Star Wars é “Um Monstro”, Mas Também “Uma Família” - PÚBLICO

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  • 8/18/2019 Star Wars é “Um Monstro”, Mas Também “Uma Família” - PÚBLICO

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    Star Wars é “um monstro”, mas

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    Uma conferência de imprensa dedicada ao “monstro” que é Star Wars, nas

    palavras de Harrison Ford esta quinta-feira em Londres, só podia ser assim:

    entradas coreografadas para cada estrela no salão de baile de um hotel de luxo,

    mais de uma centena de jornalistas e alguns fãs a despontar debaixo dos seus

     blocos de notas.

     Star Wars é, numa só palavra, “possibilidade” e “potencial” para o realizador J.J.

     Abrams e o argumentista Lawrence Kasdan, que continuam, como muitos fãs

    neste dia de estreia, a tentar fugir aos spoilers. Afinal, nesta “família” – a palavra

    escolhida pela sempre divertida Carrie Fisher – “ Star Wars é uma oportunidade

    rara para as pessoas se juntarem em torno de algo que nos eleva”, recomenda

     Abrams.

    “Vivemos num mundo de informação imediata”, diz o comandante desta titânica

    nave que paira sobre o planeta aos jornalistas na sala vindos de toda a Europa.

    “ Star Wars é tanto sobre inclusão e ligação – toda a ideia da Força”, recorda,

    recuperando a sua memória de um menino de 10 anos no cinema, em 1977, para

    também “uma família”Por Joana Amaral Cardoso (em Londres) 17/12/2015 - 13:55

    Conferência de imprensa desta quinta-feira em Londres revelou fãs sob

    a capa de jornalistas e um Harrison Ford surpreendido com o seu

    prazer nesta “experiência rara na velhice”.

    http://www.publico.pt/autor/joana-amaral-cardoso

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     ver o primeiro filme da saga. “Essa experiência” de comunhão pura é cada vez

    menos provável com “estes objectos que temos nos bolsos”, diz sobre os telefones

    que espalham detalhes da intriga pelo mundo. Ainda assim, membros dessa

    família juntaram-se em Londres para saber mais sobre o que foi fazer um filme

    que, frisam Kasdan e Abrams, ladeados pelos membros do elenco, se centra no

    “divertimento” e na “fisicalidade” do Episódio IV de 1977 para os devolver ao

    cinema em 2015.

    Com um fã de 17 anos a dar o pontapé de saída, de sorriso rasgado e t-shirt de O

     Regresso de Jedi (1983) a condizer, e na presença de órgãos de informação como

    o Jedi News, nesta manhã houve quem simplesmente abandonasse a pele de

     jornalista e pedisse aos actores Harrison Ford e Carrie Fisher que assinassem os

    seus bonecos de Han Solo e Princesa Leia. O jornalista-fã adulto não era o único

    com um sorriso no rosto na sala. Harrison Ford, lacónico como já se antecipa –

    “não”, não dá por si a cantarolar as melodias mais emblemáticas de John

     Williams da saga espacial como lhe perguntaram – revelou no entanto gratidão

    solene. “Saboreei toda a experiência de uma forma que não tinha antecipado”, ao

     voltar ao franchise 32 anos depois. “É uma experiência rara na minha velhice”.

    Epicentro Star Wars 

    Harrison Ford, J.J. Abrams, Daisy Ridley, Carrie Fisher, John Boyega,

    Gwendoline Christie, Adam Driver, Lupita Nyong'o e Lawrence Kasdan,

    presentes na conferência de imprensa, estão na estrada há muito, muito tempo.

     Vieram de promoções em Tóquio, Sydney e da extravagante estreia em Los

     Angeles na noite de segunda-feira. Dois dias depois, estavam a ocupar três

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    cinemas em Leicester Square. Um transeunte grisalho resume-o na perfeição ao

    telefone enquanto passa entre a multidão londrina na quarta-feira: “Estou no

    epicentro Star Wars”.

    Milhares de pessoas iluminadas pelo brilho fluorescente dos seus sabres de luz

    de brinquedo esperavam os actores na passadeira vermelha e outras faziam fila

    para os cinemas Vue, o Odeon e o Empire para a antestreia. Ganharam bilhetes,são convidados, vieram directos do emprego ou são crianças vestidas de

    pequenos vilões com pais vestidos como os londrinos para uma ida ao teatro ou a

    ópera: elegantes. Selfies e os seus inseparáveis selfie sticks por todo o lado, Jawas

    e Tusken Raiders (espécies apresentadas no primeiro filme, de 1977) em alegre

    convívio, Stormtroopers apressados de mochila na mão que dizem pelos

    intercomunicadores - fidelíssimos aos efeitos de som do filme - “Tenho de ir para

    a passadeira vermelha”.

    Os soldados de plástico branco fazem parte da maior comunidade de fãs

    dedicadas aos figurinos do mundo: a 501st Legion, que tem membros por todo o

    planeta e foi convidada pela Lucasfilm a vir a Londres. E fazem aquilo que toda a

    história sobre um evento Star Wars inclui: a descrição de adultos a sorrir e a

    comportarem-se como crianças. Mas elas também lá andavam, como a

    adolescente com camisola de malha May the Force Be With You ou o executivocom um autocolante discretamente carinhoso na lapela - um coração com os

    dróides C-3PO e R2-D2.

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    Londres continuava o seu bulício de fim de tarde escura como a noite, em grande

    parte indiferente ao epicentro Star Wars. Mas os sintomas do abalo tectónico

    cultural estão por todo o lado. Nas lojas e na imprensa, o filme continua a tentar

    despertar a Força da compra dos bilhetes e já terá pago em licenciamentos e

    promoções com marcas o seu orçamento (que terá sido de cerca de 200 milhões

    de dólares), escrevia quarta-feira o Times londrino.

    É uma melodia que parece (querer) ser colectiva - nascida de um filme estreado

    em 1977 (http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/sucesso-imediato-mas-

    nao-para-durar-1717555) (e totalmente reverenciado pela sua nova encarnação

    de 2015) que se tornou um sucesso popular e, depois, paradoxalmente um

    objecto de culto de massas. "Se calhar somos todos mais nerds do que

    suspeitávamos", comentava ao PÚBLICO há dias Chris Taylor, autor de How

     Star Wars Conquered The Universe.

     Até Barack Obama brincou com sabres de luz

    (http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/barackobama/6200024/Barack-

    Obama-plays-with-Star-Wars-lightsaber-as-he-promotes-Chicagos-Olympic-

     bid.html) nos jardins da Casa Branca, instituição que por seu turno respondeu

    formalmente em 2013 a uma petição que pedia a criação de uma Estrela da

    Morte (uma estação espacial e uma arma dos filmes) com o título: “Esta não é aresposta à petição que procuram”

    (https://petitions.whitehouse.gov/response/isnt-petition-response-youre-

    looking) – um piscar de olho a uma famosa fala de Alec Guinness em Guerra das

     Estrelas (1977).

    https://petitions.whitehouse.gov/response/isnt-petition-response-youre-lookinghttp://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/barackobama/6200024/Barack-Obama-plays-with-Star-Wars-lightsaber-as-he-promotes-Chicagos-Olympic-bid.htmlhttp://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/sucesso-imediato-mas-nao-para-durar-1717555

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     A equipa reunida em Londres, primeiro em Leicester Square e depois com os

     jornalistas europeus num hotel junto ao Tamisa, ilustra a encruzilhada Star

    Wars 2015: o elenco que regressa, solene e divertido com uma experiência

    duradoura; os jovens actores desassombrados, mas que ainda assim dominam o

     vocabulário da saga, partilhando com as crianças do novo milénio as referências

     vindas dos brinquedos; e o fã moldado profissionalmente por Star Wars - J.J.

     Abrams - e os seus ancestrais artífices, como Lawrence Kasdan, autor doargumento de O Império Contra-Ataca (1980).

    George Lucas já não mora aqui – embora tenha estado nas estreias de Los

     Angeles e Londres. E pairado levemente sobre a conferência de imprensa.

    “George era maravilhoso mas nunca falava” nas filmagens, diz Carrie Fisher ao

    lado de J.J. Abrams. “Dizia ‘mais rápido e mais intenso’. E J.J. fala muito, isso foi

    excitante”. Ford concorda sobre como Abrams se envolveu “para lá da realizaçãoe da montagem deste monstro que é hoje” o fenómeno Star Wars. Sobre as

    prequelas, uma única menção numa pergunta sobre o regresso, no novo filme, do

    universo usado e palpável ao mundo de Star Wars. Abrams sorri ligeiramente e

    explica novamente sobre o rapaz encantado de 10 anos que fora numa sala de

    cinema: “A sensação incrível da fisicalidade, de ser real, tangível [do primeiro

    filme] – "e muitos filmes recentes, por causa da tecnologia que existe",

    afastaram-se desse lado físico e produziram um outro tipo de cinema. Desta vez,sentiu numa cena em particular com muitas criatura bizarras de O Despertar da

     Força necessidade de voltar a esse passado: “Deve ser assim que é fazer um filme

    de Os Marretas”. E essa abordagem “old school " é "que tem a qualidade Star

    Wars”.

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    Brincou-se sobre o que é ser um objecto de marketing – os preferidos de Fisher

    são “os frascos de champô, porque se pode desatarraxar a cabeça”, e também um

    tipo de marijuana que se chama Princesa Leia. Risos na sala, muitos braços no

    ar, a importância de ser um filme com uma mulher no centro – uma intenção

    desde o início, diz Abrams, “ser inclusivo”, as instruções precisas dadas aos

    actores sobre o pouco que podiam dizer ao longo dos últimos meses, os spoilers,

    sempre os spoilers para a tal experiência de “possibilidade” e magia que osautores querem dar aos espectadores. No fundo, o “enorme alívio” de Abrams, o

    realizador fã, depois de “anos de trabalho intenso” cujos frutos o público vai

    agora colher. “Um milagre”, para Kasdan, que tudo tenha resultado tão próximo

    do que sonharam inicialmente.

     Apesar da discretíssima presença da Disney no genérico e nos créditos de O

     Despertar da Força – a imagética da saga estava fortemente ligada à Fox – ofilme é o novo planeta numa ampla galáxia em pleno big bang. O CEO da Disney,

    Bob Iger, disse esta semana numa carta aos trabalhadores do estúdio que o filme

    é “um dos mais excitantes momentos” da história da empresa. O próximo título

    da saga, o Episódio VIII, começa a ser filmado já em Janeiro e dentro de um ano

    estreia-se o primeiro filme spin off  do universo Star Wars, Rogue One.

    O PÚBLICO viajou a convite da Disney/Lucasfilm

     

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