Sugestões da tua biblioteca 2010 11

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À descoberta do “Prémio Nobel da Literatura 2010”… Mario Vargas Llosa

Foi com surpresa que Mario Vargas Llosa recebeu a notícia que tinha sido ele o escolhido para Nobel da literatura, este ano. "Não sabia que estava, sequer, entre os candidatos", afirmou. Eterno candidato ao prémio mais importante da literatura, já não acreditava que o viesse a receber. Autor de uma vasta e aclamada obra, Vargas Llosa é um autor que baseia as suas narrativas na realidade e na sua vida atribulada. A sua ficção é a sua vida e os seus tempos. Distinguido, já, com quase todos os grandes prémios literários, incluindo o Prémio Cervantes, em 1994, só lhe faltava o Nobel para atingir o máximo a que um escritor pode aspirar.Homem polémico, começa por ser um fervoroso lutador por causas da "esquerda", tendo vindo a abraçar, nos últimos anos, os ideais liberais, claramente de direita. Também por isto, corta relações com o seu grande amigo, e também Prémio Nobel, Gabriel Garcia Marquez. Esta zanga parece ter sido atenuada com a presente distinção da Academia Sueca: Gabriel Garcia Marquez foi dos primeiros a escrever-lhe (curiosamente através do twitter). "Cuentas Iguales", escreveu, pretendendo dizer que agora estavam ao mesmo nível.Mesmo com estas polémicas, o Prémio Nobel atribuído a Llosa foi consensual. A sua vasta obra e a consagração por parte do público não deixam lugar a dúvidas.

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ISABEL ALLENDE

“Minha mãe era uma pessoa silenciosa, capaz de dissimular-se entre os móveis, de perder-se no desenho do tapete, de não fazer o menor ruído, como se não existisse; contudo na intimidade do quarto que dividíamos, ela se transformava. Começava a falar do passado ou a narrar suas histórias, e então o aposento se enchia de luz, desapareciam as paredes, dando lugar a incríveis paisagens, palácios abarrotados de objetos nunca vistos, países longínquos inventados por ela ou tirados da biblioteca do patrão; colocava a meus pés todos os tesouros do Oriente, a lua e mais ainda, reduzia-me ao tamanho de uma formiga, para eu sentir o universo a partir da minha pequenez, punha-me asas para vê-lo a partir do firmamento, dava-me uma cauda de peixe para conhecer o fundo do mar."

(Isabel Allende, Eva Luna, 1987)

Biografia

Isabel Allende Llona nasceu em Lima. É jornalista e escritora chilena (apesar de ter nascido em Lima, sua família logo voltou para o Chile, sua terra natal). Filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo irmão de Salvador Allende e de Francisca Llona. Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, implantada com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o presidente Salvador Allende (1908-1973). Escreveu A Casa dos Espíritos (1982) e ganhou reconhecimento de público e crítica. A obra é filmada em 1993 por Bille August, com Jeremy Irons e Meryl Streep.

In http://livrosliteratura.blogspot.com/2010/08/isabel-allende.html

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PABLO NERUDA A princípio não te vi: não soube

que ias comigo,até que as tuas raízes

atravessaram o meu peito,se uniram aos fios do meu sangue,

minha boca,floresceram comigo.

Talvez

Talvez não ser,é ser sem que tu sejas,sem que vás cortandoo meio dia com umaflor azul,sem que caminhes mais tardepela névoa e pelos tijolos,sem essa luz que levas na mãoque, talvez, outros não verão dourada,que talvez ninguémsoube que cresciacomo a origem vermelha da rosa,sem que sejas, enfim,sem que viesses brusca, incitanteconhecer a minha vida,rajada de roseira,trigo do vento,

E desde então, sou porque tu ésE desde então éssou e somos...E por amorSerei... Serás...Seremos...

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Gabriel García Márquez Aracataca (Colômbia), 1928

  “Agora, quando acabou de falar, eu continuava no canto, sentado, equilibrando-me na cadeira. "Tento me lembrar todos os dias da frase com que preciso encontrar você", disse. "Agora creio que amanhã não a esquecerei. Mas sempre esqueço ao acordar quais são as palavras com que posso encontrar você". E ela disse: "Você mesmo as inventou desde o primeiro dia". E eu lhe disse: "Inventei-as porque vi seus olhos cor de cinza. Mas nunca me lembro delas na manhã seguinte." E ela, com os punhos fechados junto ao abajur, respirou fundo: "Se pelo menos pudesse recordar agora em que cidade estive escrevendo isso". In “Olhos de Cão Azul”

Escritor colombiano. Jornalista na sua juventude, vive durante vários anos em França, México e Espanha. Em Itália estuda cinematografia. García Márquez é um romancista universalmente reconhecido, recebendo em 1982 o Prémio Nobel da Literatura. Inicia a sua carreira literária com a publicação de diversos contos, como, por exemplo, A Trovoada (1955) e Ninguém Escreve ao Coronel (1962). Nestas obras está já presente o mundo mítico e fantástico que retracta magistralmente na sua obra-prima, Cem Anos de Solidão (1967).

O autor, situando-se no ambiente mágico de Macondo, em Cem Anos de Solidão eleva a realidade a uma categoria onírica, nela sintetizando os mais diversos elementos: a história, a natureza, os problemas sociais e políticos, a vida quotidiana, a morte, o amor, as forças sobrenaturais, o humor, o lirismo... Da sua fusão surge um deslumbrante romance, exemplo único daquilo que a partir de então passa a ser designado por «realismo fantástico».

Outras obras suas de grande importância são, entre outras, O Outono do Patriarca (1975), Crónica de Uma Morte Anunciada (1981), Notícia de Um Sequestro (1996), etc.

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Jorge Amado - Itabuna (Brasil), 1912-2001

Escritor brasileiro. Reparte a sua infância entre uma plantação de cacau e Ilhéus, cidade do litoral baiano. Estuda na Baía, antigo nome da actual cidade de Salvador, a partir dos 10 anos, e vai para o Rio de Janeiro mais tarde, onde se dedica ao jornalismo. Licencia-se em Direito em 1935, quando já tem publicados alguns romances (O País do Carnaval, 1931, Cacau,1933 e Suor, 1934), que constituem o «ciclo do cacau». Jorge Amado mostra-se um escritor comprometido, profundo conhecedor do Nordeste brasileiro e das figuras marcantes da sua vida social. Preso em 1939, com os livros proibidos desde 37, em 1942 está exilado no Uruguai. Em 1951 recebe o Prémio Estaline. De regresso ao Brasil, exerce as funções de vice-presidente da União Brasileira de Escritores. Em 1958 volta ao tema Ilhéus, mas desta vez foca o seu desenvolvimento urbano graças ao cacau com Gabriela, Cravo e Canela, em cuja leitura não sabemos que mais valorizar, se os amores entre o comerciante sírio e a sua cozinheira, se os imprevistos comportamentos humanos ou a crise de costumes que tanto pode afectar a vida conjugal como a vida política. É uma escrita mais depurada, em que o escritor não abandona o seu compromisso com o «romance popular e social, com uma problemática ligada ao país, aos seus problemas, à causa do povo», compromisso que se mantém, embora recheado de um picaresco muito próprio de que é precursor no Brasil, em romances como Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da Noite, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, etc. Navegação de Cabotagem (1995) é o seu último livro. Traduzido em mais de 50 países. Em 1994 recebe o Prémio Camões e, aquando do seu 85.º aniversário, um novo teatro no bairro de Pituba na cidade de Salvador recebe o seu nome.

“Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na  mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".

(Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite)

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CLARICE LISPECTOR – Tchelchenik (Ucrânia) 1920-1977

Clarice Lispector nasce em Tchelchenik, na Ucrânia, em 1920. Chega ao Brasil com os pais e as duas irmãs aos dois meses de idade, instalando-se no Recife. A infância é passada com sérias dificuldades financeiras. A mãe morre quando ela tem 9 anos de idade. A família então transfere-se para o Rio de Janeiro, onde Clarice começa a trabalhar como professora particular de português. A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra - desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ela estuda Direito, por contingência. Em seguida, começa a trabalhar na Agência Nacional, como redactora. Os passos seguintes são o jornal A Noite e o início do livro Perto do Coração Selvagem - segundo ela, um processo cercado pela angústia. O romance persegue-a. As ideias surgem a qualquer hora, em qualquer lugar. Nasce aí uma das características do seu método de escrita - anotar as ideias a qualquer hora, em qualquer pedaço de papel.Viaja para a Europa durante a II Guerra Mundial, acabando por prestar auxílio num hospital de soldados brasileiros na Itália. Os anos seguintes, em que continua a escrever e a publicar livros, estão carregados de angústia, entre a separação do marido (Maury Gurgel Valente) e as dificuldades financeiras, culminando em Setembro de 1967 com um acidente que deixa marcas no corpo e na alma da escritora - um incêndio no quarto que ela tenta apagar com as mãos. Fica gravemente ferida, passa 3 dias entre a vida e a morte. Três dias definidos por ela como "estar no inferno." No entanto, os seus últimos anos de vida são de intensa produção literária. Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário. Postumamente, foram publicados Um Sopro de Vida, Para Não Esquecer e A Bela e a Fera.

Vem ao encontro desta escritora na tua Biblioteca!

Clariceveio de um mistério.

partiu para outro. Ficamos sem saber a essência do mistério Ou o mistério não era essencial

era Clarice viajando nele. C

arlos Drummond de Andrade

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LÍGIA FAGUNDES TELES – São Paulo, Brasil - 1923

Escritora brasileira natural de S. Paulo, onde nasceu em 1923, Lygia Fagundes Telles estreou-se ainda muito jovem no mundo das Letras, com a coletânea de contos Porão e Sobrado (1938), a que se seguiram Praia Viva (1944) e o Cato Vermelho (1949). Entretanto, diplomava-se pela Escola Superior de Educação Física e ingressava na Faculdade de Direito de S. Paulo.Em 1955 publicou o seu primeiro romance de sucesso, Ciranda de Pedra, por todos considerado um marco na sua carreira, e adaptado para a televisão.Histórias do Desencontro (1858), Verão no Aquário (1963), O Jardim Selvagem (1965), Antes do Baile Verde (1970) e As Meninas (1973) são algumas das narrativas que confirmaram a sua maturidade literária. O conto Antes do Baile Verde conquistaria, em Cannes, o Grande Prémio Internacional Feminino para Estrangeiros.Para além disso, Lygia Fagundes Telles foi distinguida com os mais importantes prémios literários brasileiros - o Prémio do Instituto Nacional do Livro (1958), o Prémio Guimarães Rosa (1972), o Prémio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Escritores (1973), e o Prémio do Pen Club do Brasil (1977), entre outros.A sua ficção, que se poderia classificar de intimista, percorre os caminhos da vivência no feminino, retomando frequentemente os ecos do mundo da infância e da adolescência. As personagens centrais dos seus contos e romances perscrutam um universo de limites, que parece igualmente definir as obras mais recentes - A Disciplina do Amor (1980), A Estrutura da Bolha de Sabão (1991) e A Noite Escura e Mais Eu (1995). Em 2005 a escritora foi distinguida com o Prémio Camões.

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"Meu nome é Ligia Fagundes Teles. Nasci em São Paulo a 19 de abril de 1923, e faço parte do Modernismo. Meu pai chamava-se Dr. Durval de Azevedo Fagundes. Era delegado e promotor e por esse motivo posso dizer vivi minha infâncias em várias cidades, já que quando pequena viajei para muitos lugares do interior de São Paulo. Minha mãe chamava-se Dona Maria do Rosário de Azevedo Fagundes – Zazita , e ela era pianista. Fiz faculdade de direito e de educação física, mais a carreira que segui foi de prosadora. Desde pequena escrevo vários contos, mas minha estréia na literatura deu-se em 1944, com o volume de contos Praia viva, e foi com esta obra que me tornei conhecida. Uma das minhas principais obras é Venha ver o pôr-do-sol, Praia Viva e As Meninas. Em 1981, quando tinha 58 anos, fui eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e em 24 de outubro de 1985 fui eleita para a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, ocupando a vaga de Pedro Calmon. Em 1991 aposentei-me como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo."

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CARLOS Drummond de Andrade – Itabira, Minas Gerais, 1902-1987

Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX. Concretizou os seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa. Os seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia perante a vida. Nas suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crónicas e contos. Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são o conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal. Dentre as suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas . Talentoso também na prosa, tem as suas obras reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira. Faleceu a 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte da sua única filha.

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