Sexta-felra. 17 de Feverelro 2012 I Numero 153 I Director Carlos Rosado de Carvalho Directora Execut iva Nllza Rodrigues Subdirector Ant6nlo Nogueira I Pre~o Kz 400

s2012 Opiniio Avia~io Filme sobre Margareth Thatcher entre os nomeados P26

Jose Cerqueira Martin Wolf

Luanda-Porto entre as maiores rotas da TAAG PH

DIFERENltA ENTRE 0 CUSTO DAS Aq:OES E 0 VALOR DE MERCADO EM 2010

Sonangol j a "perdeu" lllais de mil milh6es USD no BCP • Como a petrollfera nacional tomou 0 maior banco portugues • Os accionistas e as participa'roes cruzadas • Os depoimentos de Amilcar Silva, presidente da ABANC, e de Joao Fonseca, vice-presidente do Banco Keve

E j a daqui a menos de duas sema­nas, mais precisamente a 28 de Fevereiro, que tera lugar a As­sembleia Geral Extraordinaria do maior banco privado luso, en-

tretanto rebaptizado Millen­nium BCP, que, espera-se, vai marcar 0 inicio de uma nova era para a instituic;:ao com a altera­c;:ao dos estatutos, a eleic;:ao de

novos 6rgaos sociais. Alem de no­vos estatutos e novos dirigentes, a instituic;:ao tera urn novo accio­nista aos comandos: a Sonangol. "Temos a ambic;:ao de criar urn

BLOCO 31

Angola adquire os 25% da Exxon Mobil A Sonangol, de acordo com a le­gislac;:ao nacional, usou 0 seu "direito de preferencia" para adquirir os 25% de participa­c;:ao da ExxonMobil no Bloco 31, depois de a petrolifera ameri­cana os ter posto a venda. Pelo caminho ficaram tres concor­rentes asiaticos.1 P12

BCP it escala mundial", resumiu Manuel Vicente, ex-presidente do conselho de administrac;:ao da Sonangol, em Janeiro deste ano.1 P2

FINANltAS

STC agiliza transferencias ate 5 milhoes Kz A vantagem do STC para 0 sis­tema financeiro esta na quali­dade dos servic;:os prestados pelos bancos aos seus clientes, que Ihes dao a possibilidade de, com custos reduzidos e com poucos riscos operacionais, fa­zer pagamentos de uma forma muito celere. I P16

AGROM ETEOROLOGIA

Seca dificulta reembolso do credito agricola o Banco Sol, 0 BCl, 0 BAl Mi­cro Financ;:as e 0 BPC sao os bancos operadores que pode­rao ver os fundos cedidos con­vertidos em fundos perdidos caso nao haja chuva. A comis­sao tecnica do credito agricola revela que os bancos que rem renegociar. I P14

16 EXPANSAo I 17 de Fevereiro 2012

ECONOMIA & FINANCAS

BREVES

FMI prorroga stand-by

o Fundo Monetcirio Internacional (FMI) decidiu prorrogar a vigencia do acordo stand-by ate 30 de Marc;o pr6ximo "para permitir a realizac;ao da sexta e ultima avaliac;ao", de acordo com um comunicado da instituic;ao postado no seu website. o stand-by, um acordo monitorado, cuja durac;ao inicial era de 27 meses, foi firmado entre 0 Governo angolano e a instituic;ao de Bretton Woods, em Novembro de 2009, com 0 objectivo essencialmente de equilibrar a balanc;a de pagamentos e fortalecer as Reservas Internacionais Uquidas. Entretanto, a sua implementac;ao sofreu atrasos, ap6s varios pedidos por parte do Executivo para a inobservancia de alguns itens previstos. o acordo tinha termino previsto para 0 dia 22 do corrente meso

Neg6ciocom a Russia movimenta 40 milhoes usn As trocas comerciais entre Angola e Russia atingiram, ate ao terceiro trimestre de 2011, 40 milhoes USD, segundo revelou a imprensa o embaixador da Federac;ao Russa em Angola, Serguey Nenachev. Sem avanl;ar os dados estatfsticos globais do ano passado, 0 diplomata considerou que as trocas comerciais entre os dois parses ainda nao sao significativas, por nao corresponderem as necessidades e possibilidades existentes entre ambos.

Moody's corta rating de Portugal

A agencia de notac;ao de riscos Moody's baixou, segunda-feira ultima, 0 rating de Portugal e de outros cinco parses europeus. Num comunicado, a Moody's revela que os ratings de Portugal e da Italia foram cortados em um nrvel, para BA3 e A3, respect iva mente, e 0 de Espanha em dois nrveis, para A3. Ja a Eslovaquia, Eslovenia e Malta viram suas notas baixarem em um nrvel, ou seja, para A2 nos dois primeiros casos e para A3 no caso de Malta. Entretanto, a agencia ameac;a cortar 0 triplo A de Franc;a, Reino Unido e Austria, considerando que estao expostos aos "riscos financeiros e macroecon6micos crescentes que provem da Zona Euro".

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BANCA

Mercado angolano 'com nova solu~ao financeira Trata-se do STC, urn sistema de apoio it massificac;ao de pagamentos domesticos, que estaja a ser utilizado por 10 dos 23 bancos a operar no Pais. Reduc;ao de custos e de riscos operacionais e uma das vantagens do sistema, segundo especialista.

FRANCISCO DE ANDRADE

o STC e 0 novo subsistema de pagamento que entrou em ple­no funcionamento no mercado financeiro nacional, no passa­do dia 9 deste meso Atraves desta solu<;ao, pode-se efec­tuar 0 processamento de transferencias em moeda 11a­cional (kwanza), no limite ma­ximo de 5 milh5es Kz, "com ce­leridade", sem a necessidade de se deslocar a um baldio.

Em entrevista ao Expansao, Jose Rocha, director da Exic­tos (empresa que disponibili­zou 0 programa) para a area de desenvolvimento de software, justificou que 0 subsistema de transferencia a credito e, basi­camente, urn instrumento que resulta da evolu<;ao e da "ma­turidade" que 0 mercado fi­nanceiro angolano ja apresen­tao Conforme afirmou, 0 STC implementa a facilidade que os bancos podem oferecer aos seus clientes, em permitir que sejam feitos pagamentos quer pelo balcao ou por meio do In­ternet banking, sobre uma con­ta do titular, a favor de uma se­gunda pessoa que pode estar num outr~ banco.

"Imagine um caso muito simples, em que tern de se fazer transferencia de uma verba

consideravel porque comprei qualquer co is a, ou porque que­ro transferir qualquer coisa, para fazer urn pagamento. Li­mit~-me air ao servi<;o de In­ternet banking, pOI' exemplo em minha casa, preencho a 01'­

dem e, automaticamente, den­tro do horizonte temporal que 01 sistema financeiro determi­na para a compensa<;ao, estara creditado na conta do destina­tario" , explicou, para mais adiante refor<;ar que se trata de uma "grande" facilidade, na actualidade, para se fazer pa­gamentos entre pessoas, entre pessoas e empresas e ate mes­mo entre empresas.

Entretanto, a EMIS, empre­sa interbancaria de servi<;os, nesta fase de produ<;ao contro­lada do projecto, arrancou com a adesao de 10 bancos, nomea­damente: Banco Angolano de Negocios e Comercio, Banco Angolano de Investimento, Banco Caixa Geral Totta, Ban­co de Comercio e Industria, Banco de Fomento Angola, Banco de Negocios Internacio­nal, Banco Comercial Angola­no, Finibanco, Banco Privado Atlantico e Banco Sol, que es­tao a trocar entre si os primei­ros pedidos de transferencias interbancarias, apurou 0 Ex­pansao.

A vantagem do STC para 0 sistema financeiro, avan<;ou Jose Rocha, esta na qualidade

dos servi<;os prestados pelos bancos aos seus clientes, que Ihes dao a possibilidade de , com custos "ex tremamente" reduzidos e com poucos riscos operacionais, fazer pagamen­tos a outras pessoas ou empre­sas noutros bancos.

"POI' exemplo, se eu estiver no banco A e precisar de fazer um pagamento a alguem que esteja no banco B, YOU ao meu banco, junto do balcao ou even-

Para Rocha, hci um conjunto de iniciativas que 0

BNA estci a tomar e que tem resultado no amadurecimento do mercado e na redu~ao dos custos

tualmente no proprio servi<;o de mobile banking ou de Inter­net ban/ring, e dou ordem para creditar em sua conta, sem se­quel' sail' de casa. Portanto, nao se precisa an4ar com dinheiro ou cheques. E extremamente comodo", defendeu.

No entanto, com 0 sistema de liquida<;ao STC, pretende­-se que 0 SPTR passe a ser uti­liz ado para transferencias de

grandes montantes ou paga­mentos urgentes pelos custos associ ados, segundo avan<;ou Jose Rocha.

Referindo-se ao sistema de pagamentos do Pais, 0 director para a area de desenvolvimen­to de software da Exictos frisou que Angola esta num bom ca­minho, sendo que 0 proprio sistema financeiro tern evolui­do muito, nos ultimos dois a tres anos. "Re p are que, pOI' exemplo, no caso das transfe­rencias, 0 STC faz parte de uma estrategia em que se incluiuja, no passado, 0 SPTR, um siste­ma de pagamentos de transac­<;5es em tempo real", disse.

Para Rocha, ha um conjunto de iniciativas que 0 BNA esta a tomar e que tem resultado no amadurecimento do mercado e na redu<;ao dos custos, dos riscos, constituindo-se em mais-valias para 0 proprio sis­tema financeiro.

Sem precisar os criterios de adesao dos bancos a esta nova solu<;ao, disse ser previsivel que a institui<;ao que nao tenha este servi<;o acabe por aderir, muito por for<;a da exigencia dos clientes. "Eu, se for cliente de urn banco e quiser fazer urn pagamento, claro que fica rei decepcionado se 0 meu banco nao me der este servi<;o que me permite, com a comodidade inerente, fazer uma transfe­rencia ou um pagamento."