SUMÁRIO - Paraná › redeescola › es...Em 1988, por determinação da Secretaria do Estado do...
Transcript of SUMÁRIO - Paraná › redeescola › es...Em 1988, por determinação da Secretaria do Estado do...
1
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................................1
1.1 Curso Autorizado ........................................................................................2
1.2 Demonstrativo da Organização da Entidade Escolar .................................2
1.2.1 Modalidade de Ensino ..................................................................2
1.3 Recursos Humanos ....................................................................................2
1.4 Espaço Físico .............................................................................................3
2. INTRODUÇÃO ........................................................................................................4
3. HISTÓRICO DA ESCOLA ......................................................................................5
3.1 Caracterização da Comunidade Escolar ....................................................5
4. MARCO SITUACIONAL ..........................................................................................7
4.1 E o Brasil, como vai? ..................................................................................9
5. MARCO CONCEITUAL .........................................................................................10
5.1 Educação Transformadora .......................................................................10
5.2 Sociedade Ética ........................................................................................11
5.3 Pluralidade
Cultural ...................................................................................11
5.4 Cidadania ..................................................................................................11
5.5 Solidariedade ............................................................................................12
5.6 Autonomia e Flexibilidade .........................................................................12
5.7 Pessoa Ecológica .....................................................................................12
5.8 Pessoa Ética ............................................................................................13
5.9 Felicidadania ............................................................................................13
6. MARCO OPERACIONAL ......................................................................................14
6.1 Definindo a identidade ..............................................................................14
6.2 Educação Inclusiva e Solidária .................................................................14
6.3 Aprendizagem
Significativa .......................................................................15
6.4 Pesquisa ...................................................................................................15
6.5 Avaliação Humanizadora ..........................................................................16
6.6 Gestão Colegiada .....................................................................................16
6.7 Perfil do Educador ....................................................................................17
7. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA ......................................................19
2
8. HORA ATIVIDADE ................................................................................................20
9. CONCEPÇÃO EDUCACIONAL ............................................................................20
10. OBJETIVOS GERAIS DA ESCOLA ....................................................................21
11. ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E COMPOSIÇÃO CURRICULAR.........................21
12. ESTUDOS SOBRE O PARANÁ .........................................................................22
13. AGENDA 21 .......................................................................................................22
14. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO .........................................................................23
15. FORMAS E PERIODICIDADE DE REGISTROS DA AVALIAÇÃO ....................25
16. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS ........................................................................26
17. REGIME DE PROGRESSÃO ..............................................................................26
18. PROPOSTA DE TRABALHO DA ESCOLAR PARA ARTICULAÇÃO COM A
FAMÍLIA E COMUNIDADE ..................................................................................26
18.1 Conselho de Classe ................................................................................26
18.2 Conselho Escolar ....................................................................................27
18.3 Associação de Pais, Mestres e Funcionários .........................................27
18.4 Grêmio Estudantil ...................................................................................28
19. AS DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ.....28
19.1 Artes .......................................................................................................28
19.2 Ciências ..................................................................................................29
19.3 Educação Física .....................................................................................31
19.4 Ensino Religioso .....................................................................................33
19.5 Geografia ................................................................................................34
19.6 História ...................................................................................................35
19.7 Língua Portuguesa .................................................................................37
19.8 Língua Estrangeira Moderna ..................................................................40
19.9 Matemática .............................................................................................42
20. METAS ................................................................................................................45
21. AVALIAÇÃO ........................................................................................................46
22. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................46
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................47
3
1. IDENTIFICAÇÃO
1 – Denominação da instituição
Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino Fundamental
2 – Endereço completo
Rua Tiradentes, s/n
3 – Distrito
Amorinha
4 – Município
Ibaiti
5 – NRE
Ibaiti
6 – CEP
84910-000
7 – Caixa Postal
-
8 – DDD
-
9 – Telefone
-10 - Fax 11 – E-mail 12 – Site
13 – Entidade Mantenedora
Governo do Estado do Paraná
14 – CNPJ/MF
76.416.965/0001-21
15 – Local e data
Ibaiti, 18 de novembro de 2007.
16 - Assinatura
______________________________________
Direção
4
1.1 Curso Autorizado
CURSO AUTORIZADO Número da autorizaçãoEnsino Fundamental – 5ª a 8ª séries Resolução 3997/06 – DOE 31/08/2006
1.2 Demonstrativo da Organização da Entidade Escolar
1.2.1 Modalidade de ensino
Ensino Fundamental - Regular
(nº de turmas e alunos previstos para 2008)
ENSINO FUNDAMENTAL TARDESÉRIE Nº DE TURMAS Nº ALUNOS
5ª 02 506ª 01 377ª 01 288ª 01 28
TOTAL 05 143
1.3 Recursos Humanos
Atualmente (final de 2007) a Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo conta
com:
− 121 alunos matriculados
− 12 Professores
− 1 pedagogo
− 1 funcionário administrativo
− 2 funcionários de serviços gerais
− 1 diretor
5
1.4 Espaço Físico
1- Número de ambientes pedagógicos
- 05 salas de aula:
- 01 sala dos professores (compartilhada)
2 – Áreas destinadas a ambientes
pedagógicos (m²)
221,84 m²
3 – Número de ambientes
administrativos
- 01 secretaria
4 – Área destinada a ambientes
administrativos
15,96 m²
3 – Relação de ambientes administrativos
Secretaria
4 – Área (m²)
15,96 m²
5 – Complexo higiênico-sanitário 04Banheiro Sexo ao qual se
destina
Nº Pias Nº
Mictórios
Nº Vasos Sanitários
Banheiro nº 01 Masculino 01 01 03
Banheiro nº 02 Feminino 04 03
2 INTRODUÇÃO
6
Vivemos numa sociedade liberal, espantosamente dinâmica, instável, contraditória e
evolutiva. O planejamento, portanto, seja como um modo de se pensar ou como um
processo, tanto como método dialético de transformação ou como instrumento para práxis
pedagógica, constitui-se, sem dúvida, num verdadeiro desafio. Desafio maior quando se opta
por um planejamento participativo. A participação em processo de planejamento é em si
mesmo, o mais adequado método educativo. Parte da realidade (problema/possibilidade)
abre espaço para a utopia (projeção do futuro), gera coerência entre o dizer e o fazer e
pressupõe a transformação (Gandin 1995 p. 126-127). Só pessoas em processo de
transformação, capazes de relações novas, baseadas no respeito, justiça e solidariedade,
dispostas a usar a linguagem da possibilidade são capazes de transformar a realidade. O
esquema de "planejar para" está superado. Aliás, o planejamento, assim como o entendemos,
tem uma dimensão política: exige o envolvimento das pessoas. Concebe a cidadania como
um estilo de vida e a solidariedade como pressuposto fundamental da vida humana.
O nosso Projeto Político Pedagógico contempla as idéias reunidas da comunidade
escolar, a respeito da nossa realidade sócia - política - econômica e ideológica (marco
situacional); sobre o ideal de homem e sociedade que sonhamos (marco conceitual).
Contempla, também, o diagnóstico realizado a partir da análise sobre a nossa
prática pedagógica e concepção de educação e escola que acreditamos. Desse modo, as
nossas necessidades, foram evidenciadas da leitura e debate dos aspectos mais relevantes do
nosso cotidiano. No que diz respeito a proposta de ação para sanar as necessidades, a
comunidade educativa propôs, uma ação concreta, uma rotina ou trabalhar direitos e deveres
dos diversos segmentos.
"Devemos sempre nos renovar, do contrário faremos como as folhas do outono que
vão caindo, uma após a outra, até que caem todas" (PE José Allamano). Que tenhamos
coragem e entusiasmo para fazer com que esse processo chegue às nossas salas de aula,
tornando-as laboratórios de vida.
3 HISTÓRICO DA ESCOLA
7
A Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino fundamental
localiza-se na Rua Tiradentes, s/n, no Distrito Amorinha, do Município de Ibaiti – PR,
cuja abrangência é de 5ª a 8ª Série do ensino fundamental.
Esta Escola foi criada pela Resolução 3910/06, de 17 de agosto de 2006,
publicada no Diário Oficial do Paraná de 31 de agosto de 2006 e autorizada a
funcionar pela Resolução 3997/06 de 25 de agosto de 2006, publicada no Diário
Oficial do Paraná de 14 de setembro de 2007. Sua Entidade Mantenedora é o
Governo do Estado do Paraná.
Esta Escola deu início às suas atividades escolares no dia 17 de agosto de
2006, sendo diretora Terezinha Blanco Corrêa e secretária Mirian Morais do Paraizo.
A Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino Fundamental
funciona em dualidade com a Escola Rural Municipal Dom Pedro I – Ensino
Fundamental que começou funcionar em 1977, com o nome de Escola Rural
Estadual Dom Pedro I, conforme Lei nº. 5692/71 e a Entidade Mantenedora era o
Governo do Estado do Paraná.
Em 1988, por determinação da Secretaria do Estado do Paraná através da
Resolução nº. 3120/88 – DOE nº. 5332 de 11 de setembro de 1988, passou a
denominar-se Escola Rural Municipal Dom Pedro I e sua Entidade Mantenedora é a
Prefeitura Municipal de Ibaiti.
3.1 Caracterização da Comunidade Escolar
A comunidade escolar da Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo
-Ensino Fundamental, do Distrito de Amorinha, Município de Ibaiti possui diversidade
com relação aos aspectos sociais, culturais e econômicos.
Os alunos, de origem interiorana, de classe média-baixa à baixa, com características
rurais, possuem grandes deficiências de conteúdos básicos e dificuldades de acreditar em
crescimento profissional. São filhos de pequenos agricultores, que trabalham na lavoura de
café, fruticultura, apicultura, avicultora e pecuária. A maioria das famílias é católica. Os pais
trabalham muito e não dedicam muito tempo ao estudo dos filhos.
8
A Escola possui 121 alunos de 5ª a 8ª Série. Estes estudaram em escola com
estruturas físicas melhores, na cidade de Ibaiti, depois foram transferidos para esta
instituição no segundo semestre de dois mil e seis , por isso não estão satisfeitos com a
estrutura física da escola e com a mudança. Mas acreditamos que aos poucos se acostumarão
com a nova escola, que passará por reformas em dois mil e oito.
A estrutura física deixa a desejar, pois as duas secretarias funcionam na mesma sala.
Não há quadra esportiva nem biblioteca e pátio coberto e a cozinha é pequena demais.
Há três salas de alvenaria e duas de madeira (pequenas) que há muito tempo que
não recebe melhorias. É necessário uma escola com estrutura adequada as necessidades
educacionais dos alunos, em qualidade e quantidade, em todos os aspectos.
A maioria dos professores são da cidade de Ibaiti e trabalham em outras escolas.
Este fato dificulta reuniões pedagógicas e conselhos de classes. Vários são contratados
durante o ano e mudam sempre. A pedagoga faz um trabalho extraordinário. Não há
nenhum professor lotado na escola. Somente a secretária mora no Distrito. Os funcionários
de serviço gerais também moram em Ibaiti.
No momento há expectativa de construção de três salas de aulas, quadra esportiva e
laboratório de informática, prevista para 2008.
Apesar de todas as dificuldades físicas e pedagógicas, os alunos têm aulas normais
e raramente faltam professores.
Em outubro de 2006, foi formado o Conselho Escolar e a Associação de Pais,
Professores e Funcionários. Até novembro de 2008 será realizada a eleição do Grêmio
Estudantil. Com todos os Colegiados, a escola crescerá em qualidade e quantidade e serão
atingidos os objetivos pedagógicos.
4 MARCO SITUACIONAL
9
"O que se passa hoje no Brasil é mais facilmente entendido se levarmos
em consideração o que está acontecendo como tendência mundial".
Quem acompanha como cidadão do mundo, as discussões e análises
sobre nosso tempo, já está se acostumando com a idéia de que não estamos
vivendo somente, uma época de grandes mudanças, mas também, uma mudança
de época. Em outras palavras, uma mudança paradigmática, que se faz presente e
nítida nos aspectos políticos, econômicos, sociais e ideológicos. A vida em nossa
sociedade está em constante mudança com o surgimento de novos costumes,
novas formas de cultura e comunicação.
É nesse cenário (político-econômico-social e ideológico) antagônico,
paradoxal, acelerado, pós-moderno que os valores e as mudanças não só se
revelam amplas e profundas, como complexas. Mundo menos previsível, mais
complexo, dinâmico, criativo e pluralista, em que a mudança é componente
essencial; tudo é relativo, apenas provável, incerto e ao mesmo tempo,
complementar; tudo está em movimento, em constante fluxo de energia em
processo de mudança; lugar de instabilidade e de flutuações.
É uma mudança que contempla todas as dimensões da pessoa: mental,
comportamental, afetiva, institucional, ético-moral e espiritual. Concepções e/ou
noções de espaço, tempo, linguagem, trabalho, conhecimento e educação são
questionadas: Atualmente, o desenvolvimento científico tem mostrado que a
possibilidade do desenvolvimento do conhecimento é mais abrangente do que
apenas ler, escrever e calcular. Vejamos, por exemplo, a contribuição de H.
Gardner, Phd da Universidade de Harvard (EUA). As inteligências múltiplas
demonstram que todos os seres humanos são capazes de aprender.
Na ótica político-econômica, prevalece um modelo de Estado mais
gerenciador que administrador, no qual o mercado passa a ser o agente regulador
das condições "de compra e venda" do bem estar pessoal e coletivo. É o
surgimento de um Estado que vai desacelerando gradualmente seu nível de
participação e grau de responsabilidade na execução do setor público para dar
espaço a um mercado que assume, num processo de terceirização econômica, em
parcerias ou privativamente a prestação de serviços. É um modelo em que os
10
princípios da liberdade, da livre concorrência e da competição individualista afloram
como os eixos norteadores desse mercado.
Diante desse quadro, a participação social, conceituada como cidadania,
passa por um eventual esvaziamento, minimizando a importância e a necessidade
do desenvolvimento de idéias de participação, compromisso, responsabilidade e
envolvimento. É uma sociedade onde estão presentes as injustiças sociais que
prioriza o Ter em detrimento do Ser, que não prima pelo exercício do princípio
democrático da liberdade, que desestimula atitudes de respeito à individualidade e
ao respeito mútuo, que se caracteriza pela ausência e vivência do princípio de que
todas as pessoas têm direitos iguais.
No seio, entretanto, da ambigüidade que permeia essas mudanças, novos
valores emergem, promovendo e estimulando o aparecimento de atitudes
inovadoras, tais como: o espírito de cooperação e solidariedade entre os excluídos:
Podemos perceber que existe a tentativa por parte de alguns segmentos da
sociedade (ONG's, associações) de conscientizar a população de que a sua
participação em decisões é importantíssima.
Cabe destacar a sensibilidade pela questão ecológica, reflexão da ética,
combate à corrupção política, exercitar a tolerância e promover o diálogo entre as
diferentes culturas, religiões e governos, pois problemas sociais não dissociam da
vida escolar.
Em termos sócio-ideológicos, a globalização é uma tendência mundial que
se caracteriza paradoxalmente. Por um lado, alto desenvolvimento tecnológico,
com uma rede de comunicação intercontinental, que faz de todas as pessoas, em
qualquer lugar do planeta, um cidadão do mundo. E, por outro lado, forma
conglomerados econômicos internacionais e massifica minorias étnicas, religiosas e
países subdesenvolvidos.
Em nome de uma tradição religiosa são gerados conflitos armados em
vários países. A intolerância e o fundamentalismo dificultam a pluralidade cultural e
religiosa devido a dogmas absolutos ou atitudes intransigentes. Mas, constatamos
também, a emergência de pequenos movimentos, marcados por uma experiência
11
de fé individual e imediata que relativiza ritos e doutrinas, fragmentando as
históricas tradições religiosas.
É a humanidade em crise existencial, buscando um sentido significativo e
consistente de vida que estimule o surgimento de novos movimentos religiosos,
fundamentados em propostas teológicas de prosperidade econômica, isto é, da
satisfação material e espiritual imediata. No mundo em que vivemos individualista e
globalizado, onde imperam as relações de consumo, a 'espiritualidade' se faz nos
grandes centros (Shoppings, por exemplo). No caso do Brasil, a religiosidade,
inerente à cultura, é marcada pela pluralidade, sincretismo e diversidade.
Enfim, vivemos em um mundo marcado pela incerteza, insatisfação e
subjetividade. Somos uma geração desmotivada, sem idealismo, pois recebemos
tudo pronto; tudo que se cria e se faz é para o nosso conforto, mas ficamos cada
vez mais insatisfeitos. Nós estamos vivendo num mundo onde o ser humano sente-
se desiludido, perdido no tempo e no espaço, uns seres em crise, buscando
desesperadamente um sentido para sua existência.
4.1 E o Brasil, como vai?
Essa conjuntura mundial se reproduz na América Latina também,
inviabilizando projetos nacionais autônomos e, no Brasil, acentua o aumento da
pobreza e da histórica desigualdade social.
Na agenda governamental, a preocupação se volta em manter as metas
econômicas estipuladas por políticas internacionais, garantindo assim, o respeito
internacional e uma suposta estabilidade inflacionaria.
Para manter isso, o governo articula alianças políticas que, em muitas
vezes, fogem de uma compreensão ética e de justiça, ferindo a dignidade das
relações humanas.
Por isso, na agenda social, há um custo encoberto e que vem se
agravando: aumenta o desemprego, a propriedade da terra ainda é um símbolo da
12
desigualdade, a violência está institucionalizada, os serviços públicos não atendem
à demanda.
5. MARCO CONCEITUAL:
5.1 Educação Transformadora
Apesar da presença aparentemente única de um regime neoliberalista e
seus valores nos fazer crer que nossa realidade permanece impermeabilizada a
qualquer possibilidade de mudança, acreditamos que a transformação social se
efetiva, inclusive, pela educação.
Isto posto, o primeiro desafio que se nos apresenta é o aprimoramento de
nossa capacidade de imaginar realidades futuras diferentes daquelas com as quais
convivemos nos dias atuais, qual seja: a perspectiva de uma sociedade nova, justa
e mais fraterna, Assegurar a todos os indivíduos o acesso às necessidades básicas
de todo o ser humano, tais como, educação, saúde, trabalho, habitação, lazer,
depende de:
• Compreender e vivenciar as diferentes formas de respeito individual e mútuo;
• Repudiar condutas e situações estimuladoras do egoísmo, da exacerbação do ter, da
discriminação, do desrespeito, da omissão e da permissividade;
• Promover a participação de todos os indivíduos na formulação e discussão das normas
que irão presidir uma sociedade que se diz democrática;
• Apoiar ações de solidariedade.
Uma sociedade justa e igualitária parece utópica, a nossa luta é fazer
prevalecer os ideais de justiça e democracia.
5.2 Sociedade Ética
13
O segundo desafio que se impõe consiste na superação do ideal de
sociedade traçado pelo regime capitalista - caracterizada pela perversidade e
reificação das pessoas e relações –, para recuperar a centralidade do valor da
pessoa e da vida. Acreditamos em uma sociedade que cresça no grau de
consciência de seu valor, do valor da vida humana, independente de país, raça, etc.
Que não desenvolva a xenofobia, mas que garanta a sobrevivência e viabilize as
políticas internas; que una esforços para trabalhar solidariamente sem exclusões;
que rechaça atitudes e propostas autoritárias. Em outras palavras, sociedade
fraterna e solidária é aquela que se preocupa com o próximo, visa à dignidade da
vida humana, como também, uma cultura solidária, no respeito recíproco e no
respeito à natureza.
5.3 Pluralidade Cultural
O último desafio, neste momento, relevante na construção dessa sociedade
fraterna e solidária, consiste no rompimento do domínio do pensamento
homogêneo resultante da cultura dominante que impossibilita ouvir as múltiplas
vozes, idéias e culturas. Sendo sensível às mudanças emergentes, de acordo com
os valores pelos quais optamos: Uma sociedade que privilegie uma educação
crítica, ativa, questionadora e atuante sobre questões que valorizem a vida,
baseados em princípios e ideais de ação transformadora.
5.4 Cidadania
No processo de construção dessa sociedade, a solidariedade, como valor
básico do processo participativo, e a ética, como princípio norteador das relações
sociais, assumirá, em conjunto, o compromisso de construção de nossa história.
Participação e cooperação devem estar presentes na postura diária, na vida dos
cidadãos.
Estamos falando, pois, de uma sociedade interacionista, baseada na ética,
em que cada um vê o outro como continuidade de si mesmo, que supere todas as
formas de violência organizadas, através do confronto e do diálogo dentro dos
14
espaços democráticos, que implemente estratégias que desenvolvam a auto-
disciplina, a reflexão, a comunicação a serviço do bem comum. Afinal, democracia
significa a efetiva participação popular nos encaminhamentos dos problemas da
nação.
5.5 Solidariedade
A pessoa só se humaniza verdadeiramente quando é solidária. Diante dos
novos paradigmas de sociedade que estão surgindo, há necessidade de um perfil
de pessoa mais fraterna, mais solidária, crítica e criativa, sensível às diversidades,
convivendo com o incerto, adaptável às mudanças, autônoma, empreendedora,
cidadão do mundo, não se esquecendo, também, da formação ética, detentora não
só de conhecimentos acadêmicos e técnicos, mas de conhecimentos para a vida.
5.6 Autonomia e Flexibilidade
Há necessidade da escola ser aberta a novas situações, alicerçada nos
seus princípios, sem, contudo, deixar-se cair em modismos. Uma pessoa que
reconheça a diversidade (social, cultural, política...), a quem nenhum problema
humano é alheio, que vê a verdade como construção permanente. Autônoma,
capaz de dirigir a si própria e construir caminhos com aqueles que fazem parte de
sua história.
5.7. Pessoa Ecológica
Na verdade, pessoas co-criadoras, chamadas a cuidar, tomar conta uns
dos outros e da Mãe Terra. Mais enfaticamente, umas pessoas que perceba que
todos somos irmãos, fazem parte da mesma família (raça humana) e moramos na
mesma casa (planeta terra). Uma pessoa que busque a transcendência, fazendo a
experiência de Deus no dia-a-dia. Livre e consciente para interferir nas relações
sociais, construindo a cidadania plena: direitos e deveres.
5.8 Pessoa Ética
15
Não podemos falar sobre pessoas e vida em sociedade sem tratar do
elemento integrador dessas duas realidades que é a ética. Esse princípio de
convivência humana só é aplicável nos tipos de relações no qual a consciência
garante o discernimento das atitudes. Portanto, podemos falar de atitudes éticas
quando se é capaz de assumir de maneira responsável o que se diz, faz ou enfim,
aquilo que se é. Viver com ética e dignidade parece ser o grande desafio do
momento. É preciso ser consciente, respeitador dos direitos e cumpridor dos
deveres.
Por natureza, a pessoa é um ser relacional, ela vive em convívio social,
preocupada com o seu bem estar e o do próximo. Esse é o ideal de pessoa
democrática: a pessoa comprometida com a sociedade e com as idéias
democráticas.
5.9 Felicidadania
Em uma vivência de relações sociais sustentadas por princípios
democráticos, a participação da pessoa tem adquirido historicamente o nome de
cidadania. Isto implica um avanço no entendimento da relação entre pessoa e
sociedade: a pessoa envolvida na sociedade de forma participativa é cidadã, ou
conforme a expressão de Betinho, agente da "felicidadania".
Portanto, entendemos que, assumir a missão de recriar uma maneira mais
humana de existir, é tarefa de uma pessoa precursora de uma nova ordem social,
justa e promotora de justiça e bem comum, crítica e criativa, responsável, que viva
em harmonia com Deus, consigo mesma, com os outros e com a natureza.
6. MARCO OPERACIONAL
16
6.1 Definindo a identidade
Atualmente, quando olhamos a geografia da educação, encontramos
diversas propostas e experiências, todas objetivando ressignificar a escola para as
novas exigências postuladas em nosso Marco Situacional. A comunidade pede
novas obras, reestruturação, investimento em tecnologia e formação continuada
dos educadores, novas e diferentes formas de organização e de gestão. Enfim,
uma escola que possa contribuir para a realização sustentável da sociedade e do
ser humano que desejamos.
Portanto, é necessário que a escola defina, com clareza, sua identidade,
para torná-la assim um contexto e clima organizacional propício à iniciação e
desenvolvimento de vivências personalizadas e cooperativas. Uma escola que cria
condições para: construir valores; desenvolver capacidades; desenvolver sua
identidade pessoal e a socialização; atuar na ética, crítica e participativa na
sociedade em todos os âmbitos.
6.2 Educação Inclusiva e Solidária
Diante dos desafios globais da sociedade e do mundo em que vivemos,
das novas exigências impostas pela revolução técnica - científico - informacional –
social, acreditamos que a educação deve ser inclusiva.
De fato, uma das finalidades da educação é o alargamento do horizonte
cultural do educando e a construção da solidariedade humana: Quanto mais amplo
o mundo em que cada um de nós habita, mais espaço há para o diferente, para o
novo que humaniza, para o diálogo, para a revisão crítica dos saberes e sua
socialização, para as relações interdependentes e orgânicas. Portanto, uma
educação capaz de formar cidadãos transparentes, preocupados com a promoção
da vida, com a participação, com a solidariedade e a fraternidade.
Ora, uma escola que viabilize essa educação inclusiva e solidária deve ter
uma metodologia de natureza participativa e dialética, que prepare para a vida, que
seja flexível às diversas mudanças, sem embarcar nos diversos modismos,
comprometida com o ser, através de práticas pedagógicas também participativas e
17
dialógicas. Que conceba consequentemente, o conhecimento como construção
constante, na sua eterna tentativa de superação de limites inerentes a ele.
Portanto, na ótica da comunhão, a escola, como instituição social, deverá
ser atuante, solidária, igualitária e testemunha de uma vivência do espírito de
família. É uma comunidade disposta a conversar sempre, coerente com sua
proposta; que tem bem claros e discutidos seus princípios, normas, exigências e
limites. Enfim, uma escola composta por pessoas conscientes dos limites,
compreendendo que as regras são instrumentos da organização da vida.
6.3 Aprendizagem Significativa
O efeito mediato da ação educativa, conforme a concebemos, é a
construção do sentido para a vida: aumentar a cooperação humana, estimular a
participação social, despertar a consciência de cidadania e preservar a dignidade
da pessoa. Uma aprendizagem significativa, ou seja, que dá sentido para a vida.
A aprendizagem significativa implica compreender o mundo e nele agir; o
saber político para compreender a sociedade e nela participar; o saber ético para
apreender que cada opção pode fazer-nos mais ou menos humana. A
aprendizagem deve desenvolver competências, levando à autonomia intelectual e
moral, à cooperação, ao pensamento crítico através do confronto de idéias e do
debate.
6.4 Pesquisa
Um dos caminhos para a construção de conhecimentos significativos é a
pesquisa. A pesquisa dignifica e qualifica o processo ensino aprendizagem,
proporcionando a formação integral, preparando para a vida. Canaliza de forma
positiva a criatividade, a criticidade, construindo e solidificando um julgar e um agir
que torne a pessoa capaz de construir, em parceria com outros segmentos da
sociedade, um projeto de emancipação sócio-cultural.
18
A preocupação com a inter/transdisciplinaridade é, no contexto do processo
de pesquisa, o seu fundamento epistemológico, ou seja, a garantia do
conhecimento no que diz respeito, a compreensão da complexidade do real e o
resgate da centralidade da pessoa e da vida. Pressupõe, portanto, o diálogo entre
os diferentes saberes, linguagens, conteúdos, áreas, visando a construção do
conhecimento sempre mais abrangente. Um processo educacional que se constitua
em um sistema aberto, vivo, transformacional e dialógico, fundamentado nos
processos interativos que representem as transações locais, traduzidas pelas
relações entre educador e educandos, educandos e seu contexto, escola e
comunidade, que possa ser representado pela dinâmica ação – reflexão - ação; em
que a aprendizagem é vista como algo construído pelo diálogo que o indivíduo
mantém consigo mesmo, com os outros, com a cultura e com o contexto.
6.5 Avaliação Humanizadora
Nesta visão, a avaliação assume um caráter humanizador. De fato, diante
do desafio do aumento significativo e acelerado do conhecimento e,
conseqüentemente, da transitoriedade de muitos deles, é necessário refletir e
discernir, contínua e coletivamente, os critérios avaliativos. Quais os
conhecimentos, atitudes e convicções que permitem ao educando de hoje ser um
cidadão participativo, solidário, autônomo, com condições intelectuais e práticas de
agir sobre a realidade em vista do bem comum?
6.6 Gestão Colegiada
Um dos caminhos que favorece o encontro de interesses sócio-comunitário-
coletivos, em que todos os participantes sejam sujeitos, é a gestão colegiada. Ela
organiza democraticamente a instituição, oportuniza o planejamento coletivo,
favorece o exercício do poder partilhado e a serviço, ressignifica a comunicação e
estabelece critérios para a avaliação e o controle em vista dos objetivos propostos.
Esse modelo de escola participativa, não só abre espaço, mas é referência
do gerenciamento de idéias, debates entre educadores, alunos, pais e outros
19
grupos que buscam alternativas para os problemas que emergem do contexto na
qual está inserida. Uma escola que priorize a integração da família, o equilíbrio, o
diálogo, a flexibilidade.
6.7 Perfil do Educador
Ensinar é algo de profundo e dinâmico onde a questão de identidade cultural
que atinge a dimensão individual e a classe dos educandos, é essencial a "prática
educativa progressista". Portanto, torna-se imprescindível “solidariedade social e
política para se evitar um ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do
“saber articulado”“. E de novo, Paulo Freire salienta, constantemente, que educar
não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e
testemunho de vida, senão não terá eficácia.
Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consciência do
inacabado porque a "História em que me faço com os outros (...) é um tempo de
possibilidades e não de determinismo” (p.58). No entanto, tempo de possibilidades
condicionadas pela herança do genético, social, cultural e histórico que faz dos
homens e das mulheres seres responsáveis, sobretudo quando "a decência pode
ser negada e a liberdade ofendida e recusada"(p.62). Segundo Freire, "o educador
que 'castra' a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização
mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando e a sua
capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica” (63). A autonomia, a dignidade
e a identidade do educando tem de ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-
se-á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante” (p.69). E isto só é possível tendo
em conta os conhecimentos adquiridos de experiência feitos" pelas crianças e
adultos antes de chegarem `a escola.
Para Freire, a educação é ideológica, mas dialogante e atentiva, para que se
possa estabelecer a autêntica comunicação da aprendizagem, entre gente, com
alma, sentimentos e emoções, desejos e sonhos. A sua pedagogia é "fundada na
ética, no respeito à dignidade e a própria autonomia do educando” (p.11). E é
"vigilante contra todas as práticas de desumanização” (p.12). É necessário que "o
saber-fazer da auto reflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitada ajudem a
20
evitar a "degradação humana" e o discurso fatalista da globalização", como ele tão
bem diz.
A esperança e o otimismo na possibilidade da mudança são um passo
gigante na construção e formação científica do professor ou da professora que "deve
coincidir com sua retidão ética" (p18). Paulo Freire, um Professor e filósofo que
através da sua vida não só procurou perceber os problemas educativos da
sociedade brasileira e mundial, mas propôs uma prática educativa para os resolver.
Esta ensina os professores e as professoras a navegar rotas nos mares da
educação orientados por uma bússola que aponta entre outros os seguintes pontos
cardeais:
-a rigorosidade metódica e a pesquisa;
-a ética e estética;
-a competência profissional;
-o respeito pelos saberes do educando e o reconhecimento da identidade cultural;
-a rejeição de toda e qualquer forma de discriminação;
-a reflexão crítica da prática pedagógica;
-a corporeiificação;
-o saber dialogar e escutar;
-o querer bem aos educandos;
-o ter alegria e esperança;
-o ter liberdade e autoridade;
-o ter curiosidade; e
-o ter a consciência do inacabado...
Como princípios basilares a uma prática educativa que transforma
educadores e educandos e lhes garante o direito a autonomia pessoal na construção
duma sociedade democrática que a todos respeita e dignifica.
Nós educadores temos uma missão muito grande nas mãos que é orientar,
conscientizar, informar e provocar para que os alunos sejam atuantes e solidários.
Aprendente por profissão, o professor, diante da avalanche de informações
produzidas pela ciência e tecnologia, deve ter critérios para selecionar os que mais
21
auxiliam a formação da pessoa e da sociedade em pleno sentido, assegurando que
a modernidade técnica tenha componentes éticos.
Os professores devem ser competentes: incentivar os alunos, deixando-os
curiosos; esclarecer suas dúvidas através da pesquisa vista não como mais uma
tarefa ou obrigação, mas, como atividade acadêmica com a finalidade de
investigação e transformação da realidade.
Nesse sentido, a competência profissional é medida, pelo domínio inerente
à sua área de conhecimento, metodologias e na promoção da cultura da
solidariedade.
7. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/96, ao tratar
dos “Profissionais da Educação” estabelece no art. 67 que:
Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
público: (...) II – aperfeiçoamento profissional continuado,
inclusive com licenciamento periódico remunerado para
esse fim; (...) IV – progressão funcional baseada na
titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; V –
período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
incluído na carga horária de trabalho...
A escola facilitará a participação dos profissionais da educação nos eventos
de capacitação. A fim de se manterem motivados e atualizados deverão participar de
cursos, encontros e seminários proporcionados pela Secretaria de Estado da
Educação e Núcleo Regional de Educação. Além disso, regularmente a Escola
realizará grupos de estudos com seus profissionais, por área, conforme orientação e
cronograma estabelecido pela SEED.
22
8. HORA ATIVIDADE
A hora atividade compreende o período que o professor regente disporá
para estudos, planejamentos, correções de provas e outros trabalhos afins, num
montante de 20% de sua carga horária. Preferentemente será realizada em grupos
por áreas de disciplina.
9. CONCEPÇÃO EDUCACIONAL
Os pressupostos epistemológicos estão fundamentados em duas
concepções do desenvolvimento intelectual: o construtivismo proposto por Jean
Piaget e o sociointeracionismo de Vigotsky.
Para ambos os autores tanto as relações interpessoais quanto as
intrapessoais são relevantes no processo ensino/aprendizagem, pois é na interação
com o mundo físico e social que o aluno desenvolve suas potencialidades. As ações
mútuas entre o indivíduo e o meio desencadeiam o desenvolvimento da inteligência
humana e a construção desse conhecimento exige elaboração, o que significa uma
ação sobre o mundo.
Piaget e Vigotsky concebem a criança como um ser ativo, atento que
constantemente cria hipóteses sobre o ambiente. Desde o nascimento, a criança
interage com os outros, no mundo e com o mundo. A partir dessa interação, as
estruturas do conhecimento ou da aprendizagem são construídas. Ao
compartilharem experiências, vão se apropriando do modo de viver, de dizer, de
fazer as coisas e de pensar, integrando-se, desse modo, aos significados que foram
sendo produzidos e acumulados historicamente.
Considerando esses pressupostos, a escola deve dar maior ênfase à
aprendizagem, em todos os níveis oferecidos, como uma construção do próprio
aluno, em interação com o mundo que o rodeia. O professor deve ser o mediador
desse processo, criando situações significativas de aprendizagem. Acreditamos que
essa base epistemológica, em nosso fazer pedagógico possa nos apontar caminhos
que levem nosso aluno a se tornar um ser que pense com autonomia, um cidadão
que age e interage num contexto sócio-histórico com criticidade e dinamismo.
23
10. OBJETIVOS GERAIS DA ESCOLA
A Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino Fundamental tem
por finalidade e objetivo garantir um processo ensino aprendizagem de sucesso
considerando as necessidades e características de desenvolvimento e
aprendizagem dos alunos e de acordo com o disposto na LDB 9.394/96 e
Deliberação CEE 01/99.
Nos termos do Art. 32 da LDB nº. 9394/96, são os seguintes os objetivos
ensino fundamental:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
11. A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E COMPOSIÇÃO CURRICULAR
O Ensino Fundamental será organizado em séries (5ª à 8ª séries e do 6º ao
9º ano) e os currículos serão organizados de acordo com o Art. 26 da LDB 9.394/96
e conforme Instrução nº. 04/05 SEED/SUED, isto é em componentes curriculares –
Base Nacional Comum e Parte Diversificada, organizada por disciplina.
A Base Nacional Comum será composta pelas disciplinas de Ciências,
Artes, Educação Física, Ensino Religioso*, Geografia, História, Língua Portuguesa e
Matemática.
A Parte Diversificada da matriz curricular será composta por apenas uma
língua estrangeira (Inglês).
24
*O Ensino Religioso será ministrado de acordo com o previsto na nova redação do
Art. 33 da LDB nº. 9394/96, isto é, o Ensino Religioso, de matrícula facultativa nas
5ªs e 6ªs séries do ensino fundamental, fará parte integrante da formação do
cidadão e será ministrada no horário normal das aulas, assegurando o respeito e a
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
12. ESTUDOS SOBRE O PARANÁ
Os estudos sobre o Estado do Paraná contarão na proposta curricular do
estabelecimento e não na Matriz Curricular e deverá ser trabalhado especialmente
nas disciplinas de História e Geografia.
13. AGENDA 21
A Agenda 21 é um Programa Amplo de Educação Ambiental. Dentro desta,
deverá ser incluídos Projetos Especiais. A partir de 2008 entrará nas atividades de
todas as disciplinas.
Com o projeto da Agenda 21 espera-se contribuir para a construção de uma
sociedade sustentável, a partir de trabalhos para sensibilização e conscientização
dos alunos, com relação aos problemas ambientais, destacando os temas: Água,
Mata Ciliar, Agricultura Orgânica e Agrotóxico e a família. Temas, relacionado com
a realidade da população do campo.
Os alunos serão envolvidos em pesquisa teórica e palestras com intuito de
formação de consciência e, na prática, serão envolvidas em atividades de cuidado
do seu próprio ambiente, coleta de lixo orgânico e pesquisa, coleta e plantio de
sementes nativas para reprodução e distribuição de mudas de árvores.
Os trabalhos serão desenvolvidos através de atividades em grupos,
excursões rurais, campanhas comunitárias de arrecadação e aulas teóricas e
práticas de aprendizagem de manejo de sementes e lixo orgânico.
25
Contar-se-á como parceiros a EMATER, SEMA, Prefeitura Municipal e
Secretaria da Agricultura.
14. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou
na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico
e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos.
Segundo Jussara Hoffman, avaliar é muito mais que conhecer o aluno. O
professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse
sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas
estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza
essas atividades educativas. É um comprometimento do professor com sua
aprendizagem-torna-se um permanente aprendiz. Aprendiz de sua disciplina e dos
processos de aprendizagem. Por isso, a avaliação é um processo bastante arenoso,
complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a perceber o enorme
comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno. O aprender
envolve o desenvolvimento, o interesse e a curiosidade do aluno, a sua autoria
como pesquisador, como escritor, como leitor. Envolve seu desenvolvimento pleno.
Hoje defendo três princípios para a prática educativa mediadora:
• O primeiro princípio é o de uma avaliação a serviço da ação. Uma avaliação que
prevê uma melhoria da aprendizagem;
• O segundo princípio é o da avaliação como projeto de futuro;
• O terceiro princípio é o da Ética. A avaliação muito mais do que o conhecimento
de um aluno é o reconhecimento desse aluno.
Não há regras gerais e nem normas que valham para todas as situações.
Alunos especiais precisam de atendimentos especiais. Não há tempos padronizados
para todos, mas há sim, clareza de princípios, parâmetros de qualidades
estabelecidos em condenso pelos professores com que a escola pretende. A prática
avaliativa revela a concepção político pedagógica de uma escola.
26
A avaliação é compreendida como um conjunto de atuações que tem a
função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Acontece
contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento
construído pelo aluno. Possibilita conhecer o quanto ele se aproxima ou não da
expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da
escolaridade, em função da intervenção pedagógica realizada. Portanto, a avaliação
das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as oportunidades
oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas propostas aos
conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de
enfrentar.
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua
sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada
de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados
para o processo de aprendizagem individual ou de todo grupo. Para o aluno, é o
instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e
possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a
escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações
educacionais demandam maior apoio.
Tomar a avaliação nessa perspectiva e em todas essas dimensões requer
que esta ocorra sistematicamente durante todo o processo de ensino e
aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho, como é o
habitual. Isso possibilita ajustes constantes, num mecanismo de regulação do
processo de ensino e aprendizagem, que contribui efetivamente para que a tarefa
educativa tenha sucesso.
O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e
aprendizagem na escola incluem, necessariamente, uma avaliação inicial, para o
planejamento do professor, e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho.
Um sistema educacional comprometido com o desenvolvimento das
capacidades dos alunos, que se expressam pela qualidade das relações que
estabelecem e pela profundidade dos saberes constituído, encontra, na avaliação,
uma referência à análise de seus propósitos, que lhe permite redimensionar
27
investimentos, a fim de que os alunos aprendam cada vez mais e melhor e atinjam
os objetivos propostos.
Esse uso da avaliação, numa perspectiva democrática, só poderá acontecer
se for superado o caráter de terminalidade e de mediação de conteúdos aprendidos
– tão arraigados nas práticas escolares – a fim de que os resultados da avaliação
possam ser concebidos como indicadores para a reorientação da prática
educacional e nunca como um meio de estigmatizar os alunos.
Utilizar a avaliação como um instrumento para o desenvolvimento das
atividades didáticas requer que ela não seja interpretada como um momento
estático, mas antes como um momento de observação de um processo dinâmico e
não-linear de construção de conhecimento.
Em suma, a avaliação contemplada na Escola Estadual Affonso Martinez
Albaladejo – Ensino Fundamental é compreendida como: elemento integrador entre
a aprendizagem e o ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a
orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma;
conjunto de ações que busca obter informações sobre o que foi aprendido e como;
elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa;
instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços,
dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo de ensino e
aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como
fechamento de grandes etapas de trabalho. Uma concepção desse tipo pressupõe
considerar tanto o processo que o aluno desenvolve ao aprender como o produto
alcançado. Pressupõe também que a avaliação se aplique não apenas ao aluno,
considerando as expectativas de aprendizagem, mas às condições oferecidas para
que isso ocorra.
15. FORMAS E PERIODICIDADE DE REGISTROS DA AVALIAÇÃO
Os resultados da aprendizagem serão aferidos através de avaliação
sistemática e contínua dos trabalhos, pesquisas, experiências, exercícios, leituras e
provas.
28
Seus registros serão bimestrais e as médias serão expressas em notas de
zero a 10,0 (dez), arredondando os centésimos para décimos, informações mais
detalhadas encontram-se no Regimento Escolar.
16. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
Para todas as séries, quando for constatado que o aproveitamento do(s)
aluno(s) foi insuficiente, ele será submetido a estudos de recuperação simultânea.
Estes estudos serão realizados regularmente, no decorrer dos períodos letivos,
através de atividades escolares orientadas pelo professor e com programação
estabelecida pela equipe pedagógica.
17. REGIME DE PROGRESSÃO
A escola não adotará o regime de progressão parcial. No entanto, se
receber algum aluno transferido com dependência, será providenciado meios legais
para a regularização de sua vida escolar.
18. PROPOSTA DE TRABALHO DA ESCOLA PARA ARTICULAÇÃO COM A
FAMÍLIA E COMUNIDADE
A escola buscará um amplo envolvimento da família e da comunidade em
geral. Para tanto, realizará bimestralmente, em data firmada no calendário de
atividades, reuniões ordinárias com os pais. Convocará sempre que necessário os
pais para debaterem sobre os problemas e dificuldades pertinentes aos seus filhos.
Oportunizará, também, palestras para os pais e filhos, a fim de garantir a melhor
compreensão da educação familiar e escolar.
18.1 Conselho de Classe
Serão efetuadas reuniões dos Conselhos de Classe no Ensino Fundamental,
para discussão do processo educativo dos alunos e avaliação de seu rendimento
29
escolar, além de possibilitar a inter-relação entre professores e alunos, entre turnos
e séries, propiciando o debate permanente sobre o processo de ensino e
aprendizagem, favorecendo a integração e a seqüência dos conteúdos curriculares.
A periodicidade e as datas das reuniões dos Conselhos de Classe serão
definidas no Planejamento Escolar e previstas no calendário do ano letivo.
O Conselho de Classe será sempre procedido do preenchimento de uma
ficha “pré-conselho” pelos professores e pelos alunos representantes de turmas.
18.2 Conselho Escolar
A Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino Fundamental
contará com um Conselho Escolar formado por representantes de todos os
seguimentos da comunidade escolar, presidido pelo Diretor, para tratar – em termos
de proposição, discussão, avaliação, análise, apreciação, aprovação – de assuntos
ligados ao funcionamento pedagógico e administrativo/escolar do estabelecimento.
O Conselho Escolar reunir-se-á regularmente conforme prevê seu Estatuto
ou a qualquer tempo, caso algum motivo excepcional o justifique.
18.3 Associação de Pais, Mestres e Funcionários
A Escola Estadual Affonso Martinez Albaladejo – Ensino Fundamental
contará com uma Associação de Pais e Mestres e Funcionários – APMF, composta
por pais de alunos, professores e funcionários, com atuação voltada para a melhoria
e aperfeiçoamento constantes das condições do trabalho educativo, atividades
voltadas ao aprimoramento da relação ensino/aprendizagem, atividades culturais e
também voltadas para a realização de trabalhos de assistência e promoção
humanas e comunitários, junto à comunidade onde a Escola está instalada.
A APMF reunir-se-á regularmente conforme prevê seu Estatuto ou a
qualquer tempo, caso algum motivo excepcional o justifique.
30
18.4 Grêmio Estudantil
Até o presente momento não formamos o Grêmio Estudantil. Mas
programamos realizar palestras, com representantes do NRE e Grêmios de outras
Escolas para incentivar a formação e eleição ainda em 2008.
É importante os alunos participarem das atividades da escola. Afinal são a
razão da escola. É um instrumento de cidadania e pode ajudar a escola em todos os
sentidos: culturais, materiais, sociais.
19. AS DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ
As Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do Estado do
Paraná chegam às escolas como um documento oficial que traz as marcas de sua
construção: a horizontalidade, que abraçou todas as Escolas e Núcleos Regionais
de Educação do Estado que fez ressoar nelas as vozes de todos os professores das
Escolas Públicas paranaenses.
Este é um documento que traz, em si, o chão da escola e traça estratégias
que visam nortear o trabalho do professor e garantir a apropriação do conhecimento
pelos estudantes da rede pública.
Os mesmos princípios democráticos que fundamentaram a construção
destas Diretrizes solicitam, dos professores, o engajamento na contínua reflexão
sobre este documento, para que sua participação crítica, constante e transformadora
efetive, nas escolas de todo o Estado, um currículo dinâmico e democrático.
19.1 Artes
“É incontestável que a arte deve ter valor social, como poderoso meio de
comunicação que é, deve ser dirigida em termos compreensíveis à percepção da
humanidade” (E. Kent).
A nova LDB 9394/96 mantém e assegura a obrigatoriedade de ensino de
Arte nas escolas de Educação Básica.
31
Nestas Diretrizes Curriculares para o Ensino de Artes, voltada aos alunos de
Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, apresenta-se,
primeiramente, uma dimensão histórica dessa disciplina, com alguns marcos que
influenciaram o desenvolvimento da Arte no âmbito escolar. Serão analisadas as
concepções de alguns artistas e teóricos que se preocuparam com o conhecimento
em Arte e instituições que têm sido criadas para atende a esse ensino. Conhecer
tanto quanto possível essa organização permitirá aprofundar a compreensão sobre a
posição atual do ensino em nosso país e no Paraná.
No período de 2003 a 2006, foram realizados diversas ações pelo Governo
do Estado do Paraná que valorizaram o Ensino da Arte, dentre as quais destacam-
se:
• O estabelecimento de no mínimo duas aulas e no máximo 4 aulas;
• A retomada da constituição do quadro próprio de professores licenciados em Arte
por concurso público;
• A aquisição de livros de artes visuais dança, música e teatro para a “Biblioteca do
Professor” dos estabelecimentos de ensino; e
• A criação de Projetos Integradores, como o Fera (Festival de Artes da Rede
estudantil).
“A arte de um povo é o reflexo autêntico de sua
mentalidade”. (Jawaharlal Nehru).
19.2 Ciências
Ao se pensar em Ciências como construção humana, falível e intencional,
numa perspectiva histórica, é fundamental considerar a evolução do pensamento do
ser humano, pois é a partir dele que a história da ciência se constrói.
Alguns processos importantes da história marcaram o pensamento da
humanidade e, por efeito, a ciência. Do século XI ao XIII, as Cruzadas foram
importantes na disseminação da cultura e da ciência entre o Oriente e Ocidente; o
surgimento das Universidades colaborou para a Revolução Científica e,
posteriormente, para a Revolução Industrial (séculos XVII e XVIII).
32
Outros fatos importantes nortearam o pensamento do homem e,
consequentemente, promoveram a mudança na sua forma de entender o mundo e
transmitir conhecimento. Dentre estes, as grandes navegações e a invenção da
imprensa (século XIV e XV).
No século XX, as contribuições para a humanidade foram incontáveis.
Considerados os últimos50 anos, evoluiu mais do que em dez mil anos. O primeiro
vôo de um avião (1906), os avanços da química, da química da biologia, o
lançamento do primeiro satélite artificial e o caminhar do homem na lua foram feitos
essenciais para o avanço da ciência e do pensamento do homem.
Hoje a ciência está desenvolvendo saídas para os problemas ambientais,
como efeito estufa, pesquisando e fazendo experiências através de energias limpas
(sol, vento, reuso da água da chuva, lixo).
Nestas Diretrizes, estão presentes fragmentos de uma história de milhares
de anos, os quais podem servir como base para reflexões iniciais. Nessa análise,
espera-se que o professor faça uma abordagem crítica e histórica dos conteúdos
para a disciplina de Ciências com prioridade aos conhecimentos físicos, químicos e
biológicos para o estudo dos fenômenos naturais e das implicações entre a ciência,
a tecnologia, a sustentabilidade e a sociedade.
Para refletir:
"Às vezes me pergunto como pôde ter acontecido de eu ter
sido o único a desenvolver a Teoria da Relatividade. A razão
creio eu, é que um adulto normal nunca pára para pensar
sobre problemas de espaço e tempo. Isso são coisas que
ele pensou quando criança. Mas o meu desenvolvimento
intelectual foi retardado, motivo pelo qual comecei a
questionar sobre o espaço e tempo somente quando já era
adulto. Naturalmente, pude ir muito mais fundo no problema
do que uma criança com suas habilidades normais". Fonte:
"O pensamento vivo de Einstein", de Martin Claret. São
Paulo, 1990.
33
19.3 Educação Física
Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação
Física foi à grega através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles,
e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo
conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais
e da música. "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde
ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou
mente.
Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta,
ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e
físicas eram umas práticas até a velhice lotando os estádios destinados a isso.
Em cerca de 2500 a.C. os gregos realizavam festivais esportivos em honra
a Zeus no santuário de Olímpia - o que originou o termo olimpíada. O evento era tão
importante que interrompia até as guerras. Os nomes dos vencedores das
competições começam a ser registrados a partir de 776 a.C. Participavam apenas
os cidadãos livres, disputando provas de atletismo, luta boxe, corrida de cavalo e
pentatlo (que incluía luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de
disco). Os vencedores recebiam uma coroa de louros.
Mais tarde, os atletas se profissionalizam e passam a receber prêmios em
dinheiro. As Olimpíadas perdem prestígio com o domínio romano na Grécia, no
século II a.C. Em 392, o imperador Teodósio I converte-se ao cristianismo e proíbe
todas as festas pagãs, inclusive as Olimpíadas.
Outras civilizações antigas, como China, Índia, Japão e Egito também se
preocuparam com a Educação Física.
A fim de situar historicamente a disciplina de Educação Física, optou-se
nestas Diretrizes Curriculares, por retratar transformações socais pelas quais o
Brasil passava a partir do século XIX o que coincide com o momento em que a
Educação Física torna-se componente curricular. Entre as transformações, pode-se
citar o fim da exploração escrava e as políticas de incentivo à imigração; o
crescimento das cidades e a instauração de uma ordem social que se adaptasse ao
34
modo de vida da nova configuração econômica. A nova ordem social implicou, entre
outros fatores, em medidas para aplicar preceitos de moralidade, entre as quais a
ginástica teve lugar de destaque. Neste primeiro momento, desta forma, a Educação
Física confundiu-se com a prática da ginástica.
Em 1882 a ginástica afirmou importância para a formação do cidadão.
Destaque-se que a burguesia brasileira depositou na ginástica a responsabilidade de
promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do corpo, o pudor e os hábitos
condizentes com a vida urbana. Ao estabelecer relações entre o surgimento da
Educação Física e a influência da ginástica, identificam-se os marcos para a
constituição histórica da disciplina como componente curricular.
As práticas pedagógicas escolares de Educação Física foram fortemente
influenciadas pela instituição militar e pela medicina, emergentes dos séculos XVIII
e XIX.Os exercícios sistematizados nestes moldes foram reelaborados pelo
conhecimento médico numa perspectiva pedagógica. Para atender os objetivos de
adquirir, conservar, promover e restabelecer a saúde por meio de exercícios físicos
foram importados da Europa práticas conformativas, como o modelo de saúde e os
sistemas ginásticos, muito influenciados pela ciência positivista.
Neste período foi elaborado a Reestruturação da Proposta Curricular do
Ensino de Segundo Grau para a disciplina, fundamentada na concepção histórica-
crítica para resgatar a ação pedagógica da disciplina.
Esta proposta curricular representou um marco para a disciplina, destacou a
dimensão social da Educação Física e possibilitou a consolidação de um novo
entendimento em relação ao movimento humano, como a expressão da identidade
corporal, como prática social e como uma forma do homem se relacionar com o
mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção histórica e cultural dos povos,
relativa à ginástica, à dança, aos desportos, aos jogos e às atividades que
correspondem às características regionais.
Tais avanços teóricos sofreram retrocessos na década de 1990 quando ,
após a discussão e aprovação da Lei Diretrizes e Bases da educação Nacional, o
Ministério da Educação apresentou os Parâmetros Curriculares Nacionais para a
35
disciplina, que passaram a subsidiar propostas curriculares nos Estados e
Municípios. O que deveria ser um referencial tornou-se um currículo mínimo, para
além da idéia de parâmetros e propôs objetivos, conteúdos, métodos, avaliação e
temas transversais.
Ao se analisarem abordagens teóricas, em que a EF transitou por diversas
perspectivas, desde as mais reacionárias até as mais críticas, optam-se, nestas
Diretrizes Curriculares, por interrogar a hegemonia que entende esta disciplina tão-
somente como treinamento do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal.
Busca-se, assim, a formação de um sujeito que reconheça o próprio corpo em
movimento e, também, a sua subjetividade.
O papel da EF é transcender o senso comum e desmistificar formas
arraigadas e não refletidas, em relação às diversas práticas e manifestações
corporais. Prioriza-se o conhecimento sistematizado, como oportunidade para
reelaborar idéias, e práticas que ampliem a compreensão do aluno sobre os saberes
produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida.
Nesta direção, a finalidade da EF, por meio do estudo e ensino das práticas
corporais, deve propiciar o entendimento de que, juntamente com outras forças
sociais, poderá levar as modificações ou transformações completa daquelas
práticas. Portanto, os conteúdos esporte, jogos, brinquedos e brincadeiras, ginástica,
danças e lutas devem estar comprometidos com a Educação Física transformadora.
Todas estas práticas devem estar acessíveis a todos os alunos.
“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a
vida.” (Sêneca)
19.4 Ensino Religioso
“...O Ensino Religioso busca propiciar oportunidade de identificação, de
entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em relação as diferentes
manifestações religiosas presentes na sociedade de modo que tenham amplitude da
própria cultura em que se insere. Essa compreensão deve favorecer o respeito a
diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e sociais, e fometar medidas
36
de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito e discriminação...”
(Diretrizes Curriculares Estaduais-Paraná, 2006, p.21.)
O foco do Sagrado e em diferentes manifestações possibilita a reflexão
sobre a realidade contida na pluralidade desse assunto, numa perspectiva de
compreensão sobre a própria religiosidade e a do outro, na diversidade universal do
conhecimento humano e de suas diversas formas de ver o sagrado.
Com isso, a disciplina pretende contribuir para o reconhecimento e respeito
as diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural dos povos, e
possibilitar o acesso às diferentes fontes de cultura sobre o fenômeno religioso.
Não se pode negar a trajetória histórica do Ensino Religioso, mas diante da
sociedade atual, esta disciplina requer uma nova forma de ser vista e compreendida
no currículo escolar.
Para Refletir:
"O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito
religioso do que poderia obter com mil orações sem nada
fazer." (Zaratustra)
"Um grão de filosofia dispõe ao ateísmo; muita filosofia
reconduz à religião." (Platão)
19.5 Geografia
Estabelecer relações com a natureza fez parte das estratégias de
sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização.
O conhecimento disciplinar da Geografia tornou-se preocupação de estados,
sociedades e pensadores interessados, por diferentes razões, em conhecer o
espaço geográfico. Temas como comércio, formas de poder, organização do Estado,
produtividade do solo, recursos minerais, crescimento populacional, formas de
representação de territórios, extensões de territórios eram preocupações de grandes
impérios coloniais.
37
As pesquisas das sociedades subsidiaram o surgimento das escolas
nacionais de pensamento geográfico-destacamente a alemã e francesa.
O pensamento geográfico, da Escola Alemã, teve como precursores
Humboldt (1769-1859) e Riter (1779-1904), mas Ratzel (1884-1904) é apontado
fundador da Geografia sistematizada. Institucionalizada e considerada científica.
As Diretrizes são documentos norteadores para um repensar da prática
pedagógica dos professores de Geografia, por meio de questões epistemológicas,
teóricas e metodológicas que estimula a reflexão sobre a Geografia e seu ensino.
Problematizar a abrangência dos conteúdos desse campo de conhecimento-
reconhecer os impasses e contradições existentes - são procedimentos
fundamentais para compreender e ensinar o espaço geográfico no atual período
histórico.
Essa reflexão, por sua vez deverá ser ancorada num suporte teórico, que
vincule o objeto da Geografia, seus conceitos referenciais, conteúdos de ensino e
abordagens metodológicas aos determinantes sócias, econômicos, políticos e
culturais ao atual contexto histórico.
“Através da Geografia viajamos pelo mundo. Conhecemos o
mundo. Esta é a viagem mais maravilhosa que existe. Só
enxergamos o lindo, o bonito, pois imaginamos. Se
passarmos duas vezes no mesmo local, sempre haverá uma
paisagem diferente, porque o homem passou ali. Mudou a
paisagem para melhor ou pior.” (Terezinha B. Corrêa)
Por isso deve ser apresentado para os alunos com motivação e entusiasmo.
A disciplina é rica em material didático. A geografia é vida em si mesmo. Dinâmica.
Animada.
19.6 História
Por meio destas Diretrizes Curriculares para o Ensino da História na
Educação Básica, busca-se suscitar reflexões a respeito de aspectos políticos,
38
econômicas, culturais, sociais, e das relações entre o ensino da disciplina com a
produção do conhecimento histórico.
Ao revisitar o ensino de História da década de 1970 aos dias atuais
pretende-se analisar também as principais características do currículo da disciplina,
suas permanências, mudanças,rupturas e a inserção da produção historiográfica
nas práticas escolares, a fim de definir diretrizes que orientam a organização do
currículo para o Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual.
A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória, com a criação do
Colégio D. Pedro II, em 1837.
A Secretaria de Educação do Estado do Paraná organizou um projeto de
formação continuada para os professores, articulado ao processo de construção de
Diretrizes Curriculares, pela definição de orientações comuns ao ensino de História
para a Rede Pública Estadual. Sob uma perspectiva de Inclusão Social, estas
Diretrizes consideram a diversidade cultural nos locais de memórias paranaenses,
de modo que busca contemplar demandas em que também se situam os
movimentos sociais organizados (MST, Quilombolas, Faxinais, Indígenas) e destaca
os seguintes aspectos:
• O cumprimento da Lei n. 13.381/01, que torna obrigatório, os conteúdos de
História do Paraná;
• O cumprimento da Lei n. 10.639/03, inclui o Currículo Oficial da Rede de Ensino
a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, seguida das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-racial e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
A análise histórica da disciplina e as novas demandas sociais para o Ensino
de História se apresentam como indicativo para estas Diretrizes Curriculares porque
possibilitam reflexões a respeito dos contextos históricos em que os saberes foram
produzidos e repercutiram na organização do currículo da disciplina.
Neste documento, a organização do currículo para o Ensino de História tem
como referência os conteúdos estruturantes, entendido como saberes que
aproximam e organizam os campos da História e seus objetos. Os conteúdos
39
estruturantes são identificados no processo histórico da constituição da disciplina e
do referencial teórico que sustenta a investigação da História política, social,
econômica e cultural, à luz da nova esquerda inglesa e da Nova História Cultural,
que insere conceitos relativos à consciência histórica.
"Não há identidade nacional sem memória histórica." (José
M. Durão Barroso, em discurso na Torre do Tombo
2004Abr24.)
"É um erro considerarmos a História como um passado que
morreu que já não interessa e que deve ser arquivado. A
História é a mais viva das raízes da nossa existência, é a
memória coletiva do que os nossos antepassados fizeram
para nos oferecer a nossa maneira de ser e de estar."
(Rainer Daehnhardt in "Homens, Espadas e Tomates”).
19.7 Língua Portuguesa
“Desde os primeiros tempos históricos os seres humanos sentiram
necessidade da comunicação. Primeiro através dos gestos, depois a fala e escrita. A
escrita, nas pinturas rupestres nas cavernas. Depois através do alfabeto.”
“Os professores de Língua Portuguesa têm muita responsabilidade com
relação a todas as disciplinas. Através desta, os educandos aprendem a interpretar
o mundo e a criticar.”
Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a integrar os
currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX.
Contudo, a preocupação com a formação do professor dessa disciplina teve início
apenas nos anos 30 do século XX.
Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas
contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da
contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a
percepção das relações de poder presentes nas telas discursivas que atravessam o
40
campo social, constituindo-o e, ao mesmo tempo,sendo por ele constituídas,
requerem do professor uma percepção crítica cujo horizonte é a mudança de
posicionamento em sua ação pedagógica.
As Diretrizes ora propostas seguem por outro caminho porque consideram o
processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na constituição
social da linguagem quanto dos sujeitos que por meio dela interagem.
Na linguagem, o homem se reconhece humano, interage e troca
experiências, compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como
participante da sociedade. A partir desse caráter social da linguagem, Bakhtin e os
teóricos do seu círculo formulam os conceitos de dialoguismo e dos gêneros
discursivos, cujo conhecimento e repercussão suscitaram novos caminhos para o
trabalho pedagógico como linguagem verbal, demandando uma nova abordagem
para o ensino da e Língua.
A definição de gênero em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a
dinâmica, a imprecisão da linguagem, não aprisionam os textos em determinadas
propriedades formais.
Durante muito tempo a LP foi ministrada por meio de conteúdos legitimados
no âmbito de uma classe social influente e pela tradição acadêmica/escolar.
Estas Diretrizes propõem que o Conteúdo Estruturante em Língua
Portuguesa esteja sob o pilar dos processos discursivos, numa dimensão histórica e
social. Por Conteúdo Estruturante entende-se o conjunto de saberes e
conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e organizam uma
disciplina escolar. A partir deles, advém os conteúdos específicos, a serem
trabalhados no cotidiano escolar.
Assumindo-se a concepção de linguagem como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais, o objeto de estudo da disciplina é a Língua e o
Conteúdo Estruturante, portanto, é o discurso como prática social.
Discurso significa, curso, percurso, correr, por em movimento. Não pode ser
definido somente como mensagem ou reduzido a um esquema composto de papéis
41
fixos: emissor, receptor, código, referente e mensagem. É muito mais, é efeito de
sentidos entre interlocutores. São formados de diferentes vozes, que representam
ideologias muitas vezes contraditórias, opostas, justificadas pelo seu uso em
diferentes esferas socais. (BARROS, 2001)
No contextos das práticas discursivas, estarão presentes os conceitos
oriundos da Lingüística, Sociolingüística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários,
Semântica, Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas:
normativa, descritiva, de usos, entre outros, de modo a contribuir com o
aprimoramento da competência lingüístico-discursiva do estudante.
João Cabral de Melo Neto
Entendemos que as definições de discurso ensaiadas pelo poeta em “Rio
sem discurso”, em parte já colhidas nas considerações precedentes, podem levar à
absorção de logos, fazendo-o fluir, transfigurado, na língua portuguesa.
Vamos ao poema de Cabral:
Quando um rio corta, corta-se de vez
O discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água quebra-se em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionário:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
O discurso de um rio, seu discurso-rio.
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
42
para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloqüência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem,
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase a frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a sede ele combate.
Como se vê, o poeta ressemantiza um termo que o uso banalizou,
despertando os significados correr, fluir, contido no substantivo curso, que entra na
composição de discurso. Iluminada a metáfora, o discurso se faz “curso de um rio”, e
ao correr/discorrer, as frases refazem o fluxo cortado pelas palavras estagnadas nas
definições rijas do dicionário. O discurso-rio, ao reatar, reunir, recolher, enfrasar,
organizar, dispor, reativa alguns dos significados de logos. Provocando a confluência
do rio heraclitiano com o rio de João Cabral, podemos abrir o diálogo com a língua
antiga, solicitar novas associações e dizer “discurso” sem a estranheza de sotaque
estrangeiro.
19.8 Língua Estrangeira Moderna
O cenário de ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do
Currículo Escolar sofreram mudanças, em decorrência da organização social no
decorrer da Historia. As propostas curriculares e as metodologias são instigadas a
atender às expectativas e demandas sociais contemporâneas e a propiciar às novas
gerações a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos.
Além do aspecto dinâmico do currículo e dos métodos, o Estado pode
orientar mudanças curriculares que se justificam pela atualização dos debates e
produções teórico-metodológicos e político-pedagógicos para a disciplina de Língua
Estrangeira Moderna.
43
Em grande parte do território brasileiro, foram criados colônias de
imigrantes. Numa tentativa de preservar suas culturas, muitos colonos se
organizaram para construir e manter escolas para seus filhos. Em muitas escolas, o
currículo estava centrado no ensino da língua e da cultura dos ascendentes das
crianças. Também por essa razão, ainda é possível encontrar comunidades
bilíngües no Paraná. O ensino da língua portuguesa, quando ministrado,era tido
como línguas estrangeiras nessas escolas.
Em 2004, a SEED abriu concurso público para compor o quadro próprio do
magistério, com professores de espanhol. Também ampliou o número de escolas
que ofertam cursos do CELEM, estabeleceu parcerias para a formação e
aprimoramento pedagógico dos professores e adquiriu livros de fundamentação
teórica de língua estrangeira para as escolas de todo estado do Paraná.
Ao contextualizar o ensino de língua estrangeira, pretenderam-se
problematizar as questões que envolvem o ensino da disciplina, de modo a
desnaturalizar os aspectos que os têm marcado, sejam eles, políticos, econômicos,
sociais, culturais e educacionais.
Nestas Diretrizes, o Ensino de Língua Estrangeira Moderna será norteado
para um propósito maior de educação, considerando as contribuições de Giroux
(2004) “ao rastrear as relações entre língua, texto e sociedades, as novas
tecnologias e estruturas de poder que lhes subjazem”. Para esse educador, é língua
e pedagogia crítica no atual contexto global educativo,pedagógico e discursivo, na
medida em que as questões da política e da pedagogia não se separam.
Isso implica superar uma visão de Ensino de Língua Estrangeira Moderna
apenas como um meio para atingir fins comunicativos, que restringem as
possibilidades de sua aprendizagem como experiência de identificação social e
cultural, ao postular os significados como externos aos sujeitos.
Propõem que a aula de língua estrangeira moderna constitua um espaço
para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, de
modo que engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de
significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda
44
que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passiveis
de transformação na prática social.
A proposta nestas Diretrizes se baseia na corrente sociológica e nas teorias
do Círculo de Bakhtin, que concebem a língua como um discurso, como espaço de
produção de sentidos.
Toda língua é uma construção histórica e cultura em constante
transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão
sistêmica e estrutural do código lingüístico;é heterogenia, ideológica e opaca.
Repleta de sentidos a ela conferidos por nossas culturas e sociedades, a língua
organiza e determina as possibilidades de percepção do mundo e estabelece
entendimentos possíveis.
A Língua Estrangeira apresenta-se como espaço para ampliação do contato
com outras formas de conhecer, com outros procedimentos interpretativos de
construção da realidade de todos participantes da sociedade atual.
19.9 Matemática
Matemática é uma ciência que foi criada a fim de contar e resolver
problemas com uma razão de existirem. Sua ciência é uma das tão complexas, que
se pode usar a palavra: "impossível".
Teorias das mais complexas contadas pelos matemáticos mais
extraordinários sobrevoaram a mente humana de como a Matemática foi criada.
Uma das mais aceitas é essa:
Essa ciência difícil e com complexidades após o conhecimento humano, foi
criada a partir dos primeiros seres racionais há milhões de anos dos Homo Sapiens.
Ela foi criada com o intuito de inventar uma lei sobre todas as quais ela é soberana e
determina o possível e o impossível com uma questão de lógica. Essa lógica serviu
para os primeiros raciocínios desde trocas à vendas pelas quais nossos ancestrais
necessitavam.
45
A matemática foi, é e será uma grande necessidade humana. Nossos
ancestrais também necessitavam de conhecimento dentre os quais poderíam se
comunicar, comerciar e trocar. Desde aí, os princípios básicos do início da
matemática foram se aperfeiçoando.
Os grandes matemáticos surgiram por esses meios, antes de Cristo e depois
de Cristo, inventando novas fórmulas, soluções e cálculos.
A inteligência do humano era algo tão magnífico para a natureza que a
matemática se evoluiu mais rápido do que as próprias conclusões e provas
matemáticas do homem.
Os primeiros grandes astrônomos e filósofos deram o essencial a essa
complexidade. Vários deles se destacaram, como os egípcios, sumérios, babilônicos
e gregos. Grandes mentes surgiram desde esses princípios e inventaram ainda mais
outros princípios mais complexos e mais difíceis.
Até hoje, o homem continua inventando mais meios para suprimirem todas
as necessidades matemáticas do humano moderno.
Nestas Diretrizes Curriculares, é necessário discutir a História da
Matemática como um campo de estudo que contempla as várias dimensões da
Matemática. Por meio dessa História, pode-se compreender a Ciência Matemática
desde as suas origens e como a disciplina da Matemática tem se configurado no
currículo escolar brasileiro.
A História da Matemática revela que os povos das antigas civilizações
conseguiram desenvolver os rudimentos de conhecimentos matemáticos que
vieram a compor a Matemática que se conhece hoje.
O ensino da Matemática passou por várias tendências historiográficas
durante o decorrer dos séculos em todas as regiões do mundo.
A tendência histórico-crítica, por sua vez, concebe a Matemática como um
saber vivo, dinâmico, construído historicamente para atender as necessidades
sociais e teóricas. Nesta tendência, a aprendizagem da Matemática não consiste
46
apenas em desenvolver habilidades, como calcular e resolver problemas ou fixar
conceitos para memorização ou listas de exercícios, mas criar estratégias que
possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significados às idéias matemáticas
de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e
criar.
Ação do professor é articular o processo pedagógico, a visão de mundo de
aluno, suas opções diante da vida, da história e do cotidiano. O auge das discussões
histórico-crítica acontece num momento de abertura política no País, na década de
1980.
Nesse cenário político, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná
iniciou, em 1987, discussões coletivas para elaboração de novas propostas
curriculares.
No final da década de 1980 e início de 1990, o Estado do Paraná produziu
coletivamente um documento de referência curricular para o Ensino Fundamental. O
texto de Matemática teve como fundamentação teórica uma forte influência da
tendência histórico-crítica.
A partir de 2003, defragou-se um processo de discussão coletiva com
professores que atuam em salas de aula, nos diferentes níveis e modalidades de
ensino, com educadores dos Núcleos Regionais e das equipes pedagógicas da
Secretaria de Estado da Educação. O resultado desse longo trabalho conjunto passa
a constituir estas Diretrizes Curriculares, as quais resgatam importantes
considerações teórico-metodológicas para o ensino da Matemática.
"As raízes da filosofia matemática, tal como da própria
matemática, estão na Grécia clássica. Para os Gregos a
matemática significava geometria e a filosofia da
matemática (...) era a filosofia da geometria."(Philip Davis e
Reuben Hersh).
47
20. METAS
01. Pesquisa como instrumento de educação.
- Não pode haver nenhum setor ou disciplina que não promova a pesquisa como
metodologia de ensino-aprendizagem.
02. Ressignificação da proposta curricular e disciplinar.
- Os Planos de Trabalho Docente devem ser entregues no início do ano letivo a
Coordenação ou a Direção.
- Todo projeto de pesquisa deverá ser executado com o envolvimento dos alunos.
03. Capacitação continuada durante o ano letivo.
- Todo o educador deverá comprovar semestralmente a participação em atividades
formais de capacitação profissional pedagógica e formativa.
04. Adequação do trabalho da Equipe Técnico-pedagógica à proposta pedagógica.
- Toda a ação planejada por qualquer Núcleo ou Setor deve ser compartilhada pelos
membros da Direção Colegiada.
05. Diálogo como prática.
- Todas as atividades, antes da sua decisão, serão discutidas pelos setores
envolvidos.
06. Integração família-escola.
- Toda a família, no ato da matrícula, tome ciência: da Proposta Pedagógica da
escola, sua programação anual, assumindo o seu compromisso de participar da
comunidade educativa.
07. Respeito à pluralidade sociocultural religiosa.
- Todos os membros da comunidade educativa devem zelar pelo cumprimento diário
das normas de convivência.
- Todos profissionais e comunidade da Educação devem ler e entender o Regimento
Escolar Geral e Interno do Estabelecimento e agir dentro do mesmo de acordo com
seus deveres e direitos.
48
21. AVALIAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Affonso Martinez
Albaladejo-EF, não é um documento pronto. Será construído sempre que necessário
porque envolve pessoas e educação de pessoas.
A avaliação tem como objetivo verificar se a escola está conseguindo
colocar em prática todos os itens do PPP.
22. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola é um espaço onde as pessoas dialogam, discutem, questionam e
compartilham saberes. Onde há lugar para transformações, contradições,
colaboração e criatividade. Uma escola autônoma, onde todos educadores pensam,
refletem, avaliam o processo de construção do conhecimento, que não deve ser
tratado de forma dogmática e sem significado.
O educador deve saber ouvir, estar atento aos acontecimentos, às
mudanças, construindo conhecimentos através da leitura da realidade.
49
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, F. O que é Construtivismo? Série Idéias, N.20. São Paulo: FDE, 1994.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura) 30ª edição.
BRASIL. LEI N º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional.
BRASIL. Decreto Lei nº10. 639, de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, para incluir no Currículo Oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
Temática “História e Cultura Afro-Brasileira, e dá outras providências”.
LIBANIO, José. Adeus Professor, adeus Professora: novas exigências
educacionais e profissão docente. São Paulo. Cortez. 1998. (5ª Ed.)
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico da Escola
Pública do Estado do Paraná. 3.ed.Curitiba.1997.
_______Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná - Língua Portuguesa. 2006.
_______ Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – Matemática. 2006.
_______Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – História. 2006.
_______ Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – Geografia. 2006.
_______Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências. 2006.
_______ Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – Artes. 2006.
50
_______Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná - Educação Física. 2006.
_______ Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de
Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Estrangeira Moderna. 2006.
PIAGET. A equilibração das estruturas cognitivas. Problema central do
desenvolvimento. Rio de Janeiro. Zahar editores, 1976.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo, Petrópolis, vozes, 8ª edição,
2000.
GANDIN, Danilo e Luís Armando. Temas para um projeto político-pedagógico,
Petrópolis, vozes, 3ª edição, 2000.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa, São Paulo, Loyola, 1983.
BBOFF, Leonardo. Saber cuidar: Ética do Humano-Compaixão pela terra. Petrópolis,
Vozes, 1999.
1. BETTO, Frei. Religião e consumo. Petrópolis, Vozes, 1999.
2. A escola on line. www.aescola.com.br
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil on line. www.cnbb.org.br