma coisa maissegura para o futuro, mas não sabem di-reito o quê. Acho que nem a gente sabe...

Existem cerca de 200 hebiatras no

Brasil para 40 milhões de adolescen-

tes. Como os médicos sem essa for-

mação podem ajudar os pacientes?

Eles devem ter alguns conhecimentosbásicos relacionados ao crescimento e de-senvolvimento. E é isso que acho mais di-fícil. É preciso entender um pouco os grá-ficos de crescimento, de estirão puberal.Não é nada muito complicado se pensar-mos na formação do médico, porque to-dos deveriam saber um pouco sobre isso.A outra postura fundamental é ouvir, o

ção que gere uma deficiência em estatu-ra, por exemplo. Se o adolescente deveriater 1,75m pode ficar com 1,65m. Segun-do pesquisa, 50% dos adolescentes de 10a 12 anos já experimentaram álcool. Émuita coisa. Na Itália tem uma bebidaapenas para meninas chamada For girlsonly, com 25% de teor alcoólico. Paravocê ter idéia, uma cerveja tem 5% de ál-cool, o vinho tem 12%. E essa bebida sópara meninas tem 25%! Essa bebida nãochegou aqui ainda, mas temos outras quetambém fazem mal aos adolescentes.

É saudável a experimentação?

Vai depender do contexto. Não pode-mos dizer que é para os adolescentes ex-perimentarem baseado, cocaína, ecsta-sy... O adolescente precisa entender queseu corpo está sendo construído. Se nessamassa tiver álcool, ela pode desmoronarno futuro. Será que dizer isso vai fazercom que o adolescente não beba? Não dápara afirmar, mas pelo menos ele devepensar antes de beber. Já existem inúme-ros trabalhos que indicam que os adoles-centes que já receberam informações sobreesse tipo de prevenção se arriscam menos,entram menos em atividades que são pe-rigosas. Eles precisam de orientação.

A sexualidade precoce é boa ou ruim?

Pesquisas indicam que, no Brasil,50% das meninas e meninos aos 15 anosjá tiveram sua primeira relação sexual.Não sei se é bom ou ruim, mas não dápara mudar o que está acontecendo. Porisso, não adianta querer prevenir aos 14;é preciso conversar sobre isso antes. Ca-misinha, por exemplo, eles só usam naprimeira relação sexual, depois de ummês que já conhecem o parceiro não usammais, porque acham que não precisam.

que teoricamente o médico tem de fazer.É importante tentar descobrir as questõesque deflagram as patologias nos adoles-centes, ouvir o paciente de forma geral eprocurar equilibrá-lo da melhor manei-ra possível. Se o médico agir só na baseda medicina curativa, no onde está doen-do para prescrever receita, ele poderá fa-zer muito pouco pelo adolescente. Porqueo que está faltando em casa e na consultamédica é realmente o diálogo.

Resuma uma adolescência saudável.

É aquele adolescente que conseguiu,de alguma maneira, ter limites mais pre-cisos e que pode pensar antes de agir, enão simplesmente fazer e depois pensarno que fez. Se o adolescente puder pensarantes, isso dará uma estabilidade e umatranqüilidade muito grande para ele.

Qual o papel da escola?

A escola é um grande laboratório etem papel fundamental. A orientação daescola para os pais é muito importante eeles devem levar em conta a opinião dosprofessores e dirigentes.

Qual o papel dos pais?

Sem dúvida nenhuma conhecer os fi-lhos, também nessa fase. E procurar, emalguns momentos, atividades que possamfazer com seus filhos e que dê prazer aosdois. Essa proximidade é fundamental edeve fazer parte da rotina da família.

Os pais e professores precisam falar comclareza, perguntar a opinião deles,

porque eles têm muita coisa para falar.

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PESQUISA

Estudo revelaque a glândulanão é atributo

exclusivamentemasculino e

exerce funçõessemelhantesnas fêmeas

Cientistas identificam a

Sebastião Roberto Taboga

relacioná-lo às funções exercidas pela glându-la no homem. “Muitos trabalhos anteriores tra-tavam a próstata nas fêmeas dos mamíferos,incluindo a mulher, como um órgão sem mui-ta importância, resquicial. Mas nós detectamosque é uma glândula ativa, dependente de tes-tosterona e que responde diversamente a ma-nipulações hormonais”, revela o biólogo Se-bastião Roberto Taboga, professor do Insti-tuto de Biociências, Letras e Ciências Exatasda Unesp e coordenador do estudo. Segundoo pesquisador, a grande dificuldade para de-tectar a próstata feminina, apesar de estar lo-calizada em região semelhante à do corpomasculino, é que nas mulheres o órgão é en-capsulado e está disposto de forma difusa aolongo da uretra. Além disso, seu tamanho éequivalente à cerca de 20% da glândula mas-culina, o que é considerada uma das princi-pais diferenças entre os sexos.

Para detectar a próstata em espécimes fe-mininas, inicialmente os pesquisadores estu-daram fêmeas do gerbilo (um roedor tambémconhecido como esquilo da Mongólia) e, pos-teriormente, de rato e cachorro. Partindo doprincípio do efeito da castração nos machos,que apresentam redução do tamanho da prós-tata e regressão das células, Sebastião Tabogaresolveu inverter o processo: injetar hormôniomasculino nas fêmeas e examinar as conse-qüências. Para avaliar os efeitos androgei-nizantes da injeção de hormônios, os animaisforam submetidos a avaliações histopatológi-cas de rotina, análise do material com um mi-croscópio eletrônico e avaliações mais requin-tadas com marcadores imunohistoquímicose sorológicos. Os testes indicaram que,bioquimicamente, a glândula femini-na produz as mesmas secreçõesque a masculina, inclusivePSA, o que pode indicar

Divu

lgaçã

o

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ADeh Oliveira

A próstata não é um órgão exclusivo dosexo masculino. Essa afirmação poderia serridicularizada até bem pouco tempo, mesmoentre a classe médica e científica. Mas, um es-tudo realizado em conjunto por pesquisado-res da Universidade Estadual Paulista (Unesp),Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)e Centro Universitário de Rio Preto (Unirp)fez o mito cair por terra. A pesquisa, iniciadaem 1999, não só identificou que a glândulaestá presente no corpo feminino como tam-bém exerce funções semelhantes à masculi-na. Embora relatos mais antigos já tenham su-gerido a existência do órgão nas mulheres, oassunto nunca foi muito explorado. Agora, ospesquisadores conseguiram comprovar que asfêmeas também possuem a glândula, que res-ponde a manipulações hormonais.

Inicialmente a próstata feminina foi nomea-da como glândula parauretral ou de Skene,nome dado em homenagem ao médico norte-americano Alexander Skene, o primeiro a des-crever o órgão, ainda no século 19, mas sem

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23Super Saudável23Super Saudável

próstata femininaque esses líquidos reforçam as funções exer-cidas pelas secreções da próstata masculinoquando o sêmen é depositado na vagina.

Resultados paralelos – Outra constataçãodo trabalho é o aumento de lesões na prósta-ta das fêmeas utilizadas na pesquisa, em de-corrência da injeção de hormônios. Na avalia-ção de Sebastião Taboga, embora os testesnão tenham sido feitos em seres humanos, oresultado obtido com animais alerta para anecessidade de avaliar os possíveis efeitos daterapia de reposição hormonal ministradacom freqüência nas mulheres durante a me-nopausa. “Talvez esse seja o maior impactode nossa pesquisa”, destaca. O estudo rece-beu apoio financeiro com bolsas de incentivoà pesquisa da Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo (Fapesp), doCentro Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq) eda Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Su-perior (Capes). Atualmente,o projeto tem colabora-ção de pesquisadoresdo Instituto Karolinska,da Suécia.

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24Super Saudável

A

TECNOLOGIA

Deh Oliveira

A perda da acuidade visual atinge in-distintamente homens e mulheres a par-tir dos 40 anos de idade, devido à pres-biopia – popularmente conhecida como

vista cansada – que diminui a capacida-de de visão para perto. O problema sur-ge porque, a partir dessa fase da vida,ocorre a redução da elasticidade do cris-talino e, associado a isso, os músculos dosolhos perdem parte da força necessáriapara modificar a lente e corrigir o foco.Uma técnica cirúrgica por meio de ra-diofreqüência é a nova ferramenta utili-zada para minimizar essa limitação. Oprocedimento, já utilizado em outros paí-ses, também se tornou realidade no Bra-sil e é indicado para indivíduos na faixaetária ao redor dos 50 anos e que não te-nham qualquer outro problema visual.

A operação é realizada em apenas umdos olhos. Uma sonda é introduzida emcima da córnea e muda sua curvatura. Atécnica utiliza a estratégia da visão ba-lanceada, assim, uma das vistas faz a fo-calização para perto e a outra para lon-ge. Com o tempo, o cérebro se adapta e opaciente passa a, naturalmente, utilizara visão de cada um dos olhos de acordocom a necessidade. “O objetivo é alcan-çar uma visão social, que permita ao pa-ciente realizar a maioria das atividadesdiárias”, explica José Ricardo Rehder, of-

Descansopara os olhospara os olhos

Radiofrequência usadapara corrigir vistacansada já é umarealidade no Brasil

talmologista e professor titular da Facul-dade de Medicina do ABC (FMABC), ondeo protocolo teve início e que centraliza acoordenação da técnica cirúrgica no País.

A radiofreqüência já é utilizada paratratamentos em diversas áreas médicas,como Ginecologia e Dermatologia, e des-de 2000 começou a ser testada para acorreção da presbiopia. Os primeiros es-tudos foram feitos em 2002 e, depois,liberados pelo Ministério da Saúde paraa utilização em olhos humanos. Atual-mente, a operação é realizada em cercade 50 centros no Brasil e mais de 500pacientes já foram beneficiados.

Uma das vantagens da radiofrequên-cia é que a técnica pode ser repetida, jáque a presbiopia é progressiva e estabi-liza somente ao redor dos 60 anos. O pa-ciente volta para casa no mesmo dia dacirurgia e retoma as atividades após trêsdias. A visão para longe apresenta recu-peração satisfatória já a partir de ummês e, depois de três meses, o indivíduocomeça a sentir de maneira mais inten-sa os benefícios para a visão de perto.Aos seis meses ocorre a estabilizaçãototal do quadro.José Ricardo Rehder

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BELEZA

atinge todas asCelulitemulheres

Com início na puberdade,quadro clínico da doença podeavançar sem o devido controle

tera a circulação do teci-do conjuntivo e da gorduradas pernas, coxas, glúteos, barri-ga e braços femininos. As principaisvítimas são as mulheres com cinturafina e quadril largo, enquanto as queapresentam maior proteção contra odistúrbio são aquelas que têm for-mas e quadris mais retos, como asjaponesas, ou corpos mais mascu-linizados. “Isso não significa queessas estão isentas da doença. Amulher já nasce pronta para tercelulite. E isso explica porque atéas magras podem ter”, afirmaWilmar Accursio, endocrinologis-ta, nutrólogo e coordenador doAmbulatório de Lipodistrofia daSociedade Brasileira de MedicinaEstética (SBME).

Denise Steiner, coordenadora doDepartamento de Cosmiatria da Socie-dade Brasileira de Dermatologia – Regio-nal São Paulo e professora titular chefedo Serviço de Dermatologia da Univer-sidade de Mogi das Cruzes, comenta quea doença sem o devido controle atingediferentes graus. A celulite pode se ca-racterizar pela retenção hídrica, sem mo-dificações visíveis; por irregularidade sua-

SRosângela Rosendo

Se no período renascentista, no sé-culo 14, as artes pregavam uma verda-deira adoração ao nu feminino tendo co-mo maior expressão de beleza as formascurvilíneas das mulheres, no século 20o padrão ganhou nova referência. A ana-tomia arredondada deu lugar aos cor-pos esguios e transformou uma grandeparcela da população feminina do pla-neta em escrava da beleza. Com o tem-po, o corpo perfeito também acabou setornando sinônimo de status. Mas, alémde se enquadrar nos padrões da socie-dade, a mulher tem de conviver com asombra de outro inconveniente – a lipo-distrofia ginóide, popularmente chama-da de celulite. Queixa mais freqüente de99% das mulheres nos consultórios mé-dicos, a doença crônica e progressiva aco-mete principalmente as mulheres mais'fofinhas'. No entanto, especialistas as-seguram que até mesmo aquelas que pas-sam horas na academia e mantêm umaalimentação saudável podem ser assom-bradas por esse fantasma.

A lipodistrofia ginóide é uma doen-ça que afeta o tecido celular subcutâneo– parte mais profunda da derme – e al-

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BELEZA

Denise Steiner

O controle da doença exige trata-mento localizado, com aplicação isoladaou associada de cremes, massagens e usode alguns aparelhos. Conforme a gravi-dade da lipodistrofia, Wilmar Accursiocomenta que os cremes farmacológicos,que contêm alta concentração de algunsprincípios ativos – como a cafeína, queajuda na eliminação de gordura localiza-da; a benzopirona, estimulante da circu-lação venosa linfática; e o silício, para aprodução de colágeno adequado – sãomais eficazes no tratamento do que oscosmecêuticos. “Os cremes cosméticosajudam, mas não curam, e são usadosjunto com os tratamentos médicos e fisio-terápicos. Os cremes manipulados sãomais direcionados e vão ao encontro dasnecessidades de cada indivíduo”, acres-centa Denise Steiner.

Para evitar a retenção hídrica e redu-

Tratamento é personalizadozir o edema, a técnica mais usada é adrenagem linfática, massagem manualcom movimentos de deslizamento e pres-são suave na área da celulite. Com o au-mento da ingestão diária de líquidos, adrenagem favorece a eliminação das to-xinas do organismo pela urina. O mes-mo benefício é alcançado com o apare-lho de endermologia, que consiste namassagem e na drenagem linfática jun-tas. “Em geral, esses tratamentos ofere-cem de 50% a 80% de melhora no as-pecto da pele”, afirma Wilmar Accursio.

Por meio da injeção de algumas subs-tâncias, a intradermoterapia também po-de melhorar a irrigação sangüínea, aqualidade da fibra e diminuir a quanti-dade de gordura localizada. O uso deaparelho de ultra-som é mais indicadopara áreas de maior concentração degordura e, ligado na baixa potência, aju-

da a atingir áreas mais profundas da der-me e a estimular a circulação sangüínea.Os especialistas lembram que esses tra-tamentos são demorados e podem exigirde 20 a 60 sessões, mas a eficácia namelhora é de 40% a 70%.

Wilmar Accursio

ve e discreta da pele, devido ao acúmulode gordura; e por depressões, nódulossuaves ou intensos, com presença de dor.Embora a causa ainda não seja definidapela Medicina, o desencadeamento doproblema tem relação com a constituição

do organismo e com os níveis hormonais.A capacidade de sustentação da dermefeminina é mais frouxa e irregular que amasculina, que contém uma rede de con-tenção com fibras.

“A gênese do agravamento da doen-ça, no entanto, também pode estar naação do hormônio feminino na pele, quedesencadeia a retenção de líquidos”, ex-plica Denise Steiner, ao ressaltar que ohomem com sobrepeso e de corpo mais‘feminino’ também pode ter celulite. Amulher começa a produzir hormônios apartir da puberdade, período em que alipodistrofia pode surgir. A progesteronafacilita as formações de edemas e a reten-ção de líquidos na pele, e o estrógenofavorece a multiplicação das células gor-durosas e compromete o funcionamen-to da circulação sangüínea e do sistemalinfático, responsável pela retirada deágua de qualquer parte do organismo.

Arquivo Super Saudável

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COSMÉTICOS PODEM AJUDARApesar de não existir ainda um produto que 'acabe de vez' com a celulite, a indústria cosmé-

tica conseguiu desenvolver alguns cremes que possuem ativos que estimulam a microcirculaçãoe agem como coadjuvantes de outros tratamentos, com bons resultados, principalmente na faseinicial. A Yakult Cosmetics dispõe do Creme Desodorante para Pernas e Pés, que possui fórmulacom o exclusivo Complexo S.E – princípio ativo obtido pela biotecnologia. A substância tem açãoantioxidante e ajuda a controlar e equilibrar a acidez da pele. Além disso, o produto contémMentol e Venoxyl (complexo de extratos botânicos de arruda, ginko biloba e castanha da Índia) etriclosan, princípio ativo com ação desodorante. “Sua fórmula refrescante diminui ainda mais asensação de cansaço nas pernas e pés, e deixa a pele macia e hidratada”, explica a esteticistaZilda M. Cataldi.

O creme deve ser aplicado nas pernas e nas partes afetadas pela lipodistrofia com massa-gens suaves para as substâncias penetrarem na pele, seguida de massagem drenante. “Todosos movimentos da drenagem linfática manual visam captar a linfa dos espaços intersticiais parapromover a maior absorção dos produtos pelos capilares linfáticos e aumentar a velocidade detransporte de líquidos”, explica Zilda Cataldi. A esteticista acrescenta que, como há estimulaçãodo funcionamento dos rins, todos os detritos são eliminados naturalmente pela urina e pelosuor, durante e após cada sessão de drenagem linfática. “Os efeitos sobre a pele estão relacio-nados com a diminuição de inchaços, a desintoxicação dos tecidos e a melhora da oxigenação eda nutrição celular”, explica.

Apesar dos poucos trabalhos cien-tíficos sobre a lipodistrofia, os pesqui-sadores já identificaram alguns fato-res que interferem no quadro clínico.Denise Steiner desfaz o mito de querefrigerante, bebidas gasosas e calçajusta causam celulite. Já o álcool emexcesso provoca inchaço e o fumo pio-ra a irrigação dos vasos e deixa a pelemenos saudável. O uso de anticoncep-cionais e a gravidez também agravama lesão pelo aumento de hormônios noorganismo, bem como o sedentarismoe o ganho de peso, que contribuempara o acúmulo de gordura nas partesmais acometidas pelo problema.

Os médicos enfatizam que não há

alimento que cause ou evite a celulite.O importante é ingerir muito líquido ereduzir o consumo de todo tipo de açú-car e alimentos ricos em gordura, paraa evolução da doença ser mais lenta enão se agravar. “Além de ajudar noganho de peso, as substâncias facilitama multiplicação de células, o que leva àalteração da função do tecido celularsubcutâneo e favorece a modificaçãoda arquitetura da derme”, explica Wil-mar Accursio. O médico diz que, aoperceber problemas, o organismo acio-na sua tropa de defesa e de células doprocesso cicatricial sobre a região le-sada, causando os indesejáveis furi-nhos, estágio final da doença.

Fatores que agravam

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VIDA SAUDÁVEL

Rolfing busca integ

quadas – permite a liberação e o reposiciona-mento das estruturas miofasciais. “O tecido con-juntivo está sempre sendo renovado e cria ummolde, que muitas vezes acaba restringindo omovimento com o passar do tempo. Com a téc-nica manual liberamos essas marcas que ficamao longo da vida. O estresse nos congela, e quan-do se mexe com as fáscias está se mexendo nahistória do indivíduo”, explica o fisiatra LuizFernando Bertolucci, que trabalha com a técni-ca há aproximadamente 15 anos.

A terapia leva em consideração as diferen-ças e limitações de cada indivíduo, e o traba-lho começa a partir da análise da estrutura cor-poral e dos padrões de movimento. Antes deiniciar o tratamento é feita uma observação doalinhamento dos segmentos do corpo do pa-ciente, a relação deles entre si e o mapeamentodas áreas de tensão ou com rotações e torções.A evolução do trabalho pode ser medida por

estruturas Método

terapêuticodesenvolvido

por bioquímicaamericana

restabelecee harmoniza

a posturacorporal

Marilene Marfin Martin

O Rolfing foi desenvolvido ao longo de50 anos de trabalho da norte-americanaIda Rolf, PhD em Bioquímica pela Univer-sidade de Columbia. Tudo começou nadécada de 1920, quando a cientista es-tudava o tecido conjuntivo e percebeu queas fáscias musculares eram maleáveis epossuíam propriedades plásticas e elás-ticas que permitiam, em qualquer faixaetária, alterar com as mãos a forma e adisposição do sistema músculo/tecidoconjuntivo nos diversos segmentos docorpo. A essa descoberta Ida Rolf juntouos princípios de terapias corporais combases estruturais e funcionais – como

ioga, osteopatia e quiropraxia –, às quaispassou a investigar em busca de resolverum problema físico que adquiriu na ado-lescência, devido a um acidente, e quenão tinha conseguido encontrar a solu-ção por meio da medicina tradicional.

Os efeitos da gravidade também tive-ram grande relevância para as conclusõesde Ida Rolf, que percebeu que o desalinha-mento de qualquer parte do corpo causador e outros sintomas. Na ava-liação da cientista, pararesolver um problema lo-calizado era preciso or-ganizar toda a estrutu-

ORIGEM NOS ESTADOS UNIDOS

PPresente no Brasil há cerca de 20 anos, oRolfing® é uma terapia corporal que visa atin-gir uma condição mais equilibrada e harmonio-sa de postura e movimento. O princípio do tra-balho consiste na manipulação do tecido con-juntivo, também conhecido como fáscia, quereveste, integra e dá suporte às estruturas mus-culares e viscerais. Por meio de toques preci-sos e profundos em pontos espalhados por todoo corpo, o profissional de Rolfing busca elimi-nar tensões e encurtamentos de tendões e mús-culos que causam dor e limitam o movimentopara, assim, restabelecer o equilíbrio. Entre ou-tras aplicações, o método é indicado para in-divíduos com problemas causados pela má pos-tura, com dificuldade de movimento, que so-freram traumas físicos ou que se submetem aaltas doses de estresse no dia-a-dia.

A pressão aplicada nos pontos-chave pelorolfista – com a profundidade e a direção ade-

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rarcorporais

meio da comparação de fotografias tira-das antes da primeira sessão e periodi-camente, após o início da terapia.

O tratamento para reequilibrar a pos-tura segue um protocolo básico de 10 a15 sessões, o que pode ser alterado deacordo com a necessidade do paciente.“Cada sessão tem segmentos corporais aserem trabalhados para restabelecer oequilíbrio do corpo”, explica a rolfista Ye-da Bocaletto, ao acrescentar que o méto-do inclui, além da manipulação, traba-lho de conscientização corporal denomi-nado Rolfing Movimento. Ao final decada sessão, os pacientes recebem orien-tações que ajudam a evitar repetir hábi-tos que prejudiquem a postura. Isso in-clui atenção a alguns fatores que influen-ciam no ordenamento corporal como ospés, a pélvis, o olhar, a respiração e a co-

luna. Após passar pelo tratamento inicial,o protocolo adotado no Rolfing preconi-za retorno do paciente no período de uma dois anos, dependendo da necessida-de, para novas sessões de manutenção,porém, com uma seqüência menor.

Embora o tratamento, a princípio,pareça com as já tradicionais técnicas demassagem, os especialistas de Rolfingexplicam que o processo é diferente, as-

ra e, por isso, o Rolfing trabalha o corpotodo, já que as fáscias são estruturas con-tínuas. Utilizando a experiência pessoal,a bioquímica passou a utilizar nela mes-ma a técnica que desenvolveu, inicialmen-te chamada de Integração Estrutural. Maistarde, o método terapêutico passou a serchamado de Rolfing, em homenagem àsua criadora.

sim como outras modalidades que traba-lham a postura, como RPG (ReeducaçãoPostural Global) e pilates. “Não se tratade fazer exercícios mecânicos. Quere-mos que haja uma mudança na fisiolo-gia do tecido por meio de processosbioquímicos que o remodelam e refinama organização do corpo para funcionarmelhor”, destaca a fisioterapeuta e rol-fista Marilene Marfin Martin.

Luiz Fernando Bertolucci

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U

TURISMO

Adenilde Bringel

Uma visita a Buenos Aires ofereceaos brasileiros a oportunidade de entrarem contato com o que há de mais euro-peu no continente sul-americano. A ca-pital portenha transpira cultura, umacaracterística marcante do Velho Con-tinente, em mais de 120 museus, gale-

rias de arte, livrarias e teatros como oColón, uma das salas líricas mais fa-

mosas do mundo. Fechada pararestauração, a casa será reabertaem 25 de maio de 2008, quandocompleta 100 anos, com a ópe-ra Aída, de Giuseppe Verdi, a

mesma apresentada na inaugura-ção. Quem escolher Buenos Aires

como opção de passeio poderá visi-tar, ainda, monumentos, igrejas, ca-fés, centros comerciais e feiras de an-tiguidades, além de aproveitar a rica

gastronomia e se encantar com os es-petáculos de tango.

Banhada pelo rio de La Plata, consi-derado o mais largo do mundo, com cer-ca de 90 metros de uma margem à ou-

tra, Buenos Aires é uma cidade plana epossui muitas árvores, parques e outrosespaços públicos bem conservados. Acapital que concentra mais da metadeda população do país tem largas aveni-das, como a 9 de Julio, com seus 140metros de largura (os argentinos a con-sideram a maior do mundo) e a SantaFé, além da avenida Rivadavia, conside-rada uma das mais longas do mundo. Nocruzamento das avenidas 9 de Julio eCorrientes está um dos mais importan-tes símbolos de Buenos Aires: o obeliscode 67 metros da Plaza de la República,inaugurado em 1936 em comemoraçãoaos 400 anos de fundação da cidade.

Na Plaza de Mayo está localizado opalácio do governo – a conhecida CasaRosada –, para onde se dirigem cente-nas de turistas diariamente. A Plaza éum tradicional ponto de manifestaçõesna Argentina e onde se reúnem, todasas quintas-feiras há mais de 20 anos, asmulheres conhecidas como Las Madresde Plaza de Mayo, que perderam seusfilhos e familiares durante o regime di-tatorial no país. Em seu redor está, ain-

A mais européia das cidades latinas

Às margens do rio daPrata, Buenos Airesé um dos lugaresmais encantadoresda América do Sul

DANÇA APAIXONANTE

com Juliana Fernandes

Ir a Buenos Aires e não assistir a umaapresentação de tango é um pecadosem perdão. As opções vão das tradi-

cionais casas a espaços que oferecemespetáculos grandiosos acompa-

nhados de um saboroso jantar re-gado a apetitosas carnes e vi-

nhos. A capital também é co-

nhecida pelas milongas, locais com bai-les menos luxuosos e mais animados,freqüentados por moradores da cidadee onde os turistas têm a chance de ar-riscar os primeiros passos de tango comprofessores especializados.

Em Porto Madero, com suas chur-rascarias, restaurantes de frutos do marFo

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COMPRASCom o real valorizado, os brasileiros aproveitam as compras em Buenos Aires e

ainda fazem uma boa economia. Grifes européias, artigos em couro, lã e cashmeresão encontrados em shoppings e em ruas comerciais como a Florida, no centro, aSanta Fé e a Corrientes. Na intersecção entre a Florida e a avenida Córdoba estáa Galerías Pacífico, prédio do início do século 20 que abriga um elegante shoppingcenter. Na capital também é possível comprar marcas famosas por preços bastan-te acessíveis.

Circuito obrigatórioUm dos bairros mais atraentes de

Buenos Aires é Palermo, que possui omaior espaço verde da cidade, ocupadopelo Jardim Botânico, Planetário, JardimZoológico e outros parques, bosques epraças. No Parque 3 de Febrero, o Jar-dim de Las Rosas, com cerca de 1,2 milespécies, encanta os turistas. No bairrotambém está situado o Paseo Alcorta,com 100 mil m² divididos em quatro an-dares onde é possível encontrar artigosde decoração e perfumaria, além das me-lhores tendências da moda argentina.

Na Recoleta, o turista poderá aprovei-tar as confeitarias com suas mesas na cal-çada e lojas de grifes internacionais. OCemitério da Recoleta é um dos pontosturísticos mais visitados do local, commais de 70 sepulturas declaradas monu-mentos históricos nacionais e onde estãoenterradas personalidades como a ex-primeira-dama Eva Perón e Vicente Ló-pez y Planes, autor do hino nacional. O

e cozinha internacional, os turistas po-derão saborear o famoso bife de cho-rizo – prato típico – acompanhado porvinhos nacionais de conceito mundial.Também é preciso conhecer o CaféTortoni, um dos símbolos de BuenosAires, e a Confeitaria Ideal, onde se sa-boreia o verdadeiro alfajor Havana.

da, a Catedral Metropolitana, a ‘city por-tenha’, movimentada área que marca ocentro financeiro da capital, e a Aveni-da de Mayo, que se estende até o palá-cio do Congresso Nacional. A poucasquadras fica a La Manzana de las Luces(Quarteirão das Luzes), que reúne atra-ções históricas como a Igreja de SanIgnacio de Loyola, construída no século17, e galerias subterrâneas do século 18abertas à visitação.

No pitoresco bairro de La Boca, fa-moso por suas casas coloridas, está oCaminito, com dezenas de lojas de arte-sanato e bares onde dançarinos de tangofazem apresentações ao ar livre e tiramfotos com os turistas em troca de algunspesos. O bairro também é famoso porabrigar o estádio do Boca Juniors –Camilo Cichero – conhecido popular-mente como La Bombonera devido aoformato semelhante a uma caixa debombons. Outro campo que mereceuma visita é o Estádio Monumental An-tonio Vespucio Liberti – o El Monumen-tal – do grande rival River Plate, no bair-ro de Nuñez.

bairro abriga, ainda, o Museu de BelasArtes e o Buenos Aires Design.

Aos domingos o passeio obrigatório éo bairro de San Telmo. No local há umafamosa feira de antiguidades, além de res-taurantes, lojas, antiquários e galerias dearte. Em meio a turistas de todas as na-cionalidades é comum cruzar com inú-meros personagens que fazem perfor-mances nas ruas de paralelepípedos ecalçadas. A música – principalmente otango – também faz parte da tradiçãodo local e é possível assistir a belíssimasapresentações no meio da rua.

Teatro Colón

Obelisco localizado na avenida 9 de Julio

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DESTAQUE

A Yakult possui comerciantes autônomas,conhecidas como Yakult Ladies no exterior ecomo CA no Brasil, que comercializam pro-dutos da empresa de porta em porta. Para in-centivar essas comerciantes a empresa reali-za, anualmente, convenções no Brasil e nosoutros países onde está presente, além de umaconvenção mundial a cada dois anos no Ja-pão. Em 2007, a convenção mundial reuniudelegações de 30 países entre os dias 4 e 5 denovembro, na cidade de Hakata. No Brasil aempresa inovou e, pela primeira vez, reuniuas CAs em convenções regionais em sete ca-pitais do País.

Os encontros foram realizados nas cida-des de São Paulo, Curitiba, Goiânia, Belo Ho-rizonte, Maceió, Recife e Salvador. Os parti-

cipantes foram os vencedores da CampanhaAnual das CAs cadastradas na Yakult do Bra-sil, que concedeu os prêmios Especial, que deudireito à viagem para participar da conven-ção mundial no Japão; Excelência, com via-gem para Salvador; Competência, que garan-tiu viagem ao Rio de Janeiro; e Esforço, quedistribuiu televisores, câmeras digitais, hometheaters e microsystens.

Do total de comerciantes autônomas es-palhadas pelo Brasil – 6,5 mil – o Estado deSão Paulo abriga aproximadamente 80%. Poresse motivo, a convenção realizada no espa-ço de eventos Via Funchal, um dos mais co-nhecidos da cidade, foi a mais concorrida,com 1,4 mil participantes. Prestigiadas pelapresença do presidente da Yakult do Brasil,

Convenções reúnem co

Encontrosde CAs foramrealizados emsete cidadesbrasileiras eem Hakata,

no Japão

Comerciantesna Via Funchal,

em São Paulo

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33Super Saudável

merciantes autônomas

A convenção mundial realizada acada dois anos no Japão tem a finali-dade de possibilitar a troca de expe-riências bem-sucedidas, homenagearas delegações dos vários países emque a Yakult atua e premiar as comer-ciantes autônomas que mais se des-tacam na comercialização dos produ-tos da marca em nível mundial. A fi-lial brasileira da empresa, que ocupaa quinta posição em vendas no mun-do – atrás apenas de Japão, Coréia,México e Tailândia – levou uma dele-gação com 23 pessoas para o encon-tro. A equipe foi composta pelo presi-

Brasileiros visitam o Japão

Masahiko Sadakata, de vários diretorese de colaboradores da empresa, as comer-ciantes homenageadas no evento tambémreceberam diplomas.

Comemorações – Embora a maioriadas comerciantes autônomas seja mu-lher, foi Jefferson Bernardino Ribeiro,que atua no departamento Sagrada Fa-mília há seis anos, quem ganhou a via-gem a Salvador (Prêmio Excelência).“Foi inesquecível. O Pelourinho foi o lo-cal de Salvador que mais gostei”, desta-ca, ao contar que esteve acompanhadoda esposa e aproveitou para fazer umasegunda lua-de-mel. Para Jefferson, oprêmio foi um grande incentivo paraincrementar a comercialização dos pro-dutos e uma motivação a mais para al-cançar os objetivos traçados para este

ano. “Trabalhar com muito empenho,aproveitando o máximo do dia com de-dicação, é minha dica de sucesso”, des-taca o comerciante.

A oportunidade de viajar para o Riode Janeiro com a filha de 12 anos foiuma experiência importante para Jesuí-na Pereira de Oliveira, da Vila Mariana,que ganhou o Prêmio Competência. ACA conta que foi a primeira vez que re-cebeu um prêmio pela sua competênciae, por essa razão, o valor é ainda maissignificativo. “Quero me empenhar maise mais para ter a chance de participarde outras viagens”, adianta a comercian-te. Jesuína confessa que tinha um pou-co de receio de ir ao Rio de Janeiro porcausa das notícias de violência, mas ga-rante que mudou totalmente essa per-cepção ao conhecer a Cidade Maravilho-

sa, com a qual ficou ‘encantada’. “Minhadica para as CAs que querem ser presen-teadas é que se dediquem aos negócioscom empenho e busquem atender osclientes cada vez melhor”, resume.

Para Maria Olinda B. Vita da Silva,do departamento São Cristóvão, que ga-nhou um televisor no Prêmio Esforço,batalhar sempre e tratar muito bem osclientes realmente são receitas infalíveisde sucesso. A comerciante, que atua há10 anos como autônoma, ressalta queprocura aprender e aprimorar a admi-nistração dos negócios. “Estou semprecom um sorriso no rosto e querendo co-nhecer melhor os produtos que levopara meus clientes, para que todos es-tejam seguros de consumir um alimen-to que realmente promove a saúde”,acrescenta a CA.

dente Masahiko Sadakata, por dire-tores e funcionários, além de 11 co-merciantes autônomas.

Uma das CAs que compôs a dele-gação brasileira é Iraídes Falinski, dodepartamento Cajuru, que atua comoautônoma há cerca de 4 anos e é umadas vencedoras do Prêmio Especial.“A viagem ao Japão foi maravilhosa.Conheci lindos parques, vários tem-plos, um pavilhão revestido de ouro emuitas outras atrações que jamaisimaginei ver tão de perto”, afirma,animada. Iraídes ressalta que o prê-mio é mais um motivo para manter

seu ânimo para novas conquistas. Se-gundo a comerciante autônoma, so-mente com esforço e dedicação é pos-sível realizar os sonhos e objetivos tra-çados. “Procuro atender cada vez me-lhor meus clientes, luto para atingirminhas metas e valorizo cada dia detrabalho”, reforça.

Passeios – Durante o encontro rea-lizado no Japão, além de homenagense premiações, a delegação brasileirafez passeios em diversos pontos turís-ticos das cidades de Hakata, Kioto,Nara e Osaka.

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Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas ee-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável

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“Faço parte de uma comunidade e leveia revista Super Saudável, que pegueiemprestada em um consultório médico,para mostrar na comunidade. Ficamosencantados com os temas abordados.Meus parabéns por estarem contribuindopara uma saúde melhor.”Lídia C. Gonçalves da SilvaJardinópolis – SP.

“Deparei com a leitura da Super Saudávele gostei muito. Parabéns. A revista é muitointeressante e ajuda a esclarecer e prevenirvárias doenças, principalmente para quematua na área de saúde como eu, que souterapeuta/massagista.”Neusa TerukoSão Paulo – SP.

“Renovo meus agradecimentos porcolocarem meu nome na lista dosagraciados com essa excelente revista.Na Super Saudável encontramos artigos dedivulgação e atualização de primeiríssimaqualidade, como a matéria de FibroseCística publicada na edição 33.”Oldemar BordinCuritiba – PR.

“Gostaria de parabenizá-los pela revista,com ótimo conteúdo, de leitura fácil eagradável.”Darci Penteado JuniorSão Paulo.

“Sou médica ginecologista e conheci arevista de vocês no consultório de um

colega. Achei muito interessante, poisaborda temas de interesse da populaçãoem geral. Quero parabenizá-los pelarevista e gostaria de ter essa publicaçãoem meu consultório.”Gislaine D. TonettoAraras – SP.

“Sou nutricionista do Hospital MarechalCândido Rondon e as publicaçõespodem contribuir bastante para odesenvolvimento do meu trabalhocom muitos de nossos pacientes, quesão orientados a consumir Yakult.”Simone GieseNova Santa Rosa – PR.

“Considero a Super Saudável umarevista científica. Parabéns e continuemsempre informando seus leitores.”Marcelo F. TribstSão Paulo.

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