SUGESTÕES INTERPRETATIVAS PARA A MÚSICA …CIUS...VINÍCIUS CÔRTES DO NASCIMENTO SUGESTÕES...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS
VINÍCIUS CÔRTES DO NASCIMENTO
SUGESTÕES INTERPRETATIVAS PARA A MÚSICA PARA
TROMPETE SOLO, DE ESTÉRCIO MARQUEZ CUNHA
Goiânia
2016
VINÍCIUS CÔRTES DO NASCIMENTO
SUGESTÕES INTERPRETATIVAS PARA A MÚSICA PARA
TROMPETE SOLO, DE ESTÉRCIO MARQUEZ CUNHA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso
de Música - Licenciatura, Habilitação em Trompete,
da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade
Federal de Goiás, como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciado em Instrumento
Musical - Trompete.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Marcos Souza
Cardoso
Goiânia
2016
À minha avó, dona Célia. Mulher de garra, mãe, amiga e
avó. Com muito esforço criou seus filhos, os netos, e os
ensinou a trilhar o caminho do bem. Todos sempre terão
orgulho de falar dessa mulher, que com muita garra lutou,
contra o tempo, contra a saudade e contra o cansaço dos
anos. Minha vozinha, te amo! Descanse em paz.
Ao meu pai, fica em minhas recordações os poucos, mas
bons momentos que passamos juntos. O senhor foi forte,
um guerreiro. Te amo. Descanse em paz.
AGRADECIMENTOS
Com certeza estes parágrafos não irão atender a todos que fizeram parte dessa
importante fase da minha vida. Portanto, desde já peço desculpas àquelas que não estão
presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas que fazem parte do meu pensamento
e da minha gratidão.
À DEUS, por tudo.
À minha família, pelo carinho, amor, apoio, confiança e também pelas diferenças. Amo
todos vocês!
À minha esposa, pela compreensão, apoio e amor.
Ao meu orientador e professor de instrumento Antônio Marcos Souza Cardoso.
Obrigado pelos conselhos, pela sinceridade, amizade e pela paciência.
Aos demais docentes do curso de Música da Universidade Federal de Goiás, por
compartilharem um pouco do que sabem e pela amizade criada.
Ao meu primeiro professor de música e amigo Rogério Rosembergue, por toda ajuda,
pelos conselhos dados e pelo incentivo incessante.
Ao amigo Milton Marciano, pela amizade e ajuda nas edições.
Aos amigos mais próximos do curso, Fernando, Klebber, Felipe, Jader, André e
Isaac. Vocês são demais. Obrigado por todos os bons e divertidos momentos nesses anos. Sou
muito feliz pelas amizades criadas.
A todos os demais colegas da universidade.
A todos que muito ou pouco, participaram do meu longo processo para concluir essa
graduação.
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,
lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível. ”
Charles Chaplin
RESUMO
A Música para Trompete Solo, escrita em 2005 e dedicada ao trompetista Alessandro
Costa, faz parte das composições do goiano Estércio Marquez Cunha. O presente
trabalho inclui uma abordagem sobre os aspectos inerentes à problematização, como
a importância da pesquisa da performance musical e a complexidade da interpretação
musical. Em seguida um relato sucinto da vida e obra do compositor, importante figura
no cenário da música e do ensino na região Centro-Oeste do país, acompanhado das
particularidades da obra. Assim, pretende-se com essa pesquisa, destacar os pontos
significativos da obra, como, andamento, dinâmica, articulação e fraseado, oferecendo
sugestões interpretativas para a Música para Trompete Solo.
Palavras Chave: Estércio Marquez Cunha. Música para Trompete Solo. Sugestão
interpretativa. Performance musical.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estércio Marquez Cunha .................................................................................................... 4 Figura 2 - Discurso fragmentado por frases curtas e separadas por pausas ................................... 6 Figura 3 - Subdivisão com ênfase nos sons separados ....................................................................... 6 Figura 4 - Agrupamento sonoro .......................................................................................................... 7 Figura 5 - Série dodecafônica no fim da obra ..................................................................................... 7 Figura 6 - Valorização das pausas no discurso fragmentado ............................................................ 8 Figura 7 - Variações de dinâmicas ....................................................................................................... 8 Figura 8 - Variações de dinâmicas e um dos poucos sinais de articulação ...................................... 8 Figura 9 - Um dos poucos sinais de articulação .................................................................................. 8 Figura 10 - Dinâmica bem diversificada ........................................................................................... 11 Figura 11 - Alterações na dinâmica para realçar o contraste ......................................................... 11 Figura 12 - Alterações na dinâmica para realçar o contraste ......................................................... 12 Figura 13 - Maior grau de dinâmica .................................................................................................. 12 Figura 14 - Substituição do mezzo forte por forte ............................................................................ 12 Figura 15 – Inserção de pontos de abreviação .................................................................................. 13 Figura 16 - Movimentação das frases ................................................................................................ 15 Figura 17 - Movimentação das frases ................................................................................................ 15 Figura 18 - Impulso métrico ............................................................................................................... 15
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2. MÚSICA PARA TROMPETE SOLO E CONTEXTUALIZAÇÕES .......................... 4
2.1. Estércio Marquez Cunha: vida e obra ................................................................................ 4
2.2. Considerações sobre a Música Para Trompete Solo .......................................................... 5
3. SUGESTÕES INTERPRETATIVAS .............................................................................. 9
3.1. Andamento ........................................................................................................................... 10
3.2. Dinâmica .............................................................................................................................. 10
3.3. Articulação ........................................................................................................................... 12
3.4. Fraseado ............................................................................................................................... 14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 16
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 17
ANEXOS ................................................................................................................................. 19
ANEXO A – Fac-Símile da Música para Trompete Solo, de Estércio Marquez Cunha ............ 20
ANEXO B – Digitalização da Música para Trompete Solo, de Estércio Marquez Cunha, por
Alessandro Costa. ............................................................................................................................ 23
ANEXO C Edição Interpretativa da Música para Trompete Solo, de Estércio Marquez Cunha,
por Vinícius Côrtes ......................................................................................................................... 26
1
1. INTRODUÇÃO
O referido trabalho tem como intuito apresentar algumas considerações sobre a
interpretação da Música para Trompete Solo do compositor, Estércio Marquez Cunha levando
em conta que a interpretação musical tem sido elemento de discussões e pesquisas no meio
acadêmico e tem contribuído para esse universo.
Os trabalhos acadêmicos devem ser fundamentados com pesquisas
consistentes e aprofundadas, apresentando relatórios com seus resultados.
Ao fazer a leitura de um texto musical o intérprete deve tomar inúmeras
decisões relacionadas a estilo, articulação, dinâmica, fraseado e
andamentos, além das questões técnicas de seu instrumento. Essas
preocupações constantes dos intérpretes são decisões que requerem
intensa pesquisa, cujo resultado é a sua interpretação. Portanto, um
processo de elaboração intelectual. (LESTER, 1995, p. 207 apud LOPES,
2010, p.828)
Muitos músicos não se identificam, não se reconhecem ou ainda têm resistências por
parte da pesquisa no campo da música, da performance musical. Acontece que muitos deles,
erroneamente entendem que essa área deveria ser apenas uma prática interpretativa e que a
pesquisa escrita não teria valor algum, e para grande parte deles seria até mesmo um
impedimento para seu desenvolvimento artístico. Afinal, a existência da relação entre a
interpretação musical e os conhecimentos relacionados à performance é válida. Uma
performance musical coesa se identifica com uma vasta organização de ideias do indivíduo
que realizou tal execução.
A partitura não é música, e o processo pelo qual o interprete transformará em sons os
símbolos gráficos colocados em um pedaço de papel se tornará mais completo na medida em
que o músico tenha mais informações para tal (FAGERLANDE, 2010). A interpretação
musical é um processo de criação, no qual o intérprete busca constantemente romper com a
simples execução do texto musical, apresentando a arte da interpretação mais viva de forma a
buscar o sentido por trás dos símbolos musicais.
Interpretar, tocar uma obra musical em um instrumento, é um processo de
natureza interdisciplinar e extremamente complexo, pois é constituído de
várias etapas. Ao interpretar uma peça o intérprete se depara com
possibilidades musicais presentes no texto musical e deve fazer suas
escolhas. A mensagem musical só terá viabilidade própria se for traduzida
por ele. Revelar o valor expressivo da música, seu estilo e concepção,
transformando o texto extraído da partitura em uma experiência nova a
cada performance. (LIMA: 2006, p. 13)
2
A escolha de um trabalho de pesquisa acerca da interpretação de Música para
Trompete Solo do compositor Estércio Marquez Cunha, se dá por alguns fatores, além de seu
material sonoro e composicional por si só poderem justificar a mesma. Dentre eles, a
proximidade e acesso imediato com o compositor para auxílio concernente a composição,
por ser uma música que explora elementos estéticos, técnicos e de timbre que a concede um
alto grau de dificuldade de execução e ainda por se tratar de uma obra com uma grande
escassez de pesquisas e trabalhos registrados.
A relação do pesquisador com o compositor da peça proposta é muito importante,
seja por encontros, entrevistas concedidas, materiais deixados pelo mesmo ou por auxílio
daqueles que conviveram ou mesmo estudaram com o mesmo, com intuito de estabelecer
contato com as ideias do compositor e aspectos da estética de sua obra. Esse contato
intérprete – compositor é muito importante podendo auxiliar muito o interprete para uma
melhor compreensão da obra proposta.
Sendo o objetivo principal do trabalho apresentar e propor sugestões interpretativas
da obra Música para Trompete Solo do compositor Estércio Marquez Cunha, será levado em
conta os aspectos que marcam sua composição, caracterizam seu estilo musical, as
particularidades da Música para Trompete Solo através das características do seu discurso
musical e diversos aspectos da escrita musical da peça e suas interrelações, além de discutir
questões técnicas do instrumento inerentes ao texto musical e a performance.
A decodificação e a interpretação de um texto musical, em todos os seus
níveis, e o preparo técnico para a realização instrumental resultam de
profunda elaboração intelectual. O intérprete transita ao natural por
esses caminhos como parte integrante de sua atividade; é, portanto, e
pela sua própria natureza, um pesquisador, no sentido amplo do termo.
(GUERCHFELD, 2004, p.14 apud FAGERLANDE, 2010, p.95)
No meio acadêmico a palavra performance é utilizada com um significado similar ao
das palavras interpretação, execução e prática. Porém, o grande questionamento é qual a
contribuição do intérprete para o meio acadêmico. (LIMA: 2006, p. 12).
3
De acordo com Cardassi (2006) o registro dos processos de aprendizagem de uma obra
musical é sem dúvidas uma das experiências mais enriquecedoras do intérprete-pesquisador
de hoje, e esses registros de suas experiências práticas virão, sem a menor dúvida, facilitar o
caminho para futuros alunos e produzir o aprofundamento esperado na área de pesquisa em
performance musical.
Segundo Tourinho (apud CARDASSI, 2006, p.56), uma quantidade expressiva de
intérpretes e professores ainda não veem como necessidade e de importância o fato de
registrar e perpetuar por escrito o seu trabalho como docente ou executante e considerar a
pesquisa sistemática não pertinente ao seu campo de ação.
Contrapondo esse cenário, por ora, escasso de trabalhos escritos e registrados na área
performance musical, a pesquisa em questão tentará gerar um maior conhecimento sobre a
Música para Trompete Solo que é pouca explorada nesse contexto e a área de pesquisa em
performance musical, para a utilização por intérpretes, alunos, professores e pesquisadores.
A interpretação musical em sua essência não pressupõe modelos pré-
estabelecidos para o músico, entretanto, falar de fidelidade ou liberdade
de interpretação contempla contradições. O primeiro ponto em questão é
o de que o intérprete possui diversas opções de posicionamento no
conjunto compositor, obra, intérprete, público. Uma obra, qual seja, não
dispõem de apenas um significado, mas de diversos que são ou serão
descobertos por cada artista em suas performances. (APRO, 2006, p. 28)
A metodologia de pesquisa desse trabalho procedeu uma revisão da literatura no
campo da performance musical. Toda análise buscou aspectos inerentes à problematização,
como a importância da pesquisa da performance musical e a complexidade da interpretação
musical. Segundo Sinico e Winter (2012) a performance musical demanda de um vasto
conjunto de conhecimentos, não apenas musicais, que por fim auxiliarão no processo de
construção e entendimento para a interpretação de determinada obra. Os aspectos históricos,
técnicos e estéticos ligados ao objeto serão confrontados afim de promover comparações e
reflexões para a ilustração do resultado da pesquisa.
4
2. MÚSICA PARA TROMPETE SOLO E CONTEXTUALIZAÇÕES
2.1. Estércio Marquez Cunha: vida e obra
Alguns autores, como Costa (2015) e Seoud (2014), descrevem de forma sucinta a
vida do compositor Estércio Marquez Cunha. Nasceu em 1941, é natural de Goiatuba, cidade
do interior de Goiás. Durante a infância e adolescência em Goiânia, iniciou seus estudos de
música com a pianista Amélia Brandão. Mais tarde ingressa no Conservatório Goiano de
Música, estudando na classe da professora Dalva Maria Pires Machado Bragança.
Figura 1 - Estércio Marquez Cunha
Na década de 1960, se muda para o Rio de Janeiro, para estudar piano no
Conservatório Brasileiro de Música com Elzira Amábile e consequentemente recebe
incentivo por parte da sua professora de harmonia, Virginia Fiusa, para investir na área de
composição musical. No mesmo período, ainda no Rio de janeiro, cursa Teoria e Analise na
Escola Nacional de Música com a professora Maria Luiza de Mattos Priolli. Lecionou Teoria
Musical no Curso Técnico Profissional do CBM, entre os anos de 1962 e 1967, além de
lecionar nas escolas de primeiro e segundo graus do então Estado da Guanabara.
A partir de 1967, de volta a Goiânia, assume o cargo de Professor Catedrático no
Conservatório de Música da Universidade Federal de Goiás, atual Escola de Música e Artes
5
Cênicas da UFG. Durante a década de 1970 participa como professor convidado da
Universidade Federal de Uberlândia e posteriormente segue para os Estados Unidos onde
cursa na Oklahoma University o Mestrado em Música e o Doutorado em Artes Musicais com
ênfase em composição, sobre a orientação dos professores Ray Luke, Irvin Wagner e Michael
Hennagin. Nesse período, também começa a escrever muitas obras do gênero música-teatro,
o que o leva a ter aulas de teatro com Carveth Osterhaus.
De volta para o Brasil em 1982, reassume como professor suas aulas no Instituto de
Artes da UFG, permanecendo até o ano de 1995, até se aposentar. A partir daí, atua por dois
anos como professor do Curso de Especialização em Música da Faculdade de Música Carlos
Gomes, em São Paulo e também como professor convidado do Programa de Pós-Graduação da
Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Desde então, dedica- se
a compor e a dar aulas de música e composição.
Sua obra musical, é composta para uma diversidade de grupos e formações, como, peças
solo, música de câmara, composições para coro, para banda, para orquestra, concertos para
solista e orquestra, música-teatro e ópera, tem sido apresentada no Brasil e no exterior.
2.2. Considerações sobre a Música Para Trompete Solo
A Música Para Trompete Solo foi composta pelo compositor Estércio Marquez Cunha
no ano de 2005 e dedicada ao trompetista goiano Alessandro da Costa. A composição em
questão certamente apresenta-se como uma obra que pode ser inserida no repertório seleto do
universo do trompete. Trata-se, com certeza, de uma obra do século XXI para trompete
desacompanhado que merece estar no repertório trompetístico. Alguns pontos que envolvem o
universo da composição e do intérprete devem ser insistentemente pautados, como os aspectos
históricos do compositor e de sua música, as peculiaridades da obra e sua escrita musical e os
enfoques técnicos do instrumento competentes à música.
As obras para instrumento solista sem acompanhamento, são de extrema
de dificuldade de interpretação, sendo que toda responsabilidade depende
apenas de um intérprete. O músico que se dispõem a realizar esse tipo de
repertório, diferente do tradicional, necessita extrair e compreender todo o
conteúdo presente em seu texto musical, de forma a explorar todo o
potencial sonoro, rítmico, estético, entre outros, da música em questão.
(LOPES, 2010, p.829)
6
Costa (2015) afirma que tanto a composição quanto a interpretação buscam transmitir
um significado ou ideia musical e ainda que na leitura interpretativa, esses sinais são apenas
uma referência para as decisões que o músico deve tomar na construção da sua interpretação.
A Música Para Trompete Solo é ainda única obra do gênero escrita pelo compositor.
Sua estrutura¹ alterna dois diferentes tipos de subdivisões: o compositor sugere a primeira
em andamento semínima igual a 40 bpm² com caráter calmo, e a segunda em andamento1
colcheia pontuada igual a 80 bpm, de caráter mais agitado.
A primeira subdivisão em andamento semínima igual a 40 bpm não possui indicação
de compasso. Um discurso fragmentado é realçado por frases curtas separadas
frequentemente por pausas. (Figura 2).
Figura 2 - Discurso fragmentado por frases curtas e separadas por pausas
Apresenta uma tessitura de mais de duas oitavas com uma variação de intensidade
que vai do pianíssimo ao fortíssimo, sendo que usualmente essas variações são de maneira
súbitas. Sua variedade rítmica é caracterizada pelo uso constante de tercinas e síncopes.
A segunda subdivisão em andamento colcheia pontuada igual a 80 bpm expõe um
estilo mais vivo. As frases são mais fragmentadas e com pouquíssimas e curtas separações
por silêncio. Nessa subdivisão diferentemente da primeira se têm barras de compassos
estabelecidas enfatizando uma maior rigidez métrica. As articulações têm ênfase nos sons
separados que se destacam nessa subdivisão em conjunto com uma dinâmica de intensidade
com sons mais fortes. (Figura 3)
Figura 3 - Secção com ênfase nos sons separados
¹A partitura da Música para Trompete Solo pode ser visualizada no fac símile e na obra digitalizada nos anexos
A e B.
² bpm = batidas por minuto
7
Ao transcorrer da composição é perceptível um agrupamento sonoro feito pelo
compositor, com o surgimento de notas de forma gradual (Figura 4). Segundo Costa (2015)
esse agrupamento é entendido como o tratamento dado ao conjunto de notas que aparecem,
gradativamente, em um determinado trecho da composição e que se torna recursivo ao longo
da peça.
Figura 4 - Agrupamento sonoro
Na Música Para Trompete Solo são utilizadas todas as doze notas da escala
cromática, porém, sem a obrigatoriedade de apresentar todas as notas para repetir qualquer
nota anterior. Apesar da obra terminar com uma série dodecafônica (Figura 5), a mesma não
pode ser classificada como sendo obra dodecafônica, e sim uma música atonal.
Figura 5 - Série dodecafônica no fim da obra
O silêncio na Música Para Trompete Solo é muito mais que ausência de som. O
silencio é parte fundamental da música e aqui em especial mostra-se como um elemento
independente que de forma bem significativa envolve o âmbito sonoro da composição.
Segundo Seoud (2014) “Estércio diz que realmente começou a usar o silêncio, enquanto
elemento essencial à expressividade em sua música, só a partir da década de 1970”. Nota -se
que todas as secções da música são finalizadas com pausas.
Tanto o som quanto o silêncio são elementos que definem o espaço sonoro da
música, ocupado pelas dimensões horizontal (desenho melódico) e vertical
(relação das linhas harmônicas) e ainda no sentido da perspectiva (timbres e
intensidade). A intensidade dos pontos culminantes é então valorizada pelos
silêncios que vão sendo progressivamente preenchidos.
(LABOISSIÈRE,2007, p.132).
8
As pausas devem ser interpretadas na íntegra de forma a contribuir e realçar a ideia de
um discurso fragmentado que a obra apresenta, principalmente nas seções com andamento mais
lento (Figura 6). O som não pode ocupar seu espaço e o contrário é válido de maneira
semelhante.
Figura 6 - Valorização das pausas no discurso fragmentado
Outro aspecto de destaque é a dinâmica que o compositor, Estércio Marquez Cunha, de
maneira singular explora intensamente e diversamente suas mais variadas formas no decorrer
da peça em todas suas subdivisões. Outro ponto relevante se traduz nas pouquíssimas
indicações de articulação em todo decorrer da música (Figura 9).
Figura 7 - Variações de dinâmicas
Figura 8 - Variações de dinâmicas e um dos poucos sinais de articulação
Figura 9 - Um dos poucos sinais de articulação
9
3. SUGESTÕES INTERPRETATIVAS
A existência da relação entre a interpretação musical e conhecimento é válida. Uma
performance musical coesa se identifica com uma vasta organização de ideias do indivíduo
que realizou tal execução. O performer musical necessita de um complexo conjunto de
conhecimentos, não apenas musicais, que auxiliarão no processo de construção e
entendimento para a interpretação de determinada obra.
Para Apro (2006) a interpretação musical envolve conceitos sem medidas e sua
relação com o conhecimento comporta: desde história da música, base teórica em harmonia,
contraponto, entre outros, até o debate com os domínios mais amplos da história geral,
sociologia, filosofia e congêneres.
Diante da obra musical, o intérprete possui diversas opções de posicionamento, por
exemplo, a obra, o compositor, o intérprete ou o público. E ainda, na escolha da obra, o que
deve ser mais ressaltado, o texto, a mensagem, ou, o documento, a partitura em si? (APRO:
2006, p. 28)
As obras para instrumento solista sem acompanhamento, nesse caso o trompete solo,
são composições de extrema dificuldade de interpretação, sendo que tudo está a cargo de
apenas uma pessoa. Lopes (2010) ainda afirma que uma peça solo não permite ao trompetista
determinada pausa para eventuais descansos, pois não há outro instrumento para “solar”
durantes as pausas, o intérprete deve demonstrar pleno domínio do seu instrumento, de forma
que possíveis deficiências suas não comprometam a boa performance de uma obra.
O interprete que se dispõem a realizar esse tipo de repertório, diferente do tradicional,
necessita extrair e compreender todo o conteúdo presente em seu texto musical, de forma a
explorar todo o potencial, sonoro, rítmico, estético, entre outros, da música em questão.
Oferecer um tratamento para pontos específicos da estrutura da obra,
isolando partes que possam ser melhor manejadas, facilita o surgimento
de informações que enriquecem a interpretação. O intérprete, analisando
minuciosamente os aspectos que lhe chamam a atenção na partitura,
consegue revelar o que, de fato, determina a individualidade da obra.
(COSTA, 2015, p. 23)
10
3.1. Andamento
A definição de um andamento para determinada peça, a relação entre os diversos tempos
e movimentos em uma obra está intimamente ligada à proposta de cada interprete. Análogo a
fala, as frases têm seu próprio andamento, que independem do conteúdo do texto. Os
andamentos sugeridos pelo compositor em qualquer obra são relativos, e podem variar para
mais rápido ou mais lento, a depender da sugestão do interprete e/ou mesmo das
particularidades técnicas do instrumento, sem prejuízos ao discurso musical proposto na
partitura.
Na Música Para Trompete Solo, o compositor Estércio Marquez Cunha sugere
andamentos para as distintas seções de sua obra. Na primeira subdivisão o compositor não
utiliza barras de compasso, com um caráter mais calmo sugere a semínima igual a 40 bpm.
Nossa sugestão é que em todas as exposições da primeira seção a semínima seja igual a 52 bpm,
um pouco mais rápido que a sugestão da partitura, porém, mantendo o mesmo caráter.
Na segunda seção o compositor sugere a colcheia pontuada igual a 80 bpm. Nossa
sugestão é que em todas suas exposições apresentem a colcheia pontuada igual a 70 bpm, um
pouco mais lento que o proposto pelo compositor, mantendo ainda assim um caráter frenético.
Durante toda a obra notamos que não existem indicações relacionadas ao caráter,
deixando tudo a responsabilidade do próprio intérprete. Essa responsabilidade, no entanto,
compete o equilíbrio que o performer deve ter com métrica existente na obra e sua
expressividade. Segundo Amaral “ao deduzir que quanto maior for o domínio rítmico, menor
será o efeito inibitório, podemos entender por que tocar com métrica rígida é fundamental para
uma interpretação expressiva mais elaborada” (HIGUCHI & LEITE, 2007, p. 204 apud
AMARAL, 2011, p.13)
3.2. Dinâmica
Segundo a definição do Norton /Grove Dictionary of Music,
Dinâmica é o aspecto musical resultante da expressão causada pela variação
do volume do som. Qualquer variação que altere a projeção, a articulação ou
o timbre do som é considerada dinâmica. Já no século XVI apareceram os
primeiros sinais de dinâmica na música para Alaúde (f= forte e p= piano), mas
eram raramente encontrados até o século XVII. No século XVIII apareceram
os sinais de crescendo e diminuendo característicos da música orquestral
italiana da primeira metade do século. Só com romantismo a dinâmica teve
seu amadurecimento. (SIMÕES, 2001, p.35 Apud Norton/ Grove Dictionary
11
of Music. New York: Stanley Sadie, 1988, p. 227).
A Música para Trompete Solo apresenta em sua estrutura uma dinâmica bem
diversificada e explorada pelo compositor (Figura 10). Sugerimos algumas poucas alterações
em determinados fragmentos, mantendo quase todas as indicações do compositor na partitura.
Nessa obra percebe-se que a dinâmica é um dos elementos estruturais
responsáveis pela modelação dos contrastes tímbricos, sendo notáveis as
nuances sonoras advindas da grande diversidade de intensidades inclusas na
peça. Todo som existe em uma certa intensidade sonora, só podendo ser
percebido através das vibrações que chegam ao ouvido. Portanto, a
intensidade é algo indissociável da constituição física do som. Dessa forma,
qualquer parâmetro que dependa do som para existir também possui ligação
com a intensidade. O timbre, como um parâmetro do som, está diretamente
relacionado com a intensidade. (COSTA, 2015, p.23)
Figura 10 - Dinâmica bem diversificada
É responsabilidade do interprete definir os graus de dinâmica em uma performance,
lembrando que esses devem coexistir com seus ideais do discurso musical. Simões (2001)
afirma que tudo em dinâmica é relativo, dependendo do estilo, do período, do compositor, do interprete,
do maestro, da acústica do espaço físico, da formação envolvida, do contexto musical e do equipamento
usado.
Sugerimos nos dois trechos a seguir uma mudança na dinâmica proposta pelo
compositor, alterando os sons mezzo fortes escritos por fortes, com intuito de realçar o contraste
com o piano escrito.
Figura 11 - Alterações na dinâmica para realçar o contraste
12
Figura 12 - Alterações na dinâmica para realçar o contraste
No trecho seguinte (figura 13) sugerimos a substituição do pianíssimo com crescendo
para o piano escrito para piano com crescendo para mezzo piano. A sugestão fundamenta-se na
altura das notas escritas, por se tratar de uma região mais grave para o trompete, preferimos um
maior grau de dinâmica para esse trecho.
Figura 13 - Maior grau de dinâmica
Para manter um maior contraste entre as subdivisões da obra, sugerimos no trecho P3 a
dinâmica forte ao invés do mezzo forte que a partitura apresenta.
Figura 14 - Substituição do mezzo forte por forte
3.3. Articulação
A articulação na música é composta basicamente por dois elementos, sons ligados ou
separados. Para Amaral (2014) a articulação e as diferentes formas de se entender e tocar os
sinais indicados pelo compositor é um relevante aspecto que diferencia interpretações musicais.
Charles Schlueter, primeiro trompete da Orquestra Sinfônica de Boston por mais de 30
anos, em seu livro Zen e a Arte do Trompete define a articulação.
O que é este processo a que chamamos de articulação? Trata-se de como as
notas são conectadas – seja por som ou por silêncio. Sim, também por silêncio.
13
Uma ligadura é o som que conecta notas de alturas diferentes. Silêncio é mais
difícil de definir; não é suficiente dizer “ausência de música”, porque o
silêncio entre as notas é tão importante para a expressão quanto o som das
próprias notas: silêncio e notas são parceiros. Uma pausa é uma notação para
o silêncio. Mas todas as notas não conectadas por som (i.e., detaché), notas
legato e staccato são conectadas por silêncio: o problema é “quanto silêncio”.
(SCHLUETER, 1996).
A articulação musical carrega sinais e/ou palavras como tenuto, staccato, acento, legato,
entre outros, que para determinadas passagens o compositor deseja maneiras particulares para
tais articulações. Desse modo, diferentes articulações podem modificar determinado trecho de
forma a deixa-lo irreconhecível, assim como, o discurso musical do trecho pode tanto parecer
mais claro pela articulação ou mais obscuro.
Na Música para Trompete Solo como dito anteriormente, o compositor usa poucos
sinais de diferenciação de articulações. Assim, em determinados trechos, principalmente nas
secções mais rápidas, sugerimos o acréscimo de articulações.
Nos trechos seguintes, no final das ligaduras com mudanças de altura sugerimos um
ponto na última nota para destacarmos que a ligadura terminou, evidenciando o corte. Nos
ritmos binários de fusas sugerimos pontos de abreviação para uma maior clareza da estrutura
melódica.
Figura 15 – Inserção de pontos de abreviação
Já nas quiálteras de fusas sugerimos que as notas sejam o mais conectado possível com
14
a utilização do staccato triplo para uma maior agilidade e leveza. Tratamos de maneira
semelhante ao que Farkas diz respeito ao staccato duplo, “um refinamento adicional da
articulação em staccato duplo pode ser utilizado quando a passagem requer articulação
extremamente leve e rápida” (AMARAL,2014, p.25 apud FARKAS, 1989, p. 49)
3.4. Fraseado
A música, em quase sua totalidade, é um discurso melódico-harmônico exatamente
articulado e marcado por aquela interpunção que é representada pelas cesuras e cadências.
(MAGNANI,1996, p.103). A base desse discurso é a frase, que em seu trajeto apresenta início,
meio e fim, tendo em si um sentido completo.
Em geral, na Música para Trompete Solo o compositor utiliza frases constituídas por
diversos fragmentos sonoros. A essas frações sonoras damos o nome de incisos.
O inciso é um valor plástico e, portanto, espacial, ritmicamente organizado
numa sequência temporal. Nele tem raízes a originalidade da obra. Na música
contemporânea – geralmente avessa às grandes expansões temáticas -, as
microestruturas tornam-se extraordinariamente importantes e o inciso pode vir
a ser o único gerador de uma estrutura completa. (MAGNANI,1996, p.105)
Basicamente, toda movimentação da peça é baseada nas quiálteras, tanto nas colcheias
quanto semínimas. Sobre as quiálteras, o compositor às descreve:
Ela é muito sensual... essa quiáltera. Ela amolece, ela é como se estivesse
dando uma amolecida, dengosa, enfim, eu vejo a quiáltera sempre como um
amolecimento da síncopa. Então parece que ela flui mais, sei lá, é isso, ela é
mais sensual que uma síncopa. (...) A quiáltera, também essa quiáltera de 3 no
compasso de 2, ela desloca o tempo e se eu vou emendando uma quiáltera com
outra e outra, então eu vou deslocando o tempo todinho. (SEOUD,2014, p.25
apud GARCIA,2002, p.89)
Para AMARAL (2014) o agrupamento confirma o movimento da frase musical e
também a organização e precisão na execução das células rítmicas. Segundo McGill, a
“compreensão do agrupamento de notas desencadeia o movimento para frente, a expressão, a
música dentro de cada nota” (McGILL, 2007, p. 29). Ele ainda completa sua ideia afirmando
que a “Música não é notas. Música é o que as notas fazem” (ibidem, p. 29).
A escrita da Música para Trompete Solo corrobora com a movimentação das frases
sempre para frente. Sendo isso, mais notório nas partes lentas e líricas da obra. Para Simões
15
(2001) esse princípio estende-se à conexão entre as próprias notas, sempre do tempo fraco para
o tempo forte, alternando continuamente tensão e repouso, evidenciando a ideia de movimento
durante cada frase musical.
Figura 16 - Movimentação das frases
Figura 17 - Movimentação das frases
Segundo Schlueter “as notas quase nunca são agrupadas de acordo com a barra de compasso,
ou marcações de articulação. Qualquer nota que vem depois do beat (batida) pertence ao próximo beat
(batida). É aonde as notas vão e não de onde elas estão vindo”. (CORDÃO, 2009, p.35).
Nas subdivisões mais agitadas sugerimos que o intérprete mantenha essa ideia de
conexão das notas, do tempo fraco para o tempo forte, com intuito do discurso musical ficar
mais coeso. Propomos assim, uma forma de impulso métrico conectando cada compasso com
o seguinte.
Figura 18 - Impulso métrico
16
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer do presente trabalho, busca-se estabelecer e propor sugestões
interpretativas da Música para Trompete solo (2005), do compositor Estércio Marquez Cunha,
que foi dedicada ao trompetista Alessandro Costa e estreada por Antônio Marcos Souza
Cardoso em Goiânia.
Abordamos os aspectos inerentes à problematização, como a importância da pesquisa
em performance musical e a complexidade da interpretação musical. Mostramos um pouco da
vida de Estércio Marquez Cunha e discutimos as particularidades de sua obra com a finalidade
de gerar um maior conhecimento sobre a Música para Trompete Solo. Uma obra que ainda é
pouca explorada nesse contexto da área de pesquisa em performance musical convindo assim
para uma futura utilização por intérpretes, alunos, professores e pesquisadores.
Estabelecer um conceito de performance e interpretação da Música para Trompete Solo,
é um trabalho que depende de fatores relacionados à análise da partitura e da experiência do
intérprete. Dessa forma, procuramos abordar neste trabalho os principais pontos significativos
da obra, como, andamento, dinâmica, articulação e fraseado, oferecendo sugestões
interpretativas de toda a obra.
Como em todo processo interpretativo, sempre surgem novas ideias, seja nos
ensaios como em concertos, para várias questões desta obra. Não no que diz
respeito a grandes conceitos estruturais, mas a pequenos detalhes, que variam
um pouco em cada apresentação. O intérprete sempre experimenta
transformações diárias, o que contribui para tornar a arte interpretativa cada
vez mais viva. É o retrato de um instante, de um momento, com todas as suas
peculiaridades e particularidades, que jamais se repetirá (FAGERLANDE,
2010, p.96).
Logo, todas as sugestões são passíveis de mudanças, a depender de novas ideias, ou
interpretações ou de um momento particular. Nesta ocasião, as sugestões foram baseadas na
experiência e vivência da interpretação da obra, da pesquisa a partir de uma revisão de literatura
e dá analise da peça.
17
REFERÊNCIAS
AMARAL, G. Desafio XIV para trompete e piano de Marlos Nobre: Uma abordagem
interpretativa. Dissertação de Mestrado. Goiânia. Programa de Pós-Graduação em Música.
Escola de Música e Artes Cênicas – UFG, 2013.
APRO, Flávio. Interpretação musical: um universo (ainda) em construção. In: LIMA,
Sonia Albano de. (Org.). Performance e interpretação musical: uma prática
interdisciplinar. São Paulo: Musa Editora, 2006, p. 24-37. Musa música, v. 9.
CARDASSI, L. Sequenza IV de Luciano Berio: estratégias de aprendizagem e
performance. Per Musi, Belo Horizonte, n.14, p.44-56, 2006.
CARDOSO, A. Duas saídas para uma Intrada: Comparando interpretações. DAPesquisa,
Florianópolis, Ano 7, n.7, p.378-391,2010.
CORDÃO, C. Note Grouping: Uma ferramenta interpretativa como facilitadora do
aspecto técnico do trompete no Concerto de Edmundo Villani- Côrtes. Dissertação de
Mestrado. Rio de Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Música.Cento de Artes e
Letras- UFRJ,2010.
COSTA, A. A dinâmica na caracterização do timbre na Música para Trompete Solo, de
Estércio Marquez Cunha. Dissertação de Mestrado. Goiânia. Programa de Pós-Graduação
em Música. Escola de Música e Artes Cênicas – UFG, 2015.
FAGERLANDE, Aloysio Moraes Rego. Trio (1921) para oboé, clarineta e fagote, de
Heitor Villa-Lobos: Uma abordagem interpretativa. Opus, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 70-98,
2010.
LABOSSIÉRE, M. Interpretação Musical: a dimensão recriadora da “ comunicação”
poética. São Paulo: Annablume, 2007.
LIMA, Sonia Albano de (org.). Performance & interpretação musical: uma prática
interdisciplinar. São Paulo: Musa Editora, 2006.
LOPES, M. V. Considerações sobre a interpretação da peça Alecrim para trompete sem
acompanhamento. In: I Simpósio Brasileiro de Pós-Graduandos em Música, v.1, 2010, Rio
de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro: SIMPOM,2010. p.827-836.
MAGNANI, S. Expressão e Comunicação na Linguagem da Música. Belo Horizonte:
UFMG. 1989.
SEOUD, R. Um caso de releitura musical na obra de Estércio Marquez Cunha. Dissertação
de Graduação. Universidade Federal de Goiás. Escola de Música e Artes Cênicas. Goiânia.
2014
SIMÕES, N. A. A escola de trompete de Boston e sua influência no Brasil. In: Revista
Debates, 2001, Rio de janeiro. Debates. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2001. v. 05. p. 18-43.
18
SINICO, A.; WINTER, L. L. Ansiedade na Performance Musical: definições, causas,
sintomas, estratégias e tratamentos. Revista do Conservatório de Música (Online), v. 5, p.
36R64, 2012.
SCHLUETER, Charles. Zen and the Art of the Trumpet. Boston, 1996. (Não publicado).
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ANEXOS
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ANEXO A – Fac-Símile da Música para Trompete Solo, de Estércio
Marquez Cunha
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ANEXO B – Digitalização da Música para Trompete Solo, de Estércio
Marquez Cunha, por Alessandro Costa.
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ANEXO C Edição Interpretativa da Música para Trompete Solo, de Estércio
Marquez Cunha, por Vinícius Côrtes
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