Substituir o gasóleo pela eletricidade Trevo · transporte iluminação climatização produção...

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1 Trevo

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Substituir o gasóleo pela eletricidade

Trevo

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“A SONAE está muito focada em ser o mais eco-eficiente possível na utilização dos recursos

energéticos, pois isso favorece a sustentabilidade da empresa. O que nunca descartamos, neste como em todos os temas da sua atividade, é a

possibilidade de melhoria contínua, pelo que todos os dias olhamos para as soluções que temos e

analisamos como podemos ser ainda mais eficientes.

Os investimentos em medidas de eficiência energética fazem parte do investimento normal da

empresa. Acreditamos que as empresas devem procurar sempre o desenvolvimento sustentável do

negócio, pelo que temos uma preocupação permanente com todas as variáveis do nosso

negócio que possam contribuir para um mundo melhor do ponto de vista, social, ambiental e

económico.”

José Fortunato Administrador SONAE MC

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3.415.000.000€ Volume de vendas

em 2013

26.044

Colaboradores

Trevo

Investimento 4.500.000€

Payback 0,5 anos

Poupança no final dos 4 anos

Poupança estimada a cinco anos

Poupança estimada a 10 anos

9.400.000€

11.800.000€

23.500.000€

Custo redução energia anual (tep) 388€/tep

Duração da implementação 4 anos

Fonte de energia Eletricidade

Tipo de intervenção

comportamental processual tecnológica

Tipo de consumo

transporte iluminação climatização produção industrial

antes depois variação

Consumo de energia (tep) 76.531 73.633 -3,8%

Custo de energia anual (euros) 28.264 34.278 21,3%

Emissões de CO2 (ton equivalentes) 167.300 160.966 -3,8%

A ser implementado desde 2010, o projeto Trevo tem como objetivo a redução da dependência de energia de forma sustentada e amiga do ambiente. O projeto foi operacionalizado em três vertentes: otimização dos contratos de energia, redução do consumo de energia e produção de energia por fontes renováveis. O Trevo é uma estratégia global, onde todos os projetos estão interconectados, criando sinergias entre si. Entre as inúmeras medidas implementadas, o projeto engloba a instalação de 93 centrais de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis, 92 centrais fotovoltaicas e um gerador eólico. Para além do aumento da sustentabilidade, da redução de custos e do aumento da rendibilidade, os principais resultados do Trevo estão ao nível do aumento do conhecimento obtido em áreas essenciais ao negócio.

Objetivo

Diminuição do consumo energético

Consumo de energia e emissões de tonCO2 antes e depois do projeto

Características do projeto

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Trevo

A política de desenvolvimento responsável da

Sonae MC, aliada à pressão dos custos

energéticos e à preponderância crescente da

fatura energética na estrutura de custos, levou à

criação do Trevo. O projeto, iniciado em 2010,

tem vindo a minimizar a pegada ambiental da

Sonae MC e a reduzir os consumos de energia.

O Trevo tem como objetivo principal a redução

da dependência de energia, através da ação

contínua e concomitante em três vertentes:

otimização dos contratos de energia, redução do

consumo de energia e produção de energia por

fontes renováveis.

No projeto o resultado das diferentes medidas de

cariz multidisciplinar, são definidos

individualmente através de objetivos

quantitativos. A viabilidade económico-financeira

de cada vertente do mesmo é alvo de análise

isolada, sendo que na maior parte dos casos é

realizado um piloto numa amostra representativa

do universo da Sonae MC. A aferição dos

resultados é abrangente, incidindo não só nas

poupanças energéticas mas também, na

avaliação do impacto na operação.

Uma vez que os objetivos definidos para o Trevo

estão em linha com a política de sustentabilidade

da Sonae, a recetividade da Administração foi

total. Aliás, foi a orientação e a estratégia

definida pelo Conselho de Administração da

Sonae, que levou ao desenvolvimento do Trevo.

Otimização dos contratos de energia

Na primeira vertente do projeto - otimização dos

contratos de energia - a criação do Mercado

Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e a consequente

liberalização em Portugal, deu origem a uma

nova abordagem para a aquisição de energia,

com novas ferramentas do mercado: mercado

diário OMIE – transações de energia elétrica para

o dia seguinte - e mercado de futuros OMIP –

negociação de contratos de futuros.

Para dinamizar a relação com os diversos

intervenientes no mercado elétrico, e de forma a

aproveitar a nova dinâmica do mercado, a Sonae

MC adotou uma estratégia pioneira. Passou a

adquirir energia por blocos e em vários

momentos, aproveitando as melhores

oportunidades de compra. Passou a promover a

competitividade entre vários comercializadores,

mantendo mais do que um ativo. E diversificou o

tipo de contratos ao nível de maturidade e de

exposição ao mercado de energia: diário (OMIE) e

futuros (OMIP).

Redução dos consumos de energia

Na vertente de redução do consumo foram

implementadas medidas de racionalização de

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energia nos principais consumidores das lojas,

refrigeração, iluminação e climatização. A

principal dificuldade destas medidas esteve

sempre relacionada com o número de lojas

envolvidas e com a sua dispersão geográfica.

Na refrigeração, os sistemas de controlo das

centrais de frio passaram a ser regulados de

forma automática, tendo em conta as condições

climatéricas exteriores e as necessidades dos

postos frigoríficos.

Foram instalados e-cubes nos postos frigoríficos.

Os e-cubes são dispositivos que transmitem

informação mais fiável sobre a temperatura dos

alimentos aos termostatos dos sistemas de

refrigeração, permitindo poupar energia e

garantir a integridade dos alimentos.

As centrais de frio das lojas foram dotadas de

analisadores de energia e a monitorização dos

consumos de energia passou a ser feita

remotamente, através de uma aplicação

informática desenvolvida para a Sonae MC.

Em lojas novas ou remodeladas, foram instalados

expositores de frio fechados, que consomem em

média, menos 30% de energia que os expositores

abertos. Na produção de frio, foram

implementadas diferentes tecnologias que

utilizam fluidos mais eficientes e sustentáveis.

A iluminação, o segundo principal consumidor de

energia da Sonae MC, também foi objeto de

várias melhorias. As lâmpadas fluorescentes

convencionais foram substituídas por lâmpadas

Eco em todas as lojas. Através de uma campanha

de limpeza, os pontos de iluminação conseguiram

ter rendimento idêntico ao do início da vida útil

do equipamento.

Nas lojas sem regulação automática de

luminosidade, o sistema de iluminação da área de

vendas foi re-eletrificado, de forma a permitir

uma regulação por escalões, consoante a

contribuição da iluminação natural da zona.

Foram também instalados tubos de luz solar em

substituição das tradicionais claraboias. As

lâmpadas fluorescentes dos expositores de frio

foram substituídas por lâmpadas LEDs. Nas lojas

novas, utilização preferencial de iluminação 100%

LED e de sistemas de regulação automática de

fluxo de luminosidade mediante a contribuição

da luz natural.

No setor da climatização, os valores de set-point

– níveis de temperatura adotados - dos

equipamentos de climatização das lojas foram

regulados de acordo com o clima da zona em que

a loja se insere. Foi realizado um estudo da

implementação de um modelo de conforto

adaptativo para controlo do ambiente térmico

das lojas, tendo por base a norma europeia EN-

15251.

Como complemento à redução do consumo de

energia, foram também implementadas outras

medidas operacionais. Houve uma definição e

implementação dos horários e critérios de

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funcionamento, por tipologia de equipamento,

da luminosidade necessária às diversas atividades

- iluminação geral, de realce e de zonas de

trabalho e dos níveis de temperatura ambiente

nas áreas de vendas. Por fim, foi disponibilizada

informação de gestão de consumos de energia a

diversos níveis hierárquicos.

Desde maio de 2013, que a Sonae MC recorre à

CheckWatts, uma aplicação on-line que

monitoriza o consumo de energia em mais de 450

locais em todo o país. A monitorização do

consumo de energia, com o apoio da alarmística,

garante um melhor desempenho e uma melhor

gestão do consumo.

Para reduzir os consumos da água, a Sonae MC

instalou reguladores de caudal e fluxómetros,

que permitiram uma poupança média por

instalação de 10%.

Produção de energia por fontes renováveis

Na vertente de produção de eletricidade

descentralizada (produção local), a partir de

fontes renováveis, a Sonae MC tem avaliado

diversas tecnologias ao longo dos últimos anos. A

tecnologia que se revelou mais adequada à

tipologia dos consumos energéticos e ao tipo de

edifícios envolvidos foi a solar fotovoltaica.

Tendo em conta a área disponível nas

coberturas das lojas e a dispersão geográfica,

foram instaladas 93 centrais de produção de

eletricidade a partir de fontes renováveis, 92

centrais fotovoltaicas e um gerador eólico. Em

conjunto, atingem mais de 5 MW de potência

instalada. Durante 2013, a Sonae MC produziu

um total de 6 GWh por meio de fontes

renováveis.

Esta realidade posiciona a Sonae em 6º lugar

entre os projetos de produção de energia solar

fotovoltaica em cadeias europeias de retalho

alimentar e em 15º a nível europeu. Estão agora

em estudo oportunidades decorrentes do novo

enquadramento legal de produção para

autoconsumo.

Lições aprendidas

Um dos fatores críticos para o sucesso do

projeto foi o compromisso e apoio da administração.

O envolvimento transversal das várias áreas da empresa é importante para

garantir a sustentabilidade das medidas aplicadas.

A consultoria técnica é importante para

permitir o aumento do conhecimento em empresas cujo core business não é a

energia.

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A gestão do projeto Trevo

A equipa de gestão do projeto Trevo é

constituída por representantes dos vários

departamentos: operações, logística e estruturas

centrais, sendo as mais relevantes as áreas de

controlo de custos, equipamentos e construção e

sistemas de informação. Este grupo

multidisciplinar, que integra também uma

empresa externa de consultoria em energia,

fornecedores e instaladores, consegue ter uma

visão global das necessidades da empresa.

A equipa reúne periodicamente para fazer o

ponto de situação das intervenções, resolução de

obstáculos e controlo parcial de resultados.

Em alguns casos, o Trevo utiliza software

colaborativo online para gerir os projetos, com o

intuito de controlar todas as fases e o

cumprimento de metas em relação a cada

intervenção do fornecedor ou instalador. O

software permite o desenvolvimento e

acompanhamento dos Key Performance Indicator

(KPIs) de cada linha de ação.

Todas as ideias teoricamente viáveis que

envolvam um investimento significativo são

previamente testados num projeto piloto, antes

de serem replicados no parque de lojas ou à

totalidade da Sonae MC. As poupanças são

monitorizadas através de contadores de energia

específicos e os resultados são sempre

correlacionados com os efeitos sobre os

parâmetros térmicos de funcionamento, como

por exemplo, temperaturas dos postos

frigoríficos ou temperaturas ambiente.

Incentivos financeiros

Algumas das medidas de racionalização de

energia foram comparticipadas através do Plano

de Promoção da Eficiência no Consumo de

Energia Elétrica (PPEC) promovidos pela Entidade

Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE),

nomeadamente: instalação de e-cubes nos postos

frigoríficos, substituição de lâmpadas

fluorescentes por LED nos expositores de frio,

sistemas de controlo eficientes de centrais de

frio, substituição de tecnologias de iluminação

por iluminação LED e substituição de iluminação

convencional de realce por LED. O montante

global das comparticipações ascendeu a 1,5

milhões de euros.

Nos projetos abrangidos por PPEC foram

estabelecidos protocolos de colaboração com as

entidades promotoras, nomeadamente, EDP

Serviços, Associação Portuguesas de Empresas de

Distribuição (APED) e Confederação de Serviços

de Portugal (CSP).

Na implementação das centrais fotovoltaicas, em

determinada fase do projeto, foi necessário

realizar um investimento avultado, num curto

espaço de tempo. A solução encontrada foi a

celebração de uma parceria com a EDP Serviços,

através de um contrato de gestão de energia que

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SONAE MC A Sonae MC é líder no mercado nacional, no retalho alimentar, abrangendo um conjunto de insígnias com formatos e tipos de negócio distintos. Com 548 lojas, de área de venda total de 613 mil m2 e 26.404 colaboradores, em 2013 atingiu um volume de negócios de 3.415 milhões de euros e um EBITDA de 258 milhões de euros. As marcas geridas pela Sonae MC são: Continente, Continente Modelo, Continente Bom Dia, Continente Ice, Note, Bagga, Bom Bocado, Well's e Meu Super.

permitiu instalar 42 das centrais fotovoltaicas.

Aumento do conhecimento de gestão

Desde o início do Trevo, em 2010, que o ganho

na otimização dos contratos de energia está

avaliado em 3,2 milhões de euros e a poupança

de energia resultante das medidas de redução

do consumo implementadas em 5,5 milhões de

euros. A produção de energia elétrica contribuiu

com 687 mil euros.

Para além do aumento da sustentabilidade, da

redução de custos e do aumento da

rendibilidade, os principais resultados do Trevo

estão ao nível do aumento do conhecimento

obtido em áreas essenciais ao negócio. Este

conhecimento permitiu um maior domínio e

transversalidade na gestão e na capacidade de

inovação, tendo como resultado uma melhor e

mais eficiente gestão dos recursos disponíveis.

A investigação e desenvolvimento efetuada no

âmbito do Trevo tem estado alicerçado em duas

entidades: os fornecedores dos equipamentos e

as empresas de consultoria especializadas em

cada área. Adicionalmente, a Sonae tem vindo a

reforçar o quadro de pessoal com recursos

especializados nestas áreas.

Na melhoria da eficiência energética da Sonae

MC, o desenvolvimento tecnológico tem sido

crítico na criação de novas oportunidades. Com o

constante despontar de novos e mais eficientes

meios tecnológicos, a Sonae MC acredita que, à

medida que as tecnologias implementadas se vão

tornando obsolescentes, vão existir sempre

oportunidades.

Resultados mais significativos . A sustentabilidade das políticas adotadas que conduziram a uma redução de consumo de energia e também à produção de energia através de fontes renováveis, permitiram uma redução dos impactos ambientais do negócio. . A redução de custos inerentes à eletricidade originou um aumento da rendabilidade. . A melhor gestão dos equipamentos de frio, proporcionou uma maior estabilização das temperaturas dos postos frigoríficos e, consequentemente, um aumento da qualidade da segurança alimentar e redução de perdas.

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