Sumário · |1º semestre 2007 | RP Alternativo |3 Voltar a coordenar a RP-Alternativo, depois de...

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www.rpalternativo.ufma.br |1º semestre 2007 | RP Alternativo | 1 Expediente .................................... Editorial ........................................ Entrevista ...................................... Profissão I ..................................... Afinal o que é? ............................. Look-in .......................................... Profissão II .................................... Prata da Casa ................................ Incentivo ....................................... Pesquisa ........................................ Políticas Públicas .......................... Mercado de Trabalho .................. Livros ............................................ Resenhas/TCC ............................... Mundo Acadêmico I .................... Mundo Acadêmico II ................... Mundo Acadêmico III .................. Profissão III ................................... Mundo Acadêmico IV ................. Tecnologia .................................... Comunidade ................................ Concurso ...................................... Artigo ........................................... 2 3 4 6 8 9 11 12 13 15 16 17 18 21 23 24 26 27 28 29 30 31 32 Sumário

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Expediente ....................................Editorial ........................................Entrevista ......................................Profissão I .....................................Afinal o que é? .............................Look-in ..........................................Profissão II ....................................Prata da Casa ................................Incentivo .......................................Pesquisa ........................................Políticas Públicas ..........................Mercado de Trabalho ..................Livros ............................................Resenhas/TCC ...............................Mundo Acadêmico I ....................Mundo Acadêmico II ...................Mundo Acadêmico III ..................Profissão III ...................................Mundo Acadêmico IV .................Tecnologia ....................................Comunidade ................................Concurso ......................................Artigo ...........................................

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Sumário

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RP-ALTERNATIVO

Ano 15, nº 29, 1º semestre de 2007

Revista semestral produzida pelos alunos da disciplina Redaçãoem Relações Públicas II

Curso de Comunicação Social da Universidade Federal doMaranhão

Habilitação Relações Públicas

Professor orientador: Éllida Neiva Guedes – Conrerp 236 - 7ªregião

Redação: Aline Mendes, Angélica Maciel, Annie Luna, CamilaChaves, Danilo Fernandes, Felipe Magalhães, Jane Maciel, LuanaAmum, Luciana Carvalho, Lutero Vilarins, Paula Camily, Rafaela

Oliveira, Tainara Oliveira, Tarsila Cardoso, Zeneida Parente.

Editoração eletrônica: Gustavo Saldanha Santana

Impressão gráfica: Gráfica Gênesis

Endereço: Laboratório de Relações Públicas - Centro de CiênciasSociais – sala E- 302 Campus do Bacanga

CEP: 65.085-580 - São Luís-Ma

Fone: 0 xx 98 2109 84 30

e-mail: [email protected]

site: www.rpalternativo.ufma.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Reitor: Prof. Dr. Fernando Antônio Guimarães Ramos

Diretor do Centro de Ciências Sociais: Prof. Dr. César AugustoCastro

Chefe do Departamento de Comunicação Social: Profa. MscJovelina Maria dos Reis

Coordenador do Curso de Comunicação Social: Prof.Dr. FranciscoGonçalves da Conceição

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Voltar a coordenar a RP-Alternativo, depois de dois anosafastada para o mestrado, é reviver emoções, na verdade, nunca esquecidas. Emmeio a tantas que tenho vivido, destaco o momento em que o professor ProtásioSantos se colocou à disposição para me substituir na disciplina e orientação darevista durante esse período. “Não podemos deixar que este projeto morra”, medisse ele. Naquele momento, percebi o valor deste trabalho para o Curso deComunicação Social da UFMA. Professor, agradeço, mais uma vez, pela dedicaçãoem cuidar desta revista, com carinho e competência.

Os alunos responsáveis por esta edição são assim: inquietos, questionadores,corajosos, ousados. Às vezes, durante a produção, falavam todos ao mesmotempo, mas, cada um, demonstrando segurança no que queria. Em meio a taaantosdebates, no final, eles se entendiam, ou melhor, nos entendemos. Enfim, essaconvivência me chamou atenção para a base política e teórica que eles estãoadquirindo ao longo do curso. A revista é a cara deles. Parabéns aos meus ‘meninos’e aos colegas professores pelo trabalho que os senhores vêm realizando!

Com esta turma nasceu um outro produto – a newsletter eletrônica Entremeios,que nos coloca o desafio de, quinzenalmente, informar discentes e docentessobre os acontecimentos da Comunicação, do Curso e da UFMA.

Esta edição traz temas totalmente inseridos em um contexto contemporâneode crises organizacionais, consciência política e ambiental, inclusões social edigital e modernização das atividades e dos profissionais em função de novasexigências. Revela, ainda, que a academia tem buscado responder aos impactosda era de transformações em que vivemos, com atualização no ensino, pesquisae extensão. A revista, principalmente, proporciona o entendimento que as RelaçõesPúblicas não querem disputar espaços, porque entendem que sua posição é aolado dos outros campos da Comunicação, também, fundamentais para umasociedade melhor. Boa leitura!

Valeu a penaretornar!

Editorialpor Éllida Guedes | [email protected]

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Entrevistapor Rafaela Oliveira | [email protected]

Orlando Costa Gonçalves Júnior,graduado em Relações Públicas e Jornalismo e

especialista em Gestão da Comunicação pela UFMA,coleciona experiências profissionais bem sucedidas, emorganizações públicas, privadas e não-governamentais,

em São Luís e outros estados. Também atuou nomagistério superior, área pela qual tem verdadeira

paixão. Hoje, está na Petrobrás (RJ).Nesta edição, Orlando é nosso entrevistado, mas seuenvolvimento com esta publicação vem desde 1998,

quando participou da turma que transformou o jornalRP-Alternativo em revista, na redação e diagramação

dos textos. Nesta conversa ele nos conta toda suatrajetória profissional, descobertas, conquistas e

satisfações na área da comunicação.

de sucesso

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Por que você escolheu RelaçõesPúblicas?Fiz Jornalismo e, depois, Relações Públi-cas, na UFMA. Meu primeiro contato comassessoria de Comunicação foi no meuúltimo estágio em Jornalismo, que eraextracurricular, no Sebrae-MA, em 1994.Entrei pra trabalhar na assessoria de im-prensa. Só que como estagiário faz detudo um pouco, acabei mexendo com RPe Publicidade, pois o setor atuava de for-ma integrada. Aí, descobri o que queriafazer profissionalmente: trabalhar comAssessoria de Comunicação. Tive um bomdesempenho e, após o estágio, fui con-tratado. Com o tempo, fui percebendoque precisava complementar minha for-mação pra atuar nessa área, pois a dejornalista era muito voltada para trabalhoem veículos de comunicação. Comecei apensar a respeito e a conversar com al-guns profissionais e resolvi cursar RP. Foiexcelente pra mim, mas há outros cami-nhos. A formação e a vivência em RP metrouxeram novos conhecimentos e ampli-aram minha visão. Ainda fiz pós em Ges-tão da Comunicação, também na UFMA.Hoje, considero-me um profissional deComunicação.

Por qual área das Relações Públicas vocêse sente mais interes-sado em atuar?Gosto bastante da dinâmica da iniciativaprivada. Grande parte da minha experi-ência vem de lá, mas fui seduzido pelaárea social. É gratificante usar o seu tra-balho para colaborar com causas impor-tantes. Mas a área de ensino é o meuxodó. Tive boas experiências como pro-fessor, o que me estimula a futuramenteinvestir nessa área. O processo ensino-aprendizagem é apaixonante, as possibi-lidades de trabalho que podem unirteoria e prática e a troca de experiênciascom os alunos me desafiam. Um ótimoexemplo desse tipo de trabalho é a RPAlternativo. E tive a honra de participarda turma na primeira edição no formatorevista. Parabéns a vocês e mais sucesso.

Como foi sua experiência profis-sional em São Luís?A base da minha experiência profissionalfoi construída em São Luís e isso pra mimé motivo de orgulho. Consegui boas ex-periências nas esferas pública, privada

e não-governamental, o que é importan-te, já que cada uma tem característicasdistintas. Considero-me privilegiado porisso. Trabalhei nas áreas de Comunicaçãode algumas organizações locais impor-tantes, como o Sebrae-MA e a Vale doRio Doce, que foram excelentes escolas,além do Unicef. Mas também tinha von-tade de ter experiências fora e, pra isso,a vivência em São Luís foi fundamental.Minha primeira oportunidade foi umestágio na divisão de Comunicação Insti-tucional do grupo McCann-Ericksson, emLisboa-Portugal, em 2000. Fui para oexterior sozinho, pela primeira vez e pratrabalhar. A experiência foi muito válida.Tempos depois, fui aprova-do num con-curso público temporário para a área deComunicação do Ministério da Educação,em Brasília. Gostei da cidade e o traba-lho foi interessante porque gosto do te-ma Educação, além de ter viajado bastan-te. Agora, estou na Petrobras, em Salva-dor, mas com trans-ferência marcadapara o Rio. Outro grande interesse profis-sional é a área de ensino. Comecei emcursos do Senac-MA e já tive a honra deatuar como professor substituto na UFMApor duas vezes e lecionei nas três habili-tações, além de ter sido professor noUniCeuma. Essas experiências me habili-taram a dar aulas também no Institutode Educação Superior de Brasília (Iesb),em Brasília. E ainda participei de gestõesna ABRP-MA e no Conrerp 7ª Região.

Como se deu sua experiência naárea social ?Tive contato com a área social maisdiretamente em duas oportunidades eem ambas o trabalho ia além da Comu-nicação. Uma foi na Vale do Rio Doce eoutra no Fundo das Nações Unidas paraa Infância – Unicef. O interesse surgiu apartir da monografia que fiz na pós-graduação, cujo tema foi comunicação eresponsabilidade social. No primeiro ca-so, eu trabalhava há quase dois anos naárea de Comunicação da Vale e soubeque surgira uma vaga na fundação daempresa, o seu braço social. Fiquei inte-ressado, me candidatei e fui aprovado.O trabalho era fazer o acompanhamentode projetos sociais desenvolvidos ouapoiados pela empresa no Maranhão eno Pará. Na segunda oportunidade, fui

contratado como consultor pelo Unicef,por cinco meses, para acompanhar pro-jetos de ONGs apoiados no Maranhão ePiauí. Foram experiências que me permi-tiram conhecer realidades difíceis, masque têm solução e foi muito gratificante,naqueles momentos, poder contribuirpara buscar as soluções.

Que atividades de RP você realizana Petrobras?Há muito pouco tempo exercia o cargode Comunicador da Petrobrás, na gerên-cia regional Nordeste, em Salvador. Otrabalho no meu setor era planejar e rea-lizar ações de relacionamento e tambémpromocionais, de caráter corporativo epara as unidades operacionais da região.Em agosto, fui transferido para o setorde Comunicação da área de Relaciona-mento com Investidores, no Rio de Janei-ro. É um novo desafio, pois nuncatrabalhei nessa área e há ainda poucosprofissionais de comunicação atuandonesse segmento.

Como você avalia a absorção deprofissionais de Relações Públicas pelomercado brasileiro, atualmente?Pode ser repetitivo o que vou dizer, masé verdade: cada vez mais o mercadoabsorve profissionais de RP, em diversasáreas. Talvez isso não seja tão perceptívelporque a gente não vê sempre dados arespeito ou porque o mercado local nãoseja tão dinâmico, mas mesmo em SãoLuís é possível verificar essa absorção.Claro que ainda se convive com velhosproblemas, como a atuação de pessoasnão habilitadas e a disputa de mercadocom outros profissionais. Mas é inegávela abertura de novos espaços, a exemplodas áreas de relacionamento comclientes e responsabilidade social. Faltaainda um posicionamento mais forte earticulado de profissionais, escolas deRP e entidades de classe. Se o sistemano qual estamos inseridos não éigualitário, vamos conquistar o lugar aosol. Só ficar reclamando não adianta. Épreciso ultrapassar limites. Por exemplo:fiz seleção e fui aprovado para o mes-trado em Administração na PUC-SP, umaárea que não é Comunicação, mas écomplementar e importante. Há espaçosno mercado e é preciso ocupá-los.

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Profissão Ipor Tarsila Cardoso | [email protected]

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Nova mentalidade pararecomeçar (de novo)

Segundo estudo realizadopelo Instituto de Trabalho dos EstadosUnidos, a carreira de Relações Púbicasestá entre as dez mais promissoras paraeste novo século. Numa visão global,esse fato se dá devido às transformaçõessociais que possibilitam a abertura denovos nichos de mercado para a profis-são, do processo de globalização e dasnovas tecnologias, que contribuem parao desenvolvimento da atividade.

No Brasil, ao contrário das perspec-tivas atuais, percebe-se uma tímidaabertura do mercado para os profissio-nais de Relações Públicas e uma visãoerrônea da atividade por parte da socie-dade. Diante desse quadro, esses vivem,na contem-poraneidade, novas tentati-vas de resgate da profissão. Ações devalorização e mobilização sempre forampromovidas em prol da profissão de RP,mas, hoje, essas iniciativas vêm crescen-do e direcionando o foco para a mudan-ça da mentalidade dos profissionais edo mercado, diante da importância daárea em vários âmbitos da sociedade.

Como exemplo de campanhas volta-das para a promoção da profissão de Rela-ções Públicas, pode-se destacar as seguin-tes campanhas: “Relações Públicas. O pro-fissional no lugar certo”, promovida pelaAssociação Brasileira de Relações Públicas(ABRP-DF), em 1982; “Brasil descobrindoRelações Públicas”, organizada pela equi-pe da RP Brasil, em 2004; “RP: Um profis-sional de Resultados”, em 2005, realizadapelo CONRERP/4ª região e a atual “Cam-panha Nacional de Valorização da Profis-são de Relações Públicas”, desenvolvidapelo portal RP – Bahia (www.rp-bahia.com.br), no ano de 2006, mas quetem continuado seu trabalho em 2007.Esta é considerada uma das campanhasmais completas, pois tem integrandodiversos meios, profissionais e estudantes

de vários estados do país.Mas as campanhas de valorização e

mobilização das Relações Públicas têmalcançado seus objetivos?

Por muito tempo, afirmou-se que afalta de visibilidade da profissão no Brasilse dava pelo não reconhecimento daimportância da mesma pelo mercado.Todavia, o processo de legitimação de umaprofissão se dá através, primeiramente,do valor que a própria categoria lheconfere e, posteriormente, pela sociedade.Assim, o que possivelmente seria a causada problemática, na verdade é efeito.Percebe-se que a não legitimação daprofissão no Brasil é provocada, principal-mente, pela falta de consciência de classe

da categoria, a começar pelos estudantesque ingressam no curso de RP na igno-rância, pensando ser esse parecido compublicidade e propaganda. Ainda há atimidez desses ao responderem aindagações sobre o que estudam e o quevão fazer quando se tornarem profissio-nais. E isso reflete no mercado.

É fato que uma andorinha só não fazverão. A batalha por galgar espaços é feitanuma coletividade e é nesse ponto que asentidades de classe têm o seu papelpreponderante. A profissão conta, noBrasil, com a Associação Brasileira deRelações Públicas (ABRP) e com o SistemaCONFERP (Conselho Federal de Profis-

sionais de Relações Públicas), órgãofiscalizador da profissão em todo o país,como seus representantes na luta pelofortalecimento da profissão.

A ABRP, fundada na década de 1950,teve trabalho fundamental no desenvol-vimento e na difusão da atividade noBrasil. Em 1969, o CONFERP veio somar,fiscalizando e disciplinando o exercícioprofissional. Nesse período, já se falavamde Relações Públicas para RelaçõesPúblicas, antecipando as preocupaçõesagora recorrentes.

Porém, as entidades de classe, queoutrora foram responsáveis pela difusãoda atividade, pelo reconhecimento elegalização da profissão, hoje, encon-tram-se esvaziadas, com pouca expres-são e relevância, decorrente da poucavisibilidade de seus resultados.

No fim do século XX, com a mudan-ça do contexto econômico e social, aárea de Relações Públicas se viu invadidapor profissionais sem formação e poroutras profissões da comunicação soci-al, passando a enfrentar dificuldades nareabilitação da atividade e de sua credi-bilidade no gerenciamento dos relacio-namentos das empresas com seus públi-cos. Com isso, os profissionais espera-vam das entidades de classe iniciativasmais impactantes e que resolvessem osdilemas que o novo mercado estavaimpondo. Isso de fato não aconteceu enão vem acontecendo.

O que configura o atual quadro noinício do século XXI é um ciclo vicioso. Semincentivo, o profissional não valoriza suasrepresentatividades e, sem apoio, asentidades ficam impossibilitadas detrabalhar em prol da classe. Nessecontexto, surgem as campanhas devalorização e mobilização para profissãode Relações Públicas, na tentativa dequebrar esse ciclo.

‘A carreira deRelações Púbicas

está entreas dez mais

promissoras paraeste novo século’

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RP Alternativo

Segundo Marcio Simeone, “Na mobi-lização, o vínculo mais forte é o da co-responsabilidade. Isto significa dizer queos públicos mobilizados de-vem agircompartilhando informações e responsa-bilidades, agindo com a certeza de queoutros estão realizando ações semelhan-tes ou complementares no mesmo sentido,e cujo resultado advirá da soma dessasações”. Assim, agregam-se valores parao objeto da mobilização.

Porém, o que se tem visto em relaçãoàs inúmeras campanhas de valorização emobilização das Relações Públicas é arepetição de erros do passado, baseando-as apenas na instrumentalização dasações puramente midiáticas, com planeja-mento pouco definido, sem uma proble-mática clara para a promoção das mes-mas. Muitas vezes, essas campanhas,tornam-se veículos de promoção pessoaldaqueles que as idealizam.

O reducionismo dos conceitos deRelações Públicas e uma visão operacionalda profissão dentro da comunicação insti-tucional é outro fator negativo destacado,bem como a dificuldade de entendimen-

to, por parte da classe, da grandiosidadeda atividade. Os profissionais apenaspreocupam-se com a reserva de um mer-cado multifacetado que a cada dia temaberto mais espaços, mas que eles nãoestão sabendo preencher.

Fábio França, em seu artigo “MiopiaContinuada” (www.sinprorp.org.br),afirma que “Enquanto lutamos paramanter um feudo operacional sem vi-são estratégica, o mercado, as organiza-ções já partiram para o exercício deatividades de que necessitam, para aordenação de seus relacionamentos,para a sua inserção no mercado e o êxitode seus negócios. Já praticam de modoeficaz as relações públicas!”.

Outro ponto a ressaltar é como osprofissionais de RP vêem, hoje, as enti-dades de classe, tidas como órgãos quedeveriam lutar em favor da profissão. Odescaso parte deles próprios, que já nãopossuem interesses em assumi-las, quedesconhecem o sentimento de RelaçõesPúblicas como acontecia na década de 60a 80. Eles mesmos, que tanto se sentemafetados pelo descaso dessas entidades,

vivem na inércia, sem tomar qualqueratitude para reverter o quadro.

Na era da coletividade, das relaçõese das negociações discursivas, esses pro-fissionais se isolam. De fato, o que faltaa eles, é abrir os olhos para a realidadeque bate à porta e que não conseguemacompanhar. O conceito da profissãoevoluiu e, contemporaneamente, asRelações Públicas atuam de forma globalna organização, ultrapassando os “con-ceitozinhos baratos” de apenas produ-toras de instrumentos tendenciosos demídia institucional.

Para a valorização e mobilização acon-tecerem de forma efetiva precisa-se esta-belecer um processo unificado e conceitualpara a promoção das campanhas, englo-bando todos os seus públicos de interesse,de forma direta, e promover a união entreprofissionais e entidades. Mas, acima detudo, é imprescindível que os profissionaisde Relações Públicas reconheçam-se comotal e, que cada um seja defensor daprofissão que escolheu. Somente dessaforma, as Relações Públicas, no Brasil, se-rão, de fato, uma profissão do futuro.

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Entrevistapor Luciana Carvalho | [email protected]

INTERCOM 2007 : XXX Congresso Brasileiro de Ciências da ComunicaçãoComo o tema central “Mercado e Comunicação na Sociedade Digital”, o INTERCOM 2007 - XXX Congresso de Brasileiro deCiências da Comunicação, vai acontecer em Santos-SP, entre os dias 29 de agosto e 02 de setembro. O encontro, dentreoutras finalidades, visa às discussões em torno da adoção de novas tecnologias no sistema comunicacional, incitando,assim, a comunidade acadêmica à reflexão e pesquisa sobre o impacto das indústrias digitais nos processos de mediaçãosimbólica. O evento terá como sede as Universidades Católica de Santos, Santa Cecília e o Centro Universitário MonteSerrat. Mais informações: www.intercom.org.br

I SEMBRAP: Seminário Brasileiro de Valorização da Profissão de Relações Públicas.Dia 11 de outubro acontecerá o I Seminário Brasileiro de Valorização da Profissão de Relações Públicas na cidade deSalvador/BA, através de uma parceria entre o portal RP-Bahia e a Universidade de Salvador. O encontro reunirá profissionaise estudantes da área no Campus Iguatemi da UNIFACS, para discutir acerca de uma maior valorização dos profissionais deRelações Públicas e sua importância para as organizações contemporâneas. As inscrições de trabalhos estão abertas tantopara estudantes quanto para profissionais. Mais informações: www.rp-bahia.com.br .

Prêmio Relações Públicas do BrasilTendo como objetivo principal a valorização da atividade e em especial do profissional de Relações Públicas, a CampanhaNacional de Valorização da Profissão de Relações Públicas instituiu, há um ano, o Prêmio Relações Públicas do Brasil e estáem sua segunda edição.Este ano, 38 profissionais foram indicados por voto direto de estudantes e profissionais de Relações Públicas e áreas afins,de todo o Brasil. As votações para a grande final começaram no dia 02 de julho, em forma de júri popular pela internet,e vão até o dia 28 de agosto. A premiação será no dia 1° de setembro, no congresso do INTERCOM, em Santos-SP. Maisinformações e votações: www.rpdobrasil.com.br.

Raciocínio estratégico em focoA Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - ABERJE promoverá o curso “Como criar um planejamento estratégicode comunicação institucional” , no dia 22 de agosto, tendo como foco melhorar o raciocínio estratégico e ampliar asvisões acerca da comunicação institucional. O curso tem um público alvo gerentes e analistas de Comunicação e terácomo metodologia os estudos de cases e simulações de casos práticos. Mais informações: www.aberje.com.br

Holding: (ingl.) empresaque controla outras pormaioria de ações, em ge-ral, sem atividade comerci-al; modelo freqüente emmulti-nacionais.

por Fel ipe Magalhães | fel ipe_smr@hotmail .com

Capital natural: É umametáfora para os recursosnaturais, como água, ter-ra e os minerais, quandovistos como meios de pro-dução renováveis ou não.

Homepage: Página deentrada em um site daWeb ou de outro siste-made hipertexto ou de hi-permídia, que geralmentecontém uma apresenta-ção geral e um índice,com elos de hipertextoque remetem às principaisseções de conteúdo dosite, visando facilitar anavegação pelo sistema.

Sustentabilidade ecoló-gica: refere-se à base físi-ca do processo de cresci-mento e tem como obje-tivo a manutenção deestoques de capital natu-ral incorporados às ativi-dades produtivas.

Clima organizacional:ambiente interno de umaorganização; atmosferapsicológica dentro daqual as pessoas realizamseu trabalho; influi direta-mente na qualidade detrabalho dos profissionaise, também, recebe influ-ência desses.

Sustentabilidade ambi-ental: refere-se à manu-tenção da capacidade desustentação dos ecossis-temas, o que implica acapacidade de absorção erecomposição em face àsinterferências antrópicas(ações do homem comoagente modificador).

CEO (chief executiveofficer): chefe do setorexecutivo; pessoa com amais alta responsabilida-de ou autoridade emuma organização; execu-tivo principal de uma or-ganização.

LOOK-IN

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Profissão IIpor Paula Camily | [email protected]

A legislação de Relações Públicasvigente data de 1967, ou seja,são 40 longos anos de existência.

Desde essa época, apesar de todos osavanços tecnológicos, nas relações sociaise no aprofundamento das experiências daprofissão, a lei ainda não foi revogada,embora haja decretos mais recentes compequenos ajustes e alterações.

A primeira lei de Relações Públicas,de n° 5.377/67, define que a profissãopode ser exercida por bacharéis formadosem curso de nível superior, por pessoasgraduadas em cursos similares no estran-geiro e com diploma revalidado no Brasil,ou por pessoas que a exerçam por maisde 24 meses e sejam sócios da AssociaçãoBrasileira de Relações Públicas (ABRP), poridêntico período. Esses devem desenvol-ver as atividades de informação de caráterinstitucional entre a entidade e o público,através dos meios de comunicação;coordenação e planejamento de pesquisade opinião pública, para fins institucionais;planejamento e supervisão da utilizaçãodos meios audiovisuais, para fins institu-cionais; planejamento e execução decampanhas de opinião pública e ensinodas técnicas de Relações Públicas.

É verdade que passou pelo CongressoNacional o projeto de lei n° 324/05, dosenador Marco Maciel, que visava atualizaras disposições legais em conformidadecom a realidade social e da atividade,adequando-a às exigências dos novostempos. Esse diferia da lei 5.377/67basicamente no que concernia às ativi-dades desenvolvidas pelos profissionais,pois as definia e classificava de maneiramais atual, detalhada e especificada.

De 1992 a 1997, houve ummovimento chamado “Parlamento

Nacional” organiza-do pelo ConselhoFederal, no qual foram discutidos, deforma democrática, todos os temaspertinentes à profissão de RelaçõesPúblicas. Tal iniciativa fez com que osprofissionais voltassem seus olhos paradentro de seus problemas, buscandosoluções e demonstrado o valor de umacategoria que vem apresentando para asociedade trabalho merecedor deméritos. Ao longo desses quatro anos,os interessados tiveram a possibilidadede manifestar suas dúvidas, inquie-tações, insatisfações e posicionamentos.Ao final, foi produzido um documentocom propostas para a redação de umanova lei que revogaria a atual legislação.

As principais modificações sugeridasnesses documentos são a respeito dasatividades e da expansão da área deatuação do Relações Públicas. Segundoesse movimento, as funções de relaçõespúblicas passariam a ser: diagnosticar orelacionamento das entidades com osseus públicos; prognosticar a evoluçãoda reação dos públicos diante das açõesdas entidades; propor políticas eestratégias que atendessem àsnecessidades de relacionamento dasentidades com seus públicos eimplementar programas e instrumentosque assegurassem a interação dasentidades com seus públicos.

Foram propostas, ainda, atividadesespecíficas que atendessem a essasfunções. De uma forma geral, estavamvoltadas para a realização de pesquisas,auditorias, diagnósticos, planejamentoque orientassem os relacionamentos dasinstituições com seus públicos de interesse,programas comunitários e informaçãopara a opinião pública. Previam, também,

o uso da tecnologia, atividades deavaliação dos resultados dos programase o ensino de disciplinas de teoria etécnicas de Relações Públicas.

A proposta do Parlamento Nacionalestenderia, também, o exercício daprofissão para aqueles que possuíssemformação superior em qualquer área deconhecimento e obtivessem o título depós-graduação lato ou stricto sensu emRelações Públicas, em curso ministradopor escola reconhecida e que manti-vesse regularmente o curso superior deRelações Públicas.

A verdade é que o objetivo dessemovimento e do projeto do senador deatualizar a lei não foi alcançado. Diantedisso, em 2002, o CONFERP, no uso de suasatribuições legais e visando esclarecerdúvidas e atualizar ações enomenclaturas, baixou a ResoluçãoNormativa n° 43, de agosto de 2002, ondeestabeleceu as atividades privativas dosprofissionais de Relações Públicas,atualizando-as, de certa forma.

Passados, então, mais de 10 anos semque fosse feita modificação alguma nalei, este ano o CONFERP está, novamente,encabeçando uma movimentação daclasse, pedindo o encaminhamento denovas propostas para a alteração da Lei5.377, para que esta venha atender àsatuais exigências do cenáriocontemporâneo para o exercícioprofissional das Relações Públicas.

Resta-nos, agora, participar dessainiciativa, acompanhar o desenrolardesse processo e torcer para que destavez a legislação fique condizente coma nossa realidade. Mais informaçõessobre este assunto podem ser obtidasatravés do site www.conferp.org.br.

Discussão legalAs tentativas de mudança na lei de Relações Públicas

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Prata da Casapor Jane Maciel | [email protected]

A ferramenta de imagem Paint éconhecida por todos e talvezseja a principal maneira de um

certo tipo de inclusão digital de umageração de crianças. Esse aplicativo évisto como primitivo, se comparado aoutros programas de edição e constru-ção de imagem, mas é através dele queCarolina Mello cria e reinventa seus“desenhos”, como prefere chamar. Aartista, que também utiliza o MicrosoftPhoto Editor e o Art Rage, desenha cadatraço como se o mouse fosse um lápis,ou pincel, ou borracha, e assim pordiante. “Desenhar no Paint é tão ou maisdifícil quanto em uma folha de papel,porque a noção de perspectiva ficaprejudicada na tela do computador. Eutenho que imaginar toda a extensão dapágina na minha cabeça, enquantodesenho os detalhes utilizando o zoom.Sem contar que a precisão do traço émenor, não está sob o controle do meupunho, e sim de um punho imaginário,que tenho acesso através do mouse”.

Carolina, aluna do 6º período deComunicação Social - Habilitação Jorna-lismo, da Universidade Federal do Mara-nhão, traz consigo uma sensibilidadeartística que a leva a vários caminhos: aprodução poética, a paixão pelo cinemae a criação de uma arte que para muitosnão pareceria plástica por conta do

meio, mas que resgata conceitos e coresdo Fauvismo e da Pop Arte, concomitan-temente, às tendências da publicidade,quadrinhos e cinema.

O desenho sempre fez parte da vidade Carolina, tendo o computador setornado meio para a produção por voltados 13 anos. Isso não quer dizer que atentativa de pintar com tinta a óleo nãotenha existido. “Larguei o óleo de mão porfalta de um ateliê e tempo e voltei a dese-nhar no computador. Meu tema preferido,nessa época, era fazer retratos bem gran-des. Fiz uns três, sendo que o primeiro ébem naturalista, mas as próprias propor-ções exageradas, entre outros aspectos,tinham um apelo expressionista.”

Os retratos ainda são o temaprincipal da artista, em especial, o auto-retrato. “Figurativo ou abstrato, o temaé sempre eu”, revela Carolina. O femi-nino de artistas como Klimt ou EgonSchiele são algumas influências, talcomo as cores puras de Matisse. Os pró-prios programas utilizados direcionamo resultado de sua produção, já que apaleta de cores tende a levar os dese-nhos à Pop Arte. O traço é artesanal, orgâ-nico, mas o acabamento é pop. “Quan-do utilizo o meio digital como suporte,não me interessa o acabamento gráficocorreto, nem imitar materiais reais sim-plesmente. Procuro dar ao gráfico uma

SENSIBILIDADE ENTREO REAL E O DIGITAL

roupagem mais orgânica, oferecendopistas das possibilidades de troca entreo digital e o real”, afirma Carolina. O“orgânico” pode ser percebido emgrande parte de suas imagens queparecem ter sido pintadas em tecido.

O suporte digital facilita a experimen-tação, pois é mais acessível, possibilitauma distribuição mais prática e,obviamente, é mais barato. Carolina,atualmente, também trabalha comfotografias (não necessariamente suas),colorindo-as edando-lhes, as-sim, uma roupa-gem mais plásti-ca. “Eu ‘roubo’muita coisa dosoutros. Pego pe-daços de fotos oude quadros quegosto, interfiro”. Eacrescenta: “é má-gico que eu consi-ga com plugs de um software fazer umaimagem que pareça um quadro, mas não“existe", não é palpável. Como a luz quesai do projetor e espalha o filme na tela”.

Os desenhos de Carolina podem servistos no seu portifólio, no endereçowww.youtube.com/carolm3llo, oujuntamente com suas poesias no blogwww.ensaiodesaia.blogspot.com.

Procuro dar aográfico uma

roupagem maisorgânica, dando

pistas daspossibilidades

de troca entre odigital e o real.

Carol ina Mel lo

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Incentivopor Zeneida Parente | [email protected]

Muitos exemplos de sucessotêm mostrado as grandescontribuições que a política de

Ciência e Tecnologia pode gerar. No Brasil,trata-se de um item estratégico para odesenvolvimento econômico e social. Issopode ser percebido através do valor dosinvestimentos feitos em pesquisa no anopassado, que alcançaram cerca de R$ 10bilhões, um dos maiores dos últimos tem-pos. Além disso, a prioridade está naelaboração de projetos de lei e de outrasformas de captação de recursos.

No Maranhão, projetos de combate àpobreza, de sistemas educacionais e desubsídios à agricultura estadual precisa-vam do apoio da Ciência e Tecnologia.Dessa forma, a fim de fomentar a pesquisae o desenvolvimento científico e tecnoló-gico do Estado, em 2003, a Fundação deAmparo à Pesquisa do Maranhão – FAPE-MA foi reinstituída. Era reconhecida, então,a grande carência da produção científicano Estado por questões de recur-sosfinanceiros, técnicos e humanos.

Nesse sentido, sabe-se que para im-pulsionar a produção científica de qual-quer país são fundamentais os cursosde mestrado e doutorado. Assim, diantedessa grande necessidade de qualifica-ção do corpo docente das instituiçõesde ensino, o Maranhão tem avançadona implantação de programas de pós-graduação segundo os rígidos padrõesestabelecidos pela Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (CAPES), entidade responsávelpela avaliação desses programas emtodo o Brasil. Hoje, são no total 15 cursosentre UFMA, UEMA, CEFET e FAPEMA.

Por outro lado, a expansão do meioacadêmico tem se realizado também pe-los benefícios obtidos de convênios reali-zados pela FAPEMA com diferentes institui-ções, tais como FINEP, CAPES, CNPQ, AEB,CTA, FAPESP, FAT, BNDES, entre outras. Osuniversitários contam, ainda, com a possi-bilidade de intercâmbios em universida-des estrangeiras como Sorbone, Dauphi-ne, Angers, Mar-ne-la-Vallé, na França;Western Michigan, nos Estados Unidos, e

Florência e Politécnica de Turim, na Itália.Ainda há muito que percorrer e as difi-

culdades são grandes, mas os avançosalcançados indicam crescimento econômi-co, desenvolvimento social e um exemplodisso é a melhoria no Índice de Desenvol-vimento Humano (IDH) do Estado.

NO MARANHÃO, EM QUE SOMOS BONS?A seguir, veja alguns detalhes sobre

os projetos mais relevantes que o Mara-nhão vem produzindo no cenáriocientífico nacional.BIODIESEL

O biodiesel tem despertado ointeresse mundial como uma opção decombustível com muitas vantagens.Estima-se que, em quatro anos, o Brasilseja o maior produtor do mundo e, nessecontexto, o Maranhão destaca-se pelogrande potencial de solo, água, clima eespécies vegetais nativas para aprodução de matéria prima para bio-combustíveis. Além de ser menos polu-ente que o diesel de origem mineral, obiodiesel incita uma perspectiva de ren-da para famílias da zona rural do Estado,que serão beneficiadas pela neces-sidade de haver um contingente expres-sivo de pessoas para a colheita debabaçu e mamona.ALCÂNTARA

O Maranhão apresenta a melhorlocalização geográfica para uma baseaérea. O Centro Espacial de Alcântara(CEA) representa avanços científicos emnível global e um estímulo ao desenvol-vimento industrial e à inovação tecnoló-gica no setor espacial, o que contribui parao desenvolvimento socioeconômicosustentável do Estado. A proximidade coma linha do Equador e as condições desegurança propiciadas pela geografialocal permitem a oferta de serviços delançamento à comunidade internacional.

Cabe ressaltar que o papel do Mara-nhão, em relação à Base de Alcântara, temsido apenas o de ceder seu espaço, já queos pesquisadores e os materiais neces-sários são todos advindos de São Paulo.Por essa razão, com o objetivo de possibi-

Como andam as pesqu i sasc i ent í f i ca s no Maranhão?

litar recursos humanos capacitados nessaárea a FAPEMA criou o primeiro Mestradoem Engenharia Aeroespacial no Estado,em uma parceria com o Instituto de Tecno-logia da Aeronáutica (ITA) e a Financiadorade Estudos e Projetos (FINEP). A idéia éformar um ambiente de pesquisa quepossa subsidiar o CEA. Para esclarecer aimportância desse projeto e de outros,confira abaixo uma entrevista com odiretor-presidente dessa Fundação deAmparo, Prof. Dr. Sofiane Labidi.

Como o Estado pretende suprir asnecessidades do meio acadêmico afim de obter um maior apro-veitamento do potencial do CEA?Está em fase de criação, em parceria coma AEB, o Instituto de Tecnologia Espacialdo Maranhão – ITEMA, que absorverá ascompetências formadas na área e atuarácomo órgão de Pesquisa e Inovação, Con-sultoria, Apoio e Capacitação para o CEA.

Quais serão os próximos programasestratégicos da FAPE-MA para aprodução científica do Maranhão?Entre os projetos, uma das áreas prioritá-rias é a do ITEMA e o do Biodiesel. Alémdisso, destacamos o Pólo Software, noqual a FAPEMA pretende centralizarcompetências e estimular a produçãode softwares para exportação a nívelnacional e internacional. O projeto deve-rá impulsionar a indústria local no ramo,buscando a geração de emprego e rendae o crescimento sustentável. Deve serimplantado, ainda esse ano também, oprojeto sobre Incubação e Empreende-dorismo, que criará quatro incubadoras:Incubadora de Base Tecnológica, Incu-badora de Agronegócio, Incubadora deTurismo e Incubadora Aeroespacial.

Em relação à pós-graduação, o quese pode esperar?A FAPEMA está apoiando a criação de doisnovos programas de pós-graduação, emáreas de interesse do Estado: mestrado edoutorado em Desenvolvimento Regionale em Direitos Humanos.

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Durante os cinco dias da 59ªReunião Anual da SociedadeBrasileira para o Progresso da

Ciência (SBPC), que aconteceu emBelém, de 8 a 13 de julho, representan-tes de universidades federais e estadu-ais, centros de pesquisa e instituiçõesde ensino superior privadas de todo opaís apresentaram cerca de 2.800 traba-lhos, divididos em conferências e video-conferências, palestras e exposições.Dentre as universidades, destaca-se odesempenho da Universidade Federal doMaranhão (UFMA), que este ano obteverecorde de participação com 158 traba-lhos, ricos em temáticas e diversidade.

Outra boa surpresa foi a expressi-vidade dos números da Comunicação,com 33 trabalhos, sendo que destes 14eram da UFMA. Observou-se em um dosdias de apresentação que dos 11 baneresexpostos, 7 eram do Curso de Comu-nicação Social da UFMA. Segundo aorganização, ainda não havia tido talrepresentatividade de cientistas

recorde na SBPCexpositores dessa Ciêncianem do Maranhão nessetradicional evento.

Essa mudança reveladana SBPC, pela grandevisibilidade no universoacadêmico que representa oevento, reflete mudançasem dois cenários: noMaranhão, que demonstrouser um estado que realizaestudo, pesquisa, faz ciênciae extensão, ou seja, produzconhecimento, mesmocom todas as adversidades;e na área da ComunicaçãoSocial, que vem crescendoe se consolidando como uma ciênciadigna de respeitabilidade e compesquisadores que buscam entendê-lae construí-la de forma responsável.

A SBPC 2007 repensou as questõessócio, políticas, históricas e econômicasda Amazônia, que envolvem todo o paíse o mundo, além de ter simbolizado

Na 59ª reunião, a comunicação maranhense se destacou em produção científica

alegria e incentivo aos participantes e aquem deseja construir conhecimento.Parabéns aos estudantes, professores,profissionais e demais envolvidos detodos os estados do Brasil, em especialaos da UFMA, pela bela participação, ea Belém que cedeu sua rica belezahistórica ao visitantes.

Pesquisapor Aline Mendes | [email protected]

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RP Alternativo

Terra de cheiros, jeitos, cores eculturas distintas, o Brasil despertaa atenção e ganha destaque por

tamanha diversidade. No entanto, quan-do se analisa essa discussão sob o viésdas Políticas Públicas, o que se observa,lamentavelmente, em nossa história, é aexistência de um amontoado de medidasassistencialistas que somente contribuempara o aumento das desigualdades, umavez que, baseadas na concepção de igual-dade, não reconhecem a grandeza denossa diversidade.

Tal situação só começou a caminharpara o progresso quando, a partir doprocesso de redemocratização do país,os movimentos sociais começaram a exi-gir do Poder Público a assunção de postu-ras específicas voltadas para gruposexcluídos e a adoção de medidas para asolução de tais problemas, como asPolíticas Afirmativas.

São diversas as formas de opressãoexistentes e, conseqüentemente, disse-minadas, seja de forma voraz e direta ou de

maneira quase que invisível como, porexemplo, por meio de aparelhos ideológi-coscomo os meios de comunicação. Estes, porsua vez, com sua estrutura anti-demo-crática,contribuem para a construção de práticasbaseadas em pré-conceitos ao imprimir àssociedades uma padronização decomportamentos, hábitos e práticas culturais.

Nesse sentido, o desenvolvimento dePolíticas de Ações Afirmativas tem como prin-cipal objetivo evitar que a discriminação sejaperpetuada nas formas que já se tem conhe-cimento ou por meio de mecanismos estrutu-rais embutidos em nossas práticas culturais.

Este ano, a Universidade Federal doMaranhão, através de seu Programa deAções Afirmativas intitulado Diversidadepara fazer a Diferença, realizou o primeirovestibular com sistema de cotas. Do núme-ro total de vagas oferecidas nesse concurso,50% foram destinadas a estudantes cotis-tas, sendo 25% para egressos de escolapública e os outros 25% para negras enegros. Além destas, foram criadas duasvagas em cada curso, destinadas a uma

pessoa com deficiência e a um indígena.Embora muito ainda tenha que ser

discutido, é necessário que se compreendao sistema de cotas como uma forma dedemocratizar o acesso ao conhecimentouniversitário e, através deste, possibilitar aredução das desigualdades sociais. Éimportante, também, que se enfatize que adiscussão sobre Políticas Públicas Afir-mativas não se resume à implantação dosistema de cotas ou à, aparentementesimples, reserva de vagas, mas está relaci-onada à criação de condições sócio-econô-micas e acadêmicas que garantam a per-manência do estudante cotista na universi-dade.Não se pode compreender as Políti-cas Afirmativas como um privilégio e simcomo um direito, pois, caso contrário, cai-seno velho discurso de que tais ações somentecontribuem para mais discriminação. E,quando isso ocorre, deixa-se de reconhecê-las como forma de correção de uma situaçãoreal de discriminação e de compreendê-lascomo um passo para a construção de umasociedade verdadei-amente inclusiva.

Mas o que é Sociedade Inclusiva?Você já parou para pensar que maravilhoso seria se todas aspessoas pudessem ser respeitadas independentemente de suacor da pele, orientação sexual, credo ou condição social?É exatamente essa a idéia de Sociedade Inclusiva, surgidaquando a ONU, em 1990, convocou governos e cidadãos domundo para a construção de uma sociedade inclusiva até oano de 2010, com particular atenção aos grupos em situaçãode vulnerabilidade dos países em desenvolvimento.No Brasil, a ONG carioca Escola de Gente, criada em 1992,por jornalistas e publicitários, atua no país e no exterior paracolocar a comunicação a serviço da inclusão de tais grupos,com especial atenção às pessoas com deficiência.Essa ONG criou, desenvolveu e testou a metodologia deOficinas Inclusivas com o objetivo de capacitar jovens e

adultos a atuar em seus espaços como Agentes da Inclusão e,conseqüentemente, multiplicadores dos conceitos e açõesem prol de uma Sociedade Inclusiva, além de despertar nessaspessoas uma visão crítica sobre o que é ou não uma políticapública em favor da inclusão.

E ser gente, o que é?Segundo a Escola de Gente, cada um de nós é gente pelosimples fato de termos sido gerados por gente e, enquantogente, o que faz com que cada um de nós sejamos humanossão nossas diferenças.

Quer ler mais sobre Sociedade Inclusiva?Você é Gente? e Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedadeinclusiva, ambos da autora Cláudia Werneck , da WVA Editora.

Democratizarpara incluir

Políticas Públicaspor Camila Chaves | [email protected]

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Na década de 1970, surgiram, nosEstados Unidos, os planos decontingência, que tinham por

finalidade antever todas as provi-dências que uma empresa deveriatomar em caso de crise.

Esses planos consistem nummapeamento das possíveiscrises, a partir da análise dasfraquezas e potencialidades daorganização, e na elaboração deum manual de procedimentose providências específicas paracada uma delas. Isso resulta emmaior rapidez nas atitudes, natomada de decisões, e, por conse-guinte, na resolução dos problemas.

Com a dinamização e evolução dosveículos de comunicação, num mundo ondenotícias circulam em “tempo real”, profis-sionais da área passaram a perceber queas crises de uma organização não alcan-çam apenas seus públicos diretos, masatingem toda a opinião pública, o quepode afetar ou mesmo destruir suaimagem e reputação.

Assim, entre as ações a serem plane-jadas diante de crises, é imprescindívelque estejam as estratégias de como aopinião pública será informada sobre asmedidas tomadas pela organização e,conseqüentemente, do empenho damesma para enfrentar a situação.

Tornar a opinião pública uma aliadano processo de superação da crise é oprincipal desafio. É a partir dessa perce-pção que surgem os Planos de Geren-ciamento de Crises. Em momento decrises, é preciso agir com rapidez e não hátempo para planejar, por isso, antes queela aconteça as estratégias devem serpensadas. Mário Rosa diz que “Acreditarna improvisação é fazer uma apostaerrada. O gerenciamento de crises é ape-nas um outro nome da palavra prevenção”.

É necessário que o plano de gerencia-mento de crises contenha as seguintesdiretrizes estratégicas: definição de comoa instituição deverá portar-se diante decada crise, quais medidas preventivasdevem ser tomadas e que colaboradoresserão responsáveis por executá-las.

Além do trabalho preventivo, paragerenciar uma crise deve haver um plane-jamento da assessoria de comunicaçãopara levantar as questões pertinentes,organizar um manual com as principaisinformações da organização, informar aopinião pública com a maior rapidez eobjetividade possível, orientar o relaciona-mento com os diversos públicos e oatendimento à imprensa, além de mantero público interno unido, o que será indis-pensável para a superação da crise.

Deve-se lembrar que o diferencial dasorganizações é a imagem e a relaçãode credibilidade que são capazes deestabelecer com seus diversospúblicos. Portanto, uma vez atingi-da, essa relação necessitará deincalculáveis recursos materiais ehumanos para reconstruir-se.Assim, saber prevenir e gerenciarcrises é condição indispensávelpara as empresas que visam

permanecer competitivas eatuantes no mercado.

Uma referência de sucesso nogerenciamento de crises aconteceu em

1982, na empresa Johnson & Johnson, nosEstados Unidos. O Tylenol, medicamentoproduzido por ela, foi envenenado comcianeto por um sabotador, matando 7pessoas. O presidente da empresa admitiuo problema publicamente e teve a rápidadecisão de tirar de circulação 32 milhõesde embalagens do produto. Graças a umexcelente trabalho de Relações Públicas,que abasteceu com informações claras aopinião pública, em menos de um ano aempresa superou por completo a crise.

Percebe-se que empresas estrangei-ras de grande porte, há muito tempo, vêmcolocando a preocupação com as crises notopo de sua lista, criando, até mesmosetores específicos para o tema.

No idioma chinês, o ideograma IChing pode ser traduzido por duas idé-ias: crise e oportunidade. Cabe aoprofissional a responsabilidade de fazera leitura das situações e, de acordo com aestratégia escolhida, guiar a organizaçãorumo ao fracasso ou fortalecimento. Nãose pretende com este texto indicar umafórmula de como agir, mas instigar aleitura crítica das situações, o que possi-bilitará a tomada das decisões maisadequadas, que culminarão com o sucessoda organização.

Mercado de Trabalhopor Angélica Maciel | [email protected] Rafaela Oliveira | [email protected]

O desafio degerenciar crises

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Livrospor Angélica Maciel | [email protected]

“Relações Públicas na cons-trução da responsabilidadehistórica e no resgate damemória institucional" Paulo Nassar- Ed. Difusão.

Esse livro de Paulo Nassarbaseia-se em sua tese de douto-rado apresentada na Escola deComunicação e Artes da Univer-sidade de São Paulo (ECA-USP),no final de 2006, e tem como

"A REPUTAÇÃO na veloci-dade do pensamento -Imagem e Ética na Era Digital"Mário Rosa - Ed. Geração Editorial.

Em seu livro, Mário Rosa mostracomo a revolução tecnológica in-fluencia a credibilidade, honra,marca, imagem e reputação daspessoas e das organizações. Osavanços tecnológicos permitemdestruir “na velocidade do pen-samento” o que levou anos paraser construído. Composto por 23capítulos e 06 tópicos ilustra-dos A REPUTAÇÃO é o livro idealpara quem acredita que o poderestá nas mãos de quem detémo controle da imagem pública(sua, do seu amigo ou dos com-ponentes do G8) e para quemacredita que essa pode sercontrolada por quem detém opoder. Na primeira parte, o au-tor revela fatos sobre o ambien-te tecnológico que levam ao fimda privacidade. Depois, abordacomo preservar a reputação emuma era em que a informaçãocruza o planeta em um click! NaEm dúvida? Tem de ler paraentender e saber como agir.

“O que é comunicaçãoestratégica nas organiza-ções? Questões Fundamen-tais da Comunicação”. Ivone de Lourdes Oliveira e MariaAparecida de Paula- Ed.Paulus.

Com quatro capítulos, o livrotrata da parte teórico-conceitualda comunicação estratégica,relacionando-a, primeiramente,com o próprio campo da comu-nicação para, então, dialogarcom outros campos e entenderas organizações. Por ser umtema muito discutido,as autorasfocam a comunicação estraté-gica sob as dimensões teórica eprática, propondo cinco compo-nentes. Assim, a obra contribuipara a fundamentação teórico-conceitual da formação profis-sional e da prática da comunica-ção nas organizações, esta-belecendo canais com outrosinterlocutores do campo, ou seja,os públicos, denomina-dos de"atores sociais".

“Comunicação Empresarial”Carolina Tomasi & João BoscoMedeiros – Editora Atlas

Essa obra, que é resultado dapesquisa dos principais temastratados em sala de aula no quese refere à disciplina Comunica-ção Empresarial, trata da Co-municação em duas vertentesdistintas: a comunicação profis-sional e que envolve as comuni-cações interna e externa dasorganizações, e a que segue osestudos de Língua Portuguesados cursos que não são deComunicação. Como se sabe, osmanuais da área recomendama todo profissional que a comu-nicação deve ser concisa e obje-tiva, porém omitem sobre comoobter esse desempenho. Assim,o livro se ocupa do uso dalinguagem oral e escrita edemonstra que a comunicaçãoquando feita com apoio dalingüística obtém sua eficácia.A obra possui 13 capítulos queabordam teoria e prática aliadas com exercícios de aprofun-damento que podem ser prati-cados por escrito ou oralmente.

“A festa junina em Cam-pina Grande - Pb - Umaestratégia de folkmarketing”Severino Alves de Lucena Filho– Editora Universitária, UFPB

A rica cultura nordestina, ao lon-go dos anos, teve sua tradiçãoaclamada pelos meios decomunicação, pela grande diver-sidade. Foi a partir de pesquisasobre a tradição junina paraiba-na, em Campina Gran-de, queSeverino Lucena Filho iniciou seutrabalho de douto-rado sobre oque ele denominou folkmarke-ting. O livro combina conceitosde folkcomunicação com ametodologia de análise dodiscurso e os estudos sobre oevento em que se transformoua antiga tradição de festasjuninas, não apenas sob o pontode vista turístico, mas global.Analisa, assim, empresas indus-triais, comerciais e de serviçosque exploram os signos datradição cultural em sua promo-ção e marketing. A obra é dire-cionada para quem quer enten-der a tradição cultural, hoje, nummundo globalizado.

objetivo resgatar a memória ea construção da história organi-zacional como novo campo paraas Relações Públicas. O livro fazuma ligação histórica entre opassado e o futuro por meio daperspectiva mediadora entreessa área e a comunicaçãoorganizacional. Enfoca, ainda, ainfluência na formação daimagem, reputação e relaciona-mentos públicos. É uma obra-

prima, por abranger tanto pro-fissionais, estudantes, quantopessoas que algum dia já deramsua contribuição dentro de umaorganização. Dividido em 4partes, com prefácio de Marga-rida Kunsch, o livro é atrativo nãosomente para a área das RP´s,mas para todo comunicadorque percebe a comunicaçãoorganizacional como área daprópria Comunicação Social.

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Resenhas / TCCpor Annie Luna | [email protected] Jane Maciel | [email protected]

JORNALISMO

CIRANDA COMUNICATIVA: Análisedas estratégias que a Agência deNotícias da Infância Matraca utilizapara monitorar a mídia impressamaranhense.Mariela Costa Carvalho

A autora faz uma análise das estra-tégias que a Agência de Notícias da Infân-cia Matraca utiliza para ser socialmentereconhecida como referência na produçãoe monitoramento de notícias relacionadasao universo da infância e adolescência namídia impressa maranhense. O trabalhoenfatiza o estudo da metodologia utilizadapela Agência em seu trabalho de críticade mídia. Utiliza como objeto empírico astrês revistas que divulgam os resultadosdas pesquisas de análises de mídiaproduzidas pela Agência no período de2002 a 2004. Para compreender essasestratégias, usa os referenciais teórico-metodológicos da Teoria Social dos Discur-sos e as noções de campo e poder simbó-lico de Bordieu.

Provavelmente, não há momentomais esperado, desde a entrada no curso, do que aconclusão do mesmo: entrar para o mercado detrabalho e ser um profissional naquilo que escolheu;mostrar à sociedade tudo o que aprendeu e, assim,valorizar todo o tempo de dedicação que dispôs àuniversidade. Mas, para esse desfecho há, antes, oTrabalho de Conclusão de Curso (TCC), através do qualo aluno apresenta à comunidade acadêmica umtrabalho científico, resultante de pesquisa e do queaprendeu na universidade. Apesar de inúmerasdificuldades, vem depois a satisfação de devercumprido. Parabéns àqueles que venceram essa batalhae boa sorte, sempre. Apresentamos, a seguir, asresenhas das monografias e projetos experimentais dosgraduandos em jornalismo, radialismo e relaçõespúblicas do segundo semestre de 2006.

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RADIALISMO

DOCTV: o novo cenário do teledocumentário brasileiroGisele dos Passos Amaral

Tal monografia faz um percursohistórico da produção audiovisualbrasileira, dando ênfase à produçãoindependente de documentários eanalisando as experiências de intervençãoestatal através dos incentivos governa-mentais nesse campo. Nesse contexto, oDOCTV é apresentado como modelo ealternativa atual, sendo visto como expe-riência inovadora para a produção de docu-mentários para a televisão brasileira. Éevidenciado, ainda, o interesse público noformato, como forma de dar visibilidadeàs diferentes realidades do nosso país.

Da Jamaica ao Brasil: como o reggae éretratado na mídia do MaranhãoAnamélia Cruz Figueiredo

O reggae fez uma longa trajetória atéa sua chegada no Maranhão, onde assumiuvárias peculiaridades, em especial em SãoLuís. Esse trabalho monográfico analisa apartir daí as intensas transformaçõesocorridas na veiculação do reggae namídia local, desde o primeiro formato atéa produção atual, bem como a influênciaque a mídia exerce nos freqüentadoresdos salões de reggae.

Amazing spider-man: a popula-ridadede uma personagem na indústria culturalJoyce Millene Sousa Nere

A personagem Spider Man é apresen-tada como fenômeno da indústria cultural,reconhecida pelas massas receptivas einfluenciadoras do cotidiano destas ao lon-go dos anos. A autora aborda a trajetóriada personagem, história, conflitos pesso-ais, a identificação do público e o posteriorsucesso que se prolonga até os dias atuais.

Comunicação e Ética: o condicio-namento do espaço público pelasmensagens midiáticasCleber de Jesus M. dos Santos

Estudo sobre a postura ética do profis-sional de comunicação na produção dasmensagens midiáticas em São Luís, a par-tir da concepção de que os meios de

FOREM: Diálogo e conflito na interaçãodiscursiva dos interlocutores sociaisenvolvidos no combate ao trabalhoescravo contemporâneo no MaranhãoMárcio Rodrigues Cruz

O autor faz um estudo sobre o FórumEstadual de Erradicação do TrabalhoEscravo no Maranhão (FOREM), que temdesenvolvido diversas ações de combateao problema da escravidão contempo-rânea. Tem como característica determi-nante a sua condição de existência queestá na articulação entre as entidades dasociedade civil organizada e do poderpúblico dentro de um mesmo corpoinstitucional. Evidencia, também, a relaçãode presença do outro na construçãodiscursiva da instituição, quando ela passaa mediar sua concepção de mundo comoutros sujeitos sociais, numa relaçãomarcada pela reeducação do olhar.

SÍMBOLOS NA CAPOEIRA – Daalquimia à física quânticaBruno Soares Ferreira

O trabalho mostra um estudo alquí-mico dos toques de fundamento, da gin-ga, do jogo e das estratégias da capoeira,fazendo uma análise interdisciplinar daComunicação Social através da Psicolo-gia Analítica, Física Quântica e Taoísmo,expressa em um ensaio com imagensmentais e fotografias preto e branco.

DISCURSO E MUDANÇA POLÍTICANO MARANHÃO : análise dasestratégias discursivas dos jornais OEstado do Maranhão e Jornal Pequeno.Rômulo Fernando Lemos Gomes

O objetivo do trabalho é analisar deforma tridimensional a reestruturaçãopolítica e discursiva no estado. O estudoparte das trajetórias de José Sarney, funda-dor do projeto político vigente há 40 anosno Maranhão, e de sua filha social, políticae biológica, Roseana Sarney. A mudançana prática discursiva é analisada emjornais situados em pólos extremos domercado simbólico: O Estado do Mara-nhão, propriedade da família Sarney e quereflete seus interesses e; o Jornal Pequeno,da família Bogéa, que faz oposição aosSarney e alinhou-se ao governo JoséReinaldo Tavares.

comunicação devem ser um espaço intera-tivo, crítico e colaborativo para o aprofun-damento das discussões sociais. Para isso,o autor faz uma análise teórica e qualita-tivo-quantitativa dos dados obtidos pelaaplicação de questionários. Leva , emconta, também, a influência que osempregadores têm sobre a produçãojornalística local.

A música maranhense nas rádiosFM de São Luís: 12 anos após aaprovação da lei municipal deexecução obrigatória das mesmasIsraelle Castro

Trabalho de campo sobre a veiculaçãodas músicas de artistas maranhenses nasrádios FM de São Luís, com base na LeiMunicipal nº 3423/95. A autora procurouverificar se tal lei é respeitada, se os can-tores e compositores maranhenses bus-cam seus direitos e se o Poder Público faza devida fiscalização. Apresenta, também,os profissionais das rádios envolvidas e osprogramas voltados para o tema.

Eu vi um cinema na tv? Como os ca-nais de televisão programam os filmesbrasileiros da retomadaAna Paula da Sousa Silva

A autora pretende por esse estudomostrar a forma como os canais de tele-visão promovem e programam os filmeslongas-metragens brasileiros, a partir demeados dos anos 90. A televisão é vistacomo meio popular de alcance nacionalque divulga tais produções cinemato-gráficas em ascensão e forma uma culturaaudiovisual específica. O estudo destaca,ainda, as novas formas de divulgação eproduções cinematográficas nacionais.

A recepção como produção desentido na comunicação: a recep-ção televisiva na comunidade afrodescendente de ItamatatiuaSandra Acioly dos Santos

A partir do conceito de receptor ativo,essa monografia faz um estudo de recep-ção televisiva na comunidade afrodescen-dente de Itamatatiua, em Alcântara. Otrabalho pretende mostrar o contato dacomunidade com a televisão e a construçãode uma nova organização social decorrente

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desse fato. Analisa, ainda, a produção desentido nesse meio, a partir da recepçãode mensagens televisivas, como, porexemplo, a imagem do negro formatadapela TV brasileira.

Nos trilhos da ferrovia em Coroatá: sérieespecial em vídeo-documentárioMárcio Rodrigo C. dos Santos

Trata-se de um suporte teórico dovideodocumentário “Nos trilhos da ferroviaem Coroatá”. O autor demonstra a históricarelação socioeconômica da cidade deCoroatá com a ferrovia São Luís-Teresina,evidenciando os transtornos sociais ocasi-onados pela parada de trens no perímetrourbano no município. Também ressalta asações e propostas desenvolvidas pelasociedade coroataense e pelo poder judi-ciário para a resolução de tais problemas.

RELAÇÕES PÚBLICAS

A contribuição das Relações Públicaspara o desenvolvimento da Respon-sabilidade Social nas organizaçõesLarysse de Freitas Tomaz

Tal monografia analisa a Respon-sabilidade Social como atribuição dasRelações Públicas na organização.Defineesse tipo de responsabilidade através deconceitos, histórico e instrumentos formais.Discute, também, a questão da organi-zação e da comunicação organizacionalpara se entender a atividade de RelaçõesPúblicas, seu processo e sua contribuiçãopara o desenvolvimento das práticas deResponsabilidade Social.

PAONN ESÚ TAONÓN: RelaçõesPúblicas como princípio ativopara a superação do racismoNuno Alexandre Rangel LuísFrancisco

Nesse trabalho, o racismo éabordado pela perspectiva das CiênciasSociais e seus efeitos estudados com oapoio da Psicologia. O autor propõedesconstruir as ideologias racistas econtribuir para a construção de umaidentidade étnica afro-descendentepositivamente afirmada, como princípiopara o engajamento dos afrodescen-dentes em políticas voltadas para areversão do cenário de discriminação

racial. Estuda a intervenção das RelaçõesPúblicas Comunitárias nesse processo e,nessa perspectiva, sugere a formação depúblicos estratégicos, tendo o racismocomo princípio da controvérsia públicae sendo a qualificação da discussãopública feita através da difusão de infor-mações sobre racismo e identidade.

Relações Públicas e saúde:interfaces no processo dehumanização da assistênciaPablo Ricardo Monteiro Dias

Esse trabalho procura abordar epromover a interface entre a comunicaçãoe a saúde, explorando as Relações Públicas,a comunicação integrada e a humanizaçãoda assistência. Para tal, foi feito um estudode caso no Hospital da UniversidadeFederal do Maranhão. A discussão éconstituída, primeiramente, a partir daapresentação da Política Nacional deHumanização da Assistência, considerandoseus princípios, diretrizes, objetivos egrupos de trabalho. Em seguida, estuda opapel da comunicação integrada noshospitais e como ela repercute naqualidade do serviço prestado e no modocomo esse é percebido pelo usuário. Talmonografia almeja contribuir para adefinição de estratégias de comunicaçãono Hospital Universitário, em especial,ações de Relações Públicas capazes de darsuporte à consecução dos objetivospropostos pela Política Nacional deHumanização da Assistência.

Marketing Social como estratégiade Relações Públicas para odesenvolvimento do esportebrasi leiro: o marketing socialcomo política de comunicaçãono ministério do esporteKeule Gardenia Tôrres dos Anjos

Tal monografia analisa o MarketingSocial como interface das RelaçõesPúblicas. O termo desporto é definidocomo possível campo de atuação dacomunicação institucional. O estudoaborda a organização, a comunicaçãoorganizacional e as organizaçõesdesportivas para mostrar novos caminhosàs Relações Públicas. Apresenta asdiferenças entre as áreas de RelaçõesPúblicas e Marketing Social, considerando

essa última como estratégia da primeirapara a implementação da Política Nacionaldo Esporte do Brasil.

As contribuições do modelo decomunicação dialógica para aperspectiva contemporânea dasRelações PúblicasPriscilla Pereira da Costa

Essa pesquisa faz uma caracterizaçãoe contextualização do modelo decomunicação de Paulo Freire, passandopelas teorias da comunicação até chegarao subcampo das Relações Públicas.Define o modelo de comunicação dialó-gica, assim como os conceitos dialógicosde interlocução, interação e participação,discutindo, as seguir, as contribuições domodelo de comunicação dialógica, à luzdas idéias de Paulo Freire, para a pers-pectiva contemporânea das RelaçõesPúblicas em áreas específicas.

Identidade visual como fator dalembrança do valor das marcas paraos públicosTayane Nabate da Silva

A autora analisa a lembrança do valordas marcas para os públicos com relaçãoà identidade visual, enfatizando aimportância dada pelas organizações aotrabalho de gestão de marcas. Utiliza, noestudo, pesquisa bibliográfica, comcaráter descritivo e, também, pesquisa decampo, com aplicação de questionáriosatravés dos quais percebeu a reação dasentrevistadas diante da identidade visualda marca Natura. A autora sugere que agestão de marcas seja desenvolvida pelasRelações Públicas.

Relações Públicas em auxílio doprocesso de construção da imagempessoal utilizando como instrumentoa moda e a indumentáriaKamylla Bezerra Araújo

Para fazer a relação entre RelaçõesPúblicas, imagem e moda, a autora usafundamentalmente a pesquisa biblio-gráfica, onde aborda o processo decomunicação, as formas de comunicar, adicotomia identidade-imagem, as funçõese características das Relações Públicas e ohistórico sobre a moda e a indumentária esua importância nas sociedades.

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Mundo Acadêmico Ipor Luana Amum | [email protected]

da oportunidade à necessidadeNova concepção incentiva a multidisciplinaridade e cidadania

A partir da elaboração doPlano Nacional de Extensão Universitáriapode-se dizer que o conceito do tripé uni-versitário ensino-pesquisa-extensão sofreualterações devido às reflexões advindasdo cenário da sociedade da informação.Esse Plano é fruto da parceria entre o Fórumde Pró-Reitores de Extensão das Universi-dades Públicas Brasileiras e a Secretariade Educação Superior do Ministério daEducação e do Desporto – SESU/MEC.

Sob uma nova concepção, a exten-são extrapola a perspectiva do assisten-cialismo, da disseminação unilateral deconhecimentos, da difusão cultural e dapura e simples oferta de serviços. A ex-tensão deixa de ser a terceira função dauniversidade para ser dimensionadacomo filosofia, política, princípio emetodologia. Passa, então, a apontarpara uma academia centrada nos proble-mas sociais, que busca uma validaçãoempírica dos conhecimentos teoriza-dos, tendo em vista um salto qualitativodo ensino-aprendizagem.

O histórico da atividade extensionistaremete ao surgimento da universidadebrasileira, na primeira metade do séculoXX, a partir da união de escolas superioresisoladas criadas por necessidades práticasdo governo, por deficiências da sociedadeou por potencialidade de uma determina-da área. Quando ainda nem se tinha oconceito de extensão elaborado, a Univer-sidade de São Paulo, uma das primeiras,começou a oferecer conferências tidascomo “lições públicas”. Assim como, emmeados dos anos 50 e 60, os estudantesuniversitários organizados na UniãoNacional dos Estudantes - UNE realizarammovimentos culturais e políticos de grandeimportância para a formação de lideranças

intelectuais que o país precisava, como oCentro Popular de Cultura - CPC.

Ao longo dos anos, a extensão veio sefamiliarizando com a universidade àmedida que foi classificada comofundamental, ainda sendo percebida comouma atitude egrégia da academia derepasse de conhecimento. Entretanto,deve-se buscar a democratização doconhecimento pela troca de saberessistematizados, acadêmico e popular, compesquisas que permitam à populaçãoadquirir a posição de sujeitos.

A produção de conhecimento devefocar a interdisciplinaridade ligada aocontexto espaço-temporal, sem a impor-tação de modelos prontos e acabados,possibilitando, assim, não só a reflexão, ointercâmbio de idéias, mas a continuidadede múltiplas ações nas mais diversasáreas. Dessa forma, participa, efetivamen-te, da educação para a formação da cida-dania, logrando intervenção na realidade.

O Plano Nacional de Extensão Univer-sitária foi desenvolvido de acordo com orompimento da concepção tradicional deextensão, ao definir diretrizes e objetivosque evocam a atividade numa perspectivatanto da universidade, quanto da socieda-de. Ele não tem como medida retirar aautonomia da instituição, mas apresentarpropostas guiadas por valores civilizató-rios dentro das seguintes áreas temáticas:Comunicação, Cultura, Direitos Humanos,Educação, Meio ambiente, Saúde, Tecnolo-gia e Trabalho.

O Plano envolve a Rede Nacional deExtensão – RENEX, uma iniciativa do Fórumde Pró-reitores, que está hospedada naUniversidade Federal de Minas Gerais –UFMG. A Rede é responsável por divulgarações extensionistas universitárias,

coordenar o Sistema Nacional de Informa-ções de Extensão – SIEX/Brasil, com bancode dados referente às práticas de extensãono país, além de manter cadastro atualiza-do das instituições integrantes.

No Maranhão, a RENEX tem comosignatárias a Universidade Estadual doMaranhão – UEMA e a UniversidadeFederal do Maranhão – UFMA.

Apesar de todo o avanço quanto àpercepção da extensão, da elaboração deum Plano e da criação de uma Rede cominformações específicas, observa-se umasituação, no mínimo, estranha. Os profes-sores e os universitários não estão desen-volvendo tantos projetos e atividades deextensão como deveria se esperar, se seconsiderar a importância e a necessidadede todos no processo.

Essa disparidade é conseqüência dodeclínio do ensino, da pesquisa e daextensão sofrido nas universidades, umprocesso de retração em decorrência daevasão, do medo do envolvimento, prin-cipalmente, com questões sociais, oriun-do do obscurantismo que caracterizou operíodo militar.

Todavia, a prática da extensão tem sidoresgatada nas universidades, o que fazparte de um processo lento de rees-truturação. A Pró-reitora de Extensão daUFMA, professora doutora Maria TeresaSeabra Soares de Britto e Alves, ressaltaque “a extensão vem ao longo do tem-po,especialmente nos últimos dez anos, assu-mindo um papel um pouco mais valorizadona instituição. Isso tem feito com que umnúmero maior de professores procure,através da extensão, usá-la no processode ensino, em suas disciplinas, trabalhan-do conceitos que só na sala não é possível.Mesmo assim, são poucos, pois nem todos

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reconhecem na extensão a produção deconhecimento considerado científico”.

Observando, experimentalmente, arealidade da UFMA, que pode ser seme-lhante em determinados aspectos às deoutras universidades, destaca-se a criaçãode um projeto de divulgação extensionistadentro da instituição e a necessidade deincentivos acadêmicos aos alunos e aosprofessores. A bolsa de extensão paraalunos, apesar de valores e quantidades

pequenos, é um atrativo, porém, o princi-pal incentivo reside no processo de vivên-cia que essa experiência permite, o queexplica o grande número de alunos volun-tários. Quanto aos professores, a partir daresolução que disciplina a progressão do-cente, a extensão tornou-se uma opção queesses dispõem para buscar os mesmosméritos oriundos da pesquisa e do ensino.

A professora Maria Teresa destaca,ainda, que a UFMA faz parte de um panora-

ma geral da extensão nas universidades,com uma história bastante importante noâmbito nacional, com papel relevante,apesar de não ser grande expoente docenário da extensão.

Por uma ótica bem ampliada, pode-se observar na extensão a oportunidadede diminuir o agudo individualismo atual,devolvendo à sociedade, por meio dosprofissionais cidadãos, o sentido de uni-dade, cooperação e interdependência.

ETAPAS PARA A APROVAÇÃO DE UMPROJETO DE EXTENSÃO NA UFMA

Avaliação pela Assembléia do Departa-mento

Acadêmico e Conselho de Centro;

Encaminhamento à Pró-Reitoria de Extensão –

PROEX, para a emissão de parecer técnico pelo

Departamento de Extensão;

Apreciação da Câmara de Extensão e do Conselho

de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, onde

é aprovado através de resolução; e

Retorno à PROEX para cadastramento e ciência

dos respectivos coordenadores.

CRITÉRIOS PARA DISTR IBUIÇÃO DEBOLSAS DE EXTESÃO PARA ALUNOS

(de acordo com o quant i tat ivod isponíve l na UFMA)

Estar regularmente matriculados nos

Cursos de Graduação;

Estar cursando pelo menos o 3º período letivo;

Ser indicado pelo Coordenador de

Projetos de Extensão;

Ter disponibilidade de 20 (vinte) horas semanais,

sem prejuízo de suas atividades acadêmicas; e

Não ser beneficiário de algum tipo de bolsa ou

que não ter qualquer vínculo empregatício.

DEMONSTRATIVOS DA EXTENSÃO NA

U F M A

02 Programas: Educação e Cuidado para a saúde

(Enfermagem) e Farmácia Universitária (Farmácia).

102 Projetos não vinculados.

03 Projetos vinculados: Educação em saúde, Assistência à

mulher e Assistência Educativa às gestantes.

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS: 59 projetos.

Centro de Ciências Humanas – CCH: 19 projetos.

Centro de Ciências Sociais – CCSO: 16 projetos.

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET: 02 projetos.

Parcerias: 06 projetos.

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O Curso de Comunicação Socialda Universidade Federal doMaranhão (UFMA) foi criado

em 1970, inicialmente com as habilita-ções de Jornalismo e Relações Públicas,cujos currículos baseavam-se no daUniversidade de São Paulo. À época, aescolha da área era feita pelo alunosomente no quinto período. Em 1986,foi criada a habilitação de Radialismo.

Esse currículo vigorou até 1984, comalgumas alterações. O currículo pleno foiadotado para as turmas a partir de 1985,sendo adaptado para as que ingressaramno segundo semestre letivo de 1984. Suaimplantação foi progressiva, paralela-mente à desativação do currículo anterior.Em 1985, a opção pela habilitação passoua ser feita no terceiro período e, em 1990,no vestibular.

No entanto, esse currículo há muito jánão acompanhava o desenvolvimento dasociedade, nem conseguia atender àsnecessidades do mercado. Criou-se, então,em 2006, uma comissão formada poralunos e professores, para sua reforma.Inicialmente, no primeiro semestre de2007, entrou em vigor uma atualização docurrículo, mas a comissão também elabo-rou outro, completamente novo, que foienviado em julho de 2007 para aprovaçãodo Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-são (Consepe) da UFMA e entrará emvigor no segundo semestre deste mesmoano. Esse procura estabelecer um equilí-brio entre a prática e a teoria e direcionaras disciplinas que vêm de outros cursos àárea da comunicação. Além disso, ele esta-rá em constante processo de transforma-ção, garantindo, desde o primeiro período,o contato com a habilitação escolhida eprocurando formar comunicadores quesejam também cientistas sociais.

Nessa reforma, a carga horária do Cur-so foi reduzida de nove para oito períodose nenhuma das eletivas exige pré-requisi-tos. Em Relações Públicas, três disciplinasobrigatórias foram transformadas em ele-tivas e o número mínimo de eletivas espe-cíficas a serem cursadas passou a ser três.No caso de Jornalismo, a quantidade obri-gatória de eletivas foi reduzida de quatropara duas, três disciplinas do tronco co-mum tornaram-se eletivas e ModernasTecnologias em Jornalismo foi atualizada.Na habilitação de Radialismo, apenas umadisciplina passou a ser eletiva, a carga ho-rária de Produção e Direção de Programade TV II foi diminuí-da de 120h para 75h ede quatro para três créditos, e não há maisobrigatoriedade de cursar qualquereletiva específica.

Pelo novo currículo, a habilitação deRelações Públicas deve passar a serchamada de Relações Públicas e Comu-nicação Organizacional e a de Radialismode Rádio e TV.

A implantação ocorrerá gradualmente,a exemplo do currículo de 1984. Os alunosque entraram até o primeiro semestre de2007 seguirão o Curso de acordo com ocurrículo apenas atualizado, mas poderãofazer quaisquer disciplinas que estejamsendo oferecidas no novo currículo. Alémdisso, farão outras, equivalentes às anti-gas, se necessário. Como o currículo novoentra em vigor no segundo semestre desteano, o antigo tem até o segundo semestrede 2010 para formar sua última turma. Nocaso do aluno que cumpre o grade antigater perdido alguma disciplina ele teve atéo primeiro semestre de 2007 para fazer oprimeiro período e terá até o segundosemestre de 2010, para fazer o oitavo. Alógica é a mesma para as disciplinas dosoutros períodos. Se ele não aproveitar essa

última oportunidade e continuar com talpendência, deverá esperar que a disciplinaequivalente a que está pendente sejaoferecida. Para evitar que o estudanteperca muito tempo para se formaresperando por disciplinas ainda não ofere-cidas, pensa-se na proposta de disponi-bilizá-las nas férias, durante todo o períodode implantação do currículo novo, queacontecerá no primeiro semestre de 2011.

O estudante também pode fazerdisciplina em qualquer outro curso e pediraproveitamento, assim como aproveitar asfeitas em outras universidades, desde queseja aluno das duas universidades, ascargas horárias sejam iguais e tratem damesma ementa ou equivalente.

Outra questão referente ao projetopedagógico é a resolução nº 388/Consepe,de 28 de janeiro de 2005, que garanteque, a partir do segundo período, qualquerestudante de uma universidade federal,com coeficiente maior ou igual a sete,aprovado em todas as disciplinas dos doisprimeiros períodos, pelo menos, podecursar parte do curso, no prazo de um anoletivo, em qualquer outra instituição deensino federal, desde que volte para seformar na de origem, mesmo estandodentro do prazo concedido. Para isso, énecessário que ele, além dos pré-requisitosjá citados, crie um plano de atividades e auniversidade na qual deseja ingressartenha vaga nas disciplinas solicitadas.

Quaisquer outras informações oumais esclarecimentos sobre o projetopedagó-gico do Curso de ComunicaçãoSocial da UFMA podem ser prestadospela coordenação do curso, que fica noterceiro andar do prédio do Centro deCiências Sociais, bloco D; pelo e-mailcomunicaçã[email protected] oupelo telefone (98) 2109-8414.

Mundo Acadêmico IIpor Annie Luna | [email protected]

Projeto Pedagógico deComunicação traz novidades

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Num país onde verbas públicasnão chegam aos seus destinos,políticos corruptos vetam a

progressão de sonhos quando deveriamajudar a construí-los e a educação não éfoco principal do empresariado, avaliarquão boa ou ruim é uma universidade gerano mínimo um bocado de polêmica.

Entre os períodos de 1996 e 2003, oMEC realizou o Exame Nacional de Cursos(ENC), conhecido como “provão”, avalian-do cursos de graduação do ensino superiorno que tange aos resultados do processode ensino-aprendizagem. Destinado ape-nas aos alunos formandos de cada ano,chegou, em 2003, a ser aplicado a 470 milalunos de 6,5 mil cursos de 26 áreas emtodo o Brasil.

A universidade, portanto, era avaliadacomo um todo (docente, discente e estru-tura) unicamente por um ranking compos-to pelos cursos que participavam doprovão. Sua classificação era definida pelodesempenho de seus formandos, deixan-do, desse modo, muito a desejar no quediz respeito a avaliar uma instituição deensino superior.

Foi a partir dessa deficiência que ogoverno federal, em 2004, substituiu oantigo “provão” do MEC por um con-junto de processos avaliativos - o Siste-

ma Nacional de Avaliação da EducaçãoSuperior (SINAES) - composto pelo ENA-DE, avaliações externas e gerais de infra-estrutura e corpo docente, auto-avalia-ção da instituição e avaliação específicados cursos de graduação.

O ENADE, então, é apenas uma dasquatro ferramentas de apreciação doSINAES, um processo muito mais completoe abrangente. Criados pela Lei 10.861, oSINAES e o ENADE provocam inúmerasdiscussões no que diz respeito a sualegitimidade e ao quanto essas avaliaçõesse aproximam da realidade vivida porestudantes, professores e técnicos.

As principais diferenças entre o ENC eo ENADE são que o primeiro era feitoapenas pelos alunos do último ano degraduação, enquanto o segundo é feitopelos primeiranistas (ingressantes), porvoluntários que desejam participar daprova por curiosidade e pelos concluintesde último ano.

Além de também avaliar os alunosingressantes e não só os concluintes oprocesso convocatório é completamentediferente. No provão, todos os formandoseram obrigados a fazer o teste, sob penade não receber o diploma. Já o ENADEprevê um exame por amostragem,sorteando os alunos, que estarão

obrigados a participar do processo deavaliação, sendo punidos com a perda dodiploma caso não o façam.

Em sua primeira edição, o ENADEcontou com a participação de 156 milingressantes e concluintes de 2.187 cursosde graduação de todo o Brasil, sendoprimeiramente avaliados os cursos deagronomia, educação física, enfermagem,far-mácia, fisioterapia, fonoaudiologia,medicina, medicina veterinária, nutrição,odontologia, serviço social, terapiaocupacional e zootecnia.

Outra importante diferença entre osdois exames trata do ranking formadoapós a avaliação. Pelo provão, a classifica-ção das universidades era feita apenas apartir da nota geral dos alunos no examee as pontuações para o curso e para ainstituição eram dadas separadamente.Em contrapartida, no ENADE, é aplicadauma avaliação conjuntural que atribuiráuma nota à instituição, levando em contao desempenho dos estudantes, o curso ea infra-estrutura oferecida pela instituição.

Todas essas diferenças e númeroslevantaram infindáveis discussões ecomportamentos diferentes dosdiversos públicos envolvidos: aprovam,condenam, discordam, concordam ouafirmam nada ter sido modificado, além

Mundo AcadêmicoIIIpor Danilo Fernandes

Reflita sobreestas mudançasComo elas podem contribuir com o seu futuro?

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de participarem de boicotes de grandese tradicionais instituições.

Numa das manifestações realizadasna Universidade de Brasília (UnB), osalunos demonstraram sua opiniãoboicotando o exame ou mostrando-sea favor do ENADE. Janaína Gonçalvesda Silva, estudante do segundo semestrede Direito, preferiu resolver as questõesdo ENADE, em vez de entregar a provaem branco, como aconselhavam osalunos defensores do boicote. Ela afirmater uma visão positiva quanto a trocado ENC pelo ENADE, já que este auxilia amelhorar as instituições de ensino "seos alunos não tiverem notas boas, afaculdade vai ter de se esforçar paramelhorar o corpo docente e deixar ocurso mais puxado".

Já Danilo Silvestre, membro do co-mitê organizador do boicote no DistritoFederal, critica o fato de as própriasfaculdades, muitas vezes, usarem asnotas dos alunos no ENADE para fazer"propaganda" da instituição. Para ele "Aavaliação da faculdade não é feita só

pelo ENADE. Mas, se uma determinadafaculdade foi mal em todas as outras[avaliações], menos no ENADE, vai dizerque se saiu bem em tudo". E completadizendo: "sabemos que há várias facul-dades com cursos ruins, mas elas incen-tivam os estudantes a fazer o ENADE,oferecem até cursinho preparatório,para parecer que a faculdade está boa e,na verdade, não está".

Dentre as tradicionais instituições deensino que boicotaram o exame estão aUniversidade Estadual de Campinas(Unicamp), que alegou que o exame nãoé aplicado ao sistema estadual de ensino,embasada pela Lei 10.861, que criou oENADE. Também a Universidade de SãoPaulo (USP) ficou de fora. Alicerçada pelamesma lei, ela argumenta que a partici-pação das universidades estaduais temcaráter voluntário.

Outra importante opinião sobre estapolêmica é a de Paulo Renato de Souza,Ministro da Educação nos dois mandatosde Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e responsável pela implementação

do antigo sistema de avaliação do ensinosuperior. Ele questiona: “O que há de novono sistema? Não há nada. Tudo já vinhasendo feito, inclusive a avaliação daresponsabilidade social. Não há muito queinventar nessa área".

Enfim, todas essas opiniões enrique-cem ainda mais as discussões que, feliz-mente, nunca deixaram de existir, trazendoopiniões contrárias, impedindo, assim,que a ‘burra’ unanimidade seja estabele-cida. O que seriam dos sistemas de avalia-ção se não tivéssemos as opiniões aguer-ridas e obstinadas daqueles que pensamo contrário do que é imposto? As críticas,sejam elas positivas ou negativas, vêmsempre para um crescimento e melhoriadaquilo que já existe. A partir dessasdiscussões, o estudante ganha, pois seráavaliado da forma mais legítima e que seaproxime o máximo da realidade, nãoexistindo um sistema que não possa sermelhorado. Por conseguinte, ganha o país,que forma melhores, mais aprimorados ecapacitados profissionais para o seudesenvolvimento tão almejado.

Gráfica

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Com o objetivo de congregartanto profissionais integrados ao mercado,quanto estudantes e pessoas atuantes naárea de comunicação organizacional e derelações públicas, a Associação Brasileirade Relações Públicas - ABRP está preparan-do o XIX Congresso Brasileiro de RelaçõesPúblicas - CONBRARP, que acontecerá entreos dias 01 e 03 de novembro deste ano, nacidade de Aracaju, em Sergipe. O temaescolhido para o congresso foi “RelaçõesPúblicas e suas múltiplas frentes deatuação”, tendo como focos a atividadede RP em mercados especializados e acomunicação organizacional desenvolvidapelas empresas.

O evento tem o objetivo de analisar,discutir e propor soluções aos problemasenfrentados pela área, bem como conhe-cer a produção da academia e do mercado,buscando sempre o bem estar social. Amédia de participantes esperada para oacontecimento é de 400 pessoas, em trêsdias de interação constante, permitindouma troca de experiências profissionaisem nível mais aprofundado e real a todosos participantes.

Organizado em palestras, painéis,oficinas e mini-cursos, o encontro vai contarcom grandes nomes da comunicaçãobrasileira, dente eles: Mário Carlos Beni,Manoel Marcondes Machado, WaldirFerreira, Paulo Nassar e Margarida Kunsch,Eloi Zanetti, Gislaine Rossetti, MarceloGentil Espinheira, Ana Lúcia Novelli,Waltemir de Mello e André Brito.

Como parte da programa-ção, serãorealizadas reuniões da Associação Brasilei-ra de Relações Públicas, a AssembléiaGeral dos Sócios e também reunião doConselho Federal de Relações Públicas.

As inscrições poderão ser feitas noevento, mas fica uma dica: até o dia15.09 custarão R$ 180,00 para os profis-sionais e R$ 80,00 para os estudantes.Os valores sofrerão acréscimos à medidaque a data do CONBRARP se aproximar.A mesma lógica de preços vale parainscrições nos minicursos, que têm ovalor inicial de R$ 30,00 cada.

Na última edição do Congresso, queaconteceu em Recife – PE , em outubro de2005, houve uma significativa participaçãode maranhenses, assim como nas edições

Profissão IIIpor Lutero Vilarins | [email protected]

Congresso discute asmúltiplas frentes para as RP’s

anteriores. E desta vez não vaio ser dife-rente. Alunos e professores que estivereminteressados em ir ao XIX CONBRARPpodem procurar Felipe Noronha e ThyagoPolary, que estão orga-nizando um pacoteespecial. Contatos: Felipe – 8828 296/Polary – 8131 1841.

Mais informações sobre o Congressopodem ser obtidas através do sitewww.winecomunicacao.com.br

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Publicações laboratório:aproximando a academia do mercado de trabalho

Quando a teoria se alia à práticaquem ganha não são só os alunos,mas também o mercado de tra-

balho, que receberá profissionais maispreparados para as adversidades e com aqualificação necessária a um profissionalcompetente. A ruptura entre o teórico e oprático distancia as universidades domercado, pois, para se adquirir competên-cia no desenvolvimento de qualquer ativi-dade, necessitase de fundamentação(teoria) e de desenvolvimento de aptidões(prática), sendo uma indissociável da outrapara o aprendizado.

O conhecimento teórico, sem dúvida,é o que irá garantir à academia o cumpri-mento de sua função de apresentar paraa sociedade profissionais preparados ecientes da grandeza do seu papel, alémde direcionar as atitudes dos comunica-dores no mercado de trabalho. Porém,apesar de todos esses fatores, somentecom a prática o estudante poderá tercerteza de que está no caminho certo ebuscará o aperfeiçoamento de suashabilidades de acordo com suas aptidões.

Na área da comunicação não é dife-rente, principalmente, em um momentohistórico em que a necessidade de infor-mação toma proporções imensuráveis,cabendo ao comunicador a responsabili-dade com a verdade, com a ética e, tam-bém, com a satisfação do seu público.Nessa perspectiva, as publicações expe-rimentais poderão significar para os es-tudantes maior segurança e experiênciapara o futuro, já que, na medida em queaprenderão com os erros adquirirãomaturidade para consertá-los e aptidãopara vencer novos desafios.

Pode ser fanzine, revista, jornal ouboletim, o que realmente importa, é queatravés do contato com essas ferramentaspráticas o aluno exercitará os métodos etécnicas de redação ensinados em sala de

aula. Poderá, ainda, descobrir compe-tências próprias e vislumbrar o impactoobtido por uma informação veiculada, oque, conseqüentemente, irá elucidar aresponsabilidade e importância de suatarefa para a sociedade.

Os cursos de comunicação vêm mos-trando preocupação constante com essesfatores. Nesse ponto, destaca-se o desen-volvimento de diversas publicações labo-ratório em todo o país, que nascem comuma preocupação que vai além das notasobtidas na disciplina e buscam o aprendi-zado com qualidade no material oferecidoao público. Essas publicações visam a-crescentar experiência prática aos alunoscom a ampliação de seus conhecimentose aprimoramento das técnicas de escrita,pesquisa, entrevista e interpretação, alémde contemplar toda a comunidade aca-dêmica com conteúdos de boa qualidade.

O Jornal Esquinas de S. P e aRevista Ação são periódicos bemsucedidos, respectivamente, dos cursosde Jornalismo e Relações Públicas daFaculdade Cásper Líbero (SP). O Esquinasde S. P é defendido como um espaço deexperimentação para o aluno, onde areportagem verticalizada e aprofundadapode ser feita. Já a revista Ação, publicadasemestralmente, tem como objetivoproporcionar a parceria literária entrealunos, professores e profissionais domercado a respeito das Relações Públicase da Comunicação como um todo.

Primeiro jornal laboratório do Brasil,o UNISANTA Online nasceu com odesenrolar de uma iniciativa ambiciosada Faculdade de Artes e Comunicação daUniversidade Santa Cecília, de Santos(SP). Inicialmente em inglês, envolviadiretamente os alunos de Jornalismo etinha como intuito promover a integraçãodigital entre estudantes brasileiros eestrangeiros. Em 1998, tornou-se discipli-

na regular da grade do curso e, hoje, é umdos mais regulares, tradicionais, premia-dos e visitados veículos universitários daInternet brasileira. Sua redação é compostapor alunos voluntários abnegados, profes-sores e colaboradores que se reúnem religi-osamente aos sába-dos para realizaçãodesse trabalho.

Na Universidade Federal do Maranhão- UFMA, os alunos de Relações Públicas têmna Revista RP- Alternativo a oportuni-dade de adquirir prática na redação detextos para publicações empresariais, coma vivência de todas as etapas da produção.Com periodicidade semestral, a revistavem, ao longo de 14 anos disponibilizandoà comunidade acadêmica informaçõessobre acontecimentos importantes nocampo da Comunicação, em especial, deRelações Públicas. Esses estudantes tam-bém criaram, neste semestre, a newsletterEntremeios, com periodicidade quinze-nal, com o objetivo de informar e integrardiscentes e docentes do Curso de Comuni-cação Social sobre as notícias mais impor-tantes da área, do curso e da universidade.

Já os alunos da disciplina Laboratóriode Jornalismo Impresso dessa Univer-sidade, há mais de 10 anos, a cada se-mestre, editam o jornal Aopédaletra,através do qual experimentam a rotina daprodução jornalística.

Essas publicações são só uma pequenamostra do grande resultado que o com-prometimento de professores e alunoscom o aprendizado pode trazer para aacademia. Ressalta-se que existe umainfinidade de trabalhos impressos e digi-tais bem elaborados em outras universi-dades e muitas possibilidades de novascriações. O incentivo a esses trabalhosformará profissionais mais responsáveis epreocupados em comunicar bem, além detornar as faculdades de comunicação maisatuantes na sociedade.

Mundo Acadêmico IVpor Luciana Carvalho | [email protected]

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Tecnologia Ipor Danilo Fernandes | [email protected] Felipe Magalhães |[email protected]

Por umacomunicação melhorA inclusão do Curso de Comunicação no mundo digital

O Curso de ComunicaçãoSocial da Universidade Federaldo Maranhão (UFMA) nãopossui um site. Você não leu errado!Numa era em que a informação é a moedade troca e a velocidade com a qual elachega define seu preço, nosso Cursoencontra-se ainda fora desse contexto.

A partir dessa demanda, no iníciode 2006, a Profª. Patrícia Azambujapropôs aos seus alunos da disciplinaPlanejamento Gráfico em Jornalismoque criassem projetos para a criação dosite do Curso. Esse deveria configurarseu caráter heterogêneo, atendendotanto ao departamento e coordenaçãoquanto aos estudantes do Curso epromovendo intensa interação entre oprofessor e o aluno. Essa iniciativa geroubons frutos. Três propostas de site foramsubmetidas aos professores do Curso euma foi aceita. Partindo disto, umacomissão, coordenada pela professorae composta por dez estudantes dashabilitações jornalismo e radialismo, foiformada para idealizar, produzir einstalar o site.

A estrutura do site terá,primeiramente, links com osprincipais dados sobre odepartamento, corpo docentee infra-estrutura. Em segundoplano, informações sobre agraduação; pós-graduação;pesquisas; extensão; biblio-teca, contendo resenhas delivros recém-lançados, mono-grafias, artigos etc.; notíciase oportunidades de estágios.

Todos os dados para aalimentação e formação dosite já foram levantados, faltando apenasalgumas respostas do Núcleo de Tecno-logia e Informação da UFMA (NTI) paraa instalação da página, que será um linkno site principal da universidade, atual-mente em reformulação, o que justificaa demora nas respostas.

Um dos objetivos da comissão étransformar o site em plataforma paradivulgação de trabalhos, artigos, pesqui-sas e link’s especiais como blog’s relaci-onados a comunicação e chat’s do Curso,visando aumentar a interação entre docen-tes e discentes. Outra proposta que está

sendo estudada é a possibilidade do sitetornar-se campo para estágio de alunosde comunicação, tendo máquina e espaçopróprios dentro da ASCOM. A comissãoestima que o site estará funcionado a todovapor até o final deste ano.

Enquanto o site não entra no ar, vocêpode dar sua sugestão, opinar, enfim,participar e colocar em prática aprincipal ferramenta dessa idéia - ainteração do aluno com os diversospúblicos, diretos ou indiretos, do Cursode Comunicação - através do e-mail:[email protected].

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Tecnologia IIpor Tainara Oliveira | [email protected]

A TV digital, surgida nos 70, noJapão, propõe uma televisão dealta definição, com maior quali-

dade de som e imagem. Além disso, comalgumas inovações como interatividade,aumento da cobertura do sinal e amplia-ção do conteúdo em cada canal para atéquatro canais, existe a possibilidade dediminuir ainda mais as fronteiras regionaise promover a tão sonhada democratizaçãoda comunicação.

Em relação à tecnologia, vai se ter umformato de imagem próximo ao de umatela de cinema e elevada qualidade desom, já que serão usados seis canais, comonos home theaters, em substituição ao atu-al, que é estéreo, com dois canais, esquer-do e direito. A interatividade será estabe-lecida no momento de livre manuseio dosdados recebidos pelo usuário e que ficamarmazenados em seu aparelho, através dalinha telefônica e de redes de banda larga.Para utilizá-las, será necessário que eletenha, além de antena receptora, umatransmissora. Ainda será possível ao usuá-rio gravar alguns programas para assisti-los depois. A transmissão de um mesmoprograma em diversos canais, em horáriosalternados (por exemplo, um documentá-rio iniciando de 10 em 10 minutos), tam-bém permitirá a ele a escolha de um horá-rio para assistir ao programa. O sinal pode-rá ser recebido em terminais portáteis emóveis (instalados em veículos).

No Brasil, indústrias de equipamen-tos e emissoras financiaram alguns testesem que se comparava a eficiência técnicaentre os três padrões tecnológicos detelevisão digital – o europeu, o norte-ame-ricano e o japonês. O escolhido, em junhode 2006, foi o padrão japonês (ISDB), queserviu de base para a criação de um Siste-ma Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD).

O SBTVD deve priorizar as inclusõesdigital e social, a democratização doacesso à informação, à língua e culturanacionais, a diversidade cultural do país,bem como possibilitar a transição do

modelo analógico para o digital, de formacompatível com a renda do usuário. Deveassegurar, ainda, a entrada e evolução dasatuais emissoras exploradoras do serviçode televisão analógico nas inovações datelevisão digital.

A transição do modelo analógico parao digital deverá se completar em 10 anos.Inicialmente, a transmissão analógicacontinuará disponível para os usuários quenão aderirem ao sistema digital. Os quequiserem utilizar esse sinal deverãocomprar uma televisão com a tecnologiacompatível ou uma unidade conversora(UC), de menor custo, que permite arecepção analógica de sinal digital. Oinício das transmissões está marcado parao dia 3 de dezembro de 2007, começandopela região metropolitana de São Paulo,sendo estendido às outras cidades nosanos seguintes, até a sua completaconclusão, em 29 de junho de 2016,quando o atual padrão analógico serácompletamente desativado.

A adesão das emissoras de televisãoacontecerá com a aquisição de novostransmissores e de outras tecnologias maismodernas. Esse é um investimento altoque somente as maiores emissoras brasi-leiras seriam capazes de custear. Paragarantir esse processo, no entanto, o BancoNacional de Desenvolvimento Econômicoe Social financiará parte desses investi-mentos, tendo como única contrapartidao pagamento das parcelas contratadas.

O uso do sistema digital já foi liberadopara as emissoras de TV que requererama consignação de canal digital, sem a defi-nição de critérios que verificassem o com-prometimento das mesmas com a socie-dade. Será disponibilizado um canal de 6MHz para a transmissão de sinal digital, oque significa que na mesma faixa defreqüência utilizada por um canalanalógico poderão ser transmitidos atéquatro canais. Por exemplo, a uma únicaemissora será permitido fazer umaprogramação 24 horas sobre cidades

turísticas e no outro ter a sua gradesomente com conteúdo jornalístico.

Segundo o Ministro das Comunica-ções, Hélio Costa, essa subdivisão, que so-mente o padrão japonês proporciona,abriu uma determinada faixa de canaisque antes era inutilizada e que servirá parainiciar um procedimento de redes públicasde televisão. Nesse processo, cada emis-sora pública terá um canal digital, quepermitirá tal subdivisão, sendo possível,assim, abranger vários ministérios, secre-tarias e outros setores.

Diante dessa realidade, torna-seessencial que o modelo brasileiro detelevisão digital permita, concomitante-mente, as inclusões digital e social. Essasó acontecerá com a transmissão deconteúdos que promovam educação ecultura, fortalecendo a integração nacio-nal, o que deveria ter ocorrido nos primór-dios da implantação do sistema de televi-são no Brasil. A televisão é o meio peloqual a maioria dos brasileiros obtém infor-mação diariamente. Cerca de 90% doslares no país possuem receptores de tele-visão e, aproximadamente 81% recebem,exclusivamente, sinais de televisão aberta.

Não é novidade alguma que a comu-nicação é um direito de todos e que todosdeveriam possuir espaço nos meios decomunicação. Então, por que acreditar queo sistema digital de televisão garantirá apossibilidade de uma comunicaçãodemocrática? Antes mesmo da sua im-plantação, as emissoras de TV já estãopedindo o bloqueio das gravações daprogramação, alegando que essa práticainduzirá à pirataria, o que fere um dosobjetivos da TV digital - o de promover ainteratividade. O usuário não mais poderiagravar seu programa para assistir em outrohorário. Começa-se assim, como outroraocorreu, a aderir aos objetivos patrimo-nialistas das emissoras de TV.

Que essa televisão possibilita a inclu-são de grupos sociais excluídos é verdade,basta saber se isso realmente ocorrerá.

Uma televisão para servir à sociedade

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Em meio a questões comoaquecimento global, ameaça deescassez da água potável e ações

antrópicas (humanas) que degradam anatureza, o tema responsabilidade ambi-ental se apresenta não somente comonecessário, mas sim como urgente.

A ação humana imprudente é eviden-ciada nas constantes notícias sobre quei-madas, inundações, ameaças de extinçãode espécies animais e vegetais, poluiçãode rios e mares, e muitas outras degrada-ções ambientais. Tudo isso forma o cenáriocontemporâneo de desrespeito à natureza.

Entre tantos acontecimentos, muitasvezes noticiados de forma banalizada,nem sempre percebemos a complexidadede certas situações. Na ilha de São Luís(MA), o estado de poluição e degradaçãoambiental é grave. Apontam-se comoexemplos do maltrato à natureza, na áreapróxima à Universidade Federal doMaranhão (UFMA), os rios das Bicas e oBacanga, que antes serviram de fonte dealimentação e subsistência a muita gente;as queimadas da área verde e osassoreamentos e a quantidade de resíduosquímicos despejados. Desses fatores,destaca-se a contaminação das águas, queacentuou-se após a construção da barra-gem do Bacanga, interferindo prejudicial-mente na produção de peixe, camarão,sururu (mexilhão) e sarnambi para as co-munidades ribeirinhas. Com relação aodesmatamento, pode-se perceber a dife-rença na comparação da paisagem ante-rior à atual, assim como nas temperaturas,hoje mais elevadas no espaço do campuse redondezas.

A barragem do Bacanga foi construí-da na década de 1970, durante o gover-no Nunes Freire, com o objetivo de evitarinundações em períodos de cheias, nos

bairros ribeirinhos como Fátima e Sá Viana.Visava, ainda, ligar o centro da cidade àárea Itaqui Bacanga, onde estãolocalizados a UFMA, o porto do Itaqui eum grande pólo de extração de recursosminerais. A obra, quando realizada, mudouo contexto dos moradores, dos usuáriosdo espaço acadêmico e, há pouco tempo,foi notícia devido à enchente ocasionadapelo rompimento de uma das comportas,desabrigando mais de 200 famílias, fatooposto ao objetivo da criação. A causadesse acidente foi a precariedade nas es-truturas da construção, decorrente, princi-palmente, do descaso por parte dos pode-res responsáveis, já que o tempo de uso eas mudanças na natureza provocaramalterações. Recentemente, por ocasião darestauração da barragem, o atual governoprometeu elaborar projeto de ajuda eparceria com os pescadores do local.

O relacionamento entre a Universidadee a comunidade em seu entorno, e por ex-tensão, o tratamento aos assuntos decor-rentes da problemática da barragem,como a situação de precariedade das famí-lias após a enchente e outros temas e fatossimilares, devem ser calcados no compro-misso e responsabilidade. Cabe a ela, tam-bém, informar a sociedade, dar visibili-dade a essas questões, discutir soluções,envolvendo-se, através de programas e deprojetos de pesquisa e exten-ão que cola-borem com a qualidade do espaço sócio-físico e o bem estar da população da área.Esse comportamento pode sensibilizarprofessores, alunos e técnicos e a opiniãopública sobre essa realidade da qual aUFMA faz parte e demonstrar suaresponsabilidade ambiental e respeitopara com os sujeitos das comunidadescircunvizinhas e acadêmica.

Compromisso da UFMAcom a comunidade

Comunidadepor Aline Mendes | [email protected]

Barragem do Bacanga

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Concursopor Liliam Freitas* | [email protected]

Tudo tem a ver com tudo. Não existe nada fora darelação. O universo é feito através das relações de todos osseres. Precisa-se da Comunicação. Precisa-se, então, darelação. Comunicação implica interação entre os sujeitosem sociedade. Quando se trata de comunicação eresponsabilidade ambiental, entende-se que acomunicação é social, ou comunicação social, e aresponsabilidade também, isto é, a responsabilidadeambiental se aloja na dimensão maior, social.

A Comunicação estabelece o elo entre a sociedade e osestudiosos do meio ambiente. A responsabilidadecomunicacional, isto é, da comunicação para com o planetaTerra, consiste em aproximar os assuntos estudados por elesdas pessoas, de levá-los ao alcance de todos e relacioná-los aocotidiano de cada um. Eis o papel da Comunicação. O acesso àinformação assim, nesse viés educativo, possibilita reflexão eque se repense no processo hodierno de má utilização eabusiva dos recursos da biosfera, da vida.

Nesse sentido, devem ser abordadas questões comomudanças climáticas, biodiversidade, energia limpa, camada deozônio, emissão de dióxido de carbono. Assuntos importantespara todos que não são compreendidos por toda a sociedade.Restritos e tratados apenas por especialistas, técnicos egovernantes. Temas de interesse de todos oligopolizados. Paraque as pessoas saibam sobre os problemas ecológicos econheçam mais e se sensibilizem na busca e construção de ummodelo verde e, concomitantemente, maduro e sustentável devida na Terra é conditio sine qua non a participação dosprofissionais da comunicação.

A responsabilidade dos jornalistas, relações públicas,radialistas e publicitários nas organizações não-governamentais (ONGs), empresas, governos e meio decomunicação de massa (MCM) deriva-se do fato doscomunicadores influenciarem ou formarem a opinião pública.Dessa forma, a Comunicação não pode se comportar e atuarsem um propósito social e humano, sem ser responsável.Responsabilizar-se é comprometer-se tanto com o homemquanto com as milhares de espécies de vida que habitam abiosfera e são primordiais para manter a camada da vida.

Diversas pesquisas são realizadas e necessitam chegar aoconhecimento da população. Algumas delas manipuladas porinteresses políticos tentam esconder o caos. Essa situação éperniciosa, visto que não remete à problemática. O quadro

atual é que o mundo agoniza em uma crise ambiental fruto dopensamento, de antes, de que os recursos eram inesgotáveis.Depois de muito desperdício, o homem descobriu, com areação do planeta Terra, que os recursos são finitos - por issoos conflitos e guerras mundiais pelo ouro negro, petróleo, queacabará. A crise existe, as causas são conhecidas, a gravidade,impactos e possíveis soluções também. Falta ainda mais ação!

Para que a sensibilização para a importância do respeitoaos limites ecológicos aconteça naturalmente, e posterioração, é essencial que a comunicação torne-se umaplataforma que permita a disseminação da informação,fatos e acontecimentos aliados a fóruns de discussão pormeio de artigos, reportagens, colunas, entrevistas comespecialistas, programas de televisão e rádio e atividadesdesenvolvidas por comunidades em prol do habitat em quevivem. Pois, tudo isso permite maior e bem informadaparticipação das pessoas na agenda política, inclusive depolíticas públicas ambientais, como para a conscientizaçãoda necessidade de ação integrada e urgente de governos,cidadãos, das organizações e empresas.

Com base em toda essa conjuntura, tornam-seprimordiais a preocupação e a defesa do desenvolvimentosustentável para superar o ainda reinante modelo dedesenvolvimento insustentável pautado em “(...) um tipode crescimento material que atende apenas uma parte dahumanidade - os países industrializados-, deixando osdemais na carência, quando não diretamente na fome e namiséria”, segundo Leonardo Boff. Em consonância comessa reflexão, propõe-se um tipo desenvolvimentista querespeite as dimensões humana e social. Não é esse modeloque é o centro, e sim a vida, o homem, e a biodiversidade.A Ecologia é social também: depois da última árvore, doúltimo rio, do último peixe, não vai ser possível viver só dodinheiro, não se come dinheiro e as comunidades de vidano planeta estarão no fim, ou prestes.

Nesse processo de destruição da natureza, que significatambém fim da vida, a responsabilidade ambiental de cadaindivíduo possui impacto sob o meio. E da Comunicaçãomais ainda, em virtude dela frutificar responsabilidades: deinformar, através da informação, educar e conscientizar asociedade. Caso ela se furte a sua função social, aproblemática ambiental estará longe do fim, pois aspessoas ficarão indiferentes às questões do meio ambiente.

* Aluna do 2º período de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão

Comunicaçãoe responsabilidade ambiental

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Opiniãopor Marcelle Torres* | [email protected]

comum ouvirmos coisas do tipo “relações públicas éferramenta do marketing” e vice-versa. Entretanto, énecessário que seja feita uma desmistificação de áreasde atuação. O marketing é uma vertente da administração,que, por sua vez, trabalha visando, essencialmente, a

administração organizacional com foco central no objetivo maior dequalquer organização, o lucro e, para as organizações sem fins lucra-tivos, visa à aceitação da sociedade por meio de uma imagem ilibada.As relações públicas constituem uma habilitação da comunicação social,que atuam, principalmente, na administração da comunicação orga-nizacional, o que também favorece ao alcance dos objetivos empre-sariais. Eis o esclarecimento que difere o marketing das relações pú-blicas e elucida qualquer mal entendido nessa questão, mostrandoque as duas áreas podem “e devem” trabalhar em conjunto.

Um dos maiores expoentes do Marketing, Philip Kotler (2000)define esse campo como “processo social por meio do qual pessoas egrupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejamcom a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valorcom outros”. Dessa maneira, o estudioso deixa bem claro que omarketing refere-se ao atendimento das necessidades dos consumi-dores. Para o alcance da satisfação almejada, é necessário se utilizarinúmeros esforços, denominados de “ferramentas de promoção demarketing”. Essas ferramentas, por sua vez, são caracterizadas, segun-dos os autores dessa área de “propaganda, publicidade, promoçãode vendas, venda pessoal, relações públicas etc”. Outra definiçãomuito vista para o marketing, dita por Raimar Richers (1998), uma dasmaiores autoridades da área no Brasil, estabelece que seja “a intençãode entender e atender o mercado”.

Conceituando relações públicas, Holtz (1999) afirma que “é umaatividade estratégica dos contatos e do relacionamento entre umaorganização e os diferentes públicos que a constituem ou com ela serelacionam e interagem”. Já James Grunig (2003) as define como “umafunção administrativa que avalia as atitudes públicas, identifica asdiretrizes e a conduta individual ou da organização na busca do interessepúblico, e planeja e executa um programa de ação para conquistar acompreensão e a aceitação públicas”. Dessa maneira, percebe-se queos focos dessa área são a opinião pública, o público e a organização.Utilizando-se de estratégias para atingir e melhorar os relacionamen-tos organizacionais, as relações públicas alcançam também o lucro,de certa forma, indireta, uma vez que, trabalhada a identidade eimagem organizacional favorável, o público (para as relações públicas)ou cliente (para o marketing) tende a agregar conceitos positivos àsempresas e a seus produtos e serviços oferecidos.

Com base nas definições acima, podemos identificar que, se unir-mos os esforços das duas áreas, nenhuma ocupará o lugar da outra e,conseqüentemente, os objetivos organizacionais serão alcançados.

De nada adianta utilizar-se de esforços de marketing se não houveruma forte ação para fidelização dos públicos com ações de comunica-ção dirigida, trabalhadas tão bem pelos relações públicas.

Antes, o que o marketing pregava era “satisfazer o cliente”. Hoje,só satisfazer não basta, é preciso “encantar e surpreender”. Não nosreferimos só a produtos ou serviços mirabolantes, que até surgiremem comerciais ou em outros meios de publicidade, não sabíamos senecessitávamos realmente do que estava sendo mostrado. Osurpreender e encantar vai mais além. Trata-se de identificar as reaisnecessidades dos públicos-alvos e criar esforços para que essasnecessidades sejam atendidas de forma encantadora, o que culminarána fidelização do consumidor.

Há tempos atrás, o modo trabalhado era criar-se um produtoou serviço e utilizar-se de “forças de vendas” para “ludibriar” oconsumidor e fazer com que este adquirisse o que estava sendooferecido. Entretanto, não existia a preocupação em realmentesatisfazer necessidades, o que favorecia a um acúmulo de conceitosnegativos vinculados à organização. Ninguém se preocupava emmensurar o grau de satisfação que resultaria na formação daopinião pública favorável. Dessa forma, o marketing passou a serutilizado no sentido pejorativo.

Atualmente, o mercado não mais permite esse tipo de atitude,visto que estamos na era do consumidor, na era da informação e naera do conhecimento. Temos acesso a uma gama de dados que nosfavorece o esclarecimento dos nossos deveres e, principalmente,direitos. Com isso, estamos cada vez mais exigentes e não aceitamossimplesmente sermos atraídos por um comercial de TV ou anúnciosem revistas. Queremos muito mais. Ansiamos por sermos ouvidos,lembrados, respeitados e, acima de tudo, fazermos parte das decisõesorganizacionais voltadas para o mercado. E somos nós o mercado!

É indispensável “cair na real”, identificar que o consumidor équem faz a empresa manter-se no mercado. É para ele que osprodutos e serviços são concebidos. E, justamente por isso, que osprofissionais devem unir-se para atingir e permanecer com essecliente por longas e longas datas. Tendo consciência que osprodutos e serviços atuais se equivalem, urge utilizar-se de açõesde relacionamentos que agreguem valor à marca.

Não há mais espaço para “brigas” de profissões, “quem éferramenta de quem”, “quem faz o que” ou “quem toma o espaço dequem”. O imprescindível, hoje, é justamente acabar com esse apartheidde atividades e conciliar esforços em prol de, cada vez mais, respeitaros direitos dos consumidores, com responsabilidade social empresariale ética acima de tudo.

Enquanto os empresários, gestores, administradores e comuni-cadores mantiverem a visão restrita e individualista de suasatividades, evitando pensar que cativar e fidelizar o público é maisdo que colocar um “produto bonitinho” no mercado e utilizarem-se de propagandas com os mais diversos apelos, vamos continuara presenciar esse “espetáculo midiatizado”. O que conduzirá opúblico a consumir uma vez só seus produtos e serviços e, diantedisso, a construir uma imagem indefinida que pode desestruturar-se a qualquer momento. Pensemos nisso!

* Especialista em Comunicação e Marketing | Conselheira Efetiva do CONRERP 7ª região | Professora Universitária

Relações Públicas e Marketingonde um complementa o outro